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HABRONEMOSE PARTE 1 A 6

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Habronemoses 
dos Equídeos 
 
- É uma parasitose causada por nematódeos do 
gênero habronema, existem 3 especies que 
causam habronemose dos eqüídeos. Existe a 
habronemose comum ou chamada de gástrica 
e isto ocorre devido a presença de adultos 
dentro do estomago de eqüídeos que é o 
habitat. Entretanto existe uma situação que é 
muito comum, que é um resultado acidental da 
parasitose, neste caso pode ocorrer feridas de 
pele, sendo conhecida como habronemose 
cutânea. 
 
Presença de nematóides do gênero 
Habronema (L4 e adultos) na porção 
glandular do estômago de equídeos, 
resultando em inflamação catarral com 
erosões e ulcerações 
Presença de larvas (L3) em ferimentos de 
pele de equídeos com formação de tecido 
de granulação. 
 
- Habronemose por definição é uma afecção 
de estomago onde existe a presença dos 
nematódeos do gênero habronema, desde L4 
onde vão realizar a ultima muda para adulto 
dentro deste orgão. Então a presença de L4 e 
adultos (sendo a principal causa)pode gerar 
uma inflamação típico catarral onde pode 
ocorrer erosões e ulcerações - podendo 
considerar essa habronemose gástrica. 
- Habronemose cutânea: a presença de larvas 
L3 que podem acidentalmente estar em 
ferimentos de pele dos eqüídeos e a partir deste 
momento gerar a formação de um tecido de 
granulação, é uma situação acidente, não 
ocorrendo normalmente em um ciclo normal. O 
ciclo dos habronemas não inclui em nenhum 
momento a presença de larvas em pele, tanto 
é que quando essas larvas se encontram na 
pele, nunca vão se desenvolver. 
A presença das feridas ocorre justamente 
porque as larvas estão na pele gerando um 
tecido de granulação 
 
• Habronema muscae 
• Habronema microstoma 
• Draschia megastoma 
(H.megastoma) 
 
Ciclo evolutivo: indireto com moscas como 
H.I. 
 
- Então habronemose é causada por 
nematódeos do gênero habronema e existe 
essas três espécies que causa habronemose. Os 
ciclos destes são praticamente idênticos, no 
entanto a Draschia megastoma tem um efeito 
um pouco diferente dentro do estomago dos 
eqüinos quando comparado a outras duas 
espécies. 
- O ciclo evolutivo dos 3 é idêntico e chamado 
de ciclo indireto, porque envolve um hospedeiro 
intermediário onde este é sempre uma mosca. 
Este ciclo é obrigatório e só atinge a fase de 
adulto e desenvolve completamente essas 3 
especies quando faz esse desenvolvimento 
passando pelo hospedeiro intermediário. 
 
Ciclo biológico 
 
- Esta é uma representação do ciclo biológico 
que seria igual para as 3 espécies. 
- Estes adultos vivem dentro do estomago do 
eqüino, estes adultos vão se reproduzir, as 
fêmeas são ovíparas e estes ovos são 
produzidos pelos adultos dentro do estomago 
do eqüino parasitado. Estes ovos vão ser 
levados junto com o conteúdo do estomago 
que vão passar pelos intestinos. Estes ovos 
quando passam do estomago até o final dos 
intestinos, muitos deles vão liberar a L1durante 
este trajeto. 
- Com isto nas fezes do eqüino parasitado pelos 
adultos vai estar presente nas fezes uma 
pequena quantidade de ovos (que são alguns 
que ainda não liberaram a L1) e muitas larvas L1 
que já haviam saído dos ovos durante o trajeto 
até chegar ao ambiente. 
- Estes ovos que saíram nas fezes e ainda não 
liberaram a L1, vão liberar estas larvas L1, assim 
desta forma vai somente sobrar as L1 nas fezes. 
- É importante saber que essas fases do 
habronema , alguns ovos e algumas L1 saem 
nas fezes, porque no coproparasitologico de um 
animal sempre se pesquisa, busca os ovos 
presentes. Nessas técnicas que fazem este tipo 
de busca não são identificados larvas, o que 
são identificados nas técnicas são os ovos. 
- Com isso na busca de ovos de um eqüino 
parasitado por habronema vai ter uma 
quantidade pequena de ovos, porem isto não é 
representativo da carga parasitária. Porque 
apesar de ter poucos ovos nas fezes, ele pode 
ter uma grande quantidade de adultos no 
estomago porque as larvas que saem como L1 
não são vistas nesta técnica. 
- Continuando o ciclo quando estas L1 estão 
nas fezes no ambiente, é necessário que esta L1 
para se desenvolver ser ingerida pela mosca 
(h.i). Estas moscas geralmente são a mosca 
domestica e também a stomoxys calcitrans 
(conhecida como mosca dos estábulos) que 
parasita frequentemente eqüinos, além de 
bovinos. 
- Apesar da larva L1 ter que necessariamente 
entrar na mosca de alguma forma para 
conseguir se desenvolver ate L3 – isto somente 
ocorre se a L1 estiver dentro de uma mosca, e 
não é tão possível que esta infecção da mosca 
ocorra. Porque uma mosca se alimenta de 
sangue e a outra ingere fluidos, e nenhuma 
delas tem capacidade de ingerir larvas L1 que 
se encontram nas fezes. 
- Lembrando que a fase das moscas quando 
larvas se alimentam de fezes, e é o que 
acontece no ciclo de habronema, onde as 
larvas das moscas vão ingerindo fezes e 
acabam ingerindo as larvas L1 de habronema 
que estão presentes nessas fezes. 
- Depois de terminado a fase de larva da mosca 
, esta se enterra e torna se pupa e nesta fase a 
larva se transforma em uma mosca adulta. 
Enquanto todo esse desenvolvimento da mosca 
(larva, pupa e mosca adulta), assim as larvas L1 
de habronema também vão evoluir neste 
período até larva L3. 
- No final desta evolução que ocorre 
simultaneamente , o resultado é uma mosca 
adulta com larva L3 presente dentro dela. Esta 
L3 migra para as peças bucais da mosca. Assim 
quando a mosca pousa em um hospedeiro, as 
L3 podem tentar alcançar o estomago do 
eqüino onde vão continuar seu 
desenvolvimento de L3 até L5. 
- Se isto acontecer em qualquer outro animal 
que não seja um eqüino esta L3 pode até tentar 
se desenvolver mas não vai conseguir. 
- No eqüino a L3 se movimenta tentando entrar 
na cavidade oral. Então quando a mosca 
pousa perto de narinas e boca, a L3 consegue 
entrar facilmente no eqüino ou pela cavidade 
nasal ou oral. 
- Essa larva conseguindo alcançar a cavidade 
oral ela acaba sendo deglutida, chega no 
estomago. E as larvas L3 que não conseguem 
entrar na boca acabam morrendo. 
- A larva L3 de habronema não tem 
capacidade de atravessar a pele integra. E 
outra opção é que o eqüino pode ingerir a 
mosca então a L3 vai chegar no estomago do 
mesmo jeito. 
- Quando a larva L3 chega no estomago ela 
muda para L4 e em pouco tempo passa para L5 
que é o adulto que amadurece e começa se 
alimentar e se reproduzir dentro do estomago. 
Draschia megastoma 
- Adultos em estômago dentro de 
massas de tecido – ovos saem por 
fístulas 
- Maioria das larvas eclodem no 
intestino – L1 nas fezes, poucos ovos 
nas fezes 
- H.I. Musca domestica 
- Mosca adulta com L3 nas peças 
bucais depositada em lábios e 
narinas de equídeos onde alcançam 
estômago. 
- A presença desta espécie dentro do 
estomago do eqüino causa uma patogenia 
diferente das outras espécies. 
- A presença dos adultos dentro do estomago 
faz com que comece a ter o crescimento de 
um tecido granuloso e isto forma uma massa 
que se projeta para dentro do estomago. É 
uma massa de tecido de formato circular que 
aparece na parede do estomago e dentro 
dessa massa ficam os adultos. Dentro dessa 
massa tem fistulas que conectam os adultos 
com o ambiente do estomago. Essa 
comunicação não é usada pelos adultos para 
andar , mas quando as fêmeas vão produzir 
ovos , estes ovos saem de dentro desta massa e 
caem dentro do estomago. 
- A maioria dos ovos eclodem antes de chegar 
ao ambiente, liberando a L1. Então há uma 
pequena quantidade de ovos que saem nas 
fezes. 
- O hospedeiro intermediário mais utilizado nessa 
espécie é a mosca domestica. 
 - E a mosca adulta vai ter a L3 nas peças 
bucais, e quando esta pousa perto de narinas 
ou boca a larva sai e chegam dentro da 
cavidade oral e ser deglutidas alcançando o 
estomago. 
- Essa facilidade é porque a mosca domestica 
gosta defluidos então ela pousa em narinas, 
canto da boca, para se alimentar. 
 
Habronema muscae 
 
- Adultos superfície estômago 
- Poucas larvas eclodem no intestino, 
poucas L1 e muitos ovos em fezes 
- H.I. Musca domestica 
- Mosca adulta com L3 nas peças 
bucais depositada em lábios e 
narinas de equídeos onde alcançam 
estômago 
 
- Esta espécie tem os adultos na superfície do 
estomago, onde forma um muco onde eles se 
protegem do conteúdo estomacal. 
- Nesta espécie poucos ovos liberam L1 antes 
de saírem para o ambiente. Então nas fezes é 
possível identificar muitos ovos. 
- O hospedeiro intermediário mais usado é a 
mosca domestica. 
Habronema micróstoma 
 
- Adultos superfície estômago 
- Poucas larvas eclodem no intestino 
- Ovos em fezes 
- H.I. Stomoxys calcitrans 
- Mosca adulta com L3 nas peças 
bucais depositada em lábios e 
narinas de equídeos onde alcançam 
estômago. 
- Parecida com a espécie anterior. 
- Mosca utilizada como hospedeiro 
intermediário a S. calcitrans. 
- Poucas larvas eclodem dos ovos, então há 
grande quantidade de ovos nas fezes. 
 
HABRONEMOSE GÁSTRICA 
• Presença dos adultos no estômago 
(ciclo completo) 
• Normalmente assintomática 
• H. megastoma: massa tumorais 
circulares de 12 cm de diâmetro, 
fistuladas; hemorragias e perfuração 
da parede  peritonite 
• H. muscae e H. microstoma 
(superfície da mucosa): gastrite 
catarral crônica com úlceras 
embaixo do muco. 
 
- Este termo é usado para diferenciar da 
habronemose cutânea. 
- A habronemose gástrica é a presença dos 
adultos no estomago e só ocorre quando tem o 
ciclo completo. Ela é na grande maioria das 
vezes assintomática mesmo com as massas de 
tecido formadas no estomago ou a camada de 
muco dentro do estomago – inflamação 
catarral. Ela é uma situação crônica que muitas 
vezes não leva a nenhum sinal clínico aos 
eqüinos parasitados. 
- Os poucos casos que são sintomáticos vão se 
diferenciar entre as espécies, onde para H. 
megastoma há formação das massas tumorais, 
possuem fistulas, isto pode gerar pequenas 
hemorragias e em alguns casos a perfuração 
da parede estomacal havendo peritonite pelo 
conteúdo do estomago que cai na cavidade 
abdominal(ocorre em poucas situações). 
- Para outras 2 especies não existe formação da 
massa tumoral, ocorre uma gastrite catarral 
crônica podendo formar ulcerações embaixo 
do muco onde estão localizados os adultos. 
 
Sinais clínicos (quando ocorrem): 
➢ Pode haver emaciação 
(emagrecimento) e debilidade 
devido gastrites crônicas 
prolongadas – para espécies que 
não formam massas tumorais. 
➢ Quando tem o habronema que 
apresenta massas tumorais, se ela se 
formar próximo ao piloro (saída do 
conteúdo gástrico) isto pode 
dificultar o esvaziamento do 
estomago – pode ocorrer cólicas 
durante a alimentação quando 
massas tumorais próximas ao piloro; 
➢ Depressão, febre e dor quando 
ocorre perfuração da parede 
gástrica – não é um resultado 
comum mas eventual. 
 
Diagnóstico: 
• Coproscopia - larvas 
• Xenodiagnóstico - epidemiológico 
• Necropsia 
 
- Os sinais por serem inespecíficos e as vezes 
nem existem faz a parasitose ser difícil de ser 
diagnosticada. 
- Existe possibilidade de fazer pesquisas 
periódicas das fezes dos animais para formas 
parasitarias. Mas lembrar que o 
coproparasitologico para habronemose deve 
ser sempre uma busca por larvas e não busca 
de ovos (porque a busca de ovos é falha para 
determinar a carga parasitaria). Para 
habronemose o coproparasitologico é baseado 
em coproscopia e não a pesquisa e 
identificação de ovos. 
- Outra forma de diagnostico mas usado para 
estudos epidemiológicos é chamado de 
xenodiagnostico. Uma pesquisa epidemiológica 
é quando tem a necessidade saber se em uma 
região ou propriedade de eqüinos esta 
ocorrendo habronemose gástrica. É um 
diagnostico onde procura a presença em uma 
população/grupo de eqüinos que pode ser de 
uma região ou propriedade. O xenodiagnostico 
quer dizer que é diagnostico feito a partir do 
hospedeiro intermediário e não no hospedeiro 
definitivo. Então na habronemose é feito com 
moscas. Coletando se o conteúdo fecal do 
animal e adicionando larvas de moscas que se 
sabe que não estão infectadas. Assim as larvas 
de moscas evoluem e se tornam moscas 
adultas, e assim se pesquisa nessas moscas se 
tem a presença de L3 de habronema. 
- Outra forma fácil de fazer diagnostico é 
através de necropsia de animais mortos, 
observando a presença de conteúdo catarral e 
massas tumorais no estomago leva a um 
diagnostico post mortem. 
 
Tratamento e profilaxia: 
• H. megastoma tratamento mais difícil 
• Profilaxia: acabar com fontes de 
infecção; destruição dos H.I. 
• Habronemose cutânea é suspeita 
para a gástrica 
• Esterilização das fezes 
 
- O tratamento da habronemose gástrica pode 
ser feito através de anti helmínticos – qualquer 
produto com efeito contra nematódeo. 
No entanto o tratamento para habronema 
megastoma acaba sendo um pouco mais difícil 
de ser realizado porque os adultos ficam dentro 
das massas de tecido dentro do estomago e 
eles ficam menos expostos aos produtos que 
são usados/ dados ao hospedeiro como 
tratamento. Então o resultado para o 
tratamento destes não é tão bom, sendo 
necessário um tratamento um pouco mais 
prolongado ou mais intensivo. 
- O tratamento profilático também pode ser 
feito que pode evitar a presença dos adultos 
dentro do estomago feito rotineiramente e ele é 
bom para fazer um controle de habronemose 
gástrica e muitas vezes é o mais indicado pela 
dificuldade de diagnosticar / perceber os 
eqüinos como parasitados. 
- Outra forma de profilaxia da habronemose 
gástrica é o controle dos hospedeiros 
intermediários que são as moscas, quando elas 
não existem ou estão em pequenas 
quantidades isto leva a não infecção dos 
eqüinos porque sem a mosca a larva L3 não é 
formada, e sem a larva L3 não tem infecção 
dos eqüinos (evitar moscas com uso de 
esterqueira, fazer coleta das fezes 
periodicamente em um curto período de tempo 
e colocar em esterqueiras onde há a 
fermentação dessas fezes – e esta fermentação 
destrói as larvas e ovos dos habronemas e 
destrói a larva das moscas). 
- Tratar os eqüinos infetados quando 
diagnosticados também é uma forma de 
profilaxia , para eliminar a infecção mesmo que 
sejam assintomáticos, para impedir ou dificultar 
a infecção de novos animais. 
- Sempre a ocorrência de habronemose 
cutânea é útil para diagnostico da presença de 
habronemose gástrica nos animais. É uma 
conseqüência acidental da habronemose 
gástrica. É uma forma mais fácil de ser 
percebida, por presença de feridas típicas na 
pele dos eqüinos. 
- Só existe habronemose cutânea se existir 
habronemose gástrica porque a habronemose 
cutânea é causada por larvas L3 que nunca 
vão se desenvolver mas geram estas feridas. Isto 
só ocorre se houver adultos no estomago 
produzindo ovos e larvas. 
- Esterilização das fezes é uma forma tanto de 
destruir moscas e eliminar larvas de L1 que 
podem ter presente nas fezes. 
 
HABRONEMOSE CUTÂNEA 
 
Reações orgânicas à localização errática 
de L3 em equídeos 
 larvas perdidas para a espécie 
 
- É relacionada a habronemose gástrica, é uma 
ocorrência acidental, onde larvas L3 são 
depositadas acidentalmente em feridas pré 
existentes de eqüídeos. 
- É a produção de feridas características onde 
vai ocorrer a reação daquele tecido a 
presença de L3 em eqüídeos , onde esta 
localização dentro das feridas é chamada de 
errática, porque o objetivo da L3 sempre é 
chegar ao estomago. 
Mas se a L3 estiver na ferida de pele ela nunca 
vai conseguir chegar no estomago (lembrando 
que ela não tem a capacidade de atravessar a 
pele mesmo se tiver ferimento). 
- O equino que já tem uma lesão qualquer de 
pele muitas vezes atrai a mosca, principalmente 
a mosca domestica,assim a L3 sai das peças 
bucais da mosca e chega na ferida, e nunca a 
L3 consegue sair da ferida e chegar no 
estomago. 
- Essa L3 na ferida não morre imediatamente e 
ela causa uma reação inflamatória naquele 
local, e esta reação inflamatória é 
granulomatosa formando tecido granulomatoso 
proliferativo, e esta ferida começa aumentar e 
mudar de características. Depois de um tempo 
essa larva L3 acabam morrendo. 
 
• Larvas depositadas em feridas pré-
existentes (presença de moscas 
contendo L3). 
• Feridas têm desenvolvimento 
característico por reação à 
deposição de larvas 
• Forma de botão (contorno circular, 
depende do local, pele que não seja 
mucosa ou próxima a olhos), 
granulosas (formação gomos 
semelhantes a couve flor pelo tecido 
granulomatoso, rebeldes à 
cicatrização 
• Recorrência por re infestação – 
sazonais – costuma ser uma ferida 
recorrente. 
 
- A ferida recorrente é aquela que se 
desenvolve podendo desaparecer e depois ela 
volta. E ela costuma reaparecer em uma época 
do ano, por isto se chama feridas sazonais. 
- A chegada da L3 na ferida depende do 
transporte da mosca e existe uma época do 
ano que a quantidade de moscas diminui muito 
pelo clima desfavorável – assim nesses períodos 
demora a chegada das moscas em feridas de 
pele, então as feridas não aparecem muito 
nesses períodos. 
- Essas feridas aparecem em estações que tem 
grandes populações de moscas (tipicamente 
verão). 
- As feridas existentes com tecido 
granulomatoso enquanto existe L3 viva naquele 
tecido ela continua a crescer, quando muda a 
epoca do ano e diminui a população de 
moscas, não pousam mais moscas nessa ferida 
assim como as larvas L3, e as larvas L3 que já 
estão na ferida elas pelo tempo começam a 
morrer. 
- Quando todas as larvas presentes na ferida 
morrem, esta ferida começa um processo de 
cicatrização, onde esta cicatrização não é 
total, com formação de queloide. 
- As larvas que estão mortas dentro da ferida 
ainda tem uma pequena reação da pele e 
continua um prurido e coceira no local, levando 
o animal a se coçar, raspar a região no 
ambiente , levando a escoriações em cima da 
região cicatrizada. E essas pequenas lesões 
quando começa voltar a mosca , estas voltam 
a pousar neste mesmo local e as feridas que 
estavam cicatrizadas começam a crescer 
novamente. Elas também são conhecidas 
como feridas de verão. 
 
Receptividade dos equídeos ligado à 
fatores intrínsicos e extrínsicos: 
 
Fatores intrínsicos: 
a) Espécie animal 
b) Raça 
c) Existência de ferida banal prévia 
d) Influência de infecções anteriores - 
habronemose gástrica 
- Para a habronemose ocorrer dessa maneira é 
necessário algumas condições. As feridas por 
habronemose cutânea só ocorre por larvas L3 
de habronema, somente ocorre em eqüinos 
(outros animais não tem a mesma reação na 
pele que o eqüino tem com formação de ferida 
granulomatosa, onde o eqüino é o único que 
reação a presença das larvas). 
- Então os fatores intrinsicos estão relacionados 
aos animais que podem gerar habronemose 
cutânea – espécie animal onde somente ocorre 
em equinos; essa resposta é alérgica e a alergia 
é iniciada por contatos prévios, então 
geralmente os eqüinos tem este primeiro 
contato com uma habronemose gástrica, assim 
o animal já fica susceptível a ter uma reação 
alérgica quando chegam larvas L3 em feridas 
(por isto outros animais mesmo com L3 em 
feridas nunca vão ter essa reação alérgica igual 
dos equinos). 
- Tem algumas raças de eqüinos que tem uma 
maior probabilidade de desenvolver 
habronemose cutânea , isto esta relacionado a 
maior ou menor ocorrência de feridas – assim 
raças de eqüinos usados para esporte ou 
trabalho costumam ter mais feridas na pele e 
essas feridas são porta de entrada para as 
larvas – que desenvolve por feridas de 
habronemose cutânea. 
- A presença de ferida previa é imprescindível 
para que a larva consiga entrar na pele. 
- Ter a habronemose gástrica é necessário para 
haver reação alérgica especifica na pele. 
 
Fatores extrínsicos: 
a) Região onde vivem os animais – tem 
regiões devido ao clima que não tem 
muitas moscas e outras são favoráveis as 
moscas. 
b) Estação do ano – estação favorável as 
moscas que aumentam numero de 
casos, feridas de verão. 
c) Presença de traumatismos diversos – 
visto que a habronemose cutânea só se 
desenvolve se houver feridas pré 
existentes. 
 
Evolução feridas 
Fase inicial: 
Ferida banal que não cicatriza e com 
prurido violento; forma seca (áreas 
alopecicas circulares), úmida (pelos 
aglutinados e pele inflamada), edematosa 
(pele espessada, edema circunscrito, 
exsudato seroso). 
 
- As feridas de habronemose cutânea na fase 
inicial (existia então uma ferida previa , a mosca 
pousa, se tiver L3 ela entra no tecido e tem 
reação alérgica e formação de tecido 
granulomatoso). No inicio é uma ferida 
pequena que não cicatriza e causa muito 
prurido, o animal fica muito incomodado e 
coça e morde a região. Antes de começar a 
formação de tecido granulomatoso, a pele fica 
edematosa ocorrendo de forma circunscrita, 
começa ter no local exsudato seroso, podendo 
haver habronemose úmida, pelos ficam 
aglutinados e avermelhado. Ou se houver 
pouca quantidade de exsudato a ferida é 
chamada de seca onde tem uma queda de 
pelo na região, que mantem sempre o contorno 
circular. 
 
Fase de instalação: 
- Aspecto uniforme da ferida 
- Região pruriginoso vermelha, friável, 
coberto com gomos carnudos, 
sangra facilmente, contorno regular 
e circular 
- Progride com gomos carnudos mais 
exuberantes, superfície da ferida 
convexa 
- Hipertrofia da derme embaixo da 
ferida (forma pedestal) 
- Prurido: dilacerações, hemorragias e 
infecção secundária 
 
- Depois da fase de inicio começa a fase de 
instalação, é nesta fase que a ferida ao se 
desenvolver começa se tornar característica. 
Ela tem um aspecto uniforme, a região tem 
contorno circular e regular, e o centro com 
presença de gomos carnudos, sendo bastante 
vermelha e pruriginosa e friável, se desfazendo 
facilmente. Esses gomos carnudos se tornam 
bastante volumosos, é um local bastante 
irrigado e sangra facilmente, com aspecto 
úmido pela secreção inflamatória. 
- As margens da ferida tem aspecto liso. 
- O centro progride ficando mais exuberante. 
- O prurido intenso faz com que o animal cause 
dilacerações, hemorragias e presença de 
infecção secundária podendo adquirir 
coloração amarelada. 
 
Lesão resultante – aspecto tipico: lesão 
saliente, gomosa, granulosa e pruriginosa 
 ferida costuma ser persiste pelo verão – 
com larvas L3 vivas no tecido; no período 
de moscas. Atração de moscas pela ferida. 
- outono: prurido e inflamação vão 
desaparecendo – período de diminuição 
de moscas, e as L3 presentes vão 
morrendo. Quando todas morrerem gera 
cicatrização das feridas. 
- ferida recoberta por cicatriz acinzentada, 
sem pelos, rugosa. 
Recidivas! – em pequenas escoriações por 
prurido pequeno, e no verão as moscas 
voltam deixando as larvas L3. 
 
Feridas antigas: 
Não retrocedem, ficando recobertas de 
conjuntiva dura (“quelóides”) 
 
PATOGENIA 
Larvas em feridas: 
 ação irritativa 
 ação tóxica local 
 ação alergisante 
 
- As larvas L3 causa irritação no local , causada 
também pelas toxinas produzidas pelas larvas 
vivas. Isso vai levar a uma reação alérgica 
desde que o eqüino já tenha primeiro contato 
inicial por habronemose gástrica previa. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Exame clínico observa-se: 
 feridas rebeldes à cicatrização, gomosas 
e granulosas, prurido intenso, caráter 
sazonal e recidivante, animais com 
habronemose gástrica – na propriedade ou 
o animal que apresenta a lesão pode ser 
usado como diagnostico de habronemose 
cutânea. 
• L3 em corte histológico ouexame 
direto de tecido em lâmina (biópsia 
profunda e no centro da lesão). 
 
- Na habronemose cutânea, assim vendo a 
ferida o diagnostico é bastante fácil de ser feito, 
porque as lesões tem um aspecto bastante 
característico. Pela observação é possível 
determinar que é feridas de habronemose 
cutânea. 
- Em alguns casos a ferida pode não ser tão 
característica dependendo do local (conjuntiva 
de olho, superfície peniana, vulva) – pode não 
ter contorno regular, assim, pode ser feito 
biopsia de forma profunda e no centro da lesão 
para buscar presença de L3, ou corte 
histológico ou exame direto de visualização da 
amostra. 
 
TRATAMENTO 
• Feridas grandes extirpadas e depois 
tratadas 
• Parasiticidas sistêmicos associados a 
antissépticos e repelentes locais 
• Regressão total com simples 
proteção contra moscas 
• Extirpação cirúrgica no inverno, 
radioterapia, crioterapia 
 
- Na habronemose cutânea seria basicamente 
o tratamento das feridas. 
- O tratamento tem como objetivo evitar o 
incomodo das lesões causado para o animal, 
melhorar a estética do animal, evitar 
complicações secundárias como infecções. 
- Uma ferida de habronemose não é capaz de 
ser transmitida para outro eqüino, e a mosca 
nunca vai se contaminar por um ferida que 
existe L3 e levar para outro eqüino. Única forma 
de infecção pela mosca é quando ela tem L3 
nas suas peças bucais por ter ingerido larva de 
habronema quando era uma larva de mosca. 
- O tratamento se baseia basicamente em 
eliminar as feridas. 
- Feridas grandes podem ser tratadas retirando 
aquela área da pele, porque assim não tem 
risco de recidiva. Depois esta área deve ser 
protegida para não haver chegada de larvas 
através de moscas. 
- Também pode ser usado parasiticida sistêmico 
junto com a antissepsia do local e repelentes 
para evitar a presença de moscas. 
Antecipando a cicatrização da ferida, mas 
afeta a estética do animal pela formação de 
queloides. 
- Se apenas proteger a ferida de moscas, com o 
tempo tem regressão da ferida e começa 
cicatrizar, mas isso demora um tempo e o 
animal pode continuar com desconforto. 
- Quando opta por extirpação cirúrgica é 
preferencial ser feito em épocas que não tem 
moscas e diminui risco de reinfecção. 
- Outras formas de extirpação sem cirurgia é a 
radioterapia e crioterapia onde se faz um 
processo de matar o tecido onde esta 
ocorrendo esse processo, eliminando a pele 
afetada com larvas L3. 
 
HABRONEMOSE por larvas 
 
• Habronemose conjuntival: ângulo 
interno dos olhos, geralmente 
bilateral; massas necróticas 
amareladas acompanhadas por 
sensilbilidade e lacrimejamento 
• Habronemose genital: na glande e 
prepúcio, próximo ao orifício uretral, 
com tecido hiperplásico 
• Habronemose pulmonar: em 
bronquíolos, assintomático, formam 
nódulos 
 
- A habronemose cutânea pode adquirir outros 
nomes quando ela não ocorre da maneira 
citada em pele. 
- Conjuntival – quando a larva é depositada no 
ângulo interno dos olhos, geralmente é nos dois 
olhos ao mesmo tempo. Assim a larva consegue 
entrar na conjuntiva mesmo não tendo uma 
lesão, e a mosca pousa neste local quando tem 
muita secreção nos olhos, as larvas vão 
estimular a reação alérgica e estimular a 
produção de tecido granulomatoso, mas ela 
parece de forma mais escurecida, até 
necrótica, as vezes amarelada e ela não 
mantem o contorno circular. E pela inflamação 
da conjuntiva causa uma grande sensibilidade 
dos olhos e lacrimejamento intenso do olho 
acometido. 
Genital – machos na glande e no prepúcio, 
próximo ao orifício uretral, formando tecido 
hiperplásico granulomatoso. 
Pulmonar – as larvas depositadas nas narinas 
podem conseguir alcançar a região da faringe 
e ser deglutida e gerar adultos no estomago. 
Mas eventualmente essas que entram pelas 
narinas podem ser aspiradas e chegam ate os 
bronquíolos chamado de habronemose 
pulmonar, formam nódulos com larva no centro, 
é assintomático e não causa efeito clinico, 
podendo ser percebidos em necropsia. 
 
- A conjuntival e genital é bastante comum. 
Nessas não precisa de lesão pré existente.

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