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Trabalho Precedimento do Júri PP

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Igor Silva Vieira 
RA:411.327.848.24 
Disciplina: Direito Processual Penal - Atividade Persecutória e Defensiva 
Professor: Fernando Fávaro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimento do Júri 
O Tribunal do Júri é composto de um juiz de direito (presidente), que sorteará vinte e cinco 
jurados para a reunião periódica e extraordinária (art. 433 do Código de Processo Penal), e 
é regido por princípios previstos especialmente no art. 5º, XXXVIII, da Constituição 
Federal, dentre os quais podemos citar: 
a) plenitude da defesa: no procedimento do júri, a autodefesa e a defesa técnica são 
exercidas de forma plena; 
b) sigilo das votações: os votos dos jurados são secretos; 
c) soberania dos veredictos: cabe apenas aos jurados decidirem pela condenação ou 
absolvição do acusado; decisão essa que, em regra, não pode ser modificada pelos 
Tribunais, salvo nas hipóteses do art. 593, inciso III, alíneas "a", "b", "c" e "d", do Código 
de Processo Penal (apelação); ou dos arts. 621 a 631 do mesmo diploma (revisão criminal); 
d) competência para julgar crimes dolosos contra a vida: o tribunal do júri é competente 
para julgar homicídio doloso, infanticídio, aborto, auxílio, induzimento ou instigação ao 
suicídio, em suas formas tentadas ou consumadas. Esse rol de crimes pode ser ampliado por 
meio de leis infraconstitucionais. Cabe também ao júri julgar os crimes comuns que são 
conexos aos crimes dolosos contra a vida (art. 78, I, do CPP); 
e) oralidade: prevalecem os atos orais no dia do julgamento pelo júri. 
Organização e composição do júri 
O sorteio do júri será realizado de portas abertas entre o décimo quinto e décimo dia útil 
antecedente à reunião, sendo que os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por 
qualquer outro meio hábil para que compareçam no dia e hora designados para a reunião. 
Feito isso, serão fixados na porta do Tribunal as referências sobre o processo (nome dos 
jurados, nome do acusado, dos procuradores, assim como dia, hora e local das sessões de 
instrução e julgamento - art. 435 do CPP). 
A notória idoneidade e a idade mínima de dezoito anos são os requisitos para os jurados, 
sendo que o serviço é obrigatório, incorrendo em multa aquele que se recusar a prestar tal 
função injustificadamente. Porém, "estão isentos do serviço do júri: 
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; 
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras 
Distrital e Municipais; 
IV – os Prefeitos Municipais; 
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 
VIII – os militares em serviço ativo; 
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; 
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento" (art. 437 do CPP). 
Os jurados convocados que comparecerem à sessão do júri não terão desconto de seus 
salários nem de seus vencimentos, ao passo que aqueles que deixarem de comparecer à 
sessão incorrerão em multa de um a dez salários mínimos, fixada a critério do juiz (art. 442 
do CPP). Os jurados convocados responderão criminalmente nos mesmos termos em que os 
juízes, nos termos do art. 445 da referida Lei. 
Estão impedidos de servir como jurados marido e mulher (inclusive os que mantiverem 
união estável reconhecida), ascendente, descendente, sogro, genro, nora, irmãos, cunhados 
(durante o cunhadio), tio, sobrinho, padrasto, madrasta ou enteado (art. 448 do diploma 
legal em questão). As demais regras de impedimento e suspeição relativas aos juízes 
também serão aplicadas aos jurados. 
Também não poderá exercer a função de jurado aquele que tenha funcionado no julgamento 
anterior do mesmo processo, que tenha participado do conselho de sentença como acusado 
da prática de mesmo crime ou que tenha manifestado prévia disposição de absolver ou 
condenar o réu. No entanto, mesmo que excluídos do júri, tais jurados serão considerados 
para a composição do número legal necessário à sessão. Quando o conselho conhecer mais 
de um processo no mesmo dia seus componentes deverão prestar compromisso (art. 452 do 
CPP). 
Sendo assim o jurado, além da idoneidade e idade mínima de dezoito anos, deve ser capaz 
(perfeita faculdade mental) e ser cidadão, ou seja, estar em gozo de seus direitos políticos, 
ter residência na comarca e ser alfabetizado. 
Procedimento 
O rito do júri é o mesmo para todos os crimes de sua competência, independente de serem 
apenados com detenção ou reclusão, sendo que seu procedimento é chamado de escalonado 
ou bifásico, por ser dividido em duas fases, quais sejam: 
1ª fase: sumário de culpa ou judicium accusationis: é realizada pelo juiz singular e segue 
procedimento semelhante ao dos crimes apenados com reclusão (rito ordinário até o art. 
405 CPP - instrução criminal). Tem a finalidade de formar o juízo de admissibilidade da 
acusação (juízo de prelibação). Inicia-se com o recebimento da denúncia ou queixa e 
termina com a decisão de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária. 
2ª fase: juízo da causa ou judicium causae: é realizada pelo juiz presidente e pelo conselho 
de sentença (7 jurados que irão julgar o acusado). Tem a finalidade de julgar o mérito do 
pedido (juízo de delibação). Inicia-se com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, 
quando o juiz determina a intimação do Ministério Público e do defensor para 
apresentarem, respectivamente, o rol de testemunhas. Termina com o trânsito em julgado 
da decisão do Tribunal do Júri. 
 
1. Sumário de culpa - 1ª fase 
Esta primeira etapa, que vai do art. 406 ao art. 412 do CPP, é semelhante ao procedimento 
ordinário de competência do juiz singular. Oferecida a denúncia pelo órgão acusatório o 
juiz poderá recebê-la ou rejeitá-la. Em recebendo ele ordenará a citação do réu para 
responder a acusação, no prazo legal de 10 (dez) dias, ocasião em que deverá arguir 
preliminares além de alegar qualquer tese que interesse a sua defesa, oferecendo 
documentos, justificações bem como especificando as provas que pretende produzir e 
arrolando testemunhas, no número máximo de 08 (mesmo número de testemunhas 
permitido a acusação). Em oferecendo exceções estas deverão ser processadas em apartado. 
Se o acusado trouxer alguma preliminar ou juntar algum documento, o órgão acusador 
deverá ser ouvido, no prazo legal de 05 (cinco) dias. 
O juiz ouvirá as testemunhas arroladas pelas partes, bem como praticará as diligências 
necessárias para elucidar o ocorrido. Na audiência de instrução, será ouvido primeiramente 
o ofendido, em havendo, após as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, 
eventuais esclarecimentos de peritos, acareações, reconhecimentos de pessoas e coisas e, 
por fim, interrogará o acusado. 
Frise-se que as provas serão produzidas em uma só audiência e que as alegações serão 
orais, concedendo-se primeiro a palavra à acusação e depois à defesa, pelo prazo igual de 
vinte minutos, prorrogáveis por mais dez. Depois disso, será ouvido o assistente do 
Ministério Público pelo prazo de dez minutos, prorrogáveis pelo mesmo tempo. 
Terminados os debates o juiz proferirá a sentença na própria audiência ou no prazo de dez 
dias (art. 411 e §§ do CPP). 
Desta forma, pode-se observar que, diferentemente do que ocorre no procedimento 
ordinário comum, na primeira fase do procedimento do júri não existe a possibilidade de 
absolvição sumária após o oferecimento da resposta escrita pelo acusado. 
Outra diferença está no prazo para conclusão do procedimento. Com efeito, afirma o artigo 
412, do CPP, que o procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, ao 
passo que no procedimento ordinário comum o prazo para instrução do processo éde 60 
(sessenta) dias. 
Finda essa primeira fase o juiz poderá proferir uma das seguintes decisões: 
A - Pronúncia 
Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes de que o réu seja o 
autor, deverá pronunciá-lo. A pronúncia consiste em decisão interlocutória mista não 
terminativa, ou seja, não julga o mérito, nem põe fim ao processo e deverá conter o 
dispositivo legal em que julgar ser o réu incurso, bem como especificar as circunstâncias 
qualificadoras e as causas de aumento da pena. 
Proferida a sentença de pronúncia, e preclusa a via impugnativa, não poderá mais ser 
alterada, salvo se ocorrerem circunstâncias supervenientes que modifiquem a classificação 
do delito (art. 421 c.c. art. 384, parágrafo único, do CPP), caso em que deverá remeter os 
autos ao Ministério Público. 
 
- Efeitos da pronúncia 
1. submete o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri; 
2. interrompe a prescrição (art. 117, II, do CP); 
3. se o réu estiver preso, será mantido na prisão em que se encontrar; se estiver solto, será 
expedido mandado de prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes (hipótese em que 
poderá deixar de ser expedido mandado de prisão, ou, se preso, revogar a prisão). 
 
- Intimação da pronúncia 
A intimação da pronúncia será feita pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado, ao 
Ministério Público e, na forma do art. 370, §1º, do CPP, para o assistente do Ministério 
Público, ao defensor constituído e ao querelante. Se o réu estiver solto e não for encontrado 
será intimado por edital. 
- Recurso 
Contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, previsto no art. 581, IV, do 
CPP. 
 
- Despronúncia 
A despronúncia pode ocorrer em razão da interposição do recurso em sentido estrito, em 
que o juiz se retrata e impronúncia o réu, ou quando o juiz mantém a sentença de pronúncia 
e o Tribunal dá provimento ao recurso em sentido estrito, impronunciando o réu. 
B - Impronúncia 
Se o juiz não se convencer da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria, será 
proferida decisão de impronúncia, que também é uma decisão interlocutória mista 
terminativa, sendo que os crimes conexos serão remetidos ao juízo competente. Lembra-se 
que, "enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade poderá ser formulada nova denúncia 
ou queixa se houver prova nova" (art. 414, parágrafo único do CPP). Contra a decisão de 
impronúncia cabe apelação. 
Dispõe ainda o art. 417 da Lei em pauta que "se houver indícios de autoria ou de 
participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou 
impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 
(quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código". 
C - Desclassificação 
O juiz, com base nas provas produzidas nos autos, convencendo-se de que não se trata de 
crime de competência do júri, deverá proferir a sentença de desclassificação e remeterá os 
autos ao juízo competente para julgá-lo. Da decisão de desclassificação cabe recurso em 
sentido estrito. 
De acordo com o art. 492, §§ 1º e 2º do CPP "se houver desclassificação da infração para 
outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir 
sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for 
considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 
69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 2o Em caso de 
desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz 
presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste 
artigo". 
D - Absolvição sumária 
A absolvição sumária ocorre quando for comprovada a existência de excludente de ilicitude 
ou de culpabilidade. Ela faz coisa julgada material. Prevê o art. 415, do CPP, que "o juiz, 
fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime". 
A inimputabilidade, via de regra, não será aplicada neste caso, salvo quando for a única tese 
defensiva. Da decisão de absolvição sumária cabe apelação. Na existência de crimes 
conexos deve o juiz apenas remeter os autos ao juízo competente. 
2. Juízo da causa - 2ª fase 
Determina o art. 422, do CPP, que "ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri 
determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de 
queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas 
que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar 
documentos e requerer diligência". 
Depois de decidido sobre as provas a serem produzidas o Juiz ordenará as "diligências 
necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da 
causa e fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião 
do Tribunal do Júri" (art. 423, I e II do CPP). 
Desaforamento 
Segundo estabelece o art. 427, do CPP, "se o interesse da ordem pública o reclamar ou 
houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o 
Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado 
ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do 
julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, 
preferindo-se as mais próximas". 
O desaforamento somente terá efeito suspensivo se os motivos forem consideravelmente 
relevantes, devendo o relator fundamentar sua decisão. Cumpre ressaltar que ele poderá 
também ser requerido em caso de comprovado excesso de serviço, quando o julgamento 
não puder ser realizado dentro de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de 
pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz presidente e a parte contrária deverão ser ouvidos 
(art. 428 da lei em questão). 
Também não será admitido o desaforamento quando houver pendência de recurso contra a 
decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, porém, nesta última hipótese, 
haverá admissão se o fato tiver ocorrido durante ou após a realização de julgamento 
anulado. 
Sorteio e convocação dos jurados 
Depois da organização de pautas, em que terão preferência os presos e dentre eles os que 
tiverem maior tempo de prisão, o juiz presidirá o sorteio dos jurados a ser realizado de 
portas abertas até que se complete o número de vinte e cinco jurados. Tal sorteio será 
realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da 
reunião (art. 433, §1º do CPP), e será acompanhado pelo Ministério Público, pela OAB e 
pela Defensoria Pública. 
Vale lembrar que o jurado que não for sorteado pode ter seu nome incluído em reuniões 
futuras. Ademais, os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro 
meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob pena de multa. 
Sessões do Tribunal do Júri 
O julgamento só será adiado pelo não comparecimento do Ministério Público ou do 
advogado do acusado. Não haverá adiamento do julgamento se não comparecerem o 
assistente e advogado do querelante, e o acusado solto, se devidamente intimados. Quando 
a testemunha intimada falta na sessão o juiz suspenderá os trabalhos até que a mesma seja 
conduzida, ou adiará o julgamento. 
O juiz declarará instalados os trabalhos com a presença de, pelos menos, quinze jurados. 
Caso contrário realizar-se-á o sorteio dos suplentes necessários e designar-se-á data pata 
nova sessão (art. 464 do CPP). Durante a sessão os jurados não poderão se comunicar entre 
si e com outras pessoas, nem dar opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do 
conselho e multa (art. 466do CPP). 
Serão sorteados sete jurados para compor o Conselho de Sentença, sendo que pode a defesa 
e depois o Ministério Público recusarem três dos jurados, cada um, sem motivar a recusa. 
Depois de formado o Conselho de Sentença o juiz entregará aos jurados cópias da 
pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e 
do relatório do processo (art. 472, parágrafo único do CPP). 
Instrução em plenário 
Dispõe o art. 473, do CPP, que "prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a 
instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante 
e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se 
possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação". Tanto as partes como os 
jurados poderão inquirir as testemunhas (este último por intermédio do juiz), e requerer 
acareações, reconhecimento de pessoas e coisas. Feito isto, o acusado será interrogado, 
sendo que o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, 
poderão formular, diretamente, perguntas a ele, conforme disposição do art. 474, § 1º, do 
CPP. Já as perguntas formuladas pelos jurados se darão por intermédio do juiz. 
Os depoimentos e o interrogatório serão registrados pelos meios ou recursos de gravação 
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, devendo ser transcritos e juntado aos 
autos. 
Debates 
Encerrada a instrução será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação 
nos limites da pronúncia (art. 476 do CPP). O assistente falará em seguida, sendo que se se 
tratar de ação penal privada falará primeiro o querelante e depois o Ministério Público. 
Logo depois, a defesa se pronunciará, e a acusação terá direito a réplica e a defesa a 
tréplica, admitindo-se a reinquirição de testemunhas (art. 476, § 4º da mesma lei). 
O tempo concedido às partes é de uma hora e meia para cada, e uma hora para réplica e 
outro tanto para a tréplica. Quando houver mais de um acusador o tempo será dividido entre 
eles de comum acordo, ou pelo juiz. No caso de haver mais de um acusado, o tempo para a 
defesa será acrescido de uma hora e elevado em dobro para a réplica e tréplica. 
Não é permitido que as partes façam menção "à decisão de pronúncia, às decisões 
posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como 
argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do 
acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo" (art. 
478 do diploma legal em questão); assim como não será permitida a leitura de documento 
ou exibição de objeto que não tenham sido juntados aos autos com antecedência de pelo 
menos três dias. 
Concluídos os debates o juiz indagará aos jurados se já estão habilitados para o julgamento 
ou se ainda necessitam de outros esclarecimentos, caso em que serão prestados à vista dos 
autos, os quais poderão ser fornecidos aos jurados. Se houver necessidade de verificação de 
algum fato imprescindível ao julgamento, que não puder ser realizada na hora, o juiz 
designará as diligências cabíveis para o caso. 
 
Votação 
O Conselho de Sentença deverá responder alguns quesitos sobre a matéria de fato e sobre a 
possibilidade de absolvição do acusado. "Os quesitos serão redigidos em proposições 
afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com 
suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os 
termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do 
interrogatório e das alegações das partes" - art. 482, parágrafo único, do CPP. 
Se houver mais de três respostas negativas para os quesitos que indagaram sobre a 
materialidade do fato e da autoria e participação, o acusado será absolvido. Já se as resposta 
forem afirmativas, os jurados deverão responder se absolvem ou não o acusado. Se os 
jurados optarem pela condenação, deverão responder os quesitos formulados sobre as 
causas de diminuição da pena alegada pela defesa e circunstância qualificadora ou causa de 
aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram 
admissível a acusação (art. 483, § 3º). 
Serão formulados quesitos sobre a desclassificação do crime, quando sustentada, e sobre a 
possível ocorrência do crime na forma tentada. Quando houver mais de um acusado os 
quesitos serão formulados de forma distinta. Feito isto, o juiz perguntará às partes se têm 
algum requerimento ou reclamação para fazer. "Não havendo dúvida a ser esclarecida, o 
juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do 
acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida 
a votação" - art. 485 da lei. Posteriormente, o juiz distribuirá cédulas aos jurados que serão 
utilizadas para a votação, sendo que a decisão será tomada por maioria de votos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sentença 
Depois da votação, o juiz proferirá a sentença. "I - No caso de condenação: 
a) fixará a pena-base; 
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; 
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; 
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva; 
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; 
II – no caso de absolvição: 
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; 
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível" (art. 492 do CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
Fazendo uma análise resumida dos diversos atos que integram a primeira fase do 
procedimento do Tribunal do Júri, é seguro concluir que de regra tudo se inicia com a 
instauração do inquérito policial, do qual, traz provas e elementos para o oferecimento da 
denúncia ou queixa. 
Sendo recebida a denúncia, o Juiz abrirá prazo de 10 dias para que a defesa apresente a 
defesa prévia, momento em que a defesa deverá argüir tudo que achar pertinente, além de 
arrolar testemunhas. 
Com a denúncia e a defesa prévia em mãos, o Juiz designará pelo menos uma audiência, e 
após a realização desta, acusação e defesa apresentarão alegações finais, em regra 
oralmente, porém em casos complexos podem ser apresentadas em forma de memoriais. 
Posteriormente, o Juiz terá que optar por quatro caminhos: a) pronúncia, em caso de 
indícios de autoria e materialidade comprovada; b) impronúncia, em casos de materialidade 
não comprovada e não terem indícios de autoria; c) absolvição sumária, em casos de 
reconhecimentos de causas excludentes de ilicitude e excludente de culpabilidade; d) 
desclassificação, quando o juiz dá nova definição jurídica aos fatos.