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FASA – FACULDADE DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA Curso: Direito Disciplina: Direito Eleitoral 1º Bimestre 1º Chamada Professor (a): Laerty Morelin Bernardino Acadêmico (a): _______________________________________________________ Período: 9.º Data: 07/05/2020 Observações: As questões objetivas devem ser respondidas na opção pertinente, notadamente com um X na alternativa escolhida. 01. Se, hipoteticamente, tivesse sido sancionado, no dia 15 de maio de 2018, um projeto de lei que alterasse a Lei Federal nº 9.504/97, que estabelece as normas gerais para as eleições no Brasil, modificando, em larga medida, a disciplina da propaganda eleitoral, é correto dizer que a nova lei A) não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do princípio da lisura das eleições. B) poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do princípio da democracia. C) não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do princípio da anualidade eleitoral. D) poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do princípio do aproveitamento do voto. 02. Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito Eleitoral: A) os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral. B) as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral. C) as leis estaduais. D) as leis municipais. 03. A Lei n.º 9.504/1997 encerrou o ciclo das leis temporárias. Até então, cada período eleitoral tinha sua própria lei. Eles regravam a eleição episódica. No mais das vezes, regravam a eleição para direcionar o conflito político subjacente. A Constituição de 1988 iniciou o processo de superação dessa fase. Nelson Jobim, In: Henrique Neves, A Lei das Eleições. Considerando o texto acima, a Constituição Federal e a história eleitoral recente do Brasil, julgue os itens subsequentes. I. O casuísmo das leis eleitorais, no Brasil, manteve-se após a promulgação da Constituição de 1988. II. Conforme a Constituição, a lei que disciplina a eleição deve estar em vigor um ano antes. III. Elege-se presidente ou governador o candidato que alcançar 51% dos votos válidos. IV. Nas eleições para prefeito, há segundo turno somente nos municípios com mais de 200 mil habitantes. V. A Lei n.º 9.504/1997 disciplina tanto as eleições nacionais quanto as municipais. Estão certos apenas os itens: A) I, II e III. B) I, II e V. C) II, III e I D) III, IV e V. 04. Assinale a alternativa correta: A) o sufrágio censitário é uma das espécies do sufrágio universal. B) o plebiscito é o chamamento do cidadão para manifestar-se sobre ratificação ou rejeição de ato normativo já editado pelo legislador, enquanto que o referendo é a convocação do cidadão para manifestar-se sobre a aprovação ou reprovação de ato normativo a ser deliberado pelo legislador. C) É expressamente previsto no Brasil a possibilidade de candidaturas avulsas, sem a necessidade de filiação à partido político. D) A iniciativa popular é uma das formas de exercício da soberania previstas na Constituição Federal, com a apresentação de Projeto de Lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 05. O sistema proporcional foi concebido para refletir os diversos pensamentos e tendências existentes no meio social, ensejando a representação de grupos minoritários. É correto afirmar que o sistema proporcional A) não foi adotado pela Constituição Federal de 1988, que consagra somente o sistema majoritário. B) é aquele no qual a circunscrição eleitoral é repartida em distritos, sendo que o partido político pode apresentar um só candidato por distrito. C) é adotado na Constituição Federal de 1988 nas eleições do Poder Executivo, de Presidente, Governadores dos Estados e do Distrito Federal e Prefeitos Municipais. D) é adotado na Constituição Federal de 1988 nas eleições para as Casas Legislativas, a saber, a Câmara de Deputados, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores. 06) O titular do mandato eletivo que mudar de partido pode perder o cargo por infidelidade partidária? Há diferenças quanto ao sistema proporcional e majoritário? Explique: Só está sujeito a perda de mandato eletivo, por troca de partido (conhecida por “infidelidade partidária”), aqueles que forem detentores de mandato legislativo, obtido mediante voto proporcional, quais sejam: vereadores, deputados estaduais e deputados federais. Os chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do Distrito Federal e Prefeitos Municipais), não se encaixam nessa premissa, por serem, assim como os Senadores da República, detentores de mandato eletivo obtido mediante voto majoritário. Contudo, vale ressaltar que existem duas exceções a essa regra da fidelidade partidária, são elas: mudança para partido recém criado e o período popularmente conhecido como “janela partidária”, o qual teve origem no ano de 2016, através da aprovação e posterior promulgação da Proposta de Emenda à Constituição nº 113/2015, a qual concedeu aos detentores de mandato legislativo, obtido mediante voto proporcional, o direito de possuírem, no último ano de seu mandato, o prazo de 30 dias para trocarem de partidos, sem sofrerem sanções por infidelidade partidária, sendo que a contagem do referido prazo ocorre de uma maneira na qual o seu término coincida com os seis meses que antecederem o pleito eleitoral. Com relação aos sistemas eleitorais, proporcional e majoritário, sim, existem diferenças entre ambos. A saber: • Majoritário: neste sistema tem-se por eleito o candidato que atingir o voto da maioria dos eleitores daquela eleição. Pode ser: a. Simples: neste caso, tem-se por eleito o candidato que obtém o maior número de votos entre todos os candidatos da respectiva eleição. Ex.: prefeitos de cidades com até 200 mil eleitores e senadores. b. 2 Turnos: a CF entende, neste caso, que se considera vencedor o candidato que, em primeiro turno, obtiver maioria absoluta dos votos válidos (não contados, portanto, votos nulos e brancos) ou o candidato que, não vencendo em primeiro turno, obtenha maioria dos votos válidos no segundo turno. Obs. 1: por maioria absoluta, entende-se a quantidade de o primeiro número inteiro acima da metade dos votos. Obs. 2: no Brasil, é prevista a possibilidade de realização de segundo turno na eleição presidencial, para governadores dos estados e do Distrito Federal e, nas eleições para prefeitos, nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Obs. 3: Segundo Flávio Crocce Caetano “a eleição de primeiro turno é de índole ideológica, sendo que no segundo turno prevalece a votação por menor rejeição”. • Proporcional: neste sistema, não se leva em conta meramente a votação do candidato, sendo mais importante, para a decisão da eleição, a quantidade de votos distribuídos para o partido. Mediante tal sistema, tem-se o preenchimento das vagas do poder legislativo (deputados federais, estaduais e vereadores). Segundo Flávio Crocce Caetano “o sistema proporcional determina, basicamente, que o número de votos atribuídos a um partido político em específico deve ser proporcional ao número de cadeiras por ele obtido”. O sistema eleitoral proporcional é composto por 2 fatores: a. Quociente eleitoral: trata-se do número mínimo de votos que um partido deve obter para fazer jus a distribuição das cadeiras da votação em disputa. No Brasil, o quociente eleitoral é apurado dividindo-se o número de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa. b. Quociente partidários: trata-se do número de cadeiras a que cada partido, em uma legenda (reunião de partidos em uma eleição para juntos tentarem eleger o maior número de representantes),entre os que atingiram o quociente eleitoral terá direito no cargo disputado. No Brasil, divide-se o número de votos recebidos pela legenda pelo quociente eleitoral. 07) O STF deve julgar brevemente o Recurso Extraordinário 1.238.853, com repercussão geral reconhecida, que trata da liberação ou não das candidaturas avulsas, sem necessidade de filiação a um partido político. Diante disso, descreva sua posição jurídica a respeito do tema, enaltecendo seus argumentos a respeito do tema: Sou favorável a liberação da supramencionada modalidade de candidaturas à cargos políticos. Em primeiro lugar, cumpre destacar que, a referida modalidade, tem suas origens no anseio da população brasileira, a qual tem cada vez maior descrédito pelos partidos políticos que os representam. E é natural, assim, que se busquem modos independentes de representarem a população, tal qual ocorre em democracias como a estadunidense, portuguesa, francesa e chilena. Ademais, vale ressaltar que a legitimidade das “candidaturas avulsas”, está constitucionalmente amparada pelo art. 23 do Pacto de São José da Costa rica, onde é previsto que “todo cidadão deve ter o direito de votar e ser votado em eleições periódicas e autênticas, realizadas periodicamente”. Referido artigo, contudo, não faz qualquer menção a obrigatoriedade de filiação partidária àquele que deseje ser candidato em eleições. Cumpre ainda mencionar que a não liberação das candidaturas avulsas, não somente fere o Pacto de São José da Costa Rica, como mencionado acima, mas fere, também, a própria Constituição Federal Brasileira, onde encontra-se consagrado o princípio da liberdade democrática. A não liberação, trata-se, portanto, de um desrespeito à Constituição Federal e ao princípio da liberdade democrática. Por derradeiro, vale enfatizar que pelos princípios da democracia, liberar candidaturas independentes seria mais compatível, visto que tal liberação geraria efeitos positivos sobre o sistema partidário, ao mesmo tempo em que acabaria com o monopólio dos partidos políticos sobre as candidaturas. https://www.politize.com.br/democracia-o-que-e/
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