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Infecções Virais do Sistema Nervoso - Raiva e poliomielite

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MAD-2 06.05.2020 Aula 29 
1 
Infecções Virais do Sistema Nervoso – Raiva e Poliomielite 
- Enterovírus (Vírus Coxsackie, ecovírus e vírus 
da poliomielite, caxumba, influenza) 
- Vírus Rábico 
- Vírus Varicela-zóster 
Raiva 
Encefalomielite viral aguda, progressiva e fatal. É uma zoonose transmitida ao 
homem, principalmente pela mordedura de um animal infectado. Devido ao 
neurotropismo do agente infeccioso, a disseminação ocorre facilmente pelo sistema 
nervoso central (SNC), desenvolvendo o quadro clínico característico da doença. 
Latim Rabere (significa fúria ou delírio) 
Família Rhabdovidae 
Gênero Lissavirus 
14 espécies virais: ICTV 2014 
1ª espécie descrita: RABV – Rabies virus ou vírus da raiva, genótipo 1 
Distribuição dessa espécie é global e encontrada em mamíferos terrestres e 
morcegos 
Antropozoonose (atingindo tanto humanos como animais). 
A infecção natural ocorre em quase todos os mamíferos silvestres e domésticos. 
Transmissão na maior parte é feita pelo contágio indireto pela saliva do animal 
infectado (mordida, arranhadura, lambedura) 
Roedores não transmitem; 
Letalidade de 100% com o principal vetor hoje em dia sendo o morcego (desmodus 
rotundus). 
O vírus é pouco resistente aos agentes químicos, sofrendo inativação pelo éter, 
clorofórmio, sais minerais, ácidos e álcalis fortes, fenol, formol, desinfectantes, 
detergentes, durgactantes, solventes orgânicos, agentes oxidantes, compostos 
quaternário de amônio, preparações iodatas, etanos a 70%, 𝛽-propiolastona e 
tripsina. 
Os vírus são inativados por agentes físicos como calor a 80°C por 2 min, radiação 
ultravioleta, raios X, assim como em temperatura e luminosidade excessivas (luz 
solar por 14 dias, a 30°C). 
Envelopado (glicoproteína G – responsável pela adsorção aos receptores celulares 
e com a penetração do vírus na célula hospedeira) 
Capsídeo de simetria Helicoidal (proteínas N, L e P) – facilitam a entrada do 
vírus para sua replicação 
• Cada molécula de proteína N envolve 9 bases do RNA protegendo-o da ação 
de ribonucleases, além de manter uma configuração apropriada do genoma 
para a transcrição. 
• A proteína P forma homo-oligômeros, os quais 
são estruturas necessárias para ligar a 
proteina L ao nucleocapsídeo e desencadear sua 
atividade de transscriptase. 
• Proteína L forma um complexo firmemente 
enrolado que interage intimamente com as 
glicoproteínas da bicamada lipídica. 
ssRNA fita simples não segmentado de polaridade 
negativa 
Neurotrópico 
Adsorção: ligação da protéina G com o receptor celular: 
• molécula de adesão da célula neural; 
Gicoproteina G faz a adsorção do vírus na célula, ao entrar terá uma 
replicação viral utilizando todas as organelas, havendo a tradução do 
vírus até montar o vírus e liberar o vírus já replicado vira exocitose. 
 
IMAGEM: Biossíntese do vírus da raiva. A adsorção da partícula viral é mediada pela proteína G. 
Em seguida, o vírus é internalizado por endocitose seguindo-se fusão do envelope viral com a 
membrana do endossoma e liberação do genoma no citoplasma. A transcrição resulta na produção de 5 
RNA mensageiros (RNAm) que são traduzidos em proteínas virais. A proteína G é processada no 
retículo endoplasmático (RE) e no complexo de Golgi e transportada para a membrana 
citoplasmática. A proteína M se localiza na face interna da membrana citoplasmática. A replicação 
do genoma ocorre a partir de uma fita complementar de polaridade positiva (antigenoma) transcrita 
a partir do RNA viral de polaridade negativa. A montagem das partículas ocorre no citoplasma 
celular, e em seguida, os vírions são liberados por brotamento pela membrana citoplasmática, onde 
adquirem o envelope. 
 
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Patogênese 
O ferimento causado pela mordida de um animal raivoso geralmente resulta na 
deposição de saliva infectada com vírus no interior dos músculos e tecidos 
adjacentes; essa é a porta de entrada mais comum que se observa na infecção humana. 
Porém, a transmissão também pode ocorrer após o contato de mucosas íntegras ou da 
pele lesionada com secreções contaminadas, ou ainda por meio de transplante da 
córnea de um doador infectado. Outra forma de transmissão a ser considerada é pela 
aspiração de aerossóis formados a partir de secreções contaminadas produzidas por 
morcegos, em cavernas. 
No sítio de entrada, o vírus pode persistir e replicar durante dias ou semanas 
no tecido muscular e/ou conjuntivo antes do desenvolvimento de uma resposta 
imunológica significativa. Por outro lado, pode apresentar curso relativamente 
rápido e alcançar o sistema nervoso periférico (SNP), sendo em seguida, conduzido 
até o SNC. No sítio de entrada, o vírus pode persistir e replicar durante dias ou 
semanas no tecido muscular e/ou conjuntivo antes do desenvolvimento de uma resposta 
imunológica significativa. Por outro lado, pode apresentar curso relativamente 
rápido e alcançar o sistema nervoso periférico (SNP), sendo em seguida, conduzido 
até o SNC. 
O vírus atinge a raiz do gânglio dorsal e a medula espinhal onde é replicado e 
daí atinge o cérebro. Após atingir o sistema nervoso, o curso ascendente do vírus 
ao cérebro é rápido. O espalhamento do vírus pode ser facilitado pelo deslocamento 
através das junções célula-célula. A distribuição via fluido cerebroespinhal pode 
também contribuir para a disseminação viral dentro do SNC. 
Após alcançar o SNC, ocorre deslocamento centrífugo ou antirretrógrado do vírus 
para uma variedade de sítios anatômicos: córtex adrenal, pâncreas, rins, pulmões, 
coração, cavidade oral, cavidade nasal, mucosa intestinal, folículos capilares, 
retina, córnea e glândulas salivares. 
Resposta imunológica 
Nenhuma resposta pode ser detectada durante a fase em que o vírus está se 
deslocando do sítio de entrada até o SNC. 
Produção e a detecção de anticorpos só acontecem depois que a infecção é 
disseminada e os sinais clínicos da doença são estabelecidos. 
Interferon 
• Ativação dos linfócitos T auxiliares 
• Produção citocinas 
• Ativação de célula T citotóxica 
• Ativação de células B 
• Produção de anticorpos 
Manifestações clínicas 
Incubação: 10 dias a vários meses 
Fase prodrômica: Primeiros sinais e sintomas. Relativamente curta, caracterizada 
pelo aparecimento dos primeiros sinais e sintomas. Esse estágio do processo 
infeccioso tem início quando o vírus se move centripetamente da periferia para a 
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3 
raiz dorsal ganglionar e SNC, marcando, assim, o fim do período de incubação e a 
morte ocorre nas próximas 2 semanas 
Essa fase pode durar de 2 a 10 dias com sintomas geralmente brandos e bastante 
inespecíficos: 
• Mal-estar, anorexia, fotofobia, diarreia, cefaleia, náusea, vômito, dor 
muscular e de garganta, hiperestesia (sensibilidade excessiva a qualquer 
estímulo) e parestesia (sensações subjetivas como frio, calor, coceira, 
dormência) perto do local da mordida, e/ou sensações anormais de 
ansiedade, irritabilidade, insônia e alucinações sensoriais. 
Fase neurológica aguda: quadro progressivo tornando evidentes as manifestações 
clínicas da doença. 
• forma furiosa: o paciente apresenta uma fase de excitação, exibindo sinais 
de disfunção do sistema nervoso, como desorientação, alucinação e 
paralisia. 
O paciente pode apresentar ansiedade, agitação, rigidez da nuca, aerofobia, 
espasmos da faringe (causando problemas na degritição), disfagia, apoplexia focal 
ou generalizada, arritmia cardíaca e respiratória, hipertensão, progredindo para 
coma e morte. 
A musculatura torna-se rígida, havendo dificuldade em deglutir. 
A deglutição precipita espasmos dolorosos da musculatura da garganta, podendo 
com isso deixar a saliva escorrer pelo canto da boca para evitar a dor. 
É comum o aparecimento de espasmos a uma simples visão de líquidos, daí o termo 
hidrofobia. 
A hidrofobia é sintoma patognomônico, não sendo encontrado em nenhuma outra 
infecção do SNC. 
Diagnóstico 
- Diagnóstico clínico 
- Diagnóstico laboratorial 
• In vivo: munofluorescênciadireta (IFD), aplicado em amostras de saliva 
(esfregaço), impressão de córnea (cornea-test) ou raspado de mucosa 
lingual 
• Pos morten: histopatologia, com a pesquisa de corpúsculos de Negri 
encontrados no citoplasma de células do cérebro ou da medula espinhal. 
- Detecção do antígeno viral 
• É realizada pelo método de IFD, aplicado em esfregaço de saliva, impressão 
de córnea ou raspado de mucosa lingual. 
• A detecção de antígenos virais visualizados pela técnica de IFD no 
folículo piloso, a partir de biópsia de pele da região occipital da nuca, 
próxima ao couro cabeludo, é um método rápido para o diagnóstico da raiva 
antes do óbito. Após o óbito, as amostras indicadas são principalmente 
aquelas obtidas do cérebro e do cerebelo. 
- Isolamento viral 
• isolamento pode ser realizado por inoculação direta do material biológico 
em cultura de células de neuroblastoma ou por via intracerebral em 
camundongos lactentes. A linhagem celular preconizada para esse tipo de 
teste é a de células de neuroblastoma de murino (NA-C1300) e a propagação 
do vírus é evidenciada pela técnica de IFD. 
- Sorologia 
• Os anticorpos neutralizantes para o vírus da raiva só podem ser detectados 
no soro e no liquor na fase tardia da doença. Tal detecção pode ser 
considerada como diagnóstico para a raiva desde que o indivíduo não tenha 
sido previamente vacinado. Esses anticorpos normalmente não estão 
presentes até a 2a semana de infecção e ainda podem não atingir níveis 
detectáveis até ocorrer o óbito. 
• O teste de neutralização (TN), ou soroneutralização, também é utilizado 
para a determinação de anticorpos neutralizantes em amostras de soro 
coletadas 10 dias após a última dose de vacina, ou a qualquer momento, em 
indivíduos previamente imunizados e expostos ao risco de contraírem o 
vírus da raiva. 
Prevenção e controle 
- Profilaxia pós exposição: 
• Limpeza do local com água e sabão, aplicação de antissépticos, 
• Vacinas (atenuada- 4 doses); 
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4 
• Aplicação do soro no local de infecção. 
- Pré- exposição 
Vacinação de cães e gatos; 
Controle de morcegos hematófagos; 
Epidemiologia 
Ciclos epidemiológicos da raiva. A raiva é uma zoonose 
em que o homem é hospedeiro acidental e terminal. O vírus 
pode infectar qualquer animal de sangue quente e sua 
manutenção na natureza ocorre por 4 ciclos de transmissão 
envolvendo animais urbanos, rurais, silvestres e morcegos 
(ciclo aéreo). 
Poliomielite 
A poliomielite é uma doença infecciosa aguda que, em sua forma grave, afeta o 
SNC. A destruição dos neurônios motores, nos cornos anteriores da medula espinhal, 
resulta em paralisia flácida. 
Pode ser dividia em: 
• Poliomielite abortiva: a forma mais comum da doença, caracterizada por 
febre, lassidão, sonolência, cefaleia, náusea, vômito, prisão de ventre e 
inflamação da garganta. O paciente se recupera em poucos dias. O 
diagnóstico da poliomielite abortiva pode ser feito quando os vírus são 
detectados ou é comprovada a elevação do nível de anticorpos 
• Poliomielite não paralítica (meningite viral): além dos sintomas referidos 
anteriormente, o paciente tem rigidez e dor nas costas e nuca. A doença 
dura de 2 a 10 dias, sendo a recuperação rápida e completa, com um baixo 
percentual evoluindo para paralisia 
• Poliomielite paralítica: em média, apenas 1% das infecções por PV, em 
população suscetível, evolui para doença paralítica, conhecida como 
poliomielite. O período de incubação é geralmente de 4 a 10 dias e a 
paralisia aparece 2 a 5 dias após os sintomas iniciais inespecíficos. A 
dor muscular reflete a produção de vírus nesse tecido. A paralisia é 
classificada como espinhal ou bulbar, dependendo se a biossíntese se dá na 
medula espinhal ou no tronco cerebral, respectivamente. Muitas vezes a 
forma espinhal se associa à forma bulbar, dando origem à poliomielite 
bulboespinhal. A poliomielite espinhal geralmente é flácida, limitada às 
extremidades e tronco, com os pacientes apresentando desde fraqueza branda 
a tetraplegia. Apenas 10 a 15% dos casos de poliomielite são da forma 
bulbar, envolvendo nervos motores ou centros medulares que controlam a 
respiração e o sistema vasomotor. 
A patologia da poliomielite é decorrente da inflamação e da destruição da massa 
cinzenta do SNC, especialmente da medula espinhal (cornos anteriores). Os neurônios 
motores localizados no tronco cerebral e hemisférios cerebrais também podem ser 
infectados. A extensão da infecção da massa cinzenta demonstra que a doença é 
frequentemente uma poliencefalomielite, isto é, inflamação da massa cinzenta do 
cérebro e da medula espinhal, e não apenas uma poliomielite, com inflamação da 
massa cinzenta da medula. 
Família Picornaviridae 
Gênero Enterovírus 
Já descritos 27 gêneros 
 
Vírus não envelopados, sendo mais resistente; 
Capsídeo icosaédrico – VP1, VP2, VP3, VP4; 
• Cada capsômero é formado por 4 polipeptídeos estruturais, denominados VP1, 
VP2, VP3 e VP4. Os 3 primeiros são externos, e o VP1, o mais superficial, 
predominantemente exposto; nele se localiza o sítio antigênico mais 
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importante, que é, possivelmente, o sítio de reconhecimento do receptor 
celular. O VP4 é o mais interno, associado ao ácido nucleico. 
• A VPg está presente nas cadeias nascentes de RNA do intermediário 
replicativo (RI) e nas fitas negativas de RNA, o que faz supor que a VPg 
seja um iniciador para a síntese do RNA do vírus da poliomielite. As 
regiões 5′ não codificantes são longas. 
ssRNA linear de fita simples com polaridade positiva e, portanto, é infecciosa, 
fundionando diretamente como RNA mensaheiro. 
Estáveis em pH 3 – 9 
Resistêntes a desinfetantes, como ácool 70% 
Estáveis a temperatura de -20 a 70oC 
Biossíntese dos picornavírus. 1. Adsorção do 
vírion a receptores específicos na superfície 
celular. 2. Entrada e desnudamento/liberação do 
RNA viral no citoplasma por desestabilização do 
capsídeo. 3. Clivagem da proteína VPg. 4. 
Tradução do RNA viral de polaridade positiva, 
que atua como RNA mensageiro. 5. Clivagem da 
poliproteína para produzir proteínas virais 
individuais. 6. Produção de fitas 
complementares de polaridade negativa a partir 
do RNA genômico, resultando em uma forma 
replicativa. 7. Replicação das novas fitas de 
RNA de polaridade positiva. 8. Tradução de 
proteínas virais adicionais. 9. Montagem do capsídeo com formação de provírus. 10. 
Morfogênese do vírion com a clivagem de VP0 em VP2 e VP4. 11. Liberação das novas 
partículas virais por lise celular. 
 
Sintomas Infecciosa 
• Síndrome infecciosa: 
• febre, 
• mal-estar, 
• mialgia 
• cefaléia intensa 
• fotofobia – pois atingiu o SNC 
• náuseas e vômitos 
• confusão mental 
• paralisia 
Incidência maior em crianças, classes sócio-econômicas menos favorecidas 
(condições sanitárias precárias) e aglomerações populacionais (oral-oral e oral-
fecal). 
Acomete principalmente crianças (1 a 4 anos) 
Transmissão fecal-oral e respiratória / fômites. 
Período de incubação de 3 a 6 dias 
O vírus replica no tecido linfóide (TGI) antes de causar viremia e invadir SNC, 
coração, fígado e pulmão. 
 
GALT 
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6 
IMAGEM: Patogênese da poliomielite. Após a infecção, via inalação ou ingestão de 
partículas infecciosas, o PV é replicado inicialmente em mucosas, especialmente nas 
placas de Peyer e tonsilas, seguindo-se disseminação para os linfonodos cervicais e 
mesentéricos profundos onde os vírus são novamente replicados. Nesta fase, o vírus 
chega ao sangue causando a viremia primária que permite o espalhamento do PV para o 
SRE. A replicação viral nesses novos sítios resulta na viremia secundária e 
posterior invasão do SNC. O mecanismo pelo qual o PV invade o SNC é controverso. A 
maioria dos indivíduos controla a infecção antes da segunda viremia. Entretanto, 
tanto a viremia primária (seta cinza pontilhada), com menor frequência, quanto a 
viremia secundária (seta preta tracejada) podem conduzir à invasão do SNC. TGI =trato gastrointestinal; SRE = sistema reticuloendotelial; SNC = sistema nervoso 
central. 
Manifestações clínicas 
• Poliomielite abortiva: febre, lassidão, sonolência, cefaleia, náusea, vômito, 
prisão de ventre e inflamação da garganta. O paciente se recupera em poucos dias. 
• Poliomielite não paralítica (meningite viral): rigidez e dor nas costas e 
nuca. A doença dura de 2 a 10 dias, sendo a recuperação rápida e completa, 
com um baixo percentual evoluindo para paralisia 
• Poliomielite paralítica: 1% das infecções por PV. Período de incubação é 
geralmente de 4 a 10 dias e a paralisia aparece 2 a 5 dias após os 
sintomas iniciais inespecíficos. 
A patologia da poliomielite é decorrente da inflamação e da destruição da massa 
cinzenta do SNC, especialmente da medula espinhal. 
Resposta imunológica 
- Células fagocíticas; Interferon; Ativação dos linfócitos T auxiliares; 
Produção citocinas; Ativação de célula T citotóxica; Produção de anticorpos. 
Poliovírus 
Diagnóstico 
- Diagnóstico clínico; 
- Diagnóstico laboratorial: 
- Testes sorológicos 
- Testes moleculares 
- Imunofluorescência em culturas celulares 
Profilaxia 
Vacinação 
Existem 3 sorotipos diferentes de poliovírus: tipos 1, 2 e 3. 
Vacina Sabin – em homenagem ao seu criador Albert Sabin. 
Esta vacina é trivalente e contém linhagens vivas e atenuadas do vírus em uma 
administração de suspensão oral. 
Caso Clínico 
Dados gerais: J.M.R., sexo masculino,62 anos, natural de Carbonita (MG) porém, 
mora em SP. 
Histórico: o paciente esteve em Carbonita e provavelmente no dia 28/2 foi 
mordido por um morcego no tornozelo direito quando se encontrava jogando dominó com 
amigos que sugeriram que procurasse um serviço da saúde, o que não foi acatado. 
Após dias queixou-se com a esposa de "dormência" na perna direita e dor de cabeça 
contínua, procurou o hospital, onde foram receitados analgésico e anti-
inflamatório. No diagnóstico acharam que era reação da vacina contra influenza que 
havia tomado a pouco tempo. Voltou para SP e passados 5 dias as dores aumentaram, 
foi ao hospital novamente onde ocorreu quadro "convulsivo" e foi, então, internado. 
Durante a internação: apresentou pigarro, soluços, náuseas, dificuldade de 
engolir, a saliva ficava na boca e os lábios secos. Segundo informação médica, o 
paciente estava subfebril (ao redor de 37°C a 37,5°C). Evoluiu com a apresentação de 
paralisia no membro superior esquerdo, assim como na perna esquerda, sendo avaliada 
a hipótese de Acidente Vascular Cerebral. Continuou apresentando "convulsões" e 
"tremores", sem perda da consciência, intercalando períodos de agitação e calma. 
Após dois dias internado o paciente teve um “derrame” e veio a óbito (04/05). 
1. Qual a doença poderia ter desconfiado no diagnóstico clínico? 
R: Raiva. 
2. Qual o tropismo deste vírus? 
R: Tropismo pelo SNC 
3. Associe os sintomas do paciente com o agente etiológico. 
R: náuseas, irritabilidade, paciente deve dor no local, dificuldade de 
engolir a saliva

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