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Contabilidade 
Intermediária ICIÊNCIAS CONTÁBEIS
Contabilidade 
Intermediária I
Vila Velha (ES)
2018
Diretor Geral 
Nildo Ferreira
Superintendente:
Edvaldo Luís Biancarelli
Secretário Geral: 
Aleçandro Moreth
Coordenador Acadêmico de Educação a Distância:
Edvaldo Luís Biancarelli
Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis:
Giuliana Bronzoni Liberato
Produção do Material Didático-Pedagógico
 Escola Superior Aberta do Brasil - Equipe Multidisciplinar
Coordenador:
Edvaldo Luís Biancarelli
Membros:
Felipe Silva Lopes Caliman
Rayron Rickson Cutis Tavares
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Apresentação 
Caro estudante,
Seja bem-vindo à disciplina de Contabilidade Intermediária I.
O objetivo desta disciplina é lhe inserir no campo de estudos da Con-
tabilidade Intermediária I das organizações e, para isso, iremos oferecer 
a base necessária para que você compreenda gradativamente todo o 
universo que envolve a ciência contábil e aprenda de fato. Nesta disci-
plina, você irá dar continuidade dos estudos iniciados na Contabilida-
de Básica de temas contábeis envolvendo operações típicas aplicadas às 
empresas em geral.
Para isso, utilizamos importantes autores de Contabilidade Interme-
diária, como Chagas (2014), Gomes, Santos, & Schmidt (2011), Iudí-
cibus et. al. (2010), Ribeiro ( 2013) e alguns Pronunciamentos Contá-
beis CPC´s, que apresentam uma metodologia fácil, também uniforme 
ao longo da apresentação dos principais conceitos e contabilizações 
envolvendo diversas operações empresariais.
Para organizar a distribuição e facilitar a leitura, dividimos a disciplina 
em 30 unidades.
As unidades, por sua vez, estão divididas em: Estoques (unidades 1 a 
7), Operações que afetam compra e venda (unidades 8 e 9), Tributos 
(unidades 10 a 12), Resultado da conta Mercadorias (unidade 13), 
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (unidade 14), 
Importação e Exportação (unidades 15 e 16), Operações com Pessoal 
– Folha de pagamentos (unidades 17 a 25), Pró-labore (unidade 26), 
Ativo Imobilizado (unidade 27) e Depreciação, Amortização e Exaus-
tão (unidades 28 a 29).
Preparamos para você este material didático com uma linguagem clara 
e objetiva: os assuntos são apresentados em uma ordem sequencial que 
possibilita um aprendizado eficiente. Para que você obtenha um bom 
rendimento em seus estudos, o convidamos a participar ativamente das 
atividades que programamos. Esperamos que você siga em busca desse 
conhecimento!
Objetivo
Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas 
operações que envolvem a comercialização de mercadorias 
e de produtos industriais; registrar as principais operações 
relacionadas aos estoques de mercadorias no comércio;
Conhecer a estrutura da demonstração contábil no balanço 
patrimonial no subgrupo Ativo Imobilizado; entender as contas 
patrimoniais, conforme Pronunciamentos Contábeis CPC’s e 
de acordo com a legislação societária vigente. 
Habilidades e competências
• Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas 
operações que envolvem a comercialização de produtos 
industrializados e mercadorias.
• Registrar as principais operações relacionadas aos estoques de 
mercadoria no comércio e aos produtos na indústria.
• Identificar e calcular as principais vantagens e descontos dos 
empregados
Ementa
Estoque; Plano de contas de estoque; Métodos de avaliação 
de estoques (PEPS, UEPS, PMP); Apuração do custo de 
mercadorias vendidas; Inventário (permanente, periódico); 
receitas, despesas, custos de mercadorias; Apuração de impostos 
sobre vendas de mercadorias e serviços (ICMS, PIS, COFINS, 
ISSQN, IPI); Apuração do resultado; Importação; Exportação; 
Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa; Folha 
de pagamento: vantagens e descontos; Pró-labore; Ativo 
Imobilizado; Depreciação, Amortização e Exaustão. Levando 
em consideração os Pronunciamentos Contábeis CPC’s.
Sumário 
Introdução a Estoque...................................................13
Plano de Contas para o estoque...................................18 
Inventário.....................................................................26
Método de Apuração dos custos...................................32
Estoques - Comércio.....................................................41
Resumo........................................................................45
 Contabilização de Comércio com Icms.........................47
 Estoques – Contabilizações de Comércio com IPI, PIS e 
COFINS..........................................................................51
 Operações que afetam uma compra............................57
Venda e Operações que afetam uma venda..................60
Tributos que incidem sobre venda - ICMS.....................66
Resumo........................................................................71
Tributos que incidem sobre venda – IPI e ISS e sua 
relação com o ICMS......................................................72
Tributos que incidem sobre venda – PIS e COFINS........77
Resultado da Conta Mercadorias..................................83
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 
....................................................................................91
Importação de Mercadorias.........................................96
Resumo........................................................................99
Exportação de Mercadorias........................................101
Operações com Pessoal – Folha de pagamentos........105
Folha de pagamentos – Vantagens com salário e hora
 extra e Compensações...............................................110
Folha de pagamentos – Vantagens com Gratificações, 
Comissões e Férias......................................................115
Folha de pagamentos – Vantagens de décimo terceiro
salário........................................................................121
Resumo......................................................................127
Folha de pagamentos – Vantagens do salário-
maternidade, salário-família e Diárias de viagem 
e ajudas de Custos......................................................129
Folha de pagamentos – Vantagens com os Adicionais: 
Insalubridade, Periculosidade e Noturno....................132
Folha de pagamentos – Descontos INSS.....................137
Folha de pagamentos – Descontos IRRF e FGTS..........141
Folha de pagamentos – Participação dos Empregados 
no Vale transporte e na Alimentação..........................145
Resumo......................................................................149
Pró-labore..................................................................151
Ativo Imobilizado.......................................................154
Depreciação................................................................159
Amortização...............................................................166
Exaustão.....................................................................170
Resumo.......................................................................174
Glossário.....................................................................175
Referências.................................................................178
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1 Introdução a Estoque 
Objetivo
Conceituar a conta estoques e determinar os itens que o compõem.
 
Os estoques compreendem bens adquiridos e podem ser conceituados 
como ativos na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos 
ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços 
pela empresa, ou ainda que estejam em processo de produção para 
venda e também nos ativos mantidos para a venda no curso normal dos 
negócios, conforme Pronunciamento Técnico CPC 16. 
 
Já o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiua Norma 
Brasileira de Contabilidade Técnica – NBC T 3.2, que trata do balanço 
patrimonial, em que também definiu o conceito de estoque, em seu 
subitem 3.2.2.10, alínea c. E descreve que estoque são todos os valores 
referentes às existências de: matérias-primas, mercadorias, materiais 
de consumo, produtos em elaboração, produtos acabados, serviços em 
andamento e também a outros valores relacionados às atividades fins da 
empresa. 
 
Contribui com as afirmações Iudícibus et al. (2010, p. 72): 
“Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital 
circulante e da posição financeira, de forma que sua correta determinação 
no início e no fim do período contábil é essencial para uma apuração 
adequada do lucro líquido do exercício”. 
 
De modo geral, os estoques apresentam bens com valores expressivos 
na composição do patrimônio das entidades e, portanto, os critérios 
adotados para avaliá-los são de extrema importância para a formação do 
seu resultado. Esses valores englobam as mercadorias adquiridas com 
objetivo de utilização mediata ou imediata, todos os bens utilizados na 
produção de seus produtos e também os bens produzidos, seja para a 
finalidade de venda ou de consumo próprio no desenvolvimento de suas 
atividades. 
 
Os estoques, que compreendem bens adquiridos e destinados à venda, 
podem-se incluir, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista 
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para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. E os estoques 
incluem também as matérias-primas e materiais, aguardando utilização 
no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e 
material de consumo. Já no caso de prestador de serviços, os estoques 
devem incluir os custos do serviço, para o qual a entidade ainda não 
tenha reconhecido a respectiva receita, conforme CPC 16. 
 
Em relação à mensuração de estoque, o CPC 16 afirma que os estoques 
devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável 
líquido, dos dois, o menor. 
 
O Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal 
dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos 
gastos estimados necessários para se efetivar a venda. Ou seja, é a quantia 
líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no seu 
curso normal (CPC 16). 
 
Já pelo valor de custo do estoque, devem-se incluir todos os custos de 
aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para 
trazer os estoques à sua condição e localização atuais. 
 
Compreende o custo de Aquisição, segundo o CPC 16: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 - Custo Aquisição
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Custo de Aquisição
Preço de Compra
(+) Imposto de Importação e outros tributos
(+) Impostos não recuperáveis
(+) Custos de Transportes (frete), Seguro Manuseio 
(+) Outros custos diretamente atribuídos à requisição de produtos acabados, mateirais e 
serviços
(-) Descontos comerciais, abatimentos e outros ítens semelhantes
(-) Impostos recuperáveis
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 Compreende o custo de transformação, segundo o CPC 16:
Quadro 2 - Custos de Transformação
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
E compreende outros custos, segundo o CPC 16:
Quadro 3 – Outros Custos
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Cabe ressaltar que há itens que não são incluídos no custo do estoque 
e, portanto, são reconhecidos como despesa do período em que são 
incorridos.
Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos 
como despesa, conforme CPC 16:
 
Quadro 4 – Exemplos 
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Custo de Transformação
Custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de 
produção
Outros Custos
Para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais
Exemplos
Valor anormal de desperdício: de materiais, mão de obra ou outros insumos de produção
Gastos com armazenamento: a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre 
uma e outra fase de produção
Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e 
condição atuais
Despesas de comercialização: incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes
(+) Alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam 
incorridos para transformar os materiais em produtos acabados
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Dicas
 
 
 Então, 
Um ponto importante a destacar é sobre os encargos financeiros de 
empréstimos obtidos, uma vez que a entidade no curso normal de suas 
operações realiza compra de estoques com condição para pagamento 
a prazo. A negociação pode efetivamente conter um elemento de 
financiamento, como, por exemplo, uma diferença entre o preço de 
aquisição em condição normal de pagamento e o valor pago; essa 
diferença de encargos financeiros deve ser reconhecida como despesa de 
juros durante o período do financiamento estoque.
Os encargos financeiros, segundo o CPC 08 - Custos de Transação 
e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, traz que os 
encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de 
transação, prêmios, descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual 
representa a diferença entre os valores recebidos e os valores pagos (ou a 
pagar) a terceiros.
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Mas, cabe ressaltar que há uma exceção, que é o caso do ativo 
qualificável que em circunstâncias específicas os encargos financeiros 
de empréstimos obtidos são incluídos no custo do estoque, com base no 
CPC 20 e não são lançados para despesa, conforme regra geral.
Que é, por exemplo, considerar o tempo substancial de um ativo para 
ficar pronto para seu uso ou venda pretendida.
Em relação à divulgação, destaca-se que as demonstrações contábeis 
devem divulgar as políticas contábeis adotadas na mensuração dos 
estoques, incluindo formas e critérios de valorização utilizados, valor de 
qualquer redução ou reversão de estoques reconhecida no resultado do 
período, entre outros.
Estudos Complementares
Para complementarmos nossos 
estudos sobre as contas do 
estoque, indicamos a leitura do 
Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1), 
disponível. Clicando aqui!
Chegamos ao final da nossa primeira unidade, complementando nossos 
estudos sobre a introdução a estoques, na qual percebemos com detalhes 
o que é a conta estoque, o que a compõe, bem como identificamos a sua 
forma de mensuração. Na próxima unidade, vamos aprofundar nossos 
estudos sobre o elenco de contas que são sugeridas para utilização no 
plano de contas que prevê o subgrupo estoques, sendo normalmente 
utilizadas em estoques de empresas industriais.
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2 Plano de Contas para o estoque
Objetivo
Conhecer o plano de contas e as contas que compõem o estoque.
Depois de conhecer os diversos conceitos de estoque e adquirir 
entendimento sobre a sua mensuração, agora vamos nos aprofundar 
sobre as contas que compõem o estoque e o plano de contas. Para isso, 
vamos nos embasar no Manual de Contabilidade Societária, Iudícibus et 
al. (2010) e Ribeiro (2013).
O plano de contas constitui uma ferramenta indispensável no 
desenvolvimento do processo contábil e representa um conjunto 
de contas, diretrizes e normas, que disciplina as tarefas do setor de 
contabilidade, cujo objetivo é uniformizar os registros contábeis. Desse 
modo, dependendo do porte, o ramo de atividade da empresa e da 
quantidade de informações exigidas pelos usuários, o plano de contas 
pode conter um número de informações maiores ou menores (RIBEIRO, 
2013).Cada empresa deve elaborar seu plano de contas, de acordo com as 
suas particularidades, bem como observar os princípios de contabilidade, 
as instruções contidas na Lei 6.404/76, a legislaçãoespecífica do ramo de 
atividade exercido por cada empresa e também os normativos brasileiros 
de contabilidade provenientes do Conselho Federal de Contabilidade-
CFC (RIBEIRO, 2013).
A Lei 6.404/76, que é a Lei das Sociedades por ações, ao referir-se 
aos estoques, menciona-os como “os direitos que tiverem por objeto 
mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como 
matérias-primas, produtos em fabricação e bens do almoxarifado” 
(IUDÍCIBUS et al, 2010, P. 73).
No entanto, quando se trata de empresas comerciais, os estoques 
seriam tão somente os produtos adquiridos para serem revendidos e 
eventualmente para uma conta de almoxarifado (IUDÍCIBUS et al, 
2010).
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O autor acrescenta que para empresas que são prestadoras de serviços, 
seus estoques seriam materiais ou suprimentos a serem consumidos 
no processo de prestação de serviços. E elas precisam apresentar seus 
estoques de serviços em andamento, o que na prática, infelizmente, as 
empresas prestadoras de serviços costumam tratar seus custos de forma 
inadequada. Por outro lado, há necessidade de utilização de um elenco de 
contas para empresas industriais.
O elenco de contas incide na relação das contas que serão utilizadas 
para o registro dos fatos administrativos responsáveis pela gestão do 
patrimônio da empresa, bem como dos atos administrativos considerados 
relevantes que envolvem titulação (rubrica, nome) e o código de cada 
conta. A estrutura é estabelecida pela Lei 6.404/76 que visa facilitar a 
elaboração das demonstrações contábeis (RIBEIRO, 2013).
Presumindo que os estoques sejam realizados dentro de um ano, ou 
dentro de um ciclo normal de operações, o modelo de Plano de Contas 
prevê o subgrupo de ESTOQUES no Ativo Circulante.
Logo, considerando o conteúdo dos estoques em empresas industriais, 
o subgrupo é apresentado pelas seguintes titulações de contas, conforme 
apresenta Iudícibus et al. (2010, p. 74):
ESTOQUES
Produtos acabados
Mercadorias para revenda
Produtos em elaboração
 Matéria-prima
 Outros materiais diretos
 Mão de obra direta
 Salário
 Prêmios de produção
 Gratificações
 Férias
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 Décimo-terceiro salário
 INSS
 FGTS
 Benefícios a empregados
 Aviso prévio e indenizações
 Assistência médica e social
 Seguro de vida em grupo
 Seguro de acidentes do trabalho
 Auxílio-alimentação
 Assistência Social
 Outros encargos
 Outros Custos Diretos
 Serviços de Terceiros
 Outros
 Custos indiretos
 Material indireto
 Mao de obra indireta
 Salários e ordenados dos supervisores de produção
 Salários e ordenados dos departamentos de produção
 Gratificações
 Férias
 Décimo-terceiro salário
 INSS
 FGTS
 Benefícios a empregados
 Aviso prévio e indenizações
 Assistência médica e social
 Seguro de vida em grupo
 Seguro de acidentes do trabalho
 Outros encargos
 Honorários da diretoria de produção e encargos
 Ocupação
 Aluguéis e condomínios
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 Depreciações e amortizações
 Manutenção e reparos
 Utilidades e serviços
 Energia Elétrica (luz e força)
 Água
 Transporte do pessoal
 Comunicações
 Reproduções
 Refeitório
 Outros Custos
 Recrutamento e Seleção
 Treinamento do pessoal
 Roupas profissionais
 Conduções e refeições
 Impostos e taxas
 Segurança e vigilância
 Ferramentas perecíveis
 Outras
 Manutenção e suprimentos gerais
 Mercadorias em trânsito
 Mercadorias entregues em consignação
 Importações em andamento
 Serviços em Execução
 Almoxarifado
 Adiantamentos a fornecedores
 Perda estimada para redução ao valor realizável líquido (conta
 credora)
 Perda estimada em estoques (conta credora)
 Ajuste a valor presente (conta credora)
 
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Cabe salientar que as contas de estoques incluem segundo Iudícibus et al. (2010):
• PRODUTOS ACABADOS 
São aqueles já terminados e oriundos da própria produção da empresa e 
disponíveis para venda, podendo estar estocados na fábrica, ou em depósitos, ou 
em filiais, ou ainda com terceiros em consignação.
E recebe os débitos pela transferência da conta produtos em elaboração e os 
créditos pelas vendas ou ainda pela transferência para subconta da fábrica para as 
filiais.
•MERCADORIAS PARA REVENDA 
Contempla todos os produtos adquiridos de terceiros para serem revendidos e 
que não sofrerão qualquer processo de transformação na empresa.
 •PRODUTOS EM ELABORAÇÃO
São todas as matérias-primas já requisitadas que estão no processo de 
transformação e todas as cargas de custos diretos e indiretos referentes à produção 
não concluída na data do Balanço.
Ao finalizarem-se os produtos, creditam-se seus custos e estes são transferidos 
para Produtos Acabados, que também recebem os débitos oriundos das cargas de 
apropriação dos custos de produção.
•MATÉRIAS – PRIMAS
Abriga todos os materiais mais importantes e essenciais que sofrem 
transformações no processo produtivo. Sua composição e natureza são 
extremamente diversificadas e dependem de cada tipo de indústria. E 
normalmente, representa um valor significativo em relação total dos custos de 
produção.
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•MATERIAIS DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM
Compreende todos os itens de estoque que se destinam à embalagem do produto 
ou a seu acondicionamento para remessa. Dependendo do tipo de indústria 
particularmente naquelas em que a embalagem é parte integrante do produto, 
esses itens do estoque são, às vezes, classificados, impropriamente, na conta de 
Matérias-primas.
•MATERIAIS AUXILIARES
Engloba os estoques de materiais utilizados no processo industrial, porém de 
menor importância. Esses itens podem ser apropriados diretamente ou não ao 
produto, sendo caracterizados por não terem uma representação expressiva no 
valor global do custo de produção e pela dificuldade de serem identificados 
fisicamente no produto.
•MATERIAS DE MANUTENÇÃO E SUPRIMENTOS GERAIS
São os materiais para manutenção de máquinas, equipamentos, edifícios 
entre outros, e para uso em consertos, manutenção, lubrificação, pintura, 
entre outros. 
•IMPORTAÇÕES EM ANDAMENTO
Contempla os custos já incorridos relativos a importações em andamento 
e as próprias mercadorias em trânsito, quando a condição de compra é 
feita na modalidade FOB, no ponto de embarque, pelo exportador.
•ALMOXARIFADO
Sofre muita variação de uma empresa para outra, em função de suas 
peculiaridades e necessidades. Entretanto, engloba todos os itens de 
estoques de consumo geral, podendo incluir produtos de alimentação do 
pessoal, materiais de escritório, peças em geral e uma variedade de itens..
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•ADIANTAMENTO DE FORNECEDORES 
São os adiantamentos efetuados pela empresa aos fornecedores, 
vinculados a compras específicas de materiais que serão adicionados aos 
estoques quando de seu efetivo recebimento. Quando há o recebimento, 
efetua-se a baixa nesta conta e registra-se o custo total na conta Matérias-
primas, e o eventual saldo a pagar é registrado em Fornecedores (Passivo 
Circulante).
•PERDA ESTIMADA PARA REDUÇÃO AO VALOR 
REALIZÁVEL LÍQUIDO
 É uma conta credora e é classificada como redutora do grupo de 
Estoques, destina-se a registrar o valor dos itens de estoques que 
estiverem a um custo superior ao valor realizável líquido. Essa perda 
estimada não é dedutível para fins fiscais (art. 13 da Lei nº 9.249/95) e 
deve ser reconhecida em conta específica (Despesa com Perda Estimada 
para Redução ao Valor Realizável Líquido).
•PERDAS EM ESTOQUES
Registra as perdas conhecidas em estoques e calculadas por estimativa, 
relativas a estoques deteriorados ou obsoletos e, mesmo, para dar 
cobertura a diferenças físicas, quando tais perdas não puderem ser 
baixadas das próprias contas, pelo fato de não estarem identificados os 
itens específicos epor constituírem estimativas. Essa perda estimada deve 
ser reconhecida em conta específica (Despesa com Perdas Estimadas 
em Estoques), mas não é dedutível para efeitos fiscais, exceto empresas 
editoras, distribuidoras ou vendedoras varejistas de livros, em condições 
específicas.
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•SERVIÇOS EM ANDAMENTO
Registram-se todos os gastos com material, mão de obra e outros 
aplicáveis à realização do serviço. 
Vimos, nesta unidade, a respeito de um elenco de contas sugeridas para 
integrar o subgrupo estoque, bem como seus conceitos. Essas contas 
são utilizadas preferencialmente em empresas industriais e nas demais, 
de acordo com sua necessidade. Na próxima unidade, vamos estudar 
sobre o inventário, que é o processo de verificação da existência física dos 
estoques.
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3 Inventário
Objetivo
Conhecer os sistemas de inventário adotado pelas empresas.
Depois de aprender sobre o plano de contas e conhecer as contas que 
compõem o estoque, chegou a hora de estudar a respeito do inventário e 
de sua importância.
O conceito de inventário, apresentado por Marion (1997), menciona 
que inventário no sentido limitado, faz parte do controle de estoques, 
pois se refere ao processo de verificação das existências dos estoques. 
Por conseguinte, a verificação, a contagem física do bem, in loco, 
caracterizam o inventário.
Assim, o inventário compreende o processo de verificação de uma 
correta determinação da quantidade física dos estoques na empresa na 
data do balanço, nos quais se incluem os estoques de matérias-primas, 
as mercadorias para revenda, os produtos industrializados, materiais 
auxiliares, materiais de consumo e ainda pode conter bens que fazem 
parte do ativo imobilizado da empresa. Outras contas podem ser 
inventariadas, como as contas a pagar e as contas a receber (GOMES, 
SANTOS, SCHMIDT,2011).
Para tanto, a apuração quantitativa depende da existência de controles 
analíticos adequados e mantidos em dia, juntamente com um bom 
sistema de controles internos, de modo a evitar distorções significativas 
nas demonstrações financeiras.
Por consequência, de nada adianta um bom critério de avaliação e de 
custos, se as quantidades estiverem erradas. Os controles quantitativos e 
em valor de estoques devem ser congruentes, tanto na existência física, 
quanto nos custos apurados. Esses aspectos são importantes tanto para 
fins contábeis, quanto para fins gerenciais.
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A realização do inventário é importante por diversas justificativas, entre 
elas pode-se elencar o fato de que cada um dos inventários realizados 
na empresa revela a situação econômica dessa em dado momento, sob 
o aspecto estático; quando se faz a comparação de dois inventários, 
este revela um aspecto dinâmico; o levantamento do inventário é o 
suporte para toda a atividade contábil; o resultado obtido por meio 
de inventários constitui o primeiro e mais importante controle da 
escrituração; caso o levantamento inventarial não for exato e bem 
executado, o resultado apurado pela escrituração também não será 
correto, então, será fictício; e os elementos do patrimônio devem constar 
no inventário com o valor que possuem no momento do levantamento 
(GOMES, SANTOS, SCHMIDT,2011).
Essa realização do inventário deve ser registrada no Livro de Registro 
de Inventário. Estão obrigadas a escriturar esse livro as pessoas jurídicas 
tributadas pelo lucro real.
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a elaborar 
diversos livros fiscais, dentre esses, inclui-se o Registro de Inventário, 
destinado ao arrolamento das mercadorias, dos produtos manufaturados, 
das matérias-primas, dos produtos em fabricação e dos bens em 
almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial, onde é levantado 
ao fim de cada período de apuração do lucro real, conforme dispõem os 
arts. 260, I, e 261 do RIR/99.
Em vista disso, as empresas tributadas com base no lucro real estão 
obrigadas a registrar no livro Registro de Inventário os estoques existentes 
ao final de cada trimestre (31 de março, 30 de junho, 30 de setembro 
e 31 de dezembro), ou se apurarem o lucro real trimestralmente, caso 
tenham optado pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por 
estimativa ou suspensão, em 31 de dezembro, nos termos dos arts. 220 e 
221 do RIR/99.
Em casos de fusão, incorporação ou cisão, também deverão ser 
escriturados nesse livro os estoques existentes no encerramento de 
período de apuração.
www.esab.edu.br 28
A exceção e dispensa da escrituração do livro Registro de Inventário, 
está no o art. 12, § 3o, da Instrução Normativa da Secretaria da Fazenda 
(IN SRF) no 93/97, que trata das empresas optantes pelo pagamento 
mensal do imposto por estimativa que levantarem balanços ou balancetes 
durante o ano, para efeito de suspensão ou redução do pagamento 
mensal do imposto, embora devam levantar e avaliar os estoques 
existentes na data desses balanços ou balancetes que ficam dispensadas.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido e as 
optantes pelo Simples também estão obrigadas a registrar no livro 
Registro de Inventário dos estoques existentes em 31 de dezembro de 
cada ano-calendário, segundo dispõem o art. 190, parágrafo único, II, e 
o art. 527, II, do RIR/99.
Não existe um modelo-padrão definido para o livro Registro de 
Inventário, exigido para fins do Imposto de Renda, mas conforme 
autorizado pelo § 1º, do art. 260 do RIR/99, poderá ser utilizado o livro 
Registro de Inventário, modelo nº 7, de que trata o Convênio Sinief/70, 
estabelecido pelas legislações do Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de 
transporte interestadual e serviço de telecomunicações (ICMS).
Contudo, para que seja viável manter uma escrituração que atenda, ao 
mesmo tempo, às legislações do IPI, do ICMS e do Imposto de Renda, 
é indispensável que sejam feitas, no Livro Modelo nº 7, as adaptações 
necessárias para torná-lo apto a atender aos requisitos de cada legislação, 
conforme dispõe o item 6 do PN CST no 5/86.
Com base no Convênio ICMS nº 143/2006, que institui a Escrituração 
Fiscal Digital (EFD), permite a escrituração e impressão do livro Registro 
de Inventário, bem como demais livros fiscais.
Baseado no Convênio, o arquivo deverá ser assinado digitalmente tanto 
pelo empresário ou representante legal da sociedade empresária, quanto 
pelo contabilista responsável pela escrituração. Após ser assinado, o 
arquivo será encaminhado para o Sped que disponibilizará para as Juntas 
Comerciais as informações necessárias à autenticação. Por sua vez, a Junta 
Comercial fará uma série de validações próprias e depois autenticará o 
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livro entregue. Essa informação de autenticação é fornecida ao titular da 
escrituração por intermédio do Sped, por meio de consulta à Internet.
Posteriormente ao recebimento, a escrituração contábil é armazenada 
em um banco de dados que irá permitir que os órgãos parceiros do Sped 
obtenham cópias integrais do arquivo. O titular da escrituração poderá, 
pela Internet, ter ciência de qual órgão teve acesso a sua escrituração.
Uma vez transmitido, qualquer pessoa que tiver o arquivo poderá 
verificar a autenticidade da escrituração contábil da empresa, visualizar e 
imprimir a escrituração digital.
Em relação ao prazo de escrituração do inventário, este será escriturado 
no arquivo digital da EFD do segundo mês subsequente ao levantamento 
do estoque existente em 31 de dezembro e nas demais datas estabelecidas 
pela legislação fiscal ou comercial.
Tipos de Inventário:
Para se avaliar adequadamente o estoque de determinada empresa, usam-
se alternativamente, dois sistemas de inventário. O primeiro é o sistema 
de inventário permanente que visa manter fichas de controle de entradas 
e saídasde mercadorias para cada item que o compõe, identificando as 
quantidades, os valores unitários e o valor total.
Esse sistema de inventário consiste em manter controle contínuo do 
estoque de mercadorias (em quantidade e valores) de maneira que, a 
qualquer momento, se disponha da posição atualizada dos estoques e 
do custo das mercadorias vendidas, ou seja, em nível de tempestividade 
e precisão do saldo do estoque atualizado de modo confiável. Esse 
sistema é essencial para as empresas que possuam um valor expressivo de 
estoques, além de ser muito útil para fins gerenciais.
O segundo tipo é o sistema de inventário periódico que consiste em 
registrar todas as compras efetuadas durante o exercício numa conta 
cumulativa, sem apurar o custo das mercadorias vendidas, após cada 
uma das operações de venda. Apenas no encerramento de cada exercício 
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ou em época que se fizer necessária, é inventariado o estoque final e 
apurado seu respectivo valor total. Esse varia de acordo com o método 
de apuração adotado pela empresa (Custo Específico, PEPS, UEPS e 
Média Ponderada), que será visto na próxima unidade. A partir dessa 
importante informação, pode ser calculado o custo das mercadorias 
vendidas (CMV), aplicando-se a conhecida fórmula apresentada a seguir:
CMV = Ei + C + Fretes - Dev. C – Ef
Onde:
Ei = Estoque inicial
C = Compras
Fretes = Fretes sobre compras
Dev. C = Devoluções sobre compras
Ef = Estoque final
Pode-se considerar, por exemplo, uma empresa que no início do 
exercício, tinha um saldo inicial de estoques no valor de R$ 30.000,00 
e durante o período realizou compras de mercadorias no valor de R$ 
75.500,00 (valor líquido de ICMS) e no final do período apurou um 
estoque final de R$ 7.500,00, avaliado a preço de custo, nessa hipótese o 
custo das mercadorias vendidas seria calculado de acordo com o cálculo:
CMV = Ei + C + Fretes - Dev. C – Ef
CMV = 30.000,00 + 75.500,00 – 7.500,00 = 98.000,00
Desse modo, temos um custo dos produtos vendidos no valor de R$ 
98.000,00.
Neste tipo de inventário, temos que para a apuração do custo das 
mercadorias vendidas e dos estoques existentes na empresa, por ocasião 
do encerramento do período, necessita-se, obrigatoriamente, do 
levantamento físico do estoque no final de cada período de apuração.
Na prática, dentro do subgrupo de estoques são abertas contas específicas 
para registrar todas as operações mercantis, ou seja, uma para registrar as 
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compras, outra para os fretes sobre compras, além de contas para registrar 
os valores dos estoques inicial e final.
Em qualquer caso, o método de apuração adotado determinará o valor 
final do estoque e, por resultado, o custo da mercadoria comercializada 
no período.
Nesta unidade, você conheceu os sistemas de inventário e as legislações 
de obrigatoriedade para os regimes de tributação. Na próxima unidade, 
trabalhar com os métodos de apuração do custo e os critérios para 
determinar o valor dos estoques.
Estudos Complementares
Para mais informações e conhecimento 
dos livros fiscais, disponível aqui: Livros 
Fiscais
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4 Método de Apuração dos custos
Objetivo
Compreender os critérios utilizados para a valorização das 
mercadorias estocadas nas empresas, por meio dos métodos de 
apuração do custo.
Vamos iniciar mais uma etapa do processo de custo. Após estudarmos 
sobre o inventário, vamos conhecer de forma detalhada os métodos de 
apuração de custo.
A princípio, cabe destacar que os componentes do custo de aquisição são: 
o preço de compra, os impostos não recuperáveis, a exemplo do Imposto 
de Importação (II), as despesas aduaneiras, os custos com despachantes 
e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes sobre a 
operação de câmbio, os custos incorridos para colocar o produto no 
estabelecimento da empresa, fretes e seguro (CPC 16).
Mas também há custos que não compõem o custo do produto, como 
tributos recuperáveis, descontos comerciais, abatimento, frete por conta 
do vendedor, entre outros itens de natureza semelhantes, que devem ser 
deduzidos na determinação do custo de aquisição (CPC 16).
Uma vez conhecidos os componentes do custo de aquisição, o problema 
agora se prende ao fato de a empresa ter em estoque o mesmo produto, 
todavia, adquirido em datas diferentes, com custos unitários distintos. 
Logo, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais 
estoques na data de encerramento das demonstrações financeiras.
Nota-se que, no Brasil, a Legislação do Imposto de Renda tem 
permitido, apenas, a utilização do método do preço específico do custo 
médio ponderado móvel ou a dos bens adquiridos mais recentemente 
(FIFO ou PEPS). Cabe destacar, como não era permitido para fins 
fiscais, o uso do LIFO ou UEPS era esporádico. A partir do CPC 16 - 
Estoques, sua utilização também não é contabilmente admitida. Em vista 
www.esab.edu.br 33
disso, a maioria das empresas, no Brasil, utilizou e continua utilizando 
principalmente o custo médio ponderado móvel (IUDÍCIBUS, 2010).
Nesse sentido, vamos analisar as diversas possibilidades existentes, 
para determinar o valor dos estoques em determinada data, bem como 
o custo das mercadorias vendidas. Os critérios principais e os mais 
frequentemente empregados são:
a) primeiro a entrar, primeiro a sair (Peps) ou Fifo;
b) último a entrar, primeiro a sair (Ueps) ou Lifo;
c) média ponderada móvel;
d) custo específico ou identificado.
Vamos conhecer mais dessas possibilidades de atribuição do valor 
unitário, baseadas no custo ou valor de aquisição, sendo:
Primeiro a entrar, primeiro a sair (Peps ou Fifo) – Firt-in-firt-out
PEPS significa primeiro que entra, primeiro que sai e é também 
conhecido pelas iniciais em inglês que significa “first in first out” – Fifo.
Esse critério consiste em dar baixa pelo custo de aquisição, de modo a 
utilizar o custo das compras efetuadas em primeiro lugar para valorizar 
as quantidades vendidas e, dessa forma, obter o valor do custo das 
mercadorias vendidas (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Assim, à medida que ocorrem as vendas, dá-se baixa das primeiras 
compras, o que significa dizer que a ordem de saída das mercadorias 
(vendas) é a mesma das entradas (compras). Ou o seguinte raciocínio: 
vendem-se ou consomem-se as primeiras mercadorias compradas 
(GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Quando a primeira entrada é zerada, usa-se a segunda, depois a terceira e 
assim sucessivamente.
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Esse critério é aceito pela legislação fiscal; entretanto, por apresentar um 
custo das mercadorias vendidas menor do que o apurado pela média 
móvel ponderada, é pouco utilizado no Brasil (GOMES, SANTOS, 
SCHMIDT, 2011).
Exemplo: Imaginemos um estoque inicial de 20 unidades a $ 25, num 
total de $ 500 em determinado período, no qual ocorra a seguinte 
movimentação:
Compra de 20 unidades por $ 30 cada uma
Venda ou requisição de 10 unidades
Venda ou requisição de 20 unidades
Compra de 30 unidades por $ 35 cada uma
Venda ou requisição de 10 unidades
Fazendo com que a baixa de cada venda seja dada pelo custo mais 
antigo em estoque (o Primeiro a Entrar e sempre o Primeiro a Sair), e 
representando graficamente a movimentação como se fosse uma ficha 
de controle de estoques, temos a ficha de controle de estoque no critério 
Peps:
Data 
Entrada Saída Saldo 
Quant. 
Valor 
Quant. 
Valor 
Quant. 
Valor 
Unit. $ Total $ Unit. $ 
Total 
$ 
Unit. 
$ 
Total 
$ 
XX/XX 20 25 500 
XX/XX 20 30 600 - - - 
20 25 500 
20 30 600 
40 1.100 
XX/XX - - - 10 25 250 
10 25 250 
20 30 600 
30 850 
XX/XX - - - 
10 25 250 10 30 300 
10 30 300 
20 550 
XX/XX 30 35 1.050 - - - 
10 30 300 
30 35 1.050 
40 1.350 
XX/XX - - - 10 30 300 30 35 1.050 
SOMA50 1.650 40 1.100 30 35 1.050 
 
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Em conformidade com o método PEPS, percebemos que o custo total 
da primeira venda (10 unidades), foi extraído do Estoque Inicial (10 
X 25,00 = 250,00). As 10 unidades que permaneceram em estoque só 
foram baixadas na segunda venda (20 unidades) e as outras 10 unidades 
foram baixadas da primeira compra, restando ainda 10 unidades que 
foram baixadas na terceira venda.
Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 
unidades e apresenta um custo de:
CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (1.050) = 1.100
O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse 
período seria, portanto, de $ 1.100, e o valor do estoque final, de $ 
1.050, ou seja, o primeiro baseado nas compras mais antigas e este 
último, nas compras mais novas.
Em relação às devoluções de compras efetuadas aos fornecedores, devem 
ser escrituradas negativamente entre parênteses na coluna das entradas. 
De modo que, a soma da coluna das entradas corresponderá efetivamente 
ao valor das compras líquidas.
Último a entrar, primeiro a sair (Ueps ou Lifo) – Last-in-firt-out
Esse critério representa exatamente o oposto do sistema anterior e 
consiste em utilizar o custo unitário das mercadorias compradas por 
último para valorizar as quantidades vendidas, obtendo dessa forma o 
custo das mercadorias vendidas. Atribui como custo das mercadorias 
saídas o valor da última mercadoria entrada. Contudo, o mesmo não 
é permitido pela legislação fiscal, por apresentar o maior custo das 
mercadorias vendidas (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
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Temos a ficha de controle de estoque no critério Ueps:
Em conformidade com o método UEPS, percebemos que o custo total 
da primeira venda (10 unidades), foi extraído da compra mais nova (10 
X 30,00 = 300,00). As 10 unidades que permaneceram em estoque só 
foram baixadas na segunda venda (20 unidades) e as outras 10 unidades 
foram baixadas do estoque inicial, restando ainda 10 unidades que 
permanecem no estoque, pois a terceira venda extraiu as 10 unidades da 
última compra, que era a mais nova.
Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 
unidades e apresenta um custo de:
CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (950) = 1.200
O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse 
período seria, portanto, de $ 1.200, e o valor do estoque final, de $ 950, 
ou seja, o primeiro baseado nas compras mais novas e este último, nas 
compras mais antigas.
Neste método
Data 
Entrada Saída Saldo 
Quant. 
Valor 
Quant. 
Valor 
Quant. 
Valor 
Unit. $ Total $ Unit. $ 
Total 
$ 
Unit. 
$ 
Total 
$ 
XX/XX 20 25 500 
XX/XX 20 30 600 - - - 
20 25 500 
20 30 600 
40 1.100 
XX/XX - - - 
 20 25 500 
10 30 300 10 30 300 
 30 800 
XX/XX - - - 
10 30 300 
10 25 250 
10 25 250 
20 550 
XX/XX 30 35 1.050 - - - 
10 25 250 
30 35 1.050 
40 1.300 
XX/XX 
- - - 10 25 250 
- - - 10 35 350 20 35 700 
SOMA 50 1.650 40 1.200 30 950 
 
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Média ponderada móvel
É o método mais usado no Brasil e consiste em avaliar o estoque pelo 
custo médio de aquisição apurado em cada entrada de mercadoria, 
ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas anteriormente 
existentes, ou seja, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se 
pelas compras de outras unidades por um preço diferente. Dessa forma, 
evita a necessidade de controle de custos por lotes de compras, como nos 
métodos anteriores (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Nesse sistema, cada entrada a custo unitário de aquisição diferente do 
custo médio anterior implica ajuste do custo médio. Como o custo 
médio resulta da divisão do saldo monetário pelo saldo físico, cada 
saída, no entanto, que mantenha inalterado o custo médio, altera o fator 
de ponderação, influindo assim no cálculo do custo médio na entrada 
seguinte (ÍUDICIBUS, 2010).
Vejamos um exemplo: aplicando aquela mesma movimentação a este 
último critério, logo temos a ficha de controle de estoque no critério 
média móvel ponderada:
Prova real: o resultado decorrente das vendas durante o mês foi de 40 
unidades e apresenta um custo de:
CMV = Ei (500) + C (1.650) – Ef (994) = 1.156
O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse 
período seria, portanto, de $ 1.650, e o valor do estoque final, de $ 
994, ou seja, tanto o custo das saídas como o estoque final terão valores 
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médios de compras, pois há influência não só do preço, mas também das 
quantidades de compras. 
Este método guarda maior conformidade com a evolução de preços e, 
todavia, é bem mais realista para períodos inflacionários (CHAGAS, 
2014).
Custo específico ou identificado
Nesse método, a empresa controla o custo específico de cada item 
comprado ou vendido, ou seja, valoriza cada unidade do estoque ao 
preço efetivamente pago, sendo adequado apenas para mercadorias de 
preço elevado e de pouca rotação, ou o valor, ou a própria característica 
da mercadoria ou material que permita. Temos por exemplo, tratores, 
automóveis, sabendo-se assim quanto custou cada unidade em caso 
de venda, para proceder à baixa do estoque por seu custo específico 
(GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Comparação entre os métodos aceitos pelo Fisco
No exemplo utilizado para apresentar os métodos aceitos pelo Fisco, 
suponhamos que as vendas tenham sido:
10 unidades a $ 40 = $ 400
20 unidades a $ 45 = $ 900
10 unidades a $ 55 = $ 550 
 $ 1.850
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Comparando os resultados obtidos, como se todas as saídas fossem de 
vendas e não de requisição para consumo na produção (para melhor 
entendimento), temos:
 Peps ou Fifo $ Média Ponderada $
Vendas 1.850 1.850
(-) Custo das Vendas 1.100 1.156
Resultado 750 694
Estoque Final 1.050 994
Com este comparativo, vê-se claramente que, ao supor que duas 
empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas 
condições (quantidades e preços), suas situações reais seriam as mesmas, 
com a mesma quantidade em estoque, porém os resultados obtidos 
seriam diferentes, em decorrência dos critérios de atribuição de custos 
utilizados, embora todos se baseassem no custo de aquisição.
Contudo, no período seguinte, haverá, para cada critério, um valor de 
estoque inicial diferente. Portanto, no PEPS existirá um valor maior a ser 
baixado dos estoques, o que fará a redução do lucro no período seguinte. 
Com isso, tende a haver uma compensação período após período, pois 
quando todo o estoque tiver sido baixado, o lucro total será igual em 
qualquer dos critérios utilizados.
Em relação ao valor a ser atribuído às devoluções, observa-se que o 
valor da devolução ao fornecedor será o mesmo pelo qual houver sido 
registrada a compra das mercadorias devolvidas; e o valor da devolução 
de cliente será aquele pelo qual foi registrada a respectiva saída, sendo 
irrelevante o preço médio (se este for o critério de avaliação de estoque 
adotado) vigente na data do registro da devolução.
Cabe ressaltar que o lançamento da devolução implica ajuste no custo 
médio, em virtude da alteração nos saldos físico e monetário, mas não 
há necessidade de se refazer a ficha de estoque, recalculando toda a 
www.esab.edu.br 40
movimentação a partir da data da compra ou venda, conforme o caso na 
prática.
Logo, o inventário deve abranger, como regra geral, todas as mercadorias 
de propriedade da empresa, quer estejam em seu poder, quer sob 
custódia de terceiros, excluídas, porém, as mercadorias de propriedade 
de terceiros queestejam em poder da empresa. Conclui-se, então, que a 
inclusão de mercadorias no inventário deve basear-se, como regra geral, 
no critério da propriedade e não no da posse.
Chegamos ao final de mais uma unidade e você conheceu sobre os 
métodos de apuração de custo e como as fichas de controle de estoque 
auxiliam na apuração do estoque final e no custo do produto vendido. 
Na próxima unidade, estudará sobre os estoques no comércio.
Dica
Na realização do inventário, deve-
se observar que a mercadoria que 
está em trânsito do vendedor para a 
empresa, ou em trânsito da empresa 
para o comprador. Nesses casos, as 
condições contratuais e o momento 
exato da liberação e despacho é 
que vão determinar a inclusão ou 
não da mercadoria no inventário da 
empresa.
www.esab.edu.br 41
5 Estoques - Comércio
Objetivo
Diferenciar o tratamento contábil aplicado às diversas operações que 
envolvem a comercialização de mercadorias e o valor da mercadoria.
Continuando nossos estudos sobre estoques, vamos nos aprofundar na 
operação comercial e no valor da mercadoria.
Em sentido estrito, o comércio é definido como atividade composta por 
compras e vendas de mercadorias ou produtos entre pessoas físicas ou 
jurídicas, por valores expressos em moeda (CHAGAS, 2014).
Diversas são as operações que envolvem estoques de mercadorias, as 
quais, contabilmente, devem ser registradas em contas apropriadas, 
possibilitando dessa forma o controle das operações e a elaboração das 
demonstrações financeiras (GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Os fatos contábeis relacionados aos estoques de mercadorias, ao serem 
escriturados, obedecerão aos sistemas de controle de estoques adotados 
pela empresa, independentemente de ser, o sistema periódico ou 
permanente de controle de estoques. Os registros contábeis podem 
ter foco tanto do ponto de vista do comprador, quanto do vendedor 
(GOMES, SANTOS, SCHMIDT, 2011).
Podem-se destacar como principais operações relacionadas aos estoques 
de mercadorias no comércio sendo: as compras de mercadorias, vendas 
de mercadorias, importações de mercadorias, exportação de mercadorias, 
demonstração de mercadorias, conserto de mercadorias, operações 
de consignação de mercadorias, descontos financeiros, descontos 
incondicionais, devoluções de vendas e de compras (GOMES, SANTOS, 
SCHMIDT, 2011).
E pode-se definir mercadoria como todo bem móvel adquirido para 
revenda por estabelecimento comercial ou industrial (RIBEIRO, 2013).
www.esab.edu.br 42
E em uma empresa comercial, sua atividade operacional pode ser 
caracterizada pela compra e venda de mercadorias e quando a empresa 
realiza uma venda, independentemente de ser à vista ou a prazo, tem-se o 
surgimento de uma receita bruta e uma despesa, que aparece por meio do 
custo da mercadoria vendida (CMV).
Principais operações com mercadorias – Compras
As operações com mercadorias nas compras são representadas pela 
aquisição de matéria-prima, materiais auxiliares ou mercadorias para 
revenda. O custo de aquisição unitário da compra de determinado 
tipo de estoque é obtido pelo valor total das mercadorias compradas, 
líquido de impostos, inclusive seguros e fretes, dividido pela quantidade 
adquirida (GOMES, SANTOS, & SCHMIDT, 2011).
Além disso, caso a operação esteja sujeita ao Imposto sobre as Operações 
relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), à 
medida que ele seja recuperável, não deve integrar os estoques, mas uma 
conta do ativo denominada ICMS a recuperar.
O ICMS é um imposto diferencial, isto é, pode obter um valor a recolher 
por meio do calculado pelo valor obtido pela diferença entre os preços 
de venda e de compra dos itens. Entretanto, a sistemática fiscal de 
recolhimento permite que o imposto sobre as compras de um período 
seja recuperado em função das vendas no mesmo período, mesmo que as 
mercadorias vendidas não sejam as mesmas que foram compradas nesse 
período. 
Assim, quando o produto é comprado, ele paga pela mercadoria mais 
impostos. O grande problema é que as mercadorias carregam impostos 
indiretos que são pagos, indistintamente, sem levar em conta a classe 
social, de modo que não há diferença na hora de desembolsar do caixa. 
 
 
 
 
www.esab.edu.br 43
 
Exemplo:
Vamos supor que uma determinada empresa deseja vender um produto 
X da seguinte forma:
Custo – R$ 58,00
Lucro – R$ 24,00
Considerando esses dados, a empresa deveria vender o produto X por 
R$ 82,00 para satisfazer sua meta de lucro. Observe que para vender tal 
produto há de considerar a incidência de ICMS de 18 %. Qual será o 
preço de venda?
Preço (P) ?
%ICMS 18%
Custo (C) R$ 58,00
Lucro (L) R$ 24,00
Logo, deverá ser um preço tal que subtraia os 18 % de ICMS, o custo de 
R$ 58,00 e reste um lucro de R$ 24,00, então:
P – 0,18 x P – R$ 58,00 = R$24,00
0,82 x P = R$ 24,00 + R$ 58,00
0,82 x P = R$ 82,00
P = R$ 82,00/ 0,82
P = R$ 100,00
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Percebe-se, de forma mais clara, que o comprador adquire o seguinte:
Logo, quando determinada empresa compra matéria-prima, embalagem 
ou mercadoria para revenda pelo preço de R$ 100,00, este valor é 
composto por uma parte que é mercadoria e vai para o estoque e a 
outra é crédito de ICMS que, neste momento, é ativado como crédito 
tributário, então, um direito. 
Chegamos ao final de mais uma unidade e verificamos a composição do 
preço dos produtos comercializados, uma vez que seu preço é composto 
pelo valor da mercadoria e parte de imposto. Na próxima unidade, 
vamos verificar como é contabilizado essas informações.
www.esab.edu.br 45
Resumo
Na unidade 1, você teve a oportunidade de iniciar seus estudos, 
conhecendo os conceitos de estoques e sua normatização. Os estoques 
compreendem bens adquiridos
e podem ser conceituados como ativos na forma de materiais ou 
suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de 
produção ou na prestação de serviços pela empresa, ou ainda que estejam 
em processo de produção para venda e também nos ativos mantidos 
para a venda no curso normal dos negócios. Em relação à mensuração de 
estoque, o CPC 16 afirma que os estoques devem ser mensurados pelo 
valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. 
Na unidade 2 conhecemos o plano de contas, que constitui uma 
ferramenta indispensável no desenvolvimento do processo contábil e 
representa um conjunto de contas, diretrizes e normas, que disciplina as 
tarefas do setor de contabilidade, cujo objetivo é uniformizar os registros 
contábeis. E o subgrupo estoque que apresenta diversas titulações de 
contas. 
Ainda relacionado aos estoques, na unidade 3, estudamos sobre o 
inventário e vimos que este compreende o processo de verificação de uma 
correta determinação da quantidade física dos estoques na empresa na 
data do balanço, nos quais se incluem os estoques de matérias-primas, 
as mercadorias para revenda, os produtos industrializados, materiais 
auxiliares, entre outros. Vimos, também, dois tipos de inventário: o 
permanente e o periódico. 
Na unidade 4, avançamos mais um pouco e vimos os principais 
critérios para determinar o valor dos estoques em determinada data, 
sendo o: PEPS, UEPS, Média Ponderada móvel e Custo específico ou 
identificado. 
www.esab.edu.br 46
Por fim, estudamos, na unidade 5, o tratamento contábil aplicado às 
diversas operações que envolvem a comercialização de mercadorias e no 
valor da mercadoria. As operações com mercadorias nas compras são 
representadas pela aquisição de matéria-prima, materiais auxiliares ou 
mercadorias para revenda. O ICMS é um imposto diferencial, isto é, 
pode obter um valor a recolher por meio do calculado, pelo valor obtido 
pela diferença entre os preços de venda e de compra dositens.
www.esab.edu.br 47
6 Contabilização de Comércio com Icms
Objetivo
Aprender a realizar contabilidade nas operações de compras com 
incidência de ICMS.
Na unidade 5, estudamos conceitos relacionados à composição do 
valor de um produto comercializado, que é composto por valores 
da mercadoria e do imposto. Agora, vamos aprender a realizar as 
contabilizações no Balanço Patrimonial.
O custo de aquisição de determinado tipo de mercadorias para o estoque 
é obtido pelo valor das mercadorias compradas, líquidos dos impostos, 
inclusive seguros e fretes, divididos pela quantidade adquirida. Além 
disso, caso a operação esteja sujeita ao Imposto sobre a Circulação de 
Mercadorias e sobre a prestação de Serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicações (ICMS), à medida que ele for 
recuperável, não deve compor os estoques, mas debitado na conta ICMS 
a recuperar (GOMES, SANTOS, & SCHMIDT, 2011).
Vamos retomar o exemplo da unidade anterior, onde determinada 
empresa deseja vender um produto X cujo custo valor da mercadoria 
é R$ 82,00 e o valor do ICMS é R$ 18,00, valor final de venda R$ 
100,00.
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O preço de revenda é de R$ 100,00, então, o valor é composto por uma 
parte que é mercadoria e vai para o estoque e a outra é crédito de ICMS 
que, neste momento, é ativado como crédito tributário, logo, um direito.
Esse crédito será reconhecido no Balanço Patrimonial do comprador 
pela conta ICMS a Recuperar. Salvo exceções previstas em lei que não 
contemplem o crédito tributário.
Cabe ressaltar que a compra realizada pela empresa comercial de seus 
fornecedores pode ser à vista ou a prazo. Os lançamentos poderiam ser 
feitos em três hipóteses:
Exemplo 1: compra de mercadoria com pagamento à vista;
Débito: Estoque - Compra R$ 82,00
Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00
Crédito: Caixa R$ 100,00
Exemplo 2: compra de mercadoria com pagamento a prazo;
Débito: Estoque - Compra R$ 82,00
Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00
Crédito: Fornecedor R$ 100,00
Exemplo 3: compra de mercadoria com 50% do pagamento à vista e 
50% a prazo;
Débito: Estoque - Compra R$ 82,00
Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00
Crédito: Fornecedor R$ 50,00
Crédito: Caixa R$ 50,00
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Já a demonstração dessa situação no Balanço Patrimonial, seria:
No exemplo 2, quando do pagamento do fornecedor em dinheiro na 
data do vencimento da duplicata, o registro contábil deverá ser:
Débito: Fornecedor R$ 100,00
Crédito: Caixa R$ 100,00
Caso haja um atraso no pagamento, ou seja, pago após a data de 
vencimento, provavelmente será exigido pelo fornecedor o pagamento 
de juros. Supondo que os juros cobrados forem de R$ 20,00, o registro 
contábil será:
Exemplo 1 
Ativo Passivo 
Caixa - 
Estoque R$82,00 
ICMS a 
Recuperar R$18,00 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$100,00 
Total R$100,00 Total R$100,00 
 
Exemplo 2 
Ativo Passivo 
Caixa R$100,00 Fornecedor R$100,00 
Estoque R$82,00 
ICMS a 
Recuperar R$18,00 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$100,00 
Total R$200,00 Total R$200,00 
 
Exemplo 3 
Ativo Passivo 
Caixa R$50,00 Fornecedor R$50,00 
Estoque R$82,00 
ICMS a 
Recuperar R$18,00 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$100,00 
Total R$150,00 Total R$150,00 
 
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Débito: Fornecedor R$ 100,00
Débito: Despesas com Juros (despesa financeira) R$ 20,00
Crédito: Caixa R$ 120,00
 
Dica
Caso a operação apresentada 
no exemplo 1 estivesse sujeita à 
substituição tributária do ICMS, 
ou seja, o fornecedor já tivesse 
destacado na nota e recolhido seu 
ICMS normal, bem como o ICMS 
referente à substituição tributária, 
o ICMS representaria custo para 
empresa adquirente e o registro da 
compra seria o valor total da nota 
fiscal
Débito: Estoques – compra R$ 
100,00
Crédito: Caixa/ Banco R$ 
100,00
Assim, chegamos ao fim de mais 
uma unidade, em que aprendemos 
sobre as contabilizações da compra 
com o imposto ICMS. Na próxima 
unidade, iremos estudar os impostos 
indiretos IPI, PIS e COFINS que 
incidem sobre as compras.
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7 Estoques – Contabilizações de Comércio com IPI, PIS e COFINS
Objetivo
Aprender sobre a incidência dos tributos incidentes sobre compra, IPI, 
PIS e COFINS e suas contabilizações.
Na unidade anterior estudamos a incidência do imposto ICMS sobre a 
compra de mercadoria e, nesta unidade, estudaremos os outros tributos 
que incidem em uma operação com mercadorias como IPI, PIS e 
COFINS. 
Cabe ressaltar que a adoção do princípio da não cumulatividade 
determinada pela Constituição Federal/1988 é para o ICMS, que 
estudamos na unidade anterior, determinada em seu art. 155, § 2º, 
Inciso I, mas também para o Imposto sobre produtos industrializados 
– IPI e determina em seu art. 153, § 3º, inciso II, que os valores 
devidos em cada operação serão compensados com o montante cobrado 
nas operações anteriores. Desse modo, o IPI incide nas compras dos 
materiais que irão integrar o processo de fabricação. A Contabilização do 
IPI é semelhante à do ICMS (RIBEIRO, 2013).
Além dessa previsão legal, há também outros dois tributos que tiveram 
a implementação da não cumulatividade, sendo para o Programa 
de Integração Social (PIS), por meio da Lei nº 10.637/02 e para a 
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS), 
por meio da Lei nº 10.833/03, são modalidades de tributos que em geral 
devem recolher mensalmente ao Governo Federal (RIBEIRO, 2013).
Existem dois regimes de incidência dessas contribuições: Cumulativo 
e não cumulativo. O regime cumulativo, as entidades calculam 
mensalmente os valores das contribuições mediante a aplicação de 
alíquotas fixadas pelo governo sobre as bases de cálculos, também fixadas 
pelo governo e recolhem os referentes valores aos cofres públicos no mês 
seguinte ao da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Já no regime 
não cumulativo, além das importâncias dos relativos tributos devidas por 
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entidades em decorrência de transações realizadas com elas (RIBEIRO, 
2013).
Em síntese, se a empresa for contribuinte de ICMS, IPI, PIS e COFINS 
Não Cumulativo, na aquisição de mercadoria que apresentar incidência 
desses tributos, a empresa os recupera, e serão compensados quando da 
venda de mercadorias. 
O Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) é um imposto por fora, 
pois não está embutido no valor da operação. Logo, para apurarmos 
o valor do IPI temos o valor da operação vezes a alíquota de IPI, sua 
competência é de esfera Federal. Assim temos:
Exemplo 1
Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação
(+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%)
= Total da Nota Fiscal R$ 110,00
Outro exemplo é quando uma indústria compra de outra empresa 
industrial. Compra mercadorias diretamente da indústria que tem o IPI 
incluído nos custos e o ICMS.
Exemplo 2
Nas Indústrias, pelas compras de mercadoria: 12.000,00, com 10% de 
IPI e 17% de ICMS, à vista.
A contabilização seria:
Débito: Estoque - Mercadorias R$ 9.960
Débito: ICMS a Recuperar R$ 2.040
Débito: IPI a Recuperar R$ 1.200
Crédito: Caixa R$ 13.200
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No entanto, caso a compra de mercadorias diretamente da indústria 
fosse realizada pelo comércio, não é possível tomar crédito de IPI, por ser 
empresa comercial, ou seja, compõe o valor do estoque.
Exemplo 3
Valor da mercadoria: 12.000,00, com 10% de IPI e 17% de ICMS, à 
vista, na empresa comercial.
Seria o cálculo:
Mercadoria R$ 12.000
(-) ICMS R$ (2.040)
(+) IPI R$ 1.200
= Custo da MercadoriaR$11.160
Os lançamentos, faz-se:
Débito: Estoque - Mercadorias R$ 11.160
Débito: ICMS a Recuperar R$ 2.040
Crédito: Caixa R$ 13.200
Diferença entre IPI e o ICMS
A diferença entre o ICMS e o IPI é basicamente a seguinte:
O ICMS é um imposto por dentro, pois está embutido no valor da 
operação; já o IPI é um imposto por fora, pois não está embutido no 
valor da operação.
Para melhor compreender, tomamos como base o exemplo 1.
Exemplo 4: 
Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação
(+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%)
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= Total da Nota Fiscal R$ 110,00
ICMS (alíquota de 18%) R$ 18,00 (100 X 18%)
Base de cálculo de IPI = valor da operação = R$ 100,00
Base de cálculo de ICMS = valor da operação = R$ 100,00
Então, com o advento das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, as 
pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estão sujeitas ao PIS e a 
CONFINS não cumulativa, os quais geram créditos sobre as compras 
de mercadorias, matérias-primas, materiais secundários; nessa hipótese, 
supondo-se que a empresa seja tributada pelo lucro real, a operação 
apresentada no Exemplo 4 teráum crédito de PIS não cumulativo de R$ 
1,65 (100 × 1,65%) e um crédito de Confins de R$ 7,60 (100 × 7,6%).
Exemplo 4:
Mercadoria R$ 100,00 = Valor da Operação
(+) IPI (alíquota de 10%) R$ 10,00 (100 X 10%)
= Total da Nota Fiscal R$ 110,00
ICMS (alíquota de 18%) R$ 18,00 (100 X 18%)
PIS (alíquota de 1,65%) R$ 1,65
COFINS (alíquota de 7,6%) R$ 7,60
Logo, o registro contábil da mercadoria e dos tributos recuperáveis 
incidentes sobre a compra de mercadorias, na hipótese de ser à vista, o 
pagamento do exemplo 4, seria:
Débito: Estoque - Compra R$ 72,75
Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00
Débito: IPI a Recuperar R$ 10,00
Débito: PIS a Recuperar R$ 1,65
Débito: COFINS a Recuperar R$ 7,60
Crédito: Caixa R$ 110,00
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Caso a compra realizada pela empresa tributada pelo lucro real fosse a 
prazo, os registros contábeis seriam:
Débito: Estoque - Compra R$ 72,75
Débito: ICMS a Recuperar R$ 18,00
Débito: IPI a Recuperar R$ 10,00
Débito: PIS a Recuperar R$ 1,65
Débito: COFINS a Recuperar R$ 7,60
Crédito: Fornecedores R$ 110,00
Já a demonstração dessa situação para compra à vista no Balanço 
Patrimonial, seria:
Já a demonstração dessa situação para compra a prazo no Balanço 
Patrimonial, seria:
Exemplo 4 
Ativo Passivo 
Caixa - 
Estoque R$72,75 
ICMS a Recuperar R$18,00 
IPI a Recuperar R$10,00 
PIS a Recuperar R$1,65 
COFINS a 
Recuperar R$7,60 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$110 
Total R$110,00 Total R$110,00 
 
Exemplo 4 
Ativo Passivo 
Caixa R$110,00 Fornecedor R$110,00 
Estoque R$72,75 
ICMS a Recuperar R$18,00 
IPI a Recuperar R$10,00 
PIS a Recuperar R$1,65 
COFINS a 
Recuperar R$7,60 
 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$110 
Total R$220,00 Total R$220,00 
 
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Nesta unidade, conhecemos outros tributos que incidem sobre as 
operações de mercadoria. Cabe ressaltar que é imprescindível observar o 
tipo de regime de tributação que a empresa está e para qual finalidade é 
a mercadoria, para pode realizar o registro contábil e dos créditos fiscais 
corretamente. Na próxima unidade, vamos estudar os fatos que alteram 
os valores das compras.
Dica
Quadro de resumo dos tributos 
Quadro 5 – Quadro de resumo de tributos
Fonte: Elaborado pela autora (2018). 
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8 Operações que afetam uma compra
Objetivo
Identificar os fatos que alteram os valores das compras e seus devidos 
ajustes.
Continuando nossos estudos sobre compras, vamos nos aprofundar nas 
transações mercantis que afetam o valor da compra para a sua devida 
contabilização. 
O custo de aquisição das mercadorias que irão compor os estoques 
das empresas comerciais, nem sempre corresponderá ao valor pago ao 
fornecedor. Esse valor poderá ser maior ou menor do que o valor pago 
ao fornecedor, conforme item 11 do CPC 16, que apresenta que o custo 
de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos 
de importação e outros tributos (inclusive os recuperáveis junto ao 
fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros 
diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e 
serviços. E que deve ser excluído do custo de aquisição, os descontos 
comerciais, abatimentos, os tributos recuperáveis, juros embutidos nas 
operações de compras a prazo e outros itens semelhantes devem ser 
deduzidos na determinação do custo de aquisição (RIBEIRO, 2013).
Os fretes e seguros sobre compras representam as importâncias pagas 
pela empresa compradora de mercadorias para revenda, matérias 
auxiliares e matéria-prima diretamente ao fornecedor ou a uma 
terceira empresa que efetuou o transporte das mercadorias, desde o 
estabelecimento do fornecedor até a sede da empresa (RIBEIRO, 2013 e 
GOMES; SANTOS; SCHMIDT, 2011). O respectivo montante integra 
o valor do custo das mercadorias, rateado nas unidades adquiridas na 
compra.
Os descontos incondicionais obtidos compreendem aqueles que as 
empresas ganham dos fornecedores, no momento em que efetuam 
compras de mercadorias. E são destacados na própria nota fiscal, e não há 
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imposição de alguma condição por parte da empresa para poder oferecê-
los aos clientes no ato da venda (RIBEIRO, 2013). Mas oferece em 
função de outros fatores, tais como, uma grande quantidade adquirida 
ou simplesmente por ser uma cliente preferencial. Como se trata de um 
desconto ofertado no ato da venda, aparece na nota fiscal. Em caso de 
devolução, o valor do desconto é proporcional à operação de devolução 
de mercadorias e deve aparecer na nota fiscal de devolução.
As compras anuladas ou devoluções de compras é o ato de devolução 
total ou parcial das mercadorias adquiridas que retornam ao fornecedor, 
tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra, por 
exemplo, quando recebemos as mercadorias com avarias no transporte, 
ou simplesmente não corresponde ao pedido, ou ainda, por qualquer 
outro fator que não atende as expectativas do cliente (RIBEIRO, 2013). 
A baixa na ficha de estoques terá que ser realizada pelo preço unitário 
específico da entrada (custo unitário menos ICMS mais fretes).
Os abatimentos sobre compras acontecem quando a empresa, 
tendo recebido mercadorias adquiridas de fornecedores, identifica 
que as referidas mercadorias não atendem as expectativas da empresa, 
por diversos motivos, podendo devolver total ou parcialmente as 
mercadorias. No entanto, havendo interesse em ficar com as mercadorias, 
poderia solicitar ao fornecedor que conceda um abatimento. Esse 
abatimento ocorre no preço de compra, não precisando devolver 
as mercadorias ao fornecedor, mas irá pagar um valor menor que o 
constante na nota fiscal de compra ao fornecedor (RIBEIRO, 2013).
Os juros embutidos nas compras a prazo, devem obedecer à Lei 
nº 6.404/1976, em consonância com as Normas Internacionais 
de Contabilidade (IFRS) que disciplina que nas compras a prazo 
decorrentes de operação de longo prazo serão ajustadas a valor presente, 
sendo as demais quando houver efeito relevante. Considera-se que 
normalmente o preço que o comprador pagará ao fornecedor é superior 
ao preço que pagaria se efetuasse a compra da mesma mercadoria à vista. 
Logo, a diferença entre o preço de compra a prazo e o preço de compra à 
vista é o custo do financiamento e, por esse motivo, deve ser reconhecido 
como despesa de juros durante o período de financiamento (RIBEIRO, 
2013).
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Vamos exemplificar: suponha a compra de mercadorias, a prazo, no valorde R$ 1.000,00 e juros embutidos pelo fornecedor de R$ 100,00. A 
forma de pagamento será em 10 parcelas mensais iguais de R$ 100,00.
A contabilização do fato no dia da compra:
Débito: Mercadorias R$ 900,00
Débito: Ajuste a Valor Presente R$ 100,00
C: Fornecedor R$ 1.000,00
Observe que a conta “Ajuste a Valor Presente”, neste caso, representa 
uma despesa financeira antecipada ou a apropriar e é redutora da conta 
Fornecedores e no Balanço Patrimonial figurará:
Passivo Circulante
Fornecedores R$ 1.000,00
(-) Ajuste a Valor Presente (R$ 100,00)
Saldo R$ 900,00
Para contabilizar o pagamento da primeira parcela, será preciso calcular 
o valor dos juros embutidos em cada parcela, conforme Pronunciamento 
Contábil CPC 16. Os juros são calculados em base exponencial “pro rata 
dia” este cálculo deve ser feito em calculadoras científicas e aqui vamos 
assumir que o valor dos juros embutidos na primeira parcela tenha sido 
R$ 10,00. A contabilização do pagamento seria:
Débito: Fornecedor 
Crédito: Caixa R$ 100,00
Para a baixa do valor dos juros registrados na conta redutora “Ajuste a 
Valor Presente” para integrá-lo no resultado do exercício atual, temos:
Débito: Despesas Financeiras 
Crédito: Ajuste a Valor Presente R$ 10,00
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de estudar os fatos que alteram 
os valores de compras, percebendo os efeitos que esses ajustes podem 
causar. Na unidade 9, vamos estudar sobre vendas e os valores que 
alteram os valores de vendas.
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9 Venda e Operações que afetam uma venda
Objetivo
Conhecer a principal fonte de receita das empresas e suas operações 
que afetam suas vendas.
 
Nas unidades anteriores, estudamos sobre compras e suas operações. 
Nesta unidade, vamos estudar sobre as vendas e suas particularidades.
As vendas de mercadorias versam a principal fonte de receita das 
empresas comerciais. Como ocorre com as compras, as vendas podem 
ser efetuadas à vista ou a prazo. Se for à vista, a empresa recebe no ato da 
venda o valor das mercadorias, mas se a venda for a prazo, ela passa a ter 
um direito a receber, no futuro, o valor das mercadorias transacionadas 
(RIBEIRO, 2013).
Em caso de venda à vista, suponhamos que uma determinada empresa 
comercial tenha vendido mercadorias no valor de R$ 300,00, à vista. A 
contabilização desta venda seria registrada no livro diário como:
Débito: Caixa (ativo) 
 
Crédito: Vendas de Mercadoria (ativo) R$ 300,00
Logo, se a empresa adota o inventário permanente, que possibilita o 
controle instantâneo dos estoques a cada compra e a cada venda, ou até 
devoluções, uma vez que é preciso saber o valor do custo das mercadorias 
que estão sendo vendidas ou recebidas em devolução, podendo assim 
baixar ou integrar novamente o respectivo custo de estoques.
Vamos supor que o custo da mercadoria vendida por R$ 300,00 foi de 
R$ 220,00, os lançamentos a serem efetuados.
O lançamento do pagamento e reconhecimento das receitas de vendas de 
mercadorias:
 Débito: Caixa (ativo) 
 
Crédito: Vendas de Mercadoria (Resultado) R$ 300,00
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O lançamento da baixa do estoque pelo custo da mercadoria vendida:
Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (Resultado) 
Crédito: Estoque (ativo) R$ 220,00
Assim, percebe-se que na venda é necessário efetuar dois lançamentos: 
um para registrar o valor da receita bruta de vendas e outro para registrar 
a baixa de estoques, pelo valor do custo das mercadorias vendidas 
(RIBEIRO, 2013).
Quando as vendas forem a prazo, o registro contábil será bem semelhante 
ao das vendas de mercadorias à vista, o que será alterado é que a conta a 
ser debitada não será caixa, mas sim, Clientes ou Duplicata a Receber.
Logo, se determinada empresa comercial tenha vendido mercadorias no 
valor de R$ 300,00, a prazo, a contabilização desta venda seria registrada 
no livro diário como:
Débito: Clientes (ativo) 
Crédito: Vendas de Mercadoria (Resultado) R$300,00
O lançamento da baixa do estoque pelo custo da mercadoria vendida:
Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (Resultado) 
Crédito: Estoque (ativo) R$ 220,00
Os fatos que alteram os valores de vendas:
A receita obtida com a venda de mercadorias, nem sempre corresponde 
ao valor total cobrado pelo cliente, ou seja, são as deduções das vendas. 
No valor da venda, poderão estar embutidos tributos que devem ser 
repassados ao governo, juros de financiamento pela venda a prazo, entre 
outros. De acordo com os itens 9 e 10, do Pronunciamento Técnico 
CPC 30, a receita deve ser mensurada pelo valor justo da contraprestação 
recebida ou a receber, deduzida de quaisquer descontos comerciais e/ou 
bonificações concedidas ao cliente, sendo vendas canceladas, abatimentos 
e impostos incidentes sobre vendas (IUDÍCIBUS, 2010; RIBEIRO, 
2013).
Os fatos que interferem no valor das vendas são:
Vendas anuladas ou devoluções de vendas
São as devoluções totais ou parciais recebidas pelas empresas de seus 
clientes, por motivos desconhecidos no momento das vendas (RIBEIRO, 
2013).
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Adotemos como exemplo:
Foi recebido de um cliente determinado, em devolução, mercadorias 
no valor de R$ 6.000,00, vendidas anteriormente ao cliente. Vamos 
considerar que a importância tenha sido restituída ao cliente em dinheiro 
e que o custo das referidas mercadorias vendidas correspondeu a R$ 
4.000,00.
O registro no livro diário corresponde, a:
Reembolso ao cliente, em decorrência da devolução:
Débito: Vendas anuladas (Resultado) 
Crédito: Caixa (Ativo) R$ 6.000,00
E quanto ao retorno das mercadorias ao estoque da empresa:
Débito: Estoque de mercadorias (Ativo) 
Crédito: Custo das Mercadorias Vendidas (Resultado) R$ 4.000,00
Abatimentos sobre Vendas
Ocorre quando os clientes, ao receberem as mercadorias adquiridas, 
percebem alguma irregularidade (avarias em decorrência de transporte, 
o produto não corresponde ao pedido, entre outros), e eles poderão 
devolver total ou parcial as mercadorias ou então solicitar um abatimento 
no preço do custo (RIBEIRO, 2013). Nesse caso, o abatimento 
representa uma redução no valor da receita bruta de vendas e não há 
o retorno das mercadorias para a empresa, logo, não há de se falar em 
reintegrar ao estoque o valor do custo.
Vamos supor que as vendas realizadas a determinado cliente chegaram 
com avarias no seu destino, e em decorrência dessas avarias a empresa 
concedeu um abatimento no valor de R$ 1.000,00. O Valor da venda da 
nota fiscal n° 22 foi de R$ 8.000,00, e a venda foi efetuada a prazo. E o 
custo das mercadorias vendidas correspondeu a 70% do preço da venda.
O registro no livro diário corresponde, a:
Débito: Abatimento sobre vendas (Resultado)
Crédito: Clientes (Ativo) R$ 1.000,00
Descontos Incondicionais concedidos
Ocorre independentemente de qualquer condição que possa surgir após 
a emissão da nota fiscal, a empresa pode oferecer descontos e destacando-
os nas notas fiscais de venda. Cabe destacar que a contabilização do 
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desconto incondicional concedidos é desnecessária, embora nada impeça 
que seja contabilizado (RIBEIRO, 2013).
Vamos supor que as vendas realizadas a determinado cliente, conforme 
nota fiscal nº 23, no valor de R$ 8.000,00, tendo sido concedido 
desconto incondicional, destacado na própria nota fiscal, no valor de 
R$ 900,00. E o custo das mercadorias vendidas correspondeu a R$ 
6.000,00.
O registro no livro diário corresponde, a:
Débito: Caixa R$ 7.200,00
Débito: Descontos Incondicionais Concedidos R$ 800,00
Crédito: Vendas de Mercadorias R$8.000,00
Fretes sobre vendas
Quando o valor do frete e seguros calculados sobre vendas for devido 
ou pago pela empresa vendedora (fornecedor), objetivando utilizá-lo 
como diferencial mercadológico, ele será considerado

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