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Habronemoses dos Equídeos - É uma parasitose causada por nematódeos do gênero habronema, existem 3 especies que causam habronemose dos eqüídeos. Existe a habronemose comum ou chamada de gástrica e isto ocorre devido a presença de adultos dentro do estomago de eqüídeos que é o habitat. Entretanto existe uma situação que é muito comum, que é um resultado acidental da parasitose, neste caso pode ocorrer feridas de pele, sendo conhecida como habronemose cutânea. Presença de nematóides do gênero Habronema (L4 e adultos) na porção glandular do estômago de equídeos, resultando em inflamação catarral com erosões e ulcerações Presença de larvas (L3) em ferimentos de pele de equídeos com formação de tecido de granulação. - Habronemose por definição é uma afecção de estomago onde existe a presença dos nematódeos do gênero habronema, desde L4 onde vão realizar a ultima muda para adulto dentro deste orgão. Então a presença de L4 e adultos (sendo a principal causa)pode gerar uma inflamação típico catarral onde pode ocorrer erosões e ulcerações - podendo considerar essa habronemose gástrica. - Habronemose cutânea: a presença de larvas L3 que podem acidentalmente estar em ferimentos de pele dos eqüídeos e a partir deste momento gerar a formação de um tecido de granulação, é uma situação acidente, não ocorrendo normalmente em um ciclo normal. O ciclo dos habronemas não inclui em nenhum momento a presença de larvas em pele, tanto é que quando essas larvas se encontram na pele, nunca vão se desenvolver. A presença das feridas ocorre justamente porque as larvas estão na pele gerando um tecido de granulação • Habronema muscae • Habronema microstoma • Draschia megastoma (H.megastoma) Ciclo evolutivo: indireto com moscas como H.I. - Então habronemose é causada por nematódeos do gênero habronema e existe essas três espécies que causa habronemose. Os ciclos destes são praticamente idênticos, no entanto a Draschia megastoma tem um efeito um pouco diferente dentro do estomago dos eqüinos quando comparado a outras duas espécies. - O ciclo evolutivo dos 3 é idêntico e chamado de ciclo indireto, porque envolve um hospedeiro intermediário onde este é sempre uma mosca. Este ciclo é obrigatório e só atinge a fase de adulto e desenvolve completamente essas 3 especies quando faz esse desenvolvimento passando pelo hospedeiro intermediário. Ciclo biológico - Esta é uma representação do ciclo biológico que seria igual para as 3 espécies. - Estes adultos vivem dentro do estomago do eqüino, estes adultos vão se reproduzir, as fêmeas são ovíparas e estes ovos são produzidos pelos adultos dentro do estomago do eqüino parasitado. Estes ovos vão ser levados junto com o conteúdo do estomago que vão passar pelos intestinos. Estes ovos quando passam do estomago até o final dos intestinos, muitos deles vão liberar a L1durante este trajeto. - Com isto nas fezes do eqüino parasitado pelos adultos vai estar presente nas fezes uma pequena quantidade de ovos (que são alguns que ainda não liberaram a L1) e muitas larvas L1 que já haviam saído dos ovos durante o trajeto até chegar ao ambiente. - Estes ovos que saíram nas fezes e ainda não liberaram a L1, vão liberar estas larvas L1, assim desta forma vai somente sobrar as L1 nas fezes. - É importante saber que essas fases do habronema , alguns ovos e algumas L1 saem nas fezes, porque no coproparasitologico de um animal sempre se pesquisa, busca os ovos presentes. Nessas técnicas que fazem este tipo de busca não são identificados larvas, o que são identificados nas técnicas são os ovos. - Com isso na busca de ovos de um eqüino parasitado por habronema vai ter uma quantidade pequena de ovos, porem isto não é representativo da carga parasitária. Porque apesar de ter poucos ovos nas fezes, ele pode ter uma grande quantidade de adultos no estomago porque as larvas que saem como L1 não são vistas nesta técnica. - Continuando o ciclo quando estas L1 estão nas fezes no ambiente, é necessário que esta L1 para se desenvolver ser ingerida pela mosca (h.i). Estas moscas geralmente são a mosca domestica e também a stomoxys calcitrans (conhecida como mosca dos estábulos) que parasita frequentemente eqüinos, além de bovinos. - Apesar da larva L1 ter que necessariamente entrar na mosca de alguma forma para conseguir se desenvolver ate L3 – isto somente ocorre se a L1 estiver dentro de uma mosca, e não é tão possível que esta infecção da mosca ocorra. Porque uma mosca se alimenta de sangue e a outra ingere fluidos, e nenhuma delas tem capacidade de ingerir larvas L1 que se encontram nas fezes. - Lembrando que a fase das moscas quando larvas se alimentam de fezes, e é o que acontece no ciclo de habronema, onde as larvas das moscas vão ingerindo fezes e acabam ingerindo as larvas L1 de habronema que estão presentes nessas fezes. - Depois de terminado a fase de larva da mosca , esta se enterra e torna se pupa e nesta fase a larva se transforma em uma mosca adulta. Enquanto todo esse desenvolvimento da mosca (larva, pupa e mosca adulta), assim as larvas L1 de habronema também vão evoluir neste período até larva L3. - No final desta evolução que ocorre simultaneamente , o resultado é uma mosca adulta com larva L3 presente dentro dela. Esta L3 migra para as peças bucais da mosca. Assim quando a mosca pousa em um hospedeiro, as L3 podem tentar alcançar o estomago do eqüino onde vão continuar seu desenvolvimento de L3 até L5. - Se isto acontecer em qualquer outro animal que não seja um eqüino esta L3 pode até tentar se desenvolver mas não vai conseguir. - No eqüino a L3 se movimenta tentando entrar na cavidade oral. Então quando a mosca pousa perto de narinas e boca, a L3 consegue entrar facilmente no eqüino ou pela cavidade nasal ou oral. - Essa larva conseguindo alcançar a cavidade oral ela acaba sendo deglutida, chega no estomago. E as larvas L3 que não conseguem entrar na boca acabam morrendo. - A larva L3 de habronema não tem capacidade de atravessar a pele integra. E outra opção é que o eqüino pode ingerir a mosca então a L3 vai chegar no estomago do mesmo jeito. - Quando a larva L3 chega no estomago ela muda para L4 e em pouco tempo passa para L5 que é o adulto que amadurece e começa se alimentar e se reproduzir dentro do estomago. Draschia megastoma - Adultos em estômago dentro de massas de tecido – ovos saem por fístulas - Maioria das larvas eclodem no intestino – L1 nas fezes, poucos ovos nas fezes - H.I. Musca domestica - Mosca adulta com L3 nas peças bucais depositada em lábios e narinas de equídeos onde alcançam estômago. - A presença desta espécie dentro do estomago do eqüino causa uma patogenia diferente das outras espécies. - A presença dos adultos dentro do estomago faz com que comece a ter o crescimento de um tecido granuloso e isto forma uma massa que se projeta para dentro do estomago. É uma massa de tecido de formato circular que aparece na parede do estomago e dentro dessa massa ficam os adultos. Dentro dessa massa tem fistulas que conectam os adultos com o ambiente do estomago. Essa comunicação não é usada pelos adultos para andar , mas quando as fêmeas vão produzir ovos , estes ovos saem de dentro desta massa e caem dentro do estomago. - A maioria dos ovos eclodem antes de chegar ao ambiente, liberando a L1. Então há uma pequena quantidade de ovos que saem nas fezes. - O hospedeiro intermediário mais utilizado nessa espécie é a mosca domestica. - E a mosca adulta vai ter a L3 nas peças bucais, e quando esta pousa perto de narinas ou boca a larva sai e chegam dentro da cavidade oral e ser deglutidas alcançando o estomago. - Essa facilidade é porque a mosca domestica gosta defluidos então ela pousa em narinas, canto da boca, para se alimentar. Habronema muscae - Adultos superfície estômago - Poucas larvas eclodem no intestino, poucas L1 e muitos ovos em fezes - H.I. Musca domestica - Mosca adulta com L3 nas peças bucais depositada em lábios e narinas de equídeos onde alcançam estômago - Esta espécie tem os adultos na superfície do estomago, onde forma um muco onde eles se protegem do conteúdo estomacal. - Nesta espécie poucos ovos liberam L1 antes de saírem para o ambiente. Então nas fezes é possível identificar muitos ovos. - O hospedeiro intermediário mais usado é a mosca domestica. Habronema micróstoma - Adultos superfície estômago - Poucas larvas eclodem no intestino - Ovos em fezes - H.I. Stomoxys calcitrans - Mosca adulta com L3 nas peças bucais depositada em lábios e narinas de equídeos onde alcançam estômago. - Parecida com a espécie anterior. - Mosca utilizada como hospedeiro intermediário a S. calcitrans. - Poucas larvas eclodem dos ovos, então há grande quantidade de ovos nas fezes. HABRONEMOSE GÁSTRICA • Presença dos adultos no estômago (ciclo completo) • Normalmente assintomática • H. megastoma: massa tumorais circulares de 12 cm de diâmetro, fistuladas; hemorragias e perfuração da parede peritonite • H. muscae e H. microstoma (superfície da mucosa): gastrite catarral crônica com úlceras embaixo do muco. - Este termo é usado para diferenciar da habronemose cutânea. - A habronemose gástrica é a presença dos adultos no estomago e só ocorre quando tem o ciclo completo. Ela é na grande maioria das vezes assintomática mesmo com as massas de tecido formadas no estomago ou a camada de muco dentro do estomago – inflamação catarral. Ela é uma situação crônica que muitas vezes não leva a nenhum sinal clínico aos eqüinos parasitados. - Os poucos casos que são sintomáticos vão se diferenciar entre as espécies, onde para H. megastoma há formação das massas tumorais, possuem fistulas, isto pode gerar pequenas hemorragias e em alguns casos a perfuração da parede estomacal havendo peritonite pelo conteúdo do estomago que cai na cavidade abdominal(ocorre em poucas situações). - Para outras 2 especies não existe formação da massa tumoral, ocorre uma gastrite catarral crônica podendo formar ulcerações embaixo do muco onde estão localizados os adultos. Sinais clínicos (quando ocorrem): ➢ Pode haver emaciação (emagrecimento) e debilidade devido gastrites crônicas prolongadas – para espécies que não formam massas tumorais. ➢ Quando tem o habronema que apresenta massas tumorais, se ela se formar próximo ao piloro (saída do conteúdo gástrico) isto pode dificultar o esvaziamento do estomago – pode ocorrer cólicas durante a alimentação quando massas tumorais próximas ao piloro; ➢ Depressão, febre e dor quando ocorre perfuração da parede gástrica – não é um resultado comum mas eventual. Diagnóstico: • Coproscopia - larvas • Xenodiagnóstico - epidemiológico • Necropsia - Os sinais por serem inespecíficos e as vezes nem existem faz a parasitose ser difícil de ser diagnosticada. - Existe possibilidade de fazer pesquisas periódicas das fezes dos animais para formas parasitarias. Mas lembrar que o coproparasitologico para habronemose deve ser sempre uma busca por larvas e não busca de ovos (porque a busca de ovos é falha para determinar a carga parasitaria). Para habronemose o coproparasitologico é baseado em coproscopia e não a pesquisa e identificação de ovos. - Outra forma de diagnostico mas usado para estudos epidemiológicos é chamado de xenodiagnostico. Uma pesquisa epidemiológica é quando tem a necessidade saber se em uma região ou propriedade de eqüinos esta ocorrendo habronemose gástrica. É um diagnostico onde procura a presença em uma população/grupo de eqüinos que pode ser de uma região ou propriedade. O xenodiagnostico quer dizer que é diagnostico feito a partir do hospedeiro intermediário e não no hospedeiro definitivo. Então na habronemose é feito com moscas. Coletando se o conteúdo fecal do animal e adicionando larvas de moscas que se sabe que não estão infectadas. Assim as larvas de moscas evoluem e se tornam moscas adultas, e assim se pesquisa nessas moscas se tem a presença de L3 de habronema. - Outra forma fácil de fazer diagnostico é através de necropsia de animais mortos, observando a presença de conteúdo catarral e massas tumorais no estomago leva a um diagnostico post mortem. Tratamento e profilaxia: • H. megastoma tratamento mais difícil • Profilaxia: acabar com fontes de infecção; destruição dos H.I. • Habronemose cutânea é suspeita para a gástrica • Esterilização das fezes - O tratamento da habronemose gástrica pode ser feito através de anti helmínticos – qualquer produto com efeito contra nematódeo. No entanto o tratamento para habronema megastoma acaba sendo um pouco mais difícil de ser realizado porque os adultos ficam dentro das massas de tecido dentro do estomago e eles ficam menos expostos aos produtos que são usados/ dados ao hospedeiro como tratamento. Então o resultado para o tratamento destes não é tão bom, sendo necessário um tratamento um pouco mais prolongado ou mais intensivo. - O tratamento profilático também pode ser feito que pode evitar a presença dos adultos dentro do estomago feito rotineiramente e ele é bom para fazer um controle de habronemose gástrica e muitas vezes é o mais indicado pela dificuldade de diagnosticar / perceber os eqüinos como parasitados. - Outra forma de profilaxia da habronemose gástrica é o controle dos hospedeiros intermediários que são as moscas, quando elas não existem ou estão em pequenas quantidades isto leva a não infecção dos eqüinos porque sem a mosca a larva L3 não é formada, e sem a larva L3 não tem infecção dos eqüinos (evitar moscas com uso de esterqueira, fazer coleta das fezes periodicamente em um curto período de tempo e colocar em esterqueiras onde há a fermentação dessas fezes – e esta fermentação destrói as larvas e ovos dos habronemas e destrói a larva das moscas). - Tratar os eqüinos infetados quando diagnosticados também é uma forma de profilaxia , para eliminar a infecção mesmo que sejam assintomáticos, para impedir ou dificultar a infecção de novos animais. - Sempre a ocorrência de habronemose cutânea é útil para diagnostico da presença de habronemose gástrica nos animais. É uma conseqüência acidental da habronemose gástrica. É uma forma mais fácil de ser percebida, por presença de feridas típicas na pele dos eqüinos. - Só existe habronemose cutânea se existir habronemose gástrica porque a habronemose cutânea é causada por larvas L3 que nunca vão se desenvolver mas geram estas feridas. Isto só ocorre se houver adultos no estomago produzindo ovos e larvas. - Esterilização das fezes é uma forma tanto de destruir moscas e eliminar larvas de L1 que podem ter presente nas fezes. HABRONEMOSE CUTÂNEA Reações orgânicas à localização errática de L3 em equídeos larvas perdidas para a espécie - É relacionada a habronemose gástrica, é uma ocorrência acidental, onde larvas L3 são depositadas acidentalmente em feridas pré existentes de eqüídeos. - É a produção de feridas características onde vai ocorrer a reação daquele tecido a presença de L3 em eqüídeos , onde esta localização dentro das feridas é chamada de errática, porque o objetivo da L3 sempre é chegar ao estomago. Mas se a L3 estiver na ferida de pele ela nunca vai conseguir chegar no estomago (lembrando que ela não tem a capacidade de atravessar a pele mesmo se tiver ferimento). - O equino que já tem uma lesão qualquer de pele muitas vezes atrai a mosca, principalmente a mosca domestica,assim a L3 sai das peças bucais da mosca e chega na ferida, e nunca a L3 consegue sair da ferida e chegar no estomago. - Essa L3 na ferida não morre imediatamente e ela causa uma reação inflamatória naquele local, e esta reação inflamatória é granulomatosa formando tecido granulomatoso proliferativo, e esta ferida começa aumentar e mudar de características. Depois de um tempo essa larva L3 acabam morrendo. • Larvas depositadas em feridas pré- existentes (presença de moscas contendo L3). • Feridas têm desenvolvimento característico por reação à deposição de larvas • Forma de botão (contorno circular, depende do local, pele que não seja mucosa ou próxima a olhos), granulosas (formação gomos semelhantes a couve flor pelo tecido granulomatoso, rebeldes à cicatrização • Recorrência por re infestação – sazonais – costuma ser uma ferida recorrente. - A ferida recorrente é aquela que se desenvolve podendo desaparecer e depois ela volta. E ela costuma reaparecer em uma época do ano, por isto se chama feridas sazonais. - A chegada da L3 na ferida depende do transporte da mosca e existe uma época do ano que a quantidade de moscas diminui muito pelo clima desfavorável – assim nesses períodos demora a chegada das moscas em feridas de pele, então as feridas não aparecem muito nesses períodos. - Essas feridas aparecem em estações que tem grandes populações de moscas (tipicamente verão). - As feridas existentes com tecido granulomatoso enquanto existe L3 viva naquele tecido ela continua a crescer, quando muda a epoca do ano e diminui a população de moscas, não pousam mais moscas nessa ferida assim como as larvas L3, e as larvas L3 que já estão na ferida elas pelo tempo começam a morrer. - Quando todas as larvas presentes na ferida morrem, esta ferida começa um processo de cicatrização, onde esta cicatrização não é total, com formação de queloide. - As larvas que estão mortas dentro da ferida ainda tem uma pequena reação da pele e continua um prurido e coceira no local, levando o animal a se coçar, raspar a região no ambiente , levando a escoriações em cima da região cicatrizada. E essas pequenas lesões quando começa voltar a mosca , estas voltam a pousar neste mesmo local e as feridas que estavam cicatrizadas começam a crescer novamente. Elas também são conhecidas como feridas de verão. Receptividade dos equídeos ligado à fatores intrínsicos e extrínsicos: Fatores intrínsicos: a) Espécie animal b) Raça c) Existência de ferida banal prévia d) Influência de infecções anteriores - habronemose gástrica - Para a habronemose ocorrer dessa maneira é necessário algumas condições. As feridas por habronemose cutânea só ocorre por larvas L3 de habronema, somente ocorre em eqüinos (outros animais não tem a mesma reação na pele que o eqüino tem com formação de ferida granulomatosa, onde o eqüino é o único que reação a presença das larvas). - Então os fatores intrinsicos estão relacionados aos animais que podem gerar habronemose cutânea – espécie animal onde somente ocorre em equinos; essa resposta é alérgica e a alergia é iniciada por contatos prévios, então geralmente os eqüinos tem este primeiro contato com uma habronemose gástrica, assim o animal já fica susceptível a ter uma reação alérgica quando chegam larvas L3 em feridas (por isto outros animais mesmo com L3 em feridas nunca vão ter essa reação alérgica igual dos equinos). - Tem algumas raças de eqüinos que tem uma maior probabilidade de desenvolver habronemose cutânea , isto esta relacionado a maior ou menor ocorrência de feridas – assim raças de eqüinos usados para esporte ou trabalho costumam ter mais feridas na pele e essas feridas são porta de entrada para as larvas – que desenvolve por feridas de habronemose cutânea. - A presença de ferida previa é imprescindível para que a larva consiga entrar na pele. - Ter a habronemose gástrica é necessário para haver reação alérgica especifica na pele. Fatores extrínsicos: a) Região onde vivem os animais – tem regiões devido ao clima que não tem muitas moscas e outras são favoráveis as moscas. b) Estação do ano – estação favorável as moscas que aumentam numero de casos, feridas de verão. c) Presença de traumatismos diversos – visto que a habronemose cutânea só se desenvolve se houver feridas pré existentes. Evolução feridas Fase inicial: Ferida banal que não cicatriza e com prurido violento; forma seca (áreas alopecicas circulares), úmida (pelos aglutinados e pele inflamada), edematosa (pele espessada, edema circunscrito, exsudato seroso). - As feridas de habronemose cutânea na fase inicial (existia então uma ferida previa , a mosca pousa, se tiver L3 ela entra no tecido e tem reação alérgica e formação de tecido granulomatoso). No inicio é uma ferida pequena que não cicatriza e causa muito prurido, o animal fica muito incomodado e coça e morde a região. Antes de começar a formação de tecido granulomatoso, a pele fica edematosa ocorrendo de forma circunscrita, começa ter no local exsudato seroso, podendo haver habronemose úmida, pelos ficam aglutinados e avermelhado. Ou se houver pouca quantidade de exsudato a ferida é chamada de seca onde tem uma queda de pelo na região, que mantem sempre o contorno circular. Fase de instalação: - Aspecto uniforme da ferida - Região pruriginoso vermelha, friável, coberto com gomos carnudos, sangra facilmente, contorno regular e circular - Progride com gomos carnudos mais exuberantes, superfície da ferida convexa - Hipertrofia da derme embaixo da ferida (forma pedestal) - Prurido: dilacerações, hemorragias e infecção secundária - Depois da fase de inicio começa a fase de instalação, é nesta fase que a ferida ao se desenvolver começa se tornar característica. Ela tem um aspecto uniforme, a região tem contorno circular e regular, e o centro com presença de gomos carnudos, sendo bastante vermelha e pruriginosa e friável, se desfazendo facilmente. Esses gomos carnudos se tornam bastante volumosos, é um local bastante irrigado e sangra facilmente, com aspecto úmido pela secreção inflamatória. - As margens da ferida tem aspecto liso. - O centro progride ficando mais exuberante. - O prurido intenso faz com que o animal cause dilacerações, hemorragias e presença de infecção secundária podendo adquirir coloração amarelada. Lesão resultante – aspecto tipico: lesão saliente, gomosa, granulosa e pruriginosa ferida costuma ser persiste pelo verão – com larvas L3 vivas no tecido; no período de moscas. Atração de moscas pela ferida. - outono: prurido e inflamação vão desaparecendo – período de diminuição de moscas, e as L3 presentes vão morrendo. Quando todas morrerem gera cicatrização das feridas. - ferida recoberta por cicatriz acinzentada, sem pelos, rugosa. Recidivas! – em pequenas escoriações por prurido pequeno, e no verão as moscas voltam deixando as larvas L3. Feridas antigas: Não retrocedem, ficando recobertas de conjuntiva dura (“quelóides”) PATOGENIA Larvas em feridas: ação irritativa ação tóxica local ação alergisante - As larvas L3 causa irritação no local , causada também pelas toxinas produzidas pelas larvas vivas. Isso vai levar a uma reação alérgica desde que o eqüino já tenha primeiro contato inicial por habronemose gástrica previa. DIAGNÓSTICO • Exame clínico observa-se: feridas rebeldes à cicatrização, gomosas e granulosas, prurido intenso, caráter sazonal e recidivante, animais com habronemose gástrica – na propriedade ou o animal que apresenta a lesão pode ser usado como diagnostico de habronemose cutânea. • L3 em corte histológico ouexame direto de tecido em lâmina (biópsia profunda e no centro da lesão). - Na habronemose cutânea, assim vendo a ferida o diagnostico é bastante fácil de ser feito, porque as lesões tem um aspecto bastante característico. Pela observação é possível determinar que é feridas de habronemose cutânea. - Em alguns casos a ferida pode não ser tão característica dependendo do local (conjuntiva de olho, superfície peniana, vulva) – pode não ter contorno regular, assim, pode ser feito biopsia de forma profunda e no centro da lesão para buscar presença de L3, ou corte histológico ou exame direto de visualização da amostra. TRATAMENTO • Feridas grandes extirpadas e depois tratadas • Parasiticidas sistêmicos associados a antissépticos e repelentes locais • Regressão total com simples proteção contra moscas • Extirpação cirúrgica no inverno, radioterapia, crioterapia - Na habronemose cutânea seria basicamente o tratamento das feridas. - O tratamento tem como objetivo evitar o incomodo das lesões causado para o animal, melhorar a estética do animal, evitar complicações secundárias como infecções. - Uma ferida de habronemose não é capaz de ser transmitida para outro eqüino, e a mosca nunca vai se contaminar por um ferida que existe L3 e levar para outro eqüino. Única forma de infecção pela mosca é quando ela tem L3 nas suas peças bucais por ter ingerido larva de habronema quando era uma larva de mosca. - O tratamento se baseia basicamente em eliminar as feridas. - Feridas grandes podem ser tratadas retirando aquela área da pele, porque assim não tem risco de recidiva. Depois esta área deve ser protegida para não haver chegada de larvas através de moscas. - Também pode ser usado parasiticida sistêmico junto com a antissepsia do local e repelentes para evitar a presença de moscas. Antecipando a cicatrização da ferida, mas afeta a estética do animal pela formação de queloides. - Se apenas proteger a ferida de moscas, com o tempo tem regressão da ferida e começa cicatrizar, mas isso demora um tempo e o animal pode continuar com desconforto. - Quando opta por extirpação cirúrgica é preferencial ser feito em épocas que não tem moscas e diminui risco de reinfecção. - Outras formas de extirpação sem cirurgia é a radioterapia e crioterapia onde se faz um processo de matar o tecido onde esta ocorrendo esse processo, eliminando a pele afetada com larvas L3. HABRONEMOSE por larvas • Habronemose conjuntival: ângulo interno dos olhos, geralmente bilateral; massas necróticas amareladas acompanhadas por sensilbilidade e lacrimejamento • Habronemose genital: na glande e prepúcio, próximo ao orifício uretral, com tecido hiperplásico • Habronemose pulmonar: em bronquíolos, assintomático, formam nódulos - A habronemose cutânea pode adquirir outros nomes quando ela não ocorre da maneira citada em pele. - Conjuntival – quando a larva é depositada no ângulo interno dos olhos, geralmente é nos dois olhos ao mesmo tempo. Assim a larva consegue entrar na conjuntiva mesmo não tendo uma lesão, e a mosca pousa neste local quando tem muita secreção nos olhos, as larvas vão estimular a reação alérgica e estimular a produção de tecido granulomatoso, mas ela parece de forma mais escurecida, até necrótica, as vezes amarelada e ela não mantem o contorno circular. E pela inflamação da conjuntiva causa uma grande sensibilidade dos olhos e lacrimejamento intenso do olho acometido. Genital – machos na glande e no prepúcio, próximo ao orifício uretral, formando tecido hiperplásico granulomatoso. Pulmonar – as larvas depositadas nas narinas podem conseguir alcançar a região da faringe e ser deglutida e gerar adultos no estomago. Mas eventualmente essas que entram pelas narinas podem ser aspiradas e chegam ate os bronquíolos chamado de habronemose pulmonar, formam nódulos com larva no centro, é assintomático e não causa efeito clinico, podendo ser percebidos em necropsia. - A conjuntival e genital é bastante comum. Nessas não precisa de lesão pré existente.
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