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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IGUAÇU CURSO DE FISIOTERAPIA ANNA CAROLINA RHINOW TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA UNIÃO DA VITÓRIA-PR 2019 ANNA CAROLINA RHINOW TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao curso de fisioterapia do Centro Universitário do Vale do Iguaçu – Uniguaçu. Orientação: Professora Luana Otto. UNIÃO DA VITÓRIA-PR 2019 TERMO DE APROVAÇÃO TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA ANNA CAROLINA RHINOW Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao curso de fisioterapia do Centro Universitário do Vale do Iguaçu – Uniguaçu, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, considerado aprovado pela banca examinadora e avaliado com nota:______ em sua defesa pública. _____________________________________________________________________ Orientação: Professora Luana Otto Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu _____________________________________________________________________ Membro da banca: Professora Giovana Simas de Melo Ilkiu Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu _____________________________________________________________________ Membro da banca: Professora Ana Célia Buch Mallon Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu União da Vitória – PR, 03 de dezembro de 2019. AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus por me guiar e iluminar quando tive dúvidas do que fazer, me abençoando para chegar até aqui. Aos meus pais, que me apoiaram e sempre me incentivaram nesta nova etapa, me dando coragem, e me reerguendo quando os problemas apareceram. Aos meus anjos, amigos e parceiros de ONG, que me acompanham e comemoram comigo cada vitória. Agradeço minha orientadora e amiga Profª Luana Otto, por cada coisa que fez por mim, cada conselho, por ter me ajudado sempre que precisei. Estendo o agradecimento a todos os meus mestres, que me ensinaram e fizeram com que eu iniciasse essa caminhada na fisioterapia. Ao meu grupo de trabalho na secretaria de saúde, por todos os ensinamentos e paciência no aprendizado. A todos os profissionais da saúde que de alguma forma me ajudaram a lutar pela vida, e me inspiraram a ser fisioterapeuta e uma boa profissional. Agradeço a todos meus amigos, pessoas que convivem comigo, que me ouviram sempre que precisei, que me deram suporte para concluir este trabalho e curso. “Quando era jovem (...) percebi que cuidar do próximo é a melhor forma de esquecer os próprios problemas e, melhor ainda, se isto for feito com muito bom humor e principalmente amor”. Patch Adams 5 RESUMO RHINOW, Anna Carolina. Técnica de expiração lenta prolongada em recém nascido pré termo com doença da membrana hialina. 49f. Trabalho de conclusão do curso de fisioterapia, Centro Universitário do Vale do Iguaçu, União da Vitória, 2019. O planejamento de uma família, o desejo de ser mãe para que o novo ser formado no ventre da mulher nasça bem e com saúde, as vezes é alterado, pois muitos são os riscos e doenças que podem acometer o bebê, problemas que podem refletir pelo resto da vida, como no caso de um nascimento prematuro, onde a doença da membrana hialina, também conhecida como síndrome do desconforto respiratório, faz com que o recém-nascido receba intensos cuidados na unidade de terapia intensiva neonatal para melhor recuperação. A patologia é um distúrbio respiratório que acomete recém-nascidos prematuros, causada pela deficiência quantitativa e qualitativa do surfactante, que até 35 semanas de gestação ainda não atingiu seu pico de produção. O desenvolvimento do tratamento fisioterapêutico nas unidades de terapia intensiva neonatais levou a melhores técnicas e recursos, o que contribuiu para redução da morbidade neonatal, permanências mais curtas no hospital, e menores custos hospitalares. Este estudo tem como objetivo aplicar a técnica de expiração lenta prolongada, que é usada em lactentes com obstrução das vias aéreas e acúmulo de secreção, na doença da membrana hialina em bebês prematuros com diferentes idades gestacionais, verificando os parâmetros de frequência cardíaca, saturação de oxigênio e boletim de Silvermen – Andersen, antes e após o atendimento fisioterapêutico. O trabalho descreverá uma análise quantitativa de como a fisioterapia auxilia para uma melhor evolução no tratamento de pré-termos com síndrome do desconforto respiratório, comparando os resultados em diferentes grupos. Embora a amostra do presente estudo tenha sido pequena e não se tenham dados suficientes para afirmar apenas com os grupos que participaram do estudo, o resultado é favorável a uso da técnica de expiração lenta prolongada, bem como mostra que tem indicação para as diferentes idades gestacionais estudadas. Palavras chave: Fisioterapia Respiratória. Unidade de Terapia Intensiva. Prematuros. Doença da Membrana Hialina. 6 ABSTRACT RHINOW, Anna Carolina. Prolonged slow expiration technique in preterm newborn with hyaline membrane disease. 49f. Final paper of the physiotherapy course, University Center of Vale do Iguaçu. União da Vitória, 2019. The planning of a family, the desire to be a mother so that the new being formed in the woman's womb is born well and healthy, is sometimes altered, because many are the risks and diseases that can affect the baby, problems that can reflect for the rest of life, as in the case of a premature birth, where the disease of the hyaline membrane, also known as syndrome of respiratory distress, makes the newborn receive intense care in the neonatal intensive care unit for better recovery. The pathology is a respiratory disorder that affects premature newborns, caused by the quantitative and qualitative deficiency of the surfactant, which up to 35 weeks of gestation has not yet reached its peak of production. The development of physiotherapeutic treatment in neonatal intensive care units has led to better techniques and resources, which has contributed to reduced neonatal morbidity, shorter hospital stays, and lower hospital costs. This study aims to apply the technique of prolonged slow expiration, which is used in infants with airway obstruction and accumulation of secretion, in hyaline membrane disease in premature babies of different gestational ages, verifying the parameters of heart rate, oxygen saturation and Silvermen - Andersen bulletin, before and after physiotherapeutic care. The study will describe a quantitative analysis of how physiotherapy helps to improve the treatment of preterm respiratory distress syndrome, comparing the results in different groups. Although the sample of the present study was small and there were not enough data to affirm only with the groups that participated in the study, the result is favorable to the use of the technique of prolonged slow expiration, as well as showing that it has indication for the different gestational ages studied. Keywords: Respiratory Physiotherapy. Intensive Care Unit. Premature. Hyaline Membrane Disease. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Imagem 1 – Quadro radiológico típico na SDRA ....................................................................18 Fluxograma 1 – Manejo dos Recém Nascidos com Doença da Membrana Hialina ................ 23 Imagem 2 – Exemplo de ELPR ................................................................................................ 26 Imagem 3 – Boletim de Silverman-Andersen .......................................................................... 27 Grafico 1 – Comparação FC .................................................................................................... 32 Gráfico 2 – Comparação SaO2 ............................................................................................... 34 Gráfico 3 – Comparação Boletim S-A ..................................................................................... 36 Gráfico 4 – Via de Parto ........................................................................................................... 37 Gráfico 5 – Sexo dos RN ......................................................................................................... 38 Gráfico 6 – Oxigenioterapia ..................................................................................................... 39 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Classificação radiológica da DMH ......................................................................... 17 Tabela 2 – Frequência cardíaca grupo 1 ................................................................................... 31 Tabela 3– Frequência cardíaca grupo 2 .................................................................................... 32 Tabela 4 – Saturação de O2 grupo 1 ........................................................................................ 33 Tabela 5 – Saturação de O2 grupo 2 ........................................................................................ 34 Tabela 6 – Boletim de S-A grupo 1 .......................................................................................... 35 Tabela 7 – Boletim de S-A grupo 2 .......................................................................................... 36 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ELPr – Expiração lenta prolongada FC – Frequência cardíaca DMH – Doença da Membrana Hialina SaO2 – Saturação de oxigênio BSA – Boletim Silvermen-Andersen RN – Recém-nascido RNPT – Recém-nascido pré-termo RNEBP – Recém-nascido de Extremo Baixo Peso SAR – Síndrome da Angústia Respiratória SDRA – Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo CFR – Capacidade Residual Funcional UTIN – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal SUS – Sistema Único de Saúde CPAP – Continuous Positive Airway Pressure/ Pressão positiva contínua nas vias aéreas AFE – Aumento do Fluxo Expiratório MS – Ministério da Saúde IG – Idade Gestacional 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12 1.1.1 Problema de pesquisa .................................................................................................... 13 1.2.OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 13 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14 2.1 DOENÇA DA MEBRANA HIALINA - DMH ................................................................... 14 2.2 TRATAMENTO ................................................................................................................. 19 2.2.1 Tratamento Clínico ....................................................................................................... 19 2.2.2 Tratamento Fisioterapêutico ........................................................................................ 24 3 MÉTODO ............................................................................................................................. 28 3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 28 3.2 LOCAL DE PESQUISA ..................................................................................................... 28 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................. 28 3.3.1 Critérios de Inclusão ..................................................................................................... 28 3.3.2 Critérios de Exclusão .................................................................................................... 28 3.3.3 Procedimento da pesquisa ............................................................................................ 28 3.4 MATERIAIS ....................................................................................................................... 29 3.5 INSTRUMENTOS ............................................................................................................. 29 3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................. 29 3.7 ASPECTOS ÉTICOS .......................................................................................................... 29 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 40 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 48 11 1 INTRODUÇÃO Gerar uma vida é algo grandioso que vai além da gestação e do nascimento. O desejo e o planejamento para que o novo ser formado no ventre da mulher nasça bem e com saúde, as vezes é alterado por novos desafios e diversas complicações. São muitos os riscos e doenças que podem acometer o bebê, problemas que podem refletir pelo resto da vida, mas cada vez mais, com o avanço da medicina, é possível dar uma sobrevida, uma melhor qualidade de tratamento para os recém nascidos. A realização desta pesquisa traz a certeza do sonho de cuidar destes pequenos guerreiros, e acreditar que um dia, quando for o momento de ser mãe, independente dos problemas que possam surgir, os estudos e vivência dos profissionais da saúde resultarão em um bom tratamento e cura, e espero contribuir para isso. Também conhecida como síndrome do desconforto respiratório, a doença da membrana hialina é um distúrbio respiratório que acomete recém-nascidos prematuros e está relacionado à deficiência do surfactante. A patologia atinge principalmente pré-termos, tem incidência inversamente proporcional a sua idade gestacional, com peso inferior a 1500 gramas, e pior evolução no gênero masculino (ALMEIDA et al.,2008). É uma complicação da prematuridade, a deficiência de surfactante, pode fazer com que ocorra um colabamento dos alvéolos pulmonares, por isso a substância tem como propriedade diminuir a tensão superficial nos alvéolos, evitando que os mesmos colabem no momento da expiração. Após o nascimento,o bebê pode apresentar bradipneia ou taquipneia, gemido expiratório, batimento da aleta nasal, retração da caixa torácica, cianose e edema de extremidades. Por conta da falta de surfactante, os alvéolos não conseguem se manter abertos, causando uma atelectasia, que leva a hipóxia por não haver superfície suficiente para a troca gasosa, seguido de uma acidose, pois diminui o pH sanguíneo, levando a vasoconstrição e diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar, por consequência, leva a lesão dos capilares e então ocorre a diminuição da complacência pulmonar (ABREU et al.,2006). Entre as técnicas utilizadas na patologia, o tratamento tem como objetivo: melhorar o mecanismo de purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o acúmulo de secreções, e corrigir complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação ventilação-perfusão. A fisioterapia participa da equipe multidisciplinar no tratamento dos prematuros acometidos pela doença da membrana hialina, realiza exercícios respiratórios de acordo com a necessidade e melhora de cada paciente. A técnica de expiração lenta prolongada, escolhida para este estudo, tem como objetivo obter maior volume expirado comparado a uma expiração tranquila, e eliminar secreção. A escolha foi feita baseada na 12 literatura, que comprova e indica na maioria das patologias neonatais que precisam de desinsuflação pulmonar, carreamento de secreção, auxiliando assim uma melhora mais rápida no recém nascido. Ao aplicar a técnica, em prematuros de diferentes idades gestacionais, verificando parâmetros ventilatórios, este trabalho descreverá uma análise quantitativa de como a fisioterapia auxilia para uma melhor evolução no tratamento de pré-termos com síndrome do desconforto respiratório. 1.1 JUSTIFICATIVA A doença é responsável por 80 a 90% dos óbitos que ocorrem no período neonatal relacionados a distúrbios respiratórios (CONSOLO; PALHARES; CONSOLO, 2002). Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que 15 milhões de bebês nascem antes do tempo por ano no mundo. Mais de um milhão deles morrem dias após o parto, sendo a prematuridade a segunda causa de morte de crianças com menos de cinco anos de idade (REIS et al., 2019). A propedêutica da doença da membrana hialina é inicialmente o acompanhamento pré- natal, em segundo, o uso de corticosteroides nas gestantes de alto risco de parto prematuro, e por último o uso preventivo de surfactante exógeno no recém-nascido pré-termo nos primeiros minutos de vida. O tratamento fisioterapêutico tem se mostrado cada vez mais necessário, dando suporte e caminhando junto a medicina nos cuidados dos distúrbios respiratórios causados pela patologia. Pensando no bem estar, recuperação e melhor prognóstico, o tratamento da fisioterapia aplicado na doença da membrana hialina é feito de acordo com a necessidade de cada paciente. Segundo Oliveira e Gomes (2015, p. 90) “As técnicas atuais de pediatria surgiram no final da década de 80 e início dos anos 90, a fim de respeitar as diferenças anátomo-fisiológicas de cada faixa etária [...]” uma delas, é a expiração lenta prolongada (ELPr), que se trata de uma técnica totalmente passiva em função da idade e incapacidade dos pacientes, obtida por meio de uma pressão manual tóraco-abdominal lenta que se inicia ao final de uma expiração espontânea e prossegue até o volume residual. A técnica auxilia a expiração do lactente, e promove depuração da via aérea periférica. Os efeitos da ELPr estão mais evidentes na literatura por ter avaliado mecânica respiratória durante a técnica e a função pulmonar dos lactentes, além disso é a técnica envolvida nos ensaios clínicos de melhor qualidade (RODRÍGUEZ et al., 2013, p. 113). 13 Este projeto é relevante para justificar o uso da técnica de expiração lenta prolongada nos protocolos de fisioterapia na patologia citada, assim como expor a evolução e resposta do bebê em diferentes idades gestacionais ao tratamento da fisioterapia aplicada. 1.1.1 Problema de pesquisa Qual o resultado da técnica de expiração lenta prolongada (ELPr) na Doença da membrana hialina (DMH) em relação à frequência cardíaca (FC), saturação (SaO2) e boletim de Silverman – Andersen (anexo C), em diferentes idades gestacionais? 1.2.OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral Aplicar a técnica ELPR na DMH em bebês prematuros com diferentes idades gestacionais (IG). 1.2.2 Objetivos específicos a) Aplicar a técnica de ELPR em recém nascidos pré-termo (RNPT) com DMH sendo eles: Paciente 1 – entre 31 a 33 semanas de gestação Paciente 2 – entre 34 a 37 semanas de gestação b) Verificar e analisar a resposta da técnica de ELPR na FC, SaO2 e boletim de Silverman – Andersen nos 2 RNPT. c) Descrever em cada IG os resultados e contextualizar com a literatura. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 DOENÇA DA MEBRANA HIALINA - DMH Também conhecida como Síndrome da Angústia Respiratória ou Desconforto Respiratório agudo (SAR OU SDRA), foi descrita pela primeira vez por Avery e Mead, em 1959, que afirmaram ser a deficiência do surfactante pulmonar a sua principal causa., mais comumente atingindo recém nascidos com idade gestacional menor do que 37 semanas. Quanto maior o grau de prematuridade, maior o risco da patologia ocorrer, assim como peso inferior a 1500 gramas, e pior evolução no gênero masculino (ALCÂNTARA; SILVA FILHO; LIMA, 2014). Em estudo, autores citados por Diniz e Vaz (2005) definiram a DMH não como uma "doença", mas como uma consequência do desenvolvimento, em vista desta patologia resultar primariamente da imaturidade pulmonar por deficiência de surfactante endógeno. Na prematuridade moderada e extrema, geralmente são recém-nascidos que necessitam oxigênio inalatório em sala de parto, a disfunção respiratória precoce tem início súbito, e evolui para insuficiência respiratória levando à Doença de Membrana Hialina (KREY et al., 2017). Sua definição foi padronizada em 1994 na Conferência Americana e Europeia de Consenso em SDRA, desde então, estudos epidemiológicos conduzidos com um grande número de pacientes para avaliar a incidência e a mortalidade foram publicados (PINHEIRO; LISBOA; HOLANDA, 2011). Fiatt, Daher e Santos (2013) descrevem que os recém nascidos prematuros são vulneráveis ao desenvolvimento de colapso pulmonar. A produção de surfactante, que ajuda na redução da tensão superficial para manter o volume pulmonar, é insuficiente. A ventilação colateral ainda não está desenvolvida para compensar o bloqueio das vias aéreas e a capacidade residual funcional (CRF) se encontra diminuída. Além disso, o período pós-natal imediato é marcado por importantes modificações cardiopulmonares. Krey et al. (2017) fala que “A proporção de recém-nascidos pré-termo é estável no Brasil desde 2000, apresenta taxa média de 6,6%”. Em recém-nascidos pré-termo (RNPT) com idade gestacional inferior a 32 semanas, a imaturidade de diversos órgãos pode dificultar essa transição fisiológica, sendo frequente a necessidade de suporte respiratório e hemodinâmico (FIORENZANO et al., 2019). Entretanto, apenas uma porcentagem dos pacientes com fatores de risco para SDRA acabam evoluindo com a síndrome, o que mostra que existem outras variáveis implicadas, 15 como a provável predisposição genética, assim como, a intensidade do processo inflamatório e a presença de comorbidades que podem potencializar esse risco ou, pelo contrário, reduzi-lo (PINHEIRO; LISBOA; HOLANDA, 2011). O RNPT é considerado um grande problema de saúde pública, pela predisposição a complicações peri ou pós-natais, como quadros de hipóxia neonatal, baixo ou muito baixo peso ao nascer, distúrbios neurológicos e alterações respiratórias, que resulta na necessidade de suporte ventilatório. Esta imaturidade do sistema respiratórioleva o neonato a um período prolongado de internação, a fim de minimizar a mortalidade (ANTUNES et al., 2006). A prematuridade, idade gestacional (IG) menor que 37 semanas, constitui o principal fator de mortalidade no primeiro mês de vida (SILVA e NUNES, 2005). A deficiência de surfactante, própria do pulmão ainda em desenvolvimento, ocasiona o colapso alveolar, que se manifesta como desconforto respiratório já nas primeiras horas de vida (FIORENZANO et al., 2019). Dentre as patologias que acometem o sistema respiratório do RNPT, a SDR ou DMH é uma das disfunções de maior prevalência nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINeo), sendo responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade na faixa etária neonatal (CONSOLO; PALHARES; CONSOLO, 2002). Um estudo em Caxias do Sul de Araújo, Bozzetti e Tanaka (2000), mostrou que principal causa de óbito no foi a doença da membrana hialina, seguida pelas cardiopatias congênitas, prematuridade extrema e descolamento prematuro de placenta, mas afirmam que no ano do estudo de 1995, quando retiraram os dados, o surfactante pulmonar não estava disponível ainda para pacientes do SUS, e, portanto, somente os pacientes de convênios se beneficiaram da utilização desta droga que, comprovadamente, diminui muito a mortalidade pela doença. Atualmente todos os pacientes do SUS recebem esta medicação, o que tem acarretado uma diminuição da mortalidade. Lemos et al. (2010, p. 287) descrevem: A prematuridade e o baixo peso ao nascimento estão associados à ocorrência de morbidades e complicações neonatais. Já se pode perceber redução significativa destas condições entre nascidos com IG superior a 29 semanas e peso acima de 1.000g. A elaboração e implementação de práticas assistenciais voltadas para a redução de nascimentos com IG e peso muito reduzidos podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e redução dos custos com o atendimento altamente especializado que é necessário na presença destas condições, bem como de suas sequelas (alterações no desenvolvimento ou outras alterações crônicas de saúde). Sua importância como causa de mortalidade neonatal persiste, apesar do progresso obtido em termos de prevenção ou redução de sua gravidade, promovido em parte pela prevenção do parto prematuro e na aceleração farmacológica da maturidade pulmonar e, por 16 outro lado, pelo emprego da terapia pós-natal com surfactante exógeno (AMORIM et al., 1998). Dentre as doenças que mais acometem os RNPT, segundo Miura, Failace e Fiori (1997): “A asfixia, a infecção e a doença da membrana hialina são enfermidades potencialmente preveníveis. Restariam as enfermidades ainda não passíveis de prevenção, como as malformações graves e a prematuridade extrema de menores de 750 gramas, ao nascer”. Reis et al (2019, p. 3116) afirmam que “Os óbitos associados à doença ocorrem, geralmente durante a fase aguda da insuficiência respiratória e são, em grande parte, limitados aos bebês extremamente imaturos, pesando menos de 1000g ao nascer”. Granzotto, Fonseca e Lindemann (2012) em seu estudo concordam falando que os problemas respiratórios são mais incidentes com predomínio da membrana hialina em 60,5%. Quando comparado as causas de óbitos com outros países observa-se que a primeira causa de óbito em países como Canadá, Estados Unidos e Holanda mostram as anomalias congênitas em primeiro lugar, seguidas de asfixia e infecção, estando os problemas respiratórios apenas em 4º lugar. Cabral (2011) explica que durante o período de desenvolvimento e crescimento pulmonar pré-natal, no estágio canalicular, entre a 17ª e 26ª semana gestacional, as célula epiteliais do tipo cuboides iniciam o processo de diferenciação celular para formação das células chamadas de pneumócitos tipo II, e ao final desse estágio, essas células tornam-se responsáveis pela produção de surfactante. Como já descrito, a deficiência ou disfunção de surfactante pulmonar ao nascimento e a complacência excessiva da caixa torácica do RN prematuro propiciam uma atelectasia pulmonar progressiva, que resulta na chamada DMH ou Síndrome da Angústia Respiratória do RN (MULLER et al., 2000). Abreu et al. (2006) esclarece que o surfactante é uma substância produzida pelos pneumócitos tipo II, que recobrem os espaços alveolares, e tem como propriedade diminuir a tensão superficial do alvéolo pulmonar e evitar o colabamento dos mesmos no momento da expiração. Por conta da falta de surfactante, no caso da DMH, os alvéolos não conseguem se manter abertos, causando uma atelectasia, que leva a hipóxia por não haver superfície suficiente para a troca gasosa, seguido de uma acidose, pois diminui o pH sanguíneo, levando a vasoconstrição e diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar, por consequência, leva a lesão dos capilares e então ocorre a diminuição da complacência pulmonar. Diniz e Vaz (2005, p. 26) esclarecem: A deficiência de surfactante ao nascimento constitui o fator precipitante para a DMH. No recém nascido pré - termo a dificuldade para respirar ao nascimento pode 17 ser resultado da elevada tensão superficial do líquido pulmonar fetal, da musculatura frágil e do esforço respiratório fraco. Além disso, a própria imaturidade estrutural dos pulmões permite a penetração de proteínas plasmáticas nos espaços aéreos. Perfusão anormal da vasculatura pulmonar e má distribuição da ventilação e perfusão, com "shunting" sanguíneo extrapulmonar, contribuem para deteriorar as trocas gasosas. Estas alterações são seguidas por uma resposta inflamatória, que pode afetar negativamente o pulmão através de mecanismo complexos, incluindo liberação de leucotrienes, proteases e aumento na formação de componentes da matriz extracelular. O surfactante previne atelectasia e edema, devido à diminuição da tensão superficial na interface ar-líquido alveolar, com isto, melhora as trocas gasosas e diminui o trabalho respiratório, tendo ainda ação lubrificante, protegendo as vias aéreas e promovendo o transporte mucociliar. Os sintomas, após o nascimento, o bebê pode apresentar bradipnéia ou taquipneia, gemido expiratório, batimento da aleta nasal, retração da caixa torácica, cianose e edema de extremidades. O diagnóstico da SDR é realizado por achados clínicos, laboratoriais, sendo a gasometria arterial de grande importância, e análise radiográfica do tórax do RN, sendo os achados radiológicos essenciais para diagnóstico e classificação da DMH, exemplificada pela tabela 1. Além disso, investiga-se a história materna obstétrica e familiar, bem como as condições do nascimento, seguido da identificação dos principais fatores de risco para a síndrome (OLIVEIRA; BURKLE; PAVAN, 2005; SARMENTO, 2007). As complicações mais importantes observadas na DMH são: doença pulmonar crônica, síndrome do escape aéreo, hemorragia cerebral intra-ventricular, persistência do canal arterial e fibroplasia retrolental (MULLER et al., 2000). Tabela 1 – Classificação radiológica da DMH GRAU PADRÃO RETICULO GRANULAR BRONCOGRAMAS AÉREOS I Leve Mínimos II Moderado Além do mediastino III Grave Alcançam a periferia IV Opacidade total - Fonte: Muller, 2000. Amorim et al. (1998, p. 255) descrevem em seu estudo que: Doença da Membrana Hialina (Síndrome de Angústia Respiratória do Recém- Nascido) - o diagnóstico foi estabelecido a partir dos critérios definidos pelo CLAP21: sinais de insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida (dispnéia, taquipnéia > 60/minuto, retração esternal, tiragem intercostal, cianose central e gemido expiratório) com piora progressiva e surgimento de crises de apnéia, atingindo o pico entre 48-72 horas; achados radiológicos - padrão reticulogranular difuso, com ou sem aerobroncograma; necessidade de assistência respiratória com 24 horas de vida. 18 Nos casos não complicados, a DMH “clássica” apresenta umaevolução clínica típica, logo após o nascimento, caracterizada por sinais e sintomas, já citados no estudo. O quadro radiológico, como demonstra a imagem 1, é o de infiltrado reticulogranular difuso (“vidro moído”), distribuído uniformemente nos campos pulmonares, além da presença de broncogramas aéreos e aumento do líquido pulmonar (CABRAL, 2011). Imagem 1 – Quadro radiológico típico na SDRA Fonte: Ministério da Saúde, 2011. A SDRA é uma condição grave de insuficiência respiratória para cujo diagnóstico os profissionais da UTIneo devem estar atentos, para que medidas terapêuticas, sobretudo de estratégias ventilatórias, sejam implementadas, e para que os efeitos deletérios da patologia, sejam evitadas (OLIVEIRA; BURKLE; PAVAN, 2005. SARMENTO, 2007). Devido à imaturidade do sistema respiratório, os RNPT apresentam altos riscos de desenvolverem complicações respiratórias com necessidade de suporte ventilatório invasivo, 19 e com isso a necessidade de intervenção fisioterapêutica respiratória (ALMEIDA et al., 2013). 2.2 TRATAMENTO 2.2.1 Tratamento Clínico O tratamento da SDR se dá por meio de condutas pré-natais e pós-natais. Nas primeiras pode ser promovido o adiamento do nascimento ou aceleramento da maturidade pulmonar. Após os estudos de Haddad et al. (2006) sobre o uso corticosteroides na prevenção de DMH, mostrando uma redução significante de sua incidência, surgiram vários trabalhos que têm confirmado os resultados destes autores. Já foi demonstrado que o uso adequado de corticosteroide, na gestante de risco, pode diminuir a incidência e mortalidade de DMH em cerca de 50% dos RN prematuros. A administração pré-parto propicia maior síntese dos componentes do surfactante e maturidade pulmonar, melhorando a estabilidade hemodinâmica e a resposta ao surfactante exógeno (MULLER, 2000). Os benefícios da terapêutica com glicocorticoides incluem menor incidência de DMH entre os RN com idade gestacional entre 28ª e 34ª semanas de gestação, menor gravidade quando a patologia ocorre e maior sobrevivência do RNPT (HADDAD ET AL., 2006). Todas as gestantes com idade gestacional entre 24 e 34 semanas em risco de trabalho de parto prematuro são candidatas ao tratamento com corticosteroide. As situações clínicas recomendadas para o seu uso incluem trabalho de parto prematuro, rotura prematura de membrana com menos de 34 semanas, pré-eclâmpsia e patologias maternas em que há possibilidade de parto prematuro, como diabetes melito, sangramento no 3º trimestre ou isoimunização materno-fetal (VINAGRE; MARBA, 2010). O problema enfrentado e também citado por Granzotto, Fonseca e Lindemann (2012) em estudo na população do sul do Brasil, é que para se caracterizar com gestante de alto risco, é necessário o pré-natal, no artigo mais da metade das mães dos RN internados realizaram seis ou mais consultas durante a gestação e apenas 3% não as realizaram. Nas mães que não realizaram nenhuma consulta pré-natal a mortalidade do RN foi de 75%. Apesar de comprovada efetividade para maturação de órgãos fetais com consequente diminuição da morbimortalidade, o uso antenatal do corticosteroide está abaixo do esperado, tanto em países desenvolvidos quanto no Brasil. Em um estudo brasileiro multicêntrico de Martinez et al. (2004) , os autores comentam que a prescrição irregular do medicamento pode se associar ao fato de a população atendida ser proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, socioeconomicamente desfavorecida, com dificuldade de acesso ou seguimento 20 ambulatorial de pré-natal. Além disso, destacam os autores, é que tais resultados desfavoráveis estariam relacionados as rotinas médicas empregadas nas unidades. O estudo de Granzotto et al. (2012) corrobora com os autores citados acima afirmando que “Apesar do consenso de longa data da importância do uso do corticoide antenatal na prevenção e na diminuição da gravidade da doença da membrana hialina, apenas 48% dos pacientes com menos de 34 de semanas de gestação receberam esta medicação”. Martinez et al. (2004) concorda que em princípio todas as gestações em risco de término prematuro deveriam receber o corticosteróide antenatal. No entanto, as unidades avaliadas, estão muito longe desse ideal. Somente em três das oito unidades do estudo o corticosteróide foi aplicado em mais de 70% das gestantes e surpreendentemente, em um dos hospitais, a porcentagem de uso foi de apenas 12,5% das mães. No pós-natal as condutas terapêuticas multiprofissionais devem visar fundamentalmente a conservação da oxigenação, evitar quadros de hipoxemia, manter a ventilação adequada, prevenir hipercapnia, evitar a acidose mantendo pH adequado, para isso é necessário normalizar o metabolismo tecidual, favorecer a produção de surfactante e evitar o shunt (SARMENTO, 2007). Deve-se proporcionar adequada hidratação, evitando a hipovolemia e edema pulmonar, reduzir a demanda metabólica através de medidas gerais de manutenção térmica, calórica e hídrica do RN (SARMENTO, 2005). A principal escolha após o nascimento prematuro, e com o diagnóstico, é realizado a administração de surfactante exógeno, o que diminui a necessidade de suporte ventilatório para manter uma adequada troca gasosa, reduzindo assim o risco de volutrauma e de toxidade do oxigênio (ARAÚJO, 2007; RIBEIRO et al., 2003). Em estudo de Ramos (2016, p. 18) também afirma que: “A terapia de reposição com surfactante associada à oxigenioterapia com suporte ventilatório adequados ao quadro respiratório, constituem o tratamento principal da patologia”. Aldana-aguirre et al. (2016) concorda que a estratégia preferida para o tratamento da SDR é o CPAP nasal no início, com o uso seletivo de surfactante para os bebês com necessidades crescentes de oxigênio. O desenvolvimento da terapia com o surfactante exógeno foi um avanço histórico e marcante no cuidado neonatal, sendo considerada segura e eficaz desde 1990 (AMORIM et al., 1998). Há alteração no curso da DMH logo após a administração do surfactante exógeno, sintético ou natural, melhorando rapidamente a ventilação-perfusão, o que é comprovado pela redução das necessidades de oxigênio, pelo aumento da razão entre as pressões parciais de oxigênio arterial e alveolar (TAWIL, 2004). 21 Ramos (2016) esclarece que os pesquisadores pioneiros descreveram a existência de surfactante, sua composição e sua principal função de diminuir a tensão superficial do alvéolo, melhorando a complacência pulmonar e mantendo a estabilidade alveolar, sendo atualmente preconizado seu uso terapêutico nas primeiras duas horas de vida. De acordo com Araújo (2007) e Sarmento (2007), uma vez estabelecido o diagnóstico, as medidas terapêuticas visam, fundamentalmente, conservar a oxigenação, ventilação e o pH adequados, além de medidas gerais de manutenção térmica, calórica e hídrica do RN. O início do tratamento ventilatório é influenciado pela decisão de administrar surfactante. Os objetivos, uma vez instituída a ventilação mecânica, são de limitar o volume corrente sem diminuir o volume pulmonar ou promover atelectasia, desmamar e extubar tão logo possível (CLOHERT et al., 2005 apud SOARES; SOUZA, 2017 p. 74). No presente momento, a aplicação de surfactante exógeno é feita de maneira menos invasiva, não necessitando colocar o RN em ventilação mecânica invasiva, podendo ser utilizado CPAP ou cateter extranasal para melhora da oxigenação. O estudo de Aldana-aguirre et al. (2016) concorda, afirmando que foi descrito como uma alternativa à intubação endotraqueal para administração de surfactante, prematuros com respiração espontânea e SDRA que fazem uso de CPAP, um método de administração menos invasiva de surfactante, usando um cateter fino, para reduzir lesões pulmonares. Muito centros ainda utilizam para os lactentes que satisfazem os critérios para o uso de surfactante, quesão entubados e ventilados brevemente, pelo protocolo referido como ENSURE - ENtubation, administração de SURfactant e Extubation – Entubação, Surfactante e Extubação (ASSMANN et al., 2016). Ramos (2016, p. 18) coloca em seu estudo os tipos de surfactante que podem ser utilizados nos RN. Atualmente existem dois tipos de surfactante exógeno para uso clínico em recém- nascidos. Os primeiros são os naturais, que são obtidos através do extrato de pulmões de animais e que contêm também em sua composição além dos lipídeos, as proteínas lipossolúveis SP-B e SP-C (Bovino - Survanta®, e porcino - Curosurf®). O segundo tipo são os surfactantes sintéticos produzidos em laboratório e que possuem uma composição lipídica própria e ausência de proteínas (Surfaxin® e Exosurf®).(...) Apesar da necessidade de estudos posteriores, até o presente momento o surfactante de origem animal tem sido indicado como o de melhor escolha. A utilização de pressão positiva em vias aéreas propicia o estabelecimento da capacidade residual funcional, diminui a resistência vascular pulmonar e pode aumentar o retorno venoso pulmonar, favorecendo o débito sistêmico. Por outro lado, o uso excessivo de pressão positiva nas vias aéreas acarreta efeitos adversos, como aumento da resistência 22 vascular pulmonar, redução da perfusão pulmonar, diminuição do retorno venoso e baixo débito cardíaco (FIORENZANO et al., 2019). Ramos (2016) declara que o uso do CPAP nasal também reduziu a necessidade de uso do surfactante, este achado é consistente com a literatura. O CPAP nasal age melhorando a complacência pulmonar e melhora, portanto, os sintomas da Doença de Membrana Hialina, muitas vezes evitando a necessidade de intubação e administração de surfactante, mas as vezes atrasando o seu uso. Entretanto, o uso do CPAP associa-se ao maior risco de barotrauma, síndromes de escape de ar, distensão abdominal e lesões faciais. Por isso, é necessária a monitorização criteriosa dos recém-nascidos submetidos a esse tipo de técnica (LEÃO; VIEIRA; PEREIRA, 2013). Na prática clínica, os profissionais se deparam com controvérsias sobre o método mais indicado da pressão positiva continua (CPAP) ou pressão positiva intermitente sincronizada (SNIPPV) ou não sincronizada (N-IPPV), seja no desmame da ventilação mecânica invasiva ou apenas no uso para auxílio respiratório (OLIVEIRA; MORAN, 2009). De acordo com o Ministério da saúde (2011), indica-se a CPAP principalmente nas seguintes condições: RN com peso inferior a 1.500g, na presença de qualquer sinal de aumento do trabalho respiratório. Nesse caso, instalar a CPAP precocemente, se possível desde o nascimento; RN com peso superior a 1.500g mantendo SatO2 abaixo de 89% em oxigênio igual ou superior a 40%; Pós-extubação traqueal para todos os RN com peso inferior a 1.500g; e Apneia neonatal. Estas situações clínicas englobam grande variedade de doenças em que se pode fazer uso do CPAP nasal,. Além da SDR, taquipneia transitória do RN, síndrome de aspiração meconial, displasia broncopulmonar, edema pulmonar, traqueomalácia, paralisia diafragmática, entre outras patologias podem fazer uso. As recomendações gerais no tratamento clínico no pré-termo é manter o RN em ambiente térmico neutro (36º a 37º), no sentido de reduzir o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico. Para isso pode ser utilizada a incubadora ou, mais apropriadamente, o berço de calor irradiante com monitores acoplados. Reconhecer e tratar a hipotensão ou choque que ocorrem com mais frequência em RN gravemente doente. Um esquema de Muller et al. (2000, p. 62) exemplifica bem como é feito o diagnóstico, tratamento e prognóstico clínico da DMH conforme ilustração 1. A necessidade de VMI e seu uso por um maior número de dias por grande parte dos RN podem estar relacionados à elevada ocorrência de morbidades respiratórias. 23 Fluxograma 1 – Manejo dos Recém Nascidos com Doença da Membrana Hialina Fonte: Muller, 2000. 24 2.2.2 Tratamento Fisioterapêutico A fisioterapia respiratória é uma especialidade terapêutica que tem papel fundamental na prevenção e tratamento de complicações pulmonares de forma acessível que não exige recursos sofisticados para a sua execução (OLIVEIRA; GOMES, 2015). Na presença de doença respiratória, o tratamento medicamentoso é largamente conhecido e difundido. Quando há falha dos mecanismos de defesa e depuração brônquica a associação com tratamentos não medicamentosos, como a fisioterapia, é útil para reduzir a obstrução e, assim, prevenir complicações pulmonares (POSTIAUX, 2004 apud LANZA, 2009). Vasconcelos, Almeida e Bezerra (2011) descrevem a fisioterapia como uma modalidade terapêutica relativamente recente dentro das UTINs e que está em expansão, especialmente nos grandes centros, com o objetivo de diminuir o trabalho respiratório, manter a patência de vias aéreas e melhorar a ventilação e a troca gasosa. A inserção do fisioterapeuta na UTIN brasileira está embasada na legislação atual. Oliveira et al. (2019, p. 52) esclarece: A Portaria nº 3.432 determina que as unidades de terapia intensiva (UTI) devem contar com assistência fisioterapêutica. A Resolução RDC nº 7 de 24/02/2010 regulamentou, como requisito mínimo para funcionamento das UTI, um fisioterapeuta para cada 10 leitos, nos três turnos. A portaria nº 930, de 10/05/2012 definiu as diretrizes para organização da atenção ao RN e critérios de classificação e habilitação de leitos de UTIn. É também determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ter pelo menos um fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI ou fração no turno diurno e noturno cumprindo um total de 18h por dia. A partir da década de 80 começaram as iniciativas para a atuação do fisioterapeuta nas unidades para o atendimento de pacientes de alto risco, contribuindo com avaliações para o tratamento e prevenção de complicações motoras e principalmente respiratórias (LIBERAL; DAVIDSON; SANTOS, 2014 apud BITTENCOURT, 2017). O contínuo desenvolvimento do tratamento fisioterapêutico nas UTIs neonatais levou a melhores técnicas e recursos para essa população, o que contribuiu para redução da morbidade neonatal, permanências mais curtas no hospital, e menores custos hospitalares (JOHNSTON, 2012). De acordo com a I Recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal descrita por Johnston et al. (2012), o fisioterapeuta que atua nas unidades de pediatria e neonatal é responsável pela avaliação e prevenção cinético funcional (de todo e qualquer sistema do corpo humano que seja necessário) assim como por intervenções de tratamento (fisioterapia respiratória e motora). Também atua junto à equipe 25 multiprofissional no controle e aplicação de gases medicinais, ventilação pulmonar mecânica invasiva e não invasiva, protocolos de desmame e extubação, insuflação traqueal de gás, protocolo de insuflação/desinsuflação do balonete intratraqueal, aplicação de surfactante, entre outros. A fisioterapia neonatal, que atua no período entre o nascimento até 28 dias após o parto, e que compreende o manuseio da função motora e pulmonar do RN, participando, da prevenção das complicações pulmonares, na manutenção das funções vitais e garantindo um tratamento mais eficaz, para que haja sucesso na adaptação imediata do RN à vida extrauterina (SANTINO et al., 2017). A assistência fisioterapêutica na SDRA visa tanto à expansão das áreas não ventiladas quanto evitar que novas unidades alveolares colabem comprometendo as áreas de trocas gasosas, oferendo assim suporte ventilatório adequado, manobras de higiene brônquica e reexpansão pulmonar (BITENCOURT, 2017). A melhora do quadro clínico dos pacientes tratados com técnicasde higiene brônquica deve-se à remoção do muco e material infeccioso (LANZA, 2009). Buscam-se, portanto, estudos sobre efeitos e/ou repercussões de modalidades terapêuticas, como as técnicas fisioterapêuticas, sobre o sistema orgânico, que permitam instrumentalizar e nortear a conduta clínica do dia-a-dia e contribuir para a melhora do quadro clínico global dos recém-nascidos acometidos pela DMH, bem como assegurar a integridade do sistema (ABREU, 2006). As técnicas atuais surgiram no final da década de 80 e início dos anos 90, a fim de respeitar as diferenças anatomo -fisiológicas de cada faixa etária. Dentre elas destacam-se o aumento do fluxo expiratório (AFE) por meio da variação do fluxo expiratório e a expiração lenta prolongada (ELPr) que se trata de uma técnica passiva de auxílio expiratório ao lactente (OLIVEIRA; GOMES, 2015). Os objetivos entre as técnicas utilizadas na DMH são: melhorar o mecanismo de purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o acúmulo de secreções, minimizando obstruções do trato respiratório e cânula traqueal; prevenir e corrigir complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação ventilação-perfusão. Dentro do tratamento fisioterapêutico utilizado para a DMH, pode-se destacar os seguintes procedimentos: posicionamento do bebê, oxigenoterapia , pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), vibração, estímulo diafragmático, aspiração das vias aéreas, expiração lenta prolongada – ELPR, que foi a técnica principal escolhida para este estudo. Os objetivos entre as técnicas utilizadas na DMH são: melhorar o mecanismo de purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o acúmulo de secreções, 26 minimizando obstruções do trato respiratório e cânula traqueal; prevenir e corrigir complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação ventilação-perfusão. Lanza et al. (2012) expõe que expiração lenta e prolongada (ELPr) é uma técnica de fisioterapia respiratória aplicada em lactentes com obstrução das vias aéreas e acúmulo de secreção(...) e durante o uso dessa técnica, já foi possível quantificar o volume de reserva expiratório mobilizado, comprovou-se a indução de suspiros e a manutenção do pico de fluxo expiratório além de ser constatada a redução no desconforto respiratório após sua aplicação. A ELPR é obtida por meio de uma pressão manual toracoabdominal no final da expiração espontânea e prossegue até o volume residual, representado na imagem 2. Seu objetivo é obter maior volume expirado comparado a uma expiração tranquila, e eliminar secreção (SANTINO et al., 2017). Lanza et al. (p. 71, 2012) explica como é feita a aplicação da ELPr: A técnica é realizada com o lactente em decúbito dorsal, com a região hipotenar de uma das mãos do terapeuta posicionada no tórax, exatamente abaixo da fúrcula esternal, e a região hipotenar da outra mão posicionada no abdômen acima da cicatriz umbilical. Ao final da fase expiratória, fazia-se a compressão de ambas as mãos, sendo a mão do tórax movimentada no sentido crânio-caudal e a mão do abdômen no sentido caudo-cranial. As próximas três ou quatro inspirações subsequentes à compressão foram restritas, e o movimento de compressão na fase expiratória foi continuado. Estudo de Wong e Fok apud Fiatt; Daher; Santos (2013) constataram que manobras fisioterapêuticas com uso de técnicas de compressão do tórax provocaram melhora na complacência pulmonar produzindo efeitos favoráveis na reversão dos quadros de obstrução, ocasionando uma distribuição mais uniforme da ventilação em recém nascido de extremo baixo peso (RNEBP) ventilados mecanicamente. Imagem 2 – Exemplo de ELPR Fonte: Postiaux, 2004. 27 Berne e Levy (2000, p. 643) descrevem: “Como um dos parâmetros avaliadores da integridade do sistema cardiovascular temos a frequência cardíaca (FC), uma variável biofísica de grande importância para avaliação da estabilidade hemodinâmica”. O boletim de Silverman-Andersen representado na imagem 3 é um método clínico útil para quantificar o grau de desconforto respiratório e estimar a gravidade do comprometimento pulmonar. São conferidas notas de 0 a 2 para cada parâmetro. Somatória das notas inferior a 5 indica dificuldade respiratória leve, e quando é igual a 10 corresponde ao grau máximo de dispneia (MS, 2011). Imagem 3 – Boletim de Silverman-Andersen Fonte: Ministério da saúde, 2011. O acompanhamento fisioterapêutico desses recém-nascidos proporciona uma estabilidade de variáveis hemodinâmicas, como a frequência cardíaca, saturação, complacência pulmonar, a manutenção funcional da circulação cerebral do recém-nascido e, por consequência, a manutenção das vias aéreas com fluxo menos turbulento possível e com o mínimo de secreção, permitindo um aumento na permeabilidade e redução do número de fatores intrínsecos das vias aéreas que contribuem para o aumento da resistência pulmonar e diminuição nos eventos fisiológicos de trocas gasosas (ABREU, 2005). 28 3 MÉTODO 3.1 TIPO DE PESQUISA O método de pesquisa empregado foi uma pesquisa de estudo de caso, que caracteriza- se segundo Fonseca (2002) “(...) pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa”. De caráter quantitativo descritivo, por meio de outros estudos já publicados, utilizando ferramentas de controle para coleta dos dados, e mostrando com análise numéricas as estatísticas dos resultados do estudo. 3.2 LOCAL DE PESQUISA O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINeo) do Hospital de Associação de Proteção a Maternidade e a Infância (APMI), situado na rua Dr. Cruz Machado, 615 - Centro, União da Vitória - PR 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA O estudo foi baseado tendo como amostra 2 bebês nascidos entre 28 e 37 semanas de gestação, divididos em dois grupos: G1 entre 31 e 33 semanas de gestação; e G2 entre 34 e 37 semanas de gestação. Diagnosticados com a doença da membrana hialina, com prescrição de tratamento fisioterapêutico. 3.3.1 Critérios de Inclusão Necessário diagnóstico clinico de DMH, ter parto prematuro com idades gestacionais entre 28 e 37 semanas de gestação, em uso de oxigenioterapia (CPAP, cateter nasal e campânula), e prescrição de fisioterapia. 3.3.2 Critérios de Exclusão Pacientes não poderiam apresentar patologia associada como: persistência do canal arterial (PCA), hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPRN), ou hemorragia peri-intraventricular (HPIV), ou estar em ventilação mecânica invasiva (VMI). 3.3.3 Procedimento da pesquisa A coleta de dados para pesquisa aconteceu entre os meses de agosto à outubro de 2019, e ao longo deste período, avaliados um paciente de cada grupo descrito, aplicando a técnica de ELPr (paciente em decúbito dorsal, aplicar a técnica até o deslocamento da 29 secreção ou mudança da ausculta pulmonar, até no máximo dez minutos), obtendo os dados para comparação antes e após o atendimento fisioterapêutico. 3.4 MATERIAIS O material utilizado no estudo foi disponibilizado dentro da própria UTINeo do hospital, oximetro de pulso, estetoscópio. 3.5 INSTRUMENTOS Foi acompanhada a evolução dos recém nascidos pré –termos com a saturação de oxigênio e frequência cardíaca e o boletim de Silvermen-Andersen como parâmetros. Foi confeccionado pela autora uma tabela, disponível no apêndice 1, que serviu como acompanhamento e coleta de dados do estudo. 3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO O estudo dependia do nascimento dos prematuros com idade gestacional entre 28 e 37 semanas, que apresentassem a doença da membrana hialina. Por isso, foi programado um período de 3 meses para coletar dados e esperar o nascimento dos pré-termos. Inicialmente, o estudo seria dividido em 3 grupos, sendo o primeiro com representaçãode RNPT entre 28 e 30 semanas gestacionais, porém, no período de pesquisa, por conta dos critérios de exclusão, e óbito, o estudo foi realizado apenas da comparação entre dois RNPT. 3.7 ASPECTOS ÉTICOS Este projeto foi encaminhado para o Núcleo de Étíca e Bioética (NEB) das Faculdade Integradas do Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU, para análise, parecer e aprovação. Sendo assim, a pesquisa só teve início após a aprovação do projeto, sob o número 233/2019. Foi solicitado assinatura do termo de autorização, e a diretora do Hospital de Associação a Proteção a Maternidade e a Infância ciente sobre todas as questões abordadas na pesquisa e os objetivos estudados, consequentemente, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 30 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Logo após o nascimento, o RN terá de iniciar a respiração em poucos segundos. Seu pulmão deverá transformar-se rapidamente de um órgão preenchido de líquido e com pouco fluxo sanguíneo em um órgão arejado e com muito fluxo de sangue, que seja capaz de executar uma forma inteiramente diferente de respiração, ou seja, a troca direta de gás com o meio ambiente. O sucesso no processo de adaptação imediata à vida extrauterina depende essencialmente da presença de uma função cardiopulmonar adequada. Desse modo, os sinais e os sintomas de dificuldade respiratória são manifestações clínicas importantes e comuns logo após o nascimento. O desconforto respiratório pode representar uma condição benigna, como retardo na adaptação cardiorrespiratória, mas também pode ser o primeiro sinal de uma infecção grave e potencialmente letal, sendo fundamental o reconhecimento e avaliação precoces de todo bebê acometido (MS, 2011). Uma das principais patologias associadas a dificuldade respiratória do recém nacido- nascido, principalmente os pré-termos, é a doença da membrana hialina, escolhida para este estudo como critério para avaliação. No caso dos pacientes dos grupos 1 e 2, desenvolveram a patologia, pois não chegaram a atingir o pico de produção de surfactante, este que é sintetizado a partir da vigésima semana gestacional pelas células epiteliais tipo II, aumentando progressivamente sua produção durante a gestação, atingindo o pico por volta da trigésima quinta semana. Diversos autores citam a fisioterapia como considerada um recurso de grande auxílio no tratamento preventivo e curativo de diversas patologias pulmonares, e as manobras de recrutamento alveolar (MRA) e a posição prona podem ser utilizadas no tratamento da SDRA (SOARES; SOUZA, 2017). A ELPr é uma técnica de fisioterapia respiratória descrita para promover a desobstrução brônquica em lactentes. Os argumentos científicos que comprovam a efetividade da ELPr por muito tempo foram pautados na avaliação de variáveis indiretas, como FC e SpO2 (LANZA et al.,2012).Os efeitos da ELPr estão mais evidentes na literatura por ter avaliado mecânica respiratória durante a técnica e a função pulmonar dos lactentes, além disso é a técnica envolvida nos ensaios clínicos de melhor qualidade (OLIVEIRA; GOMES, 2015). Foram incluídos no estudo 2 recém nascidos pré-termos, com o nascimento ocorrido nas seguintes idades gestacionais: 32 semanas de gestação e 34 semanas de gestação. A seguir descrevo os pacientes que foram selecionados e participaram do estudo. 31 Descrição do grupo 1: RN pré-termo, com nascimento na data de 13/08/2019, 32 semanas de gestação, sexo feminino, parto cesáreo, 1300g, fez uso de surfactante pós natal, com raio-x confirmando diagnóstico de síndrome do desconforto respiratório agudo no dia 14/08/2019. RNPT de extremo baixo peso, por este motivo, protocolo diz para fisioterapia não trabalhar com o bebê nas primeiras 72H, por isto, o atendimento para pesquisa se iniciou no 6º dia de vida. Foram realizados 5 dias de atendimento de fisioterapia, de segunda a sexta, totalizando 5 sessões, avaliando frequência cardíaca, saturação de oxigênio e boletim de Silverman-Andersen(S-A) antes da aplicação da técnica de expiração lenta prolongada, e após a aplicação da técnica. Descrição do grupo 2: RN pré-termo, com nascimento na data de 20/08/2019, 34 semanas de gestação, sexo feminino, parto cesáreo, 2140g, fez uso de surfactante pós natal, com Raio-x confirmando diagnóstico de síndrome do desconforto respiratório agudo no dia 20/08/2019. RN iniciou participação no estudo com atendimento fisioterapia no dia do nascimento, e inicialmente estava fazendo uso de CPAP, passando passa campânula com a sua evolução. Foi acompanhado durante 5 dias, de segunda a sexta feira, totalizando 5 sessões de fisioterapia. A variação da frequência cardíaca (FC) do primeiro ao quinto dia de atendimento no RNPT de 32 semanas de IG, como demonstra a tabela 2, foi pequena, porém demonstra que há alteração na aplicação da técnica. Tabela 2 – Frequência cardíaca grupo 1 Data FC antes aplicação FC depois aplicação 1º dia de atendimento (19/08) 174 bpm 168 bpm 2º dia de atendimento (20/08) 162 bpm 188 bpm 3º dia de atendimento (21/08) 173 bpm 196 bpm 4º dia de atendimento (22/08) 176 bpm 189 bpm 5º dia de atendimento (23/08) 163 bpm 170 bpm Fonte: A autora, 2019. 32 A FC do primeiro ao quinto dia de atendimento no RNPT de 34 semanas de IG, como mostrada na tabela 3, foi maior do que do grupo 1, e demonstra maior agitação por conta da maior idade gestacional. Tabela 3– Frequência cardíaca grupo 2 Data FC antes aplicação FC depois aplicação 1º dia de atendimento (20/08) 122 bpm 141 bpm 2º dia de atendimento (21/08) 156 bpm 176 bpm 3º dia de atendimento (22/08) 167 bpm 181 bpm 4º dia de atendimento (23/08) 163 bpm 175 bpm 5º dia de atendimento (24/08) 166 bpm 175 bpm Fonte: A autora, 2019. Comparando os resultados, vemos a média da FC dos grupos no gráfico 1. Grafico 1 – Comparação FC Fonte: A autora, 2019. De acordo com os achados, pode-se perceber que o RN do grupo 1, de nascimento com 32 semanas de IG e extremo baixo peso , sendo este outro importante determinante do 140 145 150 155 160 165 170 175 180 185 Grupo 1 Grupo 2 Antes ELPr Após ELPr 33 risco de morrer no período neonatal, apresentava um FC mais elevada comparada ao RN de 34 semanas de IG, do grupo 2, e ambos sofreram aumento após a aplicação da técnica, o que pode ser explicado pela agitação e desconforto do atendimento. Em estudo de Abreu et al. (2006) houve uma redução da variável dependente FC em recém-nascidos acometidos pela DMH, o que vai em direção contrária aos achados deste estudo. Já em estudo de Fiorenzano et al. (2019) os autores afirmam que “O manejo mais agressivo da síndrome do desconforto respiratório parece exercer influência negativa sobre os parâmetros ecocardiográficos de função cardíaca, bem como no esforço cardiorrespiratório”. A saturação de oxigênio (SaO2), que deve ficar entre 93% e 97% se manteve durante antes e após a aplicação da técnica no grupo 1, paciente de menor idade gestacional, extremo baixo peso, e como colocado na tabela 4. Diferente do que ocorreu com o paciente de 34 semanas, onde após a aplicação ocorreram pequenos picos de alteração, exposto na tabela 5, o que pode demonstrar que o toque e a aplicação da técnica pode influenciar negativamente a SaO2 do RNPT. Tabela 4 – Saturação de O2 grupo 1 Data SaO2 antes aplicação SaO2 depois aplicação 1º dia de atendimento (19/08) 98% 97% 2º dia de atendimento (20/08) 97% 98% 3º dia de atendimento (21/08) 97% 99% 4º dia de atendimento (22/08) 94% 95% 5º dia de atendimento (23/08) 91% 95% Fonte: A autora, 2019. Com relação as médias de saturação de oxigênio, o grupo 2 apresentou porcentagens mais altas, porém verificandoantes e depois da técnica de ELPr, o grupo 1 apresentou melhora, diferente do grupo 2, que na maioria dos dias de aplicação, apresentou queda, não significativa, na SaO2. 34 Tabela 5 – Saturação de O2 grupo 2 Data SaO2 antes aplicação SaO2 depois aplicação 1º dia de atendimento (20/08) 99% 97% 2º dia de atendimento (21/08) 100% 99% 3º dia de atendimento (22/08) 96% 93% 4º dia de atendimento (23/08) 97% 98% 5º dia de atendimento (24/08) 99% 100% Fonte: A autora, 2019. . Representado no gráfico 2 as variáveis de saturação de oxigênio, comparando os 2 grupos do estudo. Gráfico 2 – Comparação SaO2 Fonte: A autora, 2019. No artigo de Oliveira (2018) foi estudada apenas a variável de SaO2, a qual foi controlada em uma das duas sessões diárias de fisioterapia, sempre no mesmo horário, com 94% 94% 95% 95% 96% 96% 97% 97% 98% 98% 99% Grupo 1 Grupo 2 Antes ELPr Após ELPr 35 duração de no máximo 20 minutos cada uma (considerando somente o tempo efetivo da terapia, não considerando os preparativos, exame físico e a mensuração da variável estudada de acordo com o protocolo estabelecido), pois a realização da fisioterapia por longo período aumenta a instabilidade e o consumo metabólico do RN. Martins et al. (2013) em sua pesquisa com 11 RN em respiração espontânea, com idade entre 2 e 8 semanas de vida, pesando de 1000g a 1500 g, de ambos os sexos, realizaram 20 avaliações e, após as técnicas fisioterapêuticas em diversos decúbitos, provaram que na posição supina a SaO2 não se alterou e a FC diminuiu, na posição prona a SaO2 aumentou e a FC diminuiu e, na lateral direita e esquerda, a SaO2 aumentou e a FC diminuiu, sendo que o decúbito lateral teve um aumento médio maior. Na aplicação da ELPr nos dois grupos deste estudo, foi colocado o RN foi colocado em supino, e realizada a técnica, e isto pode ter influenciado como citado pelos autores acima. O boletim de Silverman-Andersen (S-A), o grupo 1, RN de extremo baixo peso de 32 semanas, apresentou pequenas variações como demonstra a tabela 6, mostrando que a aplicação de ELPr não causou piora no desconforto respiratório do RN. Tabela 6 – Boletim de S-A grupo 1 Data Boletim S-A antes aplicação Boletim S-A depois aplicação 1º dia de atendimento (19/08) 2 1 2º dia de atendimento (20/08) 2 2 3º dia de atendimento (21/08) 2 2 4º dia de atendimento (22/08) 2 1 5º dia de atendimento (23/08) 2 1 Fonte: A autora, 2019. Na verificação do boletim de Silverman-Andersen (S-A) no RN de 34 semanas do grupo 2, foi verificado pequenas variações como demonstra a tabela 7, variações estas que mostram melhora do desconforto respiratório. 36 Tabela 7 – Boletim de S-A grupo 2 Data Boletim S-A antes aplicação Boletim S-A depois aplicação 1º dia de atendimento (20/08) 1 1 2º dia de atendimento (21/08) 1 0 3º dia de atendimento (22/08) 1 1 4º dia de atendimento (23/08) 1 1 5º dia de atendimento (24/08) 1 0 Fonte: A autora, 2019. No gráfico 3 é demonstrado a variação do Boletim de Silverman – Andersen (BSA) nos dois grupos, comparando assim os resultados. Gráfico 3 – Comparação Boletim S-A Fonte: A autora, 2019. Relacionado ao BSA, Santino et al. (2017) afirmaram em sua pesquisa que em relação ao desconforto respiratório, verificado através do BSA no momento anterior à conduta, 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Grupo 1 Grupo 2 Antes ELPr Após ELPr 37 57,69% dos neonatos apresentavam desconforto respiratório leve. Entretanto, na avaliação realizada após a conduta, observou-se que 46,15% dos neonatos apresentavam desconforto respiratório leve. Portanto, foi observada uma associação estatisticamente significativa da pontuação referente ao nível de desconforto respiratório após o atendimento fisioterapêutico. O mesmo ocorreu no grupo 1, onde houve diferença em quase todos os atendimentos, confirmando que a aplicação da expiração lenta prolongada em recém nascido pré-termo resulta em melhora no desconforto respiratório. O grupo 2 não demonstrou mudanças na avaliação do BSA, porém pode ser observado que antes da técnica de ELPr, o recém nascido não apresentava grande desconforto, resultado igual a 1 na tabela. Nos gráficos a seguir representam a análise estatística quanto a via de parto, o gênero e o uso de oxigenioterapia dos RNPT do estudo. A literatura cita que a via de parto utilizada na maioria das gestações de alto risco e em situações de emergência é o parto cesário, e este estudo corrobora com esses dados, como representado pelo gráfico 4. A aplicação de corticosteróide antenatal não foi realizada, e os bebês receberam atendimento fisioterapêutico desde a sala de parto. Gráfico 4 – Via de Parto Fonte: A autora, 2019. Como relatado no referencial teórico, o sexo masculino tem maior incidência que o feminino nesta síndrome, fator este ligado a produção do surfactante e maturação do sistema respiratório, mas neste trabalho os dois recém-nascidos a apresentarem os sintomas e serem 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Parto cesário Parto Normal 38 diagnosticados com DMH foram do sexo feminino, representado pelo gráfico 5, contrariando a literatura, e mostrando que não é incomum a ocorrência neste sexo. Analisando-se algumas variáveis do RN em relação à mortalidade na primeira semana de vida, verificou-se que o sexo masculino apresentou um risco quatro vezes maior de morrer do que o sexo feminino (ARAÚJO; BOZZETTI; TANAKA, 2000). Gráfico 5 – Sexo dos RN Fonte: A autora, 2019. O gráfico 6 representa o uso de oxigenioterapia nos recém-nascidos da pesquisa, sendo que 1 deles, RN de 32 semanas, estava em CPAP (Pressão positiva contínua nas vias aéreas – traduzido do inglês Continuous Positive Airway Pressure), que é o dispositivo que fornece uma mistura de oxigênio e ar comprimido sobre pressão contínua nas vias aéreas durante a fase expiratória com o intuito de aumentar a capacidade residual pulmonar e reduzir a resistência vascular pulmonar, melhorando a troca gasosa. O objetivo é prevenir a atelectasia e o fechamento das vias aéreas. O RN de 34 semanas, do grupo 2, fez uso de CPAP, mas nos atendimentos estava fazendo uso de campânula, em que o bebê recebe o ar aquecido e umidificado, permitindo uma administração contínua, com flutuações mínimas nos níveis de oxigênio. No entanto, é necessário que o RN mantenha os níveis de saturação de O2 estáveis e com estresse respiratório mínimo ou moderado. A amostra inclusa poderia estar utilizando como oxigenioterapia VNI, campânula ou cateter extra nasal, lembrando que o uso de ventilação mecânica invasiva era critério de exclusão para a pesquisa. 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Sexo feminino Sexo Masculino 39 Gráfico 6 – Oxigenioterapia Fonte: A autora, 2019. Como objetivo do estudo, ao comparar a aplicação da ELPr em diferentes idades gestacionais, pode-se observar que no grupo 1 (RN de 32 semanas de IG), houve melhor resposta após atendimento fisioterapêutico, porém, por se realizar apenas de um estudo comparativo entre dois RNPT, mesmo concordando com os achados na literatura relacionando FC, SaO2 e BSA, é necessário mais pesquisas quantitativas e qualitativas para descrever a técnica em diferentes idades gestacionais. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 CPAP Cateter nasal Campânula 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A assistência fisioterapêutica a neonatos prematuros com SDRA na UTIN é imprescindível para o sucesso da terapêutica e melhora progressiva da função pulmonar até a alta. O fisioterapeuta deve exercer um plano de tratamento integral e humanizado indo desde o ajuste ventilatório invasivo e não invasivo a execução demanobras terapêuticas, posicionamento e cuidados com a ocorrência de sequelas como hemorragia intraperiventricular e displasia broncopulmonar que podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor e qualidade de vida após alta hospitalar. A busca constante por bases sobre a fisioterapia respiratória é inevitável para seleção e uso de intervenções de modo correto e eficaz. Esse estudo junto da literatura, apresenta uma síntese, contribuindo para aprimorar o uso das técnicas respiratórias baseando-se nas evidências científicas. Embora a amostra do presente estudo tenha sido pequena e não se tenham dados suficientes para afirmar apenas com os grupos que participaram do estudo, o resultado é favorável a uso da técnica de expiração lenta prolongada, bem como mostra que tem indicação para as diferentes idades gestacionais estudadas. Ainda assim, na literatura, há poucos estudos que analisam essas manobras no tratamento da síndrome do desconforto respiratório agudo, sendo esses, em sua maioria, experimentais. É importante ressaltar que se faz necessário maior investigação sobre o tema e evidências de sua aplicação clínica. 41 REFERÊNCIAS ABREU, Luísa Cerviak, et al. Procedimentos fisioterapêuticos na síndrome de aspiração meconial. Revista Fisioterapia do UniFMU. 2003;2:19-27. ABREU, Luísa Cerviak., et al. Efeitos da fisioterapia neonatal sobre a freqüência cardíaca em recém-nascidos prétermos com doença pulmonar das membranas hialina pós-reposição de surfactante exógeno. Arquivo Medicina ABC, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 5-11, 2005. ABREU, Luiz Carlos de et al. Efeitos da fisioterapia neonatal sobre a freqüência cardíaca em recém-nascidos pré-termos com doença pulmonar das membranas hialinas pós-reposição de surfactante exógeno. Revista Medicina Abc, São Paulo, v. 31, n. 5, p.5-11, dez. 2006. 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