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Literatura de cordel

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8
LITERATURA DE CORDEL
Débora Regina Emilio de Oliveira¹
Miriane Marilú Ferreira Capella ²
RESUMO
A literatura de cordel veio para o Brasil com os portugueses, e foi no nordeste brasileiro que essa cultura se firmou e até os dias de hoje é tradicional. Sua existência fortalece o folclore local, incentiva a leitura e o imaginário regional. Nos dias atuais, a literatura de cordel é considerada patrimônio cultural, existe até uma instituição literária chamada Academia Brasileira de Literatura de Cordel fundada em 1988. O cordel popularizou-se pelas histórias impressas em papel, histórias rimadas dos repentistas que improvisavam nas ruas e, geralmente esses trabalhos eram expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que originou o nome, após isso, continuou sendo muito popular graças a linguagem simples.
Palavras-chave: Literatura – Cordel – Poesia - Xilografia
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho irá mostrar um pouco sobre a literatura de cordel, sua origem e características, exemplos das obras clássicas e seus principais autores, a xilografia e veremos também como esta forma de literatura é trabalhada na educação.
A literatura de cordel é parte da rica cultura brasileira, e ganhou força no século XIX, sobretudo, entre 1930 e 1960. Muitos escritores foram influenciados por este estilo que se diferenciava da literatura tradicional, aquelas impressa em livros, a literatura de cordel é uma tradição literária regional. Os poetas populares que escrevem a Literatura de Cordel interpretam realidades sociais com base nas informações divulgadas pela mídia e inspiram discussões sobre as mais variadas esferas, desde modificações na educação até questões políticas e econômicas.
Silva e Arcanjo (2012, p. 2) relatam em seus estudos sobre o uso do Cordel, que o trabalho com essa Literatura, no contexto escolar, é extremamente valioso, na medida em que leva para os bancos escolares temas pertinentes que estão diretamente associados à formação dos discentes e associados à coletividade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Literatura de cordel é um tipo de poema popular, oral e impresso em folhetos, geralmente expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Essa tradição se espalhou para o Nordeste do Brasil, onde o nome acabou sendo parte da cultura local, porém a tradição do barbante não se manteve. Para Curran: 
“O cordel como crônica poética e história popular, é a narração em verso do ‘poeta do povo’, no seu meio, o ‘jornal do povo’. Trata-se de crônica popular que expressa a cosmovisão das massas de origem nordestina e as raízes do Nordeste na linguagem do povo (CURRAN, 2001, p.20)”.
A literatura de cordel é escrita em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
A literatura de cordel começou com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporânea e na época do Renascimento. Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil, e na segunda metade do século XIX os folhetos já possuíam características próprias brasileiras. Os temas incluíam fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre outros assuntos.
Em seus trabalhos, Hall comenta que a literatura de cordel é:
“Uma prática cultural e crítica genuína, que tenha como objetivo a produção de um trabalho político-intelectual orgânico, que não tente inscrever-se numa metanarrativa englobante de conhecimentos acabados, dentro de instituições (HALL, 2003, p. 216-217)”.
No Brasil, a literatura de cordel é típica do Nordeste, em especial nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, geralmente é vendida em mercados e feiras pelos próprios autores, mas hoje também está presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Alguns dos muitos cordelistas famosos no Brasil foram Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira do Amaral, João Ferreira de Lima, João Martins de Athayde, Leandro Gomes de Barros e Manoel Monteiro.
2.1 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA LITERATURA DE CORDEL
· O texto é escrito com métrica fixa e rimas que fazem a musicalidade dos versos;
· É de grande importância para o folclore, já que os cordéis tratam dos costumes locais, fortalecendo as identidades regionais;
· A literatura de cordel é muito conhecida por suas xilogravuras (gravuras em madeira), que ilustram as páginas dos poemas.
2.2 PRINCIPAIS AUTORES
· Leandro Gomes de Barros, foi o primeiro brasileiro a escrever cordéis, produzindo 240 obras campeãs de vendas. Seus cordéis são muito populares no imaginário popular do Nordeste brasileiro, tendo Ariano Suassuna, grande dramaturgo nordestino, popularizado a todo Brasil as histórias de Leandro em sua peça ‘Auto da compadecida’, que contava com cordéis de Leandro: ‘O testamento do cachorro’, ‘O cavalo que defecava dinheiro’ e ‘O boi misterioso’.
Figura 1 - Leandro Gomes de Barros (1865-1918)
Figura 2 - Trecho do cordel - O boi misterioso
· João Martins de Athayde, fez parte da primeira geração de autores que tinham sua própria editora especializada em cordéis, ficou popular por utilizar imagens de artistas de Hollywood.
Figura 3 - João Martins de Athayde
Figura 4 - Trecho do cordel - A mulher roubada
2.3 XILOGRAFIA
A xilografia é uma antiga técnica, de origem chinesa, em que o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução, em seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho e prensar a peça de madeira ao papel e revelar a imagem. 
Existem dois tipos de xilogravura: 
· Xilogravura de fio (também conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido do crescimento, longitudinal; 
· Xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é cortada no sentido transversal ao tronco.
A xilogravura é muito popular na região Nordeste do Brasil, onde estão os mais populares xilogravadores (ou xilógrafos) brasileiros. Essa técnica é muito utilizada para ilustração de textos de literatura de cordel, alguns cordelistas eram também xilogravadores, como por exemplo José Francisco Borges.
Figura 5 - Xilogravura sem prensada no papel
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento da parte pratica deste trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo no colégio Professora Julia Miranda, localizado na cidade de Navegantes, onde conversei com a professora Liliane Santos Queiroz, formada em Letras – Lingua portuguesa, para sabermos como é trabalhada a literatura de cordel nas suas aulas.
O primeiro passo é apresentar a Literatura de Cordel para a classe, mostrar toda a parte teórica do tema e trabalhar com os alunos a poesia, onde terão que criar no mínimo 2(duas) estrofes de temas que abordam o cotidiano dos mesmos.
Figura 6 - Crianças lendo suas poesias de cordel
Depois disso desenvolver a parte prática, onde iremos pedir para os alunos para elaborar uma xilogravura que represente a história da poesia criada. Neste caso, a xilografia é feita em isopor, já que não teríamos como talhar a madeira. 
Os alunos terão que talhar no isopor e depois pintar a peça com guache (tinta), para prensar no papel.
Figura 7 - Xilogravura feita por alunos
De acordo com a professora, esse tema foi trabalhado por ela no início deste ano (2019), com a turma da 8ª série.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a seleção do material, e pudemos perceber que a literatura de cordel é muito importante na região nordeste do Brasil e também em alguns outros estados do país, é bastante tradicionalista e muito criativa já que traz uma poesia popular com uma linguagem de fácil entendimento, com temas que abordam o dia a dia da população.
Vimos também que é um tema fácil de ser trabalhado nas escolas e que agregam grande conhecimento para os alunos, alémde desenvolver a sua criatividade e trazem outras técnicas de ensino para a sala de aula.
5. CONCLUSÃO
Para concluirmos este trabalho, vimos que a literatura de cordel é parte da poesia popular nordestina, mas que feito para o Brasil com os portugueses e até os dias de hoje se mantem presente como tradição do Brasil. Pudemos perceber algumas características próprias como a linguagem direcionada ao povo, temas que traziam assuntos do cotidianos e o uso da xilografia que deixava a literatura ainda mais única e que precisa cada vez mais ser trabalhada em sala de aula, trazendo toda essa bagagem cultural para os nossos alunos, que poderão na prática agregar mais conhecimento.
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. São Paulo: Ed. Pearson, 2006.
FERREIRA, Gonzaga. Redação científica: como entender e escrever com facilidade. São Paulo: Atlas, v. 5, 2011.
MÜLLER, Antônio José (Org.), et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.
PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: Ed. Intersaberes, 2016.
SILVA, S. P. da.; ARCANJO, J. G. A Literatura de Cordel e o Ensino de Ciências: uma Linguagem Alternativa na Promoção da Reflexão Socioambiental. Revista Virtual Partes. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3932234>. Acesso em: 21/10/2019.
COIMBRA, Assis. XILOGRAVURA – O que é, História e Origem. Publicado em 2018. Disponível em: https://www.narradoresdecordel.com/xilogravura-o-que-e-historia-e-origem/. Acessado em 27/10/2019.
1 Débora Regina Emilio de Oliveira
2 Miriane Marilú Ferreira Capella
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Letras – Língua Portuguesa e respectivas literaturas) – Prática do Módulo V – 21/10/2019

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