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CIVIL II - RESUMO av2

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DIREITO CIVIL II
DIREITOS REAIS: são aqueles que representam uma relação de sujeição de uma coisa a um bem. O direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. O titular de um direito real pode, dependendo da espécie do direito, ter poderes de uso, gozo, disposição e reivindicação de um bem móvel ou imóvel.
DIREITOS OBRIGACIONAIS, pessoais ou de crédito: são aqueles que consistem no dever de prestar algo a alguém. Vinculam condutas humanas consistentes em um dar, fazer ou não fazer, de maneira que descumprido o dever de prestação, há consequências legais.
OBRIGAÇÕES PROPTER REM, ÔNUS REAIS E OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL A par das obrigações de eficácia relativa (obrigações propter personam), existem obrigações que se situam em uma área de intersecção entre os direitos pessoais e os direitos reais: as chamadas obrigações propter rem.
Obrigações propter rem, também chamadas de ab rem, ambulatórias ou reipersecutórias, são obrigações híbridas e decorrem da posição jurídica de titular de algum direito real, independentemente da vontade do devedor. Acompanham a coisa, móvel ou imóvel, e o devedor, enquanto for titular do direito real, deverá cumprir a prestação debitória. São híbridas porque apresentam tanto características de direitos pessoais quanto de direitos reais. Essas obrigações, entretanto, diferenciam-se dos direitos reais porque estes são oponíveis erga omnes e aquelas contêm uma oponibilidade que se reflete apenas no titular do direito. As obrigações propter rem não interessam a terceiros. São características das obrigações propter rem
Não patrimonial: Não se quantifica o não cumprimento da obrigação. Ex: se um pai deixar de proteger um filho, maltratá-lo, pode perder o pátrio poder, o poder familiar, mas não terá perdas econômicas, não precisará despender nenhum valor devido a isto.
Patrimonial: quando podemos quantificar em valor uma conduta negativa ou positiva. Ex: quando um prestador não realiza o serviço a contento do tomador, poderá ser solicitado o serviço de outro prestador e o custo ser cobrado desse primeiro.
Conceito de Obrigação: É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita, submetida a satisfazer uma prestação (realizar algo) em proveito de outra.
Obs: O sujeito ativo (irá beneficiar-se) é o que fica de “braços cruzados”. Quem tem que realizar algo é o sujeito passivo. O que tem a obrigação de fazer, de dar, cumprir, realizar algo. 
Conceito de obrigação: Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa devida pelo primeiro (devedor) ao segundo (credor) garantindo-lhe o adimplemento (cumprimento da obrigação) através do patrimônio. 
1. Relação jurídica: tudo que for estranho ao Direito não irá interessar a relação; havendo repercussão para o Direito ocorrerá o Direito obrigacional; 2. Transitório: é imprescindível que exista um prazo para que a obrigação se encerre; não existe uma condição eterna, perene, terá que ser transitória; 3. Devedor e Credor: o devedor é o sujeito passivo (aquele que tem o dever de cumprir com a obrigação). 
Elementos da relação obrigacional
Sujeito Passivo: é o devedor, é aquele que deverá cumprir a obrigação - a prestação. Este poderá ser singular ou plural. Obs: admite-se que o devedor deverá ser identificável
Sujeito Ativo: é o credor, aquele que fica na expectativa de obter do devedor a prestação. Também pode ser individual ou coletivo.
Elemento objetivo – é a atividade destinada a satisfazer o interesse do credor, que está a aguardar que ela seja realizada pelo devedor.
Objetos da relação O objeto da relação é a prestação e o da prestação é a coisa em si. Ex: na relação de compra e venda de um relógio: o objeto da relação é o ato de se entregar o relógio∙ o objeto da prestação é o relógio∙
De acordo com o ordenamento jurídico a Prestação (Negócio Jurídico) tem que ser:
- Possível: não pode ir de encontro à moral e aos bons costumes
- Lícita: pois se é lícita é porque é possível;
- Determinada ou determinável: existindo uma contratação a obrigação terá que ser conhecida pelos sujeitos, ou seja, terá que ser determinável ou determinada.
- Patrimonial: o seu cumprimento ou descumprimento tem que ser quantificável. Obs: se faltar qualquer desses elementos o negócio é nulo, em outras palavras, será extinta a obrigação.
Elemento abstrato: Vínculo O vínculo é o elemento abstrato que sujeita o devedor a realizar um ato positivo ou negativo em benefício do credor (interesse duplo).
Quanto ao vínculo, as obrigações podem ser: – Perfeitas: são as que o vínculo obrigacional apresenta tanto débito quanto responsabilidade. É dizer, o credor tem o direito de exigir determinada prestação do devedor, sob pena de este responder com todo o seu patrimônio. Exemplo: a obrigação do Estado em garantir a saúde de seus cidadãos. – Imperfeitas: são aquelas em que falta ao vínculo jurídico o débito ou a responsabilidade. Por exemplo, as obrigações naturais que são imperfeitas porque, embora a dívida exista, o credor não pode exigir o comportamento do devedor, muito menos executar seu patrimônio. Existe, ainda quanto ao vínculo1 , outra classificação que divide as obrigações em: – Morais: atinentes a regras de convivência, trato social, religiosas e outras que não correspondem a comportamentos selecionados pelo ordenamento jurídico. Essas obrigações não integram o objeto de estudo do direito obrigacional. Exemplo: obrigação de dar presente de aniversário a parentes e amigos. – Naturais: aquelas em que o direito de crédito, embora existente, não é dotado de exigibilidade. A dívida prescrita, por exemplo, é obrigação natural. – Civis: são as obrigações em que o credor pode exigir a prestação do devedor, sob pena de responsabilidade patrimonial deste. Exemplo: obrigação de reparar os danos decorrentes de um ato ilícito
Quanto à natureza da prestação 
Obrigação de dar: a prestação consiste na entrega, pelo devedor, de um bem móvel ou imóvel, determinado ou determinável, ao credor. Exemplo: obrigação de restituir um imóvel emprestado ( comodato ). – Tal qual ocorre na obrigação de entregar/transferir, na obrigação de restituir a responsabilidade pela perda e pela deterioração também parte da premissa de que a coisa perece para o seu dono (res perit domino) e as regras variam conforme a culpa do devedor. Observe, porém, que na obrigação de restituir o dono não é o devedor, mas sim o credor. – Obrigação de fazer: a prestação corresponde à realização de uma atividade, um serviço pelo devedor ao credor. Exemplo: obrigação do médico de realizar uma cirurgia em um paciente. – Obrigação de não fazer: aquela em que o devedor se abstém da prática de um ato em favor do credor. Exemplo: obrigação assumida por proprietário de imóvel de não levantar edificação acima de três andares. Ainda com relação à natureza da prestação, as obrigações podem ser classificadas em: – Obrigações positivas: a prestação é uma conduta comissiva do devedor. São obrigações positivas as obrigações de dar e de fazer. Exemplo: obrigação de pagar determinada quantia em dinheiro. – Obrigações negativas: a prestação é uma conduta omissiva. Estão inseridas nessa categoria as obrigações de não fazer. Exemplo: obrigação do locatário de não sublocar o imóvel a outrem.
Quanto ao objeto 
Obrigações simples: há apenas uma prestação a ser realizada pelo devedor. Exemplo: obrigação de restituir bem emprestado. – Obrigações alternativas: são aquelas em que existem duas ou mais prestações, desobrigando-se o devedor de cumprir apenas uma delas. Como exemplo, podemos citar a obrigação, muito comum nas condenações judiciais atualmente, de o Estado fornecer ao cidadão medicamento de determinada marca ou genérico de propriedades semelhantes. – Obrigações cumulativas: há pluralidade de prestações e, para se desonerar, o devedor precisa cumprir todas elas. Exemplo:para recuperar a saúde um cidadão, o Estado deve realizar cirurgia, garantir o tratamento fisioterápico de recuperação e fornecer os medicamentos necessários. – Obrigações facultativas: existe uma prestação principal e uma subsidiária, podendo o devedor substituir a prestação principal pela subsidiária. Exemplo: contrato estimatório – Obrigações líquidas: são aquelas em que há certeza quanto à existência e determinação do objeto. Exemplo: o devedor compromete-se a transferir ao credor o total de 40 sacas de açúcar. – Obrigações ilíquidas: o objeto é incerto e depende de apuração. Exemplo: o devedor vende ao credor toda a sua safra futura de tomates, sem saber ao certo o quanto isso corresponderá.
Quanto aos sujeitos 
Obrigações fracionárias: embora haja pluralidade de credores e/ou devedores, cada credor apenas pode exigir a sua parte do crédito e cada devedor responde apenas pela sua parte na dívida. Exemplo: uma obrigação em que foi estipulado que A e B devem pagar 500 reais a C, sendo que C somente pode cobrar 250 reais de cada devedor. – Obrigações conjuntas, unitárias ou de mão comum: são obrigações unitárias em que, existindo mais de um credor ou mais de um devedor, a prestação somente pode ser realizada em sua integralidade. Inexiste, nas obrigações conjuntas, divisão de responsabilidade. Exemplo: se duas ou mais pessoas se obrigarem a dar, conjuntamente, 10 (dez) toneladas de tomate a um determinado credor, a obrigação somente será cumprida se todos os devedores entregarem a prestação devida, não podendo o credor exigir a obrigação individualmente de qualquer devedor. – Obrigações disjuntivas: há mais de um devedor, mas o credor pode escolher de qual devedor cobrará a prestação, exonerando os demais. Exemplo: A e B comprometem-se a entregar um cavalo de raça a C, sendo que C pode escolher de qual devedor cobrará a entrega do animal. – Obrigações solidárias: há mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à dívida toda. Exemplo: Caio e Tício comprometem-se solidariamente a transferir a César 90 sacas de café; ainda que a obrigação seja naturalmente divisível, César pode exigir as 90 sacas tanto de Caio quanto de Tício. – Obrigações conexas: não se trata propriamente de obrigações subjetivamente complexas. Há várias obrigações que, por possuírem uma causa comum, os devedores têm que cumprir prestações distintas ao mesmo credor. César Fiuza2 fornece exemplo bastante didático de obrigações conexas: se contrato pintor e pedreiro para reformar minha casa, só poderei exigir a prestação do pintor depois de exigir a do pedreiro. Uma está vinculada à outra, apesar de serem individuadas. Quanto ao modo de execução – Obrigações instantâneas ou momentâneas: o pagamento é feito de maneira integral, imediatamente após o surgimento da obrigação. Exemplo: se você compra um lanche na cantina da faculdade, deve imediatamente pagar o preço e a cantina imediatamente deve entregar-lhe o lanche – Obrigações periódicas (execução continuada ou trato sucessivo): o pagamento é feito em prestações periódicas ao longo de um período determinado de tempo. Exemplo: o sujeito celebra contrato de promessa de compra e venda do imóvel cujas prestações são parceladas em 10 (dez) vezes. – Obrigações diferidas: o pagamento é feito integralmente em um único ato, porém postergado no tempo. Exemplo: num contrato de comodato, o devedor é obrigado a restituir o bem após quatro meses.
Quanto ao conteúdo. 
Obrigações de meio: o devedor obriga-se a utilizar todos os meios disponíveis ao cumprimento da obrigação, sempre com diligência, prudência e perícia, sem, contudo, assegurar um resultado específico. Exemplo: cirurgia plástica reparadora. – Obrigações de resultado: o devedor assegura ao credor o atingimento de um resultado específico e apenas se desonera da obrigação se atingi-lo. Exemplo: cirurgia plástica estética. Quanto aos elementos acidentais – Obrigações condicionais: sujeitas à condição suspensiva ou resolutiva. Exemplo: um pai comprometese a dar um carro à filha desde que esta conclua sua graduação. – Obrigações a termo: sujeitas a evento futuro e certo, ainda que o tempo seja indeterminado. Exemplo: obrigações cujo pagamento ficou ajustado para 30 (trinta dias após a celebração do negócio). – Obrigações com encargo (modais): sujeitas a encargo. Exemplo: Caio doa a Tício um imóvel, desde que Tício comprometa-se a cuidar do doador enquanto este estiver vivo. – Obrigação pura e simples: não está subordinada a condição, termo ou encargo. Exemplo: a compra e venda de aparelho celular em que a loja faz imediatamente a tradição do bem, sem a aposição de elementos acidentais a esse negócio.
DAS OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS
Obrigação pecuniária é obrigação de entregar dinheiro, ou seja, de solver dívida em dinheiro. Como ocorre no contrato de mutuo, em que o tomador do empréstimo obriga-se a devolver, dentro de determinado prazo, a importância levantada. Preceitua o art. 315 do Código Civil que: “as dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes”,... ...que preveem a possibilidade de corrigi-lo monetariamente.
OBRIGAÇÕES POSITIVA DE DAR (arts. 233 a 242)
Esta obrigação tem como conteúdo uma coisa. A prestação da obrigação é justamente a entrega de uma coisa. O fato da entrega da coisa não pode ser confundido com a obrigação de fazer. Ex: a obrigação que tem como objeto/prestação um quadro. Se o quadro não estiver pronto, a obrigação é de fazer; e se ele já foi pintado, a obrigação é de dar. Obrigação de dar representa a entrega de alguma coisa pelo devedor ao credor. Obs. Tecnicamente dar = entregar
Obrigação de dar coisa certa:
O devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individuado, móvel ou imóvel. A coisa certa consta de objeto preciso, que se possa distinguir por características próprias de outros da mesma espécie. (coisa específica, determinada, individualizada). Ex. o devedor deve entregar um animal de corrida, o credor tem que receber aquele animal. A obrigação de dar coisa certa, só confere ao credor direito pessoal (um crédito) e não real (sobre as coisas), pois não transfere de logo o domínio, apenas obriga-se a transmiti-lo. Logo, não cabe ao credor reivindicar a coisa, mas tão somente mover ação de indenização. O domínio só acontece com a tradição (transmissão, transferência de posse)
Obrigações de restituir:
Diferença entre a obrigação de dar e restituir: Na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a tradição, e o credor recebe o que não lhe pertence; na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor mesmo antes do ato gerador da obrigação, ou seja, a coisa estava legitimamente em poder do devedor (para seu uso), pertencendo, porém ao credor , que tinha sobre ela o direito real. Ex: em um contrato O Dono do Imóvel= Obrigação de Dar O Inquilino= Obrigação de Restituir Obs: a diferença interfere na questão do risco. Obrigação de restituir: é a obrigação que tem como objetivo a transferência temporária da coisa para uso ou fruição (gozo).
Obrigação de dar coisa incerta:
Conceito: Consiste da relação obrigacional cujo objeto (que é o conteúdo da prestação) é indeterminado, sendo indicado ao menos pelo gênero e quantidade (e aí está a razão de ser chamada de obrigação genérica). Obs: O ponto de referência para que possamos questionar a coisa é a escolha. Escolha ou concentração: é o fato pelo qual a coisa incerta se transforma em coisa certa, determinada e específica, dessa forma, a obrigação que era de dar coisa incerta se transforma em obrigação de dar coisa certa, só podendo ser entregue o objeto escolhido. Ex: Eu comprei cinco cabritos com 06 meses de vida para receber e não escolhi ainda, é coisa incerta, quando eu chego na fazenda e estou escolhendo os cinco cabritos esta é a fase da concentração/escolha, após a escolha ser feita a coisa passa a ser certa, determinada.
Obrigação de Fazer
O devedor se vincula a determinado comportamento, consistenteem praticar um ato ou realizar uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. Ex: Construir um muro, ministrar uma aula, realizar uma obra. Obs: Dentro da idéia de FAZER, encontra-se a idéia de DAR. Quem promete a entrega de determinada prestação, a rigor, vincula-se a fazer referida entrega. Para diferenciar temos obrigação de fazer quando a entrega (dar) é conseqüência de um fazer, quando não é obrigação de dar. A obrigação de fazer envolve uma atitude humana (ativa, positiva). A obrigação fungível é aquela cujas qualidades pessoais do devedor não interessam, não são relevantes. Ex: a construção de um muro, qualquer pedreiro poderá fazer.(art.249) A obrigação infungível não se funda nas qualidades pessoais e objetivas do devedor (cantor famoso), mas em CONDIÇÕES PARTICULARES, intuitu personae, (Ex. Marisa Monte). Ex: Caso ocorra algum problema num show de Marisa Monte, a ausência dela não poderá ser substituída por um outro cantor(a).(art.247)
Impossibilidade da Obrigação de Fazer:
Sem Culpa: Ex: O professor que deveria ministrar a aula e adoece no dia. Solução: Ele apresenta o atestado médico e daí resolve-se a obrigação (retorna ao estado anterior da desavença). Outro exemplo de Impossibilidade sem culpa seria a apresentação de um show numa festa de aniversário de 50 anos de casamento de um casal. Se o cantor adoecer no dia da festa, não adiantará ele fazer outro show depois, pois o aniversário já passou. Ou seja, tornou impossível a obrigação, não terá como fazê-la depois
Com Culpa: Se o professor simplesmente faltar (tornando a obrigação impossível), sem uma justificativa, levará falta e não irá receber por aquela aula não ministrada. Ou seja, Resolve-se a obrigação + Perdas e Danos
Descumprimento da Obrigação de Fazer: (há possibilidade de fazer, mas não no prazo convencional, já se caracteriza a má fé)
Sem Culpa Assim como a Impossibilidade sem culpa, a solução do Descumprimento sem culpa também ocorre através da resolução da obrigação e retorno ao estado anterior. Ex: a entrega de uma obra em tempo posterior ao acordado porque a construtora não conseguiu cumprir o prazo estabelecido.
Fungível (art. 249 CC) –o Quando qualquer pessoa pode realizar a prestação. Solução da Lei (Perdas e Danos + terceiro): Se qualquer pessoa poderá realizar a prestação, o juiz solucionará o problema estabelecendo que um terceiro cumpra e “enviará a conta” para devedor. Infungível (art. 247 CC) – Se resolve automaticamente com Perdas e Danos.
Obrigação de Não Fazer
Conceito: ocorre quando um devedor assume um compromisso de se abster de um ato (apenas atos lícitos) que poderia praticar se não fosse o vínculo que o prende.
Ex. a pessoa que promete não vender uma casa a não ser para o credor. A obrigação de não fazer envolve uma atitude humana (negativa, passiva).
Obrigação Alternativa (Arts. 252 a 256 CC)
Conceito: A obrigação de dar consiste na entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de uma coisa pelo devedor ao credor. Enfim, o devedor, que se obrigou a entregar ou a restituir coisa certa, 17 Direito Civil II DIREITO – NOVA AMÉRICA – DAVIDSON SALLES determinada, ao seu credor, deve cumprir sua obrigação de dar, entregando ou restituindo essa mesma coisa, sem que haja qualquer alteração no objeto da prestação jurídica.
Obrigação Cumulativa (Conjuntiva):
São aquelas que possuem em sua prestação vários objetos ou várias obrigações que deverão ser cumpridas integralmente, sem exclusão de qualquer uma delas, sob pena de se haver por não cumprida (o devedor continuará inadimplente ou in mora). Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é um reforço da Obrigação de Dar Coisa Certa.
Obrigação Facultativa:
É aquela que, tendo por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por outra. Essa faculdade pode derivar de convenção especial (acordo) ou de expressa disposição de lei (art. 157, § 2°) Art. 157, § 2°: Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis:
As Obrigações Divisíveis e Indivisíveis dizem respeito ao Objeto da Prestação. A questão da divisibilidade ou indivisibilidade só se apresenta importante diante da pluralidade de sujeitos.
Dos Bens Divisíveis - Art. 87 CC: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 88 C: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes
Obrigações Divisíveis: - são as obrigações possíveis de cumprimento fracionado. É aquela cujo pagamento pode ser dividido em parcelas sem que se descaracterize o objeto da prestação. Art. 257 CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto aos credores e devedores:
Obrigações Solidárias (Arts.264 a 285)
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um com o direito a dívida toda (solidariedade ativa) ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva).
Obs: 1. Solidários (dívidas solidárias): a origem é comum: Ex. três irmãos que vão ao banco pedir um empréstimo; 2. “In solidum”: Não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma origem comum na obrigação. Embora ligados por um mesmo fato, os liames que unem os devedores ao credor são independentes. Ex: suponhamos um caso de incêndio em uma fazenda segurada, causada por culpa de terceiro. Tanto a seguradora como o autor do incêndio devem à vítima a indenização pelo prejuízo; a seguradora no limite do contrato e o agente pela totalidade. A vítima pode reclamar a indenização de qualquer um deles, indistintamente, e o pagamento efetuado por um libera o outro devedor. Contudo, não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma causa comum, uma origem comum na obrigação. A responsabilidade da seguradora tem origem no contrato, e a do agente decorre dos princípios do art. 186 CC (ato ilícito);
Morte
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Obrigações Naturais (Imperfeitas para os escritores alemães)
As Obrigações naturais se opõem às obrigações civis. Obrigação natural é aquela em que o credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar. Não há sanção e se houver pagamento não pode ser repetido (devolvido).
Obrigações Líquidas e Ilíquidas
Líquidas: estão presentes os requisitos que permitem a imediata identificação do OBJETO DA OBRIGACAO (qualidade + quantidade + natureza) Art. 1533 do CC/1916: Considera-se líquida a obrigação certa, na sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto. Ex. obrigação de pagar R$ 1.000,00, 100 sacas de cereal, entregar automóvel específico.
Ilíquidas - o objeto da prestação é desconhecido (não há quantidade e gênero). Diante da impossibilidade o juiz pode dar a sentença ilíquida (não pode mensurar). Exigem uma posterior liquidação (ex. perícia). A ilíquida é incerta quanto à existência e indeterminada quanto ao objeto. Ex. bateram no carro do taxista, ele vai exigir perdas e danos, se o juiz não determinar o valor é ilíquida porque não está determinada.
Obrigações Puras e Simples
As obrigações puras e simples são as de dar, restituir, fazer e não fazer. Característica: credor + devedor + objeto da prestação.
Obrigações Condicionais
Art. 121 (Conceito de Condição) 1. Condição Suspensiva (Art.125): quando os contraentes protelam temporariamente a eficácia do negócio até a realização do evento futuro e incerto. Se pendente tal condição, só com seu implemento é que o contrato se aperfeiçoará. Nãohá débito, nem obrigação, nem ação, apenas um Direito Eventual.
Obrigações de Meio e de Resultado
Obrigações de Meio: o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado sem, contudo, se vincular a obtê-lo. O conteúdo é a própria atividade do devedor. Ex: contrato de prestação de serviços médicos (operação plástica reparadora) ou advocatícios.
Obrigações de Resultado: o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado. O conteúdo é a produção de um resultado útil ao credor. Ex: contrato de transporte, ou empreitada de uma obra, ou operação plástica estética
Transmissão das Obrigações (Arts. 286 -303 CC).
Cessão de Crédito: É um negocio jurídico bilateral onde o credor transfere a terceiro seu direito de credito contra o devedor (é quando o devedor fica sabendo da cessão de crédito e transmite o valor direto para o cessionário).
Partes: Credor = cedente; terceiro = cessionário; devedor = cedido
1. Cessão Onerosa: O cessionário paga pelo recebimento do crédito (é quando se vende um crédito a um terceiro).
2. Cessão Gratuita: não há contraprestação por parte do cessionário. Ex: doação.
3. Voluntária: Emana da vontade livre do cedente e do cessionário. A voluntária você escolhe, pode ser onerosa ou gratuita.
4. Legal/Necessária: Acontece por força da lei. Toda cessão de crédito depende de um acordo de vontade (o que for expresso na lei é legal ou necessária).
5. Judicial: Tem origem na sentença (decisão). Ex. partilha, adjudicação: quando há apenas um herdeiro, o juiz não vai fazer uma partilha, fará uma adjudicação passando o bem para o herdeiro.
6. Pro Soluto: O credor transfere seu crédito em pagamento a obrigação sua com o cessionário. Ex: “A” deve R$100 a “B”. “C” deve R$100 a “A”. “A” com intenção de pagar a “B” cede seu crédito junto a “C”.
7. Pro Solvendo: o credor transfere seu crédito em garantia de pagamento a obrigação sua com o cessionário. Ex1: eu sou credor e também devedor.

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