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autoras LEANDRA BERGANTON JESSÂMINE SALVINI 1ª edição SESES rio de janeiro 2015 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS E MARCAS Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti; jessamine thaize sartorello salvini Autoras do original leandra berganton e jessamine thaize sartorello salvini Projeto editorial roberto paes Coordenação de produção gladis linhares Coordenação de produção EaD karen fernanda bortoloti Projeto gráfico paulo vitor bastos Diagramação bfs media Revisão linguística amanda carla duarte aguiar Imagem de capa loongar | dreamstime.com Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) B493d Berganton, Leandra Desenvolvimento de produtos e marcas / Leandra Berganton; Jessâmine Salvini. Rio de Janeiro : SESES, 2015. 144 p. : il. isbn: 978-85-5548-002-7 1. Inovação. 2. Desenvolvimento de produtos e marcas. 3. Estratégias de colocação de novos produtos e marcas. 4. Pesquisa e desenvolvimento. I. SESES. II. Estácio. cdd 658.8 Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063 Sumário Prefácio 7 1. Desenvolvimento de Novos Produtos 9 Objetivos 10 1.1 Conceituando Produto 11 1.1.0.1 Classificação de Novos produtos 13 1.2 Inovação 14 1.3 Fontes de Inovação 15 1.4 Etapas de Desenvolvimento de Produtos 19 1.4.1 Identificação de oportunidade 19 1.4.2 Geração de ideias 20 1.4.3 Seleção de ideias 20 1.4.4 Conceito e Posicionamento do produto 21 1.4.5 Análise comercial 21 1.4.6 Desenvolvimento do produto 21 1.4.7 Teste de mercado 22 1.4.8 Comercialização 22 1.4.9 Planejamento do lançamento do produto 22 1.5 O ciclo de vida do produto 23 1.6 Modelos para gerenciar o processo de inovação 35 Atividades 38 Reflexão 40 Referências bibliográficas 40 2. Inovação de Produtos 43 Objetivos 44 2.1 Análise dos ambientes 45 2.1.1 Análise Externa 45 2.1.2 Análise interna 47 2.1.3 Análise de Swot 48 2.2 Matriz Produto-Mercado 50 2.3 Matriz BCG 52 2.4 Posicionamento de novos produtos 54 Atividades 66 Reflexão 67 Referências bibliográficas 68 3. Classificação de Produtos 71 Objetivos 72 3.1 Como Nasce um Produto 73 3.2 Decisões do Composto de Produtos 75 3.3 Decisões de Linhas de Produtos 77 3.4 Decisões Individuais de Produtos 79 3.4.1 Atributos (características) do Produto 79 3.4.2 Embalagem 80 3.4.3 Rotulagem 81 3.4.4 Serviços de suporte e assistência ao produto 82 3.5 Como evitar fracasso no lançamento de produtos 82 3.6 Os 6 erros mais comuns no lançamento de novos produtos ou serviços. 83 3.7 Produtos de Sucesso 86 Atividades 89 Reflexão 90 Referências bibliográficas 91 4. Marcas 93 Objetivos 94 4.1 O que é Marca? 95 4.2 Valor Patrimonial de uma Marca 97 4.3 Decisões Estratégicas de Marca 100 4.3.1 Marcas próprias e marcas do fabricante 103 4.4 Atividades da gestão da marca 104 4.4.1 A gestão da marca internamente 106 4.4.2 A gestão da marca externamente 109 4.5 A escolha dos elementos da marca 112 4.6 Características das marcas de valor 113 4.7 Posicionamento da Marca 116 Atividades 118 Reflexão 119 Referências bibliográficas 120 5. Planejamento de Marketing de Novos Produtos 121 Objetivos 122 5.1 Por que planejar? 123 5.2 Estratégias de inovação 125 5.3 Ciclo de vida do produto e o planejamento de marketing 128 5.4 Plano De Marketing 130 5.4.1 Sumário executivo 131 5.4.2 Formulação estratégica do negócio 131 5.4.3 Situação atual do mercado 132 5.4.4 Análise de Swot 132 5.4.5 Objetivos e metas de marketing 132 5.4.6 Estratégia de marketing 133 5.4.7 Programas de ação e alternativas 134 5.4.8 Controle de resultados 134 5.4.9 Anexos 135 Atividades 135 Reflexão 136 Referências bibliográficas 137 Gabarito 138 7 Prefácio Prezados(as) alunos(as), Lançar um produto ou serviço no mercado não é uma tarefa simples ou que deva ser feita de qualquer maneira, muito pelo contrário, o planejamento é fundamental. A prova está em que quase 90% dos novos produtos colocados no mercado morrem em pouco tempo, sem que a empresa tenha chance de reinventá-lo. Exemplos de fracassos não faltam pelo mundo afora em telefonia, produtos de beleza, higiene pessoal e em computadores, enfim, nos vários seto- res, empresas tem errado ao subestimar a globalização, as mudanças de valores dos consumidores, a sua capacidade de busca de informação e a velocidade das pequenas empresas criativas que entraram no mercado como players. É óbvio que as empresas devem procurar escutar fortemente o que o mer- cado está falando e discutindo atualmente, mas para lançar novos produtos é preciso ir além. É importante procurar olhar em direção ao futuro e enxergar o que os consumidores necessitarão e que nenhuma outra empresa percebeu. É preciso antever a vida que as pessoas levarão daqui a 20 ou 30 anos. Só assim uma corporação poderá estar em sintonia com novos lançamentos. Desenvolvimento de Novos Produtos se tornou um ponto chave para a com- petitividade das empresas, que queiram permanecer no mercado sustentando sua posição ou galgando novas. Para as empresas que captaram a importância dos lançamentos de produtos,desenvolvê-los com maior rapidez, de maneira mais eficaz, e com efetividade é a grande meta competitiva. Evidências provam que o design e o desenvolvimento efetivo de novos produtos tem um impacto significativo em percepção da marca, satisfação do consumidor, e consequen- temente na vantagem competitiva. Através deste processo a empresa irá atin- gir novos mercados, aumentar o seu share e fundamentalmente, seu potencial competitivo através do lançamento de novos produtos. O tempo é o grande aliado e também a maior armadilha nesse processo de idealização e colocação do produtos e marcas no mercado, a guerra agora é en- tre os rápidos e os lentos, não mais entre os grandes e pequenos. Com tudo isso acontecendo, o enfoque das corporações passou a ser o de- senvolvimento de produtos e marcas que sejam fundamentais para a competi- tividade da empresa. Assim, é vital entender todo o processo e também os fato- res que levam produtos a serem bem sucedidos. Bons estudos! Desenvolvimento de Novos Produtos 1 10 • capítulo 1 Antes de aprofundarmos nossos estudos sobre o desenvolvimento de novos produtos você precisa entender alguns conceitos, por isso começaremos esse capítulo discutindo a conceituação e classificação de novos produtos. Além dis- so, para estudarmos o Desenvolvimento de Novos Produtos e Marcas é impor- tante que você compreenda o real significado de inovação e invenção. E para fechar essa fase introdutória trataremos das principais fontes de inovação que as empresas podem acessar. O capítulo trará também uma visão abrangente do processo de, geração de ideias, criação, testes de mercado, diferenciação, posicionamento, lançamen- to, distribuição e comunicação de novos produtos. Como pode ter notado, esse capítulo é rico em informações e fará com que você se apaixone pela temática da disciplina. Aproveite! OBJETIVOS • Classificação de novos produtos; • Diferenciação de Inovação e Invenção; • Etapas de desenvolvimento de novos produtos; • Fontes de inovação; • Gerenciamento de novos produtos. capítulo 1 • 11 1.1 Conceituando Produto Um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aqui- sição, uso ou consumo e para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os pro- dutos comercializados incluem bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Paraentender melhor o que é um bem, há necessidade de compreender que não se trata somente de algo tangível (palpável ou físico), que compramos e le- vamos para casa. Muitas vezes estão, junto a ele, serviços, como as férias em um hotel fazenda ou um show de rock, ou uma consulta médica. A Sadia, fabricante de alimentos, conhecedora de que as mulheres atual- mente estão muito mais ocupadas (conclusão decorrente de uma efetiva aná- lise ambiental), sabendo que elas estão no mercado de trabalho e têm pouco tempo para se dedicar ao marido e aos filhos, passou a oferecer uma linha de produtos congelados. Quando a empresa ofereceu sua nova linha de produtos, ela não salientou suas qualidades; ela sugeriu o benefício da liberdade, que é algo de que as mulheres se vangloriam nos dias de hoje. Nesse caso, fica explí- cito que o conceito de liberdade é muito mais valorizado do que o produto em si, e as consumidoras que desejam a liberdade em seus casamentos compram esses produtos. Ao desenvolver novos produtos, o profissional de marketing precisa pen- sar nos atributos, benefícios e custos para quem compra. Os compradores focalizam, de uma forma geral, os benefícios e os custos do produto (URDAN; URDAN, 2009). Deve ser levado em conta também três níveis de produtos e ser- viços, conforme mostra a figura 1.1 (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). 12 • capítulo 1 Instalação Garantia Embalagem Nome de marca Caracte- rísticas Nível de qualidade Design Benefício ou serviço central Entrega e crédito Serviço pós- compra Produto básico Produto núcleo Produto ampliado Figura 1.1 – Três níveis de produtos. Fonte: Kotler e Armstrong (2003). BENEFÍCIO OU PRODUTO/SERVIÇO CENTRAL É o benefício fundamental ou serviço que o cliente está realmente comprando, que aborda a questão: o que o comprador está realmente levando? PRODUTO BÁSICO No segundo nível, o profissional de marketing deve transformar o benefício central em um produto básico, podendo ter até cinco características – nível de quali- dade, característica, design, um nome de marca e em- balagem. PRODUTO AMPLIADO No terceiro nível, ele prepara um produto esperado (ampliado), oferecendo uma série de benefícios e ser- viços agregados ao produto adquirido pelo comprador. Tabela 1.1 capítulo 1 • 13 1.1.0.1 Classificação de Novos produtos A classificação dos novos produtos varia um pouco de um autor para o outro. Mas basicamente são cinco os tipos de novos produtos; a) Produtos “Novos para o mundo” – são produtos inéditos, invenções que não existiram anteriormente e são muitas vezes bastante revolucionários, po- dendo até mudar o modo que as pessoas vivem pessoas vivem, se relacionam e trabalham. Um exemplo, foi quando surgiu o ipod, a primeira marca de mp3 player. O mundo não conhecia esse formato de “aparelho de som portátil” que buscaria músicas na internet. A outra invenção é a própria internet, que tam- bém mudou a nossa vida na forma de trabalhar, relacionar, criar cultura, servi- ços e por ai em diante. Estes criam um mercado totalmente novo. b) Inovações em produtos existentes – são produtos novos na medida em que representam versões alteradas de produtos já existentes e que estas mu- danças tenham valor para o consumidor.São melhorias/revisões de produtos existentes, que aumentam a percepção de valor, e muitas vezes substituem os produtos existentes. c) Novas linhas de produtos - produtos novos para uma empresa, mas não novas invenções (geralmente nova linha de produtos). São produtos não inédi- tos, mas que não eram fabricados por determinada empresa. Permitem à orga- nização entrar em um mercado já existente pela primeira vez d) Adição a linha de produtos - produtos que são extensões de linha da própria empresa, que complementam linhas de produtos com mudanças de cor, tamanho e outros predicados. e) Reposicionamento - produtos reposicionados para novos usos ou no- vos mercados, que colocam produtos existentes em novos segmentos. f) Redução de custos - quando novos produtos apresentam desempenho semelhante a custos mais baixos A princípio pensava-se existir apenas duas categorias de novos produtos, os que são inéditos e aqueles que passam por grandes modificações e são coloca- dos novamente no mercado (o que não deixa de ser novo) Mas é preciso aten- tar-se que uma nova marca de produto, de uma empresa que não o fabricava também é novo no mercado. Nesta última situação podemos dizer que é uma “nova marca” no mercado, assunto esse que trataremos mais adiante. Entrar em novos segmentos reposicionando um produto também é novo. Enfim, são várias as formas de se criar novos produtos. 14 • capítulo 1 1.2 Inovação Para darmos andamentos nos estudos sobre o desenvolvimento de novos pro- dutos é importante que você compreenda claramente o conceito de inovação. A definição mais popular e a que adotaremos quando falarmos de inovação é a apresentada pelo Manual de Oslo produzido pela OCDE (2005). Inovação é uma melhoria significativa em produtos (bem ou serviço), em processos, ou ainda, uma nova forma de organização do negócio. Para melhor compreensão da abrangência do que se trata a inovação, a tabela 1.2 abaixo apresenta e expli- ca os principais tipos de inovação. TIPOS DE INOVAÇÃO O QUE SIGNIFICAM EXEMPLOS PRODUTO Criar ou aperfeiçoar produtos ou serviços Tablet, Plástico biodegradável. PROCESSO Criar ou aperfeiçoar processos operacionais Biotecnologia, Aulas via satélite. MODELO DE NEGÓCIO Mudar a forma de abordagem do problema do cliente Sites de compras coletivas MERCADO Identificar novos segmentos ou necessidades Intel entra no mercado de celulares EXPERIÊNCIA DO CLIENTE Mudar a forma de interação com o cliente Drive-thru do Mc Donald’s CADEIA Mudar a forma de interação com fornecedores. Sistemas de produção Just in time. Tabela 1.2 – Tipos de inovação. Fonte: Cabral. Outra dimensão da inovação é o seu grau de novidade. É certo que atualizar o modelo de um carro não é o mesmo de criar um novo modelo de carro, trata- se de graus de novidade diferentes. Sendo assim temos aquelas melhorias in- crementais menores até mudanças realmente radicais que transforma a forma que as pessoas utilizam e atribuem valor as coisas. As incrementais são aquelas melhorias realizadas no design, ou na qualidade, layout de processos ou novos arranjos organizacionais. Já as inovações radicais inicia uma rota tecnológica não antes explorada, e requer maiores investimentos e esforços da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) (TIGRE, 2006). O automóvel, avião, compu- tadores e internet, tratam-se de inovações radicais que modificaram a forma de transporte e comunicação da sociedade como um todo. capítulo 1 • 15 Existem duas grandes categorias de modelo linear de desenvolvimento de novos produtos ou processos, aqueles puxados pelo mercado e aqueles empurrados pela descoberta cientifica. A categoria “puxados pelo mercado” é quando um inovação é desenvolvida a fim de atender a necessidade latente dos consumidores. Já a inova- ção empurrada pela ciência são inovações que abrirão novas oportunidade de negócio (REIS, 2004). Além da categorização de inovação é importante saber que os conceitos de ideia, invenção e inovação são distintos. A ideia é apenas um pensamento, ou seja, algo abstrato. Já a invenção é a conversão da ideia em um produto, um processo ou um modelo de negócio e a inovação é quando existe um valor co- mercial factível para essa invenção, ou seja, deve ser economicamente viável. Pensemos em um exemplo, considere que você teve uma ideia de elaborar um carrinho adaptado para venda de cosméticos na praia. Considerando que essa seria uma boa ideia, você compra o carrinho e vai até a praia vender es- ses cosméticos, temos até esse ponto uma invenção. Contudo, por diferentes motivos os consumidores não comprar os cosméticos na praia, sendo assim consolidou-se apenas uma invenção e nãouma inovação, pois não teve valor significativo para o mercado. Já se a ideia tivesse se consolidado em invenção e tivesse aderência do mercado, poderíamos dizer que houve uma inovação no meio de distribuição dos cosméticos. Agora que você já sabe o que é inovação, na próxima sessão apresentaremos as principais fontes de inovação e posteriormente as etapas de desenvolvimen- to dos produtos. 1.3 Fontes de Inovação Levando-se em consideração o contexto no qual a empresa gerencia seu processo de inovação, ela pode recorrer a fontes internas ou externas de tecno- logia. Entretanto, “as empresas inovadoras geralmente recorrem a uma com- binação de diferentes fontes de tecnologia, informação e conhecimento tanto de origem interna quanto externa” (TIGRE, 2006, p. 93), pois esse equilíbrio permite compartilhar custos e riscos. No contexto da inovação aberta, em espe- cial, há um grande esforço da empresa no sentido de combinar fontes internas 16 • capítulo 1 e externas para a viabilização da inovação, ainda que empresas que gerenciam seu processo de inovação apoiadas em outros modelos podem utilizar fontes externas de conhecimento. Segundo o Manual de Oslo da OECD (2005), as fon- tes para transferência de conhecimento e tecnologia para inovação mais im- portantes estão apresentadas na tabela 1.3 . TIPOS DE FONTES FONTES ABERTAS DE INFORMAÇÃO FONTES PARA COMPRA DE CONHECIMENTO E TECNOLOGIA PARCEIROS PARA COOPERAÇÃO Fontes no interior da empresa: P&D X Produção X Marketing X Distribuição X Outras empresas no grupo empresarial X X X Mercado externo e fontes comerciais: Concorrentes X X X Outras empresas na indústria X X X Clientes ou consumi- dores X X Consultores/empresas de consultoria X X Fornecedores de equi- pamentos, materiais, componentes X X X Softwares ou serviços X X X Laboratórios comerciais X X X Fontes do setor público: Universidades e outras instituições de ensino superior X X X Institutos de pesquisa governamentais/pú- blicos X X X Institutos de pesquisa privados e sem fins lucrativos X X X Serviços especializados públicos /semipúblicos de suporte à inovação X X X Fontes de informações gerais: capítulo 1 • 17 TIPOS DE FONTES FONTES ABERTAS DE INFORMAÇÃO FONTES PARA COMPRA DE CONHECIMENTO E TECNOLOGIA PARCEIROS PARA COOPERAÇÃO Divulgação de patentes X Conferências profissio- nais, encontros, publica- ções especializadas e jornais X Feiras e exibições X Associações profis- sionais, sindicatos trabalhistas X Outras associações locais X Contatos informais ou redes X Padrões e agências de padronização X Regulações públicas (ambiente, segurança) X Tabela 1.3 – Fontes para transferência de conhecimento e tecnologia. Fonte: IBGE (2010, p. 48). Especificamente no Brasil, as fontes de informação para inovação mais utilizadas pelas empresas industriais são as redes de informação informatiza- das (68,8%), clientes (68,2%) e fornecedores (65,7%), segundo dados da última PINTEC – Pesquisa de Inovação Tecnológica (IBGE, 2010) (figura 1.2). Já as empresas de serviços apontam que suas principais fontes de inova- ção são: redes de informação informatizadas (78,7%), outras áreas da empresa (73,5%) e clientes (69,3%). E fontes profícuas de tecnologia tais como universi- dades e institutos de pesquisa são pouco utilizadas pelas empresas industriais e de serviços, embora sejam consideradas importantes por concentrarem co- nhecimento de fronteira com maiores chances de resultar em inovações radi- cais. O que indica que as empresas brasileiras pouco cooperam com universi- dades e institutos de pesquisa para o desenvolvimento de projetos de inovação. 18 • capítulo 1 Serviços selecionados P&DIndústria Redes de informações informatizadas Feiras e exposições Conferências, encontros e publicações especializadas Instituições de testes Centros de capacitação profissional Instituto de pesquisa ou centros tecnológicos Universidades ou outros centros de ensino superior Empresa de consultoria Concorrentes Clientes Fornecedores Outra empresa do grupo Outras áreas da empresa Departamento de P&D % 84,6 78,7 68,8 69,2 43,6 92,3 46,7 33,9 16,1 74,4 12,0 76,9 69,3 68,2 61,5 55,0 65,7 41,0 47,4 50,1 20,5 10,7 8,3 48,7 61,5 73,5 38,5 32,4 21,9 87,2 22,4 13,4 35,9 24,4 21,5 41,0 19,1 21,0 55,6 100,0 14,4 9,0 Figura 1.2 – Fontes de informação para inovação. Fonte: IBGE (2010, p. 48). CONEXÃO Promulgada em 2004 e regulamentada em 2005, a Lei de Inovação determina que qualquer Instituição Científica e Tecnológica* (ICT) tenha seu próprio Núcleo de Inovação Tecnológi- ca (NIT), ou em associação com outra ICT (BRASIL, 2004), com a finalidade de facilitar a transferência de tecnologia das universidades para as empresas, dentre outras atribuições. Assim, os bancos de patentes das universidades ganharam visibilidade e as empresas com interesse em licenciá-las podem acessar alguns deles na internet. Acesse e conheça o ban- co de tecnologias da Unicamp (http://www.inova.unicamp.br/bancodepatentes/) e da USP (http://www.patentes.usp.br/). capítulo 1 • 19 * Para os efeitos da Lei, considera-se ICT o órgão ou a entidade da administração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico. Abrange, portanto, as universidades e institutos de pesquisa. 1.4 Etapas de Desenvolvimento de Produtos Para o gerenciamento do desenvolvimento de novos produtos é importante conhecer cada etapa do desenvolvimento de novos produtos. Alguns autores falam de sete etapas outros de nove. A diferença está em que alguns deles come- çam da geração de ideias e outros da identificação da oportunidade. 1.4.1 Identificação de oportunidade Nesta primeira fase, muito tem que ser pesquisado sobre os consumidores, seus costumes, valores, os concorrentes o setor em geral. O planejamento de novos produtos começa pelo levantamento das oportunidades no mercado. Para se fazer o levantamento existem quatro técnicas mais frequentemente adotadas (mapeamento perceptivos, análise de benefícios, solução do proble- mas e identificação de características.): a) Mapeamento perceptivo – é o método que se baseia na percepção que o consumidor tem das marcas disponíveis no mercado, naquela categoria de produto. Avalia-se a percepção do consumidor em relação ao que é valor para o cliente sobre as características do produto e de sua preferência entre as marcas comercializadas, para identificar espaços. b) Análise de benefícios – faz-se uma análise na ênfase que o consumidor coloca nos benefícios de uso em detrimento das características do produto no momento da escolha por uma marca. c) A solução de problemas – é a circunstância em que uma empresa des- cobre que nenhum dos produtos então disponíveis responde a um problema específico experimentado pelos consumidores. d) Identificação de características – concentra-se muito menos nos resul- tados desejados com o uso do produto, tentando identificar diretamente as ca- racterísticas que os consumidores acham mais atraentes com relação ao design e desempenho do produto. 20 • capítulo 1 1.4.2 Geração de ideias Uma vez identificada uma oportunidade de mercado, a empresa vai tentar ge- rar ideias para novos produtos que sejam coerentes com a oportunidade iden- tificada. Há muitas formas de gerar ideias de um novo produto, mas para ser eficiente é preciso buscar informação no mercado e orientar-se por ele, ao mes- mo tempo, deve-se verificar as competências e recursos da empresa, ou seja, as ideias de novos produtos acontecem, quando cruzamos necessidades e desejos dos consumidores com alguma maneira de satisfazer-lhes. É fundamental para a geração de uma ideia “pés na empresa e olhos no mundo”, isto é um olhar para dentro analisando as capacidades (criação, pro- dução, capacidade fabril, distribuição) da organização,além é claro da vontade e de um clima organizacional que possibilite o pensamento criativo. Não há como gerar novas ideias sem que se incentive e dê condições para isso. Apesar de algumas boas ideias aparecerem por acaso é importante assegurar um flu- xo contínuo de sugestão, para isso é melhor implementar programas formais de estímulo, geração e captação de ideias (URDAN, URDAN, 2009). Segundo os mesmos autores, para formar um ambiente favorável a concepção de muitas ideias é imprescindível o apoio da cúpula da empresa, divulgação de diretrizes para novos produtos, integração entre as áreas, fluxos livres de informação e incentivos para boas ideias. 1.4.3 Seleção de ideias As ideias necessitam ser analisadas, vistas e revistas cuidadosamente. É neces- sário manter uma sinergia com a análise estratégica, com a capacidade da em- presa e também com as condições de competir no mercado. Além da sinergia do novo produto com os produtos existentes. Algumas perguntas que devem ser feitas para selecionar uma oportunidade ou ideia de um novo produto são: − Nossos produtos resolvem os problemas dos clientes? − Qual a facilidade para explicar e demonstrar o novo produto? − Qual o estágio de ciclo de vida do produto? − Já existe uma tecnologia semelhante no mercado? − Este mercado é livre para a entrada de concorrência? − Nós temos um canal de negócio que auxilia a desenvolver esta oportunidade? capítulo 1 • 21 − Esta oportunidade de mercado movimenta controvérsia na firma? − É uma tecnologia única? Dependendo do tipo de novo produto, da categoria e do setor em que ele vai se inserir, cada empresa deve elaborar suas questões-chave para selecionar ou não uma possível oportunidade. 1.4.4 Conceito e Posicionamento do produto O conceito que se quer passar para o consumidor, tem um importante papel no processo de criação de um novo produto. Ele está ligado à ideia de como as pessoas percebem o produto. Conceito é um conjunto de características ou atributos e re- presenta a promessa que o produto apresenta para um grupo de usuários. É com esse ato que a empresa define a posição que o produto virá a ocupar no mercado, possibilitando que o produto possa ser diferenciado de seus concorrentes. Segun- do Kotler (1998) “posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de tal forma que ocupe um lugar distinto e valorizado nas mentes dos consumidores alvos”. A manifestação do posicionamento do produto é criada para apresentar um diferencial do produto, com o intuito de justificar a compra. 1.4.5 Análise comercial Somente após a decisão de posicionamento do produto no mercado, a equipe responsável pelo projeto tem condições de fazer uma análise comercial, o que significa, avaliar a atratividade do novo produto. Tal verificação da atratividade, segundo Kotler (2006), pode ser feita através de duas ferramentas:. - Estimativa de vendas - Estimativas de custo e lucros 1.4.6 Desenvolvimento do produto Esta etapa ou fase consiste na transformação do conceito do produto em um produto tangível. Neste ponto especificamente, os profissionais de marketing, que participaram do processo todo, devem transmitir aos técnicos de labora- tório informações sobre a percepção que os consumidores tem e que atributos eles procuram. 22 • capítulo 1 1.4.7 Teste de mercado Este teste consiste em experimentar o produto em condições normais de uso. São dois os objetivos primários de tal ação: primeiro, obter a melhor estima- tiva possível de potencial de vendas, obter mais informações para a produção e ainda possibilitar a decisão sobre escala de lançamento; o segundo objeti- vo, é produzir um ambiente real para avaliar um posicionamento estratégico. Este retorno é muitas vezes vital para detectar e avaliar os problemas durante a introdução. Portanto, tendo a oportunidade e se os critérios forem atendidos, o depar- tamento de pesquisa e desenvolvimento (interno ou terceirizado) começa a desenvolver as especificações técnicas e a produzir um protótipo. Nesse está- gio, os consumidores podem ser chamados a testar o produto em laboratório. Conforme a reação deste, o produto pode ser redesenhado. 1.4.8 Comercialização Finalmente, o produto está pronto para ser comercializado no mercado. Esta fase consiste na formalização do produto e de seu processo de produção. É a etapa de maior investimento; por isso, é importante que algumas decisões (quando, onde, para quem, e como) já estejam suficientemente maduras no momento da implementação. Esta etapa pode ocorrer paralelamente ao de- senvolvimento e teste do produto. Deve-se desenvolver as previsões de vendas e receita e as projeções de custos. Essas projeções devem incluir uma estimativa da quantidade de unidades a serem vendidas durante um período de tempo.As projeções de custos dependem dos custos de desenvolvimento, matéria-prima, produção e despesas de marketing. 1.4.9 Planejamento do lançamento do produto Aqui conclui-se a análise de segmentação, em seguida a empresa define as táti- cas de marketing mix, incluindo a distribuição e comunicação. capítulo 1 • 23 CONEXÃO Três estudos de casos inovadores em novos produtos: Latina, Opto e FMC. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAoSYAB/desenvolvimento-novos-produtos 1.5 O ciclo de vida do produto Todo produto, assim como as pessoas e também as empresas, tem um ciclo de vida, que tem fases e que por sua vez vão influir nas estratégias dos produtos ou serviços. Cada uma das fases tem suas estratégias que dependem do processo de adoção pelo consumidor, do ciclo de vida da categoria, da concorrência e várias outras situações que vão agir sobre o produto. Vamos ver todas essas con- dições no decorrer desta unidade. O ciclo de vida de um produto é um conceito ou modelo que descreve a evo- lução de um produto ou serviço no mercado dividindo-o em quatro fases, cada uma das quais com características específicas e, por isso, com orientações es- tratégicas diferentes. É a história completa do produto através de suas fases de concepção, definição, produção, operação e obsolescência. É um olhar além das fronteiras da empresa, para que não se incorra em o que os profissionais de marketing chamam de “miopia em marketing”, que é enxergar apenas o pró- prio umbigo e não um mercado inteiro. Muitas vezes não é fácil ou simples identificar com precisão quando cada estágio começa e quando termina e, por este motivo, devemos caracterizar os estágios, quando as taxas de crescimento ou declínio se tornam bastante pronunciadas. O conhecimento profundo de cada um dos estágios do CVP é essencial para os profissionais de marketing, pois cada oferta de marketing requer estratégias diferentes para suas finanças, produção, logística e promoção em cada um de seus ciclos de vida. E para isso é preciso ter conhecimento profundo do merca- do em si e sua evolução. É preciso ter em mente também que os ciclos de vida, com o advento da tecnologia, têm diminuído e muito. Novos produtos surgem diariamente e com isso encurtam as fases do ciclo de uma marca. 24 • capítulo 1 A partir do momento em que temos informações de mudanças dos vários períodos do ciclo de vida do produto, a empresa deverá se rearranjar para tor- nar-se cada vez mais flexível perante as adversidades que o mercado vai ofere- cer. Quanto menor for o tempo para esta adaptação, mais recursos ela terá para concorrer de igual para igual com os concorrentes. Vendas Lucros $ Desenvolvimento Introdução Crescimento Maturidade Declínio Lucros Tempo Vendas Figura 1.3 – O ciclo de vida do produto. Disponivel em: http://sergiogarrido.tripod.com/es- pmmoda/espm_02_prod_04.htm Segundo Kotler( 2006), • Os produtos têm vida limitada. • As vendas dos produtos passam por estágios distintos, cada um deles com desafios, oportunidades e problemas diferentes para as empresas. • Os lucros sobem e descem nos diferentesestágios do ciclo de vida do produto. • Os produtos necessitam de diferentes estratégias de produção, financei- ra, marketing, compras e recursos humanos de acordo com cada estágio do seu ciclo de vida. capítulo 1 • 25 Desenvolvimento Todo ciclo de vida inicia-se com o desenvolvimento do produto, que é quando ele está ainda sendo concebido, isto é, não foi lançado no mercado. O desenvol- vimento do produto é quando a empresa tem a ideia e começa todo o estudo de viabilidade, produtividade e desenvolvimento. Neste período, o produto ainda não está no mercado, portanto, suas vendas estão zeradas e os custos de investi- mentos são crescentes. Importante nesta fase do CVP é a empresa manter sigilo sobre o novo produto e criar enormes diferenciais que sejam difíceis de serem copiados pelos concorrentes para que ela possa gozar de mais tempo sozinha no mercado, faturando o máximo possível. É uma fase de puro investimento em pesquisa e desenvolvimento, em que não há retorno imediato e por isso a tacada com o lançamento deve ser acerta- da, caso contrário a empresa vai amargar todo o investimento feito nesta fase de desenvolvimento. A criação e o desenvolvimento acontecem bem antes de o produto ser lançado porque tem todo um processo de criação que você viu nas primeiras unidades. As estratégias de marketing nesta fase são iniciais, ou seja, estão em pla- nejamento junto com o próprio produto. Por exemplo, é aqui que já se define uma estratégia de preço de entrada no mercado, com base nos custos da em- presa para a fabricação do mesmo, com base nos preços praticados pelos con- correntes e também com uma percepção sobre o quanto o consumidor estaria disposto a pagar por ele. A empresa, nesta fase também já deve estar atenta à distribuição deste produto e fazendo seus planos sobre que tipos de canais de venda escolher e em que regiões entrar. No tocante à evolução dos produtos e serviços, toda empresa tem seu plano detalhado num cronograma que demonstra o desenvolvimento e o lançamento de novidades. Dependendo da complexidade da pesquisa que orienta o desenvolvimento, o crono- grama é projetado por anos. As mudanças nos produtos vão de pequenas adaptações até mudanças completas de conceitos, denominados breakthrough. São inúmeros os breakthroughs que mudaram completamente a posição de mercado de certas empre- sas. 26 • capítulo 1 A comunicação é a primeira que começa a agir. Na fase do desenvolvimen- to, quase perto do lançamento, as empresas já começam a soltar notícias so- bre a chegada do novo produto no mercado. Ela usa revistas especializadas como ponte e um “teaser” ou provocador para atiçar a vontade dos inovadores que são as pessoas que compram rapidamente um novo produto. As revistas e jornais já falam do produto mesmo antes de serem lançados para incitar a compra. Buscar artistas que têm afinidade com o público-alvo também é uma boa estratégia de comunicação no desenvolvimento do produto. Eles são pagos para usar o produto e são fotografados com ele em público. Isso causa uma his- teria coletiva, principalmente se o ator é muito famoso e prestigiado. Mas as comunicações neste ponto nunca são feitas com uso de propaganda e sim com apoio das matérias por meio de assessoria de imprensa. Portanto, nota-se que há uma intensa atividade de marketing desde o de- senvolvimento do produto. E não somente depois que este é lançado. As esti- mativas de demanda e de lucro, assim como a recuperação do dinheiro inves- tido devem ser todas trabalhadas nesta fase, para que não se incorra em erro depois do produto lançado. Lembre-se que nesta fase do CVP as vendas e o lucro são inexistentes, por- tanto, não só há investimentos. Introdução A segunda fase do ciclo de vida do produto chama-se introdução, porque é jus- tamente aqui, neste ponto que o produto, depois de muito planejamento, é co- locado no mercado para a sua prova de fogo, com o fim de desenvolver, trazer satisfação para os consumidores e lucro para a empresa. Aqui é o momento da verdade. O produto é apresentado ao mercado através de um esforço de marketing intenso e focado visando estabelecer um posicionamento claro e promover ao máximo o conhecimento do produto. A maioria das compras de teste ou por impulso acontecerão nesta fase. É o período de crescimento lento das vendas, porque não tem muita gente comprando e também a produção normalmente é pequena comparada com a capacidade total de compra do produto. É preciso visão a longo prazo, pois o lucro é quase sempre ainda inexistente neste estágio, em que grandes despesas de lançamento são necessárias. Aqui o produto ainda é desconhecido e, portanto a comunicação deve ter o trabalho de explicar seu funcionamento, suas características e benefícios. capítulo 1 • 27 O entendimento do produto e o que ele pode fazer pelo e para o consumidor é fundamental para aumentar a taxa de adesão que ainda é baixa. Fazer pro- moções em pontos de venda e fora deles com samplling, degustação é muito recomendável, junto com a propaganda que está explicando. Enquanto a pro- paganda explica ao consumidor, a promoção incita a experimentação. Quanto à distribuição, vai depender muito do produto, porque se ele for para a maioria das pessoas sua distribuição deverá ser intensiva ( em todo e qualquer ponto de venda), mas provavelmente pela sua produção ainda não madura e pe- quena no início, a empresa deva começar com a distribuição seletiva ( escolha de alguns pontos importantes para a marca). A distribuição intensiva somente deve ocorrer se for um produto novo de massa, isto é, para todos os públicos, com uma grande marca por trás, ou uma modificação de produto já conhecido das pessoas. Daí sim pode-se distribuir em todos os lugares. O preço na introdução de um produto inédito,é sempre mais alto, porque a empresa deve tentar recuperar o mais rápido possível todo o investimento que fez no mesmo. Depois, com o tempo e com a chegada de concorrentes, ela vai diminuindo o preço. Na verdade, ela começa fabricando poucos produtos com uma margem de contribuição unitária ( ganho por produto) muito grande e com o passar do tempo, a empresa começa a produzir mais produtos com margens de contribuição unitárias menores e margens de contribuição total (dos os produtos) maiores, para ganhar em escala e não mais em um produto somente. São quatro as estratégias para a fase de introdução do produto e todas elas aten- dem a uma matriz comparando precificação e força da comunicação. São elas: PENETRAÇÃO RÁPIDA O que significa entrar no mercado com um preço baixo e muita comunicação Assim, muitas pessoas ficam sabendo e também muitas podem comprar. Como diz o nome, é uma estratégia de entrada rá- pida no mercado. PENETRAÇÃO LENTA Igual a estratégia anterior, esta matém o preço bai- xo, mas faz pouca comunicação. A intenção aqui é entrar rapidamente, mas sem investir muito em co- municação. 28 • capítulo 1 DESNATAMENTO RÁPIDO Diferente das estratégias de penetração que têm preços baixos, a desnatação ( como diz o nome) significa entrar com um alto preço e também muita comunicação (comumente chamada de skimming rápido) DESNATAMENTO LENTO Ao contrário da estratégia anterior, é entrar no mer- cado com alto preço, mas muito pouca comunicação (comumente chamada de skimming lento). Cada uma destas estratégias de introdução deve obviamente atentar-se para o tipo de produto a ser lançado, o nível de concorrência e de rivalidade entre os players e o comportamento do consumidor. Se o produto é novo mas carrega uma marca boa por traz, ele pode se dar ao luxo de fazer um desnatamento len- to; agora, um novo produto de uma marca que ninguém conhece deve agir de outra maneira. Portanto, se faz necessário atentar para os detalhes do mercado antes de adotar uma estratégia com base na fase do CVP. Aqui, as vendas começam a acontecer, mas o lucro continua negativo.Este é o motivo que deve nortear toda a estratégia do marketing. Se tiver um grande produto, diferenciais fortes e/ou uma boa marca pode ir devagar, caso contrá- rio, entre rápido no mercado, com penetração, antes que alguém copie o pro- duto ou serviço e demore muito para recuperar o investimento feito na fase de desenvolvimento. Crescimento O crescimento é uma fase muito interessante. Nessa etapa do ciclo de vida, há uma rápida aceitação de mercado, e melhoria significativa no lucro. O mercado apresenta uma abertura à expansão e a oportunidade deve ser aproveitada e explorada. Caracterizado por vendas crescentes, este estágio também traz con- correntes que percebem o crescimento da demanda e a possível ocupação de um lugar no mercado. Acompanhada de uma tendência de massificação do produto ou serviço e uma melhoria substancial da rentabilidade, é um período caracterizado pelo início de uma grande competitividade. A aposta estratégica aqui é a colocação da ênfase na qualidade, na redução de custos, nos canais de distribuição e no lançamento de novas versões do produto para conquista de share de mercado. capítulo 1 • 29 É aqui que os inovadores estão repetindo a compra e os adotantes imediatos iniciando sua primeira compra. Esse fato e o surgimento da concorrência indi- cam que a estratégia de distribuição deve estar atenta em procurar novos canais de vendas e também intensificar a colocação do produto nos PDVs já existen- tes, além de melhorar a sua exibitécnica (técnica de expor, dispor e exibir). O preço do produto vai depender do nível de concorrência, da sensibilidade do consumidor e do prestígio da marca do produto. a) Se a concorrência e a sensibilidade do consumidor forem altas e o pres- tigio da marca for baixo, o preço vai ter que cair; b) Se a concorrência for baixa, a sensibilidade do consumidor também e o prestígio da marca alto, o preço pode continuar no patamar da introdução, onde as margens de contribuição unitárias são grandes. c) Se a concorrência for alta, mas a sensibilidade do consumidor e a mar- ca forem altos, o preço pode se manter nos níveis da introdução. d) A comunicação, nesta fase está muito mais ligada à manutenção da marca; as ações devem estar voltadas para gerar recall ( lembrança) e também relevância ( importância). Promoções aqui ainda não se fazem necessárias, a não ser se forem institucionais para reforço da marca. Obviamente que isso é um padrão e vão existir produtos que agem de maneira diferente. Aqui há um crescimento das vendas e também do lucro da empresa. Obviamente que vai depender do nível de concorrência no setor. As ações de marketing, neste estágio, buscam sustentação e as repetições de compra do consumidor. Por isso, as possíveis estratégias para a fase de cres- cimento são: MELHORIA DA QUALIDADE E ADIÇÃO DE NOVAS CARACTERÍSTICAS Pode já haver uma modificação nas carac- terísticas do produto para que ele continue como o mais atual. ACRESCENTAR NOVOS MODELOS E PRODUTOS DE FLANCO Esta estratégia serve para combater os concorrentes e suas ações. 30 • capítulo 1 ENTRAR EM NOVOS SEGMENTOS DE MERCADO É uma opção para expandir, buscando novos consumidores. AUMENTAR A COBERTURA DE MERCADO E ENTRAR EM NOVOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Esta é uma ação imprescindível como já falei. MUDAR O APELO DE PROPAGANDA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O PRODUTO PARA PREFERÊNCIA DO PRODUTO A fase de explicar o produto já passou, neste momento é estratégico buscar a preferência do consumidor. REDUZIR PREÇOS PARA ATRAIR NOVOS CONSUMIDORES O que vai depender dos fatores que falei anteriormente ( nível de concorrência, sensi- bilidade a preço e status da marca). Maturidade Maturidade é quando o produto já é de conhecimento amplo do mercado. Uma fase em que o talento do marketing deve realmente sobressair-se, mais do que nas outras etapas. Aqui o mercado está maduro e não aumenta o número de consumidores. A grande tarefa é tirar clientes de outras marcas para crescer em faturamento. As vendas crescem mas o lucro nem tanto e na segunda metade desta mesma fase de maturidade, o lucro começa a diminuir. Portanto, há um baixo crescimento das vendas, já que os consumidores po- tenciais já foram conquistados e os lucros diminuem ou se estabilizam no final deste estágio em função do aumento da concorrência. Aqui surgem novos produtos substitutivos, isto é, que vão desbancar e subs- tituir os já existentes. Alguns exemplos: o disco foi substituído pela fita cassete, que foi substituída pelo CD, que por sua vez vem sendo paulatinamente substi- tuído pelo formato MP3. O mesmo aconteceu com o vídeo cassete, que foi pro- duzido até o ano de 2008, depois parou definitivamente. capítulo 1 • 31 Pelos motivos acima citados, deve-se ter cuidado com as decisões a serem tomadas nesta fase do CVP. Algumas empresas criam os produtos substitutivos ao seus próprios para manter a marca e avançar na forma, nas características e benefícios, matando o produto anterior. O estágio de maturidade pode ser dividido em três fases: a) Maturidade do crescimento – a taxa de crescimento das vendas começa a declinar. Não há novos canais de distribuição para serem atendidos. b) Maturidade estabilizada – as vendas se nivelam, per capita, devido à sa- turação do mercado, pois a maioria dos compradores potenciais já experimen- tou e as vendas futuras dependem do crescimento da população. c) Maturidade decadente – o nível absoluto de vendas começa a declinar e os consumidores começam a mudar para outros produtos ou substitutos. MODIFICAÇÃO DO MERCADO • expansão dos consumidores – aumentar o número de consumidores tirando alguns da concorrência, já que o mercado não cresce. • expansão da taxa de consumo – vender mais para os mesmos consumidores. Ensiná-los a usar mais vezes o produto. MODIFICAÇÃO DO PRODUTO • melhoria da qualidade • melhoria de características • melhoria de estilo (design) MODIFICAÇÃO DO COMPOSTO DE MARKETING • preço • distribuição • propaganda • promoção de vendas • venda pessoal • marketing direto • serviços • marketing de relacionamento 32 • capítulo 1 CONEXÃO Gerenciar o ciclo de maturação natural do portfólio de produtos e serviços - ciclo de vida. Disponível em: http://www.brandme.com.br/2-ciclo-de-vida/ A última fase do ciclo de vida do produto é um período de forte queda nas vendas e no lucro. Este estágio pode ser causado por uma competição feroz, condições econômicas desfavorecidas, mudanças nas tendências, aparecimen- to de produtos substitutivos que caiam no gosto dos consumidores ou ainda outros fatos que possam surgir na segunda maturidade. É o momento de desa- celeração, eliminação ou revitalização, com a introdução de um novo produto/ serviço e seu próprio ciclo de vida. Devido às condições que se impõem, neste período, a procura entra em der- rapagem, os lucros têm uma rápida erosão e um número grande de empresas abandonam o mercado. A aposta estratégica neste ponto do Ciclo de Vida do produto, é manter apenas as variedades de produtos mais competitivos aban- donando os restantes. A estratégia de distribuição é seletiva, em pontos de venda onde o produ- to vende bem; e a entrega de comunicação é parar de investir em qualquer ferramenta. Outro fator que leva ao declínio uma categoria de produtos é a mudança no gosto dos consumidores. Há intenso corte de preços e muitos mais produtos são retirados do mercado. E o lucro da empresa só pode ser aumentado através de redução do dinheiro gasto com marketing e corte de custos. É preciso deixar claro que nem todos os produtos passam por todos os es- tágios de ciclo de vida. Isso acontece porque alguns produtos morrem antes de chegar na maturidade ou até antes, no primeiro estágio e isso se dá por erros de estratégia ou posicionamento de mercado. Assim, o lançamento constante de novos produtos é uma estratégia das organizações,para alcançar o sucesso e garantir um ciclo de vida mais duradouro. Por outro lado, alguns produtos têm uma aceitação tão boa pelo mercado que podem passar logo do estágio de introdução para a maturidade. capítulo 1 • 33 O ciclo de vida é algo mais complexo do que imaginamos, porque não basta analisar uma categoria, pois existem ainda a forma, o subproduto e a marca. Portanto , o conceito de ciclo de vida do produto pode ser utilizado para: a) analisar uma categoria de produto (bebida alcoólica); b) uma forma de produto (bebida destilada); c) uma forma de subproduto (vodca); d) uma marca (Smirnoff). As categorias de produto têm ciclos de vida mais longos. Muitas categorias de produto permanecem no estágio de maturidade por longa duração. CONEXÃO Estratégia de marketing mix em função do ciclo de vida, por João Diogo. Disponível em: http://marcating.wordpress.com/ferramentas/estrategia-de-marketing-mix-em-funcao-do- ciclo-de-vida/ As formas de produto e subproduto têm históricos mais confiáveis do que nas categorias de produtos. Os estágios podem ser mais bem definidos e de- marcados por análises. As marcas podem ter ciclo de vida mais curto ou mais longo. A Nielsen apu- rou que um produto, de uma nova marca, tem uma expectativa média de vida de três anos; já a P&G afirma que pode manter um nome ou uma marca forte para sempre. Questão de visão. Particularmente concordo com a P&G, porque temos exemplos de marcas que sobrevivem há muito tempo como, por exem- plo, a Hering. 34 • capítulo 1 Conceito Tempo • Processo • Aperf. Gradual • Serviço Vendas C ap ac id ad e In ov aç ão • Processo • Criação de Marca • Aperf. Gradual • Reorg. Tecnológica • Serviço • Design • Criação de Marca • Reorg. Tecnológica • Design • EmbalagemC ap ac id ad e In ov aç ão • Reformulação • Embalagem C ap ac id ad e In ov aç ão C ap ac id ad e In ov aç ão Figura 1.4 – Atividades que devem ser feitas no ciclo de vida do produto. Fonte: http:// www.spi.pt/documents/books/inovint/ippo/acesso_ao_conteudo_integral/capitulos/2.1/ cap_apresentacao.htm Assim como os bens físicos, os serviços também possuem um ciclo de vida. As fases são as seguintes : • Planejado • Em desenvolvimento • Liberado • Em substituição • Removido Ciclo de vida de um serviço Estas fases, contudo, podem se sobrepor em momentos de desenvolvimento, testes, homologação e uso em produção. Cada empresa, cada área pode aplicar regras dife- rentes para o controle das fases. Daí também a necessidade de se ter ferramentas que ajudam a gerenciar todo o ciclo de vida de um serviço. capítulo 1 • 35 1.6 Modelos para gerenciar o processo de inovação O processo de inovação, de uma forma geral, é delineado por um conjunto de atividades que passam pelo reconhecimento de uma necessidade ou problema, realização de pesquisa (quando necessário), desenvolvimento e comercializa- ção e se encerra com a adoção da novidade pelo mercado (ROGERS, 1995). A fim de nortear o gerenciamento do processo de inovação, apresentam-se a seguir alguns modelos que evoluíram dos tradicionais modelos lineares para o modelo de inovação aberta. A aplicação deles é mais apropriada para a via- bilização de inovação tecnológica em produtos e processos, pois é mais difícil desenvolver uma sistematização para as inovações voltada aos modelos de ne- gócios dada a singularidade de cada empreendimento. Segundo Nuchera, Serrano e Morote (2002), até meados dos anos 60 vigo- rou o modelo linear do processo de inovação tecnológica, disseminado a partir da publicação do relatório Science, the endless frontier por Vannevar Bush em 1945. Tal modelo (figura 1.5) contempla uma série de etapas que orientam a pesquisa, o desenvolvimento, a produção e a comercialização da invenção. Pesquisa básica Pesquisa aplicada Desenvol- vimento Produção Mercado Comercia- lização Figura 1.5 – Modelo linear do processo de inovação tecnológica – technology push. Fonte: Nuchera, Serrano e Morote (2002, p. 67). A partir da década de 60, as necessidades de mercado passam a incorporar o modelo (figura 1.6), de forma que as exigências dos consumidores dirigem o próprio desenvolvimento da ciência (REIS, 2004). Pesquisa básica Pesquisa aplicada Desenvol- vimento Comercia- lizaçãoProdução Necessidades do mercado Mercado Figura 1.6 – Modelo linear do processo de inovação tecnológica – market-pull. Fonte: Nuchera, Serrano e Morote (2002, p. 67). 36 • capítulo 1 A partir do momento em que ciência e tecnologia foram reconhecidas em conjunto como formas de cultura, surgiram os modelos interativos (REIS, 2004). Nuchera, Serrano e Morote (2002) apresentam o modelo misto do pro- cesso de inovação tecnológica (figura 1.7), proposto por Destarte, Rothwell e Zegveld em 1985. Os autores o definem como uma sequência lógica, porém não necessariamente contínua, que pode ser dividida em séries funcionalmente distintas, mas com etapas interdependentes e que interagem entre si. Nova necessidade Necessidades do mercado Ideias Nova tecnologia Pesquisa básica Pesquisa aplicada Desenvol- vimento Produção Comerciali- zação Estado da arte em tecnologia Mercado Figura 1.7 – Modelo misto do processo de inovação tecnológica. Fonte: Nuchera, Serrano e Morote (2002, p. 69). Os modelos apresentados nas figuras anteriores centralizam o processo de inovação na própria empresa, cujas propostas foram baseadas no argumento de que a “chave do sucesso é o controle sobre todo o processo de inovação, des- de a concepção da ideia, passando pelo desenvolvimento até a comercializa- ção” (CARVALHO, 2009, p. 19). Estes modelos foram construídos sob o para- digma da inovação fechada e funcionaram para muitas das empresas líderes em inovação até o final do século XX. Contudo, mudanças econômicas estrutu- rais afetaram o processo de inovação e a estrutura de competição internacional promovida pela globalização, a internacionalização e mobilidade do conheci- mento, os avanços tecnológicos, as limitações internas para a ampliação das atividades de P&D e a proliferação dos fundos de capital de risco contribuíram para o surgimento de um novo paradigma para o gerenciamento do processo de inovação: a inovação aberta (SCHERER; CARLOMAGNO, 2009). capítulo 1 • 37 Os fundos de capital de risco são formados por investidores que apostam em empre- sas inovadoras e aportam recursos “em uma etapa muito inicial para ajudar a formar e acelerar o desenvolvimento da empresa”. Esses investidores tornam-se sócios no empreendimento com a expectativa de que obterão retorno a partir do investimento realizado (DORNELAS; TIMMON; SPINELLI, 2010, p. 24). Dada a nova configuração por meio da qual algumas empresas passaram a gerenciar a inovação, Chesbrough (2003) sistematizou o modelo de inovação aberta (Open Innovation), apresentado na figura 1.8. Por meio dele a empresa pode desenvolver e comercializar tanto as suas próprias invenções, como tam- bém os inventos gerados por outras organizações. Isso porque ao longo do pro- cesso de desenvolvimento algumas tecnologias podem ser viabilizadas, mas não fazem parte do negócio central das empresas. Assim, suponha que a sua empresa tenha desenvolvido algo que não tenha interesse em comercializar. Você pode negociar esse invento e vendê-lo para que outra empresa o comercia- lize como também pode comprar uma tecnologia desenvolvida por outra orga- nização que não queira levar o projeto adiante. Tampouco é necessário que a empresa realize internamente todas as etapas do processo de inovação e pode, portanto, contar com parceiros para os desen- volvimentos. Além disso, a empresa orientada pelo modelo de inovação aberta procura formas de levar suas ideias ao mercado, seja por meio de seus negócios e mercados atuais ou do desenvolvimento de novos projetos e mercados. Fronteira da empresa Novo mercado Mercado atual DesenvolvimentoPesquisa Projetosde pesquisa Figura 1.8 – Modelo de inovação aberta. Fonte: Chesbrough (2003, p. 37). 38 • capítulo 1 Uma das grandes contribuições do trabalho do autor é que ele observou que P&D externos podem vir a criar grande valor para a empresa, de maneira que cabe a ela definir a melhor combinação de P&D internos e externos, com grandes possibilidades de levá-la ao sucesso. Ou seja, os esforços internos de P&D podem ser responsáveis por apenas uma parte do valor a ser criado. Chesbrough (2003, p. 38) notou que “na verdade, o lócus da inovação [...] mi- grou para além dos limites dos laboratórios de P&D das maiores companhias e agora está situado entre várias startups, universidades, consórcios de pesquisa e outras organizações”. Empresas startups são empresas nascentes – que atuam há pouco tempo no mercado – cujos recursos são focados para a operacionalização do empreendimento (XAVIER; CANCELLIER, 2008). Dornelas, Timmon e Spinelli (2010) sublinham que a fase de startup geralmente contempla os primeiros dois ou três anos, podendo chegar até sete anos e é o estágio mais crítico da empresa. ATIVIDADES 01. O ciclo de vida de um produto é um conceito ou modelo que descreve a evolução de um produto ou serviço no mercado dividindo-o em quatro fases, cada uma com características específicas e, por isso, com orientações estratégicas diferentes. É a história completa do pro- duto por meio de suas fases de concepção, definição, produção, operação e obsolescência. É um olhar além das fronteiras da empresa, para que não se incorra o que os profissionais de marketing chamam de “miopia em marketing”, que é enxergar apenas o próprio umbigo e não um mercado inteiro. Sobre as estratégias de marketing nas diferentes etapas do ciclo de vida, é incorreto afirmar que: a) nessa fase, a empresa começa a traçar o planejamento de marketing, como a definição do preço e dos canais de distribuição. Na fase do desenvolvimento, quase perto do lança- mento, as empresas já começam a soltar notícias sobre a chegada do novo produto no mer- cado e comunica-los por meio de propagandas para causar interesse no produto. b) na fase de introdução, o produto é apresentado ao mercado por meio de um esforço de marketing intenso e focado, visando estabelecer um posicionamento claro e promover ao máximo o conhecimento do produto. Fazer promoções em pontos de venda e fora deles com capítulo 1 • 39 samplling, degustação é muito recomendável, junto com a propaganda que está explicando. Enquanto a propaganda explica ao consumidor, a promoção incita a experimentação. c) na fase de crescimento, a empresa deve colocar ênfase na qualidade, na redução de custos, nos canais de distribuição e no lançamento de novas versões do produto para con- quista de share de mercado. A estratégia de distribuição deve estar atenta em procurar novos canais de vendas e também intensificar a colocação do produto nos pontos de vendas já existentes, além de melhorar a sua exibitécnica (técnica de expor, dispor e exibir). d) na maturidade, a grande tarefa do marketing é tirar clientes de outras marcas para crescer em faturamento. A empresa também deve buscar meios de vender mais do mesmo produto para os mesmos clientes e que pode ser alcançado por meio de novos esforços de vendas ou de melhorias no produto. e) na fase de declínio, a aposta estratégica é manter apenas as variedades de produtos mais competitivos abandonando os restantes. A estratégia de distribuição é seletiva, em pon- tos de venda onde o produto vende bem; e a entrega de comunicação é parar de investir em qualquer ferramenta. 02. Todo produto, assim como as pessoas e também as empresas, tem um ciclo de vida, que tem fases e que por sua vez vão influir nas estratégias dos produtos ou serviços. Analise o gráfico a seguir, identifique em qual ciclo da vida cada um dos três produtos se encontra e explique o que quais seriam as principais preocupações ou estratégias da empresa em rela- ção a cada um destes produtos no momento ilustrado pelo gráfico. Tempo Produto B Produto C Produto A V en da s 40 • capítulo 1 REFLEXÃO Como será a profissão de gerente de produtos com a profusão lançamentos de novos pro- dutos e modelos a cada dia? Como vamos lidar com tantas necessidades, tantos desejos? A informação triplica e os consumidores ficam cada vez mais ansiosos por novos produtos e serviços que o satisfaçam. O mundo está interligado e empresas distantes podem fornecer bens e serviços para qualquer área geográfica do planeta. Pare um pouco e pense no que está por vir, como estará o mercado consumidor e portanto, como deverá ser a função e quais características deverão ter os gerentes de produtos daqui há 20 ou 30 anos. LEITURA Livro: GOBE, Antonio Carlos. Gerencia de Produtos (et al.); coordenação Julio César Tavares Moreira. – São Paulo: Saraiva,2004. Jornais: Leia os classificados da Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo aos do- mingos, para acompanhar as mudanças e exigências que se faz para a função de gerente de produto na indústria e no setor de serviços. Acompanhe o site da Trendwatching que traz tendências de comportamento de consu- mo: http://trendwatching.com/ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AAKER, D. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2002 ANPROTEC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br/publicacaoconheca. php?idpublicacao=79/>. Acesso em: 01 mai. 2012. BOLWIJN, P. T.; KUMPE, T. Manufacturing in the 1990s – Productivity, Flexibility and Innovation. Long Range Planning, v. 23, pp. 44-57, 1990. BRASIL. Lei 10.973, de 02 de dezembro de 2004. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 03 dez. 2004. Seção 1, pp. 2. CARVALHO, M. M. Inovação: estratégias e comunidades de conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009. 161 p. CHESBROUGH, H. The era of open innovation. MIT Sloan Management Review, v. 44, pp. 35-41, 2003. capítulo 1 • 41 DENNING, S. A leader’s guide to radical management of continuous innovation. Strategy & Leadership, v. 38, pp. 11-16, 2010. DORNELAS, J.; TIMMON, J. A.; SPINELLI, S. Criação de novos negócios: empreendedorismo para o século 21. São Paulo: Elsevier, 2010. FIGLIOLI, A. Perspectivas de financiamento de parques tecnológicos: um estudo comparativo. 2007. 205 f. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. GOBE, Antonio Carlos. Gerência de Produtos ( et al.); coordenação Julio César Tavares Moreira. – São Paulo: Saraiva,2004 GRONROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços: a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 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Parques Tecnológicos: três modelos internacionais e a perspectiva para o movimento no Brasil. In: XIV Seminário ANPROTEC, 14, 2004. Anais... Porto de Galinhas: Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, 2004. Inovação de Produtos 2 44 • capítulo 2 Novos produtos passam por fases iniciais até se firmarem no mercado. Nesse capítulo discutiremos algumas estratégias que o profissional de Marketing precisa analisar e estabelecer para lançar novos produtos e marcas. Para isso analisaremos algumas ferramentas que auxiliam a análise das opor- tunidades de mercado e o posicionamento dos mesmos. OBJETIVOS • Estratégias de Marketing • Matriz Produto-Mercado • Matriz BCG • Posicionamento de novos produtos no mercado capítulo 2 • 45 2.1 Análise dos ambientes Nesta etapa são identificadas as ameaças e as oportunidades que fazem parte do ambiente. Por ameaças, entendem-se as variáveis externas e não controlá- veis pela organização, que podem criar condições desfa voráveis para a mesma. Oportunidades são as variáveis externas e não controlá veis pela organização que podem criar condição e/ou o interesse de usufruí-las (MAXIMIANO, 2006). 2.1.1 Análise Externa Uma vez identificadas as forças ambientais que afetarão o desempenho da em- presa como um todo, ficará mais fácil a tarefa de minimizar o impacto e direcio- nar os esforços para os resultados. A análise do ambiente externo corresponde à avaliação das forças exter- nas que atuam sobre a empresa, podendo ser classificadas em duas categorias (KOTLER; ARMSTRONG, 2007): macroambiente e microambiente. O macroambiente diz respeito aos fatores ambientais mais amplos que afe- tam todas as organizações e todos os setores (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Neste conjunto estão incluídos os fatores demográficos, econômicos, naturais, tecnológicos, político-legais e socioculturais. A seguir, são detalhadas as variá- veis do macroambiente (TAVARES, 1991): • Variáveis demográficas: a demografia estuda as diversas características da população mundial. Seus estudiosos devem acompanhar as mudanças po- pulacionais e sua distribuição geográfica (tamanho e a taxa de crescimento da população em diferentes cidades, regiões e nações), sua estrutura etária (idade) e familiar (variações no número de casamentos e de filhos de uma determinada população), as características educacionais (nível de escolaridade da popula- ção) e o composto étnico (diversidade de raças). • Variáveis econômicas: as variações na economia podem comprometer positiva ou negativamente o mercado onde a organização atua ou pretende atu- ar. Dentre os fatores econômicos destacam-se fatores como renda, poupança, gastos do consumidor, taxa de juros, câmbio, inflação. • Variáveis político-legais: englobam as leis e as políticas governamentais, como fiscal, monetária, comercial. 46 • capítulo 2 • Variáveis socioculturais: envolvem as crenças e valores da sociedade, bem como suas percepções, preferência e comportamento de consumo. • Variáveis tecnológicas: correspondem às mudanças provinientes das ino- vações nas tecnologias, nos processos e nos produtos e serviços. As mudanças tecnológicas são obtidas a partir de investimentos robustos em pesquisa básica e também em pesquisa aplicada realizados pelo governo, pelas empresas, pe- las univeridades e por institutos de pesquisa. • Variáveis naturais: correspondem as mudanças no meio ambiente. Atualmente destacam-se como tendências a escassez de recursos naturais, o aumento no custo da energia e a consequente busca por fontes alternativas, o aumento do nível de poluição e a busca pelo desenvolvimento sustentável, o aquecimento global. O microambiente corresponde aos fatores que estão mais próximos da companhia, ou seja, que estão diretamente relacionados ao setor de atuação da organização (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Nesta categoria podem ser in- cluidos os seguintes fatores: clientes, fornecedores, concorrentes e parceiros de negócio (intermediários). Em relação aos clientes, é válido lembrar que as organizações devem não só estudar com especial atenção os seus mercados de clientes de forma bas- tante profunda, devido às características específicas inerentes a cada um, como também, devem se esforçar para atender suas necessidades e desejos (CHURCHILL JR.; PETER, 2000). Os fornecedores correspondem ao conjunto de empresas e indivíduos que disponibilizam os recursos necessários para a organização produzir os seus bens e prestarem os seus serviços. Eles são um elo importante no sistema ge- ral da empresa de oferta de valor ao consumidor e podem afetar seriamente o desempenho da organização, pois pode haver atrasos no cumprimento dos prazos e queda na qualidade dos insumos que podem originar custos para a organização e alterar o nível de satisfação dos seus clientes. Além disso, um au- mento nos custos dos suprimentos pode forçar a alta dos preços dos produtos/ serviços ofertados, o que pode prejudicar o volume de vendas da organização (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Quanto aos concorrentes, a organização precisa monitorar sua atuação no mercado e identificar de que forma ela pode superá-los no atendimen- to das necessidades dos clientes e na diferenciação dos produtos/serviços (CHURCHILL JR.; PETER, 2000). capítulo 2 • 47 Os parceiros de negócio ou intermediários consistem no conjunto de em- presas que podem ajudar a organização a promover, vender e distribuir os seus produtos aos consumidores finais. Incluem revendedores (atacadistas e vare- jistas), empresas de distribuição física (empresas de transporte, operadores logísticos), agências de serviços de marketing (agências de publicidade e pro- paganda, de pesquisa de marketing e consultorias) e intermediários financei- ros (bancos). São elementos fundamentais na criação de valor para a empresa (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 2.1.2 Análise interna Na análise interna, procura-se verificar os pontos fortes e fracos da organização (MAXIMIANO, 2006): PONTES FORTES qualidade ou fator de diferenciação conseguido pela em- presa que lhe proporciona uma vantagem operacional; e PONTOS FRACOS problema ou situação inadequada da empresa que lhe proporciona uma desvantagem operacional. Para o estabelecimento dos pontosfortes, fracos da organização, em princí- pio, deve-se analisar uma série de aspectos (OLIVEIRA, 2009): a) Quanto às funções: consideram-se as grandes funções de uma orga- nização, como a função marketing, a função finanças, a função produção e a função recursos humanos. Dentro de cada função, consideram-se os principais aspectos. b) Quanto aos aspectos da organização: pode-se analisar a estrutura or- ganizacional, políticas, sistemas de informações gerenciais, normas e procedi- mentos operacionais, sistemas de planejamento, capacitação e habilidade dos empregados, domínio do mercado consumidor, dentre outros. c) Quanto à abrangência do processo: pode-se examinar a organização na sua totalidade, ou seja, as áreas funcionais, os grupos de indivíduos e os indivíduos. d) Quanto ao nível de controle do sistema pelo administrador: se o mes- mo controla a eficiência, a eficácia e a efetividade organizacional. 48 • capítulo 2 Há, na literatura, uma metodologia para análise da influência dos pontos fortes e fracos e da predominância do ambiente externo nos aspectos opor- tunidades ou ameaças. Essa metodologia, conhecida como GUT (Gravidade, Urgência, Tendência) leva em conta as seguintes perguntas apresentadas na tabela 2.1. (OLIVEIRA, 2009). ASPECTOS AVALIADOS PERGUNTAS GRAVIDADE – TUDO O QUE AFETA O OBJETIVO OU O RESULTADO DA ORGANIZAÇÃO O dano é extremamente importante? O dano é muito importante? O dano é importante? O dano é relativamente importante? O dano é pouco importante? URGÊNCIA – É O RESULTADO DA PRESSÃO DO TEMPO SOBRE A TOMADA DE DECISÃO Devo tomar uma decisão bastante urgente? Devo tomar uma decisão urgente? Devo tomar uma decisão relativamente urgente? Posso aguardar? Não há pressa? TENDÊNCIA – É O PADRÃO EM QUE A SITUAÇÃO DEVERÁ SER DESENVOLVIDA EM RELAÇÃO AO ESTADO EM QUE SE APRESENTA Mantida a mesma decisão, a situação vai piorar? Mantida a mesma decisão, a situação vai permanecer? Mantida a mesma decisão, a situação vai melhorar? Mantida a mesma decisão, a situação vai melhorar completamente? Tabela 2.1 – Metodologia GUT. Diante dessas avaliações, a organização deve adotar posturas estratégias que as auxiliam a decidir sobre as melhores estratégias para atingir seus objetivos. 2.1.3 Análise de Swot Matriz para avaliação do sistema de Distribuição de Produtos do setor de bebidas Este artigo propõe uma metodologia para avaliar o desempenho do sistema de distribuição de produtos de uma organização do segmento de bebidas com base na análise SWOT. O artigo foi escrito por: Isabel Márcia Rodrigues, João Carlos Colmenero, Luiz Alberto Pilatti, Antonio Carlos Frasson. Para ler na íntegra, acesse: http://200.134.81.21/ppgep/Ebook/E-book%202008/ CONGRESSOS/Internacionais/2008%20-%20aDM/4.pdf capítulo 2 • 49 Você já ouviu falar de uma ferramenta chamada análise de SWOT? Essa ferramenta nada mais é do que a análise do ambiente externo e interno que acabamos de conhecer! © V IC H IE 8 1 | D R E A M S TI M E .C O M SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats. A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para a avaliação de cenário (ou de ambiente). O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês e é um acrônimo de forças (Strengths), fraquezas (Weaknesses), oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats). Curiosidade Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a análise SWOT foi criada por dois professores da Harvard Business School: Kenneth Andrews e Roland Christensen. No entanto, a ideia da análise SWOT já era utilizada há mais de três mil anos quando cita em uma epígrafe um conselho de Sun Tzu: “Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças” (SUN TZU, 2007.). Normalmente, a análise de SWOT é representada por um diagrama, confor- me apresentado na tabela 2.2, facilitando a visão global da influência dessas quatro forças. Ameaças Oportunidades Fraquezas Forças Tabela 2.2 – Diagrama da Análise de SWOT. Fonte: Oliveira (2009). 50 • capítulo 2 2.2 Matriz Produto-Mercado A Matriz de Ansoff, também conhecida como Matriz Produto/Mercado,é um outro modelo utilizado para determinar oportunidades de crescimento de uni- dades de negócio de uma organização. Criada na década de 1950, uma época em que as organizações passaram a se preocupar com o ambiente, esta matriz contribui, muito para o entendimento do mercado. As empresas que visavam o lucro foram as que primeiro tiveram essa preocupação, e mais tarde os outros tipos de organização. Mas ainda em relação a esse dado histórico da administração é importante destacar: Por que as organizações nessa época eram preocupadas em conhecer o seu ambiente? A resposta para essa pergunta analisando a evolução da administração: fun- damentalmente os pioneiros da administração como Taylor, Fayol, Mayo e ou- tros renomados precursores da administração clássica, tinham as suas visões voltadas para a parte interna das organizações, o ambiente externo passava, cada vez mais, a influenciar as empresas, e após a segunda guerra mundial essa tendência ficou ainda mais evidente, pois a produtividade não significava mais o sucesso delas, mas sim se uma determinada organização poderia ou não atender a demanda do mercado. Isso apenas levando em conta uma variável do ambiente externo. Logo esse problema foi identificado pelos estudiosos, e surgiram estudos do tão comentado “Planejamento Estratégico”. No início consistia apenas em uma análise racional das oportunidades, ameaças, pontos forte e fracos de uma organização de produção, e partir dessa análise elaborar uma “estratégia” que conseguisse uma compatibilização positiva dessas variáveis com os objetivos da empresa. Nos anos seguintes foram sendo adicionadas novas “variáveis” que deve- riam ser incluídas nos estudos estratégicos. Uma delas diz respeito à implan- tação, pois apenas a análise do ambiente com a consequente elaboração das estratégias não garantia que essas seriam implantadas e controladas. Assim foram sendo somados mais alguns elementos em tais estudos, permitindo um significativo avanço do Planejamento Estratégico. Após essa fase de aprimoramento dos estudos estratégicos, observa-se uma nova ênfase que diz respeito a mudança ou antevisão de problemas de recur- sos ou quaisquer outros que possam ter impacto na organização. Essa nova tônica tem dominado alguns estudos mais recentes nos assuntos referentes a Planejamento Estratégico. capítulo 2 • 51 Em 1965 Igor Ansoff escreveu o livro “Corporate Strategy: AnAnalytic Approach do Business Policy for Growth na Expansion”, onde ele discorre so- bre os estudos do problema estratégico das organizações e propõe uma ferra- menta de análise do problema estratégico e definições de estratégias, surge en- tão a “Matriz de Ansoff”. Essa matriz é uma forma de representar algumas formas que o autor, Igor Ansoff, acreditava que poderiam aprimorar o negócio de determinada organi- zação por meio de quatro estratégias distintas: Penetração, Desenvolvimento de Mercado, Desenvolvimento de Produto e Diversificação Pura. A matriz tem duas dimensões: uma é produtos e a outra, mercados. Veja a figura 2.1: Ampliação do mercado Diversificação Participação do mercado Desenvolvimento do produto Novidade tecnológica crescente N o vi d ad e m er ca d o ló g ic a cr es ce n te 4 1 2 Atual Preço ou serviço A tu al N o vo Novo M er ca d o – – 3 Figura 2.1 – Matriz Ansoff. Fonte: McDonald, 2008. 52 • capítulo 2 Sobre essas duas dimensões, quatro estratégias podem ser formadas: • A primeira é chamada de penetraçãode mercado: a empresa foca na mu- dança de clientes ocasionais para clientes regulares e de clientes regulares para usuários intensivos do produto; • A outra é chamada de desenvolvimento de mercado: a empresa deve con- quistar clientes da concorrência, introduzir produtos existentes em mercados
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