Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Orçamento Público Aula 1 - Orçamento Público Atividade financeira do Estado O modelo clássico de estudo das finanças públicas contempla quatro itens: A fim de atender às necessidades públicas, o Estado precisa obter recursos (receitas e créditos públicos). Tal fato o leva a ter de exercer atividade financeira, que consiste basicamente na gestão dos recursos obtidos e em sua destinação (despesa) pelo orçamento, de modo que sejam satisfeitas as demandas da população. Além de administrar o processo de obtenção e destinação dos recursos, a atividade financeira do Estado constitui um importante mecanismo de gestão econômica, que pode estimular o crescimento e melhorar a distribuição de renda. Para atender às necessidades públicas, o Estado executa diversas atividades, as quais são classificadas em dois grupos: Clique nos títulos abaixo. • Atividades típicas do Estado A execução é inalienável por ser atribuição direta do Estado, seja por imposição constitucional ou legal, seja por necessitar da aplicação do poder de polícia. Exemplos: Defesa Nacional; Justiça; Segurança Pública etc. Tipicamente, essas atividades estão relacionadas às necessidades básicas e diretas para a própria existência do Estado. • Atividades complementares Podem ser exercidas indiretamente, por concessão a particulares ou a empresas criadas pelo próprio Estado para tal fim, muito embora o Estado delas necessite para seu bom funcionamento e o bem-estar comum. A atividade financeira do Estado pode ser representada como um ciclo permanentemente em funcionamento, sujeito a diferentes tipos de controle (Tribunal de Contas da União [TCU], Controladoria-Geral da União [CGU], controle popular etc.), e promove a intervenção na atividade econômica visando ao bem-estar comum e à justiça social, conforme podemos observar na figura a seguir: http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 2 Intervenção do Estado na atividade econômica O crescimento e a estabilidade econômica são alicerces do bem-estar comum. Para preservá-los, o Estado pode intervir na atividade econômica, estimulando ou coibindo determinada atividade, por meio de três mecanismos básicos: O estabelecimento de normas que visam à coibição do abuso do poder econômico e à proteção dos consumidores; O fomento às atividades de interesse por meio de agências de financiamento; A exploração direta de atividade econômica que os particulares não podem suprir e que constituem interesse coletivo. O reconhecimento da necessidade de intervenção do Estado na economia tem origem na depressão econômica de 1930, nas duas grandes guerras mundiais e na instabilidade ocasionada pelo acúmulo de capital que leva à concentração de renda e faz perder de vista a justiça social. Richard Musgrave, em seu relevante estudo acerca da necessidade de intervenção do Estado na economia, classificou em três as funções do Estado, também conhecidas como funções fiscais ou funções do orçamento. São elas: Clique nos títulos abaixo. • Função alocativa Consiste basicamente em destinar recursos para produção de bens ou serviços necessários à população e que não são supridos pelo mercado, geralmente em decorrência de duas situações: ➢ Desequilíbrios, na concorrência, normalmente observados em mercados monopolistas ou oligopolistas, o que pode levar à majoração artificial de preços, causando efeitos maléficos aos consumidores; ➢ Excesso de risco, em geral, decorrente de incertezas ocasionadas pela falta de regulamentação ou consolidação dos mercados – um fator que afugenta o capital privado, tornando necessária a intervenção do Estado para suprir a população dos bens e serviços desejados. • Função distributiva O sistema capitalista tende a gerar concentração de riquezas, uma vez que o “sucesso” na aplicação do capital por uma pessoa, um grupo ou um setor econômico atrai mais capital. Além disso, alguns fatores – como políticas econômicas setoriais, falta de igualdade nas oportunidades e mercados com estruturas regionalizadas, entre outros – também causam acúmulo de riquezas. A função distributiva tem por objetivo ajustar a distribuição das riquezas em níveis que possibilitem levar o bem-estar social à população. Para adequar os níveis de distribuição das riquezas, o Estado utiliza o sistema de tributação, diferenciando as cobranças segundo os níveis de renda e acúmulo patrimonial. Além disso, podem http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 3 ser criados mecanismos de subsídios, isenções tarifárias, renúncia fiscal e políticas de remuneração mínima. • Função estabilizadora Tem por objetivo evitar a perda das conquistas decorrentes da aplicação das outras duas funções, assegurando a manutenção de níveis adequados de empregos, de estabilidade de preços e dos fatores produtivos. Essa função está fortemente ligada à gestão de variáveis macroeconômicas, buscando os níveis ótimos, que são o pleno emprego, a ausência de inflação e um fluxo adequado e permanente de entradas e saídas de recursos na economia. Orçamento público: Conceito, princípios, esferas, tipos e espécies Conceito orçamentário São muitas as maneiras de conceituar orçamento público. Segundo Augustinho Paludo, “orçamento público é um instrumento de viabilização do planejamento governamental e de realização das políticas públicas organizadas em programas, mediante a quantificação das metas e a alocação de recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais)”. Ainda de acordo com o autor, “orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime, em termos financeiros, a alocação dos recursos públicos; é um documento legal que contém a previsão de receitas e a fixação de despesas a serem realizadas por um governo, em determinado exercício financeiro”. Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é “o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”. Podemos estratificar o conceito de orçamento sob quatro aspectos: Clique nos títulos abaixo. • Conceito técnico Orçamento é um instrumento dinâmico que fixa a despesa e estima a receita para um exercício financeiro. • Conceito legal Orçamento é uma lei que estima a receita e fixa a despesa. • Conceito contábil Orçamento é um instrumento que visa facilitar o controle dos fluxos de receitas e despesas. • Conceito político Orçamento é um instrumento que possibilita conduzir o processo de formulação e a posterior execução das políticas públicas. Princípios orçamentários Na 6ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) consta que os princípios orçamentários visam estabelecer regras norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios –, são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina. Clique aqui e veja o conceito de cada um desses princípios. PDF Princípios orçamentários http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/galeria/aula1/docs/principios_orcamentarios.pdf4 Unidade ou Totalidade Princípio previsto de forma expressa pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/1964, determina a existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, estados, Distrito Federal e municípios –, com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. Desse modo, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar dentro de cada esfera federativa um único documento legal: a Lei Orçamentária Anual (LOA). Cada pessoa política da Federação elaborará a sua própria LOA. Universalidade Estabelecido de forma expressa pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/1964, recepcionado e normatizado pelo § 5º do art. 165 da Constituição Federal, determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Anualidade ou Periodicidade Estipulado de forma literal pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/1964, delimita o exercício financeiro orçamentário: período ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão referir-se. Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil – portanto, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Exclusividade Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei. Orçamento Bruto Previsto pelo art. 6º da Lei nº 4.320/1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. Legalidade Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à Administração Pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar; ou seja, subordina-se aos ditames da lei. A Constituição Federal de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da Administração Pública, entre os quais o da Legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II– as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. Publicidade Previsto no caput do art. 37 da Magna Carta de 1988, trata-se de um princípio básico da atividade da Administração Pública no regime democrático. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas. Transparência Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos Arts. 48, 48-A e 49 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o orçamento público amplamente à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa. Não vinculação (não afetação) da Receita de Impostos O inciso IV do art. 167 da CF/1988 veda vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal, in verbis: Art. 167. São vedados: [...] IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do 5 ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...] §4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados [FPE] e Fundos de Participação dos Municípios [FPM], bem como Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte [FNO], Nordeste [FNE] e Centro-Oeste [FCO] à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas Esferas orçamentárias No orçamento, a esfera tem por finalidade identificar se a receita ou a despesa pertence ao orçamento fiscal (F), à Seguridade Social (S) ou ao Investimento das Empresas Estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF. Tipos orçamentários O tipo de orçamento adotado por um país está vinculado ao regime político e à forma de governo. No Brasil, já foram adotados os três tipos de orçamento. Legislativo Adotado em países parlamentaristas. A elaboração, votação e aprovação são de competência do Poder Legislativo; a execução é de competência do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1891); Executivo Utilizado em países onde impera o poder absoluto. A elaboração, aprovação, execução e controle são de competência do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1937); Misto Empregado em países com funções legislativas exercidas pelo Congresso ou Parlamento, que, por meio de votação, aprova o orçamento e exerce o controle sobre sua execução. A sanção, elaboração e execução são de competência do Poder Executivo. Esse é o tipo utilizado atualmente no país. (No Brasil, Constituição Federal de 1988). Espécies orçamentárias O orçamento público classifica-se em cinco espécies, a saber: Clique nos títulos abaixo. • Orçamento clássico ou tradicional http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 6 Sua principal característica é a falta de planejamento, o que evidencia um descompromisso dos gestores para com as necessidades da população. É uma peça meramente contábil e financeira, na qual a previsão de receita e a autorização de despesas são baseadas no orçamento do exercício anterior. • Orçamento de desempenho ou por realizações Caracteriza-se pela preocupação do resultado produzido pelo gasto dos recursos públicos, executado dentro de um programa de trabalho. Apesar de representar uma evolução no processo de elaboração orçamentária, essa espécie de orçamento não está vinculada a um instrumento central de planejamento. • Orçamento de base zero ou por estratégia Consiste basicamente em uma dinâmica na qual o órgão prepara a sua proposta orçamentária incluindo a totalidade das suas necessidades, sem compromisso com qualquer montante preestabelecido de dotação e sem utilizar o ano anterior como referência de valor inicial mínimo. Em seguida é estabelecido um limite de gastos e é feita uma análise crítica das necessidades a fim de se definirem as prioridades que serão atendidas. • Orçamento-programa Introduzido no Brasil com a Lei nº 4.320/1964 e o Decreto-Lei nº 200/1967, essa espécie de orçamento age como um instrumento de planejamento da ação do governo, quantificando e qualificando receitas e despesas nos programas de trabalho, através da alocação de recursos em projetos, atividades e operações especiais, vinculados a objetivos e metas. Ao atrelar o orçamento ao planejamento expresso no Plano Plurianual (PPA), a Constituição Federal de 1988 consolidou a adoção do orçamento-programano Brasil. • Orçamento participativo Com base nos princípios democráticos e no exercício da cidadania, essa espécie de orçamento consiste basicamente em franquear a participação direta das comunidades envolvidas por meio de conselhos e associações na definição de objetivos e metas que integrarão os programas de trabalho do governo e, portanto, serão objeto de alocação de recursos orçamentários. Essa espécie de orçamento se alinha com o parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 101/2000, segundo a qual “a transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”. Orçamento e constituições brasileiras Como podemos observar no Quadro 1.1. o legislador, ao longo do tempo, procurou regulamentar o orçamento público nas constituições federais, tratando de aspectos que vão desde os responsáveis pela sua elaboração, passando pelo processo de aprovação, chegando até as sistemáticas de acompanhamento e fiscalização, além da sua vinculação com o planejamento. • Constituição de 1824 Ainda no império, foi a primeira a exigir formalismo na elaboração do orçamento. A competência de elaboração da proposta de orçamento era do Poder Executivo, e a aprovação, do Poder Legislativo. • Constituição de 1891 Primeira Constituição Republicana, estabelecia a elaboração do orçamento como competência exclusiva do Congresso Nacional. • Constituição de 1934 O orçamento é tratado em um capítulo próprio, ganhando destaque. A competência de elaboração da proposta de orçamento era do Presidente da República, e a votação, do Poder Legislativo. • Constituição de 1937 Instaurado o Estado Novo (Nome dado ao período de 1937 a 1945, quando Getúlio Vargas governou o Brasil de forma ditatorial.), o orçamento passou a ser elaborado por um departamento administrativo, ligado à Presidência da República, e a votação passou a ser uma atribuição da Câmara dos Deputados e do Conselho Federal, que contava com membros nomeados pelo Presidente da República. • Constituição de 1946 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula1.html#0 7 Com a retomada do regime democrático, voltam a sistemática de elaboração da proposta de orçamento pelo Poder Executivo e a votação pelo Poder Legislativo, com possibilidade de emendas. • Constituição de 1967 Estando em vigência o Regime Militar, a competência de elaboração da proposta de orçamento continua sendo do Poder Executivo, e a votação, do Poder Legislativo, entretanto, com exíguas possibilidades de emendas. • Constituição de 1988 Conhecida como Constituição Cidadã, com a retomada do regime democrático, a competência de elaboração da proposta de orçamento continuou sendo do Poder Executivo, e a votação do Poder Legislativo, com possibilidades de emendas. Foram instituídos dois instrumentos de planejamento e programação orçamentária: o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Atividade proposta Diante do que estudamos até aqui, vamos fazer uma atividade para testar nosso conhecimento? Leia as características apresentadas e responda a qual espécie de orçamento cada uma diz respeito: a) Sua principal característica é a falta de planejamento. b) Caracteriza-se pela preocupação do resultado produzido pelo gasto dos recursos públicos, executado dentro de um programa de trabalho. c) Consiste basicamente em uma dinâmica na qual o órgão prepara a sua proposta orçamentária contemplando a totalidade das suas necessidades, sem compromisso com qualquer montante preestabelecido de dotação. d) Funciona como um instrumento de planejamento da ação do governo, quantificando e qualificando receitas e despesas nos programas de trabalho. e) Com base nos princípios democráticos e no exercício da cidadania, essa espécie de orçamento consiste basicamente em franquear a participação direta das comunidades envolvidas. TESTE DE CONHECIMENTO 1-Na Lei 4.320/64 temos indicados vários principios que constituem base para o orçamento público. O principio que indica que o orçamento é um plano financeiro global, também chamado de orçamento bruto, pois mantém as receitas e as despesas pelos seus totais é conhecido como princípio: da clareza da unidade do equilibrio da Universalidade da uniformidade 2-Nos termos da Lei Federal no 4.320/64, a Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios da: Universalidade, Exclusividade e Especificação. Competência, Exclusividade e Prudência. Unidade, Transparência e Anualidade. Unidade, Universalidade e Anualidade Universalidade, Transparência e Exclusividade 3-O Autor Richard Musgrave (2000), propôs uma classificação das funções econômicas do Estado, que se tornaram clássicas no gênero, denominadas as ¿funções fiscais¿, 8 considerando-as como as próprias ¿funções do orçamento¿, principal instrumento de ação estatal na economia. Desta forma indique nas alternativas a seguir aquela que alinha o conceito correto de uma das "funções fiscais" com o que está sendo contextualizado acima. Promover ajustamento na distribuição de renda (função alocativa); Promover ajustamento na alocação de recursos (função estabilizadora). Promover ajustamento na alocação de recursos (função distributiva); Promover ajustamento na distribuição de renda (função estabilizadora). Manter a estabilidade econômica (função estabilizadora). 4-Orçamento público possui um fundamento legal. Nesta Lei se: estima as despesas e fixa as receitas fixa as receitas e as despesas estima as receitas e as despesas estima receitas e despesas e fixa receitas e despesas estima as receitas e fixa as despesas 5-Escolha a opção que contenha três princípios orçamentários : Unidade, equilíbrio, semestralidade. Clareza, equilíbrio, movimento. Equilíbrio, anualidade, universalidade. Exclusividade, universalidade, trimestralidade Especificação, clareza, pontualidade. 6-O princípio orçamentário da exclusividade significa que: unicamente a lei pode autorizar a realização de gastos por parte do Poder Público somente é permitido que receitas patrimoniais estejam fora do orçamento exclusivamente contribuições podem ser criadas pela lei orçamentária somente certos tributos podem ser instituídos pela lei orçamentária somente matéria de natureza financeira pode ser incluída na lei orçamentária 7-Um requisito de todas as leis, base dos atos dos governos democráticos é a publicação dessas leis para o conhecimento geral da comunidade. O orçamento público, enquanto uma lei, também se submete a esse requisito. Isto é o que se denomina de Princípio da: Clareza. Programação. Publicidade. Anualidade. Exclusividade 8-Como estudamos nas aulas, Richard Musgrave, citando Giacomoni (2000), propôs uma classificação das funções econômicas do Estado, que se tornaram clássicas no gênero, denominadas as "funções fiscais", considerando-as como as próprias "funções do orçamento", principal instrumento de ação estatal na economia. Quais são estas funções? Assinale a alternativa correta. Estabilizadora, Econômica, Alocativa. Produtiva, Alocativa, Distributiva Alocativa, Distributiva, Estabilizadora Distributiva, Produtiva, Econômica Econômica, Estabilizadora, Distributiva. Aula 2 - Lei Orçamentária Anual (LOA) Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) Antes de apresentar o Projeto de Lei OrçamentáriaAnual (Ploa) ao Poder Legislativo, o Executivo elabora o seu conteúdo em um processo conhecido como elaboração da proposta orçamentária. 9 A Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na qualidade de órgão específico do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, no cumprimento de sua missão institucional, tem, entre outras, a competência para coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias e da proposta orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal e da seguridade social. Essa missão pressupõe uma constante articulação com os agentes envolvidos na tarefa de elaboração das propostas orçamentárias setoriais das diversas instâncias da Administração Pública Federal e dos demais Poderes da União. Os órgãos setoriais desempenham o papel de articuladores no âmbito da sua estrutura, coordenando o processo decisório no nível das respectivas unidades orçamentárias (UO) subordinadas ou vinculadas. Sua atuação no processo orçamentário envolve, entre outras iniciativas, o estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações orçamentárias e a definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração e alteração orçamentária. As unidades orçamentárias UOs desempenham o papel de coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária nos seus respectivos âmbitos de atuação, integrando e articulando o trabalho das suas unidades administrativas, com base no programa de trabalho do órgão. Responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por programa, ação e subtítulo, as UOs atuam no processo orçamentário por meio de algumas iniciativas, dentre elas, o estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da proposta e estudos de adequação da estrutura programática. O processo de elaboração do Ploa é iniciado com a discussão dos parâmetros, diretrizes, objetivos, metas, projetos e atividades que devem ser adotados pelos órgãos que no ano seguinte receberão recursos à conta do orçamento público. Nesse processo, busca-se o equilíbrio entre receitas e despesas. Na sequência, são estabelecidas as prioridades que serão atendidas dentro do limite das receitas estimadas. Como resultado desse processo, obtém-se um projeto de lei orçamentária que deve ser encaminhado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano. Vejamos o fluxo desse processo: 10 Atenção A SOF utiliza o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor) para a elaboração da proposta orçamentária do governo, sendo o Ploa o seu produto final. Ele registra toda a programação orçamentária – ações e programas de governo, com seus respectivos valores e destinações geográficas – planejada para a execução no ano seguinte. Conforme o art. 26 da Resolução nº 1, de 2006-CN, o Ploa é dividido nas seguintes áreas temáticas: I - Infraestrutura; II - Saúde; III - Integração Nacional e Meio Ambiente; IV - Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Esporte; V - Planejamento e Desenvolvimento Urbano; VI - Fazenda, Desenvolvimento e Turismo; VII - Justiça e Defesa; VIII - Poderes do Estado e Representação; IX - Agricultura e Desenvolvimento Agrário; X - Trabalho, Previdência e Assistência Social. Etapas do processo de criação de uma LOA O processo de preparação e aprovação do Orçamento de um ente político (União, Estados e Municípios) é regido, em caráter geral, pelos artigos 165 a 167 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), bem como pela Lei Federal nº 4.320/1964. Envolve a preparação anual, pelo Poder Executivo, do Ploa (abrangendo inclusive as propostas orçamentárias dos demais Poderes, centralizadas pelo Executivo em sua função administrativa), seguida de seu envio ao Poder Legislativo para discussão, alteração e aprovação. Por ter natureza de lei ordinária, a lei orçamentária, após a aprovação final pelo Legislativo, segue ao Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador ou Prefeito, conforme o ente) para sanção. A tramitação da proposta de lei orçamentária no Poder Legislativo Federal foi regulamentada pelo Congresso Nacional, por meio da Resolução nº 1/2006-CN, de 22 de dezembro de 2006 (Fonte: Senado Federal). São seis as etapas do processo de criação de uma Lei Orçamentária Anual (LOA), como geralmente ocorre com qualquer lei: iniciativa, discussão, votação, sanção, promulgação e publicação. Vejamos cada uma delas a seguir: Clique nos títulos abaixo. • Primeira etapa – Iniciativa Consiste na apresentação do Ploa ao Poder Legislativo. A CF/88 estabelece que a competência para apresentação de um projeto de lei pode ser do Executivo ou do Legislativo. No caso do Ploa, essa competência é exclusiva do Chefe do Poder Executivo, nos termos do art. 166 da Carta Magna. • Segunda etapa – Discussão No Poder Legislativo, o Ploa é analisado conjuntamente pela Câmara e pelo Senado por meio da Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por Senadores e Deputados. Essa análise conjunta é uma característica marcante do processo de discussão do Ploa, pois só ocorre quando se trata de matéria orçamentária. Com o objetivo de facilitar a apreciação final pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional, a CMO emite parecer sobre o Ploa. Nessa etapa, também são apresentadas emendas a esse projeto, cabendo adicionalmente à CMO emitir parecer sobre emendas parlamentares, por atribuição decorrente do art. 166, § 2º da CF/88. Para continuar lendo sobre a segunda etapa, clique aqui. • Terceira etapa – Votação Consite na aprovação ou rejeição do Ploa. A LOA é uma lei ordinária, e sua aprovação ocorre por votação conjunta das duas Casas do Congresso Nacional e maioria simples, que consite na obtenção de 50% dos votos + 1. • Quarta etapa – Sanção É um ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo e consiste na concordância com o texto legal do Ploa que vem aprovado do Poder Legislativo. O Chefe do Executivo pode concordar e sancionar ou discordar e vetar parcial ou totalmente o Ploa. No caso de veto, o Ploa retorna ao Legislativo para nova discussão e votação. Se o veto for derrubado, o projeto não volta http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/galeria/aula2/docs/segunda_etapa.pdf http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 11 mais para o Executivo, devendo o próprio Legislativo aprová-lo e promulgá-lo. Com a sanção pelo Poder Executivo, o Ploa torna-se a chamada Lei Orçamentária Anual (LOA). • Quinta etapa – Promulgação Consiste na confirmação de que a lei foi aprovada pelas etapas anteriores. É como uma declaração de que o projeto de lei passa definitivamente a ser executado como lei, que entrará em vigorar após sua publicação. A promulgação, dependendo da espécie de matéria tratada pelo projeto de lei, pode ser um ato do Chefe do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. • Sexta etapa – Publicação Consiste na divulgação oficial do texto da LOA, de modo que seja possível a todos terem seu conhecimento, não sendo permitido alegar desconhecimento da LOA para não cumpri-la. Publicada a LOA, inicia-se o processo de execução do orçamento, que consiste na arrecadação das receitas previstas e no gasto das dotações autorizadas, dentro dos limites fixados. Orçamento Impositivo A Emenda Constitucional nº 86, de 17 de março de 2015, cujo texto tramitou por 15 anos, obriga o Poder Executivo a liberar até 1,2% da receita corrente líquida (RCL) do ano anterior para emendas apresentadas por parlamentares. Desse total, 50%, ou seja, 0,6% do valor permitido deverá ser aplicadona área de saúde. A medida, conhecida como Orçamento Impositivo, dá mais independência para deputados federais e senadores porque direciona recursos para municípios e estados sem depender da boa vontade do Executivo. Ela modifica os artigos 165,166 e 198 da Constituição Federal de 1988. Prazos para envio e aprovação do Ploa O art. 166, § 6°, da CF/88, estabelece que lei complementar sobre direito financeiro deve estabelecer os prazos para as leis orçamentárias. Uma vez que a citada lei complementar ainda não foi editada, atualmente as normas gerais de direito financeiro, elaboração e controle dos orçamentos são reguladas pela Lei n° 4.320/64 e pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), as quais, entretanto, não tratam do prazo para envio das propostas das leis orçamentárias, o que faz com que tal prazo siga o disposto no art. 35, § 2°, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Dessa maneira, o Poder Executivo deve encaminhar o Ploa ao Legislativo até quatro meses antes do encerramento de cada exercício (30 de agosto). O Ploa deve ser aprovado pelo Legislativo e devolvido para sanção do Chefe do Executivo até o final da sessão legislativa (fim do ano), de modo que o Ploa se transforme na LOA e passe a vigorar a partir de 1º de janeiro. Um fato frequente no Brasil é a não aprovação do Ploa antes do final do exercício anterior ao que a LOA deve entrar em vigor, descumprindo o prazo estabelecido no art. 35 do ADCT. A aprovação do Ploa tem ocorrido no mesmo exercício em que a LOA deve ser executada, o que se caracteriza uma afronta ao princípio da anualidade, pois essa situação faz com que a LOA tenha duração inferior a 12 meses. Uma consequência da não aprovação do Ploa dentro do prazo é a liberação mensal de fração equivalente a 1/12 do valor das despesas “inadiáveis”, contidas no Ploa em discussão. Essa prática, conhecida como liberação de duodécimos, não está regulamentada e decorre da impossibilidade de paralisação da máquina pública. Outro fato que pode ocorrer é o Chefe do Executivo não enviar o Ploa ao Legislativo no prazo estipulado, caso em que, nos termos do art. 32 da Lei n° 4.320/64, o Poder Legislativo deve considerar como Ploa a LOA em vigor. O Quadro a seguir apresenta resumidamente os prazos de tramitação do Ploa e as consequências do descumprimento desses: http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula2.html#0 12 Processo de elaboração e aprovação do Ploa A Figura a seguir apresenta uma visão abrangente do processo de elaboração e aprovação do Ploa. Vejamos: A partir dos objetivos do Estado, destacadamente o de gerar o bem comum da população, o governo, com a utilização dos órgãos que integram a estrutura da Administração Pública, promove a identificação dos recursos que poderão ser utilizados no exercício seguinte. Na sequência, são identificadas as necessidades dentro de padrões e níveis aceitáveis de satisfação. Da comparação entre as necessidades e os recursos disponíveis, é possível dimensionar o déficit, característico dos países pobres ou em desenvolvimento. Estimados os recursos (receita) e mapeadas as necessidades (despesa), o Poder Executivo decide politicamente as ações prioritárias que serão atendidas e elabora o Ploa, alinhado com o planejamento definido no Plano Plurianual (PPA), em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Na sequência, o Chefe do Poder Executivo envia o Ploa ao Legislativo a fim de que seja discutido, aprovado e devolvido ao Executivo para sanção e publicação, transformando-se na LOA, que passa a vigorar. Atividade proposta Assinale a alternativa que indica o órgão específico do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal que tem competência para coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da proposta orçamentária da União. Secretaria do Tesouro Nacional. Secretaria Federal de Controle. Secretaria de Orçamento Federal. Secretaria de Planejamento Federal. Secretaria de Coordenação Federal. Consiste na divulgação oficial do texto da LOA, de modo que seja possível a todos terem seu conhecimento, não sendo permitido alegar desconhecimento da LOA para não cumpri-la. Assinale a alternativa correspondente ao ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo que expressa sua concordância com o texto legal do Ploa aprovado pelo Legislativo. Publicação Chancela Promulgação Aprovação 13 Sanção TESTE DE CONHECIMENTO 1-o orçamento fiscal referente aos Poderes Executivos, seus Fundos, Órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público faz parte: de uma ação programática da LOA do PPA de uma área temática da LDO 2-Com relação ao orçamento público no Brasil, é correto afirmar que: a edição de medidas provisórias em matéria orçamentária é consequência da indelegabilidade da competência do Congresso Nacional em relação a esta a inflação equilibrava o orçamento porque elevava o valor real das despesas executadas pelo governo o Congresso Nacional pode efetuar reestimativa da receita para aumentar o valor da proposta encaminhada pelo Poder Executivo, desde que resulte de erro ou omissão de ordem técnica ou legal; a superestimativa da receita reduz a capacidade do Poder Executivo de valer-se da faculdade inerente ao caráter meramente autorizativo do orçamento os atrasos na aprovação e sanção do orçamento têm possibilitado a sua execução parcial, através de autorizações constantes do Plano Plurianual; 3-A sanção e a promulgação da Lei do Orçamento Anual são prerrogativas exclusivas: da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente do Congresso Nacional e do Chefe do Poder Executivo, respectivamente do Congresso Nacional do Chefe do Poder Executivo do Chefe do Poder Executivo e do Congresso Nacional, respectivamente 4-No que concerne à Lei Orçamentária Anual, analise: I. Conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definidos com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. II. Compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. III. Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. IV. Incluirá as despesas relativas às fundações instituídas e mantidas pelo poder público. É verdadeiro anuir que: existem três afirmações falsas. existem apenas duas afirmações verdadeiras. estão corretas as assertivas I, II e IV. apenas a afirmação III está correta. a única afirmação correta é a IV. 5-Em nível federal, as fases da discussão, votação e aprovação do orçamento são prerrogativas exclusivas: do Poder Judiciário; do Presidente da República; do Poder Executivo; do Senado Federal; do Poder Legislativo. 14 6-a fixação de objetivos concretos para o período considerado, bem como o cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros, necessários à sua materialização e concretização é feita: na elaboração do PPA ao final de um exercício financeiro na elaboração do orçamento no controle orçamentário na prestação de contas 7-a concretização dos objetivos e metas estabelecidas no PPA, expressando as políticas desenvolvidas pela entidade pública por meio do cumprimento ano a ano das etapas do PPA, em consonância com o que foi estabelecido na LDO é a finalidade: de um investimento da LOA de uma ação de programa de um programa. de uma área Temática 8-Em relação à sua composição, A LOA compreenderá: O orçamento fiscal e O orçamento de seguridade social; O orçamento de investimento e O orçamentode seguridade social. O orçamento fiscal e O orçamento de investimento; O orçamento fiscal, O orçamento de investimento e O orçamento de seguridade social; Apenas o Orçamento Fiscal. Aula 3 - Planejamento Governamental - Plano Plurianual (PPA) Planejamento e orçamento do Brasil O art. 174 da Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece que a função de planejamento para o setor público é um dever do Estado e um indicativo para o setor privado, o que confere ao PPA o papel de balizador das ações nacionais e dos planos regionais e setoriais. Os principais documentos institucionais de planejamento e orçamento do país (ver Figura 3.1 e Quadro 3.1) estão definidos no art. 165 da Constituição Federal de 1988 (CF/88). Planejamento das ações governamentais 15 Principais documentos institucionais Quadro 3.1 Planejamento e orçamento | Principais documentos institucionais. Atenção 16 A instituição destes três instrumentos – Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) – e a necessidade de que eles atuem integramente para o adequado funcionamento dos processos de planejamento, programação e execução orçamentária motivaram a edição da Lei nº 10.180/2001, que organiza e disciplina os sistemas de planejamento e de orçamento federal, de administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle interno do Poder Executivo Federal. Lei nº 10.180/2001 O artigo 1º da Lei nº 10.180/2001 determina a organização sistêmica das atividades de planejamento e orçamento federal. Adicionalmente, o artigo 2º dessa mesma lei lista as finalidades do referido sistema: Saiba mais Para acessar o texto integral da Lei nº 10.180/2001, clique aqui. Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) Para cumprir eficazmente o que estabelece o artigo 1º da Lei nº 10.180/2001, foi desenvolvido, pelo Governo Federal, o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), que compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, bem como de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas. Sob a gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), o sistema é composto por módulos e foi desenvolvido e implantado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MP), em parceria com a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI/MP) e o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest/MP). O Siop é o primeiro sistema estruturante do governo. Atenção Totalmente desenvolvido por meio de software livre, é o resultado da iniciativa de integração dos sistemas e processos a partir da necessidade de se: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10180.htm 17 • Otimizarem procedimentos; • Reduzirem custos; • Integrarem e oferecerem informações para o gestor público e para os cidadãos. Os objetivos do Siop são garantir, nas atividades de planejamento e orçamento: • Confiabilidade nos dados; • Simplicidade na utilização; • Integração e transparência; • Visões diferenciadas da informação para níveis estratégicos e tático-operacionais. Desenvolvimento do Siop O Siop começou a ser desenvolvido em 2009 por iniciativa da SOF em substituição ao antigo sistema utilizado para o Orçamento Federal – o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor), que estava chegando ao final de sua vida útil em função das tecnologias usadas em seu desenvolvimento. A Figura 3.2 mostra o conjunto de sistemas da Administração Pública Federal envolvidos nos processos de planejamento, orçamento e execução: O Siop atende aos servidores da Administração Pública que exercem atividades nas áreas de planejamento, orçamento, compras, finanças, convênios e controle, além de cidadãos interessados nos temas de orçamento público e políticas públicas. Os seguintes assuntos e/ou processos envolvidos no planejamento e orçamento da União são tratados no Siop, a saber: • Elaboração e revisão do Projeto de Lei do Plano Plurianual – PLPPA; • Elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias – PLDO; • Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA; • Alterações Orçamentárias/Créditos; • Receitas; • Acompanhamento das Estatais; • Acompanhamento Orçamentário; • Monitoramento do PPA; 18 • Outras funcionalidades. O sistema de planejamento e de orçamento federal é integrado pelos seguintes órgãos, conforme descrito no Quadro 3.2: Quadro 3.2 Descrição dos órgãos que integram o sistema de planejamento e de orçamento federal. Plano Plurianual (PPA) Previsto no inciso I do artigo 165 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), e regulamentado pelo Decreto nº 2.829, de 29 de outubro de 1998, o Plano Plurianual (PPA) é um plano de médio prazo, que estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas a serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal para um período de quatro anos. Para ler mais sobre o Plano Plurianual, clique aqui. PDF: Plano Plurianual Exemplo de Visão de Futuro (Fonte: Mensagem Presidencial do Projeto de PPA 2016 – 2019). A visão de futuro do país pode ser entendida como a declaração de um desejo coletivo, factível e claro, que orienta o planejamento da ação governamental. É nesse sentido que o PPA 2016-2019 assume como visão de futuro um Brasil que se reconheça e seja reconhecido como: • Uma sociedade inclusiva, democrática e mais igualitária, com educação de qualidade, respeito e valorização da diversidade, e que tenha superado a extrema pobreza; • Uma economia sólida, dinâmica e sustentável, capaz de expandir e renovar competitivamente sua estrutura produtiva com geração de empregos de qualidade e com respeito ao meio ambiente. Exemplo de Valores (Fonte: PPA 2012–2015. Nota Técnica Conjunta nº 09/2011. Congresso Nacional). São exemplos de valores do país: http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/galeria/aula3/docs/plano_plurianual_t07.pdf 19 • Soberania; • Democracia; • Justiça social; • Sustentabilidade; • Diversidade cultural e identidade nacional; • Participação social; • Excelência na gestão. Exemplo de Macrodesafios (Fonte: PPA 2012–2015. Nota Técnica Conjunta nº 09/2011. Congresso Nacional). São exemplos de macrodesafios do país: • Projeto Nacional de Desenvolvimento: dar seguimento ao Projeto Nacional de Desenvolvimento apoiado na redução das desigualdades regionais, entre o rural e o urbano, e na continuidade da transformação produtiva ambientalmente sustentável, com geração de empregos e distribuição de renda; • Erradicação da Pobreza Extrema: superar a pobreza extrema e prosseguir reduzindo as desigualdades sociais; • Ciência, Tecnologia e Inovação: consolidar a ciência, tecnologia e inovação como eixo estruturante do desenvolvimento econômico brasileiro; • Conhecimento, Educação e Cultura: propiciar o acesso da população brasileira á educação, ao conhecimento, à cultura e ao esporte com equidade, qualidade e valorização da diversidade; • Saúde, Previdência e Assistência Social: promover o acesso universal à saúde, á previdência e à assistência social, assegurando equidade e qualidade de vida; • Cidadania: fortalecer a cidadania, promovendo igualdade de gênero e étnico-racial, respeitando a diversidade das relações humanas e favorecendo a universalização do acesso e a elevação da qualidade dos serviços públicos; • Infraestrutura: expandir a infraestrutura produtiva, urbana e social de qualidade, garantindo a integração do Território Nacional e do país com a América do Sul; • Democracia e Participação Social: fortalecer a democracia e estimular a participação da sociedade, ampliando a transparência da ação pública; • Integridade e Soberania Nacional: preservar os poderes constitucionais, a integridade territorial e a soberania nacional, participando ativamenteda promoção e defesa dos direitos humanos, da paz e do desenvolvimento no mundo; • Segurança Pública: promover a segurança e integridade dos cidadãos, por meio do combate à violência e do desenvolvimento de uma cultura de paz; • Gestão Pública: aperfeiçoar os instrumentos de gestão do Estado, valorizando a ética no serviço público e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão. Atenção O PPA pode sofrer ajustes. Nenhum planejamento para quatro anos chega ao final sem ajustes. Imagine um navio que sai de Salvador e tem por objetivo chegar a Lisboa. O comandante planeja a viagem, traça a rota, calcula a velocidade, verifica as condições climáticas etc. No entanto, durante a viagem surge uma tempestade, e ele tem de mudar a rota, a velocidade e ajustar os lastros. Isso também ocorre com o PPA. Desde que se mostre indispensável e seja aprovado pelo Legislativo (considerando que o PPA é uma lei), ele pode ser alterado, inclusive com a inclusão de um novo programa. (Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão). Breve histórico O PPA não foi implementado imediatamente após a CF/88. Observe um breve histórico dos PPAs, identificando as principais características de cada um: 20 Elaboração 21 Obrigatório para a União, os estados e os municípios, o PPA deve ser regionalizado e compatível com a legislação da respectiva esfera de governo (Constituição, Lei Orgânica, Plano Diretor etc.). O Plano deve apresentar as diretrizes, os objetivos e as metas para um período de quatro anos, com início no 2º ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, seguindo-se até o 1º ano do mandato do próximo. Segundo as normas em vigor, o Projeto de Lei do PPA (PLPPA) é encaminhado pelo Chefe do Executivo ao Legislativo até o dia 31 de agosto do primeiro ano do mandato. Estrutura Como podemos observar na Figura 3.3, a estrutura do PPA se apresenta de modo a dar coerência às ações de governo, articulando as dimensões estratégica, tática e operacional. Clique nos títulos abaixo. • Dimensão estratégica É a orientação estratégica que tem como base os macrodesafios e a visão de longo prazo do Governo Federal. • Dimensão tática Define caminhos exequíveis para o alcance dos objetivos e das transformações definidas na dimensão estratégica, considerando as variáveis inerentes à política pública tratada. Vincula os programas temáticos para a consecução dos objetivos assumidos, estes materializados pelas iniciativas expressas no Plano. • Dimensão operacional Relaciona-se com o desempenho da ação governamental no nível da eficiência, sendo especialmente tratada no orçamento. Busca a otimização na aplicação dos recursos disponíveis e a qualidade dos produtos entregues. Instituição do Plano Plurianual O § 1º da CF/88 estabelece que a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula3.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula3.html#0 http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/aula3.html#0 22 Clique aqui para ler uma análise de cada um dos elementos destacados em negrito. PDF: Instituição do Plano Plurianual Regionalização: no Brasil o desenvolvimento regional é desigual. Gerar a igualdade é um desafio de longo prazo, sendo possível apenas com a contínua integração de vários planos plurianuais. Para além do PPA, a regionalização alcança todos os demais planos de governo, conforme se depreende do § 4º do art. 165 da CF/88: Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Também os §§ 6º e 7º do mesmo art. 165 fazem necessária a regionalização: §6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. §7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Diretrizes: são instruções de caráter abrangente, que orientam e estabelecem critérios de ação de decisão, a fim de guiar a gestão para o alcance dos objetivos. São exemplos de diretrizes: A redução das desigualdades econômicas, sociais e regionais; A integração nacional e sul-americana; A conservação/preservação do meio ambiente; O fortalecimento da inter-relação dos meios urbano e rural; A construção de uma rede equilibrada de cidades. Objetivos: são os resultados a serem atingidos. No PPA, cada programa possui um objetivo próprio, que contribui para que sejam alcançados os objetivos gerais. Metas: são os alvos que devem ser atingidos para que os objetivos sejam alcançados. As metas devem apresentar tanto a quantidade física que se pretende alcançar como a unidade de medida para sua mensuração. Despesas de capital e outras delas decorrentes: as despesas de capital são aquelas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital que, via de regra, gera outras despesas necessárias ao seu funcionamento e manutenção. Exemplo: a construção de um hospital é uma despesa de capital. Depois de pronto, para funcionar, decorrem despesas relativas a pessoal, limpeza, vigilância, manutenção predial, medicamentos etc. Programas de duração continuada: segundo o art. 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. Programas de ações do governo A partir do PPA 2000-2003, as ações destinadas a atender às demandas da sociedade passaram a ser estruturadas em Programas e condicionadas a indicadores destinados a quantificar a evolução da situação a ser modificada com a iniciativa. Programas são instrumentos de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos. Podem ser de dois tipos (Fonte: PPA 2012–2015. Nota Técnica Conjunta nº 09/2011, Congresso Nacional): • PROGRAMA TEMÁTICO Expressa as políticas públicas que orientam a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade. Sua abrangência deve ser a necessária para superar os desafios e organizar a gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades e a territorialidade. É composto por objetivos, indicadores, valor global e valor de referência. • PROGRAMA DE GESTÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS AO ESTADO Reúne um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas iniciativas. http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/galeria/aula3/docs/instituicao_plano_plurianual_t11.pdf 23 Atividade 1) O artigo 1º da Lei nº 10.180/2001 determina que serão organizadas sob a forma de sistemas, entre outras, as atividades de planejamento e de orçamento federal. Entre as opções a seguir, indique aquela que apresenta o sistema desenvolvido pelo Governo Federal para atender ao citado comando legal. Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Sistema Integrado de Gestão e Planejamento (Sigep). Sistema Integrado de Orçamento Contabilidade e Execução Financeira (Siocef). Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIG-G). Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop). 2) É correto afirmar que a estrutura do PPA contempla as seguintes dimensões: Estratégica,tática e operacional. Regional, nacional e internacional. Pública, privada e mista. Direta, indireta e consolidada. Formal, informal e jurídica. 3) A sentença: “São instruções de caráter abrangente que orientam e estabelecem critérios de ação de decisão, a fim de guiar a gestão para o alcance dos objetivos” refere-se aos(às): Metas Objetivos Diretrizes Políticas Programas 24 TESTE DE CONHECIMENTO 1-Durante a fase de elaboração orçamentária, ou seja, o planejamento, as opções e decisões que se têm disponíveis, podem ser classificados segundo o processo decisório. Quando os objetivos são estabelecidos em função das necessidades, sem maior consideração aos meios estamos falando do processo: conjugado misto intermediario descendente ascendente 2-É considerado como instrumento de planejamento de médio prazo: A LDA A LRF; O PPA. A LDO; A LOA; 3-Assinale a alternativa que apresenta os documentos institucionais de planejamento e orçamento do País, definidos no art. 165 da CF/88: LRF, PPA e SIAFI PAC, SIAFI e SIDOR PPA, LDO e LOA SIDOR, SIAFI e LOA PAC, BOLSA FAMÍLIA e PPA 4-A Constituição Federal instituiu o Plano Plurianual - PPA e a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/2000) ratificou sua obrigatoriedade para todos os entes da federação. De acordo com a Constituição e os últimos planos aprovados para o governo federal, indique a opção incorreta. Na estrutura dos últimos planos plurianuais da União, as metas representam as parcelas de resultado que se pretende alcançar no período de vigência do PPA A regionalização prevista na Constituição Federal considera, na formulação, apresentação, implantação e avaliação do Plano Plurianual, as diferenças e desigualdades existentes no território brasileiro Toda ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em Programas orientados para a consecução dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual. A Constituição Federal remete à lei complementar a disposição sobre a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA e, enquanto não for editada a referida lei, segue-se o disposto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Após a Constituição Federal, não há mais a possibilidade da existência de planos e programas nacionais, regionais e setoriais, devendo ser consolidado em um único instrumento de planejamento que é o PPA. 5-O instrumento de planejamento de médio prazo que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada é conhecido como: LOA LDA PPA PPO LDO 6-Qual o instrumento de planejamento de médio prazo que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada. Retrata em visão macro, as intenções do gestor público para um período de quatro anos, podendo ser revisado a cada ano? PPA LOA Ação de Governo Programa LDO 25 Aula 4 - Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Conceito A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma inovação da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e tem como principal finalidade orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), buscando sintonizá-la com as diretrizes, os objetivos e as metas estabelecidas no plano plurianual (PPA), constituindo-se assim como um elo entre o planejamento e a programação orçamentária. A LDO é obrigatória para todos os entes federados, sendo que a União, os estados e os municípios diferem em alguns detalhes, como prazos de encaminhamento e aprovação. Características e prazos da LDO A obrigatoriedade de elaboração da LDO está prevista no art. 165, inciso II da CF/88, e sua regulamentação foi estabelecida pelo art. 4º da Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A LDO é uma lei ordinária de inciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Conforme o art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), da CF/88, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) deve ser encaminhado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, para discussão e aprovação, até oito meses e meio antes do encerramento do exercício (dia 15 de abril) e devolvido para sanção até o final do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho). Caso o PLDO não seja devolvido, a sessão legislativa não poderá ser interrompida, nos termos do § 2º do art. 57 da CF/88, o que, na prática, não permite que o Congresso Nacional entre em recesso. Quando entra em vigor, a LDO passa a produzir efeitos sobre a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária (Ploa), que deve ser enviado para discussão e aprovação do Poder Legislativo até 31 de agosto. Após aprovado pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo, o Ploa se transforma na Lei Orçamentária Anual (LOA), que vigorará até 31 de dezembro do ano seguinte, período durante o qual deverão ser cumpridas as orientações contidas na LDO. Dessa maneira, conclui-se que a vigência da LDO é de 18 meses, referentes ao período de 17 de junho a 31 de dezembro do exercício financeiro subsequente. Esses prazos se referem à União, prevalecendo para estados, Distrito Federal e municípios o que estiver disposto nas suas respectivas constituições e leis orgânicas. Conteúdo da LDO A LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte; no entanto, trata também de vários outros temas, como alterações tributárias, gastos com pessoal, política fiscal, transferências da União e política das agências financeiras de fomento (Figura abaixo). Saiba mais Paludo (2015) chama atenção para dois importantes aspectos também tratados pela LDO: a) O preenchimento de lacunas deixadas pela ausência de legislação que trate adequadamente dos prazos, conceitos e estruturas referentes aos instrumentos de planejamento e programação orçamentária preconizados pelo art. 165 da CF/88 – PPA) e LOA; e Art. 165, inciso II Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - O plano plurianual; II - As diretrizes orçamentárias; III - Os orçamentos anuais. (grifo nosso) Sessão legislativa De acordo com a Constituição Federal de 1988, sessão legislativa é o período anual em que o Congresso Nacional se reúne, com início em 02 de fevereiro e recesso a partir de 17 de julho, com retorno em 1º de agosto (primeiro período) e encerramento em 22 de dezembro (segundo período). 26 b) O papel de instrumento de autorização de despesa assumido pela LDO ao estabelecer a liberação mensal de 1/12 de partes do PLOA, quando este não é aprovado até 31 de dezembro. Entendendo melhor as atribuições da LDO Há ainda outras matérias que podem e têm sido tratadas na LDO: • Estrutura e organização dos orçamentos; • Disposições relativas às despesas da União com pessoal; • Disposições relativas à dívida pública federal; • Disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo etc. A LDO e a Lei de Responsabilidade Fiscal A edição da Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), deu maior destaque à LDO, exclusivamente na Seção II da LRF. O art. 4º da LRF estabelece que, além de atender às disposições contidas no § 2º do art. 165 da Constituição, a LDO disporá também sobre: • Equilíbrio entre receitas e despesas; • Critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo que possa comprometer as metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício; • Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultadosdos programas financiados com recursos dos orçamentos; • Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Um dos principais pontos da LRF que fortaleceu a LDO foi a inclusão do Anexo de Metas Fiscais, onde serão estabelecidas metas anuais em valores correntes e constantes para um período de três anos. Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, resultado nominal e 27 resultado primário, além do montante da dívida pública para três anos, isto é, o exercício a que se referir a LDO e os dois seguintes. Os §§ 1º e 2º do art. 4º da LRF estabelecem que o PLDO deve conter Anexo de Metas Fiscais, em que serão definidas metas anuais, em valores correntes e constantes. Clique aqui e conheça a que são relativas. PDF: Os §§ 1º e 2º do art. 4º da LRF estabelecem que o PLDO deve conter Anexo de Metas Fiscais, em que serão definidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a: • Receitas; • Despesas; • Resultados nominal e primário: o Resultado nominal – É a diferença entre as receitas totais e as despesas totais, e corresponde à necessidade de financiamento do setor público; o Resultado primário – Reflete o resultado das operações básicas do setor público e corresponde ao resultado nominal menos os juros nominais, apropriados por competência, incidentes sobre a dívida pública. O resultado primário, uma vez que não considera a apropriação de juros sobre a dívida existente, expressa o esforço fiscal do setor público; • Montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes; • Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; • Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; • Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; • Avaliação da situação financeira e atuarial: ➢ Dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; ➢ Dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; • Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. No que diz respeito aos resultados (nominal e primário) citados anteriormente, Paludo (2015, p.80) esclarece: No Brasil, a apuração das metas de resultado primário e nominal é feita pelo Banco Central, através da metodologia denominada abaixo da linha. Essa metodologia utiliza para o cálculo a dívida líquida apurada no exercício (menos) a dívida líquida apurada no exercício anterior. Esse cálculo tem como base o regime de caixa (menos os juros que seguem o regime de competência). O mesmo autor também cita: Além do cálculo elaborado pelo Banco Central, a STN – Secretaria do Tesouro Nacional – também vem apurando esses resultados mediante cálculo que considera as receitas e despesas. O método utilizado pela STN, baseado nas receitas e despesas, é denominado acima da linha. Esse cálculo permite avaliar a fidedignidade e a integridade do cálculo realizado pelo Banco Central. (grifos do autor). As metas fiscais estabelecidas na LDO são cumpridas com a execução da LOA, o que é materializado pela diferença entre a arrecadação das receitas e o gasto das despesas. O § 3º do art. 4º da LRF estabelece que a LDO conterá Anexo de Riscos Fiscais, em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. De modo geral, os riscos fiscais podem ser classificados em duas diferentes categorias: Riscos orçamentários – Referentes à possibilidade de que as previsões de receitas e despesas não se concretizarem, levando ao desequilíbrio; e Riscos de dívida pública mobiliária – Referentes ao nível de endividamento, sujeitos à flutuação das taxas de juros, câmbio e inflação. O endividamento é mensurado em percentual do Produto Interno Bruto (PIB) e pode influenciar na solvência do setor público. O § 4º do art. 4º da LRF determina que a mensagem que encaminhar o projeto da http://estacio.webaula.com.br/cursos/don059/galeria/aula4/docs/a04_t06b.pdf 28 União apresentará, em anexo específico: Os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis; e As metas de inflação para o exercício subsequente. Fases da LDO O processo de criação da LDO compreende cinco fases: preparação, elaboração, discussão/aprovação, execução e alteração, conforme figura abaixo: Preparação Consiste no levantamento das prioridades estabelecidas pela Administração, dos objetivos estratégicos, das diretrizes, das estimativas de receita e despesas e da avaliação dos cenários macroeconômico e social, além das demais informações relacionadas com o processo de elaboração do Ploa. Elaboração A partir da avaliação dos objetivos que serão priorizados à luz do PPA, das informações e avaliações, obtidas e realizadas na etapa de preparação, a elaboração consiste basicamente na confecção do documento formal Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, contendo todas as informações determinadas pela CF/88 e pela LRF, além de diretivas próprias, com vistas a preencher eventuais lacunas decorrentes do descumprimento de prazos. Todo esse conjunto constituirá, em última análise, as diretrizes para a elaboração do orçamento do exercício seguinte. Na elaboração, merece destaque o estabelecimento de metas fiscais com base nas estimativas de receitas e despesas, e a determinação do nível dos riscos fiscais com base na análise de variáveis macroeconômicas – taxa de juros, câmbio e inflação. O PLDO deve ser encaminhado ao Poder Legislativo, seguido de mensagem do Chefe do Executivo. Discussão/Aprovação No Poder legislativo, o PLDO é recepcionado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que emite parecer de modo a facilitar o processo de discussão. O PLDO pode ser alterado com a apresentação de emendas. Outra característica importante do processo de discussão e aprovação do PLDO é participação popular por meio da realização de audiências públicas, assegurada pelo parágrafo único do art. 48 da LRF. Execução Consiste no acompanhamento do cumprimento das metas fiscais estabelecidas (receitas, despesas, resultados nominal e primário), bem como da liberação e execução de créditos orçamentários destinados aos programas priorizados na LDO. Durante a execução, caso ocorra criação, expansão ou aprimoramento de alguma ação governamental, o gestor deverá declarar expressamente que esta se encontra adequada à LOA, à LDO e ao PPA, nos termos do art. 16, inciso II, da LRF. Alteração A LDO pode ser alterada tanto na fase de discussão quanto na de execução da LOA, como, por exemplo, no caso de necessidade de revisão da meta de resultado primário. Exercícios 1. Observe alguns conceitos e algumas descrições. a) Abaixo da linha b) Risco orçamentário c) LRF d) Prioridade 29 e) Execução I. Metodologia utilizada pelo Banco Central para apuração da meta de resultado primário e nominal. II. Refere-se à possibilidade de que as previsões de receitas e despesas não se concretizarem. III. Consiste no acompanhamento do cumprimento das metas fiscais estabelecidas e da liberação e execução de créditos orçamentários destinados aos programas priorizados na LDO. IV. Sua edição deu maior destaque à LDO. V. De forma alinhada com o PPA, a LDO estabelece os programas que devem ser atendidos. Relacionando cadaconceito com a descrição correspondente, assinale a opção CORRETA: I – a; II – b; III – e; IV – c; V – d I – a; II – b; III – c; IV – d; V – e I - e; II - d; III - c; IV - a; V – b I - b; II - c; III - a; IV - e; V – d I - d; II - c; III - b; IV - e; V - a 2. A LDO é uma inovação da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e tem como principal finalidade orientar a elaboração da LOA, buscando sintonizá-la com as diretrizes, os objetivos e metas estabelecidos no PPA, constituindo-se assim como elo entre o planejamento e a programação orçamentária. Estando prevista em dispositivo constitucional, a LDO é uma lei: Complementar Regulamentar Ordinária Executiva Especial 3. Aprovado pelo Poder Legislativo e sancionado pelo Executivo, o PLDO se transforma e passa a vigorar por um período de: 12 meses 18 meses 24 meses 4 anos 5 anos 4. Visando orientar a elaboração do orçamento para o exercício seguinte, a LDO trata de diversos assuntos. NÃO faz(em) parte dos assuntos que devem ser tratados pela LDO: Metas e prioridades da Administração Pública Federal. Despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. Alterações na legislação tributária. Política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Política de remuneração mínima. 5. O § 3º do art. 4º da LRF estabelece que a LDO conterá Anexo de Riscos Fiscais, em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. De modo geral, os riscos fiscais podem ser classificados em duas diferentes categorias, a saber: Risco de custeio e risco de capital. Risco orçamentário e risco da dívida pública. Risco direto e risco indireto. Risco de crédito e risco de caixa. Risco orçamentário e risco financeiro. TESTE DE CONHECIMENTO 1-A respeito da LDO, peça extremamente valorizada com a LRF, marque a alternativa incorreta 30 A LDO da União conterá orientações para a elaboração das propostas orçamentárias, a serem observadas ao longo de todo o mandato do Presidente da República A LDO vem ensejar aos legisladores o conhecimento da situação global das finanças do Estado, proporcionando-lhes uma antevisão da proposta orçamentária, a ser votada posteriormente. Os Municípios com mais de 50 mil habitantes já estão obrigados, desde a entrada em vigor da LRF, a apresentar em anexo as suas LDOs, o Anexo de Riscos Fiscais e o Anexo de Metas Fiscais. A LDO poderá dispor, inclusive, sobre alterações na legislação tributária O prazo para o encaminhamento da proposta orçamentária ao Poder Legislativo federal está previsto na Constituição, que determinou que o projeto deverá ser remetido em até oito meses e meio, antes do encerramento do exercício. 2-As metas e prioridades da administração Pública Federal para o exercício financeiro subsequente são estabelecidas: na Lei de Diretrizes Orçamentárias; na Lei das Metas Prioritárias; na Lei do Orçamentáia Anual. na Lei do Orçamento Plurianual de Investimentos; na Lei de Responsabilidade Fiscal; 3-Em Orçamento Público, o resultado que corresponde à diferença entre as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, não considerando o pagamento do principal e dos juros da dívida, tampouco as receitas financeiras, é chamado de resultado: Primário paritário nominal terciário Secundário 4-Não deverá fazer parte do Anexo de Metas Fiscais da LDO avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior reserva de contingência; demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, evidenciando a consistência delas, as premissas e os objetivos da política econômica nacional; evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e aplicação dos recursos 5-Segundo a assertiva: estabelecerá as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Estamos falando de: Anexo de Metas Fiscais Anexo de Riscos Fiscais; Relatório Resumido de Execução Orçamentária Reserva de contingência Lei Orçamentária Anual; 31 6-Qual dos seguintes itens não deve estar contido na LDO? Demonstração da evolução da dívida consolidada nos últimos três anos Anexo de Metas Fiscais Critérios e forma de limitação de empenho Anexo de Riscos Fiscais Avaliação financeira e atuarial dos fundos públicos e programas estatais, de natureza atuarial. 7-A LRF não trouxe inovações quanto aos prazos para envio das peças orçamentárias. Sendo assim, qual das peças abaixo discriminadas terá necessariamente vigência até o final do exercício seguinte ao de sua aprovação? Lei de Diretrizes Orçamentárias Plano Plurianual Relatório de Gestão Fiscal. Planos regionais Planos setoriais 8-Em Orçamento Público, o resultado que corresponde à diferença entre todas as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, incluindo pagamentos de parcelas do principal e dos juros da dívida, bem como as receitas financeiras obtidas, é chamado de resultado: Terciário Paritário Primário Nominal Secundário Aula 5 - Ciclo Orçamentário Ampliado Ciclo orçamentário A Constituição Federal de 1988 (CF/88) introduziu expressivas mudanças no processo de preparação do orçamento público. O planejamento de médio prazo se tornou obrigatório, e os Poderes Executivo e Legislativo foram envolvidos mais efetivamente no processo, interagindo na fixação de metas e prioridades para a administração pública, no estabelecimento de políticas públicas e diretrizes para a elaboração dos orçamentos, e no controle, entre outros aspectos. Essas mudanças derivadas do texto constitucional acarretaram alterações no ciclo orçamentário. Podemos definir ciclo orçamentário como uma sequência de etapas, dotadas de características próprias, que se repetem em períodos predeterminados, dentro dos quais os orçamentos são elaborados, discutidos, aprovados, executados, avaliados e julgados. 32 De modo geral, a literatura especializada apresenta o ciclo orçamentário como um processo restrito à LOA, formado por um conjunto integrado por quatro etapas (Figura 5.1), que se repete continuamente ao longo dos anos: • Elaboração e apresentação do Projeto De Lei Orçamentária Anual (Ploa); • Discussão e aprovação do Ploa, transformando-o na Lei Orçamentária Anual (LOA); • Programação e execução da LOA; • Avaliação e controle da execução. Ciclo orçamentário ampliado Com as mudanças introduzidas pela Constituição Federal de 1988, o processo de elaboração do orçamento foi integrado ao planejamento, ampliando a abrangência do ciclo orçamentário. O modelo orçamentário brasileiro definido no art. 165 do texto constitucional de 1988 é composto por três instrumentos – o PPA, a LDO e a LOA – que devem funcionar de maneira integrada, como se depreende a partir do que dispõe o art. 166, § 3º, I, e § 4º: As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes [...]. De igual modo, a necessidade de articulação entre os três instrumentos preconizados pela CF/88 (Figura 5.2) é reforçada pelo art. 167, § 1º, que estabelece: Nenhum investimento cuja execução
Compartilhar