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Contabilidade Intermediária ICIÊNCIAS CONTÁBEIS Contabilidade Intermediária I Vila Velha (ES) 2018 Diretor Geral Nildo Ferreira Superintendente: Edvaldo Luís Biancarelli Secretário Geral: Aleçandro Moreth Coordenador Acadêmico de Educação a Distância: Edvaldo Luís Biancarelli Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis: Giuliana Bronzoni Liberato Produção do Material Didático-Pedagógico Escola Superior Aberta do Brasil - Equipe Multidisciplinar Coordenador: Edvaldo Luís Biancarelli Membros: Felipe Silva Lopes Caliman Rayron Rickson Cutis Tavares Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil. www.esab.edu.br Apresentação Caro estudante, Seja bem-vindo à disciplina de Contabilidade Intermediária I. O objetivo desta disciplina é lhe inserir no campo de estudos da Con- tabilidade Intermediária I das organizações e, para isso, iremos oferecer a base necessária para que você compreenda gradativamente todo o universo que envolve a ciência contábil e aprenda de fato. Nesta disci- plina, você irá dar continuidade dos estudos iniciados na Contabilida- de Básica de temas contábeis envolvendo operações típicas aplicadas às empresas em geral. Para isso, utilizamos importantes autores de Contabilidade Interme- diária, como Chagas (2014), Gomes, Santos, & Schmidt (2011), Iudí- cibus et. al. (2010), Ribeiro ( 2013) e alguns Pronunciamentos Contá- beis CPC´s, que apresentam uma metodologia fácil, também uniforme ao longo da apresentação dos principais conceitos e contabilizações envolvendo diversas operações empresariais. Para organizar a distribuição e facilitar a leitura, dividimos a disciplina em 30 unidades. As unidades, por sua vez, estão divididas em: Estoques (unidades 1 a 7), Operações que afetam compra e venda (unidades 8 e 9), Tributos (unidades 10 a 12), Resultado da conta Mercadorias (unidade 13), Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (unidade 14), Importação e Exportação (unidades 15 e 16), Operações com Pessoal – Folha de pagamentos (unidades 17 a 25), Pró-labore (unidade 26), Ativo Imobilizado (unidade 27) e Depreciação, Amortização e Exaus- tão (unidades 28 a 29). Preparamos para você este material didático com uma linguagem clara e objetiva: os assuntos são apresentados em uma ordem sequencial que possibilita um aprendizado eficiente. Para que você obtenha um bom rendimento em seus estudos, o convidamos a participar ativamente das atividades que programamos. Esperamos que você siga em busca desse conhecimento! Objetivo Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas operações que envolvem a comercialização de mercadorias e de produtos industriais; registrar as principais operações relacionadas aos estoques de mercadorias no comércio; Conhecer a estrutura da demonstração contábil no balanço patrimonial no subgrupo Ativo Imobilizado; entender as contas patrimoniais, conforme Pronunciamentos Contábeis CPC’s e de acordo com a legislação societária vigente. Habilidades e competências • Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas operações que envolvem a comercialização de produtos industrializados e mercadorias. • Registrar as principais operações relacionadas aos estoques de mercadoria no comércio e aos produtos na indústria. • Identificar e calcular as principais vantagens e descontos dos empregados Ementa Estoque; Plano de contas de estoque; Métodos de avaliação de estoques (PEPS, UEPS, PMP); Apuração do custo de mercadorias vendidas; Inventário (permanente, periódico); receitas, despesas, custos de mercadorias; Apuração de impostos sobre vendas de mercadorias e serviços (ICMS, PIS, COFINS, ISSQN, IPI); Apuração do resultado; Importação; Exportação; Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa; Folha de pagamento: vantagens e descontos; Pró-labore; Ativo Imobilizado; Depreciação, Amortização e Exaustão. Levando em consideração os Pronunciamentos Contábeis CPC’s. Sumário Introdução a Estoque...................................................13 Plano de Contas para o estoque...................................18 Inventário.....................................................................26 Método de Apuração dos custos...................................32 Estoques - Comércio.....................................................41 Resumo........................................................................45 Contabilização de Comércio com Icms.........................47 Estoques – Contabilizações de Comércio com IPI, PIS e COFINS..........................................................................51 Operações que afetam uma compra............................57 Venda e Operações que afetam uma venda..................60 Tributos que incidem sobre venda - ICMS.....................66 Resumo........................................................................71 Tributos que incidem sobre venda – IPI e ISS e sua relação com o ICMS......................................................72 Tributos que incidem sobre venda – PIS e COFINS........77 Resultado da Conta Mercadorias..................................83 Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa ....................................................................................91 Importação de Mercadorias.........................................96 Resumo........................................................................99 Exportação de Mercadorias........................................101 Operações com Pessoal – Folha de pagamentos........105 Folha de pagamentos – Vantagens com salário e hora extra e Compensações...............................................110 Folha de pagamentos – Vantagens com Gratificações, Comissões e Férias......................................................115 Folha de pagamentos – Vantagens de décimo terceiro salário........................................................................121 Resumo......................................................................127 Folha de pagamentos – Vantagens do salário- maternidade, salário-família e Diárias de viagem e ajudas de Custos......................................................129 Folha de pagamentos – Vantagens com os Adicionais: Insalubridade, Periculosidade e Noturno....................132 Folha de pagamentos – Descontos INSS.....................137 Folha de pagamentos – Descontos IRRF e FGTS..........141 Folha de pagamentos – Participação dos Empregados no Vale transporte e na Alimentação..........................145 Resumo......................................................................149 Pró-labore..................................................................151 Ativo Imobilizado.......................................................154 Depreciação................................................................159 Amortização...............................................................166 Exaustão.....................................................................170 Resumo.......................................................................174 Glossário.....................................................................175 Referências.................................................................178 www.esab.edu.br 13 1 Introdução a Estoque Objetivo Conceituar a conta estoques e determinar os itens que o compõem. Os estoques compreendem bens adquiridos e podem ser conceituados como ativos na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços pela empresa, ou ainda que estejam em processo de produção para venda e também nos ativos mantidos para a venda no curso normal dos negócios, conforme Pronunciamento Técnico CPC 16. Já o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiua Norma Brasileira de Contabilidade Técnica – NBC T 3.2, que trata do balanço patrimonial, em que também definiu o conceito de estoque, em seu subitem 3.2.2.10, alínea c. E descreve que estoque são todos os valores referentes às existências de: matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, produtos em elaboração, produtos acabados, serviços em andamento e também a outros valores relacionados às atividades fins da empresa. Contribui com as afirmações Iudícibus et al. (2010, p. 72): “Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição financeira, de forma que sua correta determinação no início e no fim do período contábil é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício”. De modo geral, os estoques apresentam bens com valores expressivos na composição do patrimônio das entidades e, portanto, os critérios adotados para avaliá-los são de extrema importância para a formação do seu resultado. Esses valores englobam as mercadorias adquiridas com objetivo de utilização mediata ou imediata, todos os bens utilizados na produção de seus produtos e também os bens produzidos, seja para a finalidade de venda ou de consumo próprio no desenvolvimento de suas atividades. Os estoques, que compreendem bens adquiridos e destinados à venda, podem-se incluir, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista www.esab.edu.br 14 para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. E os estoques incluem também as matérias-primas e materiais, aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo. Já no caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita, conforme CPC 16. Em relação à mensuração de estoque, o CPC 16 afirma que os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois, o menor. O Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se efetivar a venda. Ou seja, é a quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no seu curso normal (CPC 16). Já pelo valor de custo do estoque, devem-se incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Compreende o custo de Aquisição, segundo o CPC 16: Quadro 1 - Custo Aquisição Fonte: Elaborado pela autora (2018). Custo de Aquisição Preço de Compra (+) Imposto de Importação e outros tributos (+) Impostos não recuperáveis (+) Custos de Transportes (frete), Seguro Manuseio (+) Outros custos diretamente atribuídos à requisição de produtos acabados, mateirais e serviços (-) Descontos comerciais, abatimentos e outros ítens semelhantes (-) Impostos recuperáveis www.esab.edu.br 15 Compreende o custo de transformação, segundo o CPC 16: Quadro 2 - Custos de Transformação Fonte: Elaborado pela autora (2018). E compreende outros custos, segundo o CPC 16: Quadro 3 – Outros Custos Fonte: Elaborado pela autora (2018). Cabe ressaltar que há itens que não são incluídos no custo do estoque e, portanto, são reconhecidos como despesa do período em que são incorridos. Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa, conforme CPC 16: Quadro 4 – Exemplos Fonte: Elaborado pela autora (2018). Custo de Transformação Custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção Outros Custos Para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais Exemplos Valor anormal de desperdício: de materiais, mão de obra ou outros insumos de produção Gastos com armazenamento: a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais Despesas de comercialização: incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes (+) Alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados www.esab.edu.br 16 Dicas Então, Um ponto importante a destacar é sobre os encargos financeiros de empréstimos obtidos, uma vez que a entidade no curso normal de suas operações realiza compra de estoques com condição para pagamento a prazo. A negociação pode efetivamente conter um elemento de financiamento, como, por exemplo, uma diferença entre o preço de aquisição em condição normal de pagamento e o valor pago; essa diferença de encargos financeiros deve ser reconhecida como despesa de juros durante o período do financiamento estoque. Os encargos financeiros, segundo o CPC 08 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, traz que os encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros. www.esab.edu.br 17 Mas, cabe ressaltar que há uma exceção, que é o caso do ativo qualificável que em circunstâncias específicas os encargos financeiros de empréstimos obtidos são incluídos no custo do estoque, com base no CPC 20 e não são lançados para despesa, conforme regra geral. Que é, por exemplo, considerar o tempo substancial de um ativo para ficar pronto para seu uso ou venda pretendida. Em relação à divulgação, destaca-se que as demonstrações contábeis devem divulgar as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e critérios de valorização utilizados, valor de qualquer redução ou reversão de estoques reconhecida no resultado do período, entre outros. Estudos Complementares Para complementarmos nossos estudos sobre as contas do estoque, indicamos a leitura do Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1), disponível. Clicando aqui! Chegamos ao final da nossa primeira unidade, complementando nossos estudos sobre a introdução a estoques, na qual percebemos com detalhes o que é a conta estoque, o que a compõe, bem como identificamos a sua forma de mensuração. Na próxima unidade, vamos aprofundar nossos estudos sobre o elenco de contas que são sugeridas para utilização no plano de contas que prevê o subgrupo estoques, sendo normalmente utilizadas em estoques de empresas industriais. www.esab.edu.br 18 2 Plano de Contas para o estoque Objetivo Conhecer o plano de contas e as contas que compõem o estoque. Depois de conhecer os diversos conceitos de estoque e adquirir entendimento sobre a sua mensuração, agora vamos nos aprofundar sobre as contas que compõem o estoque e o plano de contas. Para isso, vamos nos embasar no Manual de Contabilidade Societária, Iudícibus et al. (2010) e Ribeiro (2013). O plano de contas constitui uma ferramenta indispensável no desenvolvimento do processo contábil e representa um conjunto de contas, diretrizes e normas, que disciplina as tarefas do setor de contabilidade, cujo objetivo é uniformizar os registros contábeis. Desse modo, dependendo do porte, o ramo de atividade da empresa e da quantidade de informações exigidas pelos usuários, o plano de contas pode conter um número de informações maiores ou menores (RIBEIRO, 2013).Cada empresa deve elaborar seu plano de contas, de acordo com as suas particularidades, bem como observar os princípios de contabilidade, as instruções contidas na Lei 6.404/76, a legislaçãoespecífica do ramo de atividade exercido por cada empresa e também os normativos brasileiros de contabilidade provenientes do Conselho Federal de Contabilidade- CFC (RIBEIRO, 2013). A Lei 6.404/76, que é a Lei das Sociedades por ações, ao referir-se aos estoques, menciona-os como “os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens do almoxarifado” (IUDÍCIBUS et al, 2010, P. 73). No entanto, quando se trata de empresas comerciais, os estoques seriam tão somente os produtos adquiridos para serem revendidos e eventualmente para uma conta de almoxarifado (IUDÍCIBUS et al, 2010). www.esab.edu.br 19 O autor acrescenta que para empresas que são prestadoras de serviços, seus estoques seriam materiais ou suprimentos a serem consumidos no processo de prestação de serviços. E elas precisam apresentar seus estoques de serviços em andamento, o que na prática, infelizmente, as empresas prestadoras de serviços costumam tratar seus custos de forma inadequada. Por outro lado, há necessidade de utilização de um elenco de contas para empresas industriais. O elenco de contas incide na relação das contas que serão utilizadas para o registro dos fatos administrativos responsáveis pela gestão do patrimônio da empresa, bem como dos atos administrativos considerados relevantes que envolvem titulação (rubrica, nome) e o código de cada conta. A estrutura é estabelecida pela Lei 6.404/76 que visa facilitar a elaboração das demonstrações contábeis (RIBEIRO, 2013). Presumindo que os estoques sejam realizados dentro de um ano, ou dentro de um ciclo normal de operações, o modelo de Plano de Contas prevê o subgrupo de ESTOQUES no Ativo Circulante. Logo, considerando o conteúdo dos estoques em empresas industriais, o subgrupo é apresentado pelas seguintes titulações de contas, conforme apresenta Iudícibus et al. (2010, p. 74): ESTOQUES Produtos acabados Mercadorias para revenda Produtos em elaboração Matéria-prima Outros materiais diretos Mão de obra direta Salário Prêmios de produção Gratificações Férias www.esab.edu.br 20 Décimo-terceiro salário INSS FGTS Benefícios a empregados Aviso prévio e indenizações Assistência médica e social Seguro de vida em grupo Seguro de acidentes do trabalho Auxílio-alimentação Assistência Social Outros encargos Outros Custos Diretos Serviços de Terceiros Outros Custos indiretos Material indireto Mao de obra indireta Salários e ordenados dos supervisores de produção Salários e ordenados dos departamentos de produção Gratificações Férias Décimo-terceiro salário INSS FGTS Benefícios a empregados Aviso prévio e indenizações Assistência médica e social Seguro de vida em grupo Seguro de acidentes do trabalho Outros encargos Honorários da diretoria de produção e encargos Ocupação Aluguéis e condomínios www.esab.edu.br 21 Depreciações e amortizações Manutenção e reparos Utilidades e serviços Energia Elétrica (luz e força) Água Transporte do pessoal Comunicações Reproduções Refeitório Outros Custos Recrutamento e Seleção Treinamento do pessoal Roupas profissionais Conduções e refeições Impostos e taxas Segurança e vigilância Ferramentas perecíveis Outras Manutenção e suprimentos gerais Mercadorias em trânsito Mercadorias entregues em consignação Importações em andamento Serviços em Execução Almoxarifado Adiantamentos a fornecedores Perda estimada para redução ao valor realizável líquido (conta credora) Perda estimada em estoques (conta credora) Ajuste a valor presente (conta credora) www.esab.edu.br 22 Cabe salientar que as contas de estoques incluem segundo Iudícibus et al. (2010): • PRODUTOS ACABADOS São aqueles já terminados e oriundos da própria produção da empresa e disponíveis para venda, podendo estar estocados na fábrica, ou em depósitos, ou em filiais, ou ainda com terceiros em consignação. E recebe os débitos pela transferência da conta produtos em elaboração e os créditos pelas vendas ou ainda pela transferência para subconta da fábrica para as filiais. •MERCADORIAS PARA REVENDA Contempla todos os produtos adquiridos de terceiros para serem revendidos e que não sofrerão qualquer processo de transformação na empresa. •PRODUTOS EM ELABORAÇÃO São todas as matérias-primas já requisitadas que estão no processo de transformação e todas as cargas de custos diretos e indiretos referentes à produção não concluída na data do Balanço. Ao finalizarem-se os produtos, creditam-se seus custos e estes são transferidos para Produtos Acabados, que também recebem os débitos oriundos das cargas de apropriação dos custos de produção. •MATÉRIAS – PRIMAS Abriga todos os materiais mais importantes e essenciais que sofrem transformações no processo produtivo. Sua composição e natureza são extremamente diversificadas e dependem de cada tipo de indústria. E normalmente, representa um valor significativo em relação total dos custos de produção. www.esab.edu.br 23 •MATERIAIS DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM Compreende todos os itens de estoque que se destinam à embalagem do produto ou a seu acondicionamento para remessa. Dependendo do tipo de indústria particularmente naquelas em que a embalagem é parte integrante do produto, esses itens do estoque são, às vezes, classificados, impropriamente, na conta de Matérias-primas. •MATERIAIS AUXILIARES Engloba os estoques de materiais utilizados no processo industrial, porém de menor importância. Esses itens podem ser apropriados diretamente ou não ao produto, sendo caracterizados por não terem uma representação expressiva no valor global do custo de produção e pela dificuldade de serem identificados fisicamente no produto. •MATERIAS DE MANUTENÇÃO E SUPRIMENTOS GERAIS São os materiais para manutenção de máquinas, equipamentos, edifícios entre outros, e para uso em consertos, manutenção, lubrificação, pintura, entre outros. •IMPORTAÇÕES EM ANDAMENTO Contempla os custos já incorridos relativos a importações em andamento e as próprias mercadorias em trânsito, quando a condição de compra é feita na modalidade FOB, no ponto de embarque, pelo exportador. •ALMOXARIFADO Sofre muita variação de uma empresa para outra, em função de suas peculiaridades e necessidades. Entretanto, engloba todos os itens de estoques de consumo geral, podendo incluir produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório, peças em geral e uma variedade de itens.. www.esab.edu.br 24 •ADIANTAMENTO DE FORNECEDORES São os adiantamentos efetuados pela empresa aos fornecedores, vinculados a compras específicas de materiais que serão adicionados aos estoques quando de seu efetivo recebimento. Quando há o recebimento, efetua-se a baixa nesta conta e registra-se o custo total na conta Matérias- primas, e o eventual saldo a pagar é registrado em Fornecedores (Passivo Circulante). •PERDA ESTIMADA PARA REDUÇÃO AO VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO É uma conta credora e é classificada como redutora do grupo de Estoques, destina-se a registrar o valor dos itens de estoques que estiverem a um custo superior ao valor realizável líquido. Essa perda estimada não é dedutível para fins fiscais (art. 13 da Lei nº 9.249/95) e deve ser reconhecida em conta específica (Despesa com Perda Estimada para Redução ao Valor Realizável Líquido). •PERDAS EM ESTOQUES Registra as perdas conhecidas em estoques e calculadas por estimativa, relativas a estoques deteriorados ou obsoletos e, mesmo, para dar cobertura a diferenças físicas, quando tais perdas não puderem ser baixadas das próprias contas, pelo fato de não estarem identificados os itens específicos epor constituírem estimativas. Essa perda estimada deve ser reconhecida em conta específica (Despesa com Perdas Estimadas em Estoques), mas não é dedutível para efeitos fiscais, exceto empresas editoras, distribuidoras ou vendedoras varejistas de livros, em condições específicas. www.esab.edu.br 25 •SERVIÇOS EM ANDAMENTO Registram-se todos os gastos com material, mão de obra e outros aplicáveis à realização do serviço. Vimos, nesta unidade, a respeito de um elenco de contas sugeridas para integrar o subgrupo estoque, bem como seus conceitos. Essas contas são utilizadas preferencialmente em empresas industriais e nas demais, de acordo com sua necessidade. Na próxima unidade, vamos estudar sobre o inventário, que é o processo de verificação da existência física dos estoques. www.esab.edu.br 26 3 Inventário Objetivo Conhecer os sistemas de inventário adotado pelas empresas. Depois de aprender sobre o plano de contas e conhecer as contas que compõem o estoque, chegou a hora de estudar a respeito do inventário e de sua importância. O conceito de inventário, apresentado por Marion (1997), menciona que inventário no sentido limitado, faz parte do controle de estoques, pois se refere ao processo de verificação das existências dos estoques. Por conseguinte, a verificação, a contagem física do bem, in loco, caracterizam o inventário. Assim, o inventário compreende o processo de verificação de uma correta determinação da quantidade física dos estoques na empresa na data do balanço, nos quais se incluem os estoques de matérias-primas, as mercadorias para revenda, os produtos industrializados, materiais auxiliares, materiais de consumo e ainda pode conter bens que fazem parte do ativo imobilizado da empresa. Outras contas podem ser inventariadas, como as contas a pagar e as contas a receber (GOMES, SANTOS, SCHMIDT,2011). Para tanto, a apuração quantitativa depende da existência de controles analíticos adequados e mantidos em dia, juntamente com um bom sistema de controles internos, de modo a evitar distorções significativas nas demonstrações financeiras. Por consequência, de nada adianta um bom critério de avaliação e de custos, se as quantidades estiverem erradas. Os controles quantitativos e em valor de estoques devem ser congruentes, tanto na existência física, quanto nos custos apurados. Esses aspectos são importantes tanto para fins contábeis, quanto para fins gerenciais. www.esab.edu.br 27 A realização do inventário é importante por diversas justificativas, entre elas pode-se elencar o fato de que cada um dos inventários realizados na empresa revela a situação econômica dessa em dado momento, sob o aspecto estático; quando se faz a comparação de dois inventários, este revela um aspecto dinâmico; o levantamento do inventário é o suporte para toda a atividade contábil; o resultado obtido por meio de inventários constitui o primeiro e mais importante controle da escrituração; caso o levantamento inventarial não for exato e bem executado, o resultado apurado pela escrituração também não será correto, então, será fictício; e os elementos do patrimônio devem constar no inventário com o valor que possuem no momento do levantamento (GOMES, SANTOS, SCHMIDT,2011). Essa realização do inventário deve ser registrada no Livro de Registro de Inventário. Estão obrigadas a escriturar esse livro as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real. As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a elaborar diversos livros fiscais, dentre esses, inclui-se o Registro de Inventário, destinado ao arrolamento das mercadorias, dos produtos manufaturados, das matérias-primas, dos produtos em fabricação e dos bens em almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial, onde é levantado ao fim de cada período de apuração do lucro real, conforme dispõem os arts. 260, I, e 261 do RIR/99. Em vista disso, as empresas tributadas com base no lucro real estão obrigadas a registrar no livro Registro de Inventário os estoques existentes ao final de cada trimestre (31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro), ou se apurarem o lucro real trimestralmente, caso tenham optado pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por estimativa ou suspensão, em 31 de dezembro, nos termos dos arts. 220 e 221 do RIR/99. Em casos de fusão, incorporação ou cisão, também deverão ser escriturados nesse livro os estoques existentes no encerramento de período de apuração. www.esab.edu.br 28 A exceção e dispensa da escrituração do livro Registro de Inventário, está no o art. 12, § 3o, da Instrução Normativa da Secretaria da Fazenda (IN SRF) no 93/97, que trata das empresas optantes pelo pagamento mensal do imposto por estimativa que levantarem balanços ou balancetes durante o ano, para efeito de suspensão ou redução do pagamento mensal do imposto, embora devam levantar e avaliar os estoques existentes na data desses balanços ou balancetes que ficam dispensadas. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido e as optantes pelo Simples também estão obrigadas a registrar no livro Registro de Inventário dos estoques existentes em 31 de dezembro de cada ano-calendário, segundo dispõem o art. 190, parágrafo único, II, e o art. 527, II, do RIR/99. Não existe um modelo-padrão definido para o livro Registro de Inventário, exigido para fins do Imposto de Renda, mas conforme autorizado pelo § 1º, do art. 260 do RIR/99, poderá ser utilizado o livro Registro de Inventário, modelo nº 7, de que trata o Convênio Sinief/70, estabelecido pelas legislações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de transporte interestadual e serviço de telecomunicações (ICMS). Contudo, para que seja viável manter uma escrituração que atenda, ao mesmo tempo, às legislações do IPI, do ICMS e do Imposto de Renda, é indispensável que sejam feitas, no Livro Modelo nº 7, as adaptações necessárias para torná-lo apto a atender aos requisitos de cada legislação, conforme dispõe o item 6 do PN CST no 5/86. Com base no Convênio ICMS nº 143/2006, que institui a Escrituração Fiscal Digital (EFD), permite a escrituração e impressão do livro Registro de Inventário, bem como demais livros fiscais. Baseado no Convênio, o arquivo deverá ser assinado digitalmente tanto pelo empresário ou representante legal da sociedade empresária, quanto pelo contabilista responsável pela escrituração. Após ser assinado, o arquivo será encaminhado para o Sped que disponibilizará para as Juntas Comerciais as informações necessárias à autenticação. Por sua vez, a Junta Comercial fará uma série de validações próprias e depois autenticará o www.esab.edu.br 29 livro entregue. Essa informação de autenticação é fornecida ao titular da escrituração por intermédio do Sped, por meio de consulta à Internet. Posteriormente ao recebimento, a escrituração contábil é armazenada em um banco de dados que irá permitir que os órgãos parceiros do Sped obtenham cópias integrais do arquivo. O titular da escrituração poderá, pela Internet, ter ciência de qual órgão teve acesso a sua escrituração. Uma vez transmitido, qualquer pessoa que tiver o arquivo poderá verificar a autenticidade da escrituração contábil da empresa, visualizar e imprimir a escrituração digital. Em relação ao prazo de escrituração do inventário, este será escriturado no arquivo digital da EFD do segundo mês subsequente ao levantamento do estoque existente em 31 de dezembro e nas demais datas estabelecidas pela legislação fiscal ou comercial. Tipos de Inventário: Para se avaliar adequadamente o estoque de determinada empresa, usam- se alternativamente, dois sistemas de inventário. O primeiro é o sistema de inventário permanente que visa manter fichas de controle de entradas e saídasde mercadorias para cada item que o compõe, identificando as quantidades, os valores unitários e o valor total. Esse sistema de inventário consiste em manter controle contínuo do estoque de mercadorias (em quantidade e valores) de maneira que, a qualquer momento, se disponha da posição atualizada dos estoques e do custo das mercadorias vendidas, ou seja, em nível de tempestividade e precisão do saldo do estoque atualizado de modo confiável. Esse sistema é essencial para as empresas que possuam um valor expressivo de estoques, além de ser muito útil para fins gerenciais. O segundo tipo é o sistema de inventário periódico que consiste em registrar todas as compras efetuadas durante o exercício numa conta cumulativa, sem apurar o custo das mercadorias vendidas, após cada uma das operações de venda. Apenas no encerramento de cada exercício www.esab.edu.br 30 ou em época que se fizer necessária, é inventariado o estoque final e apurado seu respectivo valor total. Esse varia de acordo com o método de apuração adotado pela empresa (Custo Específico, PEPS, UEPS e Média Ponderada), que será visto na próxima unidade. A partir dessa importante informação, pode ser calculado o custo das mercadorias vendidas (CMV), aplicando-se a conhecida fórmula apresentada a seguir: CMV = Ei + C + Fretes - Dev. C – Ef Onde: Ei = Estoque inicial C = Compras Fretes = Fretes sobre compras Dev. C = Devoluções sobre compras Ef = Estoque final Pode-se considerar, por exemplo, uma empresa que no início do exercício, tinha um saldo inicial de estoques no valor de R$ 30.000,00 e durante o período realizou compras de mercadorias no valor de R$ 75.500,00 (valor líquido de ICMS) e no final do período apurou um estoque final de R$ 7.500,00, avaliado a preço de custo, nessa hipótese o custo das mercadorias vendidas seria calculado de acordo com o cálculo: CMV = Ei + C + Fretes - Dev. C – Ef CMV = 30.000,00 + 75.500,00 – 7.500,00 = 98.000,00 Desse modo, temos um custo dos produtos vendidos no valor de R$ 98.000,00. Neste tipo de inventário, temos que para a apuração do custo das mercadorias vendidas e dos estoques existentes na empresa, por ocasião do encerramento do período, necessita-se, obrigatoriamente, do levantamento físico do estoque no final de cada período de apuração. Na prática, dentro do subgrupo de estoques são abertas contas específicas para registrar todas as operações mercantis, ou seja, uma para registrar as www.esab.edu.br 31 compras, outra para os fretes sobre compras, além de contas para registrar os valores dos estoques inicial e final. Em qualquer caso, o método de apuração adotado determinará o valor final do estoque e, por resultado, o custo da mercadoria comercializada no período. Nesta unidade, você conheceu os sistemas de inventário e as legislações de obrigatoriedade para os regimes de tributação. Na próxima unidade, trabalhar com os métodos de apuração do custo e os critérios para determinar o valor dos estoques. Estudos Complementares Para mais informações e conhecimento dos livros fiscais, disponível aqui: Livros Fiscais www.esab.edu.br 32 4 Método de Apuração dos custos Objetivo Compreender os critérios utilizados para a valorização das mercadorias estocadas nas empresas, por meio dos métodos de apuração do custo. Vamos iniciar mais uma etapa do processo de custo. Após estudarmos sobre o inventário, vamos conhecer de forma detalhada os métodos de apuração de custo. A princípio, cabe destacar que os componentes do custo de aquisição são: o preço de compra, os impostos não recuperáveis, a exemplo do Imposto de Importação (II), as despesas aduaneiras, os custos com despachantes e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes sobre a operação de câmbio, os custos incorridos para colocar o produto no estabelecimento da empresa, fretes e seguro (CPC 16). Mas também há custos que não compõem o custo do produto, como tributos recuperáveis, descontos comerciais, abatimento, frete por conta do vendedor, entre outros itens de natureza semelhantes, que devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição (CPC 16). Uma vez conhecidos os componentes do custo de aquisição, o problema agora se prende ao fato de a empresa ter em estoque o mesmo produto, todavia, adquirido em datas diferentes, com custos unitários distintos. Logo, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data de encerramento das demonstrações financeiras. Nota-se que, no Brasil, a Legislação do Imposto de Renda tem permitido, apenas, a utilização do método do preço específico do custo médio ponderado móvel ou a dos bens adquiridos mais recentemente (FIFO ou PEPS). Cabe destacar, como não era permitido para fins fiscais, o uso do LIFO ou UEPS era esporádico. A partir do CPC 16 - Estoques, sua utilização também não é contabilmente admitida. Em vista www.esab.edu.br 33 disso, a maioria das empresas, no Brasil, utilizou e continua utilizando principalmente o custo médio ponderado móvel (IUDÍCIBUS, 2010). Nesse sentido, vamos analisar as diversas possibilidades existentes, para determinar o valor dos estoques em determinada data, bem como o custo das mercadorias vendidas. Os critérios principais e os mais frequentemente empregados são: a) primeiro a entrar, primeiro a sair (Peps) ou Fifo; b) último a entrar, primeiro a sair (Ueps) ou Lifo; c) média ponderada móvel; d) custo específico ou identificado. Vamos conhecer mais dessas possibilidades de atribuição do valor unitário, baseadas no custo ou valor de aquisição, sendo: Primeiro a entrar, primeiro a sair (Peps ou Fifo) – Firt-in-firt-out PEPS significa primeiro que entra, primeiro que sai e é também conhecido pelas iniciais em inglês que significa “first in first out” – Fifo. Esse critério consiste em dar baixa pelo custo de aquisição, de modo a utilizar o custo das compras efetuadas em primeiro lugar para valorizar as quantidades vendidas e, dessa forma, obter o valor do custo das mercadorias vendidas (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Assim, à medida que ocorrem as vendas, dá-se baixa das primeiras compras, o que significa dizer que a ordem de saída das mercadorias (vendas) é a mesma das entradas (compras). Ou o seguinte raciocínio: vendem-se ou consomem-se as primeiras mercadorias compradas (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Quando a primeira entrada é zerada, usa-se a segunda, depois a terceira e assim sucessivamente. www.esab.edu.br 34 Esse critério é aceito pela legislação fiscal; entretanto, por apresentar um custo das mercadorias vendidas menor do que o apurado pela média móvel ponderada, é pouco utilizado no Brasil (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Exemplo: Imaginemos um estoque inicial de 20 unidades a $ 25, num total de $ 500 em determinado período, no qual ocorra a seguinte movimentação: Compra de 20 unidades por $ 30 cada uma Venda ou requisição de 10 unidades Venda ou requisição de 20 unidades Compra de 30 unidades por $ 35 cada uma Venda ou requisição de 10 unidades Fazendo com que a baixa de cada venda seja dada pelo custo mais antigo em estoque (o Primeiro a Entrar e sempre o Primeiro a Sair), e representando graficamente a movimentação como se fosse uma ficha de controle de estoques, temos a ficha de controle de estoque no critério Peps: Data Entrada Saída Saldo Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unit. $ Total $ Unit. $ Total $ Unit. $ Total $ XX/XX 20 25 500 XX/XX 20 30 600 - - - 20 25 500 20 30 600 40 1.100 XX/XX - - - 10 25 250 10 25 250 20 30 600 30 850 XX/XX - - - 10 25 250 10 30 300 10 30 300 20 550 XX/XX 30 35 1.050 - - - 10 30 300 30 35 1.050 40 1.350 XX/XX - - - 10 30 300 30 35 1.050 SOMA50 1.650 40 1.100 30 35 1.050 www.esab.edu.br 35 Em conformidade com o método PEPS, percebemos que o custo total da primeira venda (10 unidades), foi extraído do Estoque Inicial (10 X 25,00 = 250,00). As 10 unidades que permaneceram em estoque só foram baixadas na segunda venda (20 unidades) e as outras 10 unidades foram baixadas da primeira compra, restando ainda 10 unidades que foram baixadas na terceira venda. Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 unidades e apresenta um custo de: CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (1.050) = 1.100 O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse período seria, portanto, de $ 1.100, e o valor do estoque final, de $ 1.050, ou seja, o primeiro baseado nas compras mais antigas e este último, nas compras mais novas. Em relação às devoluções de compras efetuadas aos fornecedores, devem ser escrituradas negativamente entre parênteses na coluna das entradas. De modo que, a soma da coluna das entradas corresponderá efetivamente ao valor das compras líquidas. Último a entrar, primeiro a sair (Ueps ou Lifo) – Last-in-firt-out Esse critério representa exatamente o oposto do sistema anterior e consiste em utilizar o custo unitário das mercadorias compradas por último para valorizar as quantidades vendidas, obtendo dessa forma o custo das mercadorias vendidas. Atribui como custo das mercadorias saídas o valor da última mercadoria entrada. Contudo, o mesmo não é permitido pela legislação fiscal, por apresentar o maior custo das mercadorias vendidas (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). www.esab.edu.br 36 Temos a ficha de controle de estoque no critério Ueps: Em conformidade com o método UEPS, percebemos que o custo total da primeira venda (10 unidades), foi extraído da compra mais nova (10 X 30,00 = 300,00). As 10 unidades que permaneceram em estoque só foram baixadas na segunda venda (20 unidades) e as outras 10 unidades foram baixadas do estoque inicial, restando ainda 10 unidades que permanecem no estoque, pois a terceira venda extraiu as 10 unidades da última compra, que era a mais nova. Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 unidades e apresenta um custo de: CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (950) = 1.200 O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse período seria, portanto, de $ 1.200, e o valor do estoque final, de $ 950, ou seja, o primeiro baseado nas compras mais novas e este último, nas compras mais antigas. Neste método Data Entrada Saída Saldo Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unit. $ Total $ Unit. $ Total $ Unit. $ Total $ XX/XX 20 25 500 XX/XX 20 30 600 - - - 20 25 500 20 30 600 40 1.100 XX/XX - - - 20 25 500 10 30 300 10 30 300 30 800 XX/XX - - - 10 30 300 10 25 250 10 25 250 20 550 XX/XX 30 35 1.050 - - - 10 25 250 30 35 1.050 40 1.300 XX/XX - - - 10 25 250 - - - 10 35 350 20 35 700 SOMA 50 1.650 40 1.200 30 950 www.esab.edu.br 37 Média ponderada móvel É o método mais usado no Brasil e consiste em avaliar o estoque pelo custo médio de aquisição apurado em cada entrada de mercadoria, ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas anteriormente existentes, ou seja, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pelas compras de outras unidades por um preço diferente. Dessa forma, evita a necessidade de controle de custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Nesse sistema, cada entrada a custo unitário de aquisição diferente do custo médio anterior implica ajuste do custo médio. Como o custo médio resulta da divisão do saldo monetário pelo saldo físico, cada saída, no entanto, que mantenha inalterado o custo médio, altera o fator de ponderação, influindo assim no cálculo do custo médio na entrada seguinte (ÍUDICIBUS, 2010). Vejamos um exemplo: aplicando aquela mesma movimentação a este último critério, logo temos a ficha de controle de estoque no critério média móvel ponderada: Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 unidades e apresenta um custo de: CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (994) = 1.156 O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse período seria, portanto, de $ 1.650, e o valor do estoque final, de $ 994, ou seja, tanto o custo das saídas como o estoque final terão valores www.esab.edu.br 38 médios de compras, pois há influência não só do preço, mas também das quantidades de compras. Este método guarda maior conformidade com a evolução de preços e, todavia, é bem mais realista para períodos inflacionários (CHAGAS, 2014). Custo específico ou identificado Nesse método, a empresa controla o custo específico de cada item comprado ou vendido, ou seja, valoriza cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago, sendo adequado apenas para mercadorias de preço elevado e de pouca rotação, ou o valor, ou a própria característica da mercadoria ou material que permita. Temos por exemplo, tratores, automóveis, sabendo-se assim quanto custou cada unidade em caso de venda, para proceder à baixa do estoque por seu custo específico (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Comparação entre os métodos aceitos pelo Fisco No exemplo utilizado para apresentar os métodos aceitos pelo Fisco, suponhamos que as vendas tenham sido: 10 unidades a $ 40 = $ 400 20 unidades a $ 45 = $ 900 10 unidades a $ 55 = $ 550 $ 1.850 www.esab.edu.br 39 Comparando os resultados obtidos, como se todas as saídas fossem de vendas e não de requisição para consumo na produção (para melhor entendimento), temos: Peps ou Fifo $ Média Ponderada $ Vendas 1.850 1.850 (-) Custo das Vendas 1.100 1.156 Resultado 750 694 Estoque Final 1.050 994 Com este comparativo, vê-se claramente que, ao supor que duas empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas condições (quantidades e preços), suas situações reais seriam as mesmas, com a mesma quantidade em estoque, porém os resultados obtidos seriam diferentes, em decorrência dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos se baseassem no custo de aquisição. Contudo, no período seguinte, haverá, para cada critério, um valor de estoque inicial diferente. Portanto, no PEPS existirá um valor maior a ser baixado dos estoques, o que fará a redução do lucro no período seguinte. Com isso, tende a haver uma compensação período após período, pois quando todo o estoque tiver sido baixado, o lucro total será igual em qualquer dos critérios utilizados. Em relação ao valor a ser atribuído às devoluções, observa-se que o valor da devolução ao fornecedor será o mesmo pelo qual houver sido registrada a compra das mercadorias devolvidas; e o valor da devolução de cliente será aquele pelo qual foi registrada a respectiva saída, sendo irrelevante o preço médio (se este for o critério de avaliação de estoque adotado) vigente na data do registro da devolução. Cabe ressaltar que o lançamento da devolução implica ajuste no custo médio, em virtude da alteração nos saldos físico e monetário, mas não há necessidade de se refazer a ficha de estoque, recalculando toda a www.esab.edu.br 40 movimentação a partir da data da compra ou venda, conforme o caso na prática. Logo, o inventário deve abranger, como regra geral, todas as mercadorias de propriedade da empresa, quer estejam em seu poder, quer sob custódia de terceiros, excluídas, porém, as mercadorias de propriedade de terceiros queestejam em poder da empresa. Conclui-se, então, que a inclusão de mercadorias no inventário deve basear-se, como regra geral, no critério da propriedade e não no da posse. Chegamos ao final de mais uma unidade e você conheceu sobre os métodos de apuração de custo e como as fichas de controle de estoque auxiliam na apuração do estoque final e no custo do produto vendido. Na próxima unidade, estudará sobre os estoques no comércio. Dica Na realização do inventário, deve- se observar que a mercadoria que está em trânsito do vendedor para a empresa, ou em trânsito da empresa para o comprador. Nesses casos, as condições contratuais e o momento exato da liberação e despacho é que vão determinar a inclusão ou não da mercadoria no inventário da empresa. www.esab.edu.br 41 5 Estoques - Comércio Objetivo Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas operações que envolvem a comercialização de mercadorias e o valor da mercadoria. Continuando nossos estudos sobre estoques, vamos nos aprofundar na operação comercial e no valor da mercadoria. Em sentido estrito, o comércio é definido como atividade composta por compras e vendas de mercadorias ou produtos entre pessoas físicas ou jurídicas, por valores expressos em moeda (CHAGAS, 2014). Diversas são as operações que envolvem estoques de mercadorias, as quais, contabilmente, devem ser registradas em contas apropriadas, possibilitando dessa forma o controle das operações e a elaboração das demonstrações financeiras (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Os fatos contábeis relacionados aos estoques de mercadorias, ao serem escriturados, obedecerão aos sistemas de controle de estoques adotados pela empresa, independentemente de ser, o sistema periódico ou permanente de controle de estoques. Os registros contábeis podem ter foco tanto do ponto de vista do comprador, quanto do vendedor (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). Podem-se destacar como principais operações relacionadas aos estoques de mercadorias no comércio sendo: as compras de mercadorias, vendas de mercadorias, importações de mercadorias, exportação de mercadorias, demonstração de mercadorias, conserto de mercadorias, operações de consignação de mercadorias, descontos financeiros, descontos incondicionais, devoluções de vendas e de compras (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011). E pode-se definir mercadoria como todo bem móvel adquirido para revenda por estabelecimento comercial ou industrial (RIBEIRO, 2013). www.esab.edu.br 42 E em uma empresa comercial, sua atividade operacional pode ser caracterizada pela compra e venda de mercadorias e quando a empresa realiza uma venda, independentemente de ser à vista ou a prazo, tem-se o surgimento de uma receita bruta e uma despesa, que aparece por meio do custo da mercadoria vendida (CMV). Principais operações com mercadorias – Compras As operações com mercadorias nas compras são representadas pela aquisição de matéria-prima, materiais auxiliares ou mercadorias para revenda. O custo de aquisição unitário da compra de determinado tipo de estoque é obtido pelo valor total das mercadorias compradas, líquido de impostos, inclusive seguros e fretes, dividido pela quantidade adquirida (GOMES, SANTOS, & SCHMIDT, 2011). Além disso, caso a operação esteja sujeita ao Imposto sobre as Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), à medida que ele seja recuperável, não deve integrar os estoques, mas uma conta do ativo denominada ICMS a recuperar. O ICMS é um imposto diferencial, isto é, pode obter um valor a recolher por meio do calculado pelo valor obtido pela diferença entre os preços de venda e de compra dos itens. Entretanto, a sistemática fiscal de recolhimento permite que o imposto sobre as compras de um período seja recuperado em função das vendas no mesmo período, mesmo que as mercadorias vendidas não sejam as mesmas que foram compradas nesse período. Assim, quando o produto é comprado, ele paga pela mercadoria mais impostos. O grande problema é que as mercadorias carregam impostos indiretos que são pagos, indistintamente, sem levar em conta a classe social, de modo que não há diferença na hora de desembolsar do caixa. www.esab.edu.br 43 Exemplo: Vamos supor que uma determinada empresa deseja vender um produto X da seguinte forma: Custo – R$ 58,00 Lucro – R$ 24,00 Considerando esses dados, a empresa deveria vender o produto X por R$ 82,00 para satisfazer sua meta de lucro. Observe que para vender tal produto há de considerar a incidência de ICMS de 18 %. Qual será o preço de venda? Preço (P) ? %ICMS 18% Custo (C) R$ 58,00 Lucro (L) R$ 24,00 Logo, deverá ser um preço tal que subtraia os 18 % de ICMS, o custo de R$ 58,00 e reste um lucro de R$ 24,00, então: P – 0,18 x P – R$ 58,00 = R$24,00 0,82 x P = R$ 24,00 + R$ 58,00 0,82 x P = R$ 82,00 P = R$ 82,00/ 0,82 P = R$ 100,00 www.esab.edu.br 44 Percebe-se, de forma mais clara, que o comprador adquire o seguinte: Logo, quando determinada empresa compra matéria-prima, embalagem ou mercadoria para revenda pelo preço de R$ 100,00, este valor é composto por uma parte que é mercadoria e vai para o estoque e a outra é crédito de ICMS que, neste momento, é ativado como crédito tributário, então, um direito. Chegamos ao final de mais uma unidade e verificamos a composição do preço dos produtos comercializados, uma vez que seu preço é composto pelo valor da mercadoria e parte de imposto. Na próxima unidade, vamos verificar como é contabilizado essas informações. www.esab.edu.br 45 Resumo Na unidade 1, você teve a oportunidade de iniciar seus estudos, conhecendo os conceitos de estoques e sua normatização. Os estoques compreendem bens adquiridos e podem ser conceituados como ativos na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços pela empresa, ou ainda que estejam em processo de produção para venda e também nos ativos mantidos para a venda no curso normal dos negócios. Em relação à mensuração de estoque, o CPC 16 afirma que os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Na unidade 2 conhecemos o plano de contas, que constitui uma ferramenta indispensável no desenvolvimento do processo contábil e representa um conjunto de contas, diretrizes e normas, que disciplina as tarefas do setor de contabilidade, cujo objetivo é uniformizar os registros contábeis. E o subgrupo estoque que apresenta diversas titulações de contas. Ainda relacionado aos estoques, na unidade 3, estudamos sobre o inventário e vimos que este compreende o processo de verificação de uma correta determinação da quantidade física dos estoques na empresa na data do balanço, nos quais se incluem os estoques de matérias-primas, as mercadorias para revenda, os produtos industrializados, materiais auxiliares, entre outros. Vimos, também, dois tipos de inventário: o permanente e o periódico. Na unidade 4, avançamos mais um pouco e vimos os principais critérios para determinar o valor dos estoques em determinada data, sendo o: PEPS, UEPS, Média Ponderada móvel e Custo específico ou identificado. www.esab.edu.br 46 Por fim, estudamos, na unidade 5, o tratamento contábil aplicado às diversas operações que envolvem a comercialização de mercadorias e no valor da mercadoria. As operações com mercadorias nas compras são representadas pela aquisição de matéria-prima, materiais auxiliares ou mercadorias para revenda. O ICMS é um imposto diferencial, isto é, pode obter um valor a recolher por meio do calculado, pelo valor obtido pela diferença entre os preços de venda e de compra dositens. www.esab.edu.br 47 6 Contabilização de Comércio com Icms Objetivo Aprender a realizar contabilidade nas operações de compras com incidência de ICMS. Na unidade 5, estudamos conceitos relacionados à composição do valor de um produto comercializado, que é composto por valores da mercadoria e do imposto. Agora, vamos aprender a realizar as contabilizações no Balanço Patrimonial. O custo de aquisição de determinado tipo de mercadorias para o estoque é obtido pelo valor das mercadorias compradas, líquidos dos impostos, inclusive seguros e fretes, divididos pela quantidade adquirida. Além disso, caso a operação esteja sujeita ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e sobre a prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações (ICMS), à medida que ele for recuperável, não deve compor os estoques, mas debitado na conta ICMS a recuperar (GOMES, SANTOS, & SCHMIDT, 2011). Vamos retomar o exemplo da unidade anterior, onde determinada empresa deseja vender um produto X cujo custo valor da mercadoria é R$ 82,00 e o valor do ICMS é R$ 18,00, valor final de venda R$ 100,00. www.esab.edu.br 48 O preço de revenda é de R$ 100,00, então, o valor é composto por uma parte que é mercadoria e vai para o estoque e a outra é crédito de ICMS que, neste momento, é ativado como crédito tributário, logo, um direito. Esse crédito será reconhecido no Balanço Patrimonial do comprador pela conta ICMS a Recuperar. Salvo exceções previstas em lei que não contemplem o crédito tributário. Cabe ressaltar que a compra realizada pela empresa comercial de seus fornecedores pode ser à vista ou a prazo. Os lançamentos poderiam ser feitos em três hipóteses: Exemplo 1: compra de mercadoria com pagamento à vista; Débito: Estoque - Compra R$ 82,00 Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00 Crédito: Caixa R$ 100,00 Exemplo 2: compra de mercadoria com pagamento a prazo; Débito: Estoque - Compra R$ 82,00 Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00 Crédito: Fornecedor R$ 100,00 Exemplo 3: compra de mercadoria com 50% do pagamento à vista e 50% a prazo; Débito: Estoque - Compra R$ 82,00 Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00 Crédito: Fornecedor R$ 50,00 Crédito: Caixa R$ 50,00 www.esab.edu.br 49 Já a demonstração dessa situação no Balanço Patrimonial, seria: No exemplo 2, quando do pagamento do fornecedor em dinheiro na data do vencimento da duplicata, o registro contábil deverá ser: Débito: Fornecedor R$ 100,00 Crédito: Caixa R$ 100,00 Caso haja um atraso no pagamento, ou seja, pago após a data de vencimento, provavelmente será exigido pelo fornecedor o pagamento de juros. Supondo que os juros cobrados forem de R$ 20,00, o registro contábil será: Exemplo 1 Ativo Passivo Caixa - Estoque R$82,00 ICMS a Recuperar R$18,00 Patrimônio Líquido Capital Social R$100,00 Total R$100,00 Total R$100,00 Exemplo 2 Ativo Passivo Caixa R$100,00 Fornecedor R$100,00 Estoque R$82,00 ICMS a Recuperar R$18,00 Patrimônio Líquido Capital Social R$100,00 Total R$200,00 Total R$200,00 Exemplo 3 Ativo Passivo Caixa R$50,00 Fornecedor R$50,00 Estoque R$82,00 ICMS a Recuperar R$18,00 Patrimônio Líquido Capital Social R$100,00 Total R$150,00 Total R$150,00 www.esab.edu.br 50 Débito: Fornecedor R$ 100,00 Débito: Despesas com Juros (despesa financeira) R$ 20,00 Crédito: Caixa R$ 120,00 Dica Caso a operação apresentada no exemplo 1 estivesse sujeita à substituição tributária do ICMS, ou seja, o fornecedor já tivesse destacado na nota e recolhido seu ICMS normal, bem como o ICMS referente à substituição tributária, o ICMS representaria custo para empresa adquirente e o registro da compra seria o valor total da nota fiscal Débito: Estoques – compra R$ 100,00 Crédito: Caixa/ Banco R$ 100,00 Assim, chegamos ao fim de mais uma unidade, em que aprendemos sobre as contabilizações da compra com o imposto ICMS. Na próxima unidade, iremos estudar os impostos indiretos IPI, PIS e COFINS que incidem sobre as compras. www.esab.edu.br 51 7 Estoques – Contabilizações de Comércio com IPI, PIS e COFINS Objetivo Aprender sobre a incidência dos tributos incidentes sobre compra, IPI, PIS e COFINS e suas contabilizações. Na unidade anterior estudamos a incidência do imposto ICMS sobre a compra de mercadoria e, nesta unidade, estudaremos os outros tributos que incidem em uma operação com mercadorias como IPI, PIS e COFINS. Cabe ressaltar que a adoção do princípio da não cumulatividade determinada pela Constituição Federal/1988 é para o ICMS, que estudamos na unidade anterior, determinada em seu art. 155, § 2º, Inciso I, mas também para o Imposto sobre produtos industrializados – IPI e determina em seu art. 153, § 3º, inciso II, que os valores devidos em cada operação serão compensados com o montante cobrado nas operações anteriores. Desse modo, o IPI incide nas compras dos materiais que irão integrar o processo de fabricação. A Contabilização do IPI é semelhante à do ICMS (RIBEIRO, 2013). Além dessa previsão legal, há também outros dois tributos que tiveram a implementação da não cumulatividade, sendo para o Programa de Integração Social (PIS), por meio da Lei nº 10.637/02 e para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS), por meio da Lei nº 10.833/03, são modalidades de tributos que em geral devem recolher mensalmente ao Governo Federal (RIBEIRO, 2013). Existem dois regimes de incidência dessas contribuições: Cumulativo e não cumulativo. O regime cumulativo, as entidades calculam mensalmente os valores das contribuições mediante a aplicação de alíquotas fixadas pelo governo sobre as bases de cálculos, também fixadas pelo governo e recolhem os referentes valores aos cofres públicos no mês seguinte ao da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Já no regime não cumulativo, além das importâncias dos relativos tributos devidas por www.esab.edu.br 52 entidades em decorrência de transações realizadas com elas (RIBEIRO, 2013). Em síntese, se a empresa for contribuinte de ICMS, IPI, PIS e COFINS Não Cumulativo, na aquisição de mercadoria que apresentar incidência desses tributos, a empresa os recupera, e serão compensados quando da venda de mercadorias. O Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) é um imposto por fora, pois não está embutido no valor da operação. Logo, para apurarmos o valor do IPI temos o valor da operação vezes a alíquota de IPI, sua competência é de esfera Federal. Assim temos: Exemplo 1 Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação (+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%) = Total da Nota Fiscal R$ 110,00 Outro exemplo é quando uma indústria compra de outra empresa industrial. Compra mercadorias diretamente da indústria que tem o IPI incluído nos custos e o ICMS. Exemplo 2 Nas Indústrias, pelas compras de mercadoria: 12.000,00, com 10% de IPI e 17% de ICMS, à vista. A contabilização seria: Débito: Estoque - Mercadorias R$ 9.960 Débito: ICMS a Recuperar R$ 2.040 Débito: IPI a Recuperar R$ 1.200 Crédito: Caixa R$ 13.200 www.esab.edu.br 53 No entanto, caso a compra de mercadorias diretamente da indústria fosse realizada pelo comércio, não é possível tomar crédito de IPI, por ser empresa comercial, ou seja, compõe o valor do estoque. Exemplo 3 Valor da mercadoria: 12.000,00, com 10% de IPI e 17% de ICMS, à vista, na empresa comercial. Seria o cálculo: Mercadoria R$ 12.000 (-) ICMS R$ (2.040) (+) IPI R$ 1.200 = Custo da MercadoriaR$11.160 Os lançamentos, faz-se: Débito: Estoque - Mercadorias R$ 11.160 Débito: ICMS a Recuperar R$ 2.040 Crédito: Caixa R$ 13.200 Diferença entre IPI e o ICMS A diferença entre o ICMS e o IPI é basicamente a seguinte: O ICMS é um imposto por dentro, pois está embutido no valor da operação; já o IPI é um imposto por fora, pois não está embutido no valor da operação. Para melhor compreender, tomamos como base o exemplo 1. Exemplo 4: Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação (+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%) www.esab.edu.br 54 = Total da Nota Fiscal R$ 110,00 ICMS (alíquota de 18%) R$ 18,00 (100 X 18%) Base de cálculo de IPI = valor da operação = R$ 100,00 Base de cálculo de ICMS = valor da operação = R$ 100,00 Então, com o advento das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estão sujeitas ao PIS e a CONFINS não cumulativa, os quais geram créditos sobre as compras de mercadorias, matérias-primas, materiais secundários; nessa hipótese, supondo-se que a empresa seja tributada pelo lucro real, a operação apresentada no Exemplo 4 teráum crédito de PIS não cumulativo de R$ 1,65 (100 × 1,65%) e um crédito de Confins de R$ 7,60 (100 × 7,6%). Exemplo 4: Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação (+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%) = Total da Nota Fiscal R$ 110,00 ICMS (alíquota de 18%) R$ 18,00 (100 X 18%) PIS (alíquota de 1,65%) R$ 1,65 COFINS (alíquota de 7,6%) R$ 7,60 Logo, o registro contábil da mercadoria e dos tributos recuperáveis incidentes sobre a compra de mercadorias, na hipótese de ser à vista, o pagamento do exemplo 4, seria: Débito: Estoque - Compra R$ 72,75 Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00 Débito: IPI a Recuperar R$ 10,00 Débito: PIS a Recuperar R$ 1,65 Débito: COFINS a Recuperar R$ 7,60 Crédito: Caixa R$ 110,00 www.esab.edu.br 55 Caso a compra realizada pela empresa tributada pelo lucro real fosse a prazo, os registros contábeis seriam: Débito: Estoque - Compra R$ 72,75 Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00 Débito: IPI a Recuperar R$ 10,00 Débito: PIS a Recuperar R$ 1,65 Débito: COFINS a Recuperar R$ 7,60 Crédito: Fornecedores R$ 110,00 Já a demonstração dessa situação para compra à vista no Balanço Patrimonial, seria: Já a demonstração dessa situação para compra a prazo no Balanço Patrimonial, seria: Exemplo 4 Ativo Passivo Caixa - Estoque R$72,75 ICMS a Recuperar R$18,00 IPI a Recuperar R$10,00 PIS a Recuperar R$1,65 COFINS a Recuperar R$7,60 Patrimônio Líquido Capital Social R$110 Total R$110,00 Total R$110,00 Exemplo 4 Ativo Passivo Caixa R$110,00 Fornecedor R$110,00 Estoque R$72,75 ICMS a Recuperar R$18,00 IPI a Recuperar R$10,00 PIS a Recuperar R$1,65 COFINS a Recuperar R$7,60 Patrimônio Líquido Capital Social R$110 Total R$220,00 Total R$220,00 www.esab.edu.br 56 Nesta unidade, conhecemos outros tributos que incidem sobre as operações de mercadoria. Cabe ressaltar que é imprescindível observar o tipo de regime de tributação que a empresa está e para qual finalidade é a mercadoria, para pode realizar o registro contábil e dos créditos fiscais corretamente. Na próxima unidade, vamos estudar os fatos que alteram os valores das compras. Dica Quadro de resumo dos tributos Quadro 5 – Quadro de resumo de tributos Fonte: Elaborado pela autora (2018). www.esab.edu.br 57 8 Operações que afetam uma compra Objetivo Identificar os fatos que alteram os valores das compras e seus devidos ajustes. Continuando nossos estudos sobre compras, vamos nos aprofundar nas transações mercantis que afetam o valor da compra para a sua devida contabilização. O custo de aquisição das mercadorias que irão compor os estoques das empresas comerciais, nem sempre corresponderá ao valor pago ao fornecedor. Esse valor poderá ser maior ou menor do que o valor pago ao fornecedor, conforme item 11 do CPC 16, que apresenta que o custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (inclusive os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. E que deve ser excluído do custo de aquisição, os descontos comerciais, abatimentos, os tributos recuperáveis, juros embutidos nas operações de compras a prazo e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição (RIBEIRO, 2013). Os fretes e seguros sobre compras representam as importâncias pagas pela empresa compradora de mercadorias para revenda, matérias auxiliares e matéria-prima diretamente ao fornecedor ou a uma terceira empresa que efetuou o transporte das mercadorias, desde o estabelecimento do fornecedor até a sede da empresa (RIBEIRO, 2013 e GOMES; SANTOS; SCHMIDT, 2011). O respectivo montante integra o valor do custo das mercadorias, rateado nas unidades adquiridas na compra. Os descontos incondicionais obtidos compreendem aqueles que as empresas ganham dos fornecedores, no momento em que efetuam compras de mercadorias. E são destacados na própria nota fiscal, e não há www.esab.edu.br 58 imposição de alguma condição por parte da empresa para poder oferecê- los aos clientes no ato da venda (RIBEIRO, 2013). Mas oferece em função de outros fatores, tais como, uma grande quantidade adquirida ou simplesmente por ser uma cliente preferencial. Como se trata de um desconto ofertado no ato da venda, aparece na nota fiscal. Em caso de devolução, o valor do desconto é proporcional à operação de devolução de mercadorias e deve aparecer na nota fiscal de devolução. As compras anuladas ou devoluções de compras é o ato de devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas que retornam ao fornecedor, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra, por exemplo, quando recebemos as mercadorias com avarias no transporte, ou simplesmente não corresponde ao pedido, ou ainda, por qualquer outro fator que não atende as expectativas do cliente (RIBEIRO, 2013). A baixa na ficha de estoques terá que ser realizada pelo preço unitário específico da entrada (custo unitário menos ICMS mais fretes). Os abatimentos sobre compras acontecem quando a empresa, tendo recebido mercadorias adquiridas de fornecedores, identifica que as referidas mercadorias não atendem as expectativas da empresa, por diversos motivos, podendo devolver total ou parcialmente as mercadorias. No entanto, havendo interesse em ficar com as mercadorias, poderia solicitar ao fornecedor que conceda um abatimento. Esse abatimento ocorre no preço de compra, não precisando devolver as mercadorias ao fornecedor, mas irá pagar um valor menor que o constante na nota fiscal de compra ao fornecedor (RIBEIRO, 2013). Os juros embutidos nas compras a prazo, devem obedecer à Lei nº 6.404/1976, em consonância com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) que disciplina que nas compras a prazo decorrentes de operação de longo prazo serão ajustadas a valor presente, sendo as demais quando houver efeito relevante. Considera-se que normalmente o preço que o comprador pagará ao fornecedor é superior ao preço que pagaria se efetuasse a compra da mesma mercadoria à vista. Logo, a diferença entre o preço de compra a prazo e o preço de compra à vista é o custo do financiamento e, por esse motivo, deve ser reconhecido como despesa de juros durante o período de financiamento (RIBEIRO, 2013). www.esab.edu.br 59 Vamos exemplificar: suponha a compra de mercadorias, a prazo, no valorde R$ 1.000,00 e juros embutidos pelo fornecedor de R$ 100,00. A forma de pagamento será em 10 parcelas mensais iguais de R$ 100,00. A contabilização do fato no dia da compra: Débito: Mercadorias R$ 900,00 Débito: Ajuste a Valor Presente R$ 100,00 C: Fornecedor R$ 1.000,00 Observe que a conta “Ajuste a Valor Presente”, neste caso, representa uma despesa financeira antecipada ou a apropriar e é redutora da conta Fornecedores e no Balanço Patrimonial figurará: Passivo Circulante Fornecedores R$ 1.000,00 (-) Ajuste a Valor Presente (R$ 100,00) Saldo R$ 900,00 Para contabilizar o pagamento da primeira parcela, será preciso calcular o valor dos juros embutidos em cada parcela, conforme Pronunciamento Contábil CPC 16. Os juros são calculados em base exponencial “pro rata dia” este cálculo deve ser feito em calculadoras científicas e aqui vamos assumir que o valor dos juros embutidos na primeira parcela tenha sido R$ 10,00. A contabilização do pagamento seria: Débito: Fornecedor Crédito: Caixa R$ 100,00 Para a baixa do valor dos juros registrados na conta redutora “Ajuste a Valor Presente” para integrá-lo no resultado do exercício atual, temos: Débito: Despesas Financeiras Crédito: Ajuste a Valor Presente R$ 10,00 Nesta unidade, tivemos a oportunidade de estudar os fatos que alteram os valores de compras, percebendo os efeitos que esses ajustes podem causar. Na unidade 9, vamos estudar sobre vendas e os valores que alteram os valores de vendas. www.esab.edu.br 60 9 Venda e Operações que afetam uma venda Objetivo Conhecer a principal fonte de receita das empresas e suas operações que afetam suas vendas. Nas unidades anteriores, estudamos sobre compras e suas operações. Nesta unidade, vamos estudar sobre as vendas e suas particularidades. As vendas de mercadorias versam a principal fonte de receita das empresas comerciais. Como ocorre com as compras, as vendas podem ser efetuadas à vista ou a prazo. Se for à vista, a empresa recebe no ato da venda o valor das mercadorias, mas se a venda for a prazo, ela passa a ter um direito a receber, no futuro, o valor das mercadorias transacionadas (RIBEIRO, 2013). Em caso de venda à vista, suponhamos que uma determinada empresa comercial tenha vendido mercadorias no valor de R$ 300,00, à vista. A contabilização desta venda seria registrada no livro diário como: Débito: Caixa (ativo) Crédito: Vendas de Mercadoria (ativo) R$ 300,00 Logo, se a empresa adota o inventário permanente, que possibilita o controle instantâneo dos estoques a cada compra e a cada venda, ou até devoluções, uma vez que é preciso saber o valor do custo das mercadorias que estão sendo vendidas ou recebidas em devolução, podendo assim baixar ou integrar novamente o respectivo custo de estoques. Vamos supor que o custo da mercadoria vendida por R$ 300,00 foi de R$ 220,00, os lançamentos a serem efetuados. O lançamento do pagamento e reconhecimento das receitas de vendas de mercadorias: Débito: Caixa (ativo) Crédito: Vendas de Mercadoria (Resultado) R$ 300,00 www.esab.edu.br 61 O lançamento da baixa do estoque pelo custo da mercadoria vendida: Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (Resultado) Crédito: Estoque (ativo) R$ 220,00 Assim, percebe-se que na venda é necessário efetuar dois lançamentos: um para registrar o valor da receita bruta de vendas e outro para registrar a baixa de estoques, pelo valor do custo das mercadorias vendidas (RIBEIRO, 2013). Quando as vendas forem a prazo, o registro contábil será bem semelhante ao das vendas de mercadorias à vista, o que será alterado é que a conta a ser debitada não será caixa, mas sim, Clientes ou Duplicata a Receber. Logo, se determinada empresa comercial tenha vendido mercadorias no valor de R$ 300,00, a prazo, a contabilização desta venda seria registrada no livro diário como: Débito: Clientes (ativo) Crédito: Vendas de Mercadoria (Resultado) R$300,00 O lançamento da baixa do estoque pelo custo da mercadoria vendida: Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (Resultado) Crédito: Estoque (ativo) R$ 220,00 Os fatos que alteram os valores de vendas: A receita obtida com a venda de mercadorias, nem sempre corresponde ao valor total cobrado pelo cliente, ou seja, são as deduções das vendas. No valor da venda, poderão estar embutidos tributos que devem ser repassados ao governo, juros de financiamento pela venda a prazo, entre outros. De acordo com os itens 9 e 10, do Pronunciamento Técnico CPC 30, a receita deve ser mensurada pelo valor justo da contraprestação recebida ou a receber, deduzida de quaisquer descontos comerciais e/ou bonificações concedidas ao cliente, sendo vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas (IUDÍCIBUS, 2010; RIBEIRO, 2013). Os fatos que interferem no valor das vendas são: Vendas anuladas ou devoluções de vendas São as devoluções totais ou parciais recebidas pelas empresas de seus clientes, por motivos desconhecidos no momento das vendas (RIBEIRO, 2013). www.esab.edu.br 62 Adotemos como exemplo: Foi recebido de um cliente determinado, em devolução, mercadorias no valor de R$ 6.000,00, vendidas anteriormente ao cliente. Vamos considerar que a importância tenha sido restituída ao cliente em dinheiro e que o custo das referidas mercadorias vendidas correspondeu a R$ 4.000,00. O registro no livro diário corresponde, a: Reembolso ao cliente, em decorrência da devolução: Débito: Vendas anuladas (Resultado) Crédito: Caixa (Ativo) R$ 6.000,00 E quanto ao retorno das mercadorias ao estoque da empresa: Débito: Estoque de mercadorias (Ativo) Crédito: Custo das Mercadorias Vendidas (Resultado) R$ 4.000,00 Abatimentos sobre Vendas Ocorre quando os clientes, ao receberem as mercadorias adquiridas, percebem alguma irregularidade (avarias em decorrência de transporte, o produto não corresponde ao pedido, entre outros), e eles poderão devolver total ou parcial as mercadorias ou então solicitar um abatimento no preço do custo (RIBEIRO, 2013). Nesse caso, o abatimento representa uma redução no valor da receita bruta de vendas e não há o retorno das mercadorias para a empresa, logo, não há de se falar em reintegrar ao estoque o valor do custo. Vamos supor que as vendas realizadas a determinado cliente chegaram com avarias no seu destino, e em decorrência dessas avarias a empresa concedeu um abatimento no valor de R$ 1.000,00. O Valor da venda da nota fiscal n° 22 foi de R$ 8.000,00, e a venda foi efetuada a prazo. E o custo das mercadorias vendidas correspondeu a 70% do preço da venda. O registro no livro diário corresponde, a: Débito: Abatimento sobre vendas (Resultado) Crédito: Clientes (Ativo) R$ 1.000,00 Descontos Incondicionais concedidos Ocorre independentemente de qualquer condição que possa surgir após a emissão da nota fiscal, a empresa pode oferecer descontos e destacando- os nas notas fiscais de venda. Cabe destacar que a contabilização do www.esab.edu.br 63 desconto incondicional concedidos é desnecessária, embora nada impeça que seja contabilizado (RIBEIRO, 2013). Vamos supor que as vendas realizadas a determinado cliente, conforme nota fiscal nº 23, no valor de R$ 8.000,00, tendo sido concedido desconto incondicional, destacado na própria nota fiscal, no valor de R$ 900,00. E o custo das mercadorias vendidas correspondeu a R$ 6.000,00. O registro no livro diário corresponde, a: Débito: Caixa R$ 7.200,00 Débito: Descontos Incondicionais Concedidos R$ 800,00 Crédito: Vendas de Mercadorias R$8.000,00 Fretes sobre vendas Quando o valor do frete e seguros calculados sobre vendas for devido ou pago pela empresa vendedora (fornecedor), objetivando utilizá-lo como diferencial mercadológico, ele será considerado
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