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TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IGUAÇU 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANNA CAROLINA RHINOW 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ 
TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIÃO DA VITÓRIA-PR 
2019 
 
 
ANNA CAROLINA RHINOW 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ 
TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, 
apresentado ao curso de fisioterapia do Centro 
Universitário do Vale do Iguaçu – Uniguaçu. 
Orientação: Professora Luana Otto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIÃO DA VITÓRIA-PR 
2019 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM RECÉM NASCIDO PRÉ 
TERMO COM DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA 
 
 
ANNA CAROLINA RHINOW 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao curso de fisioterapia do Centro 
Universitário do Vale do Iguaçu – Uniguaçu, como requisito para obtenção do grau de 
Bacharel em Fisioterapia, considerado aprovado pela banca examinadora e avaliado com 
nota:______ em sua defesa pública. 
 
 
 
_____________________________________________________________________ 
Orientação: Professora Luana Otto 
Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu 
 
 
_____________________________________________________________________ 
Membro da banca: Professora Giovana Simas de Melo Ilkiu 
Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu 
 
 
_____________________________________________________________________ 
Membro da banca: Professora Ana Célia Buch Mallon 
 Centro Universitário do Vale do Iguaçu - Uniguaçu 
 
 
 
União da Vitória – PR, 03 de dezembro de 2019. 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por me guiar e iluminar quando tive dúvidas do que 
fazer, me abençoando para chegar até aqui. 
Aos meus pais, que me apoiaram e sempre me incentivaram nesta nova etapa, me 
dando coragem, e me reerguendo quando os problemas apareceram. 
Aos meus anjos, amigos e parceiros de ONG, que me acompanham e comemoram 
comigo cada vitória. 
Agradeço minha orientadora e amiga Profª Luana Otto, por cada coisa que fez por 
mim, cada conselho, por ter me ajudado sempre que precisei. Estendo o agradecimento a 
todos os meus mestres, que me ensinaram e fizeram com que eu iniciasse essa caminhada na 
fisioterapia. 
Ao meu grupo de trabalho na secretaria de saúde, por todos os ensinamentos e 
paciência no aprendizado. 
A todos os profissionais da saúde que de alguma forma me ajudaram a lutar pela vida, 
e me inspiraram a ser fisioterapeuta e uma boa profissional. 
 Agradeço a todos meus amigos, pessoas que convivem comigo, que me ouviram 
sempre que precisei, que me deram suporte para concluir este trabalho e curso.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Quando era jovem (...) percebi que cuidar do próximo é a melhor forma de 
esquecer os próprios problemas e, melhor ainda, se isto for feito com muito bom humor 
e principalmente amor”. 
Patch Adams 
5 
 
RESUMO 
 
RHINOW, Anna Carolina. Técnica de expiração lenta prolongada em recém nascido pré 
termo com doença da membrana hialina. 49f. Trabalho de conclusão do curso de 
fisioterapia, Centro Universitário do Vale do Iguaçu, União da Vitória, 2019. 
 
O planejamento de uma família, o desejo de ser mãe para que o novo ser formado no ventre 
da mulher nasça bem e com saúde, as vezes é alterado, pois muitos são os riscos e doenças 
que podem acometer o bebê, problemas que podem refletir pelo resto da vida, como no caso 
de um nascimento prematuro, onde a doença da membrana hialina, também conhecida como 
síndrome do desconforto respiratório, faz com que o recém-nascido receba intensos cuidados 
na unidade de terapia intensiva neonatal para melhor recuperação. A patologia é um distúrbio 
respiratório que acomete recém-nascidos prematuros, causada pela deficiência quantitativa e 
qualitativa do surfactante, que até 35 semanas de gestação ainda não atingiu seu pico de 
produção. O desenvolvimento do tratamento fisioterapêutico nas unidades de terapia intensiva 
neonatais levou a melhores técnicas e recursos, o que contribuiu para redução da morbidade 
neonatal, permanências mais curtas no hospital, e menores custos hospitalares. Este estudo 
tem como objetivo aplicar a técnica de expiração lenta prolongada, que é usada em lactentes 
com obstrução das vias aéreas e acúmulo de secreção, na doença da membrana hialina em 
bebês prematuros com diferentes idades gestacionais, verificando os parâmetros de frequência 
cardíaca, saturação de oxigênio e boletim de Silvermen – Andersen, antes e após o 
atendimento fisioterapêutico. O trabalho descreverá uma análise quantitativa de como a 
fisioterapia auxilia para uma melhor evolução no tratamento de pré-termos com síndrome do 
desconforto respiratório, comparando os resultados em diferentes grupos. Embora a amostra 
do presente estudo tenha sido pequena e não se tenham dados suficientes para afirmar apenas 
com os grupos que participaram do estudo, o resultado é favorável a uso da técnica de 
expiração lenta prolongada, bem como mostra que tem indicação para as diferentes idades 
gestacionais estudadas. 
 
Palavras chave: Fisioterapia Respiratória. Unidade de Terapia Intensiva. Prematuros. Doença 
da Membrana Hialina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
ABSTRACT 
 
RHINOW, Anna Carolina. Prolonged slow expiration technique in preterm newborn with 
hyaline membrane disease. 49f. Final paper of the physiotherapy course, University Center 
of Vale do Iguaçu. União da Vitória, 2019. 
 
The planning of a family, the desire to be a mother so that the new being formed in the 
woman's womb is born well and healthy, is sometimes altered, because many are the risks and 
diseases that can affect the baby, problems that can reflect for the rest of life, as in the case of 
a premature birth, where the disease of the hyaline membrane, also known as syndrome of 
respiratory distress, makes the newborn receive intense care in the neonatal intensive care unit 
for better recovery. The pathology is a respiratory disorder that affects premature newborns, 
caused by the quantitative and qualitative deficiency of the surfactant, which up to 35 weeks 
of gestation has not yet reached its peak of production. The development of physiotherapeutic 
treatment in neonatal intensive care units has led to better techniques and resources, which has 
contributed to reduced neonatal morbidity, shorter hospital stays, and lower hospital costs. 
This study aims to apply the technique of prolonged slow expiration, which is used in infants 
with airway obstruction and accumulation of secretion, in hyaline membrane disease in 
premature babies of different gestational ages, verifying the parameters of heart rate, oxygen 
saturation and Silvermen - Andersen bulletin, before and after physiotherapeutic care. The 
study will describe a quantitative analysis of how physiotherapy helps to improve the 
treatment of preterm respiratory distress syndrome, comparing the results in different groups. 
Although the sample of the present study was small and there were not enough data to affirm 
only with the groups that participated in the study, the result is favorable to the use of the 
technique of prolonged slow expiration, as well as showing that it has indication for the 
different gestational ages studied. 
 
Keywords: Respiratory Physiotherapy. Intensive Care Unit. Premature. Hyaline Membrane 
Disease. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Imagem 1 – Quadro radiológico típico na SDRA ....................................................................18 
Fluxograma 1 – Manejo dos Recém Nascidos com Doença da Membrana Hialina ................ 23 
Imagem 2 – Exemplo de ELPR ................................................................................................ 26 
Imagem 3 – Boletim de Silverman-Andersen .......................................................................... 27 
Grafico 1 – Comparação FC .................................................................................................... 32 
Gráfico 2 – Comparação SaO2 ............................................................................................... 34 
Gráfico 3 – Comparação Boletim S-A ..................................................................................... 36 
Gráfico 4 – Via de Parto ........................................................................................................... 37 
Gráfico 5 – Sexo dos RN ......................................................................................................... 38 
Gráfico 6 – Oxigenioterapia ..................................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Classificação radiológica da DMH ......................................................................... 17 
Tabela 2 – Frequência cardíaca grupo 1 ................................................................................... 31 
Tabela 3– Frequência cardíaca grupo 2 .................................................................................... 32 
Tabela 4 – Saturação de O2 grupo 1 ........................................................................................ 33 
Tabela 5 – Saturação de O2 grupo 2 ........................................................................................ 34 
Tabela 6 – Boletim de S-A grupo 1 .......................................................................................... 35 
Tabela 7 – Boletim de S-A grupo 2 .......................................................................................... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ELPr – Expiração lenta prolongada 
FC – Frequência cardíaca 
DMH – Doença da Membrana Hialina 
SaO2 – Saturação de oxigênio 
BSA – Boletim Silvermen-Andersen 
RN – Recém-nascido 
RNPT – Recém-nascido pré-termo 
RNEBP – Recém-nascido de Extremo Baixo Peso 
SAR – Síndrome da Angústia Respiratória 
SDRA – Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo 
CFR – Capacidade Residual Funcional 
UTIN – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
SUS – Sistema Único de Saúde 
CPAP – Continuous Positive Airway Pressure/ Pressão positiva contínua nas vias aéreas 
AFE – Aumento do Fluxo Expiratório 
MS – Ministério da Saúde 
IG – Idade Gestacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12 
1.1.1 Problema de pesquisa .................................................................................................... 13 
1.2.OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13 
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 13 
1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 13 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14 
2.1 DOENÇA DA MEBRANA HIALINA - DMH ................................................................... 14 
2.2 TRATAMENTO ................................................................................................................. 19 
2.2.1 Tratamento Clínico ....................................................................................................... 19 
2.2.2 Tratamento Fisioterapêutico ........................................................................................ 24 
3 MÉTODO ............................................................................................................................. 28 
3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 28 
3.2 LOCAL DE PESQUISA ..................................................................................................... 28 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................. 28 
3.3.1 Critérios de Inclusão ..................................................................................................... 28 
3.3.2 Critérios de Exclusão .................................................................................................... 28 
3.3.3 Procedimento da pesquisa ............................................................................................ 28 
3.4 MATERIAIS ....................................................................................................................... 29 
3.5 INSTRUMENTOS ............................................................................................................. 29 
3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................. 29 
3.7 ASPECTOS ÉTICOS .......................................................................................................... 29 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... 30 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 40 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41 
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
Gerar uma vida é algo grandioso que vai além da gestação e do nascimento. O desejo e 
o planejamento para que o novo ser formado no ventre da mulher nasça bem e com saúde, as 
vezes é alterado por novos desafios e diversas complicações. São muitos os riscos e doenças 
que podem acometer o bebê, problemas que podem refletir pelo resto da vida, mas cada vez 
mais, com o avanço da medicina, é possível dar uma sobrevida, uma melhor qualidade de 
tratamento para os recém nascidos. A realização desta pesquisa traz a certeza do sonho de 
cuidar destes pequenos guerreiros, e acreditar que um dia, quando for o momento de ser mãe, 
independente dos problemas que possam surgir, os estudos e vivência dos profissionais da 
saúde resultarão em um bom tratamento e cura, e espero contribuir para isso. 
Também conhecida como síndrome do desconforto respiratório, a doença da membrana 
hialina é um distúrbio respiratório que acomete recém-nascidos prematuros e está relacionado 
à deficiência do surfactante. A patologia atinge principalmente pré-termos, tem incidência 
inversamente proporcional a sua idade gestacional, com peso inferior a 1500 gramas, e pior 
evolução no gênero masculino (ALMEIDA et al.,2008). É uma complicação da 
prematuridade, a deficiência de surfactante, pode fazer com que ocorra um colabamento dos 
alvéolos pulmonares, por isso a substância tem como propriedade diminuir a tensão 
superficial nos alvéolos, evitando que os mesmos colabem no momento da expiração. Após o 
nascimento,o bebê pode apresentar bradipneia ou taquipneia, gemido expiratório, batimento 
da aleta nasal, retração da caixa torácica, cianose e edema de extremidades. Por conta da falta 
de surfactante, os alvéolos não conseguem se manter abertos, causando uma atelectasia, que 
leva a hipóxia por não haver superfície suficiente para a troca gasosa, seguido de uma 
acidose, pois diminui o pH sanguíneo, levando a vasoconstrição e diminuição do fluxo 
sanguíneo pulmonar, por consequência, leva a lesão dos capilares e então ocorre a diminuição 
da complacência pulmonar (ABREU et al.,2006). 
Entre as técnicas utilizadas na patologia, o tratamento tem como objetivo: melhorar o 
mecanismo de purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o acúmulo de 
secreções, e corrigir complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação 
ventilação-perfusão. A fisioterapia participa da equipe multidisciplinar no tratamento dos 
prematuros acometidos pela doença da membrana hialina, realiza exercícios respiratórios de 
acordo com a necessidade e melhora de cada paciente. A técnica de expiração lenta 
prolongada, escolhida para este estudo, tem como objetivo obter maior volume expirado 
comparado a uma expiração tranquila, e eliminar secreção. A escolha foi feita baseada na 
 
 
12 
 
literatura, que comprova e indica na maioria das patologias neonatais que precisam de 
desinsuflação pulmonar, carreamento de secreção, auxiliando assim uma melhora mais rápida 
no recém nascido. 
 Ao aplicar a técnica, em prematuros de diferentes idades gestacionais, verificando 
parâmetros ventilatórios, este trabalho descreverá uma análise quantitativa de como a 
fisioterapia auxilia para uma melhor evolução no tratamento de pré-termos com síndrome do 
desconforto respiratório. 
1.1 JUSTIFICATIVA 
A doença é responsável por 80 a 90% dos óbitos que ocorrem no período neonatal 
relacionados a distúrbios respiratórios (CONSOLO; PALHARES; CONSOLO, 2002). Um 
estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que 15 milhões de 
bebês nascem antes do tempo por ano no mundo. Mais de um milhão deles morrem dias após 
o parto, sendo a prematuridade a segunda causa de morte de crianças com menos de cinco 
anos de idade (REIS et al., 2019). 
 A propedêutica da doença da membrana hialina é inicialmente o acompanhamento pré-
natal, em segundo, o uso de corticosteroides nas gestantes de alto risco de parto prematuro, e 
por último o uso preventivo de surfactante exógeno no recém-nascido pré-termo nos 
primeiros minutos de vida. 
O tratamento fisioterapêutico tem se mostrado cada vez mais necessário, dando suporte 
e caminhando junto a medicina nos cuidados dos distúrbios respiratórios causados pela 
patologia. Pensando no bem estar, recuperação e melhor prognóstico, o tratamento da 
fisioterapia aplicado na doença da membrana hialina é feito de acordo com a necessidade de 
cada paciente. Segundo Oliveira e Gomes (2015, p. 90) “As técnicas atuais de pediatria 
surgiram no final da década de 80 e início dos anos 90, a fim de respeitar as diferenças 
anátomo-fisiológicas de cada faixa etária [...]” uma delas, é a expiração lenta prolongada 
(ELPr), que se trata de uma técnica totalmente passiva em função da idade e incapacidade dos 
pacientes, obtida por meio de uma pressão manual tóraco-abdominal lenta que se inicia ao 
final de uma expiração espontânea e prossegue até o volume residual. A técnica auxilia a 
expiração do lactente, e promove depuração da via aérea periférica. Os efeitos da ELPr estão 
mais evidentes na literatura por ter avaliado mecânica respiratória durante a técnica e a função 
pulmonar dos lactentes, além disso é a técnica envolvida nos ensaios clínicos de melhor 
qualidade (RODRÍGUEZ et al., 2013, p. 113). 
13 
 
 Este projeto é relevante para justificar o uso da técnica de expiração lenta prolongada 
nos protocolos de fisioterapia na patologia citada, assim como expor a evolução e resposta do 
bebê em diferentes idades gestacionais ao tratamento da fisioterapia aplicada. 
 
1.1.1 Problema de pesquisa 
Qual o resultado da técnica de expiração lenta prolongada (ELPr) na Doença da 
membrana hialina (DMH) em relação à frequência cardíaca (FC), saturação (SaO2) e boletim 
de Silverman – Andersen (anexo C), em diferentes idades gestacionais? 
 
1.2.OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo geral 
Aplicar a técnica ELPR na DMH em bebês prematuros com diferentes idades 
gestacionais (IG). 
 
1.2.2 Objetivos específicos 
a) Aplicar a técnica de ELPR em recém nascidos pré-termo (RNPT) com DMH sendo 
eles: 
 Paciente 1 – entre 31 a 33 semanas de gestação 
 Paciente 2 – entre 34 a 37 semanas de gestação 
b) Verificar e analisar a resposta da técnica de ELPR na FC, SaO2 e boletim de 
Silverman – Andersen nos 2 RNPT. 
c) Descrever em cada IG os resultados e contextualizar com a literatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 DOENÇA DA MEBRANA HIALINA - DMH 
Também conhecida como Síndrome da Angústia Respiratória ou Desconforto 
Respiratório agudo (SAR OU SDRA), foi descrita pela primeira vez por Avery e Mead, em 
1959, que afirmaram ser a deficiência do surfactante pulmonar a sua principal causa., mais 
comumente atingindo recém nascidos com idade gestacional menor do que 37 semanas. 
Quanto maior o grau de prematuridade, maior o risco da patologia ocorrer, assim como peso 
inferior a 1500 gramas, e pior evolução no gênero masculino (ALCÂNTARA; SILVA 
FILHO; LIMA, 2014). 
Em estudo, autores citados por Diniz e Vaz (2005) definiram a DMH não como uma 
"doença", mas como uma consequência do desenvolvimento, em vista desta patologia resultar 
primariamente da imaturidade pulmonar por deficiência de surfactante endógeno. Na 
prematuridade moderada e extrema, geralmente são recém-nascidos que necessitam 
oxigênio inalatório em sala de parto, a disfunção respiratória precoce tem início súbito, e 
evolui para insuficiência respiratória levando à Doença de Membrana Hialina (KREY et 
al., 2017). 
Sua definição foi padronizada em 1994 na Conferência Americana e Europeia de 
Consenso em SDRA, desde então, estudos epidemiológicos conduzidos com um grande 
número de pacientes para avaliar a incidência e a mortalidade foram publicados (PINHEIRO; 
LISBOA; HOLANDA, 2011). 
Fiatt, Daher e Santos (2013) descrevem que os recém nascidos prematuros são 
vulneráveis ao desenvolvimento de colapso pulmonar. A produção de surfactante, que ajuda 
na redução da tensão superficial para manter o volume pulmonar, é insuficiente. A ventilação 
colateral ainda não está desenvolvida para compensar o bloqueio das vias aéreas e a 
capacidade residual funcional (CRF) se encontra diminuída. Além disso, o período pós-natal 
imediato é marcado por importantes modificações cardiopulmonares. Krey et al. (2017) fala 
que “A proporção de recém-nascidos pré-termo é estável no Brasil desde 2000, 
apresenta taxa média de 6,6%”. 
 Em recém-nascidos pré-termo (RNPT) com idade gestacional inferior a 32 semanas, 
a imaturidade de diversos órgãos pode dificultar essa transição fisiológica, sendo frequente a 
necessidade de suporte respiratório e hemodinâmico (FIORENZANO et al., 2019). 
Entretanto, apenas uma porcentagem dos pacientes com fatores de risco para SDRA 
acabam evoluindo com a síndrome, o que mostra que existem outras variáveis implicadas, 
 
15 
 
como a provável predisposição genética, assim como, a intensidade do processo inflamatório 
e a presença de comorbidades que podem potencializar esse risco ou, pelo contrário, reduzi-lo 
(PINHEIRO; LISBOA; HOLANDA, 2011). 
O RNPT é considerado um grande problema de saúde pública, pela predisposição a 
complicações peri ou pós-natais, como quadros de hipóxia neonatal, baixo ou muito baixo 
peso ao nascer, distúrbios neurológicos e alterações respiratórias, que resulta na necessidade 
de suporte ventilatório. Esta imaturidade do sistema respiratórioleva o neonato a um período 
prolongado de internação, a fim de minimizar a mortalidade (ANTUNES et al., 2006). A 
prematuridade, idade gestacional (IG) menor que 37 semanas, constitui o principal fator de 
mortalidade no primeiro mês de vida (SILVA e NUNES, 2005). A deficiência de surfactante, 
própria do pulmão ainda em desenvolvimento, ocasiona o colapso alveolar, que se manifesta 
como desconforto respiratório já nas primeiras horas de vida (FIORENZANO et al., 2019). 
Dentre as patologias que acometem o sistema respiratório do RNPT, a SDR ou DMH é 
uma das disfunções de maior prevalência nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais 
(UTINeo), sendo responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade na faixa etária 
neonatal (CONSOLO; PALHARES; CONSOLO, 2002). Um estudo em Caxias do Sul de 
Araújo, Bozzetti e Tanaka (2000), mostrou que principal causa de óbito no foi a doença da 
membrana hialina, seguida pelas cardiopatias congênitas, prematuridade extrema e 
descolamento prematuro de placenta, mas afirmam que no ano do estudo de 1995, quando 
retiraram os dados, o surfactante pulmonar não estava disponível ainda para pacientes do 
SUS, e, portanto, somente os pacientes de convênios se beneficiaram da utilização desta droga 
que, comprovadamente, diminui muito a mortalidade pela doença. Atualmente todos os 
pacientes do SUS recebem esta medicação, o que tem acarretado uma diminuição da 
mortalidade. 
Lemos et al. (2010, p. 287) descrevem: 
A prematuridade e o baixo peso ao nascimento estão associados à ocorrência de 
morbidades e complicações neonatais. Já se pode perceber redução significativa 
destas condições entre nascidos com IG superior a 29 semanas e peso acima de 
1.000g. A elaboração e implementação de práticas assistenciais voltadas para a 
redução de nascimentos com IG e peso muito reduzidos podem contribuir para a 
melhoria da qualidade de vida da população e redução dos custos com o 
atendimento altamente especializado que é necessário na presença destas condições, 
bem como de suas sequelas (alterações no desenvolvimento ou outras alterações 
crônicas de saúde). 
Sua importância como causa de mortalidade neonatal persiste, apesar do progresso 
obtido em termos de prevenção ou redução de sua gravidade, promovido em parte pela 
prevenção do parto prematuro e na aceleração farmacológica da maturidade pulmonar e, por 
16 
 
outro lado, pelo emprego da terapia pós-natal com surfactante exógeno (AMORIM et al., 
1998). 
Dentre as doenças que mais acometem os RNPT, segundo Miura, Failace e Fiori 
(1997): “A asfixia, a infecção e a doença da membrana hialina são enfermidades 
potencialmente preveníveis. Restariam as enfermidades ainda não passíveis de prevenção, 
como as malformações graves e a prematuridade extrema de menores de 750 gramas, ao 
nascer”. Reis et al (2019, p. 3116) afirmam que “Os óbitos associados à doença ocorrem, 
geralmente durante a fase aguda da insuficiência respiratória e são, em grande parte, limitados 
aos bebês extremamente imaturos, pesando menos de 1000g ao nascer”. Granzotto, Fonseca e 
Lindemann (2012) em seu estudo concordam falando que os problemas respiratórios são mais 
incidentes com predomínio da membrana hialina em 60,5%. Quando comparado as causas de 
óbitos com outros países observa-se que a primeira causa de óbito em países como Canadá, 
Estados Unidos e Holanda mostram as anomalias congênitas em primeiro lugar, seguidas de 
asfixia e infecção, estando os problemas respiratórios apenas em 4º lugar. 
Cabral (2011) explica que durante o período de desenvolvimento e crescimento 
pulmonar pré-natal, no estágio canalicular, entre a 17ª e 26ª semana gestacional, as célula 
epiteliais do tipo cuboides iniciam o processo de diferenciação celular para formação das 
células chamadas de pneumócitos tipo II, e ao final desse estágio, essas células tornam-se 
responsáveis pela produção de surfactante. 
Como já descrito, a deficiência ou disfunção de surfactante pulmonar ao nascimento e 
a complacência excessiva da caixa torácica do RN prematuro propiciam uma atelectasia 
pulmonar progressiva, que resulta na chamada DMH ou Síndrome da Angústia Respiratória 
do RN (MULLER et al., 2000). 
Abreu et al. (2006) esclarece que o surfactante é uma substância produzida pelos 
pneumócitos tipo II, que recobrem os espaços alveolares, e tem como propriedade diminuir a 
tensão superficial do alvéolo pulmonar e evitar o colabamento dos mesmos no momento da 
expiração. Por conta da falta de surfactante, no caso da DMH, os alvéolos não conseguem se 
manter abertos, causando uma atelectasia, que leva a hipóxia por não haver superfície 
suficiente para a troca gasosa, seguido de uma acidose, pois diminui o pH sanguíneo, levando 
a vasoconstrição e diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar, por consequência, leva a lesão 
dos capilares e então ocorre a diminuição da complacência pulmonar. 
Diniz e Vaz (2005, p. 26) esclarecem: 
A deficiência de surfactante ao nascimento constitui o fator precipitante para a 
DMH. No recém nascido pré - termo a dificuldade para respirar ao nascimento pode 
17 
 
ser resultado da elevada tensão superficial do líquido pulmonar fetal, da musculatura 
frágil e do esforço respiratório fraco. Além disso, a própria imaturidade estrutural 
dos pulmões permite a penetração de proteínas plasmáticas nos espaços aéreos. 
Perfusão anormal da vasculatura pulmonar e má distribuição da ventilação e 
perfusão, com "shunting" sanguíneo extrapulmonar, contribuem para deteriorar as 
trocas gasosas. Estas alterações são seguidas por uma resposta inflamatória, que 
pode afetar negativamente o pulmão através de mecanismo complexos, incluindo 
liberação de leucotrienes, proteases e aumento na formação de componentes da 
matriz extracelular. O surfactante previne atelectasia e edema, devido à diminuição 
da tensão superficial na interface ar-líquido alveolar, com isto, melhora as trocas 
gasosas e diminui o trabalho respiratório, tendo ainda ação lubrificante, protegendo 
as vias aéreas e promovendo o transporte mucociliar. 
Os sintomas, após o nascimento, o bebê pode apresentar bradipnéia ou taquipneia, 
gemido expiratório, batimento da aleta nasal, retração da caixa torácica, cianose e edema de 
extremidades. O diagnóstico da SDR é realizado por achados clínicos, laboratoriais, sendo a 
gasometria arterial de grande importância, e análise radiográfica do tórax do RN, sendo os 
achados radiológicos essenciais para diagnóstico e classificação da DMH, exemplificada pela 
tabela 1. Além disso, investiga-se a história materna obstétrica e familiar, bem como as 
condições do nascimento, seguido da identificação dos principais fatores de risco para a 
síndrome (OLIVEIRA; BURKLE; PAVAN, 2005; SARMENTO, 2007). As complicações 
mais importantes observadas na DMH são: doença pulmonar crônica, síndrome do escape 
aéreo, hemorragia cerebral intra-ventricular, persistência do canal arterial e fibroplasia 
retrolental (MULLER et al., 2000). 
 
Tabela 1 – Classificação radiológica da DMH 
GRAU PADRÃO RETICULO GRANULAR BRONCOGRAMAS AÉREOS 
I Leve Mínimos 
II Moderado Além do mediastino 
III Grave Alcançam a periferia 
IV Opacidade total - 
Fonte: Muller, 2000. 
 
Amorim et al. (1998, p. 255) descrevem em seu estudo que: 
Doença da Membrana Hialina (Síndrome de Angústia Respiratória do Recém-
Nascido) - o diagnóstico foi estabelecido a partir dos critérios definidos pelo 
CLAP21: sinais de insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida (dispnéia, 
taquipnéia > 60/minuto, retração esternal, tiragem intercostal, cianose central e 
gemido expiratório) com piora progressiva e surgimento de crises de apnéia, 
atingindo o pico entre 48-72 horas; achados radiológicos - padrão reticulogranular 
difuso, com ou sem aerobroncograma; necessidade de assistência respiratória com 
24 horas de vida. 
18 
 
Nos casos não complicados, a DMH “clássica” apresenta umaevolução clínica típica, 
logo após o nascimento, caracterizada por sinais e sintomas, já citados no estudo. O quadro 
radiológico, como demonstra a imagem 1, é o de infiltrado reticulogranular difuso (“vidro 
moído”), distribuído uniformemente nos campos pulmonares, além da presença de 
broncogramas aéreos e aumento do líquido pulmonar (CABRAL, 2011). 
 
Imagem 1 – Quadro radiológico típico na SDRA 
 
Fonte: Ministério da Saúde, 2011. 
 
A SDRA é uma condição grave de insuficiência respiratória para cujo diagnóstico os 
profissionais da UTIneo devem estar atentos, para que medidas terapêuticas, sobretudo de 
estratégias ventilatórias, sejam implementadas, e para que os efeitos deletérios da patologia, 
sejam evitadas (OLIVEIRA; BURKLE; PAVAN, 2005. SARMENTO, 2007). 
Devido à imaturidade do sistema respiratório, os RNPT apresentam altos riscos de 
desenvolverem complicações respiratórias com necessidade de suporte ventilatório invasivo, 
19 
 
e com isso a necessidade de intervenção fisioterapêutica respiratória (ALMEIDA et al., 
2013). 
2.2 TRATAMENTO 
2.2.1 Tratamento Clínico 
O tratamento da SDR se dá por meio de condutas pré-natais e pós-natais. Nas 
primeiras pode ser promovido o adiamento do nascimento ou aceleramento da maturidade 
pulmonar. Após os estudos de Haddad et al. (2006) sobre o uso corticosteroides na prevenção 
de DMH, mostrando uma redução significante de sua incidência, surgiram vários trabalhos 
que têm confirmado os resultados destes autores. Já foi demonstrado que o uso adequado de 
corticosteroide, na gestante de risco, pode diminuir a incidência e mortalidade de DMH em 
cerca de 50% dos RN prematuros. A administração pré-parto propicia maior síntese dos 
componentes do surfactante e maturidade pulmonar, melhorando a estabilidade 
hemodinâmica e a resposta ao surfactante exógeno (MULLER, 2000). Os benefícios da 
terapêutica com glicocorticoides incluem menor incidência de DMH entre os RN com idade 
gestacional entre 28ª e 34ª semanas de gestação, menor gravidade quando a patologia ocorre e 
maior sobrevivência do RNPT (HADDAD ET AL., 2006). 
Todas as gestantes com idade gestacional entre 24 e 34 semanas em risco de trabalho 
de parto prematuro são candidatas ao tratamento com corticosteroide. As situações clínicas 
recomendadas para o seu uso incluem trabalho de parto prematuro, rotura prematura de 
membrana com menos de 34 semanas, pré-eclâmpsia e patologias maternas em que há 
possibilidade de parto prematuro, como diabetes melito, sangramento no 3º trimestre ou 
isoimunização materno-fetal (VINAGRE; MARBA, 2010). 
O problema enfrentado e também citado por Granzotto, Fonseca e Lindemann (2012) 
em estudo na população do sul do Brasil, é que para se caracterizar com gestante de alto risco, 
é necessário o pré-natal, no artigo mais da metade das mães dos RN internados realizaram 
seis ou mais consultas durante a gestação e apenas 3% não as realizaram. Nas mães que não 
realizaram nenhuma consulta pré-natal a mortalidade do RN foi de 75%. 
Apesar de comprovada efetividade para maturação de órgãos fetais com consequente 
diminuição da morbimortalidade, o uso antenatal do corticosteroide está abaixo do esperado, 
tanto em países desenvolvidos quanto no Brasil. Em um estudo brasileiro multicêntrico de 
Martinez et al. (2004) , os autores comentam que a prescrição irregular do medicamento pode 
se associar ao fato de a população atendida ser proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS) 
e, portanto, socioeconomicamente desfavorecida, com dificuldade de acesso ou seguimento 
20 
 
ambulatorial de pré-natal. Além disso, destacam os autores, é que tais resultados 
desfavoráveis estariam relacionados as rotinas médicas empregadas nas unidades. 
O estudo de Granzotto et al. (2012) corrobora com os autores citados acima afirmando 
que “Apesar do consenso de longa data da importância do uso do corticoide antenatal na 
prevenção e na diminuição da gravidade da doença da membrana hialina, apenas 48% dos 
pacientes com menos de 34 de semanas de gestação receberam esta medicação”. 
Martinez et al. (2004) concorda que em princípio todas as gestações em risco de 
término prematuro deveriam receber o corticosteróide antenatal. No entanto, as unidades 
avaliadas, estão muito longe desse ideal. Somente em três das oito unidades do estudo o 
corticosteróide foi aplicado em mais de 70% das gestantes e surpreendentemente, em um dos 
hospitais, a porcentagem de uso foi de apenas 12,5% das mães. 
No pós-natal as condutas terapêuticas multiprofissionais devem visar 
fundamentalmente a conservação da oxigenação, evitar quadros de hipoxemia, manter a 
ventilação adequada, prevenir hipercapnia, evitar a acidose mantendo pH adequado, para isso 
é necessário normalizar o metabolismo tecidual, favorecer a produção de surfactante e evitar 
o shunt (SARMENTO, 2007). Deve-se proporcionar adequada hidratação, evitando a 
hipovolemia e edema pulmonar, reduzir a demanda metabólica através de medidas gerais de 
manutenção térmica, calórica e hídrica do RN (SARMENTO, 2005). 
A principal escolha após o nascimento prematuro, e com o diagnóstico, é realizado a 
administração de surfactante exógeno, o que diminui a necessidade de suporte ventilatório 
para manter uma adequada troca gasosa, reduzindo assim o risco de volutrauma e de toxidade 
do oxigênio (ARAÚJO, 2007; RIBEIRO et al., 2003). Em estudo de Ramos (2016, p. 18) 
também afirma que: “A terapia de reposição com surfactante associada à oxigenioterapia com 
suporte ventilatório adequados ao quadro respiratório, constituem o tratamento principal da 
patologia”. Aldana-aguirre et al. (2016) concorda que a estratégia preferida para o tratamento 
da SDR é o CPAP nasal no início, com o uso seletivo de surfactante para os bebês com 
necessidades crescentes de oxigênio. 
O desenvolvimento da terapia com o surfactante exógeno foi um avanço histórico e 
marcante no cuidado neonatal, sendo considerada segura e eficaz desde 1990 (AMORIM et 
al., 1998). Há alteração no curso da DMH logo após a administração do surfactante exógeno, 
sintético ou natural, melhorando rapidamente a ventilação-perfusão, o que é comprovado pela 
redução das necessidades de oxigênio, pelo aumento da razão entre as pressões parciais de 
oxigênio arterial e alveolar (TAWIL, 2004). 
21 
 
Ramos (2016) esclarece que os pesquisadores pioneiros descreveram a existência de 
surfactante, sua composição e sua principal função de diminuir a tensão superficial do 
alvéolo, melhorando a complacência pulmonar e mantendo a estabilidade alveolar, sendo 
atualmente preconizado seu uso terapêutico nas primeiras duas horas de vida. 
De acordo com Araújo (2007) e Sarmento (2007), uma vez estabelecido o diagnóstico, 
as medidas terapêuticas visam, fundamentalmente, conservar a oxigenação, ventilação e o pH 
adequados, além de medidas gerais de manutenção térmica, calórica e hídrica do RN. O início 
do tratamento ventilatório é influenciado pela decisão de administrar surfactante. Os 
objetivos, uma vez instituída a ventilação mecânica, são de limitar o volume corrente sem 
diminuir o volume pulmonar ou promover atelectasia, desmamar e extubar tão logo possível 
(CLOHERT et al., 2005 apud SOARES; SOUZA, 2017 p. 74). 
No presente momento, a aplicação de surfactante exógeno é feita de maneira menos 
invasiva, não necessitando colocar o RN em ventilação mecânica invasiva, podendo ser 
utilizado CPAP ou cateter extranasal para melhora da oxigenação. O estudo de Aldana-aguirre 
et al. (2016) concorda, afirmando que foi descrito como uma alternativa à intubação 
endotraqueal para administração de surfactante, prematuros com respiração espontânea e 
SDRA que fazem uso de CPAP, um método de administração menos invasiva de surfactante, 
usando um cateter fino, para reduzir lesões pulmonares. 
Muito centros ainda utilizam para os lactentes que satisfazem os critérios para o uso 
de surfactante, quesão entubados e ventilados brevemente, pelo protocolo referido como 
ENSURE - ENtubation, administração de SURfactant e Extubation – Entubação, Surfactante 
e Extubação (ASSMANN et al., 2016). 
Ramos (2016, p. 18) coloca em seu estudo os tipos de surfactante que podem ser 
utilizados nos RN. 
Atualmente existem dois tipos de surfactante exógeno para uso clínico em recém-
nascidos. Os primeiros são os naturais, que são obtidos através do extrato de 
pulmões de animais e que contêm também em sua composição além dos lipídeos, as 
proteínas lipossolúveis SP-B e SP-C (Bovino - Survanta®, e porcino - Curosurf®). 
O segundo tipo são os surfactantes sintéticos produzidos em laboratório e que 
possuem uma composição lipídica própria e ausência de proteínas (Surfaxin® e 
Exosurf®).(...) Apesar da necessidade de estudos posteriores, até o presente 
momento o surfactante de origem animal tem sido indicado como o de melhor 
escolha. 
A utilização de pressão positiva em vias aéreas propicia o estabelecimento da 
capacidade residual funcional, diminui a resistência vascular pulmonar e pode aumentar o 
retorno venoso pulmonar, favorecendo o débito sistêmico. Por outro lado, o uso excessivo de 
pressão positiva nas vias aéreas acarreta efeitos adversos, como aumento da resistência 
22 
 
vascular pulmonar, redução da perfusão pulmonar, diminuição do retorno venoso e baixo 
débito cardíaco (FIORENZANO et al., 2019). 
Ramos (2016) declara que o uso do CPAP nasal também reduziu a necessidade de uso 
do surfactante, este achado é consistente com a literatura. O CPAP nasal age melhorando a 
complacência pulmonar e melhora, portanto, os sintomas da Doença de Membrana Hialina, 
muitas vezes evitando a necessidade de intubação e administração de surfactante, mas as 
vezes atrasando o seu uso. Entretanto, o uso do CPAP associa-se ao maior risco de 
barotrauma, síndromes de escape de ar, distensão abdominal e lesões faciais. Por isso, é 
necessária a monitorização criteriosa dos recém-nascidos submetidos a esse tipo de técnica 
(LEÃO; VIEIRA; PEREIRA, 2013). 
Na prática clínica, os profissionais se deparam com controvérsias sobre o método mais 
indicado da pressão positiva continua (CPAP) ou pressão positiva intermitente sincronizada 
(SNIPPV) ou não sincronizada (N-IPPV), seja no desmame da ventilação mecânica invasiva 
ou apenas no uso para auxílio respiratório (OLIVEIRA; MORAN, 2009). 
De acordo com o Ministério da saúde (2011), indica-se a CPAP principalmente nas 
seguintes condições: RN com peso inferior a 1.500g, na presença de qualquer sinal de 
aumento do trabalho respiratório. Nesse caso, instalar a CPAP precocemente, se possível 
desde o nascimento; RN com peso superior a 1.500g mantendo SatO2 abaixo de 89% em 
oxigênio igual ou superior a 40%; Pós-extubação traqueal para todos os RN com peso 
inferior a 1.500g; e Apneia neonatal. Estas situações clínicas englobam grande variedade de 
doenças em que se pode fazer uso do CPAP nasal,. Além da SDR, taquipneia transitória do 
RN, síndrome de aspiração meconial, displasia broncopulmonar, edema pulmonar, 
traqueomalácia, paralisia diafragmática, entre outras patologias podem fazer uso. 
As recomendações gerais no tratamento clínico no pré-termo é manter o RN em 
ambiente térmico neutro (36º a 37º), no sentido de reduzir o consumo de oxigênio e a 
produção de gás carbônico. Para isso pode ser utilizada a incubadora ou, mais 
apropriadamente, o berço de calor irradiante com monitores acoplados. Reconhecer e tratar a 
hipotensão ou choque que ocorrem com mais frequência em RN gravemente doente. 
Um esquema de Muller et al. (2000, p. 62) exemplifica bem como é feito o 
diagnóstico, tratamento e prognóstico clínico da DMH conforme ilustração 1. A necessidade 
de VMI e seu uso por um maior número de dias por grande parte dos RN podem estar 
relacionados à elevada ocorrência de morbidades respiratórias. 
 
 
23 
 
Fluxograma 1 – Manejo dos Recém Nascidos com Doença da Membrana Hialina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Muller, 2000. 
24 
 
2.2.2 Tratamento Fisioterapêutico 
A fisioterapia respiratória é uma especialidade terapêutica que tem papel fundamental 
na prevenção e tratamento de complicações pulmonares de forma acessível que não exige 
recursos sofisticados para a sua execução (OLIVEIRA; GOMES, 2015). Na presença de 
doença respiratória, o tratamento medicamentoso é largamente conhecido e difundido. 
Quando há falha dos mecanismos de defesa e depuração brônquica a associação com 
tratamentos não medicamentosos, como a fisioterapia, é útil para reduzir a obstrução e, assim, 
prevenir complicações pulmonares (POSTIAUX, 2004 apud LANZA, 2009). 
Vasconcelos, Almeida e Bezerra (2011) descrevem a fisioterapia como uma 
modalidade terapêutica relativamente recente dentro das UTINs e que está em expansão, 
especialmente nos grandes centros, com o objetivo de diminuir o trabalho respiratório, manter 
a patência de vias aéreas e melhorar a ventilação e a troca gasosa. A inserção do fisioterapeuta 
na UTIN brasileira está embasada na legislação atual. Oliveira et al. (2019, p. 52) esclarece: 
A Portaria nº 3.432 determina que as unidades de terapia intensiva (UTI) devem 
contar com assistência fisioterapêutica. A Resolução RDC nº 7 de 24/02/2010 
regulamentou, como requisito mínimo para funcionamento das UTI, um 
fisioterapeuta para cada 10 leitos, nos três turnos. A portaria nº 930, de 10/05/2012 
definiu as diretrizes para organização da atenção ao RN e critérios de classificação e 
habilitação de leitos de UTIn. 
É também determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ter 
pelo menos um fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI ou fração no turno diurno e noturno 
cumprindo um total de 18h por dia. A partir da década de 80 começaram as iniciativas para a 
atuação do fisioterapeuta nas unidades para o atendimento de pacientes de alto risco, 
contribuindo com avaliações para o tratamento e prevenção de complicações motoras e 
principalmente respiratórias (LIBERAL; DAVIDSON; SANTOS, 2014 apud 
BITTENCOURT, 2017). 
O contínuo desenvolvimento do tratamento fisioterapêutico nas UTIs neonatais levou 
a melhores técnicas e recursos para essa população, o que contribuiu para redução da 
morbidade neonatal, permanências mais curtas no hospital, e menores custos hospitalares 
(JOHNSTON, 2012). 
De acordo com a I Recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em unidade de 
terapia intensiva pediátrica e neonatal descrita por Johnston et al. (2012), o fisioterapeuta que 
atua nas unidades de pediatria e neonatal é responsável pela avaliação e prevenção cinético 
funcional (de todo e qualquer sistema do corpo humano que seja necessário) assim como por 
intervenções de tratamento (fisioterapia respiratória e motora). Também atua junto à equipe 
25 
 
multiprofissional no controle e aplicação de gases medicinais, ventilação pulmonar mecânica 
invasiva e não invasiva, protocolos de desmame e extubação, insuflação traqueal de gás, 
protocolo de insuflação/desinsuflação do balonete intratraqueal, aplicação de surfactante, 
entre outros. 
A fisioterapia neonatal, que atua no período entre o nascimento até 28 dias após o 
parto, e que compreende o manuseio da função motora e pulmonar do RN, participando, da 
prevenção das complicações pulmonares, na manutenção das funções vitais e garantindo um 
tratamento mais eficaz, para que haja sucesso na adaptação imediata do RN à vida 
extrauterina (SANTINO et al., 2017). 
A assistência fisioterapêutica na SDRA visa tanto à expansão das áreas não ventiladas 
quanto evitar que novas unidades alveolares colabem comprometendo as áreas de trocas 
gasosas, oferendo assim suporte ventilatório adequado, manobras de higiene brônquica e 
reexpansão pulmonar (BITENCOURT, 2017). A melhora do quadro clínico dos pacientes 
tratados com técnicasde higiene brônquica deve-se à remoção do muco e material infeccioso 
(LANZA, 2009). Buscam-se, portanto, estudos sobre efeitos e/ou repercussões de 
modalidades terapêuticas, como as técnicas fisioterapêuticas, sobre o sistema orgânico, que 
permitam instrumentalizar e nortear a conduta clínica do dia-a-dia e contribuir para a melhora 
do quadro clínico global dos recém-nascidos acometidos pela DMH, bem como assegurar a 
integridade do sistema (ABREU, 2006). 
As técnicas atuais surgiram no final da década de 80 e início dos anos 90, a fim de 
respeitar as diferenças anatomo -fisiológicas de cada faixa etária. Dentre elas destacam-se o 
aumento do fluxo expiratório (AFE) por meio da variação do fluxo expiratório e a expiração 
lenta prolongada (ELPr) que se trata de uma técnica passiva de auxílio expiratório ao lactente 
(OLIVEIRA; GOMES, 2015). Os objetivos entre as técnicas utilizadas na DMH são: 
melhorar o mecanismo de purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o 
acúmulo de secreções, minimizando obstruções do trato respiratório e cânula traqueal; 
prevenir e corrigir complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação 
ventilação-perfusão. 
Dentro do tratamento fisioterapêutico utilizado para a DMH, pode-se destacar os 
seguintes procedimentos: posicionamento do bebê, oxigenoterapia , pressão positiva contínua 
nas vias aéreas (CPAP), vibração, estímulo diafragmático, aspiração das vias aéreas, 
expiração lenta prolongada – ELPR, que foi a técnica principal escolhida para este estudo. 
Os objetivos entre as técnicas utilizadas na DMH são: melhorar o mecanismo de 
purificação e auxiliar a depuração mucociliar, prevenindo o acúmulo de secreções, 
26 
 
minimizando obstruções do trato respiratório e cânula traqueal; prevenir e corrigir 
complicações como atelectasias, infecções e alterações na relação ventilação-perfusão. 
Lanza et al. (2012) expõe que expiração lenta e prolongada (ELPr) é uma técnica de 
fisioterapia respiratória aplicada em lactentes com obstrução das vias aéreas e acúmulo de 
secreção(...) e durante o uso dessa técnica, já foi possível quantificar o volume de reserva 
expiratório mobilizado, comprovou-se a indução de suspiros e a manutenção do pico de fluxo 
expiratório além de ser constatada a redução no desconforto respiratório após sua aplicação. 
A ELPR é obtida por meio de uma pressão manual toracoabdominal no final da 
expiração espontânea e prossegue até o volume residual, representado na imagem 2. Seu 
objetivo é obter maior volume expirado comparado a uma expiração tranquila, e eliminar 
secreção (SANTINO et al., 2017). 
Lanza et al. (p. 71, 2012) explica como é feita a aplicação da ELPr: 
A técnica é realizada com o lactente em decúbito dorsal, com a região hipotenar de 
uma das mãos do terapeuta posicionada no tórax, exatamente abaixo da fúrcula 
esternal, e a região hipotenar da outra mão posicionada no abdômen acima da 
cicatriz umbilical. Ao final da fase expiratória, fazia-se a compressão de ambas as 
mãos, sendo a mão do tórax movimentada no sentido crânio-caudal e a mão do 
abdômen no sentido caudo-cranial. As próximas três ou quatro inspirações 
subsequentes à compressão foram restritas, e o movimento de compressão na fase 
expiratória foi continuado. 
Estudo de Wong e Fok apud Fiatt; Daher; Santos (2013) constataram que manobras 
fisioterapêuticas com uso de técnicas de compressão do tórax provocaram melhora na 
complacência pulmonar produzindo efeitos favoráveis na reversão dos quadros de obstrução, 
ocasionando uma distribuição mais uniforme da ventilação em recém nascido de extremo 
baixo peso (RNEBP) ventilados mecanicamente. 
Imagem 2 – Exemplo de ELPR 
 
Fonte: Postiaux, 2004. 
27 
 
Berne e Levy (2000, p. 643) descrevem: “Como um dos parâmetros avaliadores da 
integridade do sistema cardiovascular temos a frequência cardíaca (FC), uma variável 
biofísica de grande importância para avaliação da estabilidade hemodinâmica”. 
O boletim de Silverman-Andersen representado na imagem 3 é um método clínico útil 
para quantificar o grau de desconforto respiratório e estimar a gravidade do comprometimento 
pulmonar. São conferidas notas de 0 a 2 para cada parâmetro. Somatória das notas inferior a 5 
indica dificuldade respiratória leve, e quando é igual a 10 corresponde ao grau máximo de 
dispneia (MS, 2011). 
Imagem 3 – Boletim de Silverman-Andersen 
 
Fonte: Ministério da saúde, 2011. 
 
O acompanhamento fisioterapêutico desses recém-nascidos proporciona uma 
estabilidade de variáveis hemodinâmicas, como a frequência cardíaca, saturação, 
complacência pulmonar, a manutenção funcional da circulação cerebral do recém-nascido e, 
por consequência, a manutenção das vias aéreas com fluxo menos turbulento possível e com o 
mínimo de secreção, permitindo um aumento na permeabilidade e redução do número de 
fatores intrínsecos das vias aéreas que contribuem para o aumento da resistência pulmonar e 
diminuição nos eventos fisiológicos de trocas gasosas (ABREU, 2005). 
 
 
 
28 
 
3 MÉTODO 
3.1 TIPO DE PESQUISA 
O método de pesquisa empregado foi uma pesquisa de estudo de caso, que caracteriza-
se segundo Fonseca (2002) “(...) pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica 
e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos 
de pesquisa”. De caráter quantitativo descritivo, por meio de outros estudos já publicados, 
utilizando ferramentas de controle para coleta dos dados, e mostrando com análise numéricas 
as estatísticas dos resultados do estudo. 
3.2 LOCAL DE PESQUISA 
O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINeo) do 
Hospital de Associação de Proteção a Maternidade e a Infância (APMI), situado na rua Dr. 
Cruz Machado, 615 - Centro, União da Vitória - PR 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
O estudo foi baseado tendo como amostra 2 bebês nascidos entre 28 e 37 semanas de 
gestação, divididos em dois grupos: G1 entre 31 e 33 semanas de gestação; e G2 entre 34 e 37 
semanas de gestação. Diagnosticados com a doença da membrana hialina, com prescrição de 
tratamento fisioterapêutico. 
3.3.1 Critérios de Inclusão 
Necessário diagnóstico clinico de DMH, ter parto prematuro com idades gestacionais 
entre 28 e 37 semanas de gestação, em uso de oxigenioterapia (CPAP, cateter nasal e 
campânula), e prescrição de fisioterapia. 
3.3.2 Critérios de Exclusão 
Pacientes não poderiam apresentar patologia associada como: persistência do canal 
arterial (PCA), hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPRN), ou hemorragia 
peri-intraventricular (HPIV), ou estar em ventilação mecânica invasiva (VMI). 
3.3.3 Procedimento da pesquisa 
A coleta de dados para pesquisa aconteceu entre os meses de agosto à outubro de 
2019, e ao longo deste período, avaliados um paciente de cada grupo descrito, aplicando a 
técnica de ELPr (paciente em decúbito dorsal, aplicar a técnica até o deslocamento da 
 
29 
 
secreção ou mudança da ausculta pulmonar, até no máximo dez minutos), obtendo os dados 
para comparação antes e após o atendimento fisioterapêutico. 
3.4 MATERIAIS 
O material utilizado no estudo foi disponibilizado dentro da própria UTINeo do 
hospital, oximetro de pulso, estetoscópio. 
3.5 INSTRUMENTOS 
Foi acompanhada a evolução dos recém nascidos pré –termos com a saturação de 
oxigênio e frequência cardíaca e o boletim de Silvermen-Andersen como parâmetros. Foi 
confeccionado pela autora uma tabela, disponível no apêndice 1, que serviu como 
acompanhamento e coleta de dados do estudo. 
3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO 
O estudo dependia do nascimento dos prematuros com idade gestacional entre 28 e 37 
semanas, que apresentassem a doença da membrana hialina. Por isso, foi programado um 
período de 3 meses para coletar dados e esperar o nascimento dos pré-termos. Inicialmente, o 
estudo seria dividido em 3 grupos, sendo o primeiro com representaçãode RNPT entre 28 e 
30 semanas gestacionais, porém, no período de pesquisa, por conta dos critérios de exclusão, 
e óbito, o estudo foi realizado apenas da comparação entre dois RNPT. 
3.7 ASPECTOS ÉTICOS 
Este projeto foi encaminhado para o Núcleo de Étíca e Bioética (NEB) das Faculdade 
Integradas do Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU, para análise, parecer e aprovação. Sendo assim, 
a pesquisa só teve início após a aprovação do projeto, sob o número 233/2019. 
Foi solicitado assinatura do termo de autorização, e a diretora do Hospital de 
Associação a Proteção a Maternidade e a Infância ciente sobre todas as questões abordadas na 
pesquisa e os objetivos estudados, consequentemente, assinou o Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido. 
 
 
 
 
30 
 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
Logo após o nascimento, o RN terá de iniciar a respiração em poucos segundos. Seu 
pulmão deverá transformar-se rapidamente de um órgão preenchido de líquido e com pouco 
fluxo sanguíneo em um órgão arejado e com muito fluxo de sangue, que seja capaz de 
executar uma forma inteiramente diferente de respiração, ou seja, a troca direta de gás com o 
meio ambiente. O sucesso no processo de adaptação imediata à vida extrauterina depende 
essencialmente da presença de uma função cardiopulmonar adequada. Desse modo, os sinais e 
os sintomas de dificuldade respiratória são manifestações clínicas importantes e comuns logo 
após o nascimento. O desconforto respiratório pode representar uma condição benigna, como 
retardo na adaptação cardiorrespiratória, mas também pode ser o primeiro sinal de uma 
infecção grave e potencialmente letal, sendo fundamental o reconhecimento e avaliação 
precoces de todo bebê acometido (MS, 2011). 
Uma das principais patologias associadas a dificuldade respiratória do recém nacido-
nascido, principalmente os pré-termos, é a doença da membrana hialina, escolhida para este 
estudo como critério para avaliação. No caso dos pacientes dos grupos 1 e 2, desenvolveram a 
patologia, pois não chegaram a atingir o pico de produção de surfactante, este que é 
sintetizado a partir da vigésima semana gestacional pelas células epiteliais tipo II, aumentando 
progressivamente sua produção durante a gestação, atingindo o pico por volta da trigésima 
quinta semana. 
Diversos autores citam a fisioterapia como considerada um recurso de grande auxílio 
no tratamento preventivo e curativo de diversas patologias pulmonares, e as manobras de 
recrutamento alveolar (MRA) e a posição prona podem ser utilizadas no tratamento da SDRA 
(SOARES; SOUZA, 2017). A ELPr é uma técnica de fisioterapia respiratória descrita para 
promover a desobstrução brônquica em lactentes. Os argumentos científicos que comprovam 
a efetividade da ELPr por muito tempo foram pautados na avaliação de variáveis indiretas, 
como FC e SpO2 (LANZA et al.,2012).Os efeitos da ELPr estão mais evidentes na literatura 
por ter avaliado mecânica respiratória durante a técnica e a função pulmonar dos lactentes, 
além disso é a técnica envolvida nos ensaios clínicos de melhor qualidade (OLIVEIRA; 
GOMES, 2015). 
Foram incluídos no estudo 2 recém nascidos pré-termos, com o nascimento ocorrido 
nas seguintes idades gestacionais: 32 semanas de gestação e 34 semanas de gestação. A seguir 
descrevo os pacientes que foram selecionados e participaram do estudo. 
 
31 
 
Descrição do grupo 1: RN pré-termo, com nascimento na data de 13/08/2019, 32 
semanas de gestação, sexo feminino, parto cesáreo, 1300g, fez uso de surfactante pós natal, 
com raio-x confirmando diagnóstico de síndrome do desconforto respiratório agudo no dia 
14/08/2019. RNPT de extremo baixo peso, por este motivo, protocolo diz para fisioterapia 
não trabalhar com o bebê nas primeiras 72H, por isto, o atendimento para pesquisa se iniciou 
no 6º dia de vida. Foram realizados 5 dias de atendimento de fisioterapia, de segunda a sexta, 
totalizando 5 sessões, avaliando frequência cardíaca, saturação de oxigênio e boletim de 
Silverman-Andersen(S-A) antes da aplicação da técnica de expiração lenta prolongada, e após 
a aplicação da técnica. 
Descrição do grupo 2: RN pré-termo, com nascimento na data de 20/08/2019, 34 
semanas de gestação, sexo feminino, parto cesáreo, 2140g, fez uso de surfactante pós natal, 
com Raio-x confirmando diagnóstico de síndrome do desconforto respiratório agudo no dia 
20/08/2019. RN iniciou participação no estudo com atendimento fisioterapia no dia do 
nascimento, e inicialmente estava fazendo uso de CPAP, passando passa campânula com a 
sua evolução. Foi acompanhado durante 5 dias, de segunda a sexta feira, totalizando 5 sessões 
de fisioterapia. 
A variação da frequência cardíaca (FC) do primeiro ao quinto dia de atendimento no 
RNPT de 32 semanas de IG, como demonstra a tabela 2, foi pequena, porém demonstra que 
há alteração na aplicação da técnica. 
Tabela 2 – Frequência cardíaca grupo 1 
Data FC antes aplicação FC depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(19/08) 
 
174 bpm 
 
168 bpm 
2º dia de atendimento 
(20/08) 
 
162 bpm 
 
188 bpm 
3º dia de atendimento 
 (21/08) 
 
173 bpm 
 
196 bpm 
4º dia de atendimento 
 (22/08) 
 
176 bpm 
 
189 bpm 
5º dia de atendimento 
 (23/08) 
 
163 bpm 
 
170 bpm 
Fonte: A autora, 2019. 
32 
 
A FC do primeiro ao quinto dia de atendimento no RNPT de 34 semanas de IG, como 
mostrada na tabela 3, foi maior do que do grupo 1, e demonstra maior agitação por conta da 
maior idade gestacional. 
Tabela 3– Frequência cardíaca grupo 2 
Data FC antes aplicação FC depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(20/08) 
 
122 bpm 
 
141 bpm 
2º dia de atendimento 
(21/08) 
 
156 bpm 
 
176 bpm 
3º dia de atendimento 
(22/08) 
 
167 bpm 
 
181 bpm 
4º dia de atendimento 
(23/08) 
 
163 bpm 
 
175 bpm 
5º dia de atendimento 
(24/08) 
 
166 bpm 
 
175 bpm 
Fonte: A autora, 2019. 
 
Comparando os resultados, vemos a média da FC dos grupos no gráfico 1. 
 
Grafico 1 – Comparação FC 
 
Fonte: A autora, 2019. 
 
De acordo com os achados, pode-se perceber que o RN do grupo 1, de nascimento 
com 32 semanas de IG e extremo baixo peso , sendo este outro importante determinante do 
140
145
150
155
160
165
170
175
180
185
Grupo 1 Grupo 2
Antes ELPr
Após ELPr
33 
 
risco de morrer no período neonatal, apresentava um FC mais elevada comparada ao RN de 
34 semanas de IG, do grupo 2, e ambos sofreram aumento após a aplicação da técnica, o que 
pode ser explicado pela agitação e desconforto do atendimento. Em estudo de Abreu et al. 
(2006) houve uma redução da variável dependente FC em recém-nascidos acometidos pela 
DMH, o que vai em direção contrária aos achados deste estudo. Já em estudo de Fiorenzano et 
al. (2019) os autores afirmam que “O manejo mais agressivo da síndrome do desconforto 
respiratório parece exercer influência negativa sobre os parâmetros ecocardiográficos de 
função cardíaca, bem como no esforço cardiorrespiratório”. 
A saturação de oxigênio (SaO2), que deve ficar entre 93% e 97% se manteve durante 
antes e após a aplicação da técnica no grupo 1, paciente de menor idade gestacional, extremo 
baixo peso, e como colocado na tabela 4. Diferente do que ocorreu com o paciente de 34 
semanas, onde após a aplicação ocorreram pequenos picos de alteração, exposto na tabela 5, o 
que pode demonstrar que o toque e a aplicação da técnica pode influenciar negativamente a 
SaO2 do RNPT. 
Tabela 4 – Saturação de O2 grupo 1 
Data SaO2 antes aplicação SaO2 depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(19/08) 
 
98% 
 
97% 
2º dia de atendimento 
(20/08) 
 
97% 
 
98% 
3º dia de atendimento 
 (21/08) 
 
97% 
 
99% 
4º dia de atendimento 
 (22/08) 
 
94% 
 
95% 
5º dia de atendimento 
 (23/08) 
 
91% 
 
95% 
Fonte: A autora, 2019. 
 
Com relação as médias de saturação de oxigênio, o grupo 2 apresentou porcentagens 
mais altas, porém verificandoantes e depois da técnica de ELPr, o grupo 1 apresentou 
melhora, diferente do grupo 2, que na maioria dos dias de aplicação, apresentou queda, não 
significativa, na SaO2. 
 
 
34 
 
Tabela 5 – Saturação de O2 grupo 2 
Data SaO2 antes aplicação SaO2 depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(20/08) 
 
99% 
 
97% 
2º dia de atendimento 
(21/08) 
 
100% 
 
99% 
3º dia de atendimento 
(22/08) 
 
96% 
 
93% 
4º dia de atendimento 
(23/08) 
 
97% 
 
98% 
5º dia de atendimento 
(24/08) 
 
99% 
 
100% 
Fonte: A autora, 2019. 
 
. Representado no gráfico 2 as variáveis de saturação de oxigênio, comparando os 2 
grupos do estudo. 
Gráfico 2 – Comparação SaO2 
 
Fonte: A autora, 2019. 
 
No artigo de Oliveira (2018) foi estudada apenas a variável de SaO2, a qual foi 
controlada em uma das duas sessões diárias de fisioterapia, sempre no mesmo horário, com 
94%
94%
95%
95%
96%
96%
97%
97%
98%
98%
99%
Grupo 1 Grupo 2
Antes ELPr
Após ELPr
35 
 
duração de no máximo 20 minutos cada uma (considerando somente o tempo efetivo da 
terapia, não considerando os preparativos, exame físico e a mensuração da variável estudada 
de acordo com o protocolo estabelecido), pois a realização da fisioterapia por longo período 
aumenta a instabilidade e o consumo metabólico do RN. 
Martins et al. (2013) em sua pesquisa com 11 RN em respiração espontânea, com 
idade entre 2 e 8 semanas de vida, pesando de 1000g a 1500 g, de ambos os sexos, realizaram 
20 avaliações e, após as técnicas fisioterapêuticas em diversos decúbitos, provaram que na 
posição supina a SaO2 não se alterou e a FC diminuiu, na posição prona a SaO2 aumentou e a 
FC diminuiu e, na lateral direita e esquerda, a SaO2 aumentou e a FC diminuiu, sendo que o 
decúbito lateral teve um aumento médio maior. Na aplicação da ELPr nos dois grupos deste 
estudo, foi colocado o RN foi colocado em supino, e realizada a técnica, e isto pode ter 
influenciado como citado pelos autores acima. 
O boletim de Silverman-Andersen (S-A), o grupo 1, RN de extremo baixo peso de 32 
semanas, apresentou pequenas variações como demonstra a tabela 6, mostrando que a 
aplicação de ELPr não causou piora no desconforto respiratório do RN. 
 
Tabela 6 – Boletim de S-A grupo 1 
Data Boletim S-A antes aplicação Boletim S-A depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(19/08) 
 
2 
 
1 
2º dia de atendimento 
(20/08) 
 
2 
 
2 
3º dia de atendimento 
 (21/08) 
 
2 
 
2 
4º dia de atendimento 
 (22/08) 
 
2 
 
1 
5º dia de atendimento 
 (23/08) 
 
2 
 
1 
Fonte: A autora, 2019. 
 
Na verificação do boletim de Silverman-Andersen (S-A) no RN de 34 semanas do 
grupo 2, foi verificado pequenas variações como demonstra a tabela 7, variações estas que 
mostram melhora do desconforto respiratório. 
 
36 
 
Tabela 7 – Boletim de S-A grupo 2 
Data Boletim S-A antes aplicação Boletim S-A depois aplicação 
1º dia de atendimento 
(20/08) 
 
1 
 
1 
2º dia de atendimento 
(21/08) 
 
1 
 
0 
3º dia de atendimento 
(22/08) 
 
1 
 
1 
4º dia de atendimento 
(23/08) 
 
1 
 
1 
5º dia de atendimento 
(24/08) 
 
1 
 
0 
Fonte: A autora, 2019. 
 
No gráfico 3 é demonstrado a variação do Boletim de Silverman – Andersen (BSA) 
nos dois grupos, comparando assim os resultados. 
 
Gráfico 3 – Comparação Boletim S-A
 
Fonte: A autora, 2019. 
Relacionado ao BSA, Santino et al. (2017) afirmaram em sua pesquisa que em relação 
ao desconforto respiratório, verificado através do BSA no momento anterior à conduta, 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Grupo 1 Grupo 2
Antes ELPr
Após ELPr
37 
 
57,69% dos neonatos apresentavam desconforto respiratório leve. Entretanto, na avaliação 
realizada após a conduta, observou-se que 46,15% dos neonatos apresentavam desconforto 
respiratório leve. Portanto, foi observada uma associação estatisticamente significativa da 
pontuação referente ao nível de desconforto respiratório após o atendimento fisioterapêutico. 
O mesmo ocorreu no grupo 1, onde houve diferença em quase todos os atendimentos, 
confirmando que a aplicação da expiração lenta prolongada em recém nascido pré-termo 
resulta em melhora no desconforto respiratório. O grupo 2 não demonstrou mudanças na 
avaliação do BSA, porém pode ser observado que antes da técnica de ELPr, o recém nascido 
não apresentava grande desconforto, resultado igual a 1 na tabela. 
Nos gráficos a seguir representam a análise estatística quanto a via de parto, o gênero e 
o uso de oxigenioterapia dos RNPT do estudo. 
A literatura cita que a via de parto utilizada na maioria das gestações de alto risco e em 
situações de emergência é o parto cesário, e este estudo corrobora com esses dados, como 
representado pelo gráfico 4. A aplicação de corticosteróide antenatal não foi realizada, e os 
bebês receberam atendimento fisioterapêutico desde a sala de parto. 
 
Gráfico 4 – Via de Parto
 
Fonte: A autora, 2019. 
 
Como relatado no referencial teórico, o sexo masculino tem maior incidência que o 
feminino nesta síndrome, fator este ligado a produção do surfactante e maturação do sistema 
respiratório, mas neste trabalho os dois recém-nascidos a apresentarem os sintomas e serem 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Parto cesário Parto Normal
38 
 
diagnosticados com DMH foram do sexo feminino, representado pelo gráfico 5, contrariando 
a literatura, e mostrando que não é incomum a ocorrência neste sexo. Analisando-se algumas 
variáveis do RN em relação à mortalidade na primeira semana de vida, verificou-se que o 
sexo masculino apresentou um risco quatro vezes maior de morrer do que o sexo feminino 
(ARAÚJO; BOZZETTI; TANAKA, 2000). 
Gráfico 5 – Sexo dos RN 
 
Fonte: A autora, 2019. 
 
O gráfico 6 representa o uso de oxigenioterapia nos recém-nascidos da pesquisa, sendo que 1 
deles, RN de 32 semanas, estava em CPAP (Pressão positiva contínua nas vias aéreas – 
traduzido do inglês Continuous Positive Airway Pressure), que é o dispositivo que fornece 
uma mistura de oxigênio e ar comprimido sobre pressão contínua nas vias aéreas durante a 
fase expiratória com o intuito de aumentar a capacidade residual pulmonar e reduzir a 
resistência vascular pulmonar, melhorando a troca gasosa. O objetivo é prevenir a atelectasia 
e o fechamento das vias aéreas. O RN de 34 semanas, do grupo 2, fez uso de CPAP, mas nos 
atendimentos estava fazendo uso de campânula, em que o bebê recebe o ar aquecido e 
umidificado, permitindo uma administração contínua, com flutuações mínimas nos níveis de 
oxigênio. No entanto, é necessário que o RN mantenha os níveis de saturação de O2 estáveis e 
com estresse respiratório mínimo ou moderado. 
A amostra inclusa poderia estar utilizando como oxigenioterapia VNI, campânula ou 
cateter extra nasal, lembrando que o uso de ventilação mecânica invasiva era critério de 
exclusão para a pesquisa. 
 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Sexo feminino Sexo Masculino
39 
 
Gráfico 6 – Oxigenioterapia 
 
Fonte: A autora, 2019. 
 
Como objetivo do estudo, ao comparar a aplicação da ELPr em diferentes idades 
gestacionais, pode-se observar que no grupo 1 (RN de 32 semanas de IG), houve melhor 
resposta após atendimento fisioterapêutico, porém, por se realizar apenas de um estudo 
comparativo entre dois RNPT, mesmo concordando com os achados na literatura 
relacionando FC, SaO2 e BSA, é necessário mais pesquisas quantitativas e qualitativas para 
descrever a técnica em diferentes idades gestacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
CPAP Cateter nasal Campânula
40 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A assistência fisioterapêutica a neonatos prematuros com SDRA na UTIN é 
imprescindível para o sucesso da terapêutica e melhora progressiva da função pulmonar até a 
alta. O fisioterapeuta deve exercer um plano de tratamento integral e humanizado indo desde 
o ajuste ventilatório invasivo e não invasivo a execução demanobras terapêuticas, 
posicionamento e cuidados com a ocorrência de sequelas como hemorragia 
intraperiventricular e displasia broncopulmonar que podem comprometer o desenvolvimento 
neuropsicomotor e qualidade de vida após alta hospitalar. 
A busca constante por bases sobre a fisioterapia respiratória é inevitável para seleção e 
uso de intervenções de modo correto e eficaz. Esse estudo junto da literatura, apresenta uma 
síntese, contribuindo para aprimorar o uso das técnicas respiratórias baseando-se nas 
evidências científicas. 
Embora a amostra do presente estudo tenha sido pequena e não se tenham dados 
suficientes para afirmar apenas com os grupos que participaram do estudo, o resultado é 
favorável a uso da técnica de expiração lenta prolongada, bem como mostra que tem 
indicação para as diferentes idades gestacionais estudadas. Ainda assim, na literatura, há 
poucos estudos que analisam essas manobras no tratamento da síndrome do desconforto 
respiratório agudo, sendo esses, em sua maioria, experimentais. É importante ressaltar que se 
faz necessário maior investigação sobre o tema e evidências de sua aplicação clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
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