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O desenho é uma maneira de representar

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O desenho é uma maneira de representar, graficamente, formas e ideias que podem ser executadas de diversas maneiras: à mão livre, por instrumentos ou por meio de programas computacionais.
O desenho livre, que é praticado por artistas, se distingue do desenho técnico, cuja prática é executada por profissionais, como engenheiros, arquitetos e designers. Com essa linguagem gráfica, eles expressam e registram ideias para construção de máquinas, estruturas, projetos prediais, industriais, residenciais etc.
Tendo isso em mente, iremos estudar essa linguagem para entendê-la e poder expressá-la com clareza. Desse modo, estaremos aptos a lê-la quando esta for desenhada e projetada por outros profissionais. Em outras palavras, nosso principal objetivo é fazer com que você, aluno(a), fique familiarizado com suas expressões, convenções e nomenclaturas.
Dentro dessa expectativa, nos embasaremos na abordagem de ensino do desenho sob a ótica da geometria descritiva, trazendo uma compreensão maior ao estudante sobre o desenvolvimento da representação gráfica de elementos ou processos técnicos.
OBJETIVOS DA UNIDADE
· Entender como ocorre o processo de projeção;
· Conhecer os tipos de projeções existentes;
· Escolher os tipos de representação que melhor se aplicam a um objeto;
· Explicar a necessidade das normas técnicas de desenho técnico;
· Usar adequadamente os tipos de linhas e espessuras para cada caso.
projeção é algo que está no nosso dia a dia. Podemos encontrá-la na natureza ou podemos produzi-la artificialmente. Por exemplo, em um dia claro, o sol projeta nossa sombra no chão. Neste caso, somos o objeto no espaço e o chão é o plano no qual o objeto está representado graças à luz solar.
Outros exemplos de projeções de sombras podem ser vistos em:
· A sombra de objetos iluminados por uma lanterna;
· A sombra de uma pessoa iluminada por uma lanterna;
· Um objeto sendo iluminado por uma vela;
· A sombra de uma pessoa projetada pelo sol.
ELEMENTOS DE PROJEÇÃO
Nos exemplos citados, a fonte de luz que projeta a sombra de algum objeto – o sol, a lanterna, a vela – são chamados de centros projetivos ou centros de projeções. Os raios luminosos, seja do sol (raio solares), da vela ou da lanterna são chamados ponto projetado.
Para saber o tipo de representação escolhido, alguns fatores devem ser levados em consideração, tais como os efeitos visuais desejados, pois o tipo de projeção traz um efeito visual diferente à forma do objeto.
APLICAÇÕES DAS PROJEÇÕES
Anteriormente, os desenhos técnicos não representavam, de maneira precisa e correta, a ideia dos objetos. Foi Gaspard Monge (1746 – 1818) quem criou um método para a representação gráfica dos desenhos técnicos como conhecemos hoje.
Atualmente, os desenhos são utilizados em diversas áreas e por diversos profissionais da área da engenharia para representar e descrever estruturas de edifícios, rodovias e as peças de máquinas. É também muito utilizado por arquitetos para apresentar a estética das edificações, e por artistas e designers para representar produtos.
de raios projetantes. Desse modo, a praia, a parede e o tecido são os planos nos quais os objetos são projetados. Nós os chamados de planos de projeção. A forma ou contorno da sombra, por sua vez, é chamado de figura ou 
EXPLICANDO
Gaspard Monge (1746 – 1818), matemático e desenhista francês, foi um dos fundadores da Escola Politécnica Francesa, criador da Geometria Descritiva e grande teórico da Geometria Analítica. Aprimorou uma técnica de representação gráfica já iniciada pelos egípcios, que representavam apenas a planta, a elevação e o perfil.
Figura 1. Desenho técnico de um automóvel. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 16/10/2019.
O propósito da representação determina a escolha da projeção de um objeto tridimensional em um desenho plano, tendo, como objetivo, ilustrar a aparência de um objeto e, ao mesmo tempo, apresentar suas dimensões e formas. A interpretação da projeção do objeto depende da experiência e do treinamento dos observadores. Além disso, a quantidade de informações e sua complexidade dificultam ou facilitam o entendimento do desenho.
Um tipo de projeção é a perspectiva. Com essa projeção, temos a sensação de profundidade, tornando a representação mais próxima da realidade. A Figura 2 apresenta diferentes tipos de perspectiva na representação de um cubo.
Figura 2. Representação de um cubo em diferentes perspectivas.
Podemos observar que, na Figura 3, cada perspectiva apresenta o objeto de uma maneira diferente. Fazendo uma comparação, é possível perceber que a perspectiva que menos deforma o objeto é a isométrica. Isso ocorre porque ela mantém a mesma medida da largura, do comprimento e da altura. O resultado é um desenho proporcional.
Figura 3. Três eixos no espaço igualmente inclinados em relação ao plano de projeção. Fonte: MICELI, FERREIRA, 2009, p. 61. (Adaptado).
Há também a projeção ortogonal, que apresenta o formato exato e também possibilita ilustrar detalhes internos do objeto. É por meio da projeção ortogonal que representamos graficamente objetos tridimensionais em superfícies planas. Com isso, é possível apresentar as reais características com precisão e dimensões exatas.
Vale ressaltar que, quando um profissional vai produzir uma peça, ele recebe o desenho em perspectiva ortogonal, e não um desenho em perspectiva isométrica.
Arlindo Silva e outros autores, no livro Desenho técnico moderno, publicado em 2006, afirmam que:
O objetivo primordial do desenho técnico é definir a forma e a dimensão de um determinado objeto. A leitura de um desenho deve, por isso, ser isenta de ambiguidades e proporcionar ao leitor todos os dados necessários para a fabricação. O desenho funciona como elo de ligação entre a concepção e a fabricação (p. 41).
Figura 4. Objeto em perspectiva isométrica (esq.) e perspectiva ortogonal (dir.). Fonte: BASTOS, 2016, p. 12. (Adaptado).
Primeiramente, vamos conhecer alguns elementos de projeção e suas relações. Para isso, é necessário conhecer algumas definições:
· Centro de projeção: ponto que inicia todas a linhas de projeção;
· Raio projetante: reta que inicia a partir do centro de projeção e passa por um ponto no objeto. O cruzamento do raio projetante com o plano de projeção ilustra a imagem do objeto;
· Plano de projeção: superfície na qual ocorre a representação do objeto por meio da projeção.
O desenho obtido pela projeção em 2D (2 dimensões) de um objeto é resultado da relação entre três entidades: centro de projeção (ou observador), objeto e plano de projeção. De acordo com a autora Michele da Cruz, que escreveu o livro Projeções e perspectivas para desenhos técnicos, publicado em 2014, “[…] o centro de projeção pode estar numa distância finita ou infinita” (p. 7).
PROJEÇÃO CÔNICA OU CENTRAL
É considerada a representação mais “perfeita” de um objeto. Com isso, é fácil entendê-la, principalmente por pessoas leigas, apesar de ser uma representação deformada se comparada com outras representações.
A projeção cônica ou central acontece quando o centro de projeções está a uma distância finita, conforme mostra a Figura 5.
Para entender melhor o conceito, imagine que você tenha uma vela ou uma lanterna posicionada a uma distância finita O, um objeto F sendo iluminado pelas luzes (raios projetantes), o plano de projeção α e a sombra do objeto F’.
PROJEÇÃO CILÍNDRICA ORTOGONAL E OBLÍQUA
É chamada de posição cilíndrica ou paralela quando o centro de projeção é um ponto com uma distância infinita e todos os raios projetantes são paralelos. Essa projeção pode ser ortogonal ou oblíqua.
Imagine que, dessa vez, o objeto esteja iluminado por uma fonte de luz localizada no espaço a uma distância infinita da terra. Essa fonte de luz está tão distante que podemos considerar que os raios luminosos estão paralelos.
Quando a direção dos raios projetantes está em um ângulo de 90º do plano de projeção, é chamada de projeção ortogonal, ou seja, os raios projetantes estão perpendiculares ao plano de projeção.
A projeção oblíqua ocorre quando os raios projetantes nãoformam ângulos de 90º com o plano de projeção, ou seja, os raios projetantes desviam tanto do paralelismo quanto da perpendicularidade.
Existem outras classificações das projeções apresentadas no Diagrama 1, que derivam das projeções oblíquas e cilíndricas.
Diagrama 1. Classificação das projeções geométricas planas. Fonte: SILVA et al, 2006, p. 48. (Adaptado).
Dentre os sistemas de projeção, a projeção ortogonal, especificamente a cilíndrica, apresenta características dos objetos projetados em verdadeira grandeza. Devido a isso, ela é largamente utilizada no desenho técnico por profissionais.
Para estudar o sistema de projeção ortogonal, é necessário entender a geometria descritiva criada por Gaspard Monge, também conhecido como sistema mongeano ou dupla projeção ortogonal. A partir desse sistema, é possível obter as projeções ortogonais, em que as vistas são projetadas em planos de projeção.
A geometria descritiva utiliza dois planos de projeção perpendiculares entre si. O desenho técnico, por sua vez, pode utilizar até seis planos de projeção.
MÉTODO MONGEANO
Estudar os fundamentos do sistema mongeano, como o estudo da reta, é necessário, uma vez que facilita o entendimento do posicionamento das retas no espaço e suas respectivas projeções nos planos π e π’. Imagine dois planos perpendiculares entre si, um vertical e um horizontal, dividindo-se em quatro regiões e formando um ângulo denominado diedro.
DICA
A sequência da numeração dos diedros é feita no sentido anti-horário, ou seja, no sentido contrário aos movimentos dos ponteiros do relógio.
Cada plano de projeção está associado a um centro projetivo (O e O’). Assim, o método determina que os raios projetantes que surgem do centro projetivo sejam perpendiculares ao plano horizontal (π) e ao plano vertical (π’), ou seja, os raios projetantes são cilíndricos e ortogonais.
Podemos ver, na Figura 8, a interseção do plano vertical e do plano horizontal, perpendiculares entre si, que resulta em uma linha chamada linha de terra. A cota está no plano vertical (π’), e será positiva quando o ponto estiver acima da linha de terra e negativa quando estiver abaixo da linha de terra.
A dimensão de afastamento, presente no plano horizontal (π), será positiva quando estiver antes da linha de terra e negativa quando estivar depois da linha de terra. Entre a cota e a extremidade do plano vertical, paralela à linha de terra, temos a dimensão da abcissa.
Figura 8. Projeção do ponto A, no plano horizontal e vertical. Fonte: BASTOS, 2016, p. 12. (Adaptado).
OPERAÇÕES PROJETIVAS NO ESPAÇO
Admitindo que qualquer figura geométrica, seja plana ou tridimensional, é um conjunto de pontos, podemos concluir que as operações necessárias para obter as projeções de um objeto é um conjunto de operações para alcançar as projeções de todos os pontos que o definem.
Em um sistema projetivo (1º, 2º, 3º ou 4º diedro), independentemente da localização do objeto, os centros projetivos e o observador da projeção estão sempre na mesma posição em relação ao conjunto, ou seja, o centro projetivo (O)∞ está localizado no semiespaço acima do plano horizontal (π) e o centro projetivo (O’)∞ está no semiespaço anterior ao plano vertical de projeção (π’).
Vamos entender melhor como funciona o método com a Figura 9.
Figura 9. Ponto P situado no 1º diedro. Fonte: BASTOS, 2016, p. 12. (Adaptado).
A projeção de (P) em (π) ocorre devido ao raio projetante que parte do centro projetivo (O), perpendicular ao plano (π), e determina o ponto P. Assim, podemos dizer que há uma projeção de (P) no plano (π). No plano (π’) ocorre o mesmo procedimento: o raio projetante parte do centro projetivo (O’), perpendicular ao plano (π’), e determina o ponto P’. Neste caso, podemos dizer que há uma projeção de (P) no plano (π’).
DICA
O ponto P é chamado de projeção horizontal de (P), enquanto o ponto P’ é chamado de projeção vertical do mesmo ponto (P).
Dentre os sistemas de projeção, a projeção ortogonal, especificamente a cilíndrica, apresenta características dos objetos projetados em verdadeira grandeza. Devido a isso, ela é largamente utilizada no desenho técnico por profissionais.
Para estudar o sistema de projeção ortogonal, é necessário entender a geometria descritiva criada por Gaspard Monge, também conhecido como sistema mongeano ou dupla projeção ortogonal. A partir desse sistema, é possível obter as projeções ortogonais, em que as vistas são projetadas em planos de projeção.
A geometria descritiva utiliza dois planos de projeção perpendiculares entre si. O desenho técnico, por sua vez, pode utilizar até seis planos de projeção.
MÉTODO MONGEANO
Estudar os fundamentos do sistema mongeano, como o estudo da reta, é necessário, uma vez que facilita o entendimento do posicionamento das retas no espaço e suas respectivas projeções nos planos π e π’. Imagine dois planos perpendiculares entre si, um vertical e um horizontal, dividindo-se em quatro regiões e formando um ângulo denominado diedro.
DICA
A sequência da numeração dos diedros é feita no sentido anti-horário, ou seja, no sentido contrário aos movimentos dos ponteiros do relógio.
Cada plano de projeção está associado a um centro projetivo (O e O’). Assim, o método determina que os raios projetantes que surgem do centro projetivo sejam perpendiculares ao plano horizontal (π) e ao plano vertical (π’), ou seja, os raios projetantes são cilíndricos e ortogonais.
Podemos ver, na Figura 8, a interseção do plano vertical e do plano horizontal, perpendiculares entre si, que resulta em uma linha chamada linha de terra. A cota está no plano vertical (π’), e será positiva quando o ponto estiver acima da linha de terra e negativa quando estiver abaixo da linha de terra.
A dimensão de afastamento, presente no plano horizontal (π), será positiva quando estiver antes da linha de terra e negativa quando estivar depois da linha de terra. Entre a cota e a extremidade do plano vertical, paralela à linha de terra, temos a dimensão da abcissa.
Figura 8. Projeção do ponto A, no plano horizontal e vertical. Fonte: BASTOS, 2016, p. 12. (Adaptado).
OPERAÇÕES PROJETIVAS NO ESPAÇO
Admitindo que qualquer figura geométrica, seja plana ou tridimensional, é um conjunto de pontos, podemos concluir que as operações necessárias para obter as projeções de um objeto é um conjunto de operações para alcançar as projeções de todos os pontos que o definem.
Em um sistema projetivo (1º, 2º, 3º ou 4º diedro), independentemente da localização do objeto, os centros projetivos e o observador da projeção estão sempre na mesma posição em relação ao conjunto, ou seja, o centro projetivo (O)∞ está localizado no semiespaço acima do plano horizontal (π) e o centro projetivo (O’)∞ está no semiespaço anterior ao plano vertical de projeção (π’).
Vamos entender melhor como funciona o método com a Figura 9.
Figura 9. Ponto P situado no 1º diedro. Fonte: BASTOS, 2016, p. 12. (Adaptado).
A projeção de (P) em (π) ocorre devido ao raio projetante que parte do centro projetivo (O), perpendicular ao plano (π), e determina o ponto P. Assim, podemos dizer que há uma projeção de (P) no plano (π). No plano (π’) ocorre o mesmo procedimento: o raio projetante parte do centro projetivo (O’), perpendicular ao plano (π’), e determina o ponto P’. Neste caso, podemos dizer que há uma projeção de (P) no plano (π’).
DICA
O ponto P é chamado de projeção horizontal de (P), enquanto o ponto P’ é chamado de projeção vertical do mesmo ponto (P).
PLANIFICAÇÃO DO SISTEMA: ÉPURA
O próximo passo é utilizar o sistema de projeção em um mesmo plano. Para isso acontecer, considere a linha de terra como um eixo de rotação e gire o plano horizontal (π) no sentido horário até coincidir com o plano de projeção (π’), conforme mostram as Figuras 10 e 11.
· 1
· 2
Figura 10. Rebatimento do plano horizontal (π): épura. Fonte: BASTOS, 2016, p. 13. (Adaptado).
Figura 11. Rebatimento do plano horizontal (π): épura. Fonte: BASTOS, 2016, p. 13. (Adaptado).
Somente as projeções são representadas na épura, excluindo os elementos da figura noespaço. O segmento P a P’ é chamado de linha de chamada. Ele é perpendicular à linha de terra. A distância entre P’ a LT é medida pela cota e a distância de P a LT é medida pelo afastamento.
DIEDRO
A posição das vistas pode ser realizada por métodos diferentes. No Brasil, o mais utilizado é o método de projeção no 1º diedro, também denominado de sistema europeu de projeção. O 3º diedro, por sua vez, é menos utilizado no Brasil e é conhecido como sistema americano de projeção.
O símbolo do método de projeção do 1º e 3º diedro pode ser visto na Figura 12.
Figura 12. Símbolo do método de projeção do 1º diedro (a) e do 3º diedro (b). Fonte: CRUZ, 2016, p. 12. (Adaptado).
Há diferenças entre a disposição das vistas do 1º e do 3º diedro. Dessa maneira, deve ser indicada, na folha de desenho, qual foi a projeção escolhida. A Norma NBR n. 10067, emitida em 1995, traz mais informações sobre as proporções e dimensões dos símbolos do 1º e 3º diedros.
ESTUDO DESCRITIVO DA RETA EM DOIS PLANOS
A geometria descritiva estabelece que uma reta é constituída por infinitos pontos. Todavia, são necessários apenas dois pontos para criá-la. Dessa forma, para projetar um segmento, basta projetar dois pontos extremos.
Existem três posições de retas:
Clique nos botões para saber mais
Segmentos de reta paralelos ao plano de projeção
–
As retas são projetadas em sua verdadeira grandeza, ou seja, com sua medida e inclinações reais, seja no plano horizontal ou vertical, conforme mostra o item (a) da Figura 13;
Segmentos de reta perpendiculares ao plano de projeção
–
Ocorre quando a projeção da reta é reduzida a apenas um ponto, não importando a posição do plano, conforme mostra o item (b) da Figura 13;
Segmentos de reta oblíquos em relação ao plano de projeção
–
Esse tipo de reta não é representado em verdadeira grandeza, ou seja, há uma deformação linear, não importando a posição do plano. Desse modo, ela sempre terá uma deformação, conforme mostra o item (c) da Figura 13.
Figura 13. Segmentos de retas paralelos (a), perpendiculares (b) e oblíquos (c) em relação ao plano de projeção. Fonte: MICELI; FERREIRA, 2009, p. 15. (Adaptado).
ESTUDO DESCRITIVO DE OBJETOS COM TRÊS DIMENSÕES EM DOIS PLANOS
Os objetos possuem complexidades maiores que apenas um ponto ou uma reta. Nesse sentido, quando nos deparamos com objetos mais complexos, é necessário identificar seus vértices. Na Figura 14, por exemplo, é possível identificar dez vértices, enumerados de A a J, aos quais podemos aplicar o conceito de projeção ortogonal.
EXPLICANDO
Um vértice é o ponto em comum entre dois ou mais lados de uma figura geométrica.
Figura 14. Identificação dos vértices e projeções ortogonais sobre os planos de projeção que constituem o referencial. Fonte: SILVA et al., 2006, p. 49. (Adaptado).
O item (b) da Figura 14, por exemplo, ilustra a projeção do objeto em dois planos. Cada plano estabelece dois pontos: um no plano de projeção vertical, designado por ’’, e um no plano de projeção horizontal, denominado ‘, associados ao ponto. Mais detalhes podem ser vistos na Figura 15.
Figura 15. Épura e representação do objeto da Figura 14. Fonte: SILVA et al, 2006, p. 49. (Adaptado).
PROJEÇÃO EM TRÊS PLANOS
Determinados objetos apresentam maior complexidade e dispõem de uma quantidade mais ampla de características. Assim, sua representação em apenas dois planos de projeção pode levar o leitor do desenho ao erro, conforme demonstra a Figura 16. Com isso, faz-se necessário aumentar o número de planos de projeção. Segundo as autoras Maria Teresa Miceli e Patricia Ferreira, autoras do livro Desenho técnico básico, de 2009, no desenho técnico, os planos de projeção correspondem às três vistas ortogonais principais, listadas a seguir.
· A projeção no plano vertical é chamada de vista frontal (VF);
· A projeção no plano horizontal é chamada de vista superior (VS);
· A projeção no plano de perfil corresponde à vista lateral (VL).
· 1
· 2
Figura 16. Ambiguidade na representação de projeções ortogonais (insuficientes) de um objeto. Fonte: SILVA et al., 2006, p 49. (Adaptado).
Figura 17. Projeção ortogonal adicional: plano de projeção adicional. Fonte: SILVA et al., 2006, p. 49. (Adaptado).
Como podemos observar na Figura 17, a vista adicional traz mais informações acerca das características do objeto. Sem ela, seríamos induzidos ao erro. Nesta situação, o observador consegue ter uma percepção em três dimensões a partir das projeções nos planos, conforme a Figura 18.
Normas de representação
Para representar um objeto no desenho técnico é necessário conhecer um conjunto de assuntos e normas específicos, como as linhas e suas respectivas espessuras. O desconhecimento dessas propriedades, por outro lado, torna impossível a realização do desenho, bem como sua correta leitura e interpretação.
Por esse motivo, foi sendo convencionada, na área, uma normatização especializada que determina os diferentes tipos de linhas a serem adotados para cada elemento representado. Por exemplo: a aresta de contorno visível de uma peça deve ser representada de maneira diferente de uma aresta invisível, segundo afirmado por Arlindo Silva e os outros autores do livro Desenho técnico moderno, de 2006.
Neste tópico iremos conhecer os diversos tipos de linhas, suas denominações e usos específicos.
APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS
A norma que formaliza a aplicação das linhas em desenhos técnicos é a NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos, de 1984, que apresenta os tipos de linhas, suas denominações e aplicações, que podem ser encontradas a seguir, no Quadro 1.
Quadro 1. Tipos de linhas, denominação e uso. Fonte: NBR 8403, 1984, p. 2. (Adaptado).
A NBR 8403 também prescreve que, se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.
Figura 19. Aplicação geral das linhas. Fonte: NBR 8403, 1984, p 3. (Adaptado).
Veja a seguir mais alguns exemplos da aplicação das linhas aos desenhos.
Linha para contornos e arestas visíveis: é uma linha contínua, larga e uniforme, que serve para indicar as arestas visíveis do objeto (Figura 20).
Figura 20. Exemplo de contorno visível. Fonte: CRUZ, 2016. (Adaptado).
Linha para contornos e arestas não visíveis: é uma linha tracejada, larga e uniforme, que serve para indicar as arestas não visíveis do objeto (Figura 21).
Figura 21. Exemplo de linha tracejada – contorno não visível. Fonte: CRUZ, 2016. (Adaptado).
Linha de centro: linha estreita formada por traços e pontos alternados uniformemente. Ela serve para indicar, no desenho, o centro de furos (circulares ou quadrados), arcos de circunferência etc. (Figura 22).
Figura 22. Exemplo de linha de centro. Fonte: CRUZ, 2016. (Adaptado).
Na Figura 23 temos ainda outros exemplos de linhas, a saber: hachura – linha estreita, linha de cota e auxiliar, linha de corte etc.
Figura 23. Exemplo de linhas: hachura – linha estreita (a), linha de cota e linha auxiliar (b), linha de corte – traço e ponto estreita, larga nas extremidades. Fonte: CRUZ, 2016. (Adaptado).
Por fim, segundo a NBR 8403, se diferentes tipos de linhas forem usados, os respectivos significados devem ser explicados no próprio desenho ou por meio de referência às normas específicas correspondentes.
ORDEM DE PRIORIDADE DE LINHAS COINCIDENTES
Na ocorrência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, alguns aspectos devem ser observados, conforme disposto a seguir, com base na NBR 8403:
· 1
Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A);
· 2
Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F);
· 3
Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreita, larga nas extremidades e na mudança de direção, tipo de linha H);
· 4
Linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G);
· 5
Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K);
· 6
Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B).
SINTETIZANDO
Nesta unidade nós tratamos da projeção e suas prioridades, iniciando pela introdução do processo de projeção e elucidação da representação deum desenho técnico.
Você, leitor, pôde conhecer os diferentes tipos de projeções e perceber suas mudanças desde a criação do sistema mongeano, que utiliza a base da geometria descritiva na representação gráfica das vistas de um objeto sob os planos de projeção. Além disso, foi possível explicar qual a importância desse sistema para os profissionais que utilizam este método para exercício de suas atividades.
Além disso você viu que a representação dos desenhos é normatizada, estando sujeita a uma padronização da linguagem gráfica do desenho técnico, que leva em conta os tipos de vistas utilizadas, tipos de linhas, e como e quando utilizá-las. Dessa maneira, todo desenho técnico criado dentro das normas pode ser lido por qualquer pessoa que possua conhecimentos básicos.

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