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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
LEI Nº 8.072/90 – CRIMES HEDIONDOS .......................................................................................................... 20 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................................................................. 20 
CONCEITO DE CRIME HEDIONDO ................................................................................................................................. 20 
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO .................................................................................................................... 20 
CRIMES HEDIONDOS E TENTATIVA............................................................................................................................... 21 
CRIMES HEDIONDOS E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .............................................................................................. 22 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO POTENCIAL OFENSIVO .............................................................................. 22 
CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ............................................................................................. 22 
CRIMES DE MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO .............................................................................................. 22 
CRIMES DE ELEVADO POTENCIAL OFENSIVO .......................................................................................... 22 
CRIMES DE MÁXIMO POTENCIAL OFENSIVO ........................................................................................... 22 
CRIMES HEDIONDOS E PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO ................................................................................................ 23 
CRIMES HEDIONDOS EM ESPÉCIE ................................................................................................................................ 23 
HOMICÍDIO PRATICADO EM ATIVIDADE TÍPICA DE GRUPO DE EXTERMÍNIO .............................................................. 25 
HOMICÍDIO QUALIFICADO ....................................................................................................................... 26 
HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO (HÍBRIDO) ............................................................................. 27 
LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA E SEGUIDA DE MORTE CONTRA “SEGURANÇA PÚBLICA” ......................................... 28 
RELAÇÃO DE PARENTESCO ...................................................................................................................... 29 
ROUBO .......................................................................................................................................................................... 30 
A) CIRCUNSTANCIADO PELA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA ...................................................... 31 
B) CIRCUNSTANCIADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO OU EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO 
PROIBIDO OU RESTRITO .......................................................................................................................... 31 
C) QUALIFICADO PELO RESULTADO LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE ........................................... 31 
EXTORSÃO QUALIFICADA ............................................................................................................................................. 33 
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO ............................................................................................................................. 34 
ESTUPRO ....................................................................................................................................................................... 34 
ESTUPRO DE VULNERÁVEL ........................................................................................................................................... 35 
EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE ........................................................................................................................... 35 
FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU 
MEDICINAIS .................................................................................................................................................................. 36 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU 
ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL ............................................................................................................................. 37 
FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO ANÁLOGO QUE CAUSE PERIGO COMUM .. 37 
GENOCÍDIO ................................................................................................................................................................... 38 
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE USO RESTRITO ................................................................................................ 38 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 39 
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO ........................................................................................................................ 39 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 40 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 40 
NORMA PENAL EXPLICATIVA ................................................................................................................... 40 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO ................................................................ 40 
OBJETO MATERIAL: .................................................................................................................................. 41 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 41 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 41 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, QUANDO DIRECIONADA À PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO .............. 41 
O QUE É ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ...................................................................................................... 42 
CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS ............................................................................................................ 42 
VEDAÇÕES LEGAIS ........................................................................................................................................... 42 
VEDAÇÃO À ANISTIA, À GRAÇA E AO INDULTO ............................................................................................................ 42 
INAFIANÇÁVEIS ............................................................................................................................................................. 43 
VEDAÇÃO À LIBERDADE PROVISÓRIA ........................................................................................................................... 43 
PROGRESSÃO DE REGIME ............................................................................................................................................. 44 
DELAÇÃO PREMIADA .................................................................................................................................................... 45 
INADIMPLEMENTO DA PENA DE MULTA E PROGRESSÃO DE REGIME ......................................................................... 45 
EXAME CRIMINOLÓGICO ..............................................................................................................................................46 
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO ......................................................................................................................... 47 
PRISÃO TEMPORÁRIA ................................................................................................................................................... 48 
QUESTÕES ........................................................................................................................................................ 49 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................ 53 
LEI Nº 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO ................................................................................. 54 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................ 54 
ORGANIZAÇÃO DA AULA ......................................................................................................................... 54 
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS ................................................................................................................ 54 
CADASTRO ............................................................................................................................................... 55 
CONCEITOS COMPLEMENTARES ............................................................................................................. 55 
REGISTRO ......................................................................................................................................................... 56 
CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO ..................................................................................... 56 
PORTE DE ARMA DE FOGO .............................................................................................................................. 59 
AUTORIZAÇÃO PARA O PORTE DE ARMA DE FOGO DAS GUARDAS MUNICIPAIS ................................... 60 
PORTE PARA CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA .............................................................................................. 61 
AUTORIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA PARA OS RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DE CIDADÃOS 
ESTRANGEIROS EM VISITA OU SEDIADOS NO BRASIL ............................................................................. 61 
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................... 63 
OBJETO MATERIAL........................................................................................................................................................ 63 
ARMA DE FOGO ....................................................................................................................................... 63 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
ACESSÓRIO ............................................................................................................................................... 65 
MUNIÇÃO ................................................................................................................................................ 65 
BENS JURÍDICOS PROTEGIDOS ................................................................................................................ 66 
ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................................................ 66 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................ 66 
NATUREZA JURÍDICA DOS CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO ............................................... 66 
CRIMES EM ESPÉCIE......................................................................................................................................... 69 
ART. 12. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO ......................................................................... 69 
CONDUTA TÍPICA ..................................................................................................................................... 69 
ELEMENTO ESPACIAL DO TIPO PENAL ..................................................................................................... 69 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 70 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 70 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 70 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 70 
ART. 14 – PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO .............................................................................. 71 
CONDUTA TÍPICA ..................................................................................................................................... 71 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 71 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 71 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 71 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 72 
INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO ............................................................................... 72 
ART. 16, CAPUT – POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU RESTRITO ........................................ 73 
PACOTE ANTICRIME ................................................................................................................................. 73 
CONDUTA TÍPICA ..................................................................................................................................... 73 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 73 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 73 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 74 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 74 
NATUREZA HEDIONDA ............................................................................................................................. 74 
OBJETIVIDADE JURÍDICA .......................................................................................................................... 74 
BEM JURÍDICO ......................................................................................................................................... 74 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .............................................................................................................. 75 
ART. 16. PARÁGRAFO 1º – CONDUTAS EQUIPARADAS ................................................................................................ 76 
SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE SINAL DE IDENTIFICAÇÃO ....................................................................76 
TRANSFORMAÇÃO PARA ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU PARA INDUZIR EM ERRO A 
AUTORIDADE ........................................................................................................................................... 77 
POSSE, FABRICAÇÃO OU EMPREGO DE ARTEFATO EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO ................................. 77 
PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA ...................................................................... 78 
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MUDE SUA VIDA! 
4 
 
VENDA, ENTREGA OU FORNECIMENTO DE ARMA DE FOGO A CRIANÇA OU ADOLESCENTE ................. 78 
PRODUÇÃO, RECARGA OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO OU EXPLOSIVO................................................. 78 
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA ................................................................................................................................. 79 
CARACTERÍSTICAS E ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME .......................................................................... 79 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 79 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 79 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 80 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 80 
CONCURSO DE CRIMES ............................................................................................................................ 80 
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA – PARÁGRAFO ÚNICO ............................................................................................. 80 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 80 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 80 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 81 
ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................................................ 81 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 81 
ART. 15 – DISPARO DE ARMA DE FOGO ....................................................................................................................... 82 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 82 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 82 
CONDUTAS ............................................................................................................................................... 82 
ELEMENTO ESPACIAL ............................................................................................................................... 82 
ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................................................ 82 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 82 
SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA ................................................................................................................... 82 
INCONSTITUCIONALIDADE ...................................................................................................................... 83 
CONCURSO DE CRIMES ............................................................................................................................ 83 
ART. 17 – COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO ............................................................ 85 
PACOTE ANTICRIME ................................................................................................................................. 85 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 85 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 85 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 85 
ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO ........................................................................................................... 86 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ................................................................................................................... 86 
ART. 18 – TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO ................................................ 87 
PACOTE ANTICRIME ................................................................................................................................. 88 
SUJEITO ATIVO ......................................................................................................................................... 88 
SUJEITO PASSIVO ..................................................................................................................................... 88 
OBJETO MATERIAL ................................................................................................................................... 88 
CONSUMAÇÃO......................................................................................................................................... 88 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .............................................................................................................. 89 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA .................................................................................................................................... 90 
FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA ............................................................................................................................... 90 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA .................................................................................................................................... 91 
PACOTE ANTICRIME ................................................................................................................................. 91 
QUESTÕES GERAIS ........................................................................................................................................................ 91 
A VENDA DE ARMA DE FOGO CONFIGURA QUAL CRIME? ...................................................................... 91 
ARMAS DE FOGO APREENDIDAS .................................................................................................................................. 91 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................ 92 
LEI Nº 11.343/2003 – LEI DE DROGAS ............................................................................................................. 93 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................................................................. 93 
OBJETIVIDADE JURÍDICA ...............................................................................................................................................93 
OBJETO MATERIAL........................................................................................................................................................ 93 
O QUE SÃO DROGAS ................................................................................................................................ 94 
RESSALVA À PROIBIÇÃO DE DROGAS ........................................................................................................................... 94 
SUJEITO ATIVO.............................................................................................................................................................. 95 
SUJEITO PASSIVO .......................................................................................................................................................... 95 
ELEMENTO SUBJETIVO ................................................................................................................................................. 96 
NATUREZA JURÍDICA .................................................................................................................................................... 96 
CRIME DE PERIGO CONCRETO X CRIME DE PERIGO ABSTRATO .............................................................. 96 
AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................................. 97 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................................................................... 97 
ART. 28 – PORTE E CULTIVO PARA CONSUMO PESSOAL................................................................................. 98 
FUGA DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE ................................................................................................................... 98 
NATUREZA JURÍDICA .................................................................................................................................................... 99 
CONSUMAÇÃO ........................................................................................................................................................... 100 
TENTATIVA.................................................................................................................................................................. 100 
MATERIALIDADE DO DELITO ...................................................................................................................................... 100 
ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................................................................... 100 
NÚCLEOS DO TIPO ...................................................................................................................................................... 100 
FIGURA EQUIPARADA – ART. 28, §1º ......................................................................................................................... 102 
CRITÉRIOS PARA DIFERENCIAÇÃO COM O TRÁFICO ................................................................................................... 102 
PENAS ......................................................................................................................................................................... 103 
PRAZO .................................................................................................................................................... 103 
DESCUMPRIMENTO DAS MEDIDAS: CONSEQUÊNCIAS .............................................................................................. 104 
TRATAMENTO AMBULATORIAL NÃO COMPULSÓRIO ................................................................................................ 105 
PRESCRIÇÃO ............................................................................................................................................................... 105 
REINCIDÊNCIA............................................................................................................................................................. 105 
RITO PROCESSUAL ...................................................................................................................................................... 106 
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MUDE SUA VIDA! 
6 
 
CRIMES EM ESPÉCIE: CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS ....................................................................... 107 
ART. 33 – TRÁFICO DE DROGAS ..................................................................................................................... 107 
SUJEITO ATIVO............................................................................................................................................................ 108 
SUJEITO PASSIVO ........................................................................................................................................................ 108 
OBJETIVIDADE JURÍDICA ............................................................................................................................................. 108 
CONDUTAS TÍPICAS .................................................................................................................................................... 108 
ELEMENTO NORMATIVO ............................................................................................................................................ 109 
CONSUMAÇÃO ........................................................................................................................................................... 109 
TENTATIVA.................................................................................................................................................................. 109 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................... 109 
LEI 9.099/1995............................................................................................................................................................ 110 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................................................................. 110 
COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................................ 110 
MATERIALIDADE ......................................................................................................................................................... 111 
LAUDO DE CONSTATAÇÃO PRELIMINAR ............................................................................................... 111 
LAUDO DEFINITIVO - EXAME ................................................................................................................. 112 
DOSIMETRIA DA PENA ................................................................................................................................................ 112 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE ............................................................................................................ 112 
PENA DE MULTA .................................................................................................................................... 113 
FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO – CRIME DE ENSAIO ............................................................................... 113 
FLAGRANTE FORJADO ................................................................................................................................................ 114 
FLAGRANTE ESPERADO ..............................................................................................................................................114 
ART. 33, §1º – CRIMES EQUIPARADOS AO TRÁFICO DE DROGAS ................................................................. 114 
TRÁFICO DE MATÉRIA-PRIMA, INSUMOS OU PRODUTO QUÍMICO ........................................................................... 115 
FINALIDADE ........................................................................................................................................... 115 
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO PARA CARACTERIZAÇÃO DO DELITO ...................................................... 115 
POSSE DE SEMENTES DE MACONHA ..................................................................................................... 115 
CULTIVO DE PLANTAS PARA O TRÁFICO ..................................................................................................................... 116 
UTILIZAÇÃO DE LOCAL PARA FIM DE TRÁFICO ........................................................................................................... 118 
VENDA OU ENTREGA DE DROGAS A POLICIAL ........................................................................................................... 118 
O AGENTE INFILTRADO .......................................................................................................................... 119 
O AGENTE PROVOCADOR ...................................................................................................................... 119 
O AGENTE DISFARÇADO ........................................................................................................................ 119 
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA: ART. 33, §4º – TRÁFICO PRIVILEGIADO .................................................. 120 
“MULAS” DO TRÁFICO ........................................................................................................................... 121 
TRÁFICO PRIVILEGIADO – CONSIDERAÇÕES .......................................................................................... 122 
ART. 34 – TRÁFICO DE MAQUINÁRIO ............................................................................................................ 125 
ART. 36 – FINANCIAMENTO OU CUSTEIO DO TRÁFICO ................................................................................. 128 
CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................... 128 
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MUDE SUA VIDA! 
7 
 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 128 
NÚCLEOS DO TIPO ................................................................................................................................. 128 
ELEMENTO SUBJETIVO .......................................................................................................................... 128 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 129 
QUESTÃO CONTROVERSA: AUTOFINANCIAMENTO .............................................................................. 129 
CRIMES EM ESPÉCIE - CRIMES NÃO EQUIPARADOS A HEDIONDOS .............................................................. 130 
ART. 33, § 2º – INDUZIMENTO AO USO DE DROGAS .................................................................................................. 130 
NÚCLEOS DO TIPO ................................................................................................................................. 130 
SUBSIDIARIEDADE .................................................................................................................................. 130 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 130 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 130 
MARCHA DA MACONHA ........................................................................................................................ 130 
ART. 33, §3º – TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (CEDENTE EVENTUAL) ..................................... 131 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 131 
ELEMENTO SUBJETIVO .......................................................................................................................... 131 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 131 
ART. 35 – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO ...................................................................................................... 133 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 133 
ELEMENTO SUBJETIVO .......................................................................................................................... 133 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ................................................................................................................. 133 
ART. 37 – INFORMANTE OU FOGUETEIRO (COLABORADOR) ........................................................................ 135 
CARACTERÍSTICAS DO TIPO ................................................................................................................... 135 
EVENTUALIDADE .................................................................................................................................... 135 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 135 
COLABORADOR FUNCIONÁRIO PÚBLICO .............................................................................................. 135 
ART. 40 – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA ................................................................................................... 137 
TRÁFICO TRANSNACIONAL DE DROGAS ..................................................................................................................... 137 
TRANSNACIONALIDADE ......................................................................................................................... 137 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 137 
COMPETÊNCIA ....................................................................................................................................... 137 
SUJEITO ATIVO............................................................................................................................................................ 138 
LOCAIS DO CRIME ....................................................................................................................................................... 138 
MODO DE EXECUÇÃO ................................................................................................................................................. 139 
TRÁFICO INTERESTADUAL .......................................................................................................................................... 140 
SUJEITO PASSIVO ........................................................................................................................................................ 142 
AUTOFINANCIAMENTO .............................................................................................................................................. 142 
ART. 38 – PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA ....................................................................................145 
ART. 39 – CONDUÇÃO AERONAVE OU EMBARCAÇÃO APÓS CONSUMO DE DROGA ................................... 146 
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8 
 
CARACTERÍSTICAS DO TIPO ................................................................................................................... 146 
FORMA QUALIFICADA............................................................................................................................ 146 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 146 
COMPETÊNCIA ....................................................................................................................................... 146 
COLABORAÇÃO PREMIADA ........................................................................................................................... 147 
DOSIMETRIA DAS PENAS ............................................................................................................................... 147 
FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA .................................................................................................................................... 147 
PROIBIÇÕES E VEDAÇÕES A BENEFÍCIOS ....................................................................................................... 148 
VEDAÇÃO À ANISTIA, À GRAÇA E AO INDULTO .......................................................................................................... 148 
INAFIANÇÁVEIS ........................................................................................................................................................... 148 
VEDAÇÃO À LIBERDADE PROVISÓRIA ......................................................................................................................... 149 
PROGRESSÃO DE REGIME E LIVRAMENTO CONDICIONAL ......................................................................................... 149 
PRISÃO TEMPORÁRIA ................................................................................................................................................. 151 
INIMPUTABILIDADE E SEMI-IMPUTABILIDADE .............................................................................................. 151 
DA INVESTIGAÇÃO ......................................................................................................................................... 153 
LAVRATURA DO APF ................................................................................................................................................... 153 
LAUDO DE CONSTATAÇÃO PRELIMINAR ............................................................................................... 153 
LAUDO DEFINITIVO - EXAME TOXICOLÓGICO ............................................................................................................ 154 
PRAZOS DO INQUÉRITO .............................................................................................................................................. 155 
DESTRUIÇÃO DAS DROGAS APREENDIDAS ................................................................................................................. 155 
DESTRUIÇÃO DAS DROGAS COM PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................... 155 
DESTRUIÇÃO DAS DROGAS SEM PRISÃO EM FLAGRANTE .................................................................... 156 
PLANTAÇÕES .......................................................................................................................................... 156 
PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS ......................................................................................................................... 157 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES ......................................................................................................................................... 157 
AÇÃO CONTROLADA .............................................................................................................................. 157 
INTERROGATÓRIO DO RÉU .................................................................................................................... 157 
QUESTÕES RELEVANTES ................................................................................................................................ 159 
POLÍCIA PODE FAZER BUSCAS POR CAUSA DE CHEIRO DE MACONHA? .................................................................... 159 
INVASÃO DE DOMICÍLIO E FLAGRANTE DE CRIME ..................................................................................................... 161 
REVISTA ÍNTIMA ......................................................................................................................................................... 161 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 162 
LEI MARIA DA PENHA .................................................................................................................................... 163 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 ................................................................................................................... 163 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 163 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ................................................................................................................. 163 
INTERPRETAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA ................................................................................................................ 164 
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER .................................................................................... 165 
SUJEITO ATIVO............................................................................................................................................................ 166 
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SUJEITO PASSIVO ........................................................................................................................................................ 168 
JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................................................ 169 
ÂMBITO DE APLICAÇÃO .............................................................................................................................................. 170 
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER .............................................................. 171 
VIOLÊNCIA FÍSICA................................................................................................................................... 172 
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ....................................................................................................................... 172 
VIOLÊNCIA SEXUAL ................................................................................................................................ 172 
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL...................................................................................................................... 172 
VIOLÊNCIA MORAL ................................................................................................................................ 172 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS .................................................. 173 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ................................................ 173 
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO ........................................................................................ 173DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ........................... 174 
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ................................................................................. 177 
DOS PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................................... 182 
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 182 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ................................................................................................................. 186 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR ............................................. 188 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA ...................................................................... 190 
INSTRUMENTOS PARA PROTEÇÃO PATRIMONIAL ................................................................................ 190 
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ........................................................... 191 
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................................................................................... 192 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA .................................................................................................................. 193 
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR ............................................................................... 193 
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS ................................................................................................................. 194 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 196 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ........................................................................................................................... 197 
CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................................................................................................... 197 
LEI Nº 12.850/2003 ........................................................................................................................................ 199 
VIGÊNCIA .................................................................................................................................................................... 199 
CONCEITO ................................................................................................................................................................... 199 
ASSOCIAÇÃO DE 4 OU MAIS PESSOAS ESTRUTURALMENTE ORDENADA ............................................. 200 
PLURALIDADE DE AGENTES ................................................................................................................... 200 
DIVISÃO DE TAREFAS ............................................................................................................................. 200 
FIM DE OBTENÇÃO DE VANTAGEM ....................................................................................................... 200 
FINALIDADE DE OBTENÇÃO DE VANTAGEM DE QUALQUER NATUREZA MEDIANTE A PRÁTICA DE 
INFRAÇÕES PENAIS CUJAS PENAS MÁXIMAS SEJAM SUPERIORES A 4 ANOS, OU DE CARÁTER 
TRANSNACIONAL. .................................................................................................................................. 201 
EXTENSÃO DA APLICABILIDADE DA LEI ...................................................................................................................... 201 
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O CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ...................................................................................................... 202 
CRIME ORGANIZADO POR NATUREZA X CRIME ORGANIZADO POR EXTENSÃO ................................... 202 
O CRIME ......................................................................................................................................................... 203 
“PESSOALMENTE OU POR INTERPOSTA PESSOA” ................................................................................. 203 
BEM JURÍDICO TUTELADO ..................................................................................................................... 204 
SUJEITOS DO CRIME ................................................................................................................................................... 204 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 204 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 204 
ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................................................................... 204 
CONSUMAÇÃO ........................................................................................................................................................... 205 
CONCURSO DE CRIMES .............................................................................................................................................. 205 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................... 206 
DELITO AUTÔNOMO................................................................................................................................................... 206 
FIGURA EQUIPARADA (CRIME ORGANIZADO POR EXTENSÃO) ..................................................................... 206 
MAJORANTE DA ARMA DE FOGO .................................................................................................................. 208 
AGRAVANTE DO CHEFE ................................................................................................................................. 209 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (MAJORANTES)............................................................................................ 209 
AFASTAMENTO CAUTELAR DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO ............................................................................... 212 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO ............................................................................................................................ 214 
SERVIDOR APOSENTADO ............................................................................................................................................ 215 
PARTICIPAÇÃO DE POLICIAL .......................................................................................................................... 216 
LIDERANÇAS DE ORCRIM ARMADAS PRESAS EM ESTABELECIMENTOS PENAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA . 217 
VEDAÇÃO À PROGRESSÃO DE REGIME AO PRESO QUE MANTÉM VÍNCULO ASSOCIATIVO ......................... 217 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA ........................................................................ 218 
II - CAPTAÇÃO AMBIENTAL DE SINAIS ELETROMAGNÉTICOS, ÓPTICOS OU ACÚSTICOS ........................................... 219 
V - INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS E TELEMÁTICAS, NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ..... 219 
CONCEITO DE INTERCEPTAÇÃO, ESCUTA E GRAVAÇÃO CLANDESTINA ................................................ 219 
DISPENSA DE LICITAÇÃO ........................................................................................................................ 223 
III – AÇÃO CONTROLADA ............................................................................................................................................ 223 
CONCEITO.............................................................................................................................................. 223 
COMUNICAÇÃO PRÉVIA AO JUIZ ........................................................................................................... 224 
SIGILO .................................................................................................................................................... 224 
ACESSO AOS AUTOS............................................................................................................................... 225 
AUTO CIRCUNSTANCIADO ..................................................................................................................... 225 
TRANSPOSIÇÃO DE FRONTEIRAS ........................................................................................................... 225 
IV - ACESSO A REGISTROS DE LIGAÇÕES TELEFÔNICAS E TELEMÁTICAS, A DADOS CADASTRAIS CONSTANTES DE 
BANCOS DE DADOS PÚBLICOS OU PRIVADOS E A INFORMAÇÕES ELEITORAIS OU COMERCIAIS .............................. 225 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES ......................................................................................................................................... 226 
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CONCEITO .............................................................................................................................................. 226 
PREVISÃO LEGAL .................................................................................................................................... 226 
REQUERIMENTO OU REQUISIÇÃO DA INFILTRAÇÃO ............................................................................. 227 
REQUISITOS DA INFILTRAÇÃO ............................................................................................................... 227 
DURAÇÃO .............................................................................................................................................. 228 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES ................................................................................................................... 228 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES DA INTERNET .................................................................................................................. 228 
FINALIDADE DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES NA INTERNET ................................................................... 229 
PRAZO .................................................................................................................................................... 230 
RELATÓRIO DA INFILTRAÇÃO A QUALQUER TEMPO ............................................................................. 230 
RELATÓRIO APÓS FINALIZAÇÃO DO PRAZO DA INFILTRAÇÃO .............................................................. 230 
PROVA NULA .......................................................................................................................................... 230 
SIGILO DA INFILTRAÇÃO ........................................................................................................................ 231 
ACESSO AOS AUTOS............................................................................................................................... 231 
AUSÊNCIA DE CRIME E RESPONSABILIZAÇÃO PELOS EXCESSOS ........................................................... 231 
RELATÓRIO APÓS INVESTIGAÇÃO CONCLUÍDA ..................................................................................... 231 
IDENTIDADE DO INFILTRADO ................................................................................................................ 232 
A AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ..................................................................................................................... 232 
AGENTE SOFRENDO RISCO IMINENTE ................................................................................................... 232 
PROPORCIONALIDADE E EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE .................................................................. 233 
DIREITOS DO AGENTE ............................................................................................................................ 233 
COLABORAÇÃO PREMIADA ........................................................................................................................................ 233 
O INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES ................................................................................................................. 234 
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE .......................................................................................................... 234 
INSTRUÇÃO ............................................................................................................................................ 235 
ACORDO NÃO REALIZADO PELO CELEBRANTE ...................................................................................... 235 
PROCURAÇÃO E PRESENÇA OBRIGATÓRIA DO ADVOGADO DO DEFENSOR ......................................... 235 
AS PARTES NO ACORDO ........................................................................................................................ 236 
CONCESSÃO DO PERDÃO JUDICIAL ....................................................................................................... 238 
SUSPENSÃO DO PRAZO PARA DENÚNCIA ............................................................................................. 238 
DEIXAR DE OFERECER A DENÚNCIA....................................................................................................... 239 
COLABORAÇÃO POSTERIOR À SENTENÇA ............................................................................................. 240 
O ACORDO DE COLABORAÇÃO .............................................................................................................. 240 
HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO PELO JUIZ .............................................................................................. 240 
JUIZ RECUSANDO HOMOLOGAÇÃO ....................................................................................................... 242 
RETRATAÇÃO DA PROPOSTA ................................................................................................................. 242 
RÉU DELATADO – OPORTUNIDADE DE MANIFESTAÇÃO ....................................................................... 242 
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REGISTRO DOS ATOS DE COLABORAÇÃO .............................................................................................. 243 
RENÚNCIA AO DIREITO AO SILÊNCIO .................................................................................................... 243 
VEDAÇÃO A MEDIDAS DECORRENTES APENAS DE DECLARAÇÕES DO COLABORADOR ....................... 243 
RESCISÃO DO ACORDO DE COLABORAÇÃO ........................................................................................... 243 
DIREITOS DO COLABORADOR ................................................................................................................ 244 
O TERMO DE ACORDO DE COLABORAÇÃO ............................................................................................ 244 
FIM DO SIGILO DO ACORDO .................................................................................................................. 245 
DO ACESSO A REGISTROS, DADOS CADASTRAIS, DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES ..................................... 245 
DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DA PROVA ................................................. 246 
DISPOSIÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................... 247 
PRAZO PARA ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL ................................................................... 247SIGILO DA INVESTIGAÇÃO E AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA ACESSO DO ADVOGADO ......................... 247 
ACESSO AOS AUTOS PELO ADVOGADO ANTES DO DEPOIMENTO DO INVESTIGADO .......................... 247 
LEI Nº 9.296 – LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ..................................................................................... 248 
NATUREZA JURÍDICA .............................................................................................................................. 248 
REQUISITOS CONSTITUCIONAIS DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ........................................................................... 249 
ABRANGÊNCIA E OBJETO DA LEI ................................................................................................................................ 249 
CAPTAÇÕES DE CONVERSAS TELEFÔNICAS ........................................................................................... 249 
CONCEITO DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, ESCUTA TELEFÔNICA E GRAVAÇÃO CLANDESTINA ...... 251 
CONCEITO DE INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL, ESCUTA AMBIENTAL E GRAVAÇÃO AMBIENTAL ........... 255 
GRAVAÇÃO AMBIENTAL E LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS ........................................................ 256 
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ............................................................................................................................................. 257 
GRAVAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA PELA POLÍCIA ............................................................................... 257 
INTERCEPTAÇÕES DAS COMUNICAÇÕES DO ADVOGADO .................................................................... 257 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA É DIFERENTE DE QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO ............................... 258 
CONVERSAS ARMAZENADAS NO CELULAR............................................................................................ 258 
NÚMEROS REGISTRADOS NA MEMÓRIA DO CELULAR ......................................................................... 259 
FINALIDADE CRIMINAL .................................................................................................................................. 260 
INTERCEPTAÇÃO DE PROSPECÇÃO ........................................................................................................ 260 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ANTES DE INSTAURADO INQUÉRITO POLICIAL ..................................... 260 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E DENÚNCIA APÓCRIFA ........................................................................ 260 
PROVA EMPRESTADA ............................................................................................................................ 261 
ORDEM JUDICIAL ........................................................................................................................................... 262 
JUIZ COMPETENTE ................................................................................................................................. 262 
JUIZ DAS GARANTIAS ............................................................................................................................. 264 
CPI E A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................................................... 264 
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA ......................................................................................................... 264 
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JUIZ PREVENTO ...................................................................................................................................... 264 
QUESTÕES ESPECÍFICAS RELACIONADAS À DECISÃO JUDICIAL ............................................................. 265 
INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DE DADOS ................................................................................................... 265 
ADMISSÃO DA INTERCEPTAÇÃO .................................................................................................................... 269 
INDÍCIOS RAZOÁVEIS DA AUTORIA OU PARTICIPAÇÃO EM INFRAÇÃO PENAL ..................................... 269 
IMPRESCINDIBILIDADE DA INTERCEPTAÇÃO ......................................................................................... 269 
SÓ É CABÍVEL PARA CRIMES PUNIDOS COM RECLUSÃO ....................................................................... 269 
SERENDIPIDADE ..................................................................................................................................... 270 
O PEDIDO DA INFILTRAÇÃO ........................................................................................................................... 273 
REMÉDIO CABÍVEL CONTRA AUTORIZAÇÃO DE INTERCEPTAÇÃO ........................................................ 274 
CARACTERÍSTICAS DO PEDIDO E DA DECISÃO ............................................................................................................ 274 
PRAZO .................................................................................................................................................... 274 
EM RESUMO (ARTS. 4º E 5 º) ................................................................................................................. 275 
CONDUÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO ............................................................................................................................... 275 
TRANSCRIÇÃO DA GRAVAÇÃO ............................................................................................................... 276 
AUTO CIRCUNSTANCIADO DE ENCERRAMENTO DA DILIGÊNCIA .......................................................... 277 
USO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS ..................................................................................... 278 
AUTOS TRAMITANDO EM APARTADO E APENSAMENTO ..................................................................... 278 
CAPTAÇÃO AMBIENTAL DE SINAIS ELETROMAGNÉTICOS, ÓPTICOS OU ACÚSTICOS (PACOTE ANTICRIME) ............. 278 
PEDIDO DE CAPTAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................................... 279 
ADMISSÃO DA CAPTAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................. 280 
REQUERIMENTO .................................................................................................................................... 280 
PRAZO .................................................................................................................................................... 280 
SUBSIDIARIEDADE .................................................................................................................................. 280 
GRAVAÇÃO INÚTIL ................................................................................................................................. 280 
O CRIME DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E ESCUTA AMBIENTAL SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ............. 281 
O CRIME DA CAPTAÇÃO AMBIENTAL SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ......................................................................... 282 
GRAVAÇÃO AMBIENTAL É FATO ATÍPICO .............................................................................................. 283 
MAJORANTE DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO ............................................................................................. 283 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 284 
LEI DE TORTURA – LEI Nº 9.455/97 ............................................................................................................... 285 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................................................................... 285 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .........................................................................................................285 
DISTINÇÃO ENTRE TORTURA PRÓPRIA DA TORTURA IMPRÓPRIA ........................................................ 286 
AÇÃO PENAL .......................................................................................................................................... 286 
COMPETÊNCIA ....................................................................................................................................... 287 
PRESCRITIBILIDADE ................................................................................................................................ 288 
CRIMES TRANSEUNTES E NÃO TRANSEUNTES ...................................................................................... 288 
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CRIMES EM ESPÉCIE....................................................................................................................................... 289 
ART. 1º - INCISO I ........................................................................................................................................................ 289 
OBJETIVIDADE JURÍDICA ........................................................................................................................ 289 
MEIOS DE EXECUÇÃO ............................................................................................................................ 289 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 290 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 290 
CONSUMAÇÃO....................................................................................................................................... 290 
A) TORTURA-PROVA (PERSECUTÓRIA, INQUISITORIAL) ........................................................................ 290 
B) TORTURA-CRIME ............................................................................................................................... 291 
C) TORTURA-RACISMO (PRECONCEITO OU DISCRIMINAÇÃO) .............................................................. 292 
ART. 1º - INCISO II – TORTURA-CASTIGO .................................................................................................................... 294 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 294 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 295 
MEIOS DE EXECUÇÃO ............................................................................................................................ 295 
ELEMENTO SUBJETIVO .......................................................................................................................... 295 
RESULTADO............................................................................................................................................ 295 
ART. 1º, § 1º – TORTURA AO PRESO........................................................................................................................... 297 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 297 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 297 
ART. 1º, § 2º, TORTURA IMPRÓPRIA (ANÔMALA OU ATÍPICA) .................................................................................. 299 
QUALIFICADORAS, CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E EFEITOS DA CONDENAÇÃO ..................................... 301 
ART. 1º, § 3º – TORTURA QUALIFICADA ..................................................................................................................... 301 
ART. 1º, § 4º – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA: (+1/6 A 1/3) .................................................................................. 301 
ART. 1º, § 5º E § 6º – EFEITO DA CONDENAÇÃO ........................................................................................................ 302 
ART. 1º, § 7º – REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA ................................................................................... 303 
ART. 2º – EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL .................................................................................................... 307 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 308 
APRESENTAÇÃO E USO DE DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL – LEI Nº 5.553/68 ........................ 309 
ASPECTOS INICIAIS ..................................................................................................................................................... 309 
ILICITUDE DA RETENÇÃO DE DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL .......................................... 309 
CONTRAVENÇÃO PENAL ........................................................................................................................ 311 
QUESTÕES ...................................................................................................................................................... 312 
HISTÓRICO DA TIPIFICAÇÃO DE ATOS RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA E COR ............................. 316 
LEI Nº 1390/1951 – LEI AFONSO ARINOS ................................................................................................................... 316 
A PRIMEIRA NORMA CONTRA O RACISMO NO BRASIL ......................................................................... 316 
LEI Nº 7.437/1985 – LEI CAÓ ................................................................................................................. 316 
LEI Nº 7.716/1989 – LEI DO RACISMO ........................................................................................................... 318 
LEI 7.716/1989 – DOS CRIMES E DAS PENAS ................................................................................................. 319 
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LEI Nº 9.459/1997 – INJÚRIA RACIAL ............................................................................................................ 323 
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE INJÚRIA RACIAL E RACISMO: ....................................................................................... 323 
STF DECLARA IMPRESCRITIBILIDADE DO CRIME DE INJÚRIA RACIAL, EQUIPARANDO AO CRIME DE RACISMO ........ 324 
QUESTÕES .................................................................................................................................................................. 324 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 327 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL - LEI 7.210/84 ........................................................................................................ 328 
DO OBJETIVO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL .................................................................................... 328 
FINALIDADES DA PENA EM ABSTRATO .................................................................................................. 328 
FINALIDADES DA PENA NA EXECUÇÃO .................................................................................................. 328 
DA CLASSIFICAÇÃO DO CONDENADO ......................................................................................................................... 331 
COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO (CTC)......................................................................................331 
EXAME CRIMINOLÓGICO ....................................................................................................................... 332 
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO ................................................................................................... 333 
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PENAL ................................................................................................................. 335 
1.1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .................................................................................................... 335 
1.1.2 PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA ............................................................................ 335 
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DA PENA ................................................................. 335 
PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE ..................................................................................................... 335 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL .............................................................................................. 336 
PRINCÍPIO REEDUCATIVO / PRINCÍPIO DA RESSOCIALIZAÇÃO .............................................................. 336 
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS ............................................................................................. 336 
DA ASSISTÊNCIA ......................................................................................................................................................... 336 
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL ................................................................................................................... 337 
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE ..................................................................................................................... 337 
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA ..................................................................................................................... 338 
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL ............................................................................................................ 339 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................................................ 340 
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA ................................................................................................................... 341 
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO ............................................................................................................... 341 
DO TRABALHO ............................................................................................................................................................ 342 
REMUNERAÇÃO DO PRESO ........................................................................................................................................ 342 
DO TRABALHO INTERNO ........................................................................................................................ 343 
JORNADA DE TRABALHO ....................................................................................................................... 344 
DO TRABALHO EXTERNO ....................................................................................................................... 345 
DOS DEVERES ............................................................................................................................................................. 346 
DOS DIREITOS ............................................................................................................................................................. 348 
DA DISCIPLINA ............................................................................................................................................................ 349 
DAS FALTAS DISCIPLINARES ........................................................................................................................................ 351 
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REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD) .............................................................................................................. 354 
1.1.3 REGRA .................................................................................................................................... 354 
1.1.4 HIPÓTESES DE CABIMENTO ................................................................................................... 354 
CARACTERÍSTICAS .................................................................................................................................. 355 
RDD CUMPRIDO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL ..................................................................... 356 
PRAZO DO RDD ...................................................................................................................................... 357 
DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS ......................................................................................................................... 358 
1.1.5 SANÇÕES DISCIPLINARES ....................................................................................................... 360 
RECOMPENSAS ...................................................................................................................................... 361 
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES ............................................................................................................... 362 
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR ......................................................................................................... 363 
MEDIDAS PREVENTIVAS ........................................................................................................................ 363 
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL .......................................................................................................................... 363 
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA .................................................. 364 
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO ....................................................................................................................... 365 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO ...................................................................................................................... 366 
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO ............................................................................................................. 367 
DOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS .............................................................................................. 368 
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS .............................................................................................................................. 372 
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 373 
ESTABELECIMENTO DESTINADO ÀS MULHERES .................................................................................... 374 
TERCEIRIZADOS NA EXECUÇÃO PENAL .................................................................................................. 374 
FUNÇÕES INDELEGÁVEIS ....................................................................................................................... 375 
SEPARAÇÃO ENTRE PRESO PROVISÓRIO E O CONDENADO .................................................................. 375 
SEPARAÇÃO DO FUNCIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA CRIMINAL ...................................... 375 
SEPARAÇÃO DO PRESO COM INTEGRIDADE FÍSICA, MORAL OU PSICOLÓGICA AMEAÇADA................ 376 
DA PENITENCIÁRIA ................................................................................................................................ 376 
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR ............................................................................... 377 
DA CASA DO ALBERGADO...................................................................................................................... 378 
DA CADEIA PÚBLICA .............................................................................................................................. 378 
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO ............................................................... 379 
IMPOSIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA PARA INIMPUTÁVEL ............................................................ 380 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA POR MEDIDA DE SEGURANÇA PARA O SEMI-IMPUTÁVEL ............................ 380 
DIREITOS DO INTERNADO ...................................................................................................................... 380 
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO ............................................................................................................... 381 
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE ..................................................................................................................... 381 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE ................................................................................................ 381 
GUIA DE RECOLHIMENTO ...................................................................................................................... 382 
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SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL ................................................................................................ 383 
DOS REGIMES ............................................................................................................................................................. 383 
1.1.6 SOMA E UNIFICAÇÃO DAS PENAS .......................................................................................... 384 
LEGISLAÇÃO LOCAL ................................................................................................................................ 386 
SÚMULAS .................................................................................................................................................................... 387 
SÚMULA 716 - STF ................................................................................................................................. 387 
SÚMULA 718 - STF ................................................................................................................................. 387 
SÚMULA 719 - STF ................................................................................................................................. 387 
SÚMULA 440 - STJ .................................................................................................................................. 387 
SÚMULA 269 - STJ .................................................................................................................................. 387 
PROGRESSÃO DE REGIME ........................................................................................................................................... 388 
PACOTE ANTICRIME ............................................................................................................................... 388 
REGIME FECHADO PARA O REGIME SEMIABERTO ................................................................................ 390 
PROGRESSÃO DE REGIME NO RDD ........................................................................................................ 391 
REGIME SEMIABERTO PARA O REGIME ABERTO ................................................................................... 391 
PROGRESSÃO DE REGIME PARA MULHER GESTANTE OU RESPONSÁVEL POR PESSOA COM DEFICIÊNCIA ........ 392 
COMETIMENTO DE FALTA GRAVE NA EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA ............................................... 393 
DATA-BASE PARA PROGRESSÃO DE REGIME ......................................................................................... 393 
PRISÃO DOMICILIAR DA LEP – REGIME ABERTO ................................................................................... 395 
TEMPO MÁXIMO DE CUMPRIMENTO DE PENA .................................................................................... 398 
REGRESSÃO DE REGIME ............................................................................................................................................. 398 
REGRESSÃO CAUTELAR OU PREVENTIVA DE REGIME ........................................................................... 400 
PROGRESSÃO EM SALTOS ...................................................................................................................... 403 
DAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA ................................................................................................................................... 403 
DA PERMISSÃO DE SAÍDA ...................................................................................................................... 403 
DA SAÍDA TEMPORÁRIA ......................................................................................................................... 404 
DA REMIÇÃO............................................................................................................................................................... 407 
REMIÇÃO PELO ESTUDO ........................................................................................................................ 408 
REMIÇÃO POR TRABALHO ..................................................................................................................... 408 
REVOGAÇÃO DO TEMPO REMIDO ......................................................................................................... 408 
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ........................................................................................................... 409 
REQUISITOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ....................................................................................... 409 
A CADERNETA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ................................................................................... 414 
DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA ............................................................................................................................... 416 
CABIMENTO ........................................................................................................................................... 416 
DEVERES ................................................................................................................................................ 416 
CONSEQUÊNCIAS DA VIOLAÇÃO ........................................................................................................... 416 
HIPÓTESES DE REVOGAÇÃO .................................................................................................................. 416 
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18 
 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ....................................................................................................................... 417 
CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ............................................................................. 418 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS .................................................................................................. 419 
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE .................................................................................... 419 
DA LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA ...................................................................................................... 421 
DA INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS ......................................................................................... 421 
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL ................................................................................................................................... 422 
MULTA ........................................................................................................................................................................425 
DA PENA DE MULTA .............................................................................................................................. 425 
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA .......................................................................................................... 427 
MEDIDAS DE SEGURANÇA NO CÓDIGO PENAL ..................................................................................... 427 
IMPOSIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA PARA INIMPUTÁVEL ............................................................ 427 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA POR MEDIDA DE SEGURANÇA PARA O SEMI-IMPUTÁVEL ............................ 428 
DIREITOS DO INTERNADO ...................................................................................................................... 429 
DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................................................................................. 429 
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE .......................................................................................................................... 430 
DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO ................................................................................................................................. 431 
DAS CONVERSÕES .................................................................................................................................. 431 
1.1.7 DO EXCESSO OU DESVIO ........................................................................................................ 432 
1.1.8 DA ANISTIA E DO INDULTO .................................................................................................... 433 
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL .................................................................................................................................... 434 
1.2 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ................................................................................................... 434 
QUESTÕES ...................................................................................................................................................... 435 
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ..................................................................................................................... 439 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 439 
BEM JURÍDICO TUTELADO ..................................................................................................................... 439 
ELEMENTO SUBJETIVO DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE ........................................................ 440 
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 441 
NÃO CRIMINALIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA DOS FATOS ..................................................... 441 
SUJEITOS DO CRIME ................................................................................................................................................... 442 
SUJEITO PASSIVO ................................................................................................................................... 442 
SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................................... 443 
COMPETÊNCIA CRIMINAL PARA JULGAMENTO DOS CRIMES .................................................................................... 445 
1ª INSTÂNCIA ......................................................................................................................................... 445 
COMPETÊNCIA ....................................................................................................................................... 445 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................... 446 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................................................................................ 447 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .................................................................................................................. 449 
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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ............................................................................................................................... 449 
QUAIS SÃO OS CRIMES DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE QUE NÃO PERMITEM A SUBSTITUIÇÃO DAS 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE EM PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO? ............................................ 451 
SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA .................................................................................................... 452 
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................. 454 
CRIMES EM ESPÉCIE ................................................................................................................................................... 454 
GRUPO 1 - DETENÇÃO – 6 MESES A 2 ANOS + MULTA.......................................................................... 454 
GRUPO 2 – DETENÇÃO – 1 A 4 ANOS + MULTA ..................................................................................... 463 
DO PROCEDIMENTO ................................................................................................................................................... 473 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................... 474 
O DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN) ............................................................................. 475 
O SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL ............................................................................................................ 475 
1.2.1 HISTÓRICO ............................................................................................................................. 475 
O DEPEN NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL .......................................................................................................... 476 
LEI Nº 11.671/2008 ........................................................................................................................................ 477 
1.3 TRANSFERÊNCIA E INCLUSÃO DE PRESOS EM ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA ......... 477 
1.3.1 PROGRESSÃO DE REGIME - PRESO CUMPRINDO PENA EM PENITENCIÁRIA FEDERAL ......... 477 
ATIVIDADE JURISDICIONAL NOS ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS ............................................. 478 
JUSTIFICATIVA PARA INCLUSÃO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL .............................................. 479 
CARACTERÍSTICAS DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS ................................................................................ 480 
LEGITIMADOS PARA REQUERER O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA ........................................................................... 482 
TRANSFERÊNCIA REJEITADA ....................................................................................................................................... 484 
PERÍODO DE PERMANÊNCIA ...................................................................................................................................... 484 
 
 
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LEI Nº 8.072/90 – CRIMES HEDIONDOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
No Brasil, a Lei 8.072/90 foi a primeira a tratar sobre crimes hediondos. De lá para cá, 
como todas as leis existentes no país, passoupor diversas reformas legislativas. 
A expressão “crimes hediondos” foi utilizada pela CF, em seu Art. 5º, XLIII, vejamos: 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o TERRORISMO 
e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
Trata-se de uma norma constitucional de eficácia limitada e de aplicabilidade 
imediata, tendo em vista que depende de regulamentação por meio de lei ordinária. A CF, aqui, 
traz um mandado de criminalização expressa. 
No final da década de 80, o Brasil passou por uma onda de crimes de extorsão mediante 
sequestro, com a finalidade de financiar organizações criminosas, a exemplo do PCC. No sentido 
de coibir tal prática, criou-se a Lei dos Crimes Hediondos, de modo que em sua redação original 
o único crime era extorsão mediante sequestro, sendo ampliado o rol durante a tramitação. 
Tortura, Tráfico de Drogas e Terrorismo são EQUIPARADOS A HEDIONDOS. 
Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os chamados delitos hediondos e os que 
lhe sejam equiparados, de parelha com os crimes de natureza jurídica imprescritível, 
são chamados crimes de máximo potencial ofensivo. 
CONCEITO DE CRIME HEDIONDO 
O conceito de crime hediondo é dado de acordo com o critério adotado. 
 
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO 
Critério legal 
De acordo com o critério legal, crime hediondo é aquele que a lei define como tal, pouco 
importando as consequências e a forma como é praticado. Compete ao legislador enumerar um 
rol taxativo de quais delitos serão considerados crimes hediondos. 
O Brasil adota o critério legal, conforme disposto no Art. 5º, XLIII, vejamos: 
XLIII – A LEI CONSIDERARÁ crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o 
TERRORISMO e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
Dessa forma, o caráter hediondo depende única e exclusivamente da existência de 
previsão legal reconhecendo essa natureza para determinada espécie delituosa. 
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21 
 
É o critério mais seguro de todos, a partir do momento em que o rol é taxativo, pois 
elimina discricionariedade dos juízes, prezando pela segurança jurídica. Assim, por mais grave 
que seja determinado crime, o juiz não poderá lhe conferir o caráter hediondo, se tal ilícito não 
constar no rol da Lei nº 8.072/90. 
Critério Judicial: 
Segundo o critério judicial, determinado crime será considerado hediondo após a 
análise, feita pelo juiz, do caso concreto, das circunstâncias e consequências do crime. É o 
juiz, no caso concreto, que vai analisar e definir se o crime é ou não hediondo. 
Critério Misto: 
O critério misto sustenta que o juiz possui plena liberdade para definir se o crime é 
hediondo ou não, levando em conta os parâmetros mínimos fornecidos pelo legislador. 
CRIMES HEDIONDOS E TENTATIVA 
A natureza tentada de um crime rotulado pela lei não exclui a sua hediondez. 
A tentativa não altera a classificação do crime como hediondo, funcionando como uma 
mera causa de redução de pena (1 a 2/3). 
Dessa forma, temos que para fins de reconhecimento da natureza hedionda, pouco importa 
que o delito seja consumado ou tentado. 
 
É importante analisarmos até para estudos futuros o seguinte raciocínio: 
 
 
Podemos concluir que o DOLO de quem TENTA é o mesmo de quem consuma! Como 
alguém vai tentar aquilo que não quer? 
Então, não há de se imaginar que a tentativa iria excluir a hediondez de um crime! 
 
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22 
 
CRIMES HEDIONDOS E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
O princípio da insignificância não será aplicado aos crimes hediondos, em razão da 
incompatibilidade lógica entre os dois institutos. A própria CF exige um tratamento mais severo 
aos crimes hediondos, não será lógico aplicar o princípio da insignificância. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO POTENCIAL 
OFENSIVO 
CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
São definidas na Lei dos Juizados Especiais (Art. 61) como sendo as contravenções 
penais e os crimes a que lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou 
não com multa, sendo da competência do Juizado Especial Criminal, admitem os benefícios da 
transação penal e da composição dos danos civis. Para esses crimes se aplicam na íntegra os 
institutos despenalizantes da lei. 
 
CRIMES DE MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO 
As infrações penais de médio potencial ofensivo são aquelas que admitem suspensão 
condicional do processo, pois têm pena mínima igual ou inferior a 1(um) ano, mas são 
julgadas pela Justiça Comum, já que sua pena máxima é superior a dois anos. 
Ex.: Furto simples (Art. 155 CP), Injúria (Art. 140 CP) 
 
CRIMES DE ELEVADO POTENCIAL OFENSIVO 
São aqueles cuja pena mínima é superior a 1 ano, sendo incompatíveis com os benefícios 
da Lei nº 9.099/95 – não cabe transação penal; não cabe suspensão condicional do processo. 
 
CRIMES DE MÁXIMO POTENCIAL OFENSIVO 
Esses crimes são aqueles previstos no Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV da Constituição Federal. 
LII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
 
 
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CRIMES HEDIONDOS E PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO 
A Lei nº 13.285/2016 introduziu o Art. 364-A no Código de Processo Penal e determinou 
que os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em 
todas as instâncias. 
Art. 1º Esta Lei acrescenta o art. 394-A ao Decreto-Lei nº 3.689, de 3 
de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, a fim de dispor sobre 
a preferência de julgamento dos processos concernentes a 
CRIMES HEDIONDOS. 
 
Art. 2º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de 
Processo Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 394-A: 
 
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo 
terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. 
CRIMES HEDIONDOS EM ESPÉCIE 
O rol dos crimes hediondos é taxativo, estampado ao teor do Art. 1º da Lei nº 8.072/90. 
A Lei nº 13.964/2019, conhecida como PACOTE ANTICRIME, ampliou o rol dos crimes 
hediondos. Abordaremos os crimes, porém as características específicas de cada crime o aluno 
deverá estudar em Direito Penal, na parte especial, e nas respectivas legislações extravagantes. 
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, consumados ou tentados: 
 
I - HOMICÍDIO (art. 121), QUANDO PRATICADO EM ATIVIDADE TÍPICA DE GRUPO DE EXTERMÍNIO, ainda que 
cometido por um só agente, e HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121, §2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); 
 
I-A – LESÃO CORPORAL DOLOSA DE NATUREZA GRAVÍSSIMA (art. 129, § 2º) e lesão corporal SEGUIDA DE MORTE 
(art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
II - ROUBO: 
 
a) circunstanciadopela RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA (art. 157, § 2º - V); 
 
b) circunstanciado pelo emprego de ARMA DE FOGO (art. 157, § 2º-A - I) ou emprego de ARMA DE FOGO DE 
USO PROIBIDO OU RESTRITO (art. 157, § 2º-B); 
 
c) qualificado pelo resultado LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE (art. 157, § 3º); 
 
III - EXTORSÃO QUALIFICADA pela RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA, de LESÃO CORPORAL ou MORTE (art. 
158, § 3º); 
 
IV – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); 
 
V – ESTUPRO (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); 
 
VI – ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); 
 
VII – EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE (art. 267, § 1º). 
 
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VII – B – FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS 
TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B. 
 
VIII - FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU 
ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
 
IX - FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO análogo que cause perigo comum 
 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: 
 
I - O crime de GENOCÍDIO (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956) 
 
II - O crime de POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO, (art. 16) 
 
III - O crime de COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS DE FOGO, (art. 17 da Lei nº 10.826) 
 
IV - O crime de TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO. (art.18) 
 
V - O crime de ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. 
 
HOMICÍDIO 
Homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio. 
Homicídio qualificado 
 
LESÃO CORPORAL DOLOSA DE NATUREZA GRAVÍSSIMA e SEGUIDA DE MORTE 
Quando praticada contra autoridade ou agente descrito nos Arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
 
ROUBO 
Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima. 
Roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo. 
Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (latrocínio). 
 
EXTORSÃO 
Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima (sequestro relâmpago). 
Extorsão qualificada pela lesão corporal. 
Extorsão qualificada pela ou morte. 
 
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO 
 
ESTUPRO 
 
ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
 
EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE 
 
FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO 
DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS 
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FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL 
 
FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO 
ANÁLOGO QUE CAUSE PERIGO COMUM 
 
GENOCÍDIO 
 
LEI DE DROGAS 
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido. (Art. 16) 
Comércio ilegal de armas de fogo. (Art. 17) 
Tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição. (Art. 18) 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA quando direcionada à prática de crime hediondo ou 
equiparado. 
 
HOMICÍDIO PRATICADO EM ATIVIDADE TÍPICA DE GRUPO DE 
EXTERMÍNIO 
Conhecido pela doutrina como homicídio condicionado, pois o reconhecimento de sua 
natureza hedionda depende da verificação de uma condição: que o ilícito seja praticado em ação 
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. 
É consenso na doutrina que “atividade típica de grupo de extermínio” não é 
sinônimo de “concurso de agentes” (coautoria e participação), pois, em geral, 
quando a lei quer abranger o simples concurso de pessoas ela faz de forma explícita. 
 
O caráter hediondo mostra-se presente ainda que o crime seja praticado por uma só 
pessoa, desde que em atividade típica de grupo de extermínio. 
Exemplo: uma pessoa resolve sair sozinha de casa, durante as madrugadas, em uma 
motocicleta, para procurar mendigos dormindo na calçada, a fim de neles atear fogo. 
Os homicídios foram por ele cometidos em atividade típica de grupo de extermínio, 
embora em atitude solitária, tornando aplicável a Lei dos Crimes Hediondos. 
 
Para que a atividade seja considerada típica de grupo de extermínio, basta que a prática 
do homicídio seja caracterizada pela impessoalidade na escolha da vítima (que a 
escolha seja pautada genericamente por suas características, sendo feita a esmo: o 
agente, por exemplo, resolve que vai matar homossexuais, prostitutas, travestis, 
policiais ou menores abandonados etc.). A impessoalidade da ação é uma das 
características fundamentais, sendo irrelevante a unidade ou a pluralidade de 
vítima. Caracteriza-se a ação de extermínio mesmo que seja morta uma única 
pessoa, desde que se apresente a impessoalidade da ação, ou seja, pela razão 
exclusiva de pertencer ou ser membro de determinado grupo social, ético, 
econômico, social etc. 
 Convém notar que, para ser considerado hediondo, basta que o crime seja cometido 
em atividade TÍPICA de grupo de extermínio, não havendo a necessidade de existir 
efetivamente um grupo montado a fim de cometer, de forma reiterada, homicídios. 
Caso exista efetivamente a formação de um grupo, além do delito ser hediondo, será 
aplicada a causa de aumento do Art. 121, §6º do Código Penal. Ex.: Os chamados 
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“esquadrões da morte”, montados por justiceiros para matar marginais que atuam 
em determinadas regiões. 
Art. 121, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou 
por grupo de extermínio. 
Atenção: Homicídio simples praticado por milícia não é hediondo por falta de previsão 
legal. 
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Homicídio qualificado 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
As características específicas de cada conduta para qualificar o homicídio o aluno deverá 
estudar em Direito Penal. O que é importante saber é que todas as formas de homicídio 
Qualificadora 
SUBJETIVA 
Qualificadora 
SUBJETIVA 
Qualificadora 
OBJETIVA 
Qualificadora 
OBJETIVA * 
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27 
 
qualificado possuem caráter hediondo. Em tais dispositivos, o legislador elegeu uma série de 
circunstâncias como configuradoras de maior gravidade do homicídio. 
Os critérios utilizados no texto legal permitiram que a doutrina realizasse a seguinte 
classificação: 
Qualificadora do feminicídio tem natureza objetiva 
STJ: considerando as circunstâncias subjetivas e objetivas, temos a possibilidade de 
coexistência entre as qualificadoras do motivo torpe e do Feminicídio. Isso porque a natureza 
do motivo torpe é subjetiva, porquanto de caráter pessoal, enquanto o Feminicídio possui 
natureza objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu gênero 
feminino e/ou sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar 
propriamente dita, assim o animus do agente não é objeto de análise. 
STJ, 1.707.113/MG, 7/12/2017 
HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO (HÍBRIDO) 
O Art. 121 do Código Penal também traz a figura do homicídio privilegiado, um causa de 
diminuição de pena. 
Homicídio Privilegiado – Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
O agente terá uma causa de diminuição de pena caso cometa o crime por motivo de 
relevante valormoral ou social. 
O homicídio pode ser concomitantemente qualificado e privilegiado. Tal possibilidade só 
existe, contudo, quando a qualificadora é de caráter objetivo, ou seja, possibilidade só existe 
quando se refere ao meio ou ao modo de execução do crime. Essa conclusão é inevitável, porque 
o privilégio, por ser sempre ligado à motivação do homicídio (caráter subjetivo), é incompatível 
com as qualidades subjetivas. Não se pode imaginar um homicídio privilegiado pelo motivo de 
relevante valor social e, ao mesmo tempo, qualificado por motivo fútil. 
A questão é: Homicídio qualificado-privilegiado é crime hediondo? 
Por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não é considerado crime 
hediondo. 
 (...). Entendendo não haver contradição no reconhecimento de qualificadora de 
caráter objetivo (modo de execução do crime), e do privilégio, sempre de natureza 
subjetiva. 
O homicídio qualificado-privilegiado não pode ser considerado hediondo 
STF, HC 89.921|PR 
STJ, HC 153.728|SP 
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28 
 
(CESPE – 2000 – Polícia Federal) O homicídio qualificado-privilegiado é 
crime hediondo. 
Gabarito: Errado 
Comentário: O rol de crimes hediondos é encontrado de forma taxativa no Art. 
1º da Lei dos Crimes Hediondos. E, dentre os crimes, não está o homicídio 
qualificado-privilegiado. 
Em resumo: 
Homicídio simples – é hediondo apenas quando for cometido em atividade típica de 
grupo de extermínio, mesmo que seja cometido por um só agente. Então, em regra, 
o homicídio simples não é hediondo. 
Homicídio qualificado – sempre é hediondo. 
Homicídio privilegiado – não é crime hediondo. 
Homicídio qualificado-privilegiado: não é crime hediondo. 
LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA E SEGUIDA DE MORTE CONTRA 
“SEGURANÇA PÚBLICA” 
I – A – Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, 
§2º) e Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando 
praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou 
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; 
A lesão corporal, em regra, não é crime hediondo. Atualmente, a lesão corporal será 
considerada crime hediondo desde que o agente tenha provocado lesão corporal gravíssima 
ou seguida de morte quando a vítima estava no exercício da função ou em razão dela. 
Renato Brasileiro salienta que para o reconhecimento da hediondez: é indispensável que 
haja o denominado nexo funcional, ou seja, que o crime tenha sido praticado em razão do 
exercício dessas funções. 
São crimes hediondos: REQUISITO 1: 
CONDIÇÃO DA VÍTIMA 
REQUISITO 2: 
RELAÇÃO COM A FUNÇÃO 
 Forças Armadas 
… desde que o crime tenha sido 
praticado contra a pessoa no 
exercício da função ao lado ou em 
decorrência dela. 
1) Lesão corporal dolosa 
gravíssima 
(Art. 129, §2º) 
 
 
2) Lesão corporal dolosa 
seguida de morte 
(Art. 129, §3º) 
Polícia Federal 
Polícia Rodoviária Federal 
Polícia Penal Federal 
Polícia Ferroviária Federal 
Polícias Civis 
Polícias Militares 
Corpos de Bombeiros Militares 
Guardas Municipais 
Agentes de segurança viária 
Sistema Prisional 
Força Nacional de Segurança 
Cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até o 3º grau de algumas das 
pessoas acima listadas 
 
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29 
 
RELAÇÃO DE PARENTESCO 
...contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição; 
Convém perceber que a lei salienta que o parente deve ser consanguíneo até o terceiro 
grau. Atenção que não estão incluídos os parentes por questão de afinidade. 
Exemplo: cunhado de um soldado da Polícia Militar. 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano. 
§ 2º Se resulta: 
I – Incapacidade permanente para o trabalho; 
II – Enfermidade incurável; 
III – Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV – Deformidade permanente; 
V – Aborto: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente 
não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena – 
reclusão, de 4 a 12 anos. 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito 
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro 
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, 
a pena é aumentada de um a dois terços. 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela 
Aeronáutica (…) 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - Polícia federal; 
II - Polícia rodoviária federal; 
III - Polícia ferroviária federal; 
IV - Polícias civis; 
V - Polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
VI - Polícias penais federal, estaduais e distrital. 
 (…) 
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30 
 
ROUBO 
Antes da publicação do chamado Pacote Anticrime, apenas o roubo qualificado pela morte 
(latrocínio) era crime hediondo. Assim, com o advento da Lei nº 13.964/2019, outras 
modalidades de roubo entraram no rol que ostentam a natureza hedionda. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, 
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: 
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, 
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou 
para terceiro. 
 
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II – Se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III – Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
IV – Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V – Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua 
liberdade. 
VI – Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego 
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de 
ARMA BRANCA (2019) 
 
 
 § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – Se a violência ou ameaça é exercida com EMPREGO DE ARMA 
DE FOGO 
 
II – Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o 
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo 
comum. 
 
 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de 
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO, aplica-se em 
DOBRO a pena prevista no caput deste artigo. (2019) 
 
 
§ 3º Se da violência resulta: 
 
I – LESÃO CORPORAL GRAVE, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos, e 
multa; 
 
II – MORTE, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa. 
 
 
 
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A) CIRCUNSTANCIADO PELA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA 
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: 
V – Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua 
liberdade. 
Não devemos confundir o ROUBO CIRCUNSTANCIADO PELA RESTRIÇÃO DE 
LIBERDADE DA VÍTIMA com o crime de SEQUESTRO RELÂMPAGO (extorsão qualificada pelarestrição de liberdade da vítima). 
O verbo do crime de extorsão é constranger, enquanto o do roubo com restrição de 
liberdade é subtrair um bem. No roubo, o bem está ao alcance do agressor. Um exemplo é 
quando ele entra no seu carro, leva seus pertences e te abandona em algum lugar. 
O delito, para ser tipificado como sequestro relâmpago, a vítima deve ser constrangida a 
fornecer informações para o criminoso ter sucesso na ação. Na extorsão, necessariamente deve 
haver contribuição da vítima no sentido de ela fornecer seus dados bancários. 
Para haver roubo com restrição de liberdade é fundamental que a vítima permaneça um 
tempo “juridicamente relevante” em poder do criminoso. Se ele aponta uma arma no semáforo, 
pede seu celular, você entrega e vai embora, é um roubo simples. Agora, se ele entra no carro e 
restringe a vítima por tempo juridicamente relevante, que pode ser 10, 15 ou 20 minutos, dispensa 
a pessoa e foge com carro seria roubo com restrição. 
Também é importante não confundir RESTRIÇÃO DE LIBERDADE com PRIVAÇÃO DE 
LIBERDADE. Segundo Doutrinador Cleber Masson, se for confirmada a privação de liberdade, 
não se estará diante de uma causa de aumento de pena, mas haverá concurso material entre o 
crime de roubo e sequestro ou cárcere privado (Art. 148, CP). 
B) CIRCUNSTANCIADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO OU 
EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU RESTRITO 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
 
I – Se a violência ou ameaça é exercida com EMPREGO DE ARMA DE 
FOGO 
 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de 
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO, aplica-se em 
DOBRO a pena prevista no caput deste artigo. 
C) QUALIFICADO PELO RESULTADO LESÃO CORPORAL GRAVE OU 
MORTE 
§ 3º Se da violência resulta: 
 
I – LESÃO CORPORAL GRAVE, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos, e 
multa; 
 
II – MORTE, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa. 
A qualificadora LESÃO GRAVE ganhou caráter hediondo após Lei nº 13.964/2019. 
O crime de latrocínio está caracterizado quando, da violência empregada durante e em 
razão da prática do crime de roubo, ocorrer a produção do resultado morte. 
Para que haja latrocínio é necessário que a morte decorra da violência empregada (e não 
da grave ameaça) durante e em razão do assalto, por exemplo. É necessário o fator tempo e o 
fator nexo. 
 
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É necessário perceber que a consequência (lesão grave ou morte) 
deve ser decorrente da violência. Se o agente emprega ameaça para 
cometer o roubo e, dessa ameaça, ocorrer a morte da vítima, não será 
latrocínio, tampouco será crime hediondo. 
Cumpre destacarmos que o §3º do Art. 157 prevê duas formas por meio das quais o crime 
de roubo é qualificado: lesão grave ou morte. 
A morte, que qualifica o roubo, faz surgir aquilo que doutrinariamente é reconhecido por 
latrocínio, embora o Código Penal não utilize essa rubrica. Assim, se durante a prática do 
roubo, em virtude da violência empreendida pelo agente, advier a morte – dolosa ou 
mesmo culposa – da vítima, poderemos iniciar o raciocínio correspondente ao crime de 
latrocínio, consumado ou tentado 
Para a ocorrência da qualificadora do latrocínio, o resultado morte deve ter sido causado 
ao menos culposamente. 
No crime de latrocínio, é imperioso que a morte da vítima seja resultado da 
violência empregada pelo agente e não tenha relação causal com outro fator, como a 
imprudência na direção do veículo automotor. Se os agentes, após roubarem o veículo, 
envolverem-se em acidente automobilístico que provoque a morte da vítima proprietária do 
automóvel roubado, devem responder pelo crime de roubo qualificado em concurso formal 
com o delito de homicídio culposo. 
TJMG, 23/10/2006. 
 
Homicídio consumado e subtração consumada: LATROCÍNIO CONSUMADO. 
 
Homicídio consumado e subtração tentada: LATROCÍNIO CONSUMADO. 
 
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize 
o agente a subtração dos bens da vítima 
Súmula 610, STF. 
 
Homicídio tentado e subtração consumada: LATROCÍNIO TENTADO. 
 
Homicídio tentado e subtração tentada: LATROCÍNIO TENTADO. 
 
Prevalece nesta Corte o entendimento de que, sempre que caracterizado o dolo 
do agente de subtrair o bem pertencente à vítima e o dolo de matá-la, não 
ocorrido o resultado morte por circunstâncias alheias à sua vontade, configura-se o 
latrocínio na modalidade tentada. 
STJ, 29/06/2016 
 
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33 
 
Caso o criminoso, durante o assalto, desfira tiros e, por erro, acerte 
outra pessoa que não seja a vítima do roubo, será latrocínio? Observem 
que estamos diante do instituto do aberratio ictus (erro na execução), 
encontrado no Art. 73 do Código Penal. O agente responde como se tivesse 
acertado a vítima pretendida. 
EXTORSÃO QUALIFICADA 
Extorsão 
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, 
e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem 
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: 
Pena – reclusão, de 4 a 10 anos, e multa. 
 
§ 1º Se o crime é cometido por 2 ou mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de 1/3 até metade. (Causa de aumento de 
pena ou majorantes) 
 
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no 
§ 3º do artigo anterior. 
 
§ 3º Se o crime é cometido mediante a RESTRIÇÃO DA LIBERDADE 
DA VÍTIMA, e essa condição é necessária para a obtenção da 
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 a 12 anos, além da 
multa; 
 
Se resulta LESÃO CORPORAL GRAVE ou MORTE, aplicam-se as 
penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. 
 
Antes do advento da Lei nº 13.964/19 era considerada como crime hediondo apenas a 
extorsão qualificada pelo resultado morte, na forma do Art. 158, §3º do Código Penal. Esse 
resultado qualificador morte pode ser causado tanto a título de dolo como de culpa. 
Após a referida lei, ampliaram-se as hipóteses de crime hediondo secundário à extorsão. 
 
Qualificadoras da Extorsão: 
Extorsão qualificada pelo resultado - LESÃO GRAVE. 
Extorsão qualificada pelo resultado – MORTE. 
Extorsão qualificada pela RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA. (SEQUESTRO 
RELÂMPAGO). 
Extorsão majorada pelo emprego de arma e em concurso de pessoas não é crime 
hediondo. 
 
 
 
 
 
 
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO 
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para 
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
Pena – reclusão, de 8 a 15 anos. 
 
§1º Se o SEQUESTRO DURA MAIS DE 24 HORAS, se o SEQUESTRADO 
É MENOR DE 18 OU MAIOR DE 60 ANOS, ou se o crime é COMETIDO 
POR ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. 
Pena – reclusão, de 12 a 20 (vinte) anos. 
 
§2º Se do fato resulta LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE: 
Pena – reclusão, de 16 a 24 anos. 
 
§3º Se resulta a MORTE: 
Pena – reclusão, de 24 a 30 anos. 
 
§4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o 
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá 
sua pena reduzida de 1 a 2/3. 
O delito de extorsão mediante sequestro é etiquetado como hediondo 
independentemente da modalidade, seja na modalidade simples ou na modalidade qualificada. 
O aluno não pode confundir com o crime de sequestro, Art. 148 do Código penal. 
Roubo Extorsão Extorsão mediante 
sequestro 
HEDIONDO: 
 
✓ RESTRIÇÃO DE LIBERDADE 
✓ EMPREGO DE ARMA DE FOGO 
✓ HOUVER RESULTADO LESÃO GRAVE 
✓ HOUVER RESULTADO MORTE 
(LATROCÍNIO) 
HEDIONDO: 
 
✓ RESTRIÇÃO DE LIBERDADE 
(SEQUESTRO RELÂMPAGO) 
✓ HOUVER RESULTADO LESÃO GRAVE 
✓ HOUVER RESULTADO MORTE 
 
HEDIONDO EM TODAS AS 
MODALIDADES 
ESTUPRO 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, 
a ter conjunçãocarnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 6 a 10 anos. 
 
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se 
a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos: 
Pena – reclusão, de 8 a 12 anos. 
 
§ 2º Se da conduta resulta morte: 
Pena – reclusão, de 12 a 30 anos. 
 
Independentemente se for praticado na modalidade simples ou qualificada, o crime de 
estupro será hediondo. 
Se da conduta praticada pelo agente resultar lesão corporal de natureza grave ou a morte 
da vítima, o estupro será qualificado, nos termos dos §§1º e 2º do Art. 213 do Código Penal. 
 
 
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ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com menor de 14 anos: 
Pena - reclusão, de 8 a 15 anos. 
 
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput 
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
 
 
§ 2º (VETADO) 
 
§ 3º Se da conduta resulta LESÃO CORPORAL DE NATUREZA 
GRAVE: 
Pena - reclusão, de 10 a 20 anos. 
 
§ 4º Se da conduta resulta MORTE: 
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos. 
Menores de 14 anos. 
Portadores de enfermidade ou deficiência mental. 
Qualquer um que não possa oferecer resistência. 
Resultar lesão corporal grave. 
Resultar morte. 
EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE 
A epidemia por si só não é crime hediondo. Exige-se que seja qualificada pela morte. 
Epidemia é a difusão de doença mediante a propagação de genes patogênicos. 
Ademais, cumpre destacar que somente a propagação de doença humana é que 
configura o crime do Art. 267, §1º do Código Penal, já que em se tratando de enfermidade 
que atinja animais ou plantas, o crime será o do Art. 61, Lei nº 9.605/98, não hediondo, por falta 
de previsão legal. 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes 
patogênicos. 
 
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FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE 
PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto 
destinado a fins terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
§ 1º: Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, 
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou 
entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado 
ou alterado. 
 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, 
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou 
entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou 
alterado. 
 
 § 1º-A incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os 
medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, 
os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. 
 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações 
previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes 
condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária 
competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no 
inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para 
a sua comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade 
sanitária competente. 
Curiosidade 
Há uma discussão se a pena descrita no Art. 273 do CP é proporcional à 
gravidade do delito ali previsto. 
Quando lemos a pena descrita no Art. 273 do CP, vislumbramos a pena mínima 
de 10 (dez) anos e vimos o disparate em relação à pena do crime de tráfico de 
drogas, que possui pena mínima de 5 (cinco) anos. Enxergamos, portanto, uma pena 
mínima desproporcional ao analisar com outros crimes mais graves. 
O Superior Tribunal de Justiça ao apreciar o HC 239363/PR declarou a 
inconstitucionalidade do preceito secundário do Art. 273 do CP, por entender que tal 
reprimenda violava os princípios da proporcionalidade e razoabilidade ao fixar penas 
tão elevadas. Assim, com base na analogia in bonam partem, o STJ determinou que 
ao delito do Art. 273 do CP deve ser aplicada a pena prevista para o crime de tráfico 
de drogas (Art. 33, caput, da Lei 11.343/06), ou seja, pena de reclusão, de 5 a 15 
anos. Vejamos esse importante julgado do STJ. 
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FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE 
VULNERÁVEL 
(Art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra 
forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos ou que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar 
que a abandone: 
§1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa. 
§2º Incorre nas mesmas penas: 
I - Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com 
alguém menor de 18 e maior de 14 anos na situação descrita no 
caput deste artigo; 
II - O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se 
verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 
 
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da 
condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento 
do estabelecimento 
Convém perceber que ter conjunção carnal com maior de 14 de modo consensual não é 
considerado crime, porém, se for por meio de prostituição ou exploração sexual, responde por 
este crime. 
FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE 
ARTEFATO ANÁLOGO QUE CAUSE PERIGO COMUM 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante 
o repouso noturno. 
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, 
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la 
de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra 
que tenha valor econômico. 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: 
I - Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza; 
III - Com emprego de chave falsa; 
IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, SE HOUVER 
EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO ANÁLOGO QUE CAUSE 
PERIGO COMUM. 
(...) 
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38 
 
Esse crime passou a ser considerado hediondo por meio da Lei 13.964/19, que alterou a 
Lei dos Crimes Hediondos. 
Dentre todas as qualificadoras do FURTO, apenas a modalidade qualificada se houver 
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum é HEDIONDO. 
Convém perceber que não é o furto de substância explosiva, e sim se a coisa for subtraída 
com o uso de substância explosiva. 
GENOCÍDIO 
Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, 
étnico, racial ou religioso, como tal 
Genocídio não é somente a matança coletiva, e sim a intenção de destruir, no 
todo ou em parte, um grupo étnico, racial, nacional ou religioso. A Lei de Genocídio 
enumera diversas condutas nesse sentido. . 
O genocídio é classificado como crime contra a humanidade, e não contra a vida. 
O crime de genocídio não se trata de delito de competência do Tribunal do Júri, ainda 
que a conduta consista em matar dolosamente membros de um grupo, pois é crime contra a 
humanidadee não contra a vida. 
Por fim, cumpre recordarmos que o genocídio é um típico exemplo de norma penal em 
branco ao avesso, isto é, temos as condutas criminosas, mas faltam as respectivas penas, o 
preceito secundário está incompleto. 
A norma penal em branco ao avesso é aquela em que o preceito primário é completo, mas 
o preceito secundário carece de complemento normativo. 
Na hipótese de norma penal em branco ao avesso o complemento normativo deve derivar 
da lei, sob pena de lesão ao princípio da reserva legal. 
No ordenamento jurídico nacional podemos citar como exemplo de lei penal em branco 
ao avesso a Lei 2.889/1956, que tipifica o crime de genocídio, pois tal norma não tratou das 
penas, fazendo expressa referência a outras leis penais. 
a) matar membros do grupo; 
b) causar lesão grave à integridade física ou mental dos membros do grupo; 
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe 
a destruição física total ou parcial; 
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; 
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo. 
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE USO RESTRITO 
(Art. 16 – Lei nº 10.826) 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em 
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, 
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar ARMA DE 
FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO de uso restrito, sem autorização e 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo 
envolverem arma de fogo de uso PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 
4 a 12 anos. 
 
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39 
 
OBJETO MATERIAL 
Arma, acessório e munição. 
Com a mudança gerada pelo Pacote Anticrime, as penas aumentam caso a posse ou porte 
seja de arma de uso PROIBIDO. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação 
de arma de fogo ou artefato; 
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la 
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou 
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
III – Possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou 
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar; 
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com 
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou 
adulterado; 
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, 
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e 
VI – Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, 
de qualquer forma, munição ou explosivo. 
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO 
(Art. 17 – Lei nº 10.826) 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter 
em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor 
à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou 
alheio, no EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL ou 
INDUSTRIAL, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, 
para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, 
fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o 
exercido em residência. 
Pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa. 
 
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito 
deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, 
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta 
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
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40 
 
Esse crime passou a ser considerado hediondo por meio da Lei 13.964/19, que alterou a 
Lei dos Crimes Hediondos. O Pacote Anticrime modificou o preceito secundário do tipo penal, 
aumentando a pena, acrescentou o §1º e acrescentou o §2º. 
OBJETO MATERIAL 
Arma, acessório e munição. 
SUJEITO ATIVO 
Só pode ser comerciante ou industrial, legal ou ilegal, de arma de fogo, acessório ou 
munição. Trata-se, portanto, de crime próprio. 
NORMA PENAL EXPLICATIVA 
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito 
deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. 
Ex.1: vizinho que vende arma a outro vizinho: não se aplica o Art. 17. 
Ex. 2: dono de restaurante vende sua arma para o cliente: não se aplica o Art. 17, 
porque o dono do restaurante não exerce comércio de armas de fogo. 
Ex. 3: indivíduo que comercializa armas de fogo no fundo de sua residência: aplica-
se o Art. 17. 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU 
MUNIÇÃO 
(Art. 18 – Lei nº 10.826) 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do 
território nacional, a qualquer título, de ARMA DE FOGO, 
ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO, sem autorização da autoridade 
competente: 
Pena - reclusão, de 8 a 16 anos, e multa. 
 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega 
arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, 
sem autorização da autoridade competente, a agente policial 
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis 
de conduta criminal preexistente. 
Esse crime passou a ser considerado hediondo por meio da Lei 13.964/19, que alterou a 
Lei dos Crimes Hediondos. 
O Pacote Anticrime modificou o preceito secundário do tipo penal, aumentando a pena e 
acrescentou o parágrafo único. 
São 4 as condutas do tipo: 
IMPORTAR / EXPORTAR: 
O Art. 18 do Estatuto do Desarmamento prevalece sobre o crime de contrabando 
previsto no Art. 334 do Código Penal (princípio da especialidade). 
É crime material, consumando-se com a efetiva entrada ou saída do objeto do 
Brasil. 
Admite-se, portanto, a tentativa. 
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41 
 
FACILITAR A ENTRADA / FACILITAR A SAÍDA: 
O Art. 18 do Estatuto do Desarmamento prevalece sobre o crime de facilitação de 
contrabando (caso agente seja funcionário Público) previsto no Art. 318 do 
Código Penal (princípio da especialidade). 
É crime formal ou de consumação antecipada. 
Consuma-se com a simples facilitação, não sendo necessário que o facilitado 
consiga entrar ou sair com o objeto do País. 
Admite-se a tentativa, por exemplo, na modalidade escrita do delito. 
OBJETO MATERIAL: 
Arma, acessório e munição. 
SUJEITO ATIVO 
Crime Comum. 
SUJEITO PASSIVO 
Coletividade. Crime vago. 
No caso do favorecimento, a conduta será punível, independentemente da efetiva 
entrada ou saída do material do território nacional. Basta que tenha sido 
praticado qualquer ato que configure o favorecimento. 
Ainda que o agente traga para dentro do território nacional uma única arma de fogo 
de uso permitido ou proibido, sem autorização, apenas para uso próprio, sem que 
haja qualquer nexo com o exercício de atividade comercial, estará configurado o 
crime de tráfico internacional de armas. 
Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018 
É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização 
da autoridade competente, nos termos do Art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo 
que o réu detenha o porte legal da arma, em razão do alto grau de reprovabilidade 
da conduta. 
O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, tipificadono Art. 18 da Lei n. 10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta e visa 
a proteger a segurança pública e a paz social. 
Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição 
não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário 
que se comprove a internacionalidade da ação. 
Princípio da insignificância 
Não cabe princípio da insignificância no tráfico internacional de munição. 
STF (HC97777) e STJ (HC 45099) 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, QUANDO DIRECIONADA À PRÁTICA 
DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO 
(Lei 12.850/2013) 
Esse crime passou a ser considerado hediondo por meio da Lei 13.964/19, que alterou a 
Lei dos Crimes Hediondos. 
 
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42 
 
O QUE É ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 OU MAIS PESSOAS 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que 
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer 
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores 
a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Associação de 4 ou mais pessoas. 
Características: 
ESTRUTURALMENTE ORDENADA. 
DIVISÃO DE TAREFAS (ainda que informalmente). 
Objetivos: obter vantagem de qualquer natureza (Não precisa ser econômica). 
Associação de 4 ou mais pessoas. A associação deve apresentar ESTABILIDADE e 
PERMANÊNCIA, características relevantes para sua configuração, que diferenciam 
da figura delituosa do concurso eventual de agentes a que se refere o Art. 29 do 
Código penal, dotado de natureza efêmera e passageira. 
ESTRUTURA ORDENADA (divisão de tarefas, ainda que informalmente). 
CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS 
Diante do texto Constitucional, temos que o legislador estabeleceu 3 crimes taxados como 
equiparados a hediondos. 
 
Art. 5º - Constituição Federal 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça 
ou anistia a prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o TERRORISMO e os definidos 
como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
Tráfico de Drogas 
Tortura 
Terrorismo 
VEDAÇÕES LEGAIS 
VEDAÇÃO À ANISTIA, À GRAÇA E AO INDULTO 
Causas de extinção de punibilidade emanadas de órgãos alheios ao Poder Judiciário. 
Anistia: 
É o esquecimento jurídico da infração penal e tem por objetos os fatos definidos como 
crime, e não pessoas. Tem o condão de extinguir todos os efeitos penais, inclusive o pressuposto 
de reincidência. 
Recai sobre o Congresso Nacional (ato legislativo) por meio de Lei Federal que extingue 
a punibilidade. 
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43 
 
Ex.: Lei 12.505 anistiou policiais militares e bombeiros militares que participaram de atos 
reivindicatórios por melhorias de vencimentos e condições de trabalho. 
Graça: 
Benefício para crimes de natureza comum, é concedida pelo Presidente da República, 
por decreto, para um indivíduo determinado condenado. O condenado pede. 
 
Indulto 
É coletivo, direcionado a um grupo indefinido de condenados, sendo delimitado pela 
natureza do crime e quantidade de pena aplicada, além de outros requisitos objetivos e 
subjetivos. Concedido pelo Presidente da República por meio de decreto. 
INAFIANÇÁVEIS 
Crimes que não admitem fiança: 
Crimes hediondos 
Equiparados a hediondos (TTT) 
Racismo 
Ação de grupos armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e o Estado de 
direito. 
VEDAÇÃO À LIBERDADE PROVISÓRIA 
A liberdade provisória funciona como medida cautelar que permite ao investigado (ou 
acusado) permanecer em liberdade durante o curso da persecução penal, desde que cumpra 
determinados vínculos. 
O direito à liberdade provisória tem fundamento constitucional no Art. 5º, inciso LXVI, 
segundo o qual ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade. 
A partir da nova Lei 11.464/2007, alterando a redação original da Lei de Crimes 
Hediondos, passou a ser possível a concessão da liberdade provisória para crimes hediondos e 
assemelhados. 
 
Vedada conversão em pena restritiva de direitos. 
STF declarou inconstitucional. 
Súmula 718 do STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do 
crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do 
que o permitido segundo a pena aplicada. 
Súmula 719 do STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do 
que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. 
 
 
 
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44 
 
PROGRESSÃO DE REGIME 
A Lei nº 13.964/19 REVOGA o Art. 2º, § 2º da Lei de Execução Penal. 
A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes 
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, 
se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente, observado o 
disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 
1984 (Lei de Execução Penal). 
Atualização da Lei nº 13.964/19: ALTERAÇÕES NA LEP (LEI 7.210/84) 
Art. 112. A pena privativa de liberdade (PPL) será executada em 
forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, 
a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: 
 
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45 
 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de 
regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do 
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre 
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, 
procedimento que também será adotado na concessão de livramento 
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos 
nas normas vigentes. 
 
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o 
crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 
de agosto de 2006 (tráfico privilegiado). 
 
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de 
liberdade INTERROMPE o prazo para a obtenção da progressão no regime 
de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito 
objetivo terá como base a pena remanescente. 
 
DELAÇÃO PREMIADA 
Delação premiada é uma causa de diminuição de pena criada pelo legislador para o 
membro de associação criminosa que prestar informações relevantes contra seus 
companheiros, delatando-os à autoridade. 
Art. 8 da Lei 8.072/90: O participante e o associado que denunciar 
à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu 
desmantelamento, terá a pena reduzia de 1 a 2/3. 
 
Em geral, a doutrina enumera os seguintes requisitos para a concessão do benefício: 
Configuração da associação criminosa (mínimo de 3 associados) 
Finalidade de cometer crimes hediondos 
Contribuição relevante 
Efetivo desmantelamento da associação criminosa 
Voluntariedade 
INADIMPLEMENTO DA PENA DE MULTA E PROGRESSÃO DE 
REGIME 
Segundo STF, o inadimplemento das parcelas da pena de multa impede a progressão no 
regime prisional. 
 
STF: o inadimplemento da pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado 
impede a progressão no regime. 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que o 
inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado 
impede a progressão no regime prisional. 
 
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46 
 
Execução Penal. Agravo Regimental. Inadimplemento deliberado da pena de 
multa. Progressão de regime. Impossibilidade. 
1. O inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada 
ao sentenciado impede a progressão no regime prisional. 
2. Tal regra somenteé excepcionada pela comprovação da absoluta 
impossibilidade econômica do apenado em pagar a multa, ainda que parceladamente. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(EP 12 ProgReg-AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal 
Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-111 DIVULG 
10-06-2015 PUBLIC 11-06-2015) 
EXAME CRIMINOLÓGICO 
Está disposto no Art. 8º da Lei de Execuções Penais: 
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de 
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame 
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma 
adequada classificação e com vistas à individualização da execução. 
 
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser 
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de 
liberdade em regime semiaberto. 
 
O exame criminológico contribui para o trabalho da CTC, já que serve para obter 
ELEMENTOS NECESSÁRIOS para uma adequada CLASSIFICAÇÃO. 
Embora a nova redação do Art. 112 da Lei n. 7.210/84 não mais exija, de plano, a 
realização de exame criminológico, cabe ao magistrado verificar o atendimento dos requisitos 
à luz do caso concreto. Assim, ele pode determinar a realização de perícia, se entender 
necessário, ou mesmo negar o benefício, desde que o faça fundamentadamente, quando as 
peculiaridades da causa assim o recomendarem, em observância ao princípio da 
individualização da pena. 
Assim, o EXAME CRIMINOLÓGICO É FACULTATIVO, cabendo ao juízo determinar sua 
necessidade. 
Súmula Vinculante 26 
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por 
CRIME HEDIONDO, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, 
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os 
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, 
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame 
criminológico. 
Em resumo, para a PROGRESSÃO DE REGIME, o mérito do sentenciado deve ser 
demonstrado sempre por atestado de conduta carcerária e, EVENTUALMENTE, pelo exame 
criminológico, caso assim determinado e fundamentado pelo juiz, de acordo com as 
peculiaridades do caso concreto. 
O parecer do exame criminológico não é vinculativo. 
 
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47 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO 
Está disposto no Art. 9-Aº da Lei de Execuções Penais: 
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, DOLOSAMENTE, 
com VIOLÊNCIA DE NATUREZA GRAVE CONTRA PESSOA, ou por 
qualquer dos crimes previstos no art. 1º da LEI DE CRIMES 
HEDIONDOS, serão submetidos, obrigatoriamente, à 
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO, mediante extração de DNA 
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. 
 
É necessário perceber que o artigo fala dos crimes previstos no art. 1º da Lei de Crimes 
Hediondos, mas não fala dos EQUIPARADOS a hediondos (tráfico, tortura e terrorismo). 
Porém, os condenados por terem cometido dolosamente tráfico, tortura e terrorismo 
podem identificação do perfil genético obrigatório por terem o outro requisito: CRIMES COM 
VIOLÊNCIA GRAVE CONTRA A PESSOA. 
Assim, um condenado por crime de tortura poderá ser submetido à identificação 
obrigatória do perfil genético? Depende! A tortura própria, por exemplo, pode ser realizada 
mediante a prática de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA. Caso a tortura tenha sido praticada pelo 
agente mediante VIOLÊNCIA, este poderá ter ser perfil genético identificado de forma 
obrigatória. 
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em BANCO 
DE DADOS SIGILOSO, conforme regulamento a ser expedido pelo 
Poder Executivo. 
 
A lei informa que será criado um Decreto que regulamentará o banco de dados onde serão 
armazenadas essas informações. 
 
 § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar GARANTIAS 
MÍNIMAS DE PROTEÇÃO DE DADOS GENÉTICOS, observando as 
melhores práticas da genética forense. 
(PACOTE ANTICRIME!) 
 
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao 
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco 
de dados de identificação de perfil genético. 
 
O delegado estadual ou federal poderá requerer ao juiz – no caso de inquérito 
instaurado – o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético para verificar se o 
sujeito que cometeu o crime que ensejou a abertura do inquérito já esteja no banco de dados. 
É instrumento importante principalmente para a busca de autoria de estupro (crime de 
natureza grave contra a pessoa) e que deixa vestígios materiais do seu DNA. 
 
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos 
seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a 
todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de 
maneira que possa ser contraditado pela defesa. 
(PACOTE ANTICRIME!) 
 
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MUDE SUA VIDA! 
48 
 
É viabilizado ao titular dos dados genéticos o acesso aos dados que estão nos perfis 
genéticos bem como todos os outros documentos da cadeia de custódia para garantir a ampla 
defesa e o contraditório. 
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que 
não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por 
ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser 
submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena. 
(PACOTE ANTICRIME!) 
Por diversos motivos, como, por exemplo, no caso da necessidade de inclusões 
emergenciais em estabelecimentos penais de segurança máxima, a colheita do material 
genético não ocorria no INGRESSO. Para desburocratizar a tentativa da colheita após o ingresso, 
agora, a colheita poderá ser realizada durante o cumprimento da pena. 
Agora, a identificação do perfil genético poderá ser realizada em dois momentos: no 
ingresso e durante o cumprimento de pena. 
§ 8º Constitui FALTA GRAVE a recusa do condenado em submeter-se 
ao procedimento de identificação do perfil genético. 
(PACOTE ANTICRIME!) 
A falta grave gera restrição a regalias durante o cumprimento da pena. Isso será visto no 
momento oportuno. Mas é importante que o aluno esteja ciente de que a negativa gera uma 
falta grave! 
PRISÃO TEMPORÁRIA 
A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar que não se encontra no CPP, 
sendo uma espécie bem peculiar de prisão cautelar, pois possui prazo certo e só pode ser 
determinada DURANTE A INVESTIGAÇÃO POLICIAL. 
Assim, após o recebimento da denúncia ou queixa, não poderá ser decretada nem mantida 
a prisão temporária. 
Além disso, a prisão temporária só pode ser decretada nas hipóteses de crimes previstos 
no Art. 1º, III da Lei 7.960/89. 
A prisão temporária só pode ser decretada pela autoridade judiciária, ou seja, pelo Juiz ou 
Tribunal competente. 
Todavia, a prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo Juiz, devendo ser 
requerida pelo MP ou ser objeto de representação da autoridade policial. 
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da 
representação da autoridade policial ou de requerimento do 
Ministério Público, e terá o prazo de 5 dias, prorrogável por igual 
período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Em se tratando de crime hediondo ou equiparado, a Lei 8.072/90 estabelece, em seu Art. 
2º, §4º, que o prazo da prisão temporária, nestes casos, será de 30 dias, prorrogáveis por mais 
30 dias. 
Vejamos: 
Art. 2º (…) 
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 
1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por 
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
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QUESTÕES 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: Analista Judiciário 
Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado 
crime de natureza sexual consistenteem conjunção carnal forçada no dia do último aniversário 
da jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência 
aspectos legais e jurisprudenciais a ela relacionados. 
Se Pierre for condenado por estupro, o regime de cumprimento de pena será 
integralmente fechado, por se tratar de crime hediondo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: O dispositivo que determina regime de cumprimento de pena 
integralmente fechado foi considerado inconstitucional. 
É inconstitucional a fixação ex lege, com base no Art. 2º, § 1º, da Lei 
8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, 
ater-se aos parâmetros previstos no Art. 33 do Código Penal. 
[Tese definida no ARE 1.052.700 RG, rel. min. Edson Fachin, P, j. 2-11-2017, 
DJE 18 de 1º-2-2018, Tema 972.] 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia Federal 
Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada com relação a crime de tortura, crime hediondo, crime previdenciário e 
crime contra o idoso. 
Paula, proprietária de uma casa de prostituição, induziu e passou a explorar sexualmente 
duas garotas de quinze anos de idade. Nessa situação, o crime praticado por Paula é hediondo 
e, por isso, insuscetível de anistia, graça e indulto. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: Trata-se do crime do Art. 218-B do Código Penal que se encontra 
incluído no rol dos crimes hediondos, encontrado no Art. 1º da referida Lei. 
CP. Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de 
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-
la, impedir ou dificultar que a abandone 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
Lei 8.072/90. Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
consumados ou tentados: 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de 
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
 
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50 
 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CESPE - 2018 - EBSERH - Advogado 
Julgue o item seguinte, relativo aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis penais 
extravagantes. 
O ordenamento jurídico nacional adotou o critério legal para a tipificação dos crimes 
hediondos, sendo vedado ao juiz, em caso concreto, fixar a hediondez de um delito ou excluí-la em 
razão de sua gravidade ou forma de execução. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O Brasil adotou o sistema legal, ou seja, somente a lei pode indicar, 
em rol taxativo, quais crimes são considerados hediondos (Lei 8.072/90). O crime é 
rotulado pelo legislador como hediondo, pouco importa a excepcional repugnância da 
conduta no caso concreto. 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Oficial de Justiça Avaliador Federal 
A respeito dos crimes hediondos, julgue o item que se segue. 
O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando praticado contra 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo de até terceiro grau, de agente da Polícia 
Rodoviária Federal e integrante do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, em 
razão dessa condição. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: Está estampado no Art. 1º, inciso I-A da Lei dos Crimes Hediondos o 
crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, 
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos Arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, onde encontramos a Polícia Rodoviária Federal. Atentar que o crime 
deve ter sido cometido no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF 
No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do STF, 
julgue o item. 
O STF afastou a previsão de obrigatoriedade de imposição de regime inicial fechado aos 
condenados por crimes hediondos ou a estes equiparados, devendo ser observadas as regras do CP 
no que se refere à fixação do regime prisional inicialmente previsto para os crimes hediondos e os 
a estes equiparados. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: 
O STF passou a considerar INCONSTITUCIONAL o §1º do Art. 2º da Lei 8.072/90, 
que assim dispõe: Art. 2º (…) 
1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime 
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
O STF passou a entender que deve o Juiz, em cada caso concreto, fixar o regime 
de cumprimento da pena de acordo com as regras previstas na legislação penal, 
notadamente o CP, não havendo qualquer restrição, em abstrato, à fixação dos regimes 
aberto e semiaberto como regimes iniciais. 
STF Súmula Vinculante 26 
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, 
ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, 
os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de 
modo fundamentado, a realização de exame criminológico. 
 
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51 
 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Federal 
Gerson, com vinte e um anos de idade, e Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos 
em flagrante pela prática de crime. Após regular tramitação de processos nos juízos 
competentes, Gerson foi condenado pela prática de extorsão mediante sequestro e Gilson, por 
cometimento de infração análoga a esse crime. 
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item. 
Conforme entendimento dos tribunais superiores, tendo sido condenado pela prática de 
crime hediondo, Gerson deverá ser submetido ao exame criminológico para ter direito à 
progressão de regime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: 
O exame criminológico contribui para o trabalho da CTC, já que serve para 
obter ELEMENTOS NECESSÁRIOS para uma adequada CLASSIFICAÇÃO. 
Embora a nova redação do Art. 112 da Lei n. 7.210/84 não mais exija, de plano, 
a realização de exame criminológico, cabe ao magistrado verificar o atendimento dos 
requisitos à luz do caso concreto. Assim, ele pode determinar a realização de perícia, 
se entender necessário, ou mesmo negar o benefício, desde que o faça 
fundamentadamente, quando as peculiaridades da causa assim o recomendarem, em 
observância ao princípio da individualização da pena. 
Assim, o EXAME CRIMINOLÓGICO É FACULTATIVO, cabendo ao juízo 
determinar sua necessidade. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEGESP-AL Prova: - Papiloscopista 
Julgue o item a seguir, acerca de crimes contra a Administração Pública, crimes hediondos 
e crimes contra a pessoa. 
É vedada a concessão de fiança à pessoa plenamente capaz que cometer homicídio 
simples, por ser considerado crime hediondo, e a pena a ser aplicada nesse caso será cumprida 
no regime inicialmente fechado. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: 
Homicídio simples não é considerado crime hediondo. Para que o homicídio 
simples seja etiquetado como hediondo, ele deverá ser condicionado. E qual a 
condição? Que ele seja praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que praticado por um só agente. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PC-DF Prova: Agente de Polícia 
Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo investigadopela prática 
de latrocínio, José tenha contratado um advogado para acompanhar as investigações, julgue o 
item a seguir. 
Se surgirem indícios contra José, ele deverá ser indiciado e identificado pelo processo 
datiloscópico, pois, na hipótese em apreço, o referido crime é hediondo, fato que torna 
obrigatória a identificação criminal. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
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52 
 
Gabarito: Errado 
Comentário: A identificação criminal é obrigatória ao condenado. Convém 
perceber que na questão consta a expressão “se surgirem indícios”. Nesse caso, 
trata-se de uma identificação civil. 
Lei 12.037/2009 
 Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nos casos previstos nesta Lei. 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I - carteira de identidade; 
II - carteira de trabalho; 
III - carteira profissional; 
IV - passaporte; 
V - carteira de identificação funcional; 
VI - outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PG-DF Prova: Procurador 
Com referência às penas e à sua aplicação, julgue o seguinte item. 
Desde que o STF declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do Art. 2º, § 1º, da Lei 
n. o 8.072/1990 (A pena por crime previsto neste artigo [crime hediondo] será cumprida 
inicialmente em regime fechado), não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado para 
o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes, podendo a pena privativa de liberdade ser 
substituída por restritivas de direitos quando o réu for primário e sem antecedentes e não ficar 
provado que ele se dedique ao crime ou esteja envolvido com organização criminosa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A vedação da substituição das penas privativas de liberdade e as 
restritivas de direito foi declarada inconstitucional pelo STF. Já que o réu é primário, 
não possui antecedentes e ele não se dedica ao crime ou organização criminosa, sua 
pena ficará abaixo do limite para aplicação da substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direito. Dessa forma, é possível a substituição desde que 
se acumulem os outros requisitos previstos no Art. 44 do Código Penal. 
Lei 11.343, Art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, 
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja 
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PC-DF Prova: Escrivão de Polícia 
No que se refere aos crimes hediondos (Lei n. o 8.072/1990) e à violência doméstica e familiar 
sobre a mulher (Lei n. o 11.340/2006 – Lei Maria da Penha), julgue o item seguinte. 
Se determinado cidadão for réu em processo criminal por ter cometido crime hediondo, ele 
poderá ter progressão de regime no cumprimento da pena, que se iniciará em regime fechado, bem 
como tê-la reduzida em caso de delação premiada, se o crime tiver sido cometido por quadrilha ou 
bando. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
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53 
 
Gabarito: Errado 
Comentário: O Plenário do STF, no dia de (27/06/2012) decidiu que o § 1º do 
Art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei n.º11.464/2007, ao impor 
o regime inicial fechado, é INCONSTITUCIONAL. 
Com esse novo posicionamento, o regime inicial das condenações por crimes 
hediondos ou equiparados não tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser 
o regime semiaberto ou aberto. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: Policial Rodoviário Federal 
Considera-se crime hediondo o homicídio culposo na condução de veículo automotor, 
quando comprovada a embriaguez do condutor. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: As únicas modalidades de homicídio marcadas pela hediondez 
são homicídio condicionado e o homicídio qualificado, ambos dolosos. Não há crime 
hediondo culposo. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Técnico Judiciário Texto associado 
Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham praticado 
crimes hediondos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A expressão “crimes hediondos” foi utilizada pela CF, em seu Art. 
5º, XLIII, vejamos: 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia 
a prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, 
o TERRORISMO e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
Assim, a própria CF/88 afastou a possibilidade da concessão de anistia, graça 
ou indulto. (“STF: indulto = graça coletiva”) 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
: https://www.migalhas.com.br/depeso/310643/a-
desproporcionalidade-da-pena-do-artigo-273-do-cp.
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54 
 
LEI Nº 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
APRESENTAÇÃO 
O Estatuto do Desarmamento dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de 
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, define crimes e dá outras 
providências. Além de penas maiores para o crime de porte de arma, o Estatuto trouxe várias 
outras providências salutares, como restrição à venda, ao registro e à autorização para o porte 
de arma de fogo, a tipificação dos crimes de posse e porte de munição, tráfico internacional de 
armas de fogo, dentre outras. 
 
ORGANIZAÇÃO DA AULA 
O Estatuto do Desarmamento possui uma parte administrativa, onde encontramos as 
competências do SINARM, o registro e o porte de arma e possui a parte processual e penal, 
demasiadamente cobrado em provas de concurso para carreiras policiais. 
Para facilitar a compreensão da nossa aula, vamos estudá-la em tópicos: 
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS 
DO REGISTRO 
DO PORTE 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
DISPOSIÇÕES GERAIS e FINAIS 
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS 
O Sistema Nacional de Armas - SINARM, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da 
Polícia Federal, com circunscrição em todo o território nacional, é responsável pelo controle de 
armas de fogo em poder da população, conforme previsto na Lei 10.826/03 (Estatuto do 
Desarmamento). 
As competências do SINARM estão descritas no Art. 2º do Estatuto do Desarmamento e, 
dentre elas, algumas merecem uma atenção especial: 
II – Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas 
no País; 
IV – Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, 
roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, 
inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança 
privada e de transporte de valores; 
VIII – Cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como 
conceder licença para exercer a atividade; 
IX – Cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, 
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de 
fogo, acessórios e munições; 
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do 
Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo 
nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado 
para consulta. 
 
 
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O SINARM não controla todas as armas de fogo; excluem-se do controle, por exemplo, as 
armas do Exército, Marinha e Aeronáutica, que têm seus arsenais próprios. 
As armas de fogo utilizadas pelas Forças Armadas e Auxiliares e pelas Forças Auxiliares 
são sujeitas a regramento próprio, relacionado ao Sistema de Gerenciamento Militar de Armas 
– Sigma. Forças Auxiliares é o nome pelo qual eram conhecidas as Polícias Militares e os Corpos 
de Bombeiros Militares. Hoje os integrantes dessas formas são considerados militares para 
todos os efeitos. 
Art. 2º. Parágrafoúnico. As disposições deste artigo não alcançam as 
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais 
que constem dos seus registros próprios. 
 
“Registros próprios” são aqueles realizados por órgãos, instituições e corporações em 
documentos oficiais de caráter permanente. 
CADASTRO 
Cadastro de arma de fogo é inclusão da arma de fogo de produção nacional ou importada 
em banco de dados, com a descrição de suas características. 
O Decreto nº 9.847 de 2019 regulamenta a Lei nº 10.826/03 para dispor sobre, dentre 
outras, o cadastro. 
Fragmento do Decreto Nº 9.847, DE 25 DE JUNHO DE 2019 
No SINARM serão cadastradas as armas de fogo: 
a) da Polícia Federal; 
b) da Polícia Rodoviária Federal; 
c) da Força Nacional de Segurança Pública; 
d) do Departamento Penitenciário Nacional; (...) 
Serão cadastradas no SIGMA as armas de fogo 
a) das Forças Armadas; 
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados 
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e 
d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. 
CONCEITOS COMPLEMENTARES 
Arma de fogo de uso restrito 
Armas de fogo automáticas e as semiautomáticas ou de repetição que sejam: 
- não portáteis; 
- de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída 
do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules; ou 
- portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, 
atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 
1620 joules. 
Exemplo de armas de calibre restrito segundo a PORTARIA Nº 1.222: 
5.56x45 mm 1748,63 Restrito 
7.62x51 mm 3632,01 Restrito 
 
 
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Arma de fogo de uso proibido: 
- as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais 
dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou 
- as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos. 
 
Arma de fogo obsoleta 
Armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter permanente, em razão 
de: 
✓ sua munição e seus elementos de munição não serem mais produzidos; ou 
✓ sua produção ou seu modelo ser muito antigo e fora de uso, caracterizada 
como relíquia ou peça de coleção inerte. 
 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: Guarda 
Municipal 
Nos moldes da Lei Federal nº 10.826/2003, a comercialização de armas de fogo, 
acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização 
a) do Sinarm. 
b) da Polícia Militar. 
c) da Polícia Federal. 
d) do Exército. 
e) da Guarda Municipal. 
Gabarito: B 
Comentário: De acordo com o Art. 4º, §5º, a comercialização de armas de fogo, 
acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante 
autorização do Sinarm. 
REGISTRO 
O registro da arma de fogo é na verdade a matrícula da arma de fogo que esteja vinculada 
à identificação do respectivo proprietário em banco de dados; 
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. 
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas 
no comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. 
Armas de uso PERMITIDO – Registro feito no SINARM, gerido pela POLÍCIA 
FEDERAL. 
Armas de uso RESTRITO – Registro feito no COMANDO DO EXÉRCITO, órgão 
responsável pela gestão do SIGMA. 
 
CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO 
O registro de arma de fogo é o documento que autoriza o proprietário de arma de fogo a 
mantê-la exclusivamente no interior de sua residência ou no seu local de trabalho. 
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O proprietário não poderá portar arma de fogo fora dos locais indicados, sob pena 
de responsabilidade penal. 
É possível manter em casa a arma adquirida, mas para mantê-la em casa é necessário 
possuir o registro fornecido pelo SINARM por meio da Polícia Federal. 
Já quanto a mantê-la em seu local de trabalho, o proprietário tem que ser o titular. 
Se não for o titular, a outra única possibilidade de manter sua arma em seu local de 
trabalho será se ele for o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. 
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em 
todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a 
arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou 
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, 
desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo 
estabelecimento ou empresa. 
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela 
polícia federal e será precedido de autorização do SINARM. 
 
O Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) dará o que chamamos 
de POSSE LEGAL DA ARMA. 
O órgão responsável pela expedição do certificado de registro de arma 
de fogo é Polícia Federal, com autorização do Sinarm. 
O certificado de Registro não autoriza o proprietário da arma a portá-la. 
A Lei nº 13.870/2019 trouxe uma norma penal explicativa, esclarecendo que o conceito 
de residência ou domicílio para fins de interpretação da autorização dada pelo Certificado de 
Registro de Arma de Fogo (CRAF). Desse modo, aos residentes em área rural, considera-se 
residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. 
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput 
deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do 
respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019) 
 
 
 
 
 
 
 
Certificado de 
Registro 
P O S S E 
Sua casa 
Seu local de trabalho (responsável legal pelo estabelecimento ou empresa) 
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 VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia Federal 
Julgue o item que se segue, relativo a execução penal, desarmamento, abuso de autoridade 
e evasão de dívidas. 
O registro de arma de fogo na PF, mesmo após prévia autorização do SINARM, não 
assegura ao seu proprietário o direito de portá-la. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O registro da arma de fogo é o direito de ter a guarda, é a posse 
legal que o proprietário da arma passa a ter, ou seja, a posse! É diferente do porte 
de arma de fogo, que é o direito de portar arma de fogo. 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: Técnico do MPU 
Com referência ao Estatuto do Desarmamento, julgue o item subsecutivo. 
As armas das polícias militares deverão ser registradas no Sistema Nacional de Armas. 
Gabarito: Errado 
Comentário: O SINARM não controla todas as armas de fogo; excluem-se do 
controle, por exemplo, as armas do Exército, Marinha e Aeronáutica, que têm seus 
arsenais próprios. 
As armas de fogo utilizadas pelas Forças Armadas e Auxiliares e pelas Forças 
Auxiliares são sujeitas a regramento próprio, relacionado ao Sistema de 
Gerenciamento Militar de Armas – Sigma. Forças Auxiliares é o nome pelo qual eram 
conhecidas as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares. Hoje os 
integrantes dessas formas são considerados militares para todos os efeitos. 
 
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PORTE DE ARMA DE FOGO 
É o documento que autoriza o cidadão a portar, transportar e trazer consigo uma arma 
de fogo, de forma discreta, fora das dependências de sua residência ou local de trabalho. 
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos 
previstos em legislação própria. 
O Art. 6º do Estatuto traz as exceções a essa proibição: 
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território 
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: 
 
I – Os integrantes das Forças Armadas; 
 
II– Os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do 
caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de 
Segurança Pública (FNSP); 
 
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados 
e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes, nas condições 
estabelecidas no regulamento desta Lei; 
 
IV – Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais 
de 50.000 e menos de 500.000 habitantes, quando em serviço; 
 
V – Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e 
os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança 
Institucional da Presidência da República; 
 
VI – Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no 
art. 52, XIII, da Constituição Federal; 
 
VII – Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas 
prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas 
portuárias; 
 
VIII – As empresas de segurança privada e de transporte de valores 
constituídas, nos termos desta Lei; 
 
IX – Para os integrantes das entidades de desporto legalmente 
constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas 
de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que 
couber, a legislação ambiental. 
 
X - Integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do 
Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e 
Analista Tributário. 
 
XI – Os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da 
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, 
para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que 
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma 
de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ 
e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. 
 
As pessoas previstas nos 
incisos I, II, III, V e VI do 
caput deste artigo terão 
direito de portar arma 
de fogo de propriedade 
particular ou fornecida 
pela respectiva 
corporação ou 
instituição, mesmo fora 
de serviço 
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§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste 
artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade 
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, 
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com 
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, 
II, V e VI. 
 
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas 
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou 
fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de 
serviço, desde que estejam: 
I - Submetidos a regime de dedicação exclusiva; 
II - Sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e 
III - Subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. 
AUTORIZAÇÃO PARA O PORTE DE ARMA DE FOGO DAS GUARDAS 
MUNICIPAIS 
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território 
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: 
(...) 
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados 
e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes, nas condições 
estabelecidas no regulamento desta Lei; 
(…) 
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que 
integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de 
fogo, quando em serviço. 
 
STF AUTORIZA PORTE DE ARMA PARA GUARDAS-MUNICIPAIS DE CIDADES 
PEQUENAS 
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou, por 
meio de liminar, o uso de arma de fogo para guardas municipais de quaisquer 
cidades. O Estatuto de Desarmamento previa a permissão apenas para capitais e 
cidades com mais de 500 mil habitantes. Para o ministro, no entanto, é "primordial" 
que os diversos órgãos governamentais estejam entrosados no combate à 
"criminalidade violenta e organizada, à impunidade e à corrupção" 
ADI 5.948 Diante do exposto, nos termos dos arts. 10, § 3º, da Lei 9.868/99 
e 21, V, do RISTF, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR PLEITEADA, ad referendum do 
Plenário, DETERMINANDO A IMEDIATA SUSPENSÃO DA EFICÁCIA das expressões das 
capitais dos Estados e com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, no inciso 
III, bem como o inciso IV, ambos do art. 6º da Lei Federal nº 10.826/2003. 
Alexandre de Morais, 29/6/2018. 
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PORTE PARA CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA 
Art. 6º, § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos que 
comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua 
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o 
porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de 
uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 ou 2 canos, de 
alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16, desde que o interessado 
comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser 
anexados os seguintes documentos: 
I - Documento de identificação pessoal 
 II - Comprovante de residência em área rural; 
III - Atestado de bons antecedentes. 
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de 
fogo, independentemente de outras tipificações penais, responderá, 
conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de 
uso permitido. 
 
O aluno deve observar os critérios cumulativos para que seja permitida a concessão do 
porte para Caçador de Subsistência: 
- maior de 25 anos; 
- residente em área rural; 
- dependa de caçar para sobreviver. 
AUTORIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA PARA OS RESPONSÁVEIS PELA 
SEGURANÇA DE CIDADÃOS ESTRANGEIROS EM VISITA OU SEDIADOS 
NO BRASIL 
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de 
arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros 
em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos 
do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de 
trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores 
e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial 
de tiro realizada no território nacional. 
 
Quando, por exemplo, alguma autoridade estrangeira realiza alguma visita ao Brasil e 
necessita que seus seguranças ingressem no país armados, a autorização do porte é de 
competência do Ministério da Justiça. 
No caso do o registro e concessão de porte de trânsito de arma de fogo para 
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição 
internacional oficial de tiro realizada no território nacional, a competência é do Comando do 
Exército. 
 
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MUDE SUA VIDA! 
62 
 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
Ano: 2020 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Prova: Guarda Civil 
Municipal 
Teotônio é proprietário rural, atuando em área de pequeno porte onde habita com sua 
família e colhe para subsistência. E com pequeno excesso de produção, atua vendendo os 
produtos nas feiras próximas. Tendo em vista que não existem órgãos de segurança pública no 
distrito onde exerce a agricultura, requer autorização para portar arma. Nos termos do estatuto 
do desarmamento, aos residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que 
comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar 
familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, comprovados os requisitos 
legais, na categoria caçador para subsistência. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: Os critérios previstos para a concessão do porte para caçador 
para subsistência são encontrados no Art. 6º, § 5º, dentre eles, ser maior de 25 
anos, residente em área rural e comprovar que dependa de caçar para sobreviver. 
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: Policial Rodoviário Federal 
No que concerne ao abuso de autoridade e aoEstatuto do Desarmamento, julgue o item a 
seguir. 
Supondo que determinado cidadão seja responsável pela segurança de estrangeiros em 
visita ao Brasil e necessite de porte de arma, a concessão da respectiva autorização será de 
competência do ministro da Justiça. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Segundo o Art. 9º, compete ao Ministério da Justiça. 
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os 
responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, 
ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão 
de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de 
representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no 
território nacional. 
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: Guarda Municipal 
Considere que Flora é ocupante de cargo de Guarda Municipal Feminino de um Município com 
90 mil habitantes, que não integra nenhuma região metropolitana. Nessa situação hipotética, a Lei 
Federal nº 10.826/2003 estabelece, expressamente, que Flora 
a) não tem direito a usar arma de fogo em serviço. 
b) tem direito a usar arma de fogo em serviço e fora dele. 
c) não pode usar arma de fogo por ocupar cargo de Guarda Feminino. 
d) tem direito a usar arma de fogo em serviço. 
e) deve usar a sua arma de fogo particular quando em serviço. 
Gabarito: D 
Comentário: Apesar da recente decisão do STF, a lei não foi mudada e ainda 
estabelece – expressamente – que é proibido o porte de arma de fogo em todo o 
território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para os 
integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta 
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço. 
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63 
 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
OBJETO MATERIAL 
Em regra, os crimes do Estatuto do Desarmamento possuem como objeto material: 
- arma de fogo; 
- acessório; 
- munição. 
Há 2 crimes no Estatuto do Desarmamento que não possuem como objeto 
material a arma, acessório ou munição de forma alternativa. 
O crime de Omissão de Cautela (Art. 13, caput) tem como objeto material 
apenas a arma de fogo. 
O crime de Disparo de Arma de Fogo (Art. 15) possui como objeto material a 
arma de fogo e a munição, não incluindo o acessório. 
ARMA DE FOGO 
Uma arma de fogo é um tipo de arma capaz de disparar um ou mais projéteis em alta 
velocidade por meio de uma ação pneumática provocada pela expansão de gases resultantes da 
queima de um propelente de alta velocidade 
O aluno deve ter conhecimento da jurisprudência acerca das peculiaridades existentes 
dos objetos materiais. Tenham bastante atenção. 
Arma DESMUNICIADA ou DESMONTADA: 
Para a configuração dos crimes, é considerada objeto material a arma de fogo 
independentemente de estar carregada ou montada. Assim, até mesmo a arma desmontada é 
considerada objeto material. 
Este Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacificada no sentido de que o 
porte ilegal de arma de fogo desmuniciada ou desmontada configura hipótese de 
perigo abstrato, bastando apenas a prática do ato de levar consigo para a 
consumação do delito. Dessa forma, eventual nulidade do laudo pericial, ou até 
mesmo a sua ausência, não impede o enquadramento da conduta. 
STF (HC 119154/BA) e STJ (HC 248580/2014) 
Ainda que a arma esteja desmuniciada e que não esteja gerando situação de perigo 
real no momento é CRIME, pois o crime é de perigo abstrato. 
STJ (1400337/2013) e STF(RHC 117566/2013) 
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. ARTIGO 14 DA LEI 10.826/03. PORTE 
ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. ARMA DESMUNICIADA. TIPICIDADE 
DA CONDUTA. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 
O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é de mera conduta e de 
perigo abstrato, consumando-se independentemente da ocorrência de efetivo 
prejuízo para a sociedade, sendo que a probabilidade de vir a ocorrer algum dano é 
presumida pelo tipo penal. (...) É irrelevante para a tipificação do art. 14 da Lei 
10.826/03 o fato de estar a arma de fogo municiada (...). 
STF, HC 107.447/ES, 03.06.2011 
 
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64 
 
Realização de PERÍCIA na arma: 
O exame pericial é DISPENSÁVEL e PRESCINDÍVEL para a comprovação do porte ou posse. 
A falta do exame pericial pode ser suprida por outros meios de prova. 
Por ser um crime de perigo abstrato, é dispensável, para a sua configuração, a realização 
de exame pericial a fim de atestar a potencialidade lesiva da arma de fogo apreendida. 
O posicionamento perfilhado pelo Tribunal de origem coaduna-se com a 
jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, que é no sentido de que o crime 
previsto no art. 14 da Lei n. 10.826/2003 é de perigo abstrato, sendo 
desnecessário perquirir sobre a lesividade concreta da conduta, porquanto 
o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, e sim a segurança 
pública e a paz social, colocadas em risco com a posse da arma de fogo, ainda que 
desprovida de munição, revelando-se despicienda a comprovação do potencial 
ofensivo do artefato através de laudo pericial. 
STJ, Quinta Turma, 23/10/2018 
Laudo pericial REALIZADO: 
É importante ficar atento, porém, ao detalhe: mesmo sendo crime de perigo abstrato, se a 
arma de fogo for apreendida, periciada, e se for constatada a sua inaptidão para disparo, então 
o fato será ATÍPICO. Deve existir o vínculo ao laudo pericial quando houver. 
 
DIREITO PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E CONCEITO TÉCNICO DE ARMA 
DE FOGO. 
Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o 
instrumento apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de 
arma de fogo, por estar quebrado e, de acordo com laudo pericial, 
totalmente inapto para realizar disparos. 
Informativo 544/STJ: 
Demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma de fogo para o disparo, é atípica 
a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de afetação do 
bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia 
absoluta do meio. 
Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/18 
 
Apesar de ser dispensável, caso a perícia tenha sido realizada e o laudo pericial 
confeccionado atestar a incapacidade de produzir disparos (arma inapta), ele será vinculado e 
tornará o fato atípico. 
 
Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento 
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por 
estar quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar 
disparos 
397.473/DF, 19.08.2014, Informativo 544 
STJ 15.09.2015, Informativo 570. 
 
 
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65 
 
Arma com REGISTRO VENCIDO 
Fato atípico 
INFORMATIVO 572 do STJ - Atipicidade da conduta de posse ilegal de arma de 
fogo de uso permitido com registro vencido. 
Arma de brinquedo 
Atualmente, portar ou possuir arma de brinquedo é fato atípico, restringindo-se à seara 
de infração administrativa. 
Mesmo assim, o Estatuto veda a comercialização de armas de brinquedo em seu Art. 26: 
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a 
importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, 
que com estas se possam confundir. 
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os 
simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de 
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército. 
São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, 
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir (Art. 26). Esta regra 
tem exceções, quando a réplica ou simulacro se destina à instrução,a adestramento, ou à 
coleção de usuário autorizado. 
 
Arma de Pressão ou “Chumbinho” 
Não são consideradas armas de fogo para o Estatuto do Desarmamento e não são objetos 
materiais. 
Não se esqueça, porém, de que o uso de simulacro de arma de fogo ou arma 
de brinquedo configura a elementar “ameaça”, caracterizadora do crime de roubo 
(Art.157, caput do CP), mas não uma causa de aumento de pena do Art.157, §2º. 
ACESSÓRIO 
São quaisquer objetos que, acoplados à arma: 
- Melhoram o seu funcionamento ou precisão (melhoram o desempenho) (ex.: 
luneta, mira a laser etc.); 
- Modificam o efeito secundário do tiro (ex.: silenciador); 
- Alteram o aspecto visual da arma. 
 
Não são consideradas acessórias partes isoladas da arma (cano, cabo etc.), 
nem objetos que não alteram o funcionamento da arma (coldre, por exemplo). 
MUNIÇÃO 
Munição é o projétil a ser disparado de uma arma de fogo, incluindo o cartucho, que é um 
tubo oco, geralmente de metal, com um propelente no seu interior; na sua parte aberta fica 
preso o projétil e na sua base encontra-se o elemento de iniciação. Em casos isolados, os 
Tribunais têm admitido a aplicação do Princípio da Insignificância em casos de apreensão de 
munição desacompanhadas da arma de fogo. 
 
 
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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Princípio da Insignificância 
A apreensão de ÍNFIMA QUANTIDADE de munição desacompanhada de arma de fogo, 
excepcionalmente, a depender da análise do caso concreto, pode levar ao 
reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da ausência de exposição de risco 
ao bem jurídico tutelado pela norma. 
STF, 13/11/2017; STJ n.º 108/2018 
MUNIÇÃO USADA COMO CHAVEIRO OU COLAR 
Munição usada como chaveiro ou colar: 
A natureza do projétil é descaracterizada mediante a utilização em obra de 
arte ou para confecção de chaveiro, colar etc. 
STJ, 16/05/2017 
BENS JURÍDICOS PROTEGIDOS 
Objeto jurídico imediato: segurança coletiva (Segurança Pública e incolumidade 
pública). 
Objetos jurídicos mediatos/secundários: vida, saúde, patrimônio, incolumidade 
física. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO 
Os crimes do Estatuto do Desarmamento são, em regra, praticados de forma dolosa. 
A exceção é justamente o único crime culposo do Estatuto do Desarmamento – o crime de 
Omissão de Cautela (Art. 13, caput), que possui como elemento subjetivo a culpa. 
 
AÇÃO PENAL 
NATUREZA JURÍDICA DOS CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
É majoritário o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de 
Justiça segundo o qual os crimes do Estatuto do Desarmamento são de perigo abstrato ou 
presumido, significando que sua ofensividade já está presumida na própria lei. Ou seja, para 
que exista o crime, não há necessidade de uma situação real de perigo para alguém. 
Assim, todos os crimes do Estatuto do Desarmamento são de perigo abstrato. 
 
 Os crimes previstos na Lei de Armas são crimes de perigo abstrato, em que 
se presume a potencialidade lesiva, razão pela qual é dispensável a análise a respeito 
da potencialidade lesiva da arma ou da munição apreendida, tampouco a 
demonstração de perigo concreto à sociedade. 
STJ, 07/08/2017. 
 
 
 
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67 
 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: Defensor Público 
A respeito dos delitos tipificados na legislação extravagante, julgue o item a seguir, 
considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. 
O porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, ainda que a arma esteja desmuniciada ou comprovadamente inapta a realizar 
disparos, configura delito de porte ilegal de arma de fogo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Vimos que a arma comprovadamente inapta para produzir 
disparos configura crime impossível por ineficácia absoluta do meio. 
Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - Promotor de Justiça 
O crime de porte de arma de fogo (Art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é um crime de perigo 
concreto. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: É majoritário o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do 
Superior Tribunal de Justiça segundo o qual os crimes do Estatuto do Desarmamento 
são de perigo abstrato ou presumido, significando que sua ofensividade já está 
presumida na própria lei. Ou seja, para que exista o crime não há necessidade de 
uma situação real de perigo para alguém. 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: Juiz de Direito Substituto. 
Considerando o entendimento sumulado e a jurisprudência do STJ acerca da 
interpretação da Lei n.º 10.826/2003, que dispõe sobre o registro, a posse e a comercialização 
de armas de fogo e munição, assinale: 
A inaptidão de arma de fogo para efetuar disparos, ainda que comprovada por laudo 
pericial, não é excludente de tipicidade. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Vimos que a arma comprovadamente inapta para produzir 
disparos configura crime impossível por ineficácia absoluta do meio. 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-SE Prova: CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia 
Julgue o item seguinte, referente a crimes de trânsito e a posse e porte de armas de fogo, 
de acordo com a jurisprudência e legislação pertinentes. 
O porte de arma de fogo de uso permitido sem autorização, mas desmuniciada, não 
configura o delito de porte ilegal previsto no Estatuto do Desarmamento, tendo em vista ser um 
crime de perigo concreto cujo objeto jurídico tutelado é a incolumidade física. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Como vimos, não importa se a arma a estiver municiada ou 
desmuniciada, ela funcionará como objeto material do crime. O outro erro da questão 
está em afirmar que o objeto jurídico tutelado seria a incolumidade física, mas vimos 
que é a incolumidade pública. 
 
 
 
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68 
 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: Técnico do MPU 
Com referência ao Estatuto do Desarmamento, julgue o item subsecutivo. 
Se uma pessoa for flagrada portando um punhal que tenha mais de 12 cm e dois gumes, 
ela poderá responder pelo crime de porte ilegal de arma, previsto no Estatuto do 
Desarmamento. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Punhal não se enquadra como objeto material do Estatuto do 
Desarmamento. Arma branca não tipifica os crimes do Estatuto, e sim arma de fogo. 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público 
Tales foi preso em flagrante delito quando transportava, sem autorização legal ou 
regulamentar, dois revólveres de calibre 38 desmuniciados e com numerações raspadas. 
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base na jurisprudência 
dominante dos tribunais superiores relativa a esse tema. 
O fato de as armas apreendidas estarem desmuniciadas não tipifica o crime de posse ou 
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito em razão da total ausência de potencial lesivo da 
conduta. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: errado 
Comentário: Como vimos, não importa se a arma estiver municiada ou 
desmuniciada, ela funcionará como objeto material do crime. 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Civil 
De acordo com o entendimento da doutrina e dos tribunais superiores sobre o Estatuto 
do Desarmamento, especialmente quanto às armas de fogo, o porte de arma de fogo de uso 
permitido com a numeração raspada equivale penalmente ao porte de arma de fogo de uso 
restrito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: Hipótese prevista no Art. 16, Inciso IV. 
Parágrafo 1º. Nas mesmas penas incorre quem: 
 IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com 
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou 
adulterado.https://www.alfaconcursos.com.br/
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CRIMES EM ESPÉCIE 
Por questões didáticas, iremos estudar os crimes na sequência abaixo: 
 
 
Omissão de Cautela – Art. 13 
Disparo de arma de fogo – Art. 15 
Comércio Ilegal de arma de fogo – Art. 17 
Tráfico internacional de armas – Art. 18 
 
ART. 12. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO 
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório 
ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou 
dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que 
seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou 
empresa. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
CONDUTA TÍPICA 
A conduta tipificada no Art.1 2 é a de possuir ou manter a arma/acessório/munição, de 
uso permitido na SUA CASA (interior, dependências) ou LOCAL DE TRABALHO (titular ou 
responsável legal), porém SEM O REGISTRO no órgão competente. 
Obs.: Não se exige a propriedade da arma, basta a “posse” ou “guarda”, estando 
configurado o crime o agente que possuir, por exemplo, a arma de calibre permitido em sua 
residência sem o certificado de registro, mesmo que a propriedade da arma não esteja 
vinculada a ele. 
 
ELEMENTO ESPACIAL DO TIPO PENAL 
Conforme já visto anteriormente, o registro da arma no órgão competente autoriza seu 
proprietário a mantê-la - exclusivamente - no interior de sua residência, domicílio ou 
dependência, ou, ainda, no seu local de trabalho (ele deve ser o titular ou o responsável legal 
pelo estabelecimento ou empresa). 
 
 
 
 
 
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70 
 
Arma encontrada em boleia de caminhão 
O STJ entendeu que o transporte da arma na boleia configurava PORTE, e não 
POSSE, já que a boleia não seria casa para estes fins. Vejamos: 
1. O caminhão é instrumento de trabalho do motorista, assim como, mutatis 
mutandis, a espátula serve ao artesão. Portanto, não pode ser considerado extensão 
de sua residência, nem local de seu trabalho, mas apenas um meio físico para se 
chegar ao fim laboral. 
2. Arma de fogo apreendida no interior da boleia do caminhão tipifica o delito 
de porte ilegal de arma (Art. 14 da Lei n. 10.826/2003). 
(…) 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. INTERIOR DE CAMINHÃO. CONFIGURAÇÃO DO 
DELITO TIPIFICADO NO ART. 14 DA LEI 10.826/2003. 
1. Configura delito de porte ilegal de arma de fogo se a arma é apreendida no 
interior de caminhão. 
2. O caminhão não é um ambiente estático, não podendo ser reconhecido como 
local de trabalho. 
 (REsp 1219901/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA 
TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 10/05/2012) 
SUJEITO ATIVO 
O crime do Art. 12 é comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo do delito é a coletividade. Trata-se, portanto, de crime vago. 
 
CONSUMAÇÃO 
O crime se consuma no momento que o objeto material entra na residência ou no 
estabelecimento comercial. Trata-se de crime permanente e de mera conduta (sem 
modificação no mundo exterior) em que a prisão em flagrante é possível enquanto não cessada 
a conduta. Mesmo de difícil acontecimento, a tentativa é possível. 
OBJETO MATERIAL 
Armas (de uso permitido) 
Acessório: 
Como já vimos, acessórios são quaisquer objetos que, acoplados à arma, melhoram 
o desempenho, modificam o efeito secundário do tiro ou alteram o aspecto visual da 
arma. 
 
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71 
 
Munição 
Princípio da Insignificância 
A apreensão de ÍNFIMA QUANTIDADE de munição desacompanhada de arma de fogo, 
excepcionalmente, a depender da análise do caso concreto, pode levar ao 
reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da ausência de exposição de risco 
ao bem jurídico tutelado pela norma. 
STF, 13/11/2017; STJ n.º 108/2018 
Única Conduta, porém, várias armas: Crime único. 
ART. 14 – PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, 
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, 
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou 
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo 
quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. 
 
Trata-se de um tipo misto alternativo, ou seja, um crime de conduta múltipla ou variada 
(plurinuclear). A prática de várias condutas no mesmo contexto fático, portanto, configura um 
crime único. Condutas em contextos fáticos diferentes configura concurso de crimes. 
CONDUTA TÍPICA 
Embora a denominação legal do delito seja “Porte Ilegal de arma de fogo de uso 
permitido”, é fácil notar que o texto legal possui abrangência muito maior, já que existem outras 
inúmeras condutas típicas. 
As ações nucleares são portar, deter, adquirir, ter em deposito, receber, ceder, 
transportar, entre outras. 
SUJEITO ATIVO 
O crime do Art. 16 é comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo do delito é a coletividade. Trata-se, portanto, de crime vago. 
CONSUMAÇÃO 
O crime se consuma quando o agente realiza as condutas típicas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal. É um crime de mera conduta. 
Como exemplo, imaginemos a situação em que um indivíduo que possui ilegalmente uma 
arma de uso permitido resolve sair de casa e ir ao shopping. Como não possui o respectivo 
porte, o crime de porte ilegal do Art. 14 estará caracterizado. Caso o mesmo indivíduo não tenha 
o CRAF e seja encontrado em casa, ele responderá pelo Art. 12 (Posse Ilegal de arma). Caso 
esteja fora desse elemento especial (casa ou local de trabalho em que seja representante legal, 
por exemplo), responderá pelo Art. 14. 
 Trata-se de um crime de ação múltipla (tipo misto alternativo) em que a realização de 
mais de uma conduta típica em relação ao mesmo objeto material configura crime único. 
Em alguns verbos admite-se a tentativa (ex.: tentativa de aquisição de arma de fogo). 
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72 
 
OBJETO MATERIAL 
Arma sem munição (descarregada): Crime. 
Arma Desmontada: Crime. 
 
INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO 
 O crime previsto neste artigo é inafiançável 
O Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, a ação para declarar a 
inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 014 e 015 e do artigo 021 
da Lei nº 10826, de 22 de dezembro de 2003. 
Plenário, 02.05.2007. 
Acórdão, DJ 26.10.2007. 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-SE Prova: CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia 
Julgue o item seguinte, referente a crimes de trânsito e a posse e porte de armas de fogo, 
de acordo com a jurisprudência e legislação pertinentes. 
Situação hipotética: Um policial militar reformado foi preso em flagrante delito por portar 
arma de fogo de uso permitido, sem autorização legal e sem o devido registro do armamento. 
Assertiva: Nessa situação, a autoridade policial não poderá conceder fiança, porquanto o 
Estatuto do Desarmamento prevê que o fato de a arma não estar registrada no nome do agente 
torna inafiançável o delito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: O Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, a ação 
para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 014 e 015 e 
do artigo 021 da Lei nº 10826, de 22 de dezembro de 2003. 
Plenário, 02.05.2007. 
Acórdão, DJ 26.10.2007. 
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Câmara dos Deputados Prova: Analista Legislativo 
Julgue o seguinte item, acerca de crimes relacionados a arma de fogo e à propriedade 
industrial. 
Se um indivíduo que não possua portede arma de fogo transportar, a pedido de um amigo 
que possua o referido porte, munição de uma arma de fogo e, estando sozinho nessas 
circunstâncias, for encontrado pela polícia, tal fato configurará crime previsto em lei. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A autorização para o porte ou a posse é personalíssima e 
intransferível. 
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73 
 
ART. 16, CAPUT – POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO 
PROIBIDO OU RESTRITO 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em 
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, 
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. 
 
Iniciamos o nosso estudo do Art. 16 com a informação de que se trata de um crime 
hediondo e que teremos atualização decorrida do Pacote Anticrime. 
Inicialmente vamos contextualizar a diferença entre o crime do Art. 14 e Art. 16. 
Quando a arma de fogo é de uso restrito ou proibido, o crime do Art. 16 vale tanto para 
a posse ilegal como também para o porte ilegal. 
Por outro lado, quando a arma de fogo é de uso permitido, a posse ilegal caracteriza o 
delito do Art. 12, enquanto o porte ilegal acarreta o delito do Art. 14. 
Desse modo, contemplamos que o Art. 16 está punindo tanto a posse quanto o porte de 
arma proibida ou restrita. 
 
PACOTE ANTICRIME 
Na redação anterior, realizar as condutas descritas no caput tanto com arma de calibre 
restrito quanto com arma de calibre proibido tinham a mesma pena, o mesmo preceito 
secundário (reclusão, de 3 a 6 anos, e multa). 
Com a publicação da Lei nº 13.964/2019, o legislador majorou o preceito secundário das 
condutas quando elas forem realizadas com armas de uso proibido, passando para reclusão 
de 4 a 12 anos. 
 
CONDUTA TÍPICA 
Este tipo também descreve múltiplas condutas (13 verbos típicos), de modo que a prática 
de mais de uma delas, pelo mesmo agente, dentro do mesmo contexto fático, configurará o 
cometimento de um único crime (ou seja, o agente não responderá pelo concurso de crimes). 
O Art.16 pune tanto a posse quanto o porte de arma proibida ou restrita. Ou seja, ter uma 
arma proibida em casa ou andar com uma arma proibida pelas ruas configura o mesmo crime. 
A conduta típica nada mais é que realizar os verbos do tipo com o determinado elemento 
normativo do tipo: Sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
 
SUJEITO ATIVO 
O crime do Art. 16 é comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo do delito é a coletividade. Trata-se, portanto, de crime vago. 
 
 
 
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74 
 
CONSUMAÇÃO 
O crime se consuma quando o agente realiza as condutas típicas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal. É um crime de mera conduta. A tentativa é, em tese, 
possível, como por exemplo, tentar adquirir arma de fogo de uso restrito. 
 
OBJETO MATERIAL 
Arma sem munição (descarregada): Crime 
Arma Desmontada: Crime! 
 
NATUREZA HEDIONDA 
Lei nº 13.497, de 26 de outubro de 2017. 
Altera a Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o crime de posse ou porte 
ilegal de arma de fogo de uso restrito no rol dos crimes hediondos. 
 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
O bem jurídico tutelado é a incolumidade pública, especificamente a segurança pública. 
 
BEM JURÍDICO 
Segundo o STF, o bem jurídico tutelado pelo Art. 16, além da PAZ e SEGURANÇA 
PÚBLICAS, também protege a SERIEDADE DOS CADASTROS DO SISTEMA NACIONAL DE 
ARMAS. 
Essa informação possui uma relevância imensa em virtude da possibilidade ou não da 
aplicação do Princípio da Consunção e concurso de crimes. 
Exemplo: CONCURSO DE CRIMES – ART. 14 x ART. 16. 
Caso concreto: Indivíduo encontrado com munições de arma permitida (.38) e possuía 
arma de fogo com numeração raspada (calibre.38) – no mesmo contexto fático. 
 
Conforme se depreende dos autos, Alberto, além das munições, possuía sob 
sua guarda uma arma de fogo calibre 38, com numeração raspada 
É assente, nesta Corte Superior, o entendimento de não ser possível a 
aplicação do princípio da consunção entre os crimes previstos nos arts. 14 e 
16 da Lei 10.826/2003, uma vez que o delito capitulado neste último tutela, 
além da paz e segurança pública, os cadastros no Sistema Nacional de 
Armas, resguardando bens jurídicos distintos, assistindo, no ponto, razão ao 
órgão ministerial. 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.745.037 - MG (2018/0132570-0) 
 
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75 
 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. 
PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E DE USO RESTRITO. DELITOS 
DIVERSOS. ART. 14 E 16 DA LEI N. 10.826/2003. CRIME ÚNICO. IMPOSSIBILIDADE. 
RECONHECIMENTO DE CONCURSO FORMAL. 1. A prática, em um mesmo 
contexto fático, dos delitos tipificados nos artigos 14 e 16 da Lei n. 
10.826/2003, configuram diferentes crimes porque descrevem ações 
distintas, com lesões a bens jurídicos diversos, devendo ser somados em 
concurso formal. 2. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 1588298 / MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2016, DJe 12/05/2016) 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMAS DE 
FOGO E MUNIÇÕES DE USO RESTRITO E PERMITIDO. ARTS. 14 E 16 DA LEI N. 
10.826/03. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. BENS JURÍDICOS 
DISTINTOS. I. As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e 
de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto fático, configuram concurso 
formal de delitos. II. O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e 
segurança públicas, também protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional 
de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão a bens 
jurídicos diversos. III. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1619960 / MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 01/08/2017) 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 16 DA LEI 10.826/03. ATIPICIDADE DA CONDUTA. CRIME DE MERA 
CONDUTA E DE PERIGO ABSTRATO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE EXCEPCIONAL. 
PEQUENA QUANTIDADE DE MUNIÇÃO. MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA. ATIPICIDADE MATERIAL. 
ORDEM CONCEDIDA. 
1. A jurisprudência desta Corte é remansosa no sentido de que o delito previsto no Art. 16 da Lei nº 
10.826/2003 tem como bem jurídico tutelado a incolumidade pública, sendo de mera conduta e de perigo 
abstrato, bastando a posse/porte de arma ou munição, sem autorização devida, para tipificar a conduta. 
Dessa forma, também se mostra irrelevante especular sobre a aplicação do princípio da insignificância. 
2. Recentemente, no entanto, a Sexta Turma desta Corte, seguindo a linha jurisprudencial traçada pelo 
Supremo Tribunal Federal no julgamento do RHC 143.449/MS, vem reconhecendo, excepcionalmente, 
a atipicidade material da posse/porte de pequenas quantidades de munições, 
desacompanhadas de arma de fogo, quando inexistente a potencialidade lesiva ao bem jurídico 
tutelado. Ressalva do entendimento pessoal desta Relatora. 
3. Na espécie, foram encontradas no porta-luvas do carro de propriedade do paciente apenas 04 (quatro) 
munições, sendo 03 (três) de calibre.40 e 01 (uma) de calibre 9mm, desacompanhadas de artefato 
belicoso a indicar o possível emprego imediato dos cartuchos. Deve-se, portanto, reconhecer a atipicidade 
material, em razão da mínima ofensividade da conduta do agente. 
4. Ordem concedida para absolver o paciente da prática do delito tipificado no Art. 16 da Lei n. 
10.826/2003, com fundamento no art. 386, III, do Código de Processo Penal. 
STJ HC 442036/SP19/06/2018 
 
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76 
 
2ª Turma concede HC a policial aposentado condenado após ser flagrado com uma cápsula de 
fuzil. Por unanimidade e com base no princípio da insignificância, a Segunda Turma do 
Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu, nesta terça-feira (17), Habeas corpus (HC 
154390) para reconhecer a atipicidade da conduta imputada a um policial civil aposentado, 
condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão por ter sido flagrado na posse de uma munição de 
fuzil calibre 762. 
O ministro Dias Toffoli explicou que o crime previsto no artigo 16 da Lei 10.826/2003, de 
acordo com a jurisprudência, é crime de perigo abstrato, cuja consumação independe de 
demonstração de sua potencialidade lesiva. Contudo, para o relator, a hipótese dos autos 
permite que se afaste esse entendimento, uma vez que a conduta de manter a posse de uma 
única munição não gera perigo para a sociedade, de modo a ofender o bem jurídico tutelado 
pela norma penal. 
STF (HC 154390) - 17 de abril de 2018
ART. 16. PARÁGRAFO 1º – CONDUTAS EQUIPARADAS 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de 
identificação de arma de fogo ou artefato; 
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a 
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou 
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro 
autoridade policial, perito ou juiz; 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou 
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar; 
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de 
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de 
identificação raspado, suprimido ou adulterado; 
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma 
de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; 
VI – Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou 
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo 
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 
a 12 anos. 
 
O parágrafo 1º do Art.16 apresenta tipos penais autônomos em relação ao caput. Por esta 
razão, os incisos se referem não apenas às armas de uso RESTRITO, mas também às de uso 
PERMITIDO. Porém, o parágrafo 2º trazido pelo Pacote Anticrime majora a pena em caso de 
armas de uso proibido. 
 
SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE SINAL DE IDENTIFICAÇÃO 
I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de 
identificação de arma de fogo ou artefato; 
A conduta do inciso I é praticada não só por aquele que raspa a numeração da arma, 
mas também por quem dificulta sua identificação de qualquer outra forma 
(raspando o emblema do fabricante, por exemplo). 
Artefato também é objeto material. 
Prejudica o esforço do Estado para exercer fiscalização e controle. Ex.: Granada. 
 
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77 
 
TRANSFORMAÇÃO PARA ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU PARA 
INDUZIR EM ERRO A AUTORIDADE 
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-
la equivalente a arma de fogo de uso restrito ou para fins de 
dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, 
perito ou juiz; 
Conduta 1: Modificar para torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou 
restrito 
O objeto material aqui é a arma permitida, pois apenas a arma permitida pode se 
tornar proibida ou restrita. 
Conduta 2: Modificar as características da arma para dificultar ou induzir a erro o 
policial, juiz ou perito. Dolo Específico. Esse crime se sobrepõe ao crime de fraude 
processual. Induzir a erro MP não há esse crime, apenas juiz, perito ou autoridade 
A consumação se dá com a efetiva modificação da característica da arma de fogo. 
Logo, será irrelevante que a alteração tenha conseguido ou não induzir as 
autoridades a erro. 
Princípio da especialidade - Esse crime é especial em relação ao crime de fraude 
processual do Art. 347 do CP. Ou seja, esse inciso II é norma especial em relação ao 
inciso 347 do CP. 
 
POSSE, FABRICAÇÃO OU EMPREGO DE ARTEFATO EXPLOSIVO OU 
INCENDIÁRIO 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou 
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar; 
O objeto material não é nem arma de fogo, nem acessório, nem munição; é artefato 
explosivo ou incendiário. Ex.: dinamite, bomba de fabricação caseira etc. 
Efetiva posse já é suficiente para consumar o crime, não havendo a necessidade da 
aplicação do artefato. 
Portar GRANADA DE GÁS LACRIMOGÊNIO OU DE PIMENTA NÃO CONFIGURA crime do 
Estatuto do Desarmamento. 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO. DELITO TIPIFICADO NO ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, III DA 
LEI N. 10.826/2003. PORTE DE ARTEFATO EXPLOSIVO. GRANADA DE GÁS 
LACRIMOGÊNIO/PIMENTA. INADEQUAÇÃO TÍPICA. A conduta de portar uma granada de 
gás lacrimogênio e outra de gás de pimenta não se subsome ao delito previsto no 
Art. 16, parágrafo único, III, da Lei n. 10.826/03. 
STJ, 21/02/2017 (Info n. 599/STJ). 
Não há discussão sobre a tipicidade do ato praticado por quem porta artefato explosivo. A 
discussão está relacionada à definição de explosivo, e ao fato de essa definição alcançar ou 
não as granadas de gás lacrimogênio e gás de pimenta. O Tribunal deu definição técnica para 
o que seria um explosivo. 
No entanto, não será considerado explosivo o artefato que, embora ativado por explosivo, não 
projete e nem disperse fragmentos perigosos como metal, vidro ou plástico quebradiço, não 
possuindo, portanto, considerável potencial de destruição. 
 
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PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA 
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo 
com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação 
raspado, suprimido ou adulterado; 
Não importa se é arma permitida ou proibida. 
No inciso I é aplicado ao agente que altera materialmente os sinais de identificação da 
arma. 
No Inciso IV, punem-se as condutas posteriores à adulteração, como transportar, 
adquirir, fornecer. 
 
VENDA, ENTREGA OU FORNECIMENTO DE ARMA DE FOGO A CRIANÇA 
OU ADOLESCENTE 
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de 
fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; 
A conduta, aqui, é dolosa, diferentemente do que ocorre no crime de omissão de 
cautela (Art. 13). 
 
A doutrina aponta que o inciso V do Art.16 derrogou o Art. 242 da Lei 8.069/90 
(Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), que tem a seguinte redação: 
Art. 242. Vender, fornecer, ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, 
a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos 
Como o inciso V do Art.16 trata apenas de arma de fogo, considera-se que somente 
a entrega de ARMAS BRANCAS (facas, machados, canivetes etc.) à criança ou ao 
adolescente é que configuraria o crime do Art.242 do ECA. 
Se for ARMA DE FOGO, MUNIÇÃO, EXPLOSIVO ou ACESSÓRIO vale o Estatuto! 
Se for ARMA BRANCA, vale o ECA! 
PRODUÇÃO, RECARGA OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO OU EXPLOSIVO 
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou 
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. 
Legislador resolveu punir a produção, recarga, reciclagem de munição, atividades que 
somente podem ser executadas com a devida autorização. 
VAMOS VER COMO ISSO É COBRADO EM PROVA! 
Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - Promotor de Justiça 
Se o objeto mediante o qual for praticado o crime de posse de arma de fogo for uma arma 
de fogo com numeração suprimida pelo sujeito, ocorrerá um concurso formal de delitos entre 
a posse e a supressão (Lei n. 10.826/2003). 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário:como observamos ao estudarmos o Art. 16, § 1º, inciso IV, é 
crime portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. 
Assim, não há concurso de crimes, e sim, crime único. 
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Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: Juiz de Direito 
Considerando o entendimento sumulado e a jurisprudência do STJ acerca da 
interpretação da Lei n.º 10.826/2003, que dispõe sobre o registro, a posse e a comercialização 
de armas de fogo e munição, julgue o item a seguir. 
O princípio da consunção aplica-se no caso de haver apreensão de armas de fogo e 
munições de uso permitido e restrito em um mesmo contexto fático. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Segundo o STJ, o Art. 14 e o Art. 16 do Estatuto do 
Desarmamento possuem bens jurídicos distintos e a prática, em um mesmo contexto 
fático, dos delitos tipificados nos artigos 14 e 16 da Lei n. 10.826/2003, configuram 
diferentes crimes porque descrevem ações distintas, com lesões a bens jurídicos 
diversos, devendo ser somados em concurso formal. 
(AgRg no REsp 1588298 / MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2016, DJe 12/05/2016) 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMAS DE 
FOGO E MUNIÇÕES DE USO RESTRITO E PERMITIDO. ARTS. 14 E 16 DA LEI N. 
10.826/03. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. BENS JURÍDICOS 
DISTINTOS. I. As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e 
de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto fático, configuram concurso 
formal de delitos. II. O Art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e 
segurança públicas, também protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional 
de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão a bens 
jurídicos diversos. III. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1619960 / MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 01/08/2017) 
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA 
Art. 13 Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que 
MENOR DE 18 ANOS ou PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA 
MENTAL se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que 
seja de sua propriedade: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Este tipo protege a sociedade contra acidentes decorrentes do manejo de arma de fogo 
por menor de idade ou pessoa com deficiência mental. 
CARACTERÍSTICAS E ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME 
Crime omissivo, culposo (negligência ou imprudência) e de menor potencial ofensivo. 
 
SUJEITO ATIVO 
Crime comum. 
SUJEITO PASSIVO 
Menor de 18 anos ou deficiente mental. 
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80 
 
OBJETO MATERIAL 
Qualquer tipo de arma de fogo (proibida ou permitida) Atenção: não estão incluídos os 
acessórios e a munição. Deixar, portanto, culposamente acessório próximo a menor ou 
deficiente mental é fato atípico. 
CONSUMAÇÃO 
A consumação ocorre com o apoderamento da arma pelo menor ou pelo portador de 
deficiência mental, independentemente de gerar ou não algum perigo. O crime é material. 
Ou seja: para sua consumação, não basta a falta de cuidado do agente em relação à guarda 
da arma, mas sim que o menor/deficiente mental efetivamente se apodere da mesma. 
Exemplo: Pai chega em casa e deixa arma em cima da mesa, sem nenhuma proteção e vai 
dormir. O filho menor de 18 anos chega em casa e vê a arma. Contudo, sequer a toca, já que 
sempre foi orientado acerca do perigo que tal objeto representa. Nessa situação, o crime não se 
consumou, já que não houve o apoderamento de arma de fogo pelo menor. O fato, portanto, 
será atípico. 
Não é possível a tentativa. 
Não se exige qualquer relação jurídica entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. 
Se o agente entrega a arma propositalmente a uma criança? Comete crime de PORTE 
ILEGAL. 
Há o crime mesmo com menor emancipado. 
O tipo penal não tutela pessoa com necessidades especiais FÍSICAS. 
 
CONCURSO DE CRIMES 
Responde exclusivamente pelo Art. 13, caput, apenas se o sujeito ativo tiver a arma legal, 
pois, em caso de arma ilegal, responderá, conforme o caso, em concurso material, com o Art. 12 
ou Art. 14 ou Art. 16. 
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA – PARÁGRAFO ÚNICO 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou 
diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores 
que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à 
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de 
arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas 
primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
SUJEITO ATIVO 
Crime próprio. Só pode o crime ser praticado por empresário de segurança ou 
empresa de transporte de valores. 
 
SUJEITO PASSIVO 
É o estado que fica prejudicado no dever de controlar as armas de fogo no Brasil. 
Duplo dever de comunicação: 
Dever de registrar ocorrência 
2. Dever de comunicar à PF. 
 A falta de qualquer uma das comunicações já confirma o crime. 
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OBJETO MATERIAL 
São objeto material do delito armas de fogo, acessórios ou munições. 
Não há especificação de arma permitida ou restrita. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO 
É unânime o entendimento segundo o qual o crime do Art. 13, parágrafo único, é 
doloso. 
CONSUMAÇÃO 
Crime a Prazo 
Segundo a lei, a consumação só se dá após 24 horas depois de ocorrido o fato. A 
doutrina, porém, assegura que a consumação se dá 24 horas da ciência do fato. 
PEGADINHA! 
Aos crimes de posse irregular de arma de fogo de uso permitido (Art.12) e de omissão 
de cautela (Art.13) são cominadas penas de detenção. 
A todos os demais crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, a pena cominada 
é reclusão. 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: Agente de Inteligência 
Ainda conforme o disposto no Estatuto do Desarmamento, julgue o próximo item. 
Comete crime o agente que deixa de observar as cautelas necessárias para impedir que 
menor de dezoito anos de idade se apodere de arma de fogo que esteja sob a sua posse, ainda 
que não haja consequências graves. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O crime do art; 13 do Estatuto do Desarmamento pune culposa 
e omissiva do agente que deixa de tomar as cautelas necessárias para evitar que 
menor de 18 anos ou deficiente mental se apodere de arma de fogo. O crime se 
consuma quando o menor de 18 anos ou deficiente mental se apoderam da arma de 
fogo, independentemente de consequências. 
Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Provas: Agente da Polícia Federal 
À luz da lei dos crimes ambientais e do Estatuto do Desarmamento, julgue o item seguinte. 
Responderá pelo delito de omissão de cautela o proprietário ou o diretor responsável de 
empresa de segurança e transporte de valores que deixar de registrar ocorrência policial e de 
comunicar à Polícia Federal, nas primeiras vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a 
perda de munição que esteja sob sua guarda. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: É responsabilidade do proprietário ou diretor responsável de 
empresa de segurança de registrar a ocorrência e comunicar à PF perda, furto, roubo 
ou extravio de arma, acessório ou munição. Caso não faça, incorrerá no crime de 
Omissão de Cautela, parágrafo único. 
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ART. 15 – DISPARO DE ARMA DE FOGO 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar 
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, 
desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro 
crime (trata-se de crime subsidiário):Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável 
SUJEITO ATIVO 
Crime Comum. Pode ser sujeito ativo do crime mesmo aquele que tenha o porte legal 
de arma. 
 
SUJEITO PASSIVO 
Coletividade. 
CONDUTAS 
Duas condutas são mencionadas no tipo penal: 
a) disparar arma de fogo; 
b) acionar munição, sem que ocorra o disparo (ex.: falha da munição). 
ELEMENTO ESPACIAL 
(...) em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em 
direção a ela. 
OBS: se a conduta ocorrer em local ermo, desabitado, não há o crime. 
Não é necessário que a conduta gere perigo real a alguém, ainda que o elemento espacial 
exija que seja praticado o delito em lugar habitado, em suas adjacências ou em via pública ou 
em direção a ela. 
ELEMENTO SUBJETIVO 
O elemento subjetivo é o dolo. O disparo acidental, portanto, não configura crime. 
 
CONSUMAÇÃO 
A consumação ocorre com o mero disparo ou acionamento da munição (crime de mera 
conduta). 
 
SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA 
A configuração do delito só existirá caso não exista crime mais grave. Caso o 
disparo/acionamento tenha por finalidade a prática de outro crime, aplica-se o princípio da 
consunção, ficando o crime menos grave (no caso, o disparo do Art.15) absorvido pelo de maior 
gravidade. 
Exemplo: “A”, desejando matar “B”, efetua contra este disparo certeiro de arma de fogo, 
consumando o homicídio. Nessa situação, “A” responderá apenas pelo homicídio. O disparo de 
arma de fogo (crime menos grave) será absorvido pelo homicídio. 
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MUDE SUA VIDA! 
83 
 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável 
CONCURSO DE CRIMES 
Disparo + Porte Ilegal (Art. 14) – Princípio da Consunção 
Pelo mesmo raciocínio, o crime do Art.15 (disparo) absorve o crime de porte ilegal 
de uso permitido (Art.14). Afinal, o porte é um meio para que se possa disparar a 
arma (crime-fim). 
APELAÇÃO CRIMINAL - PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E 
DISPARO DE ARMA DE FOGO - PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - APLICAÇÃO – (...). 
Para se efetuar disparo de arma de fogo em local habitado, primeiro é necessário 
portar a arma, constituindo-se, assim, o porte, crime-meio para o disparo e, sendo 
este crime mais grave, deve absorver aquele, delito menos grave, em observância 
ao princípio da consunção. 
TJ-MG, 16/03/2016 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Provas: Perito Criminal Federal 
Em cada item que segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva 
a ser julgada. 
Samuel disparou, sem querer, sua arma de fogo em via pública. Nessa situação, ainda que 
o disparo tenha sido de forma acidental, culposamente, Samuel responderá pelo crime de 
disparo de arma de fogo, previsto no Estatuto do Desarmamento. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: O disparo de arma de fogo possui como elemento subjetivo o 
dolo. Não é punível a modalidade culposa. 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova Agente de Inteligência 
Ainda conforme o disposto no Estatuto do Desarmamento, julgue o próximo item. 
O mero disparo de arma de fogo nas adjacências de lugar habitado é crime punido com 
reclusão, estando seu autor sujeito a um aumento de pena se for integrante dos órgãos 
elencados na lei. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O crime de disparo de arma de fogo – Art. 15 do Estatuto do 
Desarmamento – configura-se com o disparo arma de fogo ou acionamento de 
munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a 
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime. No 
Art. 20 que a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos 
órgãos e empresas referidas nos Arts. 6º, 7º e 8º da Lei. 
Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça – Matutina 
O tipo penal do Art. 15 da Lei n. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) prevê pena de 
reclusão e multa para a conduta de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar 
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, apresentando, contudo, 
uma ressalva que caracteriza ser o crime referido de natureza subsidiária, qual seja, desde que 
as condutas acima referidas não tenham como finalidade a prática de outro crime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
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84 
 
Gabarito: Certo 
Comentário: A questão é praticamente a transcrição do Art. 15 do Estatuto do 
Desarmamento. É um crime subsidiário. Caso o disparo tenha a finalidade a prática 
de outro crime, não será o crime do Art. 15. 
Podemos dizer que a segunda parte do tipo - desde que essa conduta não tenha 
como finalidade a prática de outro crime - homenageia o princípio da subsidiariedade 
(na modalidade expressa) como forma de solução do conflito aparente de normas. 
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Agente Administrativo 
Considere que, em uma briga de trânsito, Joaquim tenha sacado uma arma de fogo e 
efetuado vários disparos contra Gilmar, com a intenção de matá-lo, e que nenhum dos tiros 
tenha atingido o alvo. Nessa situação, Joaquim responderá tão somente pela prática do crime 
de disparo de arma de fogo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Vimos que o crime do Art. 15 é subsidiário. Caso o disparo tenha 
como finalidade a prática de outro crime, não será o crime do Art. 15. No caso da 
questão, o disparo foi para matar. Dessa forma, responderá por crime tentado, ou 
seja, tentativa de homicídio. 
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: SEAP-GO Prova: Agente de Segurança Prisional 
Em certo domingo, J. M. S., com vontade livre e consciente, sacou a própria arma, 
devidamente registrada, e efetuou disparos de arma de fogo, por diversão, nas proximidades 
da feira permanente de sua cidade. A ação ocorreu por volta de 10 horas, exatamente no 
momento em que J. M. S. passava de carro pela avenida central, em sentido à rodoviária. Nessa 
situação hipotética, ele responderá por 
Gabarito: C. 
Comentário: Vimos que o crime do Art. 15 é subsidiário. Caso o disparo tenha 
a finalidade a prática de outro crime, não será o crime do Art. 15. No caso da questão, 
o disparo foi por diversão e a conduta não tinha nenhum animus em relação a J.M.S. 
 
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85 
 
ART. 17 – COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO 
OU MUNIÇÃO 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter 
em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor 
à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, 
no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
 
§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito 
deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. 
pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa. 
 
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, 
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta 
criminal preexistente. 
PACOTE ANTICRIME 
Iniciamos o estudo deste crime trazendo as mudanças decorrentes do Pacote Anticrime 
que, além tornar o crime hediondo e de modificar o preceito secundário do Art. 17 caput 
(reclusão de 4 a 8 anos para reclusão de 6 a 12 anos), acrescentou o parágrafo 2º, trazendo a 
figura do agente disfarçado. 
 
SUJEITO ATIVO 
Só pode ser comerciante ou industrial, legal ou ilegal, de arma de fogo, acessório ou 
munição. Trata-se, portanto, de crime próprio. Observar que o parágrafo único equipara 
algumas atividadesà atividade comercial ou industrial para essas finalidades. O armeiro que 
exerce a atividade irregularmente, por exemplo, incorre nesse crime. 
 
SUJEITO PASSIVO 
Coletividade. 
 
OBJETO MATERIAL 
Interessante destacarmos que o Art. 17 não faz distinção entre arma de fogo de uso 
permitido e arma de fogo de uso restrito. Em outras palavras, o crime é o mesmo tanto para o 
comércio ilegal de arma de fogo de uso proibido como para o comércio ilegal de arma de fogo 
de uso permitido. Porém, o Art. 19 determina que a pena será aumentada em metade no caso 
de arma de uso proibido ou restrito. 
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada 
da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso 
proibido ou restrito. 
 
 
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86 
 
ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO 
Está contido na expressão sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar. 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
Trata-se de crime é de perigo abstrato e de mera conduta. Assim, consuma-se com a 
prática de qualquer das condutas previstas em lei, e, uma vez realizada a conduta, presume-se 
de forma absoluta o perigo à segurança pública. 
Nesse sentido, Gabriel Habib: o crime de comércio ilegal de arma de fogo consuma-se no 
momento da prática das condutas descritas no tipo, de forma reiterada, independentemente da 
produção de qualquer resultado, por tratar-se de crime de mera conduta. 
Admite-se a tentativa (crime plurissubsistente). 
O crime de comércio ilegal de arma de fogo, acessório ou munição (art. 17 da Lei n. 
10.826/2003) é delito de tipo misto alternativo e de perigo abstrato, bastando para 
sua caracterização a prática de um dos núcleos do tipo penal, sendo prescindível a 
demonstração de lesão ou de perigo concreto ao bem jurídico tutelado, que é a 
incolumidade pública. 
STJ n.º 108/2018. 
Ex.1: vizinho que vende arma a outro vizinho: não se aplica o Art. 17. 
Ex.2: dono de restaurante vende sua arma para o cliente: não se aplica o Art. 17, 
porque o dono do restaurante não exerce comércio de armas de fogo. 
Ex.3: indivíduo que comercializa armas de fogo no fundo de sua residência: aplica-
se o Art. 17. 
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, 
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta 
criminal preexistente. 
PACOTE ANTICRIME: A FIGURA DO AGENTE DISFARÇADO 
Figura trazida pela Lei nº 13.964/2019, conhecida como PACOTE ANTICRIME, o § 2º do 
Art. 17 e 18 trouxe a discussão entre as correntes contrárias ao pacote e as que apoiam acerca 
da possível permissão do “Flagrante Provocado ou preparado.” 
A Lei 13.964/2019 dentre tantas alterações importantíssimas, em algumas passagens, 
traz a nova figura do agente disfarçado que não deve ser confundido com outras técnicas 
especiais de investigação como agente infiltrado ou agente que atua em meio a uma ação 
controlada. 
Segundo Rogério Sanches, é possível esboçar a definição de agente disfarçado como 
aquele que, ocultando sua real identidade, posiciona-se com aparência de um cidadão comum 
(não chega a infiltrar-se no grupo criminoso) e, partir disso, coleta elementos que indiquem a 
conduta criminosa preexistente do sujeito ativo. O agente disfarçado ora em estudo não se 
insere no seio do ambiente criminoso e tampouco macula a voluntariedade na conduta delitiva 
do autor dos fatos. 
Os autores, ainda, fazem a distinção entre o agente infiltrado, provocador e o disfarçado: 
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PRESENÇA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS RAZOÁVEIS DE CONDUTA CRIMINAL 
PREEXISTENTE 
Para a validade da atuação do agente disfarçado deve haver a demonstração de provas em 
grau suficiente a indicar que o autor realizou antes uma conduta criminosa, circunstância 
objeto da investigação proporcionada pelo disfarce. A investigação realizada pelo agente 
disfarçado, em razão da qualificada apreensão de informações proporcionada pelo disfarce, 
colhe elementos probatórios razoáveis acerca da conduta criminosa preexistente. 
Caso a investigação descarte a conduta criminosa preexistente, ou seja, caso revele tratar-
se de vendedor casual dos produtos ilícitos, não será possível responder pelos crimes especiais 
criados pela Lei 13.964/2019. Essa observação é crucial para compreender o instituto como 
uma aposta na atuação profissional dos investigadores policiais e não simplesmente como um 
expediente capaz de levar ao alargamento de prisões de pessoas desvinculadas da prática de 
crimes. 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: STJ Prova: Analista Judiciário 
Julgue o próximo item, acerca do Estatuto do Desarmamento (Lei n.º 10.826/2003), da 
Resolução Conjunta CNJ/CNMP n.º 4/2014 e do Código Internacional Q. 
O ato de montar ou desmontar uma arma de fogo, munição ou um acessório de uso 
restrito, sem autorização, no exercício de atividade comercial constitui crime de comércio ilegal 
de arma de fogo, com a pena aumentada pela metade. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A conduta perfeitamente com o crime do Art. 18 do Estatuto do 
Desarmamento. Apensar dos verbos “montar e desmontar” passarem despercebidos, 
eles estão lá como núcleo do tipo! O Art. 19 traz que os crimes previstos nos Arts. 
17 e 18 a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, o acessório ou a munição 
forem de uso proibido ou restrito. 
ART. 18 – TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, 
ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território 
nacional, a qualquer título, de ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou 
MUNIÇÃO, sem autorização da autoridade competente: 
Pena - reclusão, de 8 a 16 anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega 
arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, 
sem autorização da autoridade competente, a agente policial 
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de 
conduta criminal preexistente. 
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PACOTE ANTICRIME 
O Pacote Anticrime modificou o preceito secundário do tipo penal, aumentando a pena e 
acrescentou o parágrafo único, onde encontramos a figura do agente disfarçado. 
São 4 as condutas do tipo: 
➢ 
➢ 
SUJEITO ATIVO 
Crime Comum. 
SUJEITO PASSIVO 
Coletividade. Crime Vago. 
OBJETO MATERIAL 
Objeto material é idêntico ao do Art. 17, inclusive no que toca à causa de aumento de pena 
prevista no Art. 19. 
CONSUMAÇÃO 
Com a prática de qualquer das condutas típicas. 
A lei presume de forma absoluta o perigo à segurança pública com a entrada de uma arma 
no Brasil de forma clandestina. Dessa formo, sendo o delito de mera conduta, esgota-se com a 
prática da conduta descrita no tipo penal, e não há resultado naturalístico. 
Nesse sentido, preleciona Gabriel Habib: o crime consuma-se no momento da prática das 
condutas descritas no tipo, independentemente da produção de qualquer resultado, por tratar-se 
de crime de mera conduta. 
A tentativa é admitida. 
No caso do favorecimento, a conduta será punível independentemente da efetiva 
entrada ou saída do material do território nacional. Basta que tenha sido praticado 
qualquer ato que configure o favorecimento 
Ex.: PF deixa o amigo embarcar no avião com caixa de munição. Porém, antes de 
decolar, outra equipe prende o colega. O amigo que foi preso responderá por 
TENTATIVA de tráfico internacional de munição. O PF que o deixou passar 
responderá por crime CONSUMADO do tráfico. Atenção: O facilitador é COAUTOR, 
e não partícipe. 
 
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MUDE SUA VIDA! 
89 
 
Não importa para a caracterização do crime de tráfico de armas se as ações nucleares 
foram praticadasno exercício de atividade comercial ou industrial. 
 
Ainda que o agente traga para dentro do território nacional uma única arma de fogo de 
uso permitido ou proibido, sem autorização, apenas para uso próprio, sem que haja 
qualquer nexo com o exercício de atividade comercial, estará configurado o crime 
de tráfico internacional de armas. 
Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018 
1. É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem 
autorização da autoridade competente, nos termos do Art. 18 da Lei n. 10.826/2003, 
mesmo que o réu detenha o porte legal da arma, em razão do alto grau de 
reprovabilidade da conduta. 
2. O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado 
no Art. 18 da Lei n. 10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta e visa a 
proteger a segurança pública e a paz social. 
3. Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição 
não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário que se 
comprove a internacionalidade da ação. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Princípio da insignificância 
Não cabe princípio da insignificância no tráfico internacional de munição. 
STF (HC97777) e STJ (HC 45099) 
 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias 
No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do 
STF, julgue o item. 
A conduta de importar uma mira telescópica de uso restrito, desacompanhada do 
armamento, é atípica, pois a simples importação do acessório para arma de fogo não configura 
a prática de delito previsto no Estatuto do Desarmamento. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Como vimos, o crime de Tráfico Internacional de Armas possui 
como objeto material arma, acessório e munição. 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: Juiz de Direito Substituto. 
Considerando o entendimento sumulado e a jurisprudência do STJ acerca da 
interpretação da Lei n.º 10.826/2003, que dispõe sobre o registro, a posse e a comercialização 
de armas de fogo e munição, assinale a opção correta. 
Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, não 
basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessária a comprovação da 
internacionalidade da ação. 
Certo ( ) Errado ( ) 
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90 
 
Gabarito: Certo 
Comentário: A questão é a transcrição da Jurisprudência do Superior Tribunal 
de Justiça que colocamos na aula. 
Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018 
Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou 
munição não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário 
que se comprove a internacionalidade da ação 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
 
FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA 
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de 
liberdade provisória. 
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O Art. 21 do Estatuto teve sua inconstitucionalidade declarada pelo STF na ADI 
3112/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 02/05/2007. 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
PACOTE ANTICRIME 
O Pacote Anticrime ampliou as possibilidades para a aplicação da causa de aumento de 
pena dos agentes que cometerem os crimes dos artigos 14,15, 16, 17 e 18. 
Se antes existia apenas o inciso I, agora, independentemente de serem praticados por 
integrante dos órgãos e empresas referidas nos Arts. 6º, 7º e 8º desta Lei, agora, qualquer 
agente, desde que reincidente específico em crimes dessa natureza, pode, também, sofrer a 
majoração da pena. 
QUESTÕES GERAIS 
A VENDA DE ARMA DE FOGO CONFIGURA QUAL CRIME? 
Art. 14: Estará configurado o crime do art. 14, se for arma permitida; 
Art. 16: Se for arma de uso restrito ou proibido, a conduta se amoldará ao tipo penal 
do art. 16; 
Art. 17: Conduta é a do art. 17 do Estatuto do Desarmamento. 
Art. 18: restará configurado o crime do art. 18, todos do Estatuto do Desarmamento. 
Não importando se a arma é permitida ou proibida, e não importando se o vendedor 
é comerciante ou não. 
ARMAS DE FOGO APREENDIDAS 
As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, 
quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente 
ao COMANDO DO EXÉRCITO, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para 
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MUDE SUA VIDA! 
92 
 
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do 
regulamento desta Lei. 
 
 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: Agente de Inteligência 
Ainda conforme o disposto no Estatuto do Desarmamento, julgue o próximo item. 
As armas de fogo apreendidas e que não interessarem à persecução penal devem ser 
encaminhadas à Polícia Federal para destruição ou doação ao comando do Exército. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Como vimos, as armas devem ser encaminhadas ao Comando do 
Exército, não à Polícia Federal. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. São Paulo: Saraiva, 2019. 
 
BRASILEIRO, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Salvador: Juspodivm, 2017. 
 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Arma de fogo encontrada em caminhão configura porte 
de arma de fogo (e não posse). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4e9cec1f5830564591
11d63e24f3b8ef>. Acesso em: 23 fev. 2020. 
 
FOUREAUX, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar, 
disponível em: https://jus.com.br/artigos/61251/a-lei-13-491-17-e-a-ampliacao-da-
competencia-da-justica-militar. 
 
GONÇALVES, Victor; BALTAZAR JÚNIOR, José Paulo. Legislação Penal Especial 
Esquematizada. São Paulo: Saraiva, 2019. 
 
LOPES JR, Aury. Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do 
júri, disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-out-20/limite-penal-lei-134912017-
fez-retirar-militares-tribunal-juri 
 
MASSON, Cléber; MARÇAL, Vinicius; Lei de Drogas: Aspectos penais e processuais penais. São 
Paulo: Método, 2018. 
 
 
SOUZA, Renee do Ó; CUNHA, Rogério Sanches; HOLMES LINS, Caroline de Assis e Silva. A nova 
figura do agente disfarçado prevista na Lei 13.964/2019, em 27 de dezembro de 2019. 
Disponível em https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/12/27/nova-figura-
agente-disfarcado-prevista-na-lei-13-9642019/ 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/12/27/nova-figura-agente-disfarcado-prevista-na-lei-13-9642019/
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/12/27/nova-figura-agente-disfarcado-prevista-na-lei-13-9642019/
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LEI Nº 11.343/2003 – LEI DE DROGAS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A Lei 11.343/2006, também denominada de Lei de Drogas, trata de forma integral 
(material e processual) toda a sistemática penal envolvendo drogas. 
 
Art. 1 Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre 
Drogas - SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, 
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; 
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao 
tráfico ilícito de drogas e define crimes. 
 
Objetivo: O Art. 1 deixa claro que o principal objetivo da Lei de Drogas é conferir 
tratamento jurídico diverso ao usuário e ao traficante de drogas. 
Premissa: A pena privativa de liberdade não contribui para o problema social do uso 
indevido de drogas, o qual deve ser encarado como problema de saúde pública e não de polícia. 
Dessa forma, ABOLIU a possibilidade da aplicação de tal pena (privativa de liberdade) ao crime 
do porte de drogaspara o consumo pessoal. 
Analisando o Art. 5º, XLIII da Constituição Federal: 
 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça 
ou anistia a prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o TERRORISMO e os definidos 
como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem 
 
Tortura, Tráfico de Drogas e Terrorismo são EQUIPARADOS A HEDIONDOS 
Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF) os chamados delitos hediondos e os que 
lhe sejam equiparados, de parelha com os crimes de natureza jurídica 
imprescritível são chamados crimes de máximo potencial ofensivo. 
Tráfico de drogas prescreve! São imprescritíveis apenas os crimes de racismo e 
ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o 
Estado democrático. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
Por meio da objetividade jurídica analisa-se o bem jurídico protegido pelo Direito Penal. 
Por exemplo, no delito de furto o bem jurídico protegido é o patrimônio, no crime de homicídio 
protege-se a vida. Na Lei de Drogas, o objeto jurídico é a Saúde Pública. 
OBJETO MATERIAL 
O objeto material do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
Nesse sentido, o objeto material nos crimes da Lei de Drogas é a droga. Nessa perspectiva, 
proclama o Art. 1º, parágrafo único da Lei nº 11.343/2006. 
Art. 1º. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como 
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar 
dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas 
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. 
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O QUE SÃO DROGAS 
Norma penal incriminadora é aquela que tem dois preceitos: preceito primário (define a 
conduta criminosa) e preceito secundário (comina a respectiva sanção penal). 
A norma penal em branco é aquela em que o preceito primário é incompleto – a 
definição da conduta criminosa é incompleta. 
Os crimes da Lei de Drogas estão previstos em normal penal em branco, tendo em vista 
que necessitam de complemento em seu preceito primário, ou seja, para que a definição da 
conduta criminosa seja completa é necessária a ciência do que são drogas. 
Na Lei de Drogas, a norma penal em branco é heterogênea, isto porque o complemento 
é dado por ato infralegal – Portaria da ANVISA. A Portaria SVS/MS nº 344/1998 é que disciplina 
as substâncias consideradas como droga, sendo atualizada de forma contínua. 
Para ser considerada como droga basta a presença do princípio ativo, pouco 
importando a nomenclatura utilizada (maconha, cocaína, LSD, etc.). 
A prova da materialidade, constatação do princípio ativo, será feita por meio de um 
exame químico-toxicológico (perícia). 
Os crimes da Lei de Drogas exigem o exame químico-toxicológico para comprovar 
a materialidade do crime. O exame é para comprovar qual é a substância em 
questão no caso concreto e não para averiguar se a substância encontrada causa 
dependência. A simples verificação de que a substância corrobora com a presente 
na portaria da ANVISA já é suficiente para a caracterização como objeto material 
do crime, sendo prescindível o exame para constatação de que a substância cause 
dependência. 
 
RESSALVA À PROIBIÇÃO DE DROGAS 
Art. 2 Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem 
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e 
substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, 
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem 
como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, 
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de 
uso estritamente ritualístico-religioso. 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a 
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente 
para fins medicinais ou científicos, em local e prazo 
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas 
supramencionadas. 
Plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. 
O Art. 2º, caput, não autoriza, de per si, o cultivo de plantas de uso ritualístico-religioso. 
Para tanto, também se faz necessária a concessão de autorização legal ou regulamentar. É o 
que ocorre, por exemplo, com o chá Ayahuasca, produto da decocção do cipó Banisteriopsis 
caapi e da folha Psychotria viridis, utilizado pelo movimento religioso conhecido como Santo 
Daime. 
Fins medicinais ou científicos. 
Quando houver autorização legal ou regulamentar. 
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CURIOSIDADE 
Anvisa libera venda de produtos à base de Cannabis em farmácias 
Com validade de três anos, resolução refere-se a uso medicinal. Manipulação da 
substância não será permitida, e compra poderá ser feita apenas com prescrição médica. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira 
(3/12/2019) a liberação da venda em farmácias de produtos à base de Cannabis para uso 
medicinal no Brasil. A regulamentação foi aprovada por unanimidade e é temporária, com 
validade de três anos. 
Na mesma reunião da diretoria colegiada do órgão foi rejeitado o cultivo de maconha 
para fins medicinais no Brasil. Por 3 votos a 1, proposta foi arquivada pela agência reguladora. 
Com a decisão, fabricantes que desejarem entrar no mercado precisarão importar o extrato 
da planta. 
Venda dos produtos 
Sobre a venda em farmácias, a norma passa a valer 90 dias após sua publicação no 
"Diário Oficial da União". De acordo com a resolução, os produtos liberados poderão ser para 
uso oral e nasal, em formato de comprimidos ou líquidos, além de soluções oleosas. 
O texto não trata do uso recreativo da maconha, que continua proibido. 
A comercialização ocorrerá apenas em farmácias e drogarias sem manipulação, que 
venderão os produtos prontos, mediante prescrição médica. 
O tipo de prescrição médica necessária vai depender da concentração de tetra-
hidrocanabidiol (THC), principal elemento tóxico e psicotrópico da planta Cannabis sativa, ao 
lado do canabidiol (CBD), que é usado em terapias como analgésico ou relaxante. 
SUJEITO ATIVO 
Em regra, os crimes previstos na Lei de Drogas são crimes comuns ou gerais, isto é, são
Exceção: 
Prescrição ou Ministração Culposa de Drogas 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que 
delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 
a 200 dias-multa. 
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho 
Federal da categoria profissional a que pertença o agente. 
 
No tocante ao verbo do tipo “prescrever”, entendimento já consolidado afirma ser crime 
próprio, pois se exige a qualidade especial do agente de médico, dentista, farmacêutico ou 
profissional de enfermagem. Apenas profissional da saúde é quem pode prescrever. 
SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo é a coletividade. Os crimes da Lei de Drogas são classificados como
destituído 
de personalidade jurídica. 
 
 
 
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ELEMENTO SUBJETIVO 
São crimes dolosos, sendo essa a regra. 
Contudo, o Art. 38 prevê uma modalidade culposa. 
Exceção: 
Prescrição ou Ministração Culposa de Drogas 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que 
delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 
a 200 dias-multa. 
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho 
Federal da categoria profissional a que pertença o agente. 
NATUREZA JURÍDICA 
CRIME DE PERIGO CONCRETO X CRIME DE PERIGO ABSTRATO 
Crime de perigo é aquele em que a consumação ocorre com a exposição do bem 
jurídicoa um risco de dano. Não se exige a efetiva lesão ao bem jurídico, bastando a 
probabilidade de dano. Os crimes de perigo podem ser de perigo concreto ou perigo abstrato. 
No crime de perigo abstrato, também chamado de crime de perigo presumido, a prática 
da conduta descrita em lei acarreta a presunção absoluta do perigo ao bem jurídico e não 
se exige prova concreta. Cita-se, como exemplo, o caso do traficante de drogas, não se exige 
prova de que a coletividade, efetivamente, estava em perigo com a sua conduta. 
No crime de perigo concreto, exige-se prova concreta da exposição ao perigo pelo bem 
jurídico. 
Os crimes da Lei de Drogas são crimes de perigo abstrato. A prática da conduta 
prevista em lei acarreta a presunção absoluta de perigo ao bem jurídico, não cabendo prova 
em contrário. 
Exceção: Entretanto, no crime do Art. 39 da Lei de Drogas, há um crime de perigo 
concreto: 
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de 
drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: 
Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, além da apreensão do veículo, 
cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo 
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento 
de 200 a 400 dias-multa se o veículo referido no caput deste artigo 
for de transporte coletivo de passageiros. 
Não basta conduzir a embarcação sob o efeito da droga, é necessário que haja 
efetivamente a exposição da incolumidade de outrem a um perigo concreto, real, efetivo. 
Corroborando ao exposto, preleciona Renato Brasileiro (Legislação Criminal Comentada, 
2019): 
Na redação do art. 39 da Lei de Drogas, o legislador faz menção à condução de embarcação ou 
aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. Como 
se pode notar, a situação de perigo presumida pelo legislador está inserida no próprio tipo penal. 
Logo, trata-se de crime de perigo concreto, sendo inviável a punição do agente pela prática 
deste crime sem que a acusação comprove que a incolumidade pública foi efetivamente 
colocada em situação de risco. 
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AÇÃO PENAL 
Em todos os crimes da Lei de Drogas a ação penal é pública incondicionada. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
O princípio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material 
do crime. 
TRÁFICO DE DROGAS 
NÃO se aplica tal princípio, tendo em vista a incompatibilidade lógica entre ambos, já que 
o tráfico é um crime de máximo potencial ofensivo, equiparado a hediondo. 
Art. 28 (consumo pessoal): 
STF já admitiu a aplicação de tal princípio: 
Ao aplicar o princípio da insignificância, a 1ª Turma concedeu habeas corpus para trancar 
procedimento penal instaurado contra o réu e invalidar todos os atos processuais, desde a 
denúncia até a condenação, por ausência de tipicidade material da conduta imputada. No 
caso, o paciente fora condenado, com fulcro no art. 28, caput, da Lei 11.343/2006, à pena de 
3 meses e 15 dias de prestação de serviços à comunidade por portar 0,6 g de maconha (HC 
110.475/SC, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, j. 14.02.2012, noticiado no Informativo 655). 
Argumentos utilizados pelo Relator: 
A privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam 
quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros 
bens jurídicos que lhes fossem essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores 
penalmente tutelados são expostos a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa 
lesividade. Deste modo, o direito penal não deve se ocupar de condutas que produzam 
resultados cujo desvalor — por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes 
— não representam, por isso mesmo, expressivo prejuízo, seja ao titular do bem jurídico 
tutelado, seja à integridade da própria ordem social. Assim, estão preenchidos os requisitos 
de aplicação do princípio da insignificância: 
a) mínima ofensividade da conduta do agente; 
b) nenhuma periculosidade social da ação; 
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e 
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
STJ: NÃO é possível aplicar o princípio da insignificância 
 Não é possível afastar a tipicidade material do porte de substância entorpecente para 
consumo próprio com base no princípio da insignificância, ainda que ínfima a quantidade de 
droga apreendida (RHC 35.920/DF, rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, j. 20.05.2014, 
noticiado no Informativo 541). 
A jurisprudência de ambas as turmas do STJ firmou entendimento de que o crime de 
posse de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei nº 11-343/06) é de perigo presumido 
ou abstrato e a pequena quantidade de droga faz parte da própria essência do delito em 
questão, não lhe sendo aplicável o princípio da insignificância (STJ. 6º Turma. RHC 35-920-
DF, Rei. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2º/5f2014.lnfo 541) 
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ART. 28 – PORTE E CULTIVO PARA CONSUMO PESSOAL 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar será 
submetido às seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - Medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
 
§1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, 
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena 
quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência 
física ou psíquica. 
 
§2º Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o 
juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, 
ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às 
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos 
antecedentes do agente. 
 
§3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 5 meses. 
 
§4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do 
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) 
meses. 
 
§5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, 
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins 
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do 
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
 
§6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se 
refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse 
o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
 I - Admoestação verbal; 
II - Multa. 
 
§7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, 
preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 
FUGA DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
Em substituição à linha repressiva adotada anteriormente, a nova Lei de Drogas afasta a 
possibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade ao crime de porte de drogas para 
consumo pessoal. Trata-se da premissa que o melhor caminho é o da educação e não o da prisão. 
A Justificativa do senado no projeto de lei da mudança que deu origem à Lei 11.343/06: o 
usuário não pode ser tratado como criminoso, já que, na verdade, depende de um produto, como 
há dependentes de álcool, tranquilizantes, cigarros, dentre outros. Em segundo lugar, porque a 
pena de prisão do usuário acaba por alimentar um sistema de corrupção policial absurdo... 
Não há para o usuário pena privativa de liberdade! 
Não cabe Prisão em Flagrante! (2ª fase do flagrante). 
 
 
 
 
 
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E quais são as penas aplicadas ao usuário? 
 
I - Advertência sobreos efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
Art. 48, § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, 
NÃO SE IMPORÁ PRISÃO EM FLAGRANTE, devendo o autor do fato 
ser IMEDIATAMENTE ENCAMINHADO AO JUÍZO COMPETENTE ou, 
na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-
se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos 
exames e perícias necessários. 
 
NATUREZA JURÍDICA 
➢ 
Considerando que a lei de introdução ao código penal classifica crime a infração penal 
punida com reclusão e detenção, e contravenção penal a infração apenada com prisão simples 
e multa, teria havido uma DESCRIMINALIZAÇÃO FORMAL da conduta de porte de drogas para 
consumo pessoal. 
Assim, segundo Luis Flávio Gomes, o porte de drogas para consumo pessoal não pode mais 
ser considerado crime, passando a funcionar como infração penal sui generis de menor 
potencial ofensivo. 
➢ 
Segundo essa corrente, o próprio constituinte originário outorga ao legislador a 
possibilidade de não aplicar as penas ressalvadas no texto constitucional, como também criar 
outras ali não indicadas, devido à presença da expressão “Entre outras” no dispositivo. Daí não 
se pode concluir que teria havido descriminalização. 
Art. 5º XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, 
entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
- A lei, ao tratar do tema, classificou a conduta como crime; 
- Estabeleceu o rito processual junto ao Juizado Especial Criminal; 
- No tocante à prescrição, o Art. 30 determina a aplicação das regras do Art. 107 do Código 
Penal. 
Art. 30. Prescrevem em 2 anos a imposição e a execução das penas, 
observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 
107 e seguintes do Código Penal. 
A finalidade do Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal era apenas a de diferenciar, em 
1942, os crimes das contravenções penais, uma vez que o CP e a LCP entraram em vigor 
simultaneamente, em 01 de janeiro de 1942. 
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A LICP pode ser modificada por outra lei ordinária, como aconteceu com a Lei de Drogas. 
Quanto à LICP entrou em vigor não existiam penas alternativas. 
Assim, de acordo com o STF, o Art. 28 da Lei de Drogas trata-se de CRIME, tendo ocorrido 
uma DESPENALIZAÇÃO. 
Em relação à “despenalização”, não confundir ao achar que deixou de existir penas para 
quem pratica a conduta descrita no Art. 28. Existem penas. Ocorreu a despenalização da PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE! 
A doutrina majoritária entende que ocorreu a DESCARCERIZAÇÃO ou 
DESPRISIONALIZAÇÃO, ou seja, continua a haver a pena, só não existe a pena privativa de 
liberdade. 
O crime do Art. 28 não está no rol dos crimes equiparados a hediondos 
CONSUMAÇÃO 
Crime Formal – consumação antecipada, bastando a realização da conduta. 
TENTATIVA 
A doutrina não admite para as modalidades permanentes do crime. 
Há quem sustente a possibilidade da tentativa na conduta “adquirir”, quando, iniciado o 
ato executório de aquisição, esse vem a ser interrompido por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 
MATERIALIDADE DO DELITO 
Laudo de constatação – exame pericial. 
ELEMENTO SUBJETIVO 
Dolo + dolo específico (CONSUMO PESSOAL). 
NÚCLEOS DO TIPO 
Trata-se de tipo penal misto alternativo, contemplando cinco verbos, se consumando 
com a realização de qualquer dos verbos. 
 
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Dentre os cinco verbos nucleares do Art. 28, caput, da Lei nº 11.343/06, não consta a conduta de 
mero uso da droga. 
Pelo menos em regra, se o indivíduo é flagrado usando substância entorpecente, deverá responder 
pelo crime de porte de drogas para consumo pessoal, não por conta do "uso da droga", que é uma 
conduta atípica, mas sim porque é muito provável que, antes do uso, já tenha praticado uma das 
condutas incriminadas pelo Art. 28, como, por exemplo, adquirir ou trazer consigo. Nesse caso, a fim 
de se comprovar a materialidade delitiva por meio do exame toxicológico, é imprescindível que parte 
da substância entorpecente seja apreendida. 
No entanto, o uso de drogas nem sempre será precedido das condutas de adquirir ou trazer 
consigo. Com efeito, é perfeitamente possível que determinado indivíduo, sem ter consciência de que 
uma pessoa de seu relacionamento havia adquirido determinada substância entorpecente, trazendo-a 
consigo, resolva simplesmente anuir ao uso da droga. Nesse caso, como o uso da droga não consta do 
Art. 28 como uma das condutas típicas, o ideal é concluir pela atipicidade do fato, até mesmo porque o 
perigo à saúde pública consubstanciado pelo fato de o agente trazer a droga consigo teria desaparecido 
com o consumo da substância entorpecente. 
Da mesma forma, imagine que um cidadão encontre ao acaso um cigarro de maconha acesso em 
cima de um muro e ele apenas faz o uso. 
De mais a mais, fosse o uso da droga considerado crime, não haveria necessidade de tipificação 
autônoma da conduta daquele que auxilia, instiga ou determina alguém a usar a droga (Art. 33, §2º), 
pois a norma de extensão do Art. 29 do Código Penal seria suficiente para abranger o concurso de 
agentes para esse suposto "uso de droga". (BRASILEIRO, Renato. Legislação Criminal Especial 
Comentada. Salvador Juspodivm, 2017.) 
 
+ “CONSUMO PESSOAL” 
Se for para consumo de outra pessoa 
será outro crime 
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102 
 
FIGURA EQUIPARADA – ART. 28, §1º 
 
Art. 28. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu 
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à 
preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz 
de causar dependência física ou psíquica. 
Condutas: Semear, cultivar ou colher. 
O dispositivo refere-se ao local em que o agente planta uma pequena quantidade 
de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica para 
consumo pessoal (Exemplo: plantar um pé de maconha em um vaso na varanda 
do apartamento). 
Deve ser planta destinada a pequena quantidade. A lei expressamente tratou 
“pequena quantidade”. 
Requisitos CUMULATIVOS: 
- pequena quantidade; 
- consumo pessoal. 
CRITÉRIOS PARA DIFERENCIAÇÃO COM O TRÁFICO 
É adotado no país o sistema de quantificação judicial: cabe ao juiz analisar as 
circunstâncias do caso concreto. 
O §2º do Art. 28 da Lei de Drogas traz os critérios que irão diferenciar a droga que se 
destina ao consumo pessoal e a que se destina ao tráfico de drogas, quais sejam: 
a) Natureza e quantidade da droga; 
b) Local e condições em que foi apreendida; 
c) Circunstâncias pessoais e sociais do agente; 
d) Conduta e os antecedentes do agente. 
§ 2º Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o 
juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, 
ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às 
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos 
antecedentes do agente. 
Percebe-se excelência que a lei não estabelece uma quantidade específica para 
caracterizar o tráfico. Quando a quantidade é pequena, ela não é decisiva, sendo necessário 
levar em conta o local, as condições em que se desenvolveu a ação, as circunstâncias sociais e 
pessoais, bem como a conduta e antecedentes do agente. 
Havendo dúvida entre tráfico e porte de drogas para consumo pessoal, o juiz deve 
condenar pelo crime menos grave. 
Há previsão para que o delegado, após os prazos do inquérito, justifique o enquadramento 
do tipo penal ao caso concreto. 
 
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de 
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: 
I - Relatará sumariamente as circunstânciasdo fato, justificando as 
razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade 
e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições 
em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a 
conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; 
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103 
 
PENAS 
Há três penas cominadas ao crime do Art. 28 da Lei de Drogas. 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - Medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
As penas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a 
qualquer
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer 
tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
Deve ser compreendida como uma espécie de esclarecimento a ser feito pelo magistrado 
ao agente quando às consequências maléficas que o uso da droga pode causar, não apenas a sua 
própria saúde, como também a saúde pública. 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, 
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins 
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do 
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
PRAZO 
§3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão 
aplicadas pelo prazo máximo de 5 meses. 
§4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III 
do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 
meses. 
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104 
 
DESCUMPRIMENTO DAS MEDIDAS: CONSEQUÊNCIAS 
Art. 28, § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas 
a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente 
se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
Caso não cumpra as penas impostas o agente não poderá ser conduzido à prisão. O 
juiz deverá utilizar o § 6º do Art. 28 da Lei de Drogas que prevê: admoestação 
verbal e, após, multa. 
Admoestação verbal e a multa não têm natureza jurídica de pena. 
Funcionam como instrumentos acessórios que visam compelir o acusado ao 
cumprimento das penas previstas no Art. 28. Por isso, a aplicação dessas medidas 
de garantia não tem o condão de eximir o acusado de cumprir as penas principais. 
Não há a possibilidade de aplicação da pena privativa de liberdade 
O descumprimento injustificado das penas previstas nos incisos I, II e III do caput do 
Art. 28 não caracteriza o crime de desobediência (CP, Art. 330). Isso porque a 
própria Lei de Drogas já prevê em seu Art. 28, §6º, as consequências decorrentes do 
descumprimento de tais penas — admoestação verbal e multa, a serem aplicadas de 
maneira sucessiva —, sem fazer qualquer ressalva expressa quanto à possibilidade 
de responsabilização criminal pelo delito de desobediência. 
 
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105 
 
TRATAMENTO AMBULATORIAL NÃO COMPULSÓRIO 
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, 
preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 
O tratamento de saúde será oferecido preferencialmente ambulatorial. Não é 
compulsório. 
PRESCRIÇÃO 
Art. 30 Prescrevem em 2 ANOS a imposição e a execução das penas, 
observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 
107 e seguintes do Código Penal. 
Dispõe o Art. 30 que prescrevem em 2 anos a imposição e a execução das penas, 
observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos Arts. 107 e seguintes do Código 
Penal. 
Esse prazo de 2 anos é aplicável tanto à prescrição da pretensão punitiva como também à 
prescrição da pretensão executória. 
REINCIDÊNCIA 
Em 21/08/2018 a Sexta Turma do STJ inaugurou nova tendência ao negar provimento a 
recurso especial interposto pelo Ministério Público de São Paulo contra decisão do Tribunal de 
Justiça que deu provimento ao recurso da defesa para afastar a reincidência decorrente da 
condenação anterior por posse de drogas para uso próprio. 
 Segundo a ministra Maria Thereza de Assis Moura, embora o Art. 28 da Lei 11.343/06 
tenha caráter criminoso, fazer incidir a agravante da reincidência em virtude de condenação 
anterior por este crime VIOLA O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
 Assim, para a ministra: 
Se a contravenção penal, punível com pena de prisão simples, não configura 
reincidência, resta inequivocamente desproporcional a consideração, para fins de 
reincidência, da posse de droga para consumo próprio, que conquanto seja crime, é 
punida apenas com ‘advertência sobre os efeitos das drogas’, ‘prestação de serviços 
à comunidade’ e ‘medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo 
(REsp 1.672.654/SP) 
A condenação anterior por contravenção penal não gera reincidência, ou seja, um 
indivíduo condenado por contravenção penal, se praticar em seguida um crime, 
quando for julgado, não se aplicará a ele a agravante da reincidência. Isso porque o 
Art. 63 do Código Penal é expresso ao se referir à prática de novo crime ao dispor: 
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo 
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (o agente tem 
que ter sido condenado por crime anterior) 
Em outras palavras, se a pessoa é condenada definitivamente por CONTRAVENÇÃO e, depois 
desta condenação, pratica um CRIME, ao ser julgada por esta segunda infração não sofrerá 
os efeitos da reincidência. A contravenção é punida com prisão simples e/ou multa (Art. 5º, 
do DL 3688/41). 
Assim, se a CONTRAVENÇÃO, que é punível com prisão simples e multa não configura 
reincidência, manter a reincidência para o agente que é condenado pelo ART. 28 DA LEI DE 
DROGAS, que não tem prisão como sanção penal, fere o Princípio da Proporcionalidade. 
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106 
 
RITO PROCESSUAL 
O processo e julgamento do crime do Art. 28 segue o procedimento sumaríssimo. É 
crime de competência do Juizado Especial Criminal (Arts. 60 e seguintes da Lei 9.099/1995). 
Assim, temos que o Art. 28 da Lei de Drogas é infração de menor potencial ofensivo. 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: Defensor Público 
Com base no entendimento do STJ, julgue o próximo item, a respeito de aplicação da pena. 
Condenação anterior por delito de porte de substância entorpecente para consumo 
próprio não faz incidir a circunstância agravante relativa à reincidência, ainda que não tenham 
decorrido cinco anos entre a condenação e a infração penal posterior. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: certo. 
Comentário: Vimos durante a aula que o STJ, baseando-se na 
proporcionalidade das penas em relação à contravenção penal, afastou a reincidência 
ao condenado pelo Art. 28. 
Mesmo sendo crime, o STJ, em julgados mais recentes, tem entendido que a 
condenação anterior pelo Art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso 
próprio) NÃO configura reincidência. 
O argumento principal é o de que, se a contravenção penal, que é punível com 
pena de prisão simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional 
utilizar o Art. 28 da LD para fins de reincidência considerando que este delito é punida 
apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida 
educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade 
de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento. 
Nesse sentido: 
STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado 
em 04/10/2018. 
STJ.6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 21/08/2018. 
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-PA Prova: Auditor de Controle Externo 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece a liberdade, a justiça e a paz no 
mundo como os fundamentos para que os direitos sejam iguais. A esse respeito, julgue o item 
que se segue. 
As penas definidas pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD) a 
serem aplicadas ao indivíduo que adquire, guarda ou transporta drogas para consumo pessoal 
sem autorização incluem advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à 
comunidade, liberdade assistida e medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
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107 
 
Gabarito: Errado. 
Comentário: As penas estão estabelecidas de forma taxativa no Art. 28 e, 
dentre elas, não está incluída a liberdade assistida. 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
CRIMES EM ESPÉCIE: CRIMES EQUIPARADOS A 
HEDIONDOS 
Nem todos os crimes da Lei de Drogas são considerados equiparados a hediondos. 
Inicialmente, abordaremos os crimes que são equiparados a hediondos. 
ART. 33 – TRÁFICO DE DROGAS 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar 
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-
multa. 
 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
 
I - Importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à 
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou 
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo 
ou produto químico destinado à preparação de drogas; 
II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que 
se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente 
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o 
tráfico ilícito de drogas. 
 
IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou 
produto químico destinado à preparação de drogas, sem 
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente. 
 
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108 
 
SUJEITO ATIVO 
Trata-se de crime comum ou geral: pode ser praticado por qualquer pessoa. 
Todavia, no tocante às condutas prescrever e ministrar, é crime próprio. É considerado 
crime próprio porque só quem pode prescrever é profissional da área de saúde. 
Por outro lado, referente à conduta ministrar (aplicar a droga) existe divergência, pois 
parte dos defensores argumentam que a aplicação (ministrar) pode ser feita por qualquer 
pessoa. 
 Art. 40, inc. II: 
As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um 
sexto a dois terços, se: (…) 
II - O agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou 
no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou 
vigilância. 
O índio pode ser sujeito ativo do tráfico de drogas? Sim. 
Índio condenado pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o 
tráfico e porte ilegal de arma de fogo. É dispensável o exame antropológico destinado 
a aferir o grau de integração do paciente na sociedade se o Juiz afirmar sua 
imputabilidade plena com fundamento na avaliação do grau de escolaridade, da 
fluência na língua portuguesa e do nível de liderança exercida na quadrilha, entre 
outros elementos de convicção. Precedente. HC 85.198-3, 17/12/2005 
SUJEITO PASSIVO 
A coletividade – crime vago 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
O bem jurídico tutelado pelo Art. 33, caput, é a saúde pública. 
CONDUTAS TÍPICAS 
O caput do Art. 33 contém dezoito núcleos. 
É chamado de tipo misto alternativo, também chamado de crime de ação múltipla ou 
crime de conteúdo variável. Assim, mesmo que o agente pratique duas ou mais condutas 
contra o mesmo objeto material (mesma droga), irá responder por um único crime. 
Contudo, se as drogas forem diversas haverá concurso de crimes. Por exemplo, importou 
cocaína, guardou maconha, vendeu LSD. 
Importar – Tráfico x Contrabando. Pelo Princípio da Especialidade aplica-se a Lei de 
Drogas, e não o crime do Art. 334 do Código Penal. 
Adquirir – Se for para consumo próprio: Art. 28 
Prescrever – Crime Próprio (profissionais de área médica) 
É imprescindível a apreensão da droga para fazer incidir a tipificação da Art. 33. 
Prisão por tráfico de drogas decorrente apenas de prova testemunhal é ilegal! 
Crime equiparado a hediondo. 
Atenção: Não confundir o verbo “fornecer” com o crime do Art. 33, §3 – Fornecer 
eventualmente sem objetivo de lucro a pessoa do seu relacionamento para juntos 
consumirem. 
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109 
 
ELEMENTO NORMATIVO 
É necessário que a conduta seja praticada sem “autorização ou em desacordo com 
determinação legal”. Portanto, havendo autorização para a prática de algum dos dezoito 
núcleos não haverá o crime de tráfico de drogas. Assim, é perfeitamente possível o comércio 
lícito de drogas, desde que haja autorização legal. 
CONSUMAÇÃO 
Há condutas em que o tráfico de drogas classifica-se como crime instantâneo (importar, 
remeter, exportar, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, oferecer, prescrever, 
ministrar e entregar para consumo), pois se consuma em um momento determinado, sem 
continuidade no tempo. Em outras condutas, todavia, o delito é permanente (expor a venda, 
ter em deposito, transportar, trazer consigo e guardar): a consumação se prolonga no tempo, 
pela vontade do agente. 
Algumas importantes consequências advêm da identificação do delito de tráfico de drogas 
como permanente: 
A entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa prévia conforme o direito, 
é arbitrária. Não será a constatação da situação de flagrância, posterior ao ingresso, 
que justificará a medida. 
STF - 603616/RO, 10/05/2016 
 
Conforme entendimento da Suprema Corte e da Sexta Turma deste STJ, a 
entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa prévia conforme o direito, é 
arbitrária, e não será a constatação de situação de flagrância, posterior ao ingresso, 
que justificará a medida, pois os agentes estatais devem demonstrar que havia 
elemento mínimo a caracterizar fundadas razões (justa causa) . 
INFORMATIVO 623 STJ - RCH83501/SP, 06/03/2018 
TENTATIVA 
Na prática, dificilmente será vista a forma tentada, uma vez que o legislador tipificou como 
infração autônoma inúmeras figuras que normalmente constituiriam mero ato preparatório de 
condutas ilícitas posteriores, como, por exemplo, preparar substância entorpecente com o 
intuito de vendê-la. Ora, se o agente é preso após preparar e antes de vender, responde pela 
forma consumada (preparo), e não por tentativa de venda. 
Por sua vez, o médico que é preso antes de terminar a prescrição ilegal de entorpecente 
responde por tentativa. 
AÇÃO PENAL 
A ação penal é pública incondicionada. 
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110 
 
LEI 9.099/1995 
O preceito secundário do Art. 33, caput, da Lei de Drogas prevê sanção de 5 a 15 anos, e 
pagamento de 500 a 1500 dias-multa. Cuida-se de crime de máximo potencial ofensivo. 
Assim, não são cabíveis os benefícios elencados na Lei 9.099/1995. 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
É pacífica a jurisprudência no sentido de não ser aplicável o princípio da 
insignificância ou bagatela aos crimes de tráfico de drogas. Não há que se falar em mínima 
ofensividade da conduta, ausência de periculosidade social da ação, reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica em delito classificado 
pela Lei Suprema como de máximo potencial ofensivo. 
 
COMPETÊNCIA 
No caso dos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes, a competência para o processo e 
julgamento é, em regra, da Justiça Estadual; tratando-se, no entanto, de crime internacional, 
isto é, a distância, que possui base em mais de um país, passa a ser da competência da Justiça 
Federal. 
 
 Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência será 
da Justiça Federal, compete à justiça dos estados o processo e julgamento dos 
crimes relativos a entorpecentes. STF, Súmula 522 
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da 
competência da Justiça Federal. 
e) que o crime esteja especificamente previsto em tratado ou convenção internacional 
assinado pelo Brasil; 
f) caracterização da transnacionalidade, isto é, o intuito de transferência da droga entre 
países distintos; 
g) que o entorpecente objeto do trânsito internacional seja igualmente coibido no país de 
origem. 
Nos casos de tráfico transnacional, se o delito for cometido em Município que não 
seja sede de vara federal, o processamento sedará na vara federal da circunscrição 
respectiva. 
 
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111 
 
Remessa de droga do exterior para o Brasil: 
Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior 
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
STJ, Súmula 528 
Remessa de droga do Brasil para o exterior pela via postal 
Competência será já Justiça Federal do local do último ato de execução. 
A consumação do delito ocorre no momento do envio da droga, juízo 
competente para processar e julgar o processo, independentemente do local da 
apreensão. Inaplicabilidade da Súmula 528 
146.393/SP, 01/07/2016 
MATERIALIDADE 
LAUDO DE CONSTATAÇÃO PRELIMINAR 
Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da 
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, 
firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 
STJ: É imprescindível a confecção do laudo toxicológico para comprovar a 
materialidade da infração disciplinar e a natureza da substância encontrada 
com o apenado no interior de estabelecimento prisional. 
HC 448115/SP, 23/04/2019 
HC 407301/SP, 05/06/2018 
Não se admite prisão em flagrante e o recebimento da denúncia pelo crime de 
tráfico de drogas sem que seja demonstrada, ao menos em juízo inicial, a 
materialidade da conduta por meio de LAUDO DE CONSTATAÇÃO PRELIMINAR 
da substância entorpecente, que configura condição de procedibilidade para 
apuração do ilícito. 
STJ, HC 342.970, 04/02/2016 
Art.50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia 
judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, 
remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao 
órgão do Ministério Público, em 24 horas. 
 
§1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e 
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo 
de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por 
perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 
Apesar da importância, o laudo preliminar de constatação é PEÇA MERAMENTE 
INFORMATIVA. STJ, HC 56.48342.970, 05/08/2015 
 
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112 
 
LAUDO DEFINITIVO - EXAME 
O laudo provisório configura, pois, verdadeira condição de procedibilidade para a 
apuração do ilícito. Para a condenação, entretanto, é IMPRESCINDÍVEL o laudo definitivo, 
denominado EXAME QUÍMICO TOXICOLÓGICO, do qual poderá participar o perito que assinou 
o laudo preliminar. 
Embora para a admissibilidade da acusação seja suficiente o laudo de constatação 
provisória, exige-se a confecção do laudo definitivo para que seja prolatado um 
édito repressivo contra o denunciado pelo crime de tráfico de entorpecentes. 
É possível que o laudo preliminar seja usado para condenar o réu? 
Apenas em hipóteses excepcionais esta corte (STJ) e o Supremo Tribunal 
Federal (STF) admitem a comprovação da materialidade do delito de tráfico de drogas 
por meios de provas diversos da perícia definitiva. STJ, HC 342.970, 04/02/2016 
a) A ausência do laudo toxicológico definitivo não constitui nulidade. 
b) É possível, excepcionalmente, a comprovação da materialidade do 
narcotráfico por laudo de constatação provisório assinado por perito quando possui 
o mesmo grau de certeza do definitivo, em conjunto com prova testemunhal. 
De outro lado, muito embora a prova testemunhal e a confissão isoladas ou em conjunto 
não se prestem a comprovar, por si sós, a materialidade do delito, quando aliadas ao laudo 
toxicológico preliminar realizado nos moldes aqui previstos, são capazes não só de demonstrar 
a autoria como também de reforçar a evidência da materialidade do delito. 
STJ: Para a configuração do delito de tráfico de drogas previsto no caput do 
Art. 33 da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a aferição do grau de pureza da 
substância apreendida. 
HC 446553/SP, 23/04/2018 
HC 57526/SP, 25/08/2015 
HC 57579/SP, 18/08/2015 
STJ: A falta da assinatura do perito criminal no laudo toxicológico é mera 
irregularidade que não tem o condão de anular o referido exame. 
HC 1753268/MG, 26/02/2019 
HC 1731444/MG, 12/06/2018 
HC 97687/MG, 15/05/2018 
DOSIMETRIA DA PENA 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
Para a fixação da pena, o juiz irá considerar a natureza e a quantidade do produto, a 
personalidade e a conduta social do agente, as quais serão preponderantes sobre as 
circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP. 
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com 
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a 
natureza e a quantidade da substância ou do produto, a 
personalidade e a conduta social do agente. 
No Art. 59, caput, do CP estão previstas as circunstâncias judiciais ou inominadas, 
utilizadas na dosimetria da pena-base. Elas não são ignoradas na Lei de Drogas. Mas o juiz 
utilizará, de forma preponderante, as circunstâncias elencadas pelo Art. 42 da Lei de Drogas. 
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113 
 
Natureza 
Quantidade da substância 
Quantidade do produto 
Personalidade 
Conduta social do agente 
 
PENA DE MULTA 
Para fixar a pena de multa, após observar o Art. 42 da Lei Drogas, o juiz irá fixar os dias-
multas (500 até 1500). Posteriormente, irá calcular o valor de cada dia-multa, o qual não poderá 
ser menor do que 1/30 do SM e nem ultrapassar o valor de cinco vezes o salário mínimo. 
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta 
Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará 
o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições 
econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem 
superior a 5 vezes o maior salário mínimo. 
 
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes 
serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até 
o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, 
considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO – CRIME DE ENSAIO 
O flagrante provocado verifica-se quando alguém, insidiosamente, induz outra pessoa a 
cometer uma conduta criminosa, e, simultaneamente, adota medidas eficazes para impedir a 
consumação. 
Para saber se o flagrante preparado é válido ou não, importante conhecer a súmula 145 
do STF, vejamos: 
 Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível 
a sua consumação. STF, súmula 145 
A referida súmula trata do crime de ensaio ou experiência ou delito putativo por obra do 
agente provocador. 
É típico exemplo de flagrante preparado é o caso do policial à paisana que procura um 
traficante para comprar drogas. Após a efetiva entrega da droga, o policial efetua a prisão. 
Para determinar se há ou não crime, importante separar as condutas, assim: 
Em relação à conduta de vender, o flagrante é preparado. Portanto, deve-se observar o 
enunciado da Súmula 145 do STF. No exemplo acima, não haveria crime, eis que o policial forçou 
a situação de flagrante. 
Em relação à conduta de ter em depósito, não há flagrante preparado, pois, 
independentemente, da ação do policial o agente já tinha a droga em depósito (crime 
permanente). 
 
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114 
 
STJ: Não há que se falar em flagrante preparado se o comportamento 
policial não induziu à prática do delito, já consumado em momento anterior. 
Hipótese em que o crime do tráfico de drogas estava consumado desde o 
armazenamento do entorpecente, o qual não foi induzido pelos policiais, perdendo a 
relevância a indução da venda pelos policiais. 
HC 245.515/SC, 16/08/2012 
STJ: A Súmula 145 STF dispõe que Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Contudo, não se pode 
confundir o flagrante provocado com o flagrante esperado, no qual a polícia 
tem notícias de uma infração penal será cometida e aguarda o momento de 
sua consumação para executar a prisão. No caso dos autos, verificou-se que os 
pacientes já estavam sendo monitorados, não tendo havido provocação prévia dos 
policiais para que se desse início à prática do crime de tráfico de drogas. Ademais, 
consta do acórdão impugnado que as abordagens dos veículos ocorreram de forma 
autônoma, tendo a ligação telefônica apenas demonstrado o vínculo entre os 
pacientes, encontrando-se ambos em flagrante delito. Nesse contexto, não há que 
se falar em flagrante preparado. 
HC 438.565, 19/06/2018 
FLAGRANTE FORJADO 
O flagrante forjado, fabricado, maquinado ou urdido, a conduta do agente é criada pela 
polícia, tratando-se de fato atípico. Há, na verdade, fabricação de provas de um crime 
inexistente, com o escopo de fundamentar, sem justo motivo, a prisão em flagrante. 
É o que ocorre, por exemplo, quando policiais ingressam sem justa causa no domicílio de 
outrem à procura de drogas e, não as encontrando, “plantam” um pacote de cocaína embaixo 
da cama do sujeito para dar ares de legalidade à ação arbitrária. 
FLAGRANTE ESPERADO 
No flagrante esperado a deflagração do processo executório do crime é de 
responsabilidade do agente, razão pela qual a prisão é lícita. O flagrante é válido quando a 
Polícia, informada sobre a possibilidade de ocorrer um delito, dirige-se ao local, aguardando a 
sua execução. Com o início desta, a pronta intervenção dos agentes policiais, prendendo o autor, 
configura o flagrante. 
ART. 33, §1º – CRIMES EQUIPARADOS AO TRÁFICO DE 
DROGAS 
As figuras equiparadas ao tráfico de drogas estão previstas no §1º do Art. 33 da LD, a 
seguir iremos analisar cada um dos seus incisos. 
O legislador descreve 4 condutas equiparadas ao tráfico. 
 
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115 
 
TRÁFICO DE MATÉRIA-PRIMA, INSUMOS OU PRODUTO 
QUÍMICO 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I - Importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à 
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou 
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar, MATÉRIA-PRIMA, 
INSUMO ou PRODUTO QUÍMICO destinado à preparação de drogas; 
Matéria-prima é substância bruta da qual podem ser extraídas ou produzidas as 
drogas. 
Insumo é elemento participante do processo de formação de determinado produto. 
Apesar de não ser possível se extrair dele a droga, o insumo é utilizado para a 
produção da substância entorpecente quando agregado à matéria-prima (somado 
aos restos de cocaína, o bicarbonato de sódio dá origem ao crack). 
Ex.: talco, bicarbonato de sódio. 
Produto químico é substância química qualquer, pura ou composta, utilizada em 
laboratório no processo de elaboração da droga, sem, todavia, se agregar à matéria-
prima (a acetona é utilizada para o refino de cocaína). 
Ao se referir à matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de 
drogas, este inciso abrange não apenas as substâncias destinadas exclusivamente à preparação 
das drogas, mas também aquelas que, eventualmente, se prestem a essa finalidade. Nesse caso, 
é necessária a realização de exame pericial para atestar que o produto apreendido era utilizado 
como matéria-prima. 
FINALIDADE 
A matéria-prima deve ser direcionada à preparação da droga. 
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO PARA CARACTERIZAÇÃO DO DELITO 
A tipificação desse crime também está condicionada à demonstração de que a conduta foi 
executada em desacordo com o elemento normativo “sem autorização” ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar. Logo, se a utilização da matéria-prima, dos insumos e dos 
produtos químicos for feita de acordo com a Lei nº 10.357/01, que estabelece normas de 
controle e fiscalização sobre produtos químicos que, direta ou indiretamente, possam ser 
destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecente , psicotrópicas ou que determinem 
dependência física ou psíquica, há de ser reconhecida a atipicidade da conduta. 
Portanto, se alguém importar, exportar, remeter, produzir etc., matéria-prima, insumo ou 
produto químico devidamente autorizado, trata-se de fato atípico. 
POSSE DE SEMENTES DE MACONHA 
A simples posse de sementes – sem que ocorra a efetiva plantação – não está abrangida no 
tipo penal em análise. Nesse caso, se o exame químico-toxicológico constatar a evidência do 
princípio ativo, o agente deverá ser enquadrado em uma das figuras de tráfico previstas no 
caput (trazer consigo, guardar). 
Mas, e se o exame der NEGATIVO como ocorre com as sementes de maconha? 
 
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116 
 
A importação de pequenas quantidades de sementes de maconha configura 
tráfico de drogas? 
STJ – 5º Turma - SIM! 
A jurisprudência majoritária desta Corte é no sentido de que a importação clandestina 
de Maconha (Cannabis) configura o tipo penal descrito no art. 33, 1, I. 
STJ. 5ª Turma. 173365/SP, 05/06/2018 
A importação clandestina de sementes de Cannabis sativa linneu (maconha) configura 
o tipo penal descrito no art. 33, § 1º, I, da Lei nº 11.343/2006. Não é possível aplicar o 
princípio da insignificância. 
STJ. 5ª Turma. 1723739/SP, 23/10/2018 
A importação de pequenas quantidades de sementes de maconha configura 
tráfico de drogas? 
STJ – 6º Turma - NÃO! 
Tratando-se de pequena quantidade de sementes e inexistindo expressa previsão 
normativa que criminaliza, entre as condutas do art. 28 da Lei de Drogas, a importação de 
pequena quantidade de matéria-prima ou insumo destinado à preparação de droga para 
consumo pessoal, forçoso reconhecer a atipicidade do fato. 
STJ. 6ª Turma. 1616707/CE, 26/06/2018. 
STF – Ministro Celso de Mello: 
A semente de Cannabis não é considerada droga, pois não possui, em sua composição, 
a substância THC, princípio ativo da maconha, não configurando o tipo penal do art. 33, caput, 
da Lei de Drogas. O fruto da maconha não constitui matéria-prima nem insumodestinado à 
preparação de drogas, não configurando o tio penal do art. 33, § 1º 
A importação ou a posse de semente de Cannabis sativa L. não é crime, pois não se 
trata de droga, já que a semente não possui em sua composição o princípio ativo da maconha. 
Assim entendeu o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ao conceder Habeas 
corpus a uma mulher presa por transportar sementes de maconha. 
 Disso resulta que a mera importação e/ou a simples posse da semente de 'Cannabis 
sativa L.' não se qualificam como fatores revestidos de tipicidade penal, essencialmente 
porque, não contendo as sementes o princípio ativo do tetraidrocanabinol (THC), não se 
revelam aptas a produzir dependência física e/ou psíquica, o que as torna inócuas. 
HC 143.890, 06/5/2019 
CULTIVO DE PLANTAS PARA O TRÁFICO 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que 
se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; 
A configuração do delito reclama a presença do elemento normativo sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
O Art. 2º da Lei de Drogas estabelece que são proibidos, em todo território nacional, o 
plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser 
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar 
analisadas anteriormente. 
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, 
bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais 
e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, 
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem 
como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, 
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso 
estritamente ritualístico-religioso. 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a 
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente 
para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, 
mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. 
 
 
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Autorização para plantio 
A Lei prevê, ainda, que a União poderá autorizar o plantio de tais vegetais, desde que 
sejam para fins medicinais ou científicos, fixando o prazo e o local em que serão plantadas, 
com a referida fiscalização. 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a 
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente 
para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, 
mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. 
Desapropriação das terras onde haja cultivo de substâncias entorpecentes 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do 
País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas 
ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão 
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de 
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, 
o disposto no art. 5º. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico 
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e 
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
Qual o alcance dessa medida, isto é, o confisco alcançaria toda a gleba ou somente 
a parte em que a droga estava plantada? 
O confisco abrange toda a propriedade e não apenas a área que a droga estava plantada. 
A responsabilidade do proprietário é objetiva ou subjetiva? 
No passado sustentava-se a responsabilidade objetiva, isto é, mesmo arrendando a terra 
o proprietário a perdia, pois se entendia que ele tinha a responsabilidade de vigiar a 
propriedade. Mas o STF mudou de entendimento: 
A expropriação prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o 
proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in 
elegendo 
STF, 635.336/PE, Min. Gilmar Mendes, Plenário, 14.12.2016 
Destruição das plantações ilícitas 
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo 
delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá 
quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto 
de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do 
local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da 
prova. 
 
 
 
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118 
 
UTILIZAÇÃO DE LOCAL PARA FIM DE TRÁFICO 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente 
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o 
tráfico ilícito de drogas. 
“Local” e “bem de qualquer natureza”: isso significa dizer que restará caracterizado tanto 
nas hipóteses de utilização de “local” para o tráfico (estabelecimento comercial, apartamento, 
restaurante), quanto nas hipóteses em que o agente aproveita de um “bem de qualquer 
natureza” (automóveis, barcos, aviões). Não é necessário que o agente seja o dono do local 
utilizado, bastado que tenha a sua posse ou a sua simples administração, guarda ou 
vigilância. Assim, o gerente de um bar ou um vigilante de um parque de diversões podem ser 
punidos caso permitam o tráfico de entorpecentes nestes locais. 
O agente empresta o carro, a casa para o tráfico de drogas. Esse local pode ser imóvel 
(terreno, casa, apartamento) ou móvel (carro, avião). O crime é doloso, ou seja, somente estará 
caracterizado quando o proprietário/possuidor do local conhece a natureza da substância. 
A utilização será para o efetivo tráfico de drogas, caso seja utilizado para o consumo 
pessoal de drogas, não incidirá no tráfico equiparado. 
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o 
perdimento do produto, bem ou valor apreendido, sequestrado ou 
declarado indisponível. 
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados 
nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o 
seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao 
FUNAD. 
§ 2º Compete à SENAD a alienação dos bens apreendidos e não 
leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido 
decretado em favor da União. 
VENDA OU ENTREGA DE DROGAS A POLICIAL 
IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto 
químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em 
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios 
razoáveis de conduta criminal preexistente. 
Figura trazida pela Lei nº 13.964/2019, conhecida como PACOTE ANTICRIME, o inciso IV 
trouxe a discussão entre as correntes contrárias ao pacote e as que apoiam acerca da possível 
permissão do Flagrante Provocado ou preparado. 
A Lei 13.964/2019 dentre tantas alterações importantíssimas, em algumas passagens, 
traz a nova figura do agente disfarçado que não deve ser confundido com outras técnicas 
especiais de investigação como agente infiltrado ou agente que atua em meio a uma ação 
controlada. 
Os autores Renee Souza, Rogério Sanches cunha e Caroline de Assis abordaram em um 
excepcional artigo disponível na internet “A nova figura do agente disfarçado prevista na Lei 
13.964/2019”. 
Segundo os autores, à luz das normas contidas na Lei 13.964/2019, pode-se esboçar a 
definição de agente disfarçado como aquele que, ocultando sua real identidade, posiciona-
se com aparência de um cidadão comum (não chega a infiltrar-se no grupo criminoso) e, 
partir disso, coleta elementos que indiquema conduta criminosa preexistente do sujeito 
ativo. O agente disfarçado ora em estudo não se insere no seio do ambiente criminoso e 
tampouco macula a voluntariedade na conduta delitiva do autor dos fatos. 
Os autores, ainda, fazem a distinção entre o agente infiltrado, provocador e o disfarçado: 
 
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119 
 
O AGENTE INFILTRADO 
Agente infiltrado é o funcionário da polícia que, falseando sua identidade, penetra no 
âmago da organização criminosa para obter informações e, dessa forma, desmantelá-la. A 
infiltração pressupõe a imersão do agente na organização criminosa, mediante envolvimento 
articulado com os membros e adoção de postura estrategicamente complacente com as práticas 
criminosas, com o fito de angariar elementos que sirvam de sustentáculo à persecução penal. 
A figura jurídica da infiltração de agentes revela-se uma estratégia investigativa, que se 
dá mediante prévia autorização judicial e cuja relação com o grupo criminoso é premeditada e 
planejada antecipadamente pelo Estado. 
O AGENTE PROVOCADOR 
O agente provocador tem como característica é o excesso de comportamento interventivo 
junto à conduta criminosa de modo a romper com a atuação eminentemente investigativa e 
necessariamente neutra, a ponto mesmo de induzir ou instigar a prática do delito. Nesses casos, 
o agente provoca o evento e concorre decisivamente para o crime de forma que, ao mesmo 
tempo em que encoraja o autor a sua prática, providencia a sua prisão em flagrante. 
O agente provocador destoa significativamente do agente infiltrado que, diferentemente, 
deve atuar de forma neutra no que concerne às atividades ilícitas exercidas pelo grupo 
investigado. Em nenhuma hipótese o agente infiltrado é o responsável pela idealização do 
crime, etapa inteiramente atribuída ao grupo em que ele se inseriu. De outro lado, na figura do 
agente provocador, distintamente, há uma postura incitadora do crime, o que retira a 
neutralidade causal de sua conduta no cometimento da infração. 
O agente provocador é figura que deve ser evitada, haja vista deslegitimar toda a 
persecução penal por excesso na atuação do policial. Trata-se de ação desautorizada pelo 
Estado, que enseja nulidades a atuação estatal e a possível responsabilidade criminal da 
autoridade que assim procede (Lei 13.869/2019, Art. 9º, caput). 
O AGENTE DISFARÇADO 
O agente disfarçado contemplado na Lei 13.964/2019 é referido em quatro momentos 
específicos e afigura-se tratar-se de figura jurídica sem precedente no Código de Processo Penal 
e na legislação penal. 
O agente disfarçado, tal qual o infiltrado, também não é considerado agente provocador 
vez que sua atuação não implica em instigação ao delito. Sua atuação é predominantemente 
passiva, o que pode ser verificado mediante a hipotética substituição de sua conduta e 
constatação acerca do mesmo transcurso causal até o crime. 
Importa, porém deixar destacado que o agente disfarçado, tal como concebido pela Lei 
13.964/2019 não pode ser confundido com a uma mera “campana policial”, técnica 
amplamente utilizada para realização de prisões em flagrante esperado. 
O uso de agentes disfarçados difere do flagrante preparado por não motivar e, sim, 
flagrar o crime que já estava acontecendo. 
O agente se finge de vítima e traz à tona uma prática que já estava acontecendo é bastante 
diferente de ensejar a prática criminosa. 
Ex.: Alguém que está vendendo drogas em uma festa. O policial vai até ele e diz: “quero 
comprar”. 
Para a validade da atuação do agente disfarçado deve haver a demonstração de provas em grau 
suficiente a indicar que o autor realizou antes uma conduta criminosa, circunstância objeto da 
investigação proporcionada pelo disfarce. A investigação realizada pelo agente disfarçado, em razão da 
qualificada apreensão de informações proporcionada pelo disfarce, colhe elementos probatórios 
razoáveis acerca da conduta criminosa preexistente. 
Caso a investigação descarte a conduta criminosa preexistente, ou seja, caso revele tratar-se de 
vendedor casual dos produtos ilícitos, não será possível responder pelos crimes especiais criados pela 
Lei 13.964/2019. Essa observação é crucial para compreender o instituto como uma aposta na atuação 
profissional dos investigadores policiais e não simplesmente como um expediente capaz de levar ao 
alargamento de prisões de pessoas desvinculadas da prática de crimes. 
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120 
 
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA: ART. 33, §4º – TRÁFICO 
PRIVILEGIADO 
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas 
poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão 
em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de 
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem 
integre organização criminosa. 
 
A Doutrina e Jurisprudência chamam o §4º do Art. 33 de TRÁFICO PRIVILEGIADO 
(tráfico acidental ou de tráfico eventual). Porém, trata-se em verdade de causa de diminuição 
de pena de 1/6 a 2/3. 
Cabe diminuição de pena nos casos previstos (Art. 33 caput e §1º) quando cumpridos os 
seguintes REQUISITOS CUMULATIVOS: 
 
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121 
 
O fato de o réu ter ocupação lícita não significa que terá direito, necessariamente, à 
minorante do § 4º do art. 33 da LD. 
Info. 582, STJ 
Quantidade de drogas 
O STJ já tem decidido que a apreensão de GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS, a 
depender das peculiaridades do caso concreto, é circunstância hábil a denotar a dedicação do 
acusado a atividades criminosas e, consequentemente, a impedir a aplicação da causa especial 
de diminuição da pena, porque indica um maior envolvimento do agente com o mundo do 
narcotráfico, ainda que seja primário e não possua maus antecedentes. 
STJ 330.858, 05/092016 
A quantidade de drogas não constitui isoladamente fundamento idôneo para negar o 
benefício da redução da pena STF. 138.138/SP, 29.11.2016 
Não significa, contudo, que a grande quantidade de drogas, POR SÍ SÓ, é elemento apto 
a afastar o privilégio. É preciso analisar o caso concreto. Para o STF, a quantidade de drogas 
não pode, automaticamente, proporcionar o entendimento de que a paciente faria o tráfico 
seu meio de vida ou integraria uma organização criminosa. 
STF, 138.715, 09/06/2017 
Existências de AÇÕES PENAIS E INQUÉRITOS POLICIAIS EM CURSO 
É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação 
da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício 
legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. 
STJ. 14/12/2016 (Info 596). 
 Os princípios constitucionais devem ser interpretados de forma harmônica, razão pela 
qual o princípio da presunção de inocência não pode ser lido e aplicado irrestritamente, de 
maneira absoluta, como se fosse possível obstar que a existência de inquéritos ou ações penais 
em curso impeçam a interpretação, em cada caso, para mensurar a dedicação do réu em 
atividade criminosa. 
STJ, 1.431, 01/02/2017 
Isso significa que se o réu tiver inquéritos policiais ou ações penais contra si, 
ele estará obrigatoriamente impedido de receber o benefício do art. 33, § 4º da LD? 
Não. Não existe uma obrigatoriedade de que sempre o juiz tenha que negar o benefício 
pelo fato de o réu possuir inquéritos policiais ou ações penais contra si. O magistrado poderá 
utilizar este argumento para deixar de aplicar a causa de diminuição. No entanto, nada impede 
que, diante das peculiaridades do caso concreto, o juiz faça incidir o art. 33, § 4º mesmo que 
exista inquérito ou ação penal contra o réu. 
Para que seja negado o benefício do art. 33, § 4º da LD ao réu, é necessário 
que o inquérito policial ou a ação penal que ele responda sejam também relacionados 
comtráfico de drogas? 
Não. É possível negar o benefício mesmo que o inquérito ou a ação penal tenham por 
objeto outros crimes. Ex.: o réu é preso por tráfico de drogas, sendo que já possuía contra si 
uma ação penal por roubo. Isso porque o Art. 33, § 4º da LD exige que o réu não se dedique 
a “atividades criminosas”, expressão ampla que abrange não apenas o tráfico de drogas. 
“MULAS” DO TRÁFICO 
“Mulas”, segundo Cleber Masson, são pessoas recrutadas com a finalidade de promover o 
transporte de drogas, é o nome dado à pessoa, geralmente primária e de bons antecedentes 
(para que não desperte suspeitas). 
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122 
 
Normalmente, a droga é transportada pela “mula” de forma dissimulada, escondida em 
fundos falsos de bolsas, junto ao corpo ou até mesmo em cápsulas dentro do estômago da 
pessoa. 
A “mula” não necessariamente figura como integrante da organização criminosa. 
O exercício da função de mula, embora indispensável para o tráfico internacional, não 
traduz, por si só, adesão, em caráter estável e permanente, à estrutura da organização 
criminosa, até porque esse recrutamento pode ter finalidade um único transporte da droga. 
STF, HC 134.597, 09/08/2016 
É possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente transportador de drogas, 
na qualidade de mula, uma vez que a simples atuação nessa condição não induz, 
automaticamente, à conclusão de que ele seja integrante de organização criminosa. 
Essa concepção, portanto, admite a incidência da minorante à “mula ocasional” 
(“eventual” ou “esporádica”), mas a proíbe no tocante à “mula habitual”. 
TRÁFICO PRIVILEGIADO – CONSIDERAÇÕES 
Trata-se de quatro requisitos de natureza subjetiva, os quais devem ser analisados de 
forma cumulativa. Para que o acusado faça jus à diminuição devem estar presentes 
todos os requisitos. 
Para fins de determinar o quantum de diminuição da pena, o juiz deve se valer dos 
critérios constantes do Art. 42 da Lei de Drogas - natureza e quantidade da droga, 
personalidade e conduta social do agente -, tendo plena autonomia para aplicar a 
redução no quantum reputado adequado de acordo com as peculiaridades do caso 
concreto, desde que o faça de maneira fundamentada. 
Vedada a conversão em penas restritivas de direitos: o STF rechaçou o dispositivo legal 
em comento que vedada a conversão em penas restritivas de direitos, declarando 
sua inconstitucionalidade por violar o princípio da proporcionalidade (usurpação 
do Judiciário na análise do caso concreto). 
É firme a jurisprudência dessa corte no sentido de que a vedação de substituição de 
reprimenda com base apenas na proibição legal ofende o princípio da individualização da pena, 
cumprindo ao julgador, analisar os requisitos do art. 44 do Código Penal. 
STF, 15/10/2013 
 
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123 
 
TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO É EQUIPARADO A HEDIONDO: 
 Lei 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, acrescentou ao Art. 112 da Lei de 
Execuções Penais o § 5º que diz que: Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste 
artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto 
de 2006 (tráfico privilegiado) 
O chamado tráfico privilegiado, previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 
11.343/2006 não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. 
STF. Plenário. 118533, 23/6/2016 (Info 831). 
Condenado por Tráfico (Art. 35) em concurso com associação (Art. 35) 
– incabível a causa de diminuição de pena 
É inaplicável a causa especial de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei 
nº 11.343/2006 (traficante privilegiado) na hipótese em que o réu tenha sido condenado, na 
mesma ocasião, por tráfico (art. 33) e pela associação para o tráfico (art. 35). 
Ora, a causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 pressupõe que o agente não se 
dedique às atividades criminosas. Se o réu foi condenado por associação para o tráfico é porque 
ficou reconhecido que ele se associou com outras pessoas para praticar crimes, tendo, 
portanto, seu comportamento voltado à prática de atividades criminosas. 
STJ, informativo 513 
VAMOS VER COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
(2017/DPU) Situação hipotética: José, ao comercializar cocaína em espaço público, foi 
preso em flagrante. Apesar de ele ser primário, o juiz sentenciante não aplicou a causa de 
diminuição de pena referente ao denominado tráfico privilegiado, sob o argumento de que o 
réu se dedicava a atividades criminosas, conforme evidenciado por inquéritos e ações penais 
em curso nos quais José figurava como indiciado ou réu. Assertiva: Nessa situação, de acordo 
com a jurisprudência do STJ, o juiz feriu o princípio constitucional da presunção de inocência. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: 
É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para 
formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a 
afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. 
STJ. 14/12/2016 (Info 596). 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia Federal 
No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, crime contra a criança e 
adolescente e crimes licitatórios. 
Em viagem pela Europa, Ronaldo, primário, de bons antecedentes e não integrante de 
organização criminosa, adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo de obter 
lucro capaz de custear as despesas com a viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo foi preso em 
flagrante quando tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja condenado pelo crime 
tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a redução da pena de um sexto a dois terços. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
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124 
 
Gabarito: Certo 
Comentário: 
No caso, o agente que cometeu crime de tráfico, se possuir os requisitos da 
primariedade, de bons antecedentes, e não se dedicar às atividades criminosas nem 
integrar organização criminosa, poderá ter a redução da pena de um sexto a dois 
terços. É o chamado Tráfico Privilegiado, previsto no Art. 33, parágrafo 4º da Lei de 
Drogas. 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Analista Judiciário 
No que se refere aos crimes previstos na legislação de trânsito e na legislação antidrogas, 
julgue o próximo item. 
Em observância ao princípio da individualização da pena, segundo o entendimento 
pacificado do STF, em se tratando do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, a pena privativa 
de liberdade pode ser substituída por pena restritiva de direitos, preenchidos os requisitos 
previstos no Código Penal. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: 
O Pleno do STF, no julgamento do habeas corpus 97.256, decidiu que a 
expressão vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos contida no 
art. 44 da Lei n.º 11.343/2006 era inconstitucional: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 44 DA LEI 
11.343/2006: IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM 
PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
5. Ordem parcialmente concedida tão-somente para remover o óbice da parte 
final do art. 44 da Lei 11.343/2006, assim como da expressão análoga vedada a 
conversão em penas restritivas de direitos, constante do § 4º do art. 33 do mesmo 
diploma legal. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da 
proibição de substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de 
direitos; determinando-se ao Juízo da execução penal que faça a avaliação das 
condições objetivase subjetivas da convolação em causa, na concreta situação do 
paciente. (HC 97256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 
01/09/2010) 
Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF 
No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do STF, julgue 
o item. 
De acordo com a jurisprudência do STJ, a quantidade e a variedade de entorpecentes apreendidos 
em poder do acusado de traficar drogas constituem circunstâncias hábeis a denotar a dedicação às 
atividades criminosas, podendo impedir a aplicação da causa de diminuição de pena prevista na lei de 
combate às drogas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O STJ firmou entendimento no sentido de que a QUANTIDADE e a 
VARIEDADE (e até mesmo a natureza!) da droga podem impedir a caracterização do privilégio. 
2. A natureza e a quantidade de droga justificam a não aplicação da minorante do tráfico 
privilegiado. 
(HC 311.660/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 10/03/2015, 
DJe 17/03/2015) 
Tais circunstâncias poderiam, segundo o STJ, evidenciar a participação em organização 
criminosa, o que impediria a aplicação do §4º do Art. 33 da Lei de Drogas. 
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125 
 
ART. 34 – TRÁFICO DE MAQUINÁRIO 
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, 
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, 
ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou 
qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou 
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão, de 3 a 10 anos, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-
multa. 
No Direito Penal brasileiro os atos preparatórios, em regra, não são puníveis sequer na 
forma tentada. 
Em casos excepcionais, é possível a punição de atos preparatórios nas hipóteses em que 
a lei opta por incriminá-los de forma autônoma. São os chamados crimes-obstáculos ou tipos 
de realização imperfeita. 
Trata-se de crime relativo ao maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto que 
seja destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas. 
É um crime subsidiário em relação ao tráfico e hediondo por equiparação. 
Ex.: se a polícia não conseguir encontrar nenhuma droga em um laboratório 
clandestino durante a execução de um mandado de busca, porem encontrar uma 
balança de precisão com vestígios de cocaína, o agente deverá ser autuado em 
flagrante pela prática do Art. 34. 
 
Se ficar caracterizada a existência de contextos autônomos e coexistentes aptos a 
vulnerar o bem jurídico tutelado de forma distinta, o agente deverá responder pelos 
dois crimes em concurso material ou formal impróprio. 
É de se reconhecer o concurso material de crimes, mesmo com o encontro da 
droga, na hipótese de constituição de verdadeira fábrica para produção de drogas em 
grande escala. Nesse caso, não há falar na incidência do princípio da consunção, com 
absorção do crime tipificado no art. 34 pelo delito contido no art. 33, caput, ambos 
da Leu de drogas, pois a capacidade lesiva do mecanismo para produção de drogas 
vai muito além do risco a saúde pública representado pelas drogas apreendidas. 
STJ, info 531 
 
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MUDE SUA VIDA! 
126 
 
Não há crime quando o maquinário é para o USO (cachimbo, papel usado para 
confeccionar cigarro). 
INFORMATIVO 531 – STJ 
QUANDO O TRÁFICO DE DROGAS ABSORVE O CRIME DE TRÁFICO DE 
MAQUINÁRIO. 
Responderá apenas pelo crime de tráfico de drogas – e não pelo mencionado crime em 
concurso com o de posse de objetos e maquinário para a fabricação de drogas, previsto no 
Art. 34 da Lei 11.343/2006 – o agente que, além de preparar para venda certa quantidade de 
drogas ilícitas em sua residência, mantiver, no mesmo local, uma balança de precisão e um 
alicate de unha utilizados na preparação das substâncias. 
De fato, o tráfico de maquinário visa proteger a saúde pública, ameaçada com a 
possibilidade de a droga ser produzida, ou seja, tipifica-se conduta que pode ser considerada 
como mero ato preparatório. Portanto, a prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei de 
Drogas absorve o delito capitulado no Art. 34 da mesma lei, desde que não fique caracterizada 
a existência de contextos autônomos e coexistentes aptos a vulnerar o bem jurídico tutelado 
de forma distinta. 
Deve ficar demonstrada a real lesividade dos objetos tidos como instrumentos 
destinados à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sob pena de a 
posse de uma tampa de caneta – utilizada como medidor –, atrair a incidência do tipo penal 
em exame. Relevante, assim, analisar se os objetos apreendidos são aptos a vulnerar o tipo 
penal em tela. Na situação em análise, além de a conduta não se mostrar autônoma, verifica-
se que a posse de uma balança de precisão e de um alicate de unha não pode ser considerada 
como posse de maquinário nos termos do que descreve o Art. 34, pois os referidos 
instrumentos integram a prática do delito de tráfico, não se prestando à configuração do crime 
de posse de maquinário. 
REsp 1.196.334-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/9/2013. 
QUANDO O TRÁFICO DE DROGAS NÃO ABSORVE O CRIME DE TRÁFICO DE 
MAQUINÁRIO. AUTONOMIA DE CONDUTA SUBSUMIDA AO CRIME DE POSSUIR 
MAQUINÁRIO DESTINADO À PRODUÇÃO DE DROGAS. 
Responderá pelo crime de tráfico de drogas – Art. 33 da Lei 11.343/2006 – em concurso 
com o crime de posse de objetos e maquinário para a fabricação de drogas – Art. 34 da Lei 
11.343/2006 – o agente que, além de ter em depósito certa quantidade de drogas ilícitas em 
sua residência para fins de mercancia, possuir, no mesmo local e em grande escala, objetos, 
maquinário e utensílios que constituam laboratório utilizado para a produção, preparo, 
fabricação e transformação de drogas ilícitas em grandes quantidades. 
Nessa situação, as circunstâncias fáticas demonstram verdadeira autonomia das 
condutas e inviabilizam a incidência do princípio da consunção. 
Sabe-se que o referido princípio tem aplicabilidade quando um dos crimes for o meio 
normal para a preparação, execução ou mero exaurimento do delito visado pelo agente, 
situação que fará com que este absorva aquele outro delito, desde que não ofendam bens 
jurídicos distintos. 
AgRg no AREsp 303.213-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
8/10/2013. 
 
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MUDE SUA VIDA! 
127 
 
Em resumo, vale a proporcionalidade e o contexto em que os crimes foram praticados. 
Assim, será possível o reconhecimento da absorção do delito previsto no Art. 34 – que tipifica 
conduta que pode ser considerada como mero ato preparatório – pelo crime previsto no Art. 
33. 
Contudo, para tanto, é necessário que não fique caracterizada a existência de 
contextos autônomos e coexistentes aptos a vulnerar o bem jurídico tutelado de forma 
distinta. 
O Art. 33, caput, pode absorver os delitos previstos nos Arts. 33, §1º e 34, desde que 
constituam meios necessários ou fases normais de preparação da prática do Art.33, caput. 
INFO 791/STF 
Ademais, entendeu que, dadas as circunstâncias do caso concreto, seria 
possível a aplicação do princípio da consunção, que se consubstanciaria pela absorção 
dos delitos tipificados nos artigos 33, § 1º, I, e 34 da Lei 11.343/2006, pelo delito 
previsto no art. 33, caput, do mesmo diploma legal. Ambos os preceitos buscariam 
proteger a saúde pública e tipificariam condutas que — no mesmo contexto fático, 
evidenciassem o intento de traficância do agente e a utilização dos aparelhos e 
insumos para essa mesma finalidade — poderiam ser consideradas meros atos 
preparatórios do delito de tráfico previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/2006. 
Quanto às demais alegações, não haveria vícios aptos a redimensionara pena-base 
fixada, bem assim estaria demonstrada a existência de associação para o tráfico. 
Além disso, a suposta ocorrência de tráfico privilegiado não poderia ser analisada, 
por demandar análise fático-probatória. Por fim, a questão relativa à incidência do 
art. 62, I, do CP, não teria sido aventada perante o STJ, e sua análise implicaria 
supressão de instância. 
HC 109708/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 23.6.2015. (HC-109708) 
VEJA COMO FOI COBRADO! 
(2018/Delegado de Polícia) 
Situação hipotética: Em um mesmo contexto fático, um cidadão foi preso em flagrante por 
manter em depósito grande variedade de drogas, entre elas, cocaína, maconha, haxixe e crack, 
todas para fins de mercancia. Foram apreendidos também maquinários para o preparo de 
drogas, entre eles, uma balança digital e uma serra portátil. Assertiva: Nessa situação, afastada 
a existência de contextos autônomos entre as condutas delitivas, o crime será único. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: O cerne da questão está na expressão “afastada a existência de 
contextos autônomos”. A jurisprudência é pacífica ao determinar a unicidade de crime 
quando, no caso concreto, for comprovada a inexistência de contextos autônomos. 
 
 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
128 
 
ART. 36 – FINANCIAMENTO OU CUSTEIO DO TRÁFICO 
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes 
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
Pena - reclusão, de 8 a 20 anos, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-
multa. 
CONSIDERAÇÕES 
Exceção pluralística à teoria monista (quem concorre de qualquer forma para a prática do 
crime irá responder por ele) na qual foram separadas as tipificações das condutas do traficante 
(Arts. 33, caput, e § 1º, e 34) e do seu financiador (Art. 36), já que apesar de concorrer para a 
prática do tráfico de drogas o agente não irá responder por ele, mas sim pelo Art. 36. 
O financiamento ou custeio só serão típicos se estas ações visarem à prática de qualquer 
dos crimes previstos nos artigos Arts. 33, caput, e § 1º, e 34. 
SUJEITO ATIVO 
Crime Comum. Pune-se o agente que não tem participação direta na execução do tráfico, 
limitando-se a fornecer dinheiro ou bens para subsidiar a mercadoria. 
NÚCLEOS DO TIPO 
Financiar: O agente não tem controle sobre a atividade do tráfico, apenas entrega o 
dinheiro. 
 
Custear: Banca as atividades não somente com dinheiro, mas com veículos, bens 
móveis, armas. 
 O STF já teve a oportunidade de considerar suficientemente descrita a denúncia que 
imutou ao réu o delito contido no Art. 36 da Lei de Drogas, já que financiaria a associação 
criminosa, fornecendo veículos para o transporte das drogas ou para que fossem 
negociados. 
(...) O paciente foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo por financiar 
associação voltada para o tráfico ilícito de entorpecentes, fornecendo veículos para que fossem 
utilizados para buscar drogas, ou para que fossem negociados. (…) 
5. A denúncia descreve suficientemente a conduta do paciente, a qual, em tese, corresponde ao 
delito descrito no art. 36 da Lei 11.343/06, já que financiaria a associação criminosa, fornecendo 
veículos para o transporte das drogas ou para que fossem negociados. 
6. Diversamente do que sustentam os impetrantes, a descrição dos fatos cumpriu, 
satisfatoriamente, o comando normativo contido no art. 41 do Código de Processo Penal, estabelecendo a 
correlação entre a conduta do paciente e a imputação da prática delituosa. 
7. A alegação de que a situação financeira do paciente revelaria a impossibilidade de ter praticado 
o delito narrado na denúncia exige, necessariamente, a análise do conjunto fático-probatório, o que 
ultrapassa os estreitos limites do habeas corpus. 
8. Esta Corte tem orientação pacífica no sentido da incompatibilidade do habeas corpus quando 
houver necessidade de apurado reexame de fatos e provas 
(HC 89.877/ES, rel. Min. Eros Grau, DJ 15.12.2006). 
9. Habeas corpus denegado (HC 98.754, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe 11.12.2009, grifos nossos). 
STF HC 98.754, 11/12/2009 
 
ELEMENTO SUBJETIVO 
Não se pude a conduta culposa; apenas a dolosa. 
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129 
 
CONSUMAÇÃO 
Há profunda divergência doutrinária para identificação do momento consumativo. Entre 
ser crime permanente, habitual ou instantâneo, Renato Brasileiro, Cleber Masson defendem 
que o Art. 36 é um crime instantâneo, cuja consumação se verifica em um momento 
determinado, sem continuidade do tempo. Assim, se o financiador bancar, em 10 ocasiões 
diversas, a aquisição de drogas para comercialização por terceira pessoa, o agente deverá 
responder 1º vezes pelo crime. 
Não se aplica o Art. 36 para quem financia o USO de drogas. O financiamento do USO de 
drogas é caracteriza o como crime do Art. 33 § 2º – Induzimento ao uso de drogas, como auxílio 
moral. 
QUESTÃO CONTROVERSA: AUTOFINANCIAMENTO 
No caso de o agente atuar simultaneamente como traficante e financiador do delito 
(exemplo: “A” financia a aquisição de uma tonelada de cocaína para ser comercializada por “B”, 
e também auxilia na importação da substância e no seu transporte até este último), o legislador 
previu expressamente a causa de aumento de pena prevista no Art. 40. 
O agente que atua diretamente na traficância – executando, pessoalmente as 
condutas tipificadas no art. 33 – e que também financia ou custeia a aquisição de 
drogas, deve responder pelo crime previsto no art. 33 com a incidência da causa de 
aumento de pena prevista no art. 40 inciso VII, afastando o crime do art. 36. 
STJ HC306.136, 19/11/2015 
VEJA COMO FOI COBRADO! 
 (2014) De acordo com o entendimento do STJ, aquele que importar e vender substância 
entorpecente no mercado interno e utilizar os recursos assim arrecadados para financiar a 
própria atividade praticará os crimes de tráfico ilícito de drogas e financiamento ao tráfico, em 
concurso material. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Trata-se do chamado autofinanciamento. Quando quem importar 
e vender substância entorpecente no mercado interno e utilizar os recursos assim 
arrecadados para financiar a própria atividade responderá pelo crime do Art. 33 com 
a causa de aumento de pena do Art. 40 (autofinanciamento). 
 
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130 
 
CRIMES EM ESPÉCIE - CRIMES NÃO EQUIPARADOS A 
HEDIONDOS 
ART. 33, § 2º – INDUZIMENTO AO USO DE DROGAS 
Esse delito não é considerado tráfico de drogas e não é equiparado a 
hediondo. 
NÚCLEOS DO TIPO 
Induzir – Fazer brotar a ideia. 
Instigar – Reforçar uma ideia já preexistente. 
Auxiliar – Facilitação material. A conduta de auxiliar deve ser compreendida como 
ajuda real no sentido de oferecer ao usuário não a droga propriamente dita 
(tráfico), e sim os meios necessários à sua utilização, tais como local para o uso 
da droga ou o instrumento que permita o efetivo uso. 
Exemplo: emprestar cachimbo para uso do crack. 
Enquanto a indução e a instigação estão no campo moral, o auxílio está no campo 
material. 
Exemplo: O agente que empresta o carro para que outrem procure um local de venda 
de droga. 
O auxílio não pode abranger o fornecimento da droga. 
SUBSIDIARIEDADE 
É delito subsidiário: se o autor oferece droga, não será auxílio, será tráfico, Art. 33. 
SUJEITO PASSIVO 
Deve ser pessoa DETERMINADA. Alguém específico. Não caracteriza o induzimento, na 
instigação ou no auxílio ao uso indevido da droga de natureza genérica, ou seja, voltado a 
pessoas indeterminadas, sem prejuízo de eventual caracterização de incitação ao crime (CP, 
Art. 286) ou apologia ao crime (CP, Art. 287). 
CONSUMAÇÃO 
Crime material: para a consumação depende da prática do comportamento principal – o 
uso indevido da droga pelo terceiro, sendo efetivamente consumida. 
MARCHA DA MACONHA 
em 
vistaque a liberdade de expressão e manifestação de pensamento é consagrada na CF, bem 
como só existe o referido quando as condutas são destinas a pessoa determinada, não a uma 
multidão. 
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131 
 
ART. 33, §3º – TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
(CEDENTE EVENTUAL) 
§ 3º Oferecer droga, EVENTUALMENTE e sem objetivo de lucro, a 
PESSOA DE SEU RELACIONAMENTO, para JUNTOS a consumirem: 
Pena - detenção, de 6 meses a 1 ano, e pagamento de 700 a 1.500 dias-
multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. 
Obviamente, este delito não é considerado tráfico de drogas, consequentemente, não é 
equiparado a crime hediondo. Trata-se de uma infração penal de menor potencial ofensivo, 
cuja competência será do JECRIM. 
Para que o agente incorra nas sanções do §3º, é necessário o preenchimento de quatro 
requisitos, cumulativos, vejamos: 
Oferta eventual de droga; 
A eventualidade deve ser analisada sob a ótica do sujeito ativo e não da pessoa 
do relacionamento do agente a quem foi oferecida a droga para consumo 
compartilhado. Logo, mesmo que a droga seja oferecida pela primeira vez à pessoa, 
se restar comprovado que esse agente já havia oferecido drogas para consumo 
compartilhado a outras pessoas, essa habitualidade afastará a tipificação do crime 
do Art. 33 § 3º. 
 
Oferta gratuita; 
Oferecer: Se for “vender”, é tráfico. 
 
O destinatário da droga deve ser pessoa do relacionamento de quem 
oferece a droga; 
Exemplo: amigo, parente, namorado. 
Se quem oferece a droga ao terceiro não tem com ele nenhuma forma de 
relacionamento, mesmo que seja eventual e para uso compartilhado, estará 
caracterizado o tráfico. 
 
Consumo compartilhado: 
A droga deve ser destinada ao consumo conjunto. (Finalidade específica) 
SUJEITO ATIVO 
Crime próprio: Somente pode ser cometido por quem mantenha algum tipo de 
relacionamento com o destinatário da droga ofertada. 
ELEMENTO SUBJETIVO 
Dolo + dolo específico (consumir juntos). 
 
CONSUMAÇÃO 
Crime formal, de consumação antecipada. Consuma-se com a conduta de oferecer a droga 
nas condições descritas no tipo, prescindindo-se tanto da aceitação como do consumo 
compartilhado (exaurimento). Basta que a ação seja destinada a esta finalidade. 
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132 
 
VEJA COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de 
Justiça – Matutina 
Para a configuração do crime de oferecimento de droga para consumo conjunto, tipificado 
no Art. 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prática da conduta mediante o dolo 
“específico”. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A droga deve ser destinada a consumo conjunto, que constitui a 
especial finalidade no agir (dolo específico). Em outras palavras, a oferta da droga 
destina-se a essa finalidade. Não é necessário que o consumo efetivamente ocorra, 
mas é imprescindível que a droga seja destinada a esse fim. 
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Federal 
Considerando que Carlo, maior e capaz, compartilhe com Carla, sua parceira eventual, 
substância entorpecente que traga consigo para uso pessoal, julgue o item que se segue. 
A conduta de Carlo configura crime de menor potencial ofensivo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: A pena máxima prevista para a conduta de Carlo é de 01 ano de 
detenção, sendo considerada uma infração penal de menor potencial ofensivo, nos 
termos do Art. 61 da Lei 9.099/95: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Câmara dos Deputados Prova: Analista Legislativo 
Julgue o próximo item, referente às penas e aos crimes de abuso de autoridade e de tráfico 
ilícito de entorpecentes. 
No processamento do crime de tráfico de substâncias entorpecentes, é vedada, em 
qualquer hipótese, a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de 
direitos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: Parágrafo 4º do Art. 33 da Lei de Drogas que vedava a 
substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos foi REVOGADO, 
agora é penalmente possível que ocorra tal substituição. 
 
 
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133 
 
ART. 35 – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO 
O Art. 35 da Lei de Drogas dispõe sobre o crime de associação para o tráfico, a leitura de 
sua parte final confirma que apenas os Arts. 33, caput e seu 1º e o Art. 34 da LD são crimes de 
tráfico. 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, 
caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
 
Pena - reclusão, de 3 a 10 anos, e pagamento de 700 a 1.200 dias-
multa. 
 
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre 
quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 
desta Lei. 
SUJEITO ATIVO 
Crime Comum. Crime de concurso necessário ou plurissubjetivo são aqueles em que 
o tipo penal reclama da pluralidade de agentes para sua caracterização. 
ELEMENTO SUBJETIVO 
Dolo + dolo específico (para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes 
praticados nos artigos 33, caput e 34 da lei). 
A característica é a estabilidade e o vínculo que une os agentes, mesmo que nenhum 
crime por eles planejado venha a se concretizar. 
Exige-se o dolo de se associar com permanência e estabilidade para a 
caracterização do crime de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei n. 
11.343/2006. Dessa forma, é atípica a conduta se não houver ânimo 
associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual) 
STJ, informativo 509 
Para a caracterização do crime de associação para o tráfico é imprescindível o 
dolo de se associar com estabilidade e permanência, sendo que a reunião 
ocasional de duas ou mais pessoas não se subsome ao tipo do art. 35. 
STJ HC354.109, 22/09/2016 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
É crime formal, de consumação antecipada. Consuma-se quando se concretiza a 
convergência de vontades, independentemente da ulterior realização do fim visado pelos 
agentes. É um crime permanente. 
Crime autônomo, que independe da concretização ou não do tráfico. 
Exemplo: A e B se associam para praticar tráfico de drogas, eles incorrerão no tipo 
associação para o tráfico (Art. 35), ainda que não consigam traficar. Se conseguirem, 
responderão pelo Art. 35 e pelo Art. 33, em concurso material. São bens jurídicos tutelados 
diferentes. 
O crime de associação para o tráfico não admite tentativa, pois se trata de um crime 
obstáculo. Segundo Cleber Masson, crime obstáculo é aquele que retrata atos preparatórios 
tipificados como crime autônomo pelo legislador. 
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MUDE SUA VIDA! 
134 
 
Não obstante a materialidade do crime de tráfico pressuponha a apreensão da droga, o 
mesmo não ocorre em relação ao delito de associação para o tráfico, que, por ser de natureza 
formal, pode ter sua materialidade comprovada com base em outros elementos de prova, como, 
por exemplo, interceptações telefônicas. 
O crime de associação para o tráfico não é considerado crime equiparado a 
hediondo. 
STJ 294.935, 26/02/2015 e STF 83.017, 23/04/2004 
 
É inaplicável a causa especial de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 
da Lei nº 11.343/2006 (traficante privilegiado) na hipótese em que o réu tenha sido 
condenado, na mesma ocasião, por tráfico (art. 33) e pela associação para o tráfico 
(art. 35). 
Ora, a causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 pressupõe que o agente não se 
dedique às atividades criminosas. Se o réu foi condenadopor associação para o tráfico é porque 
ficou reconhecido que ele se associou com outras pessoas para praticar crimes, tendo, 
portanto, seu comportamento voltado à prática de atividades criminosas. 
STJ, informativo 513 
ATENÇÃO: A associação para o crime de financiamento ou custeio de tráfico de drogas 
também é crime, e os agentes incorrem nas mesmas penas. 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 (34, 35, 
36 e 37) desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, 
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas 
penas em restritivas de direitos. 
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-
á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da 
pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. 
VEJA COMO FOI COBRADO EM PROVA! 
 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: Defensor Público 
A respeito dos delitos tipificados na legislação extravagante, julgue o item a seguir, 
considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. 
O crime de associação para o tráfico é de natureza hedionda e a progressão de regime 
prisional desse tipo de crime ocorre após o cumprimento de dois quintos da pena — se o 
condenado for primário — ou de três quintos da pena — se reincidente. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Errado 
Comentário: A Lei dos Crimes Hediondos adota o sistema legal para definição 
da hediondez de um crime, logo, só será hediondo o que estiver na lei. Com efeito, 
o delito de associação para o tráfico, por não constar expressamente no rol previsto 
no Art. 1º da Lei n.º 8.072/1990, não possui natureza hedionda, não se aplicando, 
portanto, os lapsos mais gravosos para a progressão de regime. 
A jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça reconhece que o crime 
de associação para o tráfico de entorpecentes (Art. 35 da Lei n.º 11.343/2006) não 
figura no rol de delitos hediondos ou a eles equiparados, tendo em vista que não se 
encontra expressamente previsto no rol taxativo do Art. 2.º da Lei n.º 8.072/1990. 
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135 
 
ART. 37 – INFORMANTE OU FOGUETEIRO 
(COLABORADOR) 
CARACTERÍSTICAS DO TIPO 
Segundo Cleber Masson, foram separadas as condutas do traficante de drogas integrante 
de grupo, organização ou associação e da pessoa que, na condição de informante, colabora para 
a sua atividade. Por isso, é mais uma exceção pluralista à teoria monista. 
O informante não integra o grupo, organização ou associação, pois se integrasse ele 
responderia pelo Art. 35 da Lei de Drogas. 
Atenção: Nem toda colaboração é englobada pelo Art. 37. A colaboração material 
normalmente acarreta verdadeiro auxílio ao narcotráfico, fazendo com que o colaborador seja 
considerado partícipe do tráfico de drogas. 
A colaboração que rende ensejo ao Art. 37 é a que se opera por meio da PRESTAÇÃO DE 
INFORMAÇÕES, tal como ocorre quando o agente contribui para a propagação do tráfico, na 
função popularmente conhecida como “olheiro”. 
EVENTUALIDADE 
O crime do Art. 37 é de natureza subsidiária, somente se verificando se a conduta do 
informante ocorrer de forma esporádica. Se o informante for um colaborador permanente, 
seu enquadramento típico migrará do Art. 37 para o Art. 35 (associação para o tráfico) 
CONSUMAÇÃO 
Crime formal. 
COLABORADOR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Caso o informante colaborador seja funcionário público: 
Se não tiver solicitado nem recebido qualquer vantagem indevida: deve responder 
pelo crime do Art. 37, com a majorante prevista no Art. 40, II; 
Se tiver solicitado ou recebido vantagem indevida: responderá pelo Art. 37 em 
concurso material com o crime de corrupção passiva (Art. 317 do CP). Nesse caso, não haverá 
a incidência da majorante do Art. 40, II, da LD, considerando que a condição de servidor público 
já foi utilizada para caracterizar o crime do Art. 317. 
 
 
 
 
 
 
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INFORMATIVO 527 - STJ 
SUBSIDIARIEDADE DO TIPO DO ART. 37 EM RELAÇÃO AO DO ART. 35 DA LEI 
11.343/2006. 
Responderá apenas pelo crime de associação do art. 35 da Lei 11.343/2006 – e não pelo 
mencionado crime em concurso com o de colaboração como informante, previsto no art. 37 
da mesma lei – o agente que, já integrando associação que se destine à prática do tráfico de 
drogas, passar, em determinado momento, a colaborar com esta especificamente na condição 
de informante. 
A configuração do crime de associação para o tráfico exige a prática, reiterada ou não, 
de condutas que visem facilitar a consumação dos crimes descritos nos arts. 33, caput e § 1º, 
e 34 da Lei 11.343/2006, sendo necessário que fique demonstrado o ânimo associativo, um 
ajuste prévio referente à formação de vínculo permanente e estável. 
Por sua vez, o crime de colaboração como informante constitui delito autônomo, 
destinado a punir específica forma de participação na empreitada criminosa, caracterizando-
se como colaborador aquele que transmite informação relevante para o êxito das atividades 
do grupo, associação ou organização criminosa destinados à prática de qualquer dos crimes 
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei 11.343/2006. 
O tipo penal do art. 37 da referida lei (colaboração como informante) reveste-se de 
verdadeiro caráter de subsidiariedade, só ficando preenchida a tipicidade quando não se 
comprovar a prática de crime mais grave. 
De fato, cuidando-se de agente que participe do próprio delito de tráfico ou de 
associação, a conduta consistente em colaborar com informações já será inerente aos 
mencionados tipos. A referida norma incriminadora tem como destinatário o agente que 
colabora como informante com grupo, organização criminosa ou associação, desde que não 
tenha ele qualquer envolvimento ou relação com atividades daquele grupo, organização 
criminosa ou associação em relação ao qual atue como informante. 
Se a prova indica que o agente mantém vínculo ou envolvimento com esses grupos, 
conhecendo e participando de sua rotina, bem como cumprindo sua tarefa na empreitada 
comum, a conduta não se subsume ao tipo do art. 37, podendo configurar outros crimes, como 
o tráfico ou a associação, nas modalidades autoria e participação. Com efeito, o exercício da 
função de informante dentro da associação é próprio do tipo do art. 35 da Lei 11.343/2006 
(associação), no qual a divisão de tarefas é uma realidade para consecução do objetivo 
principal. Portanto, se a prova dos autos não revela situação em que a conduta do paciente 
seja específica e restrita a prestar informações ao grupo criminoso, sem qualquer outro 
envolvimento ou relação com as atividades de associação, a conduta estará inserida no crime 
de associação, o qual é mais abrangente e engloba a mencionada atividade. 
Dessa forma, conclui-se que só pode ser considerado informante, para fins de incidência 
do art. 37 da Lei 11.343/2006, aquele que não integre a associação, nem seja coautor ou 
partícipe do delito de tráfico. Nesse contexto, considerar que o informante possa ser punido 
duplamente – pela associação e pela colaboração com a própria associação da qual faça parte 
–, além de contrariar o princípio da subsidiariedade, revela indevido bis in idem, punindo-se, 
de forma extremamente severa, aquele que exerce função que não pode ser entendida como 
a mais relevante na divisão de tarefas do mundo do tráfico. 
HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013. 
 
 
 
 
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ART. 40 – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA 
As causas de aumento de pena são aplicadas apenas aos crimes dos Arts. 33 a 37, por isso 
iremos analisar os crimes dos Arts. 38 e 39 em momento posterior. (Ficaram de fora: prescrição 
culposa; conduzir aeronave e embarcação) 
São 7 causas de aumento de pena, e nada impede, se existiremduas ou mais majorantes, 
a aplicação prática de todas elas. O STJ já considerou válido o reconhecimento simultâneo de 
majorantes previstas no Art. 40. 
 
TRÁFICO TRANSNACIONAL DE DROGAS 
I - A natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido 
e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do 
delito; 
 
TRANSNACIONALIDADE 
A origem ou destino da droga ultrapassam a barreira nacional, não necessariamente indo 
ou vindo de outro país. Podendo ser de uma embarcação em alto mar. 
 
 CONSUMAÇÃO 
Consuma-se com a prova da destinação internacional da droga. 
A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I) configura-se com a prova da 
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras. 
 Súmula 607, STJ, 17/04/2018 
 
COMPETÊNCIA 
Além do tráfico internacional, o tráfico interestadual também é causa de aumento de pena. 
Nessa linha, cumpre destacarmos que o tráfico transnacional é crime de competência da 
Justiça Federal (o tráfico interestadual não é de competência da Justiça Federal. A Polícia 
Federal pode investigar o tráfico interestadual, mas não se trata de crime federal). 
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da 
competência da Justiça Federal. 
 
Nos casos de tráfico transnacional, se o delito for cometido em Município que não 
seja sede de vara federal, o processamento sedará na vara federal da 
circunscrição respectiva. 
 
Remessa de droga do exterior para o Brasil: 
Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela 
via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
STJ, Súmula 528 
 
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Remessa de droga do Brasil para o exterior pela via postal: 
Competência será já Justiça Federal do local do último ato de execução. 
A consumação do delito ocorre no momento do envio da droga, juízo competente para 
processar e julgar o processo, independentemente do local da apreensão. Inaplicabilidade da 
Súmula 528. 
146.393/SP, 01/07/2016 
Critérios para analisar a transnacionalidade: 
a) natureza; 
b) procedência da substância; 
c) circunstâncias do fato. 
Não basta provar que a droga foi produzida em outro país para indicar a 
responsabilização do agente pela internacionalização da droga. A procedência é apenas um dos 
requisitos. 
Exemplo: O simples fato de a droga ser boliviana não induz automaticamente a 
transnacionalidade do delito. Basta pensar na venda desse produto a um usuário no interior de 
um bar. 
Deve existir a dupla proibição para a incidência da majorante, ou seja, a substância 
deve ser crime no Brasil e no outro país. 
SUJEITO ATIVO 
II - O agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou 
no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou 
vigilância; 
Trata-se de situação em que o agente abusa de sua função pública, da sua missão de 
educação, poder familiar, guarda ou vigilância. Nessa hipótese, a reprovabilidade deve ser mais 
acentuada. 
- Agente pratica o crime prevalecendo-se de sua função pública; 
- Agente pratica o crime no desempenho de missão de educação; 
- Agente pratica o crime no exercício do poder familiar, guarda ou vigilância. 
Não basta, para incidir a majorante, seja o crime praticado pelo funcionário público. Ele 
deve praticar o delito prevalecendo-se da função pública. É valer-se da função pública. 
Por função pública, segundo Renato Brasileiro, compreende-se toda atividade 
desempenhada com o objetivo de consecução de finalidades próprias do Estado, por meio 
daquele que exerce cargo, emprego ou função pública, nos termos do Art. 327 do Código Penal. 
Exercem função pública todos aqueles que prestam serviços ao Estado e às pessoas 
jurídicas da Administração indireta, aí incluídos os agentes políticos, os servidores públicos, 
assim como os particulares em colaboração com o Poder Público. 
LOCAIS DO CRIME 
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações 
de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes 
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, 
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de 
recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer 
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de 
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em 
transportes públicos. 
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139 
 
É desnecessário que a infração seja cometida nas dependências das localidades que 
indica. Basta a prática das infrações nas imediações dos respectivos locais. 
 
É prescindível a demonstração de que o agente tenha como destinatário alguém que se 
encontre no interior dos locais legalmente indicados. 
 
Estabelecimento prisional: a jurisprudência pacífica do STF é no sentido de que basta 
que seja o crime cometido na dependência de estabelecimento prisional para 
autorizar o aumento da pena. Não é necessário que a droga seja destinada à difusão 
(distribuição) dentro do estabelecimento prisional. 
 
Transporte público: 
A utilização de transporte público com a única finalidade de levar a 
droga ao destino, de forma oculta, sem o intuito de disseminá-la entre os 
passageiros ou frequentadores do local, não implica a incidência da causa 
de aumento de pena do inciso III do artigo 40 da Lei 11.343/2006 
STJ, informativo 547 
Se o agente leva a droga em transporte público, mas não a comercializa 
dentro do meio de transporte, incidirá essa majorante? 
Não. A majorante do Art. 40, II, somente deve ser aplicada nos casos em 
que ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior. 
STF, 19/08/2014; STF, 3/6/2014 
MODO DE EXECUÇÃO 
IV - O crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, 
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação 
difusa ou coletiva; 
Deve-se ter em vista que se o emprego da violência ou grave ameaça consistir em crime 
autônomo, não incidirá a causa de aumento de pena, uma vez que senão haveria o bis in idem 
(punir o mesmo fato mais de uma vez). 
Assim, contemplamos que em regra, o tráfico de drogas não é cometido com emprego de 
violência ou grave ameaça, porém, quando isso acontecer será considerado causa de aumento 
de pena. 
Acerca do emprego da arma de fogo, existe uma controvérsia sobre a existência ou 
não de concursos de crimes entre a infração penal (Arts. 33 a 37) com a causa de 
aumento de pena (modo de execução), e os delitos de porte ilegal de arma de fogo. 
Há doutrina que concurso de crimes configura bis in idem, e outra parte afirma 
que deve haver o concurso material. 
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HIPÓTESE QUE FOI RECONHECIDA A CONSUNÇÃO: 
A absorção do crime de porte ou posse ilegal de arma pelo delito de tráfico de 
drogas, em detrimento do concurso de material, deve ocorrer quando o uso da arma 
está ligado diretamente ao comércio ilícito de entorpecentes, para se atingir o crime 
fim que é o tráfico de drogas, ou seja, para assegurar o sucesso da mercancia ilícita. 
Nesse caso, trata-se de crime meio para se atingir o crime fim, que é o tráfico de 
drogas. Exige-se o nexo finalístico entre as condutas de portar ou possuir arma de 
fogo e aquelas relativas ao tráfico. 
HC 181.400, 29/06/2012 
HIPÓTESE QUE FOI RECONHECIDO O CONCURSO MATERIAL: 
No caso dos autos, as instâncias ordinárias, com base no conjunto probatório, 
entenderam que as condutas tiveram desígnios autônomos. Rever esse 
entendimento, na espécie, demanda reexame de provas, inviável na via estreita do 
HC. 
HC 366.638, 29/08/2018 
TRÁFICO INTERESTADUAL 
V - Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes 
e o Distrito Federal; 
Não é necessário que ocorra a transposiçãodas fronteiras, basta que as circunstâncias 
demostrem que iria ocorrer. 
Para a configuração do tráfico interestadual de drogas (art. 40, V, da Lei 
11.343/2006), não se exige a efetiva transposição da fronteira, bastando a 
comprovação inequívoca de que a droga adquirida num estado teria como destino 
outro estado da Federação 
STF HC 115.893/MT, 2013 
A competência é da Justiça Estadual, porém se necessitar de repressão uniforme, a PF terá 
atribuição de investigar. 
OBS: Polícia Federal investiga, porém, remete à JUSTIÇA ESTADUAL. 
Inclusive interceptação telefônica deve ser solicitada ao juiz estadual. 
 
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141 
 
INFORMATIVO 808 - STF 
Tráfico de entorpecente e transposição de fronteira 
A incidência da causa de aumento de pena prevista na Lei 11.343/2006 [Art. 
40. As penas previstas nos artigos 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a 
dois terços, se: (...) V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre 
estes e o Distrito Federal] não demanda a efetiva transposição da fronteira da 
unidade da Federação. 
Seria suficiente a reunião dos elementos que identificassem o tráfico 
interestadual, que se consumaria instantaneamente, sem depender de um resultado 
externo naturalístico. Esse é o entendimento da Primeira Turma, que, em conclusão 
de julgamento e por maioria, denegou a ordem em habeas corpus no qual se 
sustentava a não incidência da mencionada majorante, porque o agente teria 
adquirido a substância entorpecente no mesmo Estado em que fora preso. 
Segundo o Colegiado, existiriam provas suficientes quanto à finalidade de 
consumar a ação típica, a saber: 
a) o paciente estava no interior de ônibus de transporte interestadual com 
bilhete cujo destino seria outro Estado da Federação; e 
b) a fase da intenção e a dos atos preparatórios teriam sido ultrapassadas 
quando o agente ingressara no ônibus com a droga, a adentrar a fase de execução 
do crime. 
HC 122791/MS, rel. Min. Dias Toffoli, 17.11.2015. (HC-122791) 
Questiona-se: é possível a incidência desta majorante e, ao mesmo tempo, a incidência da 
causa de aumento da transnacionalidade? 
Depende. Se a droga, ao chegar ao Brasil, era destinada a ser difundida em mais de um 
Estado, aplicar-se-ão as duas majorantes. Se a droga, ao chegar ao Brasil, passa por mais de um 
Estado, mas seu destino era um único Estado, aplicar-se-á apenas a causa de aumento do tráfico 
internacional. 
 No tráfico ilícito de entorpecentes, é inadmissível a aplicação simultânea 
das causas especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade e à 
interestadualidade do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006), quando 
não comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais 
de um estado do território nacional, ainda que, para chegar ao destino final 
pretendido, imperativos de ordem geográfica façam com que o importador 
transporte a substância através de estados do país. 
De fato, sem a existência de elementos concretos acerca da intenção do 
importador dos entorpecentes de pulverizar a droga em outros estados do território 
nacional, não se vislumbra como subsistir a majorante prevista no inciso V do art. 40 
da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) em concomitância com a causa especial de 
aumento relativa à transnacionalidade do delito (art. 40, I, da Lei de Drogas), sob 
pena de bis in idem 
STJ HC 214.942, 16.06.2016, informativo 586 
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SUJEITO PASSIVO 
VI - Sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente 
ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a 
capacidade de entendimento e determinação; 
Questiona-se: Como fica a incidência dessa majorante diante do crime de corrupção de 
menores (art. 244-B do ECA)? 
Nos crimes dos Arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, quando o agente pratica o delito juntamente 
com um menor, não é possível aplicar o crime de corrupção de menores, pois essa causa de 
aumento da pena do Art. 40, VI, é incompatível com o crime do Art. 244-B do ECA, incidindo 
aqui o princípio da especialidade. A norma especial exclui a incidência da norma geral. 
Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não 
estar previsto nos Arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo 
crime de corrupção de menores, porém, se a conduta estiver tipificada em um 
desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito, 
mas apenas a majoração da sua pena com base no Art. 40, VI, da Lei n. 
11.343/2006. Por sua vez, para incidir a majorante do Art. 40, VI, da Lei de Drogas, 
faz-se necessário que, ao praticar os delitos previstos nos Arts. 33 a 37, o réu envolva 
ou vise atingir criança, adolescente ou quem tenha capacidade de entendimento e 
determinação diminuída. Não se compartilha do entendimento no sentido de que, se 
a criança ou adolescente já estiverem corrompidos, não há falar em corrupção de 
menores e de que responde o agente apenas pelo crime de tráfico majorado, pois, 
de acordo com o entendimento do STJ, é irrelevante a prova da efetiva corrupção do 
menor para que o acusado seja condenado pelo crime do ECA. A solução deve ser 
encontrada no princípio da especialidade. Assim, se a hipótese versar sobre 
concurso de agentes envolvendo menor de dezoito anos com a prática de qualquer 
dos crimes tipificados nos Arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, afigura-se juridicamente 
correta a imputação do delito em questão, com a causa de aumento do Art. 
40, VI. 
STJ, 22.11.2016, informativo 595 
AUTOFINANCIAMENTO 
VII: o agente financiar ou custear a prática do crime. 
Essa majorante tem aplicabilidade restrita ao autofinanciamento. 
STJ, Informativo 534. 
Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do Art. 33: 
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143 
 
Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do Art. 
33: 
Responderá apenas pelo art. 33 + art. 40, VII da Lei de Drogas (não será 
condenado pelo art. 36). 
STJ, 17/12/2013 (Info 534). 
Art. 36 X Art. 40 VII 
Qual a diferença entre a causa de aumento de pena que estamos analisando e o crime 
previsto no art. 36? 
O Art. 36 visa alcançar aquele que fica “por trás das cortinas”, financiando a conduta 
criminosa de terceiros. 
Atinge aquele que não atua diretamente no ilícito, mas financia o desempenho da 
atividade por outros. 
Já a causa de aumento de pena atinge aquele que desenvolve a atividade criminosa 
diretamente e, além disso, acrescenta valores. 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-SE Prova: Delegado de Polícia 
Acerca do tráfico ilícito de entorpecentes, de ações de prevenção e repressão a delitos 
praticados por organizações criminosas, de abuso de autoridade e de delitos previstos na Lei 
de Tortura, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Em um mesmo contexto fático, um cidadão foi preso em flagrante por 
manter em depósito grande variedade de drogas, entre elas, cocaína, maconha, haxixe e crack, 
todas para fins de mercancia. Foram apreendidos também maquinários para o preparo de 
drogas, entre eles, uma balança digital e uma serra portátil. Assertiva: Nessa situação, afastada 
a existência de contextos autônomos entre as condutas delitivas, o crime será único. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certo 
Comentário: Dependendo de como é praticado o tráfico de drogas, o crime 
previsto no Art. 34 (posse de maquinários para preparação de drogas) da Lei 
11.343/06 pode ser absorvido pelo Art. 33 (tráfico de drogas) da mesma lei. A prática 
do Art. 33 absorve o delito do Art. 34, desde que não fique caracterizada a existência 
de contextos autônomos e coexistentes, aptos a vulnerar o bem jurídico tutelado de 
forma distinta. 
 Resumindo: para que ocorra a condenação simultânea, o

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