Buscar

DAS PENAS E TEORIAS DA PENA A LUZ DO DIREITO PENAL ANGOLANO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

DAS PENAS E TEORIAS DA PENA A LUZ DO DIREITO PENAL 
ANGOLANO 
 
Direito penal Angolano 
Publicado em 05.05.2020 / 05.05.2020 
Autor: Mestre. Simão Cololo, Jurista 
Email:simaocololo86mail.com Facebook: Simão Cololo 
 
Resumo: O presente artigo pretende analisar e apontar as principais 
características das penas, bem como das teorias criadas para explicar a função das 
penas. A finalidade da pena criminal levanta discussões sem, contudo se chegar a um 
consenso. A doutrina, para conceituar a finalidade da pena, utiliza três grandes grupos 
de teorias, a teoria absoluta, a teoria relativa, e a teoria mista, sendo que cada qual 
com seu grau de punição. Para a Teoria Absoluta a pena é um castigo e uma 
consequência pelo crime realizado, não possuindo qualquer outro desiderato, senão 
ser um fim em si mesma, e por aplicar as sanções previstas na legislação, é 
considerada como uma forma de fazer justiça. Já a Teoria Relativa, têm por objetivo a 
prevenção de novos delitos, ou seja, busca atravancar a realização de novas condutas 
criminosas, impedindo que os condenados voltem a delinquir. E para a Teoria mista, 
unificadora ou eclética a qual juntou as lições das duas teorias anteriores, a pena visa, 
ao mesmo tempo, como retribuição (punição) e prevenção (evita a prática de outros 
delitos). Portanto, chega-se à conclusão de que a pena objetiva punir o condenado, 
retribuindo a este o mal causado em decorrência de seu delito, fazendo com que o 
criminoso não realize novas condutas ilícitas. 
 
Palavras-chave: Penas; Teorias da Pena; Sanção Penal. 
 
Sumário: 1.Introdução; 2. Da pena; 2.1.Conceito de Pena; 2.2 Princípios 
aplicados a pena; 2.3 Fundamentos da Pena; 2.4 Classificação da Penas; 3.Das 
teorias da pena; 3.1 Teoria Absoluta e finalidade retributiva; 3.2 Teoria relativa 
ou preventiva; 3.3 Teoria mista, Unificadora ou Eclética; 4.Conclusão; 5.Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
"É melhor prevenir os crimes do que ter de puni-los; e todo legislador 
sábio deve procurar antes impedir o mal do que repará-lo, pois uma boa 
legislação não é senão a arte de proporcionar aos homens o maior bem estar 
possível e preservá-los de todos os sofrimentos que se lhes possam causar, 
segundo o cálculo dos bens e dos males da vida 
O homem é um ser social, pois, desde os primórdios, convive em grupo 
interagindo com outros seres humanos. Dessa característica, surgiu a necessidade de 
fixação de normas de condutas que disciplinassem o comportamento em sociedade, 
objetivando resguardar bens como a segurança pública e a ordem social. 
Desde os mais longínquos tempos a organização do homem em forma de 
sociedade prevê e aplica punições aos seus membros que desrespeitam determinada 
regra a ele imposta. 
Essa medida repressiva no Direito Penal é chamada de pena, dito de outra 
forma, a pena é a sanção por excelência do Direito Penal. 
 A origem da pena coincide com o surgimento do Direito Penal, em virtude da 
constante necessidade de existência de sanções penais em todas as épocas e todas 
as culturas. A pena é a consequência jurídica principal que deriva da infração penal. A 
pena não tem uma definição genérica, válida para qualquer lugar e qualquer momento. 
Consiste em um conceito legal de cada código penal em particular, em que se são 
elencadas sanções, cujas variações refletem as mudanças vividas pelo Estado 
(NERY, 2005) 
O Estado utiliza a pena para proteger de eventuais lesões determinados bens 
jurídicos, assim considerados, em uma organização sócio econômica especifica. 
 
2.PENA INTRODUÇÃO 
2.1 CONCEITO DA PENA 
Oportuno mostra-se, neste momento, diferenciar o que seria “Sanção Penal” e 
“Pena” propriamente dita. Cleber Masson, em seu livro direito penal esquematizado 
ensina-nos essa diferença ao abordar que: “Sanção penal é a resposta estatal, no 
exército do ius puniend após o devido processo legal, ao responsável pela pratica de 
um crime ou de uma contravenção penal. Divide-se em duas espécies: penas e 
medidas de segurança.” 
Portanto, de acordo com o celebre autor concluímos que pena seria uma 
espécie do gênero Sanção penal. Feita essa distinção passamos agora a ver o que se 
entende por pena. 
Para Damásio de Jesus pena seria “A sanção aflitiva pelo Estado, mediante 
ação penal, ao autor de uma infração (penal), como retribuição de seu ato ilícito, 
consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos”. 
Cleber Masson nos ensina que: 
“ Pena é espécie de sanção penal consistente na privação ou na restrição de 
determinados bens jurídicos do condenado, aplicada pelo Estado em decorrência do 
cometimento de uma infração penal, com as finalidades de castigar seu responsável, 
readapta-lo ao convívio em comunidade e, mediante a intimidação endereçada a 
sociedade, evitar a pratica de novos crimes ou contravenções penais.(MASSON, 2012, 
p.540) 
 
2.2.Principios Aplicados A Pena 
São aplicados as penas os seguintes princípios: 
I. Princípio da reserva legal ou da estrita legalidade: por este princípio 
entende-se que somente a lei pode cominar penas. Este princípio encontra respaldo 
no art. 1° do código penal e também no art. 65, da Constituição da Republica de 
Angola de 2010. 
II. Princípio da anterioridade da lei: segundo o art. 5° do código penal que 
aduzem que “ não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa 
cominação legal” entende-se, que a lei que cominar a pena deve ser anterior ao fato 
delituoso que se pretende punir. Nullu crimen sine legis. 
III. Princípio da personalidade, intransmissibilidade, intranscedência ou 
Princípio da responsabilidade pessoal: segundo esse princípio que encontra 
amparo no art. 28,no Código Penal, a pena não pode ultrapassar da pessoa do 
condenado, não alcançando familiares do infrator nem mesmo pessoas estranhas a 
infração penal. logo, esse postulado impede que sanções penais superem a dimensão 
estritamente pessoal da pessoa do infrator.Art.65ºCRA 
IV. Princípio da proporcionalidade: segundo este princípio a resposta penal 
deverá ser justa e suficiente para cumprir o papel de reprovação do ilícito, devendo 
haver correspondência entre o ato ilícito e o grau da sanção penal imposta.Art.65ºda 
CRA 
V. Princípio da individualização: com amparo no art. 28º°, do Codigo Penal 
esse princípio repousa do sentido de que se deve distribuir a cada indivíduo o que lhe 
cabe de acordo com as circunstâncias especificas do seu comportamento, significando 
eleger a justa e adequada sanção penal ao sentenciado. Nas lições de Nelson Hungria 
este princípio significa: 
 Retribuir o mal concreto do crime com a mal da pena, na concreta 
personalidade do criminoso. Ao ser cominada em abstrato, a pena é individualizada 
objetivamente; mas, ao ser aplicada in concreto, não prescinde da sua individualização 
subjetiva. Após a individualização convencional da lei, a individualização experimental 
do juiz, ao mesmo tempo objetiva e subjetiva. (HUNGRIA, 1949, p.86) 
 
2.3 FUNDAMENTOS DAS PENAS 
Fundamentos da pena significa o objetivo que se busca alcançar com a 
imposição e a sua aplicação. Na doutrina são apontados seis principais fundamentos: 
retribuição, reparação, denuncia, incapacitação, reabilitação, e dissuasão. 
2.3.1 Retribuição: de acordo com esse fundamento é conferido ao 
condenado uma pena que seja proporcional e correspondente a infração penal na qual 
este se envolveu. O mal que a pena transmite ao condenado dever ser equivalente ao 
mal produzido por este a coletividade. 
2.3.2 Reparação: consiste esse fundamento em conferir algum tipo de 
benefício a vítima da infração penal. É uma reparação do dano, como forma de 
recompor o mal causado pelo delito. 
2.3.3 Denuncia: é a reprovação social á prática do crime ou da contravenção 
penal. 
2.3.4 Incapacitação: é a privação da liberdade do condenado, retirando-o do 
seio social, para a proteção das pessoas e dos bens jurídicos tutelados pelo estado. 
2.3.5 Reabilitação:esse fundamento se baseia em considerar a pena como 
meio educativo, de reinserção social e não punitivo. A pena precisa restaurar o 
criminoso, tornando-o novamente útil a sociedade. 
2.3.6 Dissuasão: seria esse fundamento a busca ou tentativa de convencer a 
coletividade, e também o condenado, de que o crime é uma tarefa desvantajosa e 
censurável. A pena teria duas vertentes: a primeira, destinada a impedir que o 
transgressor torne-se nocivo a sociedade, e a segunda, dizendo que a pena serviria de 
instrumento de intimidação da coletividade. 
 2.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS NTRODUÇÃO 
A doutrina classifica as penas em diversos critérios: quanto ao bem jurídico do 
condenado atingido pela sanção penal, quanto ao critério constitucional e quanto ao 
critério adotado pelo Código Penal. 
2.4.1 QUANTO AO BEM JURÍDICO DO CONDENADO ATINGIDO PELA 
PENA 
Segundo esse critério as penas podem ser dividas em: 
I. Pena privativa de Liberdade; 
II. Pena Restritiva de Direito; 
III. Pena de Multa; 
IV. Pena Restritiva da liberdade; 
2.4.2 QUANTO AO CRITÉRIO CONSTITUCIONAL 
De acordo com esse critério que tem amparo nos artigos 57º, do CRA as 
penas estariam classificadas em: 
I. Penas de privação ou restrição da liberdade; 
II. Perda de bens; 
III. Multa; 
IV. Suspensão ou interdição e direitos. 
2.4.3 QUANTO AO CRITÉRIO ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL 
De acordo com os artigos. 58º,61º 63do Código Penal Angolano, as penas 
são: 
I. Privativas de liberdade; 
II. Restritivas de direito; 
III. Multa. 
 3 DAS TEORIAS D PENA 
 
Através dos tempos o Direito Penal tem dado respostas diferentes a questão 
de como solucionar o problema da criminalidade. Essas soluções são chamadas 
Teorias da pena, que são ideias científicas sobre a pena, principal forma de reação do 
delito. 
O estudo das construções teóricas sobre as finalidades das penas, possibilita 
uma compreensão adequada acerca de como a razão humana vem justificando a 
punição criminal, que é a faceta mais violenta do direito moderno. 
3.1.I Teoria Absoluta E Finalidade Retributiva 
Para as teorias absolutas também denominadas de retributivas a pena é uma 
forma de retribuição ao criminoso pela conduta ilícita realizada, é a maneira de o 
Estado lhe contrapesar pelo possível mal causado à uma pessoa específica ou à 
própria sociedade como um todo (bens jurídicos). Diante desta teoria, não se 
vislumbra qualquer outro objeto a não ser o de punir o condenado, lhe causando um 
prejuízo, oriundo de sua própria conduta, um meio de o condenado entender que está 
sendo penalizado em razão de seu desrespeito para com as normas jurídicas e para 
com seus iguais. 
As teorias absolutas abordam a pena como sendo instrumento de retribuição, 
ou seja, a pena funda-se na retribuição, reparação ou compensação do mal do crime. 
Para Jorge de Figueiredo Dias é a “justa paga do mal que com o crime se realizou, é o 
justo equivalente do dano do fato e da culpa do agente”. (DIAS, 2007, p.43-44). 
Haroldo Caetano e Silva, ao lecionar sobre a execução penal, afirma que a 
teoria absoluta tem por peculiaridade a retribuição, é uma forma de recompensar o mal 
causado, causando um mal ao criminoso, para esta teoria a pena é um fim em si 
mesma: 
“Pela teoria absoluta ou retributiva, a pena apresenta a característica de 
retribuição, de ameaça de um mal contra o autor de uma infração penal. A pena não 
tem outro propósito que não seja o de recompensar o mal com outro mal. Logo, 
objetivamente analisada, a pena na verdade não tem finalidade. É um fim em si 
mesma 
Conceituando de maneira um pouco diversa dos demais autores, Mirabete 
afirma que esta teoria tem por fundamento a justiça, e utilizando dos ensinamentos de 
Kant, o jurista ainda afirma que o castigo compensa o mal: 
“As teorias absolutas (de retribuição ou retribucionista) têm como 
fundamentos da sanção penal a exigência da justiça: pune-se o agente porque 
cometeu o crime (punitur quia pecatum est). Dizia Kant que a pena é um imperativo 
categórico, consequência natural do delito, uma retribuição jurídica, pois ao mal do 
crime impõe-se o mal da pena, do que resulta a igualdade e só está igualdade traz a 
justiça. O castigo compensa o mal e dá reparação à moral 
Da mesma forma, Cezar Roberto Bitencourt ensina que a teoria absoluta da 
pena além de buscar a justiça, tem por finalidade devolver o mal causado pelo delito, e 
que o homem é livre para agir, e se optou pelo crime, deve auferir uma penalidade 
maldosa como foi sua conduta: 
“Segundo este esquema retribucionista, é atribuída à pena, exclusivamente, a 
difícil incumbência de realizar a justiça. A pena tem como fim fazer justiça, nada mais. 
A culpa do autor deve ser compensada com a imposição de um mal, que é a pena, é o 
fundamento da sanção estatal está no questionável livre-arbítrio, entendido como a 
capacidade de decisão do homem para distinguir entre o justo e o injusto. Isto se 
entende quando lembramos da substituição do divino homem operada neste momento 
histórico, dando margem à implantação do positivismo legal 
Para Cleber Masson, de acordo com essa teoria: 
A pena desponta como retribuição estatal justa ao mal injusto provocado pelo 
condenado, consistente na pratica de um crime ou e uma contravenção penal ( punitur 
quia peccatum est). Não tem finalidade pratica, pois não se preocupa com a 
readaptação social do infrator da lei penal. Pune-se simplesmente como retribuição a 
pratica do ilícito penal. (MASSON, 2012, p.543) 
Em igual linha de pensamento discorre Noronha: 
“As teorias absolutas fundam-se numa exigência de justiça: pune-se porque 
se cometeu crime (punitur quia peccatum est.) Negam elas fins utilitários a pena, que 
se explica plenamente pela retribuição jurídica. É ela simples consequência do delito. 
É mal justo aplicado ao mal injusto do crime 
Basileu Garcia aponta que a pena detém a característica de aflição como 
meio de punir, afirmando que "para alguns, a pena é meramente aflitiva. Para outros, 
constituí, exclusiva, precípua ou subsidiariamente, um meio para a obtenção de certos 
benefícios, quer para o condenado, quer para a coletividade 
3.2. TEORIA RELATIVA OU PREVENTIVA 
Ao contrário das teorias absolutas, as teorias relativas não possuem uma 
finalidade em si mesma. Estas teorias dão uma finalidade a pena – prevenção e 
ressocialização. Esta teoria possui uma pretensão diversa da anterior, e têm por 
objetivo a prevenção de novos delitos, ou seja, busca obstruir a realização de novas 
condutas criminosas e impedir que os condenados voltem a delinquir. 
Julio Fabbrini Mirabete afirma que a teoria relativa da pena atribuía um fim à 
mesma, e que a pena não era uma consequência do delito, mas sim o momento 
oportuno para sua aplicação, para o autor: “nas teorias relativas (utilitárias ou 
utilitaristas), dava-se à pena um fim exclusivamente prático, em especial o de 
prevenção. O crime não seria causa da pena, mas a ocasião para ser aplicada 
Cleber Masson nos ensina que: “para essa variante, a finalidade da pena 
conciste em prevenir, isto é, evitar a pratica de novas infrações penais (punitur ne 
peccetur). É irrelevante a imposição de castigo ao condenado. (MASSON, 2012, 
p.544) 
Nesse mesmo sentido, Cezar Roberto Bitencourt afirma que para a teoria 
relativa da pena, o objetivo primordial é a prevenção: 
“A formulação mais antiga das teorias relativas costuma ser atribuída a 
Sêneca, que, se utilizando de Protágoras de Platão, afirmou:"nenhuma pessoa 
responsável castiga pelo pecado cometido, mas sim para que não volte a pecar. Para 
as duas teorias a pena é considerada um mal necessário. No entanto, para as teorias 
preventivas, essa necessidade da pena não se baseia na idéia de realizar justiça, mas 
na função, já referida, de inibir, tanto quanto possível, a pratica de novos fatos delitivos 
Para Magalhães Noronha a teoria relativa da pena não dá origem à pena, é 
uma necessidade da sociedade, não havendo qualquer ligação com a idéia de justiça, 
pois: 
“As teoriasrelativas procuram um fim utilitário para a punição. O delito não é 
causa da pena, mas ocasião para que seja aplicada. Não repousa na idéia de justiça, 
mas de necessidade social (punitur ne peccetur). Deve ela dirigir-se não só ao que 
delinquiu, mas advertir aos delinquentes em potencial que não cometam crime. 
Consequentemente, possui um fim que é a prevenção geral e a particular 
 
 
 
 
 
 
3.3 TEORIA MISTA, UNIFICADORA OU ECLÉTICA 
 
Para a teoria mista ou eclética a pena é tanto uma retribuição ao condenado 
pela realização de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos 
delitos. É uma mescla entre as duas teorias anteriores, sendo a pena uma forma de 
punição ao criminoso, ante o fato do mesmo desrespeitar as determinações legais 
As teorias ecléticas buscam um equilíbrio para justificar a pena, apoiando um 
direito penal invasivo que respeite a dignidade da pessoa humana e atenda aos 
anseios da sociedade no que diz respeito segurança e a paz social. 
Para Noronha, "as teorias mistas conciliam as precedentes. A pena tem 
índole retributiva, porém objetiva os fins da reeducação do criminoso e de intimidação 
geral. Afirma, pois, o caráter de retribuição da pena, mas aceita sua função 
Bettencourt afirma em sua obra que as teorias mistas, também denominadas 
por ele como unificadoras, buscam um único conceito de pena, retribuição do delito 
cometido, e a prevenção geral e especial ensinando que: 
 “As teorias mistas ou unificadoras tentam agrupar em um conceito único os 
fins da pena. Esta corrente tenta escolher os aspectos mais destacados das teorias 
absolutas e relativas. Merkel foi, no começa do século, o iniciador desta teoria eclética 
na Alemanha, e, desde então, é a opinião mais ou menos dominante. No dizer de Mir 
Puig, entende-se que a retribuição, a prevenção geral e a prevenção especial são 
distintos aspectos de um mesmo e complexo fenômeno que é a pena. 
Mirabete se refere à terceira teoria dizendo que: "já para as teorias mistas 
(ecléticas) fundiram-se as duas correntes. Passou-se a entender a pena, por sua 
natureza, é retributiva, tem seu aspecto moral, mas sua finalidade é não só a 
prevenção, mas também um misto de educação e correção 
Paulo José da Costa Jr. leciona que contemporaneamente tem-se adotado a 
teoria eclética da pena, sendo na realidade uma mescla da teoria absoluta e relativa, e 
que os fins intimidativo e retributivo combinan-se passando a ter um caráter 
ressocializador: 
“Modernamente, adotou-se um posicionamento eclético quanto às funções e 
natureza da pena. É o que se convencionou chamar de pluridimensionalíssimo, 
ou mixtum compositum. Assim, as função retributiva e intimidativa da pena procuram 
conciliar-se com a função ressocializante da sanção. Passou-se a aplicar a penaquia 
pecatum est et ut ne peccetur 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste artigo procuramos nortear do ponto de vista doutrinal os operadores de justiça 
bem como os académicos por a conhecer as penas e sua excencias e na mesma 
concluímos que a pena é resultado final da infração cometida pelo infractor e pela qual 
nalgumas das vezes a sociedade vê-se realizada o sentimento de justiça. Passa a 
confiar nos orgãos que intervêm. 
 
	2.4.1 QUANTO AO BEM JURÍDICO DO CONDENADO ATINGIDO PELA PENA
	2.4.2 QUANTO AO CRITÉRIO CONSTITUCIONAL
	2.4.3 QUANTO AO CRITÉRIO ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL

Continue navegando