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Avaliação clinica do TGI Função pancretica

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Professor: Ms. Flaviano Lorenzon
Bioquímica clínica do TGI-
Função Pancreática
PROCESSOS SECRETÓRIOS
➢ Secreções do TGI:
Glândulas
Salivares
Mucina
α – Amilase Salivar (Ptialina)
Lipase Lingual
Estômago
Mucina
Ácido Clorídrico (HCl)
Pepsinogênio (Pepsina)
Lipase Gástrica
Fator intrínseco
Pâncreas
Fígado
Bicarbonato (HCO3-)
Ácidos Biliares
Intestino
Delgado
• Secreção Salivar;
• Secreção Gástrica;
• Secreção Pancreática;
• Secreção Biliar 
(Fígado);
• Secreção Intestinal.
Intestino
Grosso
Vesícula
Biliar
Bicarbonato (HCO3-)
α – Amilase Pancreática
Lipase Pancreática
Tripsinogênio (Tripsina)
Quimiotripsinogênio (Quimiotripsina)
Pró – Elastase (Elastase)
Pró-Carboxipeptidase (Carboxipeptidade)
Colesterol-Éster-Hidrolase
Fosfolipase A2
Desoxi- e RibonucleaseBicarbonato (HCO3
-)
Enteroquinase
Oligopeptidases
Aminopeptidades
Carboxipeptidases
Oligossacaridases
Dextrinase
Dissacaridases
Muco
Sem enzimas digestivas
PROCESSOS DIGESTIVOS
➢ Ações Enzimáticas:
• Enzimas Digestivas Luminais:
- Secretadas pelas glândulas salivares, estômago 
e pâncreas;
- Ação no lúmen do TGI e são conduzidas 
juntamente com o quimo.
• Enzimas Digestivas da Borda em Escova:
- Presentes nos enterócitos do delgado;
- Ação em uma estreita camada estacionária 
adjacente ao epitélio;
- Estão incorporadas as membranas luminais 
como proteínas integrais.
Digestão e Absorção dos Carboidratos
Ácino
Salivar
Grânulos de 
zimogênio
(enzimas)
GLÂNDULAS SALIVARES
➢ Secreções Salivares:
HCO3- e K+
Na+ e Cl-
• Mucina (Glând. Sublingual e Submandibulares):
- Lubrificante e protetora, rica em glicoproteínas;
- Facilita a deglutição e gustação;
- Ação tamponante (pH alcalino, HCO3-);
- Produzida pelas células dos ductos.
• α-Amilase Salivar (ptialina) (Glând. Parótidas e Submandibulares):
- Semelhante à amilase pancreática;
- Inicia o processo de degradação de carboidratos (amido);
- Não essencial (pode hidrolisar até 75%);
- Produzida pelas células acinares.
SECREÇÕES PANCREÁTICAS
➢ Pâncreas Exócrino:
➢ Carboidrases:
• Alfa-Amilase Pancreática:
- Cliva polissacarídeos (amido e glicogênio) 
resultando maltose (dímero), maltotriose
(trímero) e dextrinas (6 a 9 monômeros de 
glicose).
DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS
➢ Enzimas e a Digestão de Açúcares:
Oligossacaridases = Glicoamilases
Dissacaridases = lactase, maltase e sacarase
➢ Via de Absorção:
• Principalmente no duodeno e 
jejuno proximal;
• Realizada por carregadores 
específicos na borda da 
membranas luminal dos 
enterócitos;
• Hexoses (glicose e galactose) 
não permeiam isoladamente 
na bicamada lipídica, 
dependem do sódio; 
• Frutose possui transportador 
independente do sódio.
ABSORÇÃO DE MONOSSACARÍDEOS
- SGLT-1, co-transportador sódio e glicose;
- SGLT-5, faz o transporte passivo da frutose.
Digestão e Absorção das Proteínas
➢ Mucina:
• Excretado pelas células
superficiais das glândulas
gástricas;
• Presença de bicarbonato (HCO3) 
(tamponamento do HCl);
• Forma uma camada sobre a superfície luminal 
do estômago (barreira da mucosa gástrica);
• Protege química e mecanicamente contra o 
HCl e a pepsina.
GLÂNDULA GÁSTRICA
CÉLULAS PARIETAIS OU OXÍNTICAS DO ESTÔMAGO
➢ Ações do HCl:
• O pH regula a secreção do pepsinogênio e sua 
conversão em pepsina no lúmen gástrico;
• Ação bactericida contra agentes infecciosos;
• Desnaturação proteica facilitando a ação da pepsina.
✓ Fármacos contra Úlceras Pépticas:
- Omeprazol, pantoprazol são inibidores 
da bomba de prótons (H+);
- Antagonistas do receptor histamínico 
(que estimula a parietais).
SECREÇÕES GÁSTRICAS
➢ Enzimas do Suco Gástrico:
• Pepsinogênio:
- Produzido pelas células principais;
- Proenzima inativa;
- Estimulada pela gastrina e HCl.
✓ Cliva polipeptídios
em oligopeptídios.
PEPSINOGÊNIO PEPSINA
HCl
Proenzima inativa Enzima ativa
• Fator Intrínseco:
- Glicoproteína secretada pelas células parietais ou oxínticas;
- Liga-se a vitamina B12, sendo resistente a ação enzimática e 
necessária para a absorção no íleo;
- Secreção essencial e indispensável do estômago;
- A ausência provoca o desenvolvimento da anemia perniciosa.
Fator
IntrínsecoB12
ENZIMAS PANCREÁTICAS
➢ Proteases
Pancreáticas:
Enteroquinase
Quimiotripsina
Carboxipeptidases
Elastase
Hidrolisa 
polipeptídios em 
oligopeptídios
Colágenos em
oligopeptídios
aminoácidos
Tripsina
Quimiotripsina
Carboxipeptidades
Elastase
• Tripsinogênio
• Quimiotripsinogênio
• Pró-carboxipeptidase
• Pró-elastase
INATIVAS ATIVAS
DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS
Elastase
Oligopeptidases
➢ Enzimas e a Digestão de Proteínas:
Na+
ABSORÇÃO DOS AMINOÁCIDOS
➢ Via de Absorção:
• Principalmente no duodeno até o íleo 
proximal;
• Aminoácidos são absorvidos por co-
transportadores ligados ao sódio na 
membrana luminal do enterócito;
• Di- e tripeptídios são absorvidos por co-
transportadores ligados ao H+;
• Cerca de 10% de pequenos peptídeos 
são endocitadas na membrana luminal;
• No citoplasma ocorre a ação das 
peptidases citoplasmáticas que 
hidrolisam os di- e tripeptídios em 
aminoácidos livres.
Digestão e Absorção dos Lipídios
ENZIMAS PANCREÁTICAS
➢ Lipases Pancreáticas:
• Lipase Pancreática:
- Hidrolisa lipídeos gerando 
monoacilglicerol e ácidos graxos livre;
• Colesterol-éster Hidrolase:
- Hidrolisa colesterol gerando colesterol 
e ácidos graxos livres;
• Fosfolipase A2 Pancreática:
- Hidrólise de fosfolipídeos resultando 
em lisofosfolipídeos e acido graxo livre;
• Procolipase (Colipases):
- Cofatores para a ação da lipase;
- Não são enzimas digestivas.
➢ Secreção Biliar:
• Fígado promove a síntese e secreção biliar;
• Sintetizada pelos hepatócitos e conduzida 
pelos canalículos e ductos biliares;
• Formada a partir do colesterol;
• Armazenada na vesícula biliar;
• Ductos biliares apresentam secreção de íons 
principalmente HCO3-;
• Não possui enzimas
digestivas mas é essencial
para a digestão e absorção
dos lipídeos.
➢ Digestão:
ENZIMAS E A DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS
• Lipase Pancreática;
• Colesterol-Éster-Hidrolase;
• Fosfolipase A2;
• Colipase:
- Cofator (âncora entre a lipase e as micelas).
Glóbulo de 
gordura
10.000 Å
40 Å
Duodeno:
Exposição a bile 
forma gotículas 
emulsificadas
(micelas).
Jejuno:
Ações das lipases 
pancreáticas e 
componentes da 
bile formam as 
micelas mistas.
Boca e Estomago:
Ações de mistura, 
trituração e 
aquecimento formam 
as gotas de gordura. 
• Lipases Lingual:
- São ativas em pH ácido do estômago;
• Lipase Gástrica:
- Não essenciais e ativas em pH < 4,0;
- 15% da digestão das gorduras acontece no estômago.
• Bile:
- Reduz a tensão superficial rompendo os lipídeos em 
gotículas menores (emulsificação);
- Detergente biológico, ampliando a área superficial 
expondo-as as ações das enzimas
ENZIMAS E A DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS
EstômagoLipase lingual secretada 
pela glândula salivar.
Lipase gástrica secretada 
pelo estômago.
Triacilglicerol
Diacilglicerol
Ácidos Graxos
Colesterol-éster-hidrolase
Fosfolipase A2
Colesterol, lisofosfolipídio e ácidos graxos
ABSORÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS E GLICEROL
➢ Via de Absorção:
• Principalmente no duodeno e íleo;
• Ácidos graxos e monoacilgliceróis entram nas 
células intestinais por difusão;
• Estes se combinam com proteínas formando os 
quilomícrons;
• Exocitose dos quilomícrons que entram nos 
lactíferos linfáticos;
• Glicerol e ácidos graxos de cadeia curta são 
transportados para os capilares sanguíneos.
Análises Bioquímicas de disfunções do TGI e Pâncreas
Boca e Esôfago
➢ Técnicas de imagem
• Endoscopia
• Radiologia
• Manometria de alta resulção;
➢ Registros de pH
➢ Biópsias
Estômago
➢ Helicobacter pylori
• Anticorpos IgG e IgA anti-H. pylori;
• Teste respiratório para H. pylori
• Teste da urease
• Reação em cadeia da polimerase
➢ Dosagem de gastrina sérica de jejum
➢ Anemia perniciosa
• Anticorpos anti-células parietais/ anti-fator intrínseco;
• Concentração plasmática de Vit. B12/ Ác metilmalônico
Pâncreas
➢ Enzimas séricas
• Amilase-160 UI/L
• Lipase- 125 UI/L- 151UI/L (Idosos)
• Tripsinogênio imunorreativo (TIR)
➢ Testes fecais
• Quimiotripsina;
• Elastase;
Pancreatite- Visão geral
➢ Definição: inflamação pancreática associada a disfunções no parênquima 
exócrino.
- Podem apresentar sintomatologia branda até processos 
inflamatórios agudos que oferecem risco de vida.
- Pode ocorrer diminuição transitória de função pancreática
ou perda permanente da função.
Pancreatite
AGUDA
Reversível
CRÔNICA
Irreversível
Resposta Inflamatória 
Aguda
Resposta Inflamatória 
Crônica
Pancreatite
AGUDA
Reversível
Inflamação pancreática aguda, associada a processos inflamatórios 
agudos e com consequente elevação plasmática das enzimas 
pancreáticas.
Apresenta um quadro de dor aguda e de início subido.
Pancreatite
AGUDA
Reversível
Inflamação pancreática aguda, associada a processos inflamatórios 
agudos e com consequente elevação plasmática das enzimas 
pancreáticas.
Apresenta um quadro de dor aguda e de início subido.
Pancreatite
AGUDA
Reversível
Inflamação pancreática aguda, associada a processos inflamatórios 
agudos e com consequente elevação plasmática das enzimas 
pancreáticas.
Apresenta um quadro de dor aguda e de início subido.
Pancreatite
AGUDA
Reversível
Inflamação pancreática aguda, associada a processos inflamatórios 
agudos e com consequente elevação plasmática das enzimas 
pancreáticas.
Apresenta um quadro de dor aguda e de início subido.
Pancreatite
AGUDA
Reversível
Inflamação pancreática aguda, associada a processos inflamatórios 
agudos e com consequente elevação plasmática das enzimas 
pancreáticas.
Apresenta um quadro de dor aguda e de início subido.
Pancreatite aguda- Fisiopatologia
-Autodigestão catalítica do tecido pancreático.
- Inapropriada ativação do tripsinogênio.
- Mecanismos propostos para ativação das enzimas pancreáticas em situações de 
pancreatite aguda:
- Obstrução dos ductos pancreáticos;
- Lesão inicial de células acinares;
- Defeito no transporte dos zimogênios dentro das células acinares (genético).
Pancreatite- Fisiopatologia
Lesão das 
células 
acinares
Vírus Drogas Traumas
Obstrução 
dos ductos 
pancreáticos
Litíase do 
trato biliar
Transporte 
intracelular 
defeituoso
Origem 
genética
Pancreatite- Fisiopatologia
Ativação da 
tripsina
Calicreína-
cinina
Edema e 
inflamação
Quimiotripsina
Edema e lesão 
vascular
Fosfolipase A
Necrose e 
coagulação
Lipase
Esteatonecrose
Elastase
Lesão vascular 
e hemorragias
Intolerância a lactose
➢ Definição: Diminuição da atividade ou ausência completa da enzima lactase
- Deficiência de lactase primária- Origem genética
- Deficiência de lactase secundária- Originada a partir de outras complicações intestinais (Síndrome 
do intestino irritável, doença celíaca, enterite, alcoolismo, enteropatia associada a AIDS, infecções 
como gastroenterite aguda e giardáse)
➢ Diagnóstico: Teste de tolerância a lactose
• Consiste na determinação seriada da glicemia após a ingestão de 50g de lactose em adultos e 2g/kg 
em crianças.
Intolerância a lactose
Causasa não pancreáticas de atividade elevada da amilase pancreática
Estudo de caso 1
Estudo de caso 2
Estudo de caso 3
Leucometria de 18.000/mm3 ------------------------------------- VR: 4500-10000
Hematócrito de 47%-------------------------------------------------- VR: 42%-52%
Glicose de 210 mg/dl------------------------------------------------- VR: 60-99mg/dL
Bilirrubina total de 3,2 mg/dL-------------------------------------- VR: < 1,2mg/dL
Aspartato aminotransferase (AST) de 380 U/------------------- VR: 5-40 U/L
Alanina aminotransferase (ALTl de 435 U/L---------------------- VR: 7-56 U/L
Amilase sérica de 6.800 UI/L---------------------------------------- VR: 30-118 U/L
Homem, 30 anos, pardo, engenheiro, procurou atendimento no serviço de emergência com 
queixa de uma dor abdominal que começou depois de retornar para casa de uma festa em que 
consumiu pizza e nove cervejas. A dor é constante, localizada na parte superior do abdome e 
irradia-se para as costas. Cerca de 4 horas após o início da dor, o paciente vomitou uma grande 
quantidade de alimento não digerido, no entanto, a êmese não aliviou a dor. Não possui 
antecedentes clínicos notáveis; ele consome bebida alcoólica apenas nos finais de semana em 
quantidade moderada
Estudo de caso 4
Uma jovem de 18 anos consultou a médico da família por sentir-se cansada e com 
perda de peso. Admitiu sentir sede e que passou a urinar com maior frequência. A glicosúria foi 
testada na hora e deu positiva. Foi encaminhada para clínica especializada no dia seguinte. 
Entretanto o quadro agravou e ela não conseguiu se levantar no dia seguinte, com vômitos, e 
delírios. Foi encaminhada ao hospital. PA estava 95/60 e pulso 112/min.
Extremidades frias. Apresentava respiração profunda e cheirando a acetona.
• Investigação laboratorial:
Sódio = 130 mmol/L----------------------------
Potássio = 5.8 mmol/L--------------------------
Uréia = 140 mg/dL---------------------------
Creatinina = 1,4 mg/dL-------------------------
Glicose =--------------------------------------------
pH arterial = 7,05--------------------------------
135-145
3,5-5,0
15-40
0,4-1,2
até 99
7,34-7,45
Estudo de caso 5 
Leucometria de 18.000/mm3 ------------------------------------- VR: 4500-10000
Hematócrito de 47%-------------------------------------------------- VR: 42%-52%
Glicose de 210 mg/dl------------------------------------------------- VR: 60-99mg/dL
Bilirrubina total de 3,2 mg/dL-------------------------------------- VR: < 1,2mg/dL
Aspartato aminotransferase (AST) de 380 U/------------------- VR: 5-40 U/L
Alanina aminotransferase (ALTl de 435 U/L---------------------- VR: 7-56 U/L
Amilase sérica de 6.800 UI/L---------------------------------------- VR: 30-118 U/L
Lipase sérica de 89 UI/L---------------------------------------------- VR: < 125
Mulher, 37 anos, agricultora, procurou atendimento reclamando de dores na boca e pescoço e 
fraqueza na musculatura da face, dor abdominal inferior devido a um tombo no caminho no 
hospital.
Uma menina branca de 12 anos chega ao pronto-socorro levada pelos pais depois de 12 horas de
náuseas, vômitos, dor abdominal e letargia com rápida progressão. Na última semana, ela sentiu
muita sede e urinou muito. O exame físico revela uma menina magra e desidratada com
taquipneia, taquicardia e sem resposta aos comandos verbais.
Estudo de caso 6 
Leucometria de 18.000/mm3 ------------------------------------- VR: 4500-10000
Glicose de 512 mg/dl------------------------------------------------- VR: 60-99mg/dL
Aspartato aminotransferase (AST) de 380 U/------------------- VR: 5-40 U/L
Alanina aminotransferase (ALTl de 435 U/L---------------------- VR: 7-56 U/L
Amilase sérica de 75UI/L--------------------------------------------- VR: 30-118 U/L
Lipase sérica de 89 UI/L---------------------------------------------- VR: < 125

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