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APS Fitoterapia - Estresse e Insônia

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4
UNIVERSIDADE PAULISTA
ANA LAURA DE TOGNI LAMARCA
GIULIANA DA SILVEIRA
KETHILYN THAIS OLIVEIRA DA SILVA
LAURA FERNANDA SIMEÃO
LAUREN JACQUELINE LOPES DOS SANTOS
MELLANYE AREALA MOSCATELLI FOGAÇA
NATALIA BARBOSA MORAES RODRIGUES
STEFANY MARTINS MORENO MAIETO
THAUANY CONCEIÇÃO SILVA
YASMIN BEATRIZ DOS SANTOS
FITOTERAPÍA E PLANTAS MEDICINAIS 
ESTRESSE E INSÔNIA
SOROCABA-SP
2017
ANA LAURA DE TOGNI LAMARCA
GIULIANA DA SILVEIRA
KETHILYN THAIS OLIVEIRA DA SILVA
LAURA FERNANDA SIMEÃO
LAUREN JACQUELINE LOPES DOS SANTOS
MELLANYE AREALA MOSCATELLI FOGAÇA
NATALIA BARBOSA MORAES RODRIGUES
STEFANY MARTINS MORENO MAIETO
THAUANY CONCEIÇÃO SILVA
YASMIN BEATRIZ DOS SANTOS
FITOTERAPÍA E PLANTAS MEDICINAIS 
Estresse e Insônia
Trabalho apresentado à disciplina Atividades Práticas Supervisionadas 
Orientador: Profa. Gabriela Zinn
SOROCABA-SP
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	4
1.1.	Justificativa	6
2.	OBJETIVOS	6
2.1.	Objetivo Geral	6
2.2.	Objetivo Específico	6
3.	RESENHAS CRÍTICAS SOBRE OS ARTIGOS	7
3.1.	Artigo 1	7
3.2.	Artigo 2	9
3.3.	Artigo 3	12
4.	PLANEJAMENTO EDUCATIVO	14
4.1.	Conteúdo a ser estudado	14
4.2.	Estratégia Educativa (ações a serem desenvolvidas)	14
4.3.	Programação de tempo para cada ação	14
4.4.	Recursos Necessários	14
DISCUSSÃO	15
CONCLUSÃO	16
REFERÊNCIAS	17
APÊNDICE	18
Entrevista	18
Folheto Informativo	19
Questionário Avaliativo	20
ANEXO	21
Artigo 1	21
Artigo 2	33
Artigo 3	44
 
 
 
INTRODUÇÃO
Ao longo do século a indústria farmacêutica vem facilitando o consumo de diversos medicamentos alopáticos para fins de combater enfermidades. Porém, devido à grande dificuldade ao acesso à saúde e os altos custos dos medicamentos, a grande parte da população busca medidas terapêuticas alternativas, devido ao fácil acesso e baixo custo das ervas medicinais, além de sofrer influência da tradição familiar (Menezes et al, 2012). 
Estando no reino vegetal a maior disponibilidade de medicamentos, sendo as plantas medicinais consideradas importantes fitoterápicos e além de contribuir para descoberta de novos fármacos (Araújo et al, 2015). Plantas medicinais são utilizadas como terapêuticos de forma natural ou cultivada (Menezes et al, 2012).
O termo fitoterápico corresponde quando a planta medicinal é industrializada afim de evitar a contaminação por microrganismos e substâncias externas, para permitir uma segurança e eficácia do medicamento por meio de quantidade e a forma adequada a ser utilizado (ANVISA).
O uso de plantas medicinais é relatado por todas as civilizações, sendo utilizada como remédio nas obras chinesas, relativo a 2.800 a.C (Araújo et al, 2015). No Brasil, o aparecimento da medicina alternativa com o uso de plantas medicinais ocorreu durante a colonização, devido as influências indígenas, africanas e europeias, já que os cuidados médicos eram voltados apenas para as metrópoles, dessa forma as zonas rurais e suburbanas tiverem que recorrer ao uso das ervas medicinais (Menezes et al, 2012).
Estados e municípios com a intenção de compor a carência de medicamentos em determinadas comunidades, eles vêm propondo nas últimas décadas a inclusão de serviços fitoterapia na atenção primária a saúde (Menezes et al, 2012). Os incentivos para a prática da fitoterapia têm a finalidade de aumentar os recursos terapêuticos, resgatar tradições, impulsionar a agroecologia, a expansão social e a educação ambiental, popular e permanente (Antônio; Tesser; Moretti-Pires, 2014).
A demanda pelos tratamentos com a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos, mais que dobrou entre o ano de 2013 e 2015, segundo dados do Ministério da Saúde, esse crescimento foi de 161% no Sistema Único de Saúde (SUS) (Brasil, 2016).
Atualmente, pelo mens 90% da população mundial apresenta quadros de estresse, o que pode ocasionar problemas mentais como depressão, ansiedade e também alguns problemas físicos (Kurebayashi et al, 2016).
O conhecimento sobre o estresse pela população, de acordo com Bordin (2016) "Normalmente, usam a palavra para significar que o dia foi corrido ou cheio de tarefas. Isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido"
A doença pode ser causada tanto por modo interno ou externo, sendo o interno ligado a características da personalidade do indivíduo, no modo dele realizar tudo ao mesmo tempo, com pressa e rapidez, e o externo que está relacionado com o ambiente em que o ser humano está, seja em momentos positivos e negativos pois requer adaptação (trânsitos, troca de emprego, nascimento de filho, demissão e etc.). O indivíduo que sofre com problemas de estresse pode ter aumento da pressão arterial e da frequência respiratória, entre outras coisas que também podem estar relacionadas. O estresse pode provocar alguns sinais como: alteração do sono, tensão muscular, hipertensão arterial, ansiedade, depressão, alterações de humor e mudança de apetite (Selma Bordin, 2016)
Pesquisas realizadas apontam que o estresse dessincroniza os ritmos cardíacos, fazendo com que os padrões do sono possam se alterar. Assim como a adrenalina, o cortisol é outro hormônio liberado pelas glândulas suprarrenais que quando liberados em excesso pode desencadear a facilidade no ganho de peso. (Dr. Felippo Pedrinola, 2006)
O alívio do estresse não necessariamente precisa ser feito através de medicamentos, pode ser tratado com ervas medicinais e naturais como chá de camomila, erva de capim – cidreira, hortelã. Além de aliviar o estresse, elas ajudam a diminuir os sintomas causados pelo estresse, tais como: cefaleia, insônia, dores na cavidade abdominal, quedas de cabelo e etc. (Selma Bordin, 2017)
Excesso de estímulos antes de dormir, uso de drogas, problemas financeiros, doenças, falta de rotina e de atividade física; esses são fatores que desencadeiam a insônia nas pessoas. Sabe-se, que para um adulto, a quantidade média de sono necessária, são de 8 horas por dia, porém, com o cotidiano cada vez mais agitado, consequente de um mundo globalizado, faz com que essas 8 horas, tornem-se cada vez mais difíceis de serem cumpridas. A insônia é classificada em quatro tipos: Insônia primária sem patologia geradora (sonambulismo, pesadelos), insônia gerada por doenças psicológicas (depressão, ansiedade, estresse situacional), insônia gerada por doença física (dor, falta de ar), insônia gerada por uso de drogas (hormônios, cocaína). A acupuntura, psicoterapia cognitiva, remédios indutores de sono, exercícios físicos, massagem e a 'fitoterapia' podem ser tratamentos para a insônia. Na fitoterapia, o uso de ervas medicinais como a Valeriana— seu marcador químico é o ácido valerêncio, o fitoterápico diminui a latência do sono e a quantidade de sono de ondas lentas em pacientes insones ou submetidos à fragmentação do sono—; Kawa kawa — recomendada em estágios leves a moderados de insônia em curto prazo; Camomila; Maracujá; Erva-cidreira são benéficos no tratamento contra a insônia.
1.1. Justificativa
Tem como fundamento, a explanação e apresentação da importância do uso e reconhecimento das funções e benefícios das plantas medicinais, que existentes há milênios, não são valorizadas por toda a população. De acordo com Varela DSS, Azevedo DM (2013) “Medidas precisam ser tomadas pelos gestores municipais na tentativa de proporcionar conhecimento sobre a eficácia e segurança das plantas medicinais/fitoterápicos”.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Despertar o conhecimento do uso das ervas medicinais para o tratamento de estresse e insônia.
2.2. Objetivo Específico
· Identificar os malefícios que o estresse e a insônia põem trazer à saúde;
· Explicas o que é o uso de fitoterápicos;
· Orientar sobre quais plantas medicinais ajudam nas doenças apresentadas.
3. RESENHAS CRÍTICAS SOBRE OS ARTIGOS
3.1. Artigo 1
· TEMA: Conhecimento e uso da Fitoterapia no tratamento de doenças.
· REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Araújo AKL, Araújo Filho ACA, Ibiapina LG, Nery Rocha SS. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia na atenção básica: umarevisão integrada fundam carei 2015; 7(3) 2826-34
· QUAL O PROBLEMA ABORDADO PELO AUTOR?
O tabu e a dificuldade de aceitação dos fitoterápicos na sociedade.
O termo fitoterapia corresponde a uma atenção básica terapêutica que utiliza componentes das plantas ou vegetais tendo como técnica a prevenção, tratamento ou cura de doenças. Teve sua primeira referência na obra chinesa relatando o uso das plantas medicinais em várias civilizações.
Porém com o aumento de indústrias farmacêuticas esse uso foi diminuído, mas não totalmente, pois existe ainda muitas pessoas utilizando a fitoterapia por conta do alto custo dos medicamentos e da atenção médico-privada.
A equipe de Estratégia Saúde da Família (Usf) tem uma atenção especial por ter conhecimento e vínculo a população. Além disso o enfermeiro também é destacado por seu conhecimento com as práticas de prevenção e promoção da saúde, fazendo com que eles conheçam as culturas de cada povo.
Em alguns estados como o Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e Paraíba foram locais que mais estudaram o termo fitoterapia, cada estado citado aprofundou-se o assunto de uma maneira, mas todos chegaram à conclusão de que essa forma de tratamento com uso de plantas medicinais e extrema importância em um Sistema Único de Saúde (SUS), BS, e na Saúde da Família, porém requer muitos estudos, práticas, conhecimento dos mesmos além da influência dos fatores culturais.
Enfermeiros da eSF de Caicó (RN), destacaram a ausência de insumos no serviço de saúde além da análise de dificuldades encontrada por enfermeiros nas UBS de João Pessoa (PB), que os profissionais apresentaram conhecimentos insuficientes, impedindo que essa terapia seja implantada nas USF.
Sendo assim, precisam ser tomadas medidas que proporcionem conhecimentos sobre a terapia, eficácia e segurança das plantas medicinais, capacitando esses profissionais que atuam de maneira certa.
É de conhecimento geral que a fitoterapia e um método satisfatório para a população, pois além do tratamento e prevenção, este tipo de terapia oferece a cura para o indivíduo.
Além de tudo a garantia de algumas plantas e ervas que também podem dar ao ser humano o bem-estar físico e emocional, pois existem ervas que tem o poder de relaxar e inibir o estresse da população.
Com base no estudo citado pelo autor, o enfermeiro tem total importância nesse assunto, com conhecimento profissional e também a criação de vínculo com os povos, promovendo assim um ambiente com a família mais agradável facilitando o tratamento da doença.
O vínculo criado deve ser de forma igual para todos, desprezando as diferenças tais como: cor, raça, cultura, idade, religião, e outros fatores de segregação.
O cuidado de enfermagem fica mais produtivo com a fitoterapia por vir de produtos naturais. A atenção básica nesse termo é utilizada de acordo com as necessidades do paciente.
Enfim, a fitoterapia é um ótimo investimento e além disso é de baixo custo e todos podem ter contato com tais plantas e ervas. Não seria necessário o uso de drogas em alguns casos, sendo assim não acomete a saúde do ser humano se uso for moderado.
3.2. Artigo 2
· TEMA: Estratégia Saúde da Família no uso de medicamentos terapêuticos em atenção primária.
· REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA
Menezes VA, Anjos AGP, Pereira MRD, Leite AF granville-garcia AF. Terapêutica com plantas medicinais na percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da J de um município do agreste pernambucano. Odenb 20(39). 111-22.
· QUAL O PROBLEMA ABORDADO PELO AUTOR?
A falta de desconhecimento da utilização de plantas medicinais.
O uso de medicamentos proporcionou avanços farmacêuticos em busca de diminuir doenças na humanidade. As pessoas em busca do tratamento, ao menos 80% procuram remédios naturais, em busca de ervas medicinais devido à crise econômica do século XX e devido ao fácil acesso. Esse método de cura com ervas naturais se assa de geração para geração, chegando no dia de hoje como fitoterapia.
No Brasil, os índios iniciaram essa forma de fitoterapia com o uso e plantas medicinais que vem recebendo uma satisfação positiva e significativa de uso.
Essa utilização de métodos naturais traz benefícios como: menos gasto com medicamentos, valorização da cultura, contribuição para validação científica da espécie.
Plantas medicinais são aqueles naturais ou cultivadas que são para o uso exclusivo para terapias, já o termo fitoterapia se refere a medicamentos com substâncias vegetais e derivados em sua composição.
Em 2006 o governo federal aprovou a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos (PNPMF), como elemento fundamental de ação capaz de promover melhoras na qualidade de vida do ser humano.
Os remédios fitoterapêuticos só podem ser vendidos sob prescrição médica, pois o desconhecimento sobre os efeitos em caso de automedicação pode gerar fatores preocupantes.
Em tempos, vem surgindo a ideia em alguns estados brasileiros o uso da fitoterapia como atenção primária em comunidades, suprindo a carência de medicamentos e possibilitando a recuperação com os medicamentos fitoterapêuticos acessíveis.
O estudo da ESF (Estratégia Saúde da Família) foi específico para verificar o uso de medicamentos terapêuticos em atenção primária.
Neste contexto foi feito um estudo com 104 profissionais de níveis superior localizados na zona urbana e rural do município Caruaru (PE, Brasil), em unidades de estratégia de saúde da família, sendo 26 médicos, 36 dentistas e 42 enfermeiros, foram entrevistados 82 profissionais que concordaram em participar dos estudos. Os dados da entrevista foram feitos individualmente e em salas reservadas.
Na pesquisa foram feitas 6 tabelas e obtiveram os seguintes resultados: a idade dos pesquisadores variam entre 23 a 79 anos e desvio padrão de 10,49 anos.
A reorganização das práticas da atenção à saúde em nova base é substituir o modelo tradicional levando a saúde para mais perto da família. Estas ações são imprescindíveis para a melhoria do acesso a população aos fitoterápicos, a inclusão social e regional ao desenvolvimento industrial e tecnológico, além da valorização e preservação do conhecimento tradicional.
Os tipos de plantas medicinais mais utilizadas são: aroeira, juá, gengibre, boldo caseiro e a camomila. Orientam os pacientes a tomarem sob a forma de chá e de raspas.
Os profissionais de saúde da eSF não utilizam com frequência a terapêutica medicinal pois querem se aprofundar mais para saber a recomendação exata para cada medicamento terapêutico e poder prescrevê-los.
A conclusão que chegaram de acordo com essa pesquisa para saber a porcentagem de profissionais que utilizam as plantas medicinais no lugar de medicamentos, foi que eles não utilizam frequentemente essa prescrição por falta de aprofundamento sobre as plantas medicinais acreditam no funcionamento e no baixo custo para avaliação primária, eficácia e fácil acesso.
Devido a esse estudo realizado com profissionais na área da saúde, podemos ver o quão importante o conhecimento das plantas medicinais a favor de uma melhora nas atividades farmacológicas e a toxidade em relação aos costumes, tradições e condições socioeconômicas e também no momento de auxílio ao paciente. 
3.3. Artigo 3
· TEMA: A Eficácia do tratamento fitoterápico em estresse, ansiedade e depressão.
· REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Kurebayashi. LSF, Turrini RNT, Kuba G, Shimizu Takiguchi RS. Fitoterapia chinesa para redução de estresse, ansiedade e melhoria da qualidade de vida: ensaio clínico randomizado. Ver ESC Enferm USP.2016;50(5);853
· QUAL O PROBLEMA ABORDADO PELO AUTOR? 
O estresse na sociedade atual e os sintomas e doenças desencadeados por ele.
Atualmente, pelo menos 90% da população mundial apresenta quadros de estresse, o que pode ocasionar problemas mentais como depressão, ansiedade e também problemas físicos. A terapia chinesa vem surgindo com o objetivo da promoção do bem-estar e prevenção, e o uso de plantas medicinais como mecanismo vêm sendo utilizado há mais de mil anos, porém sua eficácia ainda deveser estudada e reconhecida.
O estudo chinês é feito através do uso da fórmula Gan Mai Da Zao (GMDZ), que tem como função ampliada a depressão, mas que também atinge com grande sucesso os problemas como estresse crônico, (estudo realizado nos ratos em laboratório onde a função química atuou na diminuição dos níveis de glumato aumentando a recepção necessária no córtex frontal).
A fórmula GMDZ é composta por Alcaçuz, com aspecto doce e neutro e função de nutrir o coração e assim eliminar os espasmos, o trigo com sabor salgado e neutro, agindo na harmonização da mente e por último a jujuba, com característica doce e morna com a habilidade de tonificação e nutrição do sangue e do QI
O estresse não é estritamente maléfico, pois é com ele que o organismo desenvolve maneiras de resolver o problema, podendo ser também estimulante e motivados. O que prejudica a saúde do indivíduo é sua intensidade que pode acarretar desequilíbrio neural e interferência cognitiva em tomada de decisões, humor e ansiedade.
O estudo clínico realizado observou 89 indivíduos, com média de 37 anos, sexo feminino e com alguns sintomas tais como: problemas nas costas, pânico, sequela pós cirurgia e gastrite. Esses indivíduos foram divididos em 3 grupos. O primeiro grupo era para controle, onde dos 29 destinados à observação, apenas 20 seguiram e foram analisados. O segundo grupo com tratamento por placebo foi de 30 indivíduos, o qual apenas 26 seguiram, e o resultado foi positivo para problemas físicos e psicológicos, como pânico e apavoramento (redução de 32,0% e 35,0%) e náuseas (redução de 19,0%). O placebo era considerado produto inativo, porém, através de estudos clínicos, foi considerado eficiente em fatores psicológicos.
O último grupo foi a aplicação de fitoterápico, com 30 participantes de início, e permanência de apenas 25, onde seu resultado também foi positivo, com redução de sintomas relacionados ao coração, como esquecimento (redução em 18,0%) e pesadelos (redução em 28,0%). Além disso a exaustão do indivíduo ocasionada por insuficiência de rins e pulmões diminui cerca de 28,0%.
Assim, o estudo chinês pode analisar os problemas ocasionados pelo estresse e estudar a eficiência de substâncias que tiveram influência psicológica (placebo). Além disso, o sucesso o uso de fitoterápicos no controle de doenças. O uso de plantas medicinais deve ser mais aderido e estudado pois apresenta alto nível de eficiência para as patologias.
4. PLANEJAMENTO EDUCATIVO
4.1. Conteúdo a ser estudado
· Significado e sintomas de estresse e insônia;
· Como utilizar ervas medicinais no tratamento de doenças;
· Identificar as principais ervas utilizadas no tratamento de estresse e insônia.
4.2. Estratégia Educativa (ações a serem desenvolvidas)
· Encenação: demonstração da existência e desenvolvimento dos sintomas no cotidiano do indivíduo;
· Roda de Conversa: entrega da entrevista, e troca de experiência, com bate papo sobre o tema em questão;
· Atividade interativa: teste para avaliar o conhecimento dobre os chás existentes no mercado e entrega de panfleto educativo;
· Entrega de avaliação da apresentação. 
4.3. Programação de tempo para cada ação
· Cerca de 15 minutos para as três estratégias educativas.
4.4. Recursos Necessários
· Panfletos Explicativos;
· Som Portátil;
· Chás, garrafas térmicas e copinhos;
· Sementes para a distribuição;
DISCUSSÃO
Na apresentação do trabalho, aplicamos o questionário de FeedBack, para que os convidados avaliassem todos os aspectos da equipe.
Alunos Pesquisados: 50 (100%)
· Meio de Comunicação:
· 98% (49 pessoas): Muito Satisfeito;
· 2% (1 pessoa): Pouco Satisfeito.
· Qualidade da apresentação:
· 98% (49 pessoas): Muito Satisfeito;
· 2% (1 pessoa): Insatisfeito.
· Interação entre alunos e integrantes do grupo:
· 94% (57 pessoas): Muito Satisfeito;
· 6% (3 pessoas): Pouco Satisfeito.
· Forma com a qual o tema foi abordado:
· 100% (50 pessoas): Muito Satisfeito;
· Conhecimento dos integrantes do grupo:
· 96% (58 pessoas): Muito Satisfeitos
· 4% (2 pessoas): Pouco Satisfeitos
De acordo com os resultados obtidos, pudemos analisar a qualidade da apresentação. Diante de resultados de interação com alunos e qualidade de apresentação, acreditamos ter sido ocasionado pela grande rotatividade de alunos, não podendo participar de toda a parte explicativa. No quesito conhecimento, tivemos alguns não tão satisfeitos com esse aspecto, acreditamos ter sido uma falta e comunicação entre a os integrantes para que houvesse uma completa explanação por parte de todos.
CONCLUSÃO
Com a análise da presente sociedade e suas patologias citadas, vemos a necessidade de implantação de um tratamento dos sintomas que são gerados por hábitos comuns na vida do cidadão, mas que acabam acarretando em sua rotina. Assim, deixamos de lado o uso de medicamentos e abrimos visão para o mundo dos fitoterápicos, cuja característica é a utilização de substâncias naturais em sua composição, e também ao uso de plantas medicinais, as quais podem ser encontradas, cultivadas e consumidas sem nenhuma prescrição, ou risco de automedicação. Essas plantas possuem fácil acesso, e desde tempos são consideradas eficientes no tratamento ou até na qualidade e bem-estar de vida da sociedade, porém não são tão utilizadas e reconhecidas pela população e pelos profissionais da área da saúde, que acabam investindo em medicamentes formulados e com um alto custo.
Relacionadas ao estresse e insônia, podemos citar primordialmente a Camomila, planta encontrada na maioria das localidades sem nenhuma dificuldade, e que atende a ambas patologias, pois além de estarem interligadas biologicamente, a insônia é um dos sintomas do desenvolvimento do estresse.
Algumas pesquisas foram realizadas entre fitoterápicos (substâncias naturais) e placebos (previamente considerados ineficazes), de forma a avaliar tanto a capacidade de uma substância inativa e também o desenvolvimento da fitoterapia. O resultado apresentado foi de sucesso em ambos os casos, com maior incentivo psicológico para os placebos, e significativa redução de sintomas presentes nos entrevistados com os fitoterápicos, evidenciando assim que as plantas medicinais não são consideradas mito, aspecto cultural ou ausência do atendimento biomédico, e sim apenas um tabu presente na sociedade.
REFERÊNCIAS
ANVISA. Medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/fitoterapicos
Brasil. Uso de plantas medicinais e fitoterápicos sobe 161%. Portal Brasil [online]. 2016 jan 22. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2016/06/uso-de-plantas-medicinais-e-fitoterapicos-sobe-161
Antônio GD, Tesser CD, Moretti-Pires RO. Fitoterapia na atenção primária à saúde. Rev Saúde Pública [online]. 2014; 48(3): 541-53. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n3/pt_0034-8910-rsp-48-3-0541.pdf
Araújo AKL, Araújo Filho ACA, Ibiapina LG, Nery IS, Rocha SS. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia na atenção básica: uma revisão integrada. Fundam. Care [online]. 2015 Jul-Set; 7(3): 2826-34. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-762274
Kurebabayashi LFS, Turrini RNT, Kuba G, Shimizu MHM, Takiguchi RS. Fitoterapia chinesa para redução de estresse, ansiedade e melhoria da qualidade de vida: ensaio clínico randomizado. Ver Esc Enferm USP [online]. 2016 ; 50(5): 853-60. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v50n5/pt_0080-6234-reeusp-50-05-0855.pdf
Menezes VA, Anjos AGP, Pereira MRD, Leite AF, Granville-Garcia AF. Terapêutica com plantas medicinais: percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da Família de um município do agreste pernambucano. Odonto [online]. 2012 Jan-Jun; 20(39): 111-22. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/cvsp/resource/pt/bbo-44455
APÊNDICE
Entrevista
 Ano: _________ Data: ___/___/____ Idade:______
1- Você já ouviu falar sobre erva medicinal?
_____________________________________________________________________________________________________2- Se sua resposta à pergunta anterior for 'SIM', qual erva você conhece?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
3- Você conhece alguém que planta erva na horta de sua casa?
_____________________________________________________________________________________________________
4- Sua família tem o hábito de tratar de alguma doença (por exemplo.: resfriados, gripes, febres, dores), com algum chá?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
5- Você sabia que existem diversos tipos de ervas e que cada uma tem suas funções? 
_____________________________________________________________________________________________________
6- Há ervas (das quais são feitos os chás) que são usadas para o tratamento do estresse, por exemplo, que são conhecidas popularmente por “acalmar” a pessoa. Você poderia citar alguma? 
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
7- As questões abordadas acima, tem um tema específico, do qual chama-se 'Fitoterapia', que resumidamente nada mais é que uma ciência da qual ocupa-se do tratamento de doenças através de ervas/plantas medicinais.
Você já tinha ouvido falar sobre “Fitoterapia”?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Folheto InformativoPlantas Medicinais
Questionário AvaliativoModo de preparo: ferva uma xícara (chá) de água e despeje nela uma colher (chá) da erva. Abafe por 15 minutos, coe e tome (se possível, sem adoçar). 
Consumo: no caso de estresse moderado, beba até três xícaras (chá) ao dia. Se o cansaço for intenso, ingira de quatro a seis xícaras diariamente.
Para insônia tomar 1 hora antes de dormir.
Contraindicação: mulheres grávidas devem consultar um médico antes de consumir qualquer chá relaxante. Já os hipertensos não podem tomar a bebida feita com as ervas citadas, pois elas possuem substâncias estimulantes.
Tília (Tilia cordata)
Parte usada: Folhas.
Alfazema (Lavandula oficcinalis)
Parte usada: Flor
Camomila (Matricaria Chamomilla)
Parte usada: Flor
Capim-Limão (Cymbopogon citratus)
Parte usada: Folha
Erva-Doce (Pimpinella anisum)
Parte usada: Semente
Erva-cidreira (Lippia alba)
Parte usada: Folhas
Hortelã (Mentha crispa)
Parte usada: Folhas
Maracuja (Passiflora edulis)
Parte usada: folhas e fruto.
 Marcela do Campo (Achyrocline satureioides)
Parte usada: Flor
Pitanga(Eugenia uniflora)
Parte usada: Folhas
 Valeriana (Valeriana offinalis)
Parte usada: Raiz
 Avaliação
 Série: Idade: _____ Data: ___/___/____ 
1. Com relação ao meio de comunicação utilizado, você ficou:
 
2. Com relação a qualidade da apresentação, você ficou:
 
3. Com relação a interação com os alunos e os integrantes do grupo, você ficou:
 
4. Com relação a forma que o tema foi abordado, você ficou:
 
5. Com relação ao conhecimento dos integrantes sobre o assunto, você ficou:
 
 Legenda:
 Muito satisfeito
Pouco satisfeito
Insatisfeito
ANEXO
Artigo 1
REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
Dificuldades enfrentadas por enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia na atenção básica: uma revisão integrativa
 Difficulties faced by nurses on the applicability of phytotherapy in the basic attention: an integrative review 
Las dificultades que enfrentan las enfermeras en la aplicabilidad de la fitoterapia en la atención básica: una revisión integral 
Anna Karolina Lages de Araújo1 , Augusto Cezar Antunes de Araujo Filho2 , Laís Gama Ibiapina3 , Inez Sampaio Nery4 , Silvana Santiago da Rocha5 
Objective: Analyzing the articles available in the literature about difficulties found by nurses on the applicability of phytotherapy in Basic Care. Method: The integrative review was the method adopted. To searching for studies, the following databases were selected: PubMed, LILACS and Portal Capes. There were included seven studies. Results: The articles indicated the absence of planning at the implementation of phytotherapy and other integrative practices and a part of management and of the proper health team as the main difficulties found. 
Conclusion: It needs for investments by the part of the managers on the introduction of implementation programs of those integrative therapies and complementary, beyond training and formation of human resources in the área. Descriptors: Nursing, Phytotherapy, Primary health care. Objetivo: Analisar artigos disponíveis na literatura sobre as dificuldades encontradas por enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia na Atenção Básica. Método: A revisão integrativa foi o método adotado. Para busca dos estudos, as seguintes bases de dados foram selecionadas: PubMed, LILACS e Portal de Periódicos da Capes. Foram incluídos sete estudos. 
Resultados: Os artigos indicaram a ausência de planejamento na implantação da fitoterapia e de outras práticas integrativas e complementares na atenção básica, a falta de capacitação dos profissionais de saúde e a não valorização por parte da gestão e da própria equipe de saúde como as principais dificuldades encontradas. Conclusão: Fazem-se necessários investimentos por parte dos gestores na introdução de programas de implantação das terapias integrativas e complementares, além de capacitação e formação de recursos humanos na área. Descritores: Enfermagem, Fitoterapia, Atenção primária à saúde.
 Objetivo: Analizar en artículos disponibles en la literatura acerca de las dificultades encontradas por los enfermeros en la aplicabilidad de la fitoterapia en la Atención Primaria. Método: La revisión integradora fue el método aprobado. Para coger los estudios, se seleccionaron las siguientes bases de datos: PubMed, LILACS y Portal Capes. Se incluyeron siete estudios.
 Resultados: Los artículos muestrearon falta de planificación en el despliegue de la medicina a base de hierbas y otras prácticas de integración complementarias en la atención primaria, la falta de formación de los profesionales de la salud y la no apreciación por la parte de la dirección y del propio personal de la salud como las principales dificultades que encuentran. 
Conclusión: Se hacen necesarias las inversiones por la parte de los administradores en la introducción de los programas de implementación de las terapias de integración y complementarias y la formación y desarrollo de recursos humanos en el área. Descriptores: Enfermería, Fitoterapia, Atención primaria de salud. 1 Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Teresina/PI, Brasil. E-mail: karol_lages@hotmail.com; 2 Enfermeiro. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Teresina/PI, Brasil. E-mail: araujoaugusto@hotmail.com; 3 Enfermeira. Mestranda do Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Teresina/PI, Brasil. E-mail: ibiapina.gama.lais@gmail.com; 4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal do Piauí. Teresina/PI, Brasil. E-mail: ineznery.ufpi@gmail.com. 5 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal do Piauí. Teresina/PI,Brasil. E-mail: silvanasantiago27@gmail.com
INTRODUÇÃO
A utilização da natureza para fins terapêuticos é tão antiga quanto a civilização humana. Historicamente, as plantas medicinais são consideradas importantes como fitoterápicos e na descoberta de novos fármacos, estando no reino vegetal a maior contribuição de medicamentos. O termo fitoterapia corresponde à terapêutica que utiliza medicamentos com componentes ativos de plantas ou derivados vegetais e que tem a sua origem no conhecimento e uso popular.1 A descoberta humana das propriedades úteis ou nocivas dos vegetais tem suas raízes no conhecimento empírico. A observação do comportamento dos animais e a verificação empírica dos efeitos da ingestão deste ou daquele vegetal no organismo humano teve um importante papel no descobrimento dos fármacos fitoterápicos. As referências históricas mostram relatos sobre plantas medicinais em praticamente todas as civilizações, sendo a primeira referência sobre o uso de plantas como remédio encontrada na obra chinesa, referente a 2.800 a.C.2 No Brasil, a utilização de plantas no tratamento de doenças apresentou influências das culturas africana, indígena e europeia. Registros apontam que os primeiros médicos portugueses que vieram para cá, diante da escassez de remédios empregados na Europa foram obrigados a perceber desde cedo a importância dos remédios vegetais utilizados pelos povos indígenas.1-2 A fitoterapia compõe assim, um elo das terapias complementares, que são técnicas que visam a assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando o homem como um todo e não um conjunto de partes isoladas. Com o desenvolvimento da indústria farmacêutica e da mudança de paradigmas na construção do conhecimento na área da saúde, esse uso foi diminuindo, porém nas últimas décadas, as terapias naturais e complementares têm se expandido em todo o mundo, o que pode estar relacionado: ao alto preço da assistência médico-privada, alto custo dos medicamentos industrializados, precariedade da assistência e a tradição no uso de plantas como complemento terapêutico.3 Além disso, a necessidade da população em controlar seu próprio corpo e recuperar sua saúde, assumindo as práticas de saúde para si e sua família, associado aos perigos do uso abusivo e irracional dos produtos farmacêuticos vem ocasionando uma maior busca pelas práticas complementares e integrativas, em especial, a fitoterapia. 2 Nesse contexto, essas práticas devem estar amplamente interiorizadas pelos profissionais da saúde, em especial, a equipe de estratégia Saúde da Família (ESF), por serem esses os profissionais mais acessíveis à população e os mais conhecedores do conhecimento popular, pela proximidade com o cotidiano dessas famílias. E dentro da equipe de ESF dá-se destaque ao profissional enfermeiro, por sua forte relação com as práticas de prevenção e promoção da saúde. Em virtude dessas práticas realizadas cotidianamente em sua rotina de trabalho, o enfermeiro constrói um vínculo maior com a comunidade, o que contribui para a qualidade da assistência prestada. Esse contato maior possibilita a esses profissionais conhecer a cultura e o saber popular da comunidade na qual está inserido, sendo capaz de empregá-los no processo saúde doença dessa população.4 Através da Resolução nº 197, de 19 de março de 1997, do Conselho Federal de Enfermagem, as terapias alternativas foram reconhecidas como especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem.5 Com a Portaria nº 971 de 03 de maio de 2006, o Ministério da Saúde consolidou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), consolidando essa prática no SUS e englobando todos os profissionais da saúde.1 O presente estudo tem como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas por enfermeiros da Atenção Básica na utilização da fitoterapia. 
MÉTODO
Para alcance do objetivo proposto optou-se pela escolha da revisão integrativa (RI). A construção da revisão baseou-se nas seguintes etapas: 1) Elaboração da questão de pesquisa; 2) Busca na literatura dos estudos primários; 3) Extração de dados dos estudos primários; 4) Avaliação dos estudos primários a serem incluídos na revisão; 5) Análise e síntese dos resultados da revisão e 6) Apresentação da revisão.6 A questão de pesquisa norteadora da revisão foi: “Quais as dificuldades encontradas por enfermeiros da Atenção Básica na utilização da Fitoterapia?”. A busca dos estudos primários foi realizada nas bases de dados National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Portal de Periódicos da Capes. Para realizar a busca, os descritores controlados foram delimitados de acordo com cada base de dados e os descritores não-controlados foram estabelecidos de acordo com leituras prévias sobre o tópico de interesse. Após isso, esses descritores foram combinados de diferentes formas com objetivo de estabelecer uma busca ampla nas bases escolhidas. Na base de dados PubMed utilizou-se os seguintes descritores controlados: phytotherapy, primary health care, nursing. Para as bases LILACS e Portal Capes os descritores controlados foram atenção primária em saúde, fitoterapia, plantas medicinais e enfermagem, usou-se ainda como palavras-chave: atenção básica e profissionais de saúde. Os critérios de inclusão dos estudos primários para a revisão foram: estudos que retratavam a utilização da fitoterapia na atenção básica e a visão do profissional enfermeiro acerca dessa prática; estudos publicados em inglês, português ou espanhol, no período de janeiro de 2004 a julho de 2014. Foram excluídos todos os estudos secundários, como as revisões, sendo elas de literatura, integrativas ou sistemáticas. A busca dos estudos primários ocorreu no mês de julho de 2014, tendo sido realizada por dois dos autores do estudo. O estudo comporta sete estudos primários, sendo um da base de dados PubMed, três da LILACS e três do Portal CAPES. A extração dos dados dos estudos primários foi realizada por dois dos autores da revisão independentemente. A análise dos resultados foi realizada de forma descritiva, incluindo uma síntese de cada estudo presente na revisão e realizando comparações entre diferenças e semelhanças nos estudos. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos artigos incluídos neste estudo, verificou-se que a maioria foi publicada no periódico “Ciência & Saúde Coletiva” (n=4), e que a região do Brasil que mais publicou foi a nordeste, com quatro artigos sobre a temática. Em relação à abordagem metodológica, a maioria das pesquisas utilizou a qualitativa, em que houve predomínio do tipo descritivo e exploratório. Apenas dois estudos adotaram a abordagem quanti-qualitativa. Pode-se observar, ainda, o crescimento da temática pelos estudos, onde se verifica uma intensificação das publicações nos últimos anos (Tabela 1). Tabela 1. Caracterização dos estudos incluídos. Teresina, Piauí, Brasil, 2014. Título do estudo Autores/Ano Delineamento do estudo Periódico UF A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Bruning MCR, Mosegui GBG, Vianna CMM. 2012 Exploratório, descritivo e qualitativo. Ciência & Saúde Coletiva PR Dificuldades de profissionais de saúde frente ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos. Varela DSS, Azevedo DM. 2013 Descritivo e qualitativo. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental RN Percepção dos enfermeiros da estratégia saúde da família sobre o uso da fitoterapia. Sampaio LA, Oliveira DR, Kerntopf MR, Brito Júnior FE, Menezes IRA. 2013 Descritivoexploratório, qualitativo. Revista Mineira de Enfermagem CE Fitoterapia na Atenção Básica: olhares dos gestores e profissionais da Estratégia Saúde da Família de Teresina (PI), Brasil. Fontenele RP, Sousa DMP, Carvalho ALH, Oliveira FA. 2013 Qualiquantitativo. Ciência & Saúde Coletiva PI Medicina complementar e alternativa na rede básica de serviçosde saúde: uma aproximação qualitativa. Nagai SC, Queiroz MS. 2011 Qualitativo. Ciência & Saúde Coletiva SP A Fitoterapia na Rede Bastos RAA, Exploratório- Revista PB ISSN 2175-5361 DOI: 10.9789/2175-5361.2015.v7i3.2826-2834 Araújo AKL, Filho ACAA, Ibiapina LG et al. Dificuldades enfrentadas por… J. res.: fundam. care. online 2015. jul./set. 7(3):2826-2834 2830 Básica de Saúde: o Olhar da Enfermagem. Lopes AMC. 2010 descritivo, quantiqualitativo. Brasileira de Ciências da Saúde Um método para a implantação e promoção de acesso às Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde. Santos MC, Tesser CD. 2012 Qualitativo, utilizando a pesquisaação. Ciência & Saúde Coletiva SC Legenda: UF (Unidade Federativa); PR (Paraná); RN (Rio Grande do Norte); CE (Ceará); PI (Piauí); SP (São Paulo); PB (Paraíba); SC (Santa Catarina). Um estudo exploratório, descritivo e qualitativo, realizado no Rio Grande do Sul, teve por objetivo analisar o conhecimento de gestores e profissionais de saúde que atuam na atenção primária, sobre fitoterapia. A amostra foi composta por 10 profissionais de saúde, sendo cinco enfermeiros, três médicos, uma auxiliar de enfermagem e uma técnica em enfermagem. Para coleta de dados empregou-se a técnica da entrevista, através de um questionário estruturado. Os resultados evidenciaram que, durante a graduação ou no local de trabalho, os profissionais de saúde não receberam formação sobre a temática em questão.7 O objetivo delimitado por uma pesquisa concretizada no Rio Grande do Norte foi identificar as dificuldades enfrentadas por médicos e enfermeiros na aplicabilidade plantas medicinais e fitoterápicos na estratégia de Saúde da Família (eSF). Com uma amostra composta por 19 profissionais de saúde, utilizou-se para captação dos dados a técnica da entrevista semi-estruturada. Nos resultados observou-se que a dificuldade em empregar plantas medicinais e fitoterápicos, deve-se ao déficit de conhecimento dos profissionais sobre Práticas Integrativas e Complementares, a ausência de insumos nos serviços de saúde, a resistência cultural da população e a fragilidade do saber popular.8 Em estudo cearense que teve por objetivo conhecer a percepção dos enfermeiros sobre o uso da fitoterapia na eSF, foi desenvolvida com uma amostra de 15 enfermeiros, onde o encerramento das entrevistas deu-se por saturação teórica. Os resultados revelaram que o conhecimento dos entrevistados é, na maioria das vezes, restrito e informal, e que encontram dificuldades para a implantação das práticas fitoterápicas, como a não valorização por parte dos gestores e da própria equipe de saúde.4 Objetivando conhecer a percepção sobre a inserção da fitoterapia na atenção básica, de oito gestores em saúde e 68 profissionais da eSF de Teresina (PI), sendo 36 enfermeiros, 18 médicos e 14 odontólogos utilizou-se um questionário semi-estruturado com questões relativas a dados pessoais, ao conhecimento da fitoterapia e a suas opiniões sobre o potencial de inserção desta na Atenção Básica. Observa-se, de uma maneira geral, que os entrevistados aceitam a institucionalização da fitoterapia e fazem uso pessoal deste recurso, mas o conhecimento popular é predominante. Além disso, é deficiente a formação técnica em fitoterapia dos profissionais de saúde, bem como o conhecimento das políticas que envolvem a temática em questão. Os gestores, por sua vez, demonstraram plena abertura para a discussão do assunto, elencando justificativas, estratégias e dificuldades de ordem política e estrutural.9 Estudiosos de São Paulo focalizaram as representações sociais de profissionais da área da saúde sobre a introdução de práticas médicas complementares e alternativas na ISSN 2175-5361 DOI: 10.9789/2175-5361.2015.v7i3.2826-2834 Araújo AKL, Filho ACAA, Ibiapina LG et al. Dificuldades enfrentadas por… J. res.: fundam. care. online 2015. jul./set. 7(3):2826-2834 2831 rede básica, com a finalidade de analisar as condições, os problemas e os obstáculos na implementação dessas práticas nos serviços de saúde. Resultados demonstraram que o sucesso desta inclusão deveu-se ao apoio e solicitação deste tipo de serviço pela clientela, à visão de saúde dos profissionais de saúde, que mostram uma abertura para este tipo de projeto e pretendem valorizar e ampliar a sua prática e, ainda, a própria perspectiva das práticas integrativas e complementares, que se encontra em sintonia com a proposta de saúde visada pela doutrina do Sistema Único de Saúde (SUS).10 Uma pesquisa, realizada no estado da Paraíba, teve como objetivo avaliar o conhecimento que o profissional de Enfermagem tem sobre Fitoterapia e as dificuldades encontradas para implementação dessa terapêutica nas Unidades Saúde da Família. A população foi composta de profissionais de enfermagem que atuam no Programa Saúde da Família, onde os resultados demonstraram déficit no conhecimento dos enfermeiros sobre fitoterapia, sendo essa, uma das principais dificuldades encontradas para a implementação desse recurso no Programa Saúde da Família.3 O objetivo de um estudo, desenvolvido através de pesquisa-ação em Santa Catarina, foi apresentar e fundamentar um método para implantação e promoção do acesso às práticas integrativas e complementares, onde os resultados mostraram que a inserção de tais práticas, na atenção primária à saúde (APS), configura uma ação de ampliação de acesso e qualificação dos serviços, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde da população, e que para ser consolidada como estratégia terapêutica e promotora de saúde na APS, devem ser consideradas as diversas influências que interferem no decorrer deste processo.11 Os estudos primários abordaram a ausência de planejamento na implantação de práticas integrativas e complementares na atenção básica, a falta de capacitação dos profissionais de saúde e a não valorização por parte da gestão e da própria equipe de saúde como as principais dificuldades enfrentadas na utilização das terapias, dentre elas, a fitoterapia. Em Campinas (SP), apesar do sucesso na implantação dessas práticas na rede básica, dois aspectos negativos foram detectados: o planejamento insuficiente e uma visão simplificadora que converte as racionalidades alternativas em meras técnicas que seguem os mesmos princípios mecanicistas da medicina alopática e o mesmo entendimento reificado de doença pelos profissionais da equipe. 10 Os profissionais de saúde que participaram da pesquisa realizada no Paraná relataram não terem sido consultados sobre a introdução da fitoterapia nas unidades básicas de saúde de Foz do Iguaçu. Além disso, não receberam formação sobre a terapêutica durante a graduação ou nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) onde trabalham. Dos entrevistados seis relataram o acesso às informações sobre fitoterapia através do conhecimento popular, um por meio de formação na unidade básica de saúde, dois adquiriram conhecimento através de periódicos, quatro através dos meios de comunicação, sendo que quatro deles citaram mais que uma das opções.7 Para instituir a fitoterapia na atenção básica é necessário um planejamento adequado da assistência, levando em conta fatores culturais e utilizando os recursos fitoterápicos existentes pode-se melhorar o nível de saúde da população. Para isso, precisa- ISSN 2175-5361 DOI: 10.9789/2175-5361.2015.v7i3.2826-2834 Araújo AKL, Filho ACAA, Ibiapina LG et al. Dificuldades enfrentadas por… J. res.: fundam. care. online 2015. jul./set. 7(3):2826-2834 2832 se capacitar os profissionais quanto ao tema, desde o cultivo até a prescrição, melhorando o uso racional desses medicamentos.7,10 Enfermeiros da ESF de Caíco (RN) apontaram a ausência de insumos nos serviços de saúde, a fragilidade do saber popular e o déficit de conhecimento dos profissionais sobre as práticas integrativas e complementares (PIC) como dificuldades encontradas na aplicabilidade de plantas medicinais e fitoterápicos. Quanto à formação acadêmica, a maioria dos enfermeiros veio de universidades públicas e referiram pouca aproximação com as PIC. Apenas 40%destes cursaram alguma disciplina específica sobre este tema na graduação, e com relação a curso de curta duração na área e/ou projeto de extensão desenvolvida na área específica de plantas medicinais ou fitoterápicos, apenas 20% dos enfermeiros afirmaram possuir.8 Ao avaliar o conhecimento formal que os profissionais de Enfermagem têm com relação à fitoterapia, em estudo realizado na Paraíba, houve predomínio dos profissionais que não tinham conhecimento formal (60%), em contraposição a 40% que afirmou ter conhecimento. E, em relação à forma como esse conhecimento foi adquirido, 20% (3 citações) afirmou ter adquirido informações sobre essa terapia em cursos de capacitação, 6,66% (1 citação) em disciplina da graduação, 6,66% (1 citação) em seu trabalho, 6,66% (1 citação) respondeu ter adquirido esse conhecimento através de outros meios como revistas, jornais e livros, enquanto que, 60% (9 citações) referiu não ter um conhecimento formalizado sobre Fitoterapia. 3 Fato semelhante foi observado em estudo já mencionado, em que dentre os 37 profissionais entrevistados, 18 eram enfermeiros e dentre todos os entrevistados, 19 (51%) tinham formação em alguma especialidade em terapias complementares/ alternativas, entre os quais, quatro em fitoterapia. Além da falta de capacitação profissional, pontuaram-se outros problemas como contingente de recursos humanos insuficiente, falta de adequação física da unidade, carência de materiais apropriados e falta de conscientização da equipe sobre a temática. 10 Vale ressaltar também que gestores em saúde reconhecem os fatores na inserção de forma institucionalizada da fitoterapia na Atenção Básica. As principais dificuldades configuram-se como as de ordem política, em se discutir nas instâncias cabíveis, de gestão e controle social, a possibilidade e implantação de políticas públicas que envolvam a fitoterapia; as de ordem estrutural, principalmente em agrupar atores para construir conjuntamente essa implantação e de como operacionalizar a inserção da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). 9 Na análise das dificuldades encontradas pelos enfermeiros diante da implementação da Fitoterapia nas Unidades Básicas de Saúde (USF) de João Pessoa (PB), observou-se que 46,67% (7 citações) destes profissionais respondeu que o conhecimento insuficiente dos profissionais é um dos obstáculos que impede a implementação dessa terapêutica nas USF, 33,33 % (5 citações) relatou a falta de incentivo dos gestores, 13,33% (2 citações) referiu falta de estrutura física e 6,66% (1 citação) relatou falta de acesso à matéria prima. Além do mais, afirmaram que seria importante a implementação de um programa de Fitoterapia para ampliar o conhecimento dos profissionais sobre essa terapia e resgatar o conhecimento acerca das plantas medicinais pela comunidade. Assim, medidas precisam ser tomadas pelos gestores municipais na tentativa de proporcionar conhecimento sobre a eficácia e segurança das plantas medicinais/fitoterápicos e a capacitação das equipes que atuam na ESF para o uso e manejo parece bastante eficaz.8 Embora os enfermeiros participantes dos estudos encontrados acerca da temática tenham mostrado, em sua totalidade, favoráveis à utilização da fitoterapia como alternativa terapêutica, um dos maiores entraves pontuados ainda é a desvalorização por parte dos demais profissionais da atenção básica e gestores em relação à prática dessa terapia. 4 No estudo encontrado na unidade federativa de Santa Catarina, uma pesquisa-ação mostrou que apesar de a incorporação das PIC no SUS ser um desafio, o uso de um método derivado das análises de experiências municipais facilita o desenvolvimento de ações sólidas e sustentáveis, fomentando a gestão participativa, a construção da integralidade e a ampliação responsável e cuidadosa das práticas e saberes no cuidado, além de propiciar o registro de experiências, contribuindo para a implantação das PIC na APS. 
CONCLUSÃO
 Frente aos resultados dos estudos primários incluídos nesta revisão integrativa podese concluir que as principais dificuldades encontradas pelos enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia foram a ausência de planejamento na implantação dessa e outras práticas integrativas e complementares na atenção básica, a falta de capacitação dos profissionais de saúde e a não valorização por parte da gestão e da própria equipe de saúde. É fundamental que os membros da equipe da estratégia Saúde da Família desenvolvam estratégias efetivas que os auxiliem no enfrentamento dessas dificuldades, uma vez que essas terapias são consideradas importantíssimas na vida dos usuários e precisam ser praticadas. Veem-se necessários investimentos por parte dos gestores na introdução de programas de implantação das terapias integrativas e complementares, e em especial, a fitoterapia, além de capacitações e formação de recursos humanos na área, com suporte físico e estrutural, uma vez que a PNPIC visa avançar na institucionalização das Práticas Integrativas e Complementares no âmbito do SUS. 
REFERÊNCIAS
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Artigo 2
Terapêutica com Plantas Medicinais: Percepção de Profissionais da Estratégia de Saúde da Família de um Município do Agreste Pernambucano 
Medicinal Plants in Therapy: Perception of Professionals of the Strategy of Health of the Family in the Agreste Region of Pernambuco
Valdenice Aparecida de Menezes* Ana Gabriela Pereira dos Anjos** Mayara Russanna Duarte Pereira** Angéllica Falcão Leite*** Ana Flavia Granville-Garcia**** *CD, Me, Dr, Professora Adjunta, Disciplina de Odontopediatria, Faculdade ASCES - Associa- ção Caruaruense de Ensino Superior, Caruaru, PE, Brasil. **Alunas do Curso de Odontologia, Faculdade ASCES - Associação Caruaruense de Ensino Superior, Caruaru, PE, Brasil. ***CD, Me, Dr, Professora Auxiliar, Disciplina de Odontopediatria, Faculdade ASCES - Associação Caruaruense de Ensino Superior, Caruaru, PE, Brasil. ****CD, Me, Dr, Professora Titular, Curso de Odontologia, Universidade Estadual da Paraí- ba, Cidade, Estado, Brasil. Endereço para correspondência: Valdenice Aparecida de Menezes R. Carlos Pereira Falcão, 811/602, Boa Viagem – Recife, Pernambuco, Brasil CEP: 51021-350. e-mail: valdmenezes@hotmail.com Enviado: 10/10/2010 Aceito: 20/02/2011
RESUMO 
Objetivo: verificar a percepção de médicos, cirurgiões-dentistas e enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família do Município de Caruaru, PE, Brasil, sobre a importância, utiliza- ção e indicações de plantas medicinais. Metodologia: trata-se de um estudo transversal e exploratório com 82 profissionais de saúde (médicos, cirurgiões-dentistas e enfermeiros), locados em 45 unidades básicas de Saúde do Município de Caruaru. Os profissionais foram entrevistados, utilizando-se um formulário estruturado e validado pelo método da face. Os dados foram analisados por técnicas estatísticas descritivas por meio de distribuições absolutas, percentuais de medidas e pelo teste do Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. 
Resultados: a maioria dos participantes tinha acima de 41 anos de idade (37,8%), era do sexo feminino (86,6%), graduados há menos de 10 anos (37,8%), em instituição particular (54,9%). O Curso com maior frequência de participação foi Enfermagem (41,5%). Os profissionais de Odontologia foram os que menos prescrevem fitoterápicos na ESF em que atuam (19,4%) e os que menos sabem orientar os pacientes sobre a forma de utilização das ervas medicinais (41,9%), com diferença significativa (p 0,05). A prescrição de plantas medicinais nas unidades de saúde é feita por poucos profissionais (47,6%) sendo as mais citadas: hortelã (Mentha spicata) (51,3%) e camomila (Matricaria chamomilla) (46,1%) com as respectivas indicações de expectorante (54,3%) e ansiolítico (42,8%). Conclusão: de maneira geral, os profissionais da ESF do Município de Caruaru não utilizam com frequência os fitoterápicos na rede pública, porém, acreditam na importância da implantação de medicamentos alternativos na atenção básica, tendo em vista seu baixo custo, eficácia e fácil acesso da população.
Palavras-chaves: Fitoterapia. Plantas Medicinais. Programa Saúde da Família. 
ABSTRACT 
Aim: to verify the perception of doctors, dentists and nurses of the Strategy of Health of the Family of the city of Caruaru, PE, Brasil, on the importance, use and indications of medicinal plants. Methodology: transversal study was done with 82 professionals of health had participated (doctors, dentists and nurses), leased in 45 basic units of Health of the city of Caruaru. The professionals had been interviewed, using a form structuralized and validated for the method of the face. The data had been analyzed by descriptive statistical techniques through absolute, percentile distributions of measures and for the test of the Qui-square of Pearson or Exato de Fisher. Results: the majority of the participants had above of 41 years of age (37.8%), was of the feminine sex (86.6%), and graduated has less than 10 years (37.8%), in particular institution (54.9%). The course with bigger frequency of participation was nursing (41.5%). The dentists had been the ones that less prescribe herbal medicines in the ESF where the ones act (19.4%) and that less they know to guide the patients on the form of use of the medicinal grass (41.9%) with significant difference (p<0,05). The lapsing of medicinal plants in the units of health is made by few professionals (47.6%) being the most cited the mint (Mentha spicata) (51,3%) and chamomile (Matricaria chamomilla) (46.1%) and its respective indications as expectorants (54.3%) and anxiolytic (42.8%). Conclusion: the professionals of the ESF of the Caruaru city frequently do not use the herbal medicines in the public net, however they believe the importance of the alternative medicine implantation in the basic attention, in view of its low cost, effectiveness and easy access of the population.
Keywords: Phytotherapy. Plants, Medicinal. Family Health Program.
INTRODUÇÃO 
Os avanços farmacêuticos ao longo do século XX têm proporcionado o uso de uma variedade de medicamentos alopáticos no combate aos males que atingem a humanidade. Entretanto, 80% desta população buscam medidas terapêuticas alternativas devido ao difícil acesso à assistência em saúde, a crise econômica que afeta o país, a facilidade de aquisição das ervas medicinais, a influência da tradição familiar, como também, o alto custo dos medicamentos alopáticos1 . O emprego de plantas medicinais, passando de geração a geração, chegou até nossos dias na forma de uma nova ciência, a fitoterapia2 . No Brasil, o surgimento de uma medicina popular com o uso de plantas, deve-se aos índios, com contribuições dos negros e europeus; na época em que era colônia de Portugal, os médicos restringiam-se às metrópoles, e na zona rural e/ou suburbana, a população recorria ao uso das ervas medicinais3 . No contexto do uso de plantas medicinais, a prática da fitoterapia vem recebendo um amparo legal significativo nos últimos anos4,5. A utilização de tais práticas no Brasil, o qual possui uma das maiores diversidades vegetal do mundo, poderia trazer benefícios como: diminuição nos gastos com medicamentos, maior adesão aos tratamentos, valorização da cultura e, no que se refere ao uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos contribuições para a validação científica das espécies6 . Entende-se por plantas medicinais, aquelas naturais ou cultivadas, que são usadas com finalidade terapêutica. O fitoterápico é todo medicamento obtido empregando- -se exclusivamente substâncias ativas vegetais e seus derivados7 . A normatização oficial sobre os medicamentos fitoterápicos no Brasil só passou a existir em 19958 . O regulamento técnico do Ministério da Saúde nomeou o medicamento fitoterápico como um medicamento farmacêutico obtido por processos tecnologicamente adequados, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou de diagnóstico. Em 2006, o governo federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho a qual se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira9 . Considerando que os fitoterápicos só podem ser vendidos sob prescrição profissional, a falta de informações adequadas sobre as propriedades das plantas medicinais, seu consumo concomitante com os medicamentos tradicionais (alopáticos) sem aviso ao médico e, finalmente, o desconhecimento sobre os efeitos medicinais e tóxicos das plantas são fatores preocupantes para a automedicação10,11. Desta forma, é importante a participação dos profissionais de saúde nesta área, visando uma integração do conhecimento utilizado pelo sistema de saúde oficial ao popular, pois as terapias têm muito a oferecer, podendo contribuir com as ciências da saúde, além de possibilitarao indivíduo relativa autonomia em relação ao cuidado com a sua saúde3 . Alguns estados e municípios brasileiros vêm realizando nas duas últimas décadas a implantação de programas de fitoterapia na atenção primária à saúde, com o intuito de suprir as carências medicamentosas de suas comunidades12,13. O programa de assistência social farmacêutica, Farmácias Vivas, tem por objetivo produzir medicamentos fitoterápicos acessíveis a população12. Considerando que grande parte da cobertura da atenção primá- Odonto 2012; 20(39): 111-122 113 Menezes et al. ria no Brasil é realizada pela Estratégia Saúde da Família (ESF), através das Unidades de Atenção Básicas, muitos dos programas de fitoterapia estão vinculados à ESF5 . Nesse sentido, este estudo objetivou verificar a percepção dos profissionais de saú- de da ESF da rede pública do Município de Caruaru-PE, sobre plantas medicinais, bem como a importância dos fitoterápicos no sistema público de saúde e sua utilização como terapêutica na atenção primária à saúde.
MATERIAL E MÉTODOS 
Realizou-se um estudo transversal de caráter exploratório e descritivo no qual participaram profissionais de nível superior locados em Unidades da Estratégia de Saúde da Família situadas na Zona Urbana e Rural do Município de Caruaru, PE, Brasil. Dos 104 profissionais registrados na Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru-PE, (26 médicos, 36 dentistas, e 42 enfermeiros), foram entrevistados 82 profissionais (85,3%), os quais concordaram em participar do estudo. Os dados foram obtidos através de entrevista individual, em uma sala reservada, nas dependências da Unidade de Saúde da Família, não ultrapassando o tempo de dez minutos por entrevistado e no período de abril à junho de 2010. Para tal, utilizou-se um formulário específico contendo perguntas relativas ao conhecimento e utilização de fitoterápicos na atenção básica. As respostas foram anotadas no momento da entrevista, permitindo maior fidelidade e veracidade das mesmas, evitando-se falha de memória. A fidedignidade das respostas foi testada pelo método de validação da “face” em 10% dos entrevistados. Nesse método, o pesquisador solicita aos tomadores de decisão que expliquem, com suas próprias palavras, o que entenderam sobre cada pergunta14. As informações obtidas foram calculadas por técnicas estatísticas descritivas através de distribuições absolutas, percentuais de medidas e técnicas de estatísticas inferenciais. O softaware utilizado foi o EPI-INFO na versão 3.3 e Microsolft® Office Excel 2003.
RESULTADOS 
A idade dos pesquisados variou de 23 a 79 anos, teve média de 37,96 anos, mediana de 38,00 anos e desvio padrão de 10,49 anos. Na tabela 1 pode-se verificar que a maioria dos participantes tinha acima de 41 anos de idade (37,8%), era do sexo feminino (86,6%), graduados há menos de 10 anos (37,8%), em instituição particular (54,9%). O Curso com maior frequência de participação foi Enfermagem (41,5%).
Tabela 1. Distribuição dos profissionais pesquisados segundo a faixa etária, sexo, especialidade, ano e local de graduação. Variável n % • Faixa etária 23 a 30 24 29,3 31 a 40 27 32,9 41 ou mais 31 37,8 • Sexo Masculino 11 13,4 Feminino 71 86,6 • Curso Enfermagem 34 41,5 Medicina 17 20,7 Odontologia 31 37,8 • Ano de graduação >20 anos 23 28,0 De 10 a 19 anos < 0,05). Tabela 3. Avaliação das questões relacionadas com o conhecimento dos profissionais sobre produtos fitoterápicos segundo o sexo. Sexo Variável Masculino Feminino Grupo Total Valor de p N % n % n % • Definição correta produtos fitoterápicos? Sim 11 100,0 66 93,0 77 93,9 p(1) = 1,000 Não - - 5 7,0 5 6,1 • Costuma prescrever fitoterápicos no ESF em que atua? Sim 6 54,5 33 46,5 39 47,6 p(2) = 0,618 Não 5 45,5 38 53,5 43 52,4 • No seu cotidiano tem o hábito de usar plantas medicinais com finalidades terapêuticas? Sim 7 63,6 44 62,0 51 62,2 p(1) = 1,000 Não 4 36,4 27 38,0 31 37,8 • Sabe orientar os pacientes sobre a forma de utilização de plantas medicinais? Sim 9 81,8 45 63,4 54 65,9 p(1) = 0,316 Não 2 18,2 26 36,6 28 34,1 • Durante a sua graduação recebeu informações sobre fitoterápicos? Sim 5 45,5 12 16,9 17 20,7 p(1) = 0,045* Não 6 54,5 59 83,1 65 79,3 • Diferença correta entre fitoterápicos e homeopáticos? Sim 5 45,5 19 26,8 24 29,3 p(1) = 0,285 Não 6 54,5 52 73,2 58 70,7 TOTAL 11 100,0 71 100,0 82 100,0 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste Exato de Fisher. (2): Através do teste Qui-quadrado de Pearson. Terapêutica com Plantas Medicinais: Percepção de Profissionais da Estratégia de Saúde da Família de um Município do Agreste Pernambucano 116 Odonto 2012; 20(39): 111-122 De acordo com a tabela 4 não foi verificada associação significativa (p > 0,05) entre o período em que foi formado com nenhuma das variáveis contida na tabela. Tabela 4. Avaliação das questões relacionadas com o conhecimento dos profissionais sobre produtos fitoterápicos segundo o ano de formado. Ano de formado Variável >20 anos 10 a 19 anos < 0,001* Não 11 32,4 7 41,2 25 80,6 43 52,4 • No seu cotidiano tem o hábito de usar plantas medicinais com finalidades terapêuticas? Sim 23 67,6 11 64,7 17 54,8 51 62,2 p(2) = 0,552 Não 11 32,4 6 35,3 14 45,2 31 37,8 • Sabe orientar os pacientes sobre a forma de utilização de plantas medicinais? Sim 26 76,5 15 88,2 13 41,9 54 65,9 p(2) = 0,001* Não 8 23,5 2 11,8 18 58,1 28 34,1 • Durante a sua graduação recebeu informações sobre fitoterápicos? Sim 8 23,5 6 35,3 3 9,7 17 20,7 p(2) = 0,097 Não 26 76,5 11 64,7 28 90,3 65 79,3 • Diferença correta entre fitoterápicos e homeopáticos? Sim 10 29,4 8 47,1 6 19,4 24 29,3 p(2) = 0,131 Não 24 70,6 9 52,9 25 80,6 58 70,7 TOTAL 34 100,0 17 100,0 31 100,0 82 100,0 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste Exato de Fisher. (2): Através do teste Qui-quadrado de Pearson. Terapêutica com Plantas Medicinais: Percepção de Profissionais da Estratégia de Saúde da Família de um Município do Agreste Pernambucano 118 Odonto 2012; 20(39): 111-122 Na tabela 6 pode-se verificar que menos da metade dos entrevistados prescreve fitoterápicos (47,6%) na sua unidade. Destes, a maioria é hortelã (Mentha spicata) (51,35) e camomila (Matricaria chamomilla) (46,1%) com as principais indicações de expectorante (54,3%) e ansiolítico (42,8%).
Tabela 6 – Distribuição dos profissionais pesquisados sobre os produtos fitoterápicos mais prescritos e suas respectivas indicações. Variável n % • Quais os fitoterápicos que mais prescreve? Hortelã (Mentha spicata) Camomila (Matricaria chamomilla) Abacaxi (Ananás comosus) Maracujá (Passiflora edulis) Cebolinha (Allium fistulosum) Alcachofra (Cynara cardunculus) Mastruz (Coronopus didymus) Eucalipto (Eucalyptus globulus ) Outros 20 18 16 12 10 7 5 4 10 51,3 46,1 41,0 30,7 25,6 17,9 12,8 10,2 25,6 BASE(1,2) 39 100,0 • Indicação Expectorante 19 54,3 Ansiolítico 15 42,8 Antiinflamatório 10 28,6 Cicatrizante Climatério Outros 8 8 11 22,8 22,8 31,4 BASE(2) 35 100,0 (1): Considerando que um mesmo pesquisado tenha citado mais de uma resposta, registra-se a base para o cálculo dos percentuais e não o total. (2): Para 4 pesquisados não se dispõe desta informação. DISCUSSÃO O PSF foi criado em 1994 pelo Ministério da Saúde, teve como principal propósito reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família. As unidades básicas do programa, funcionando adequadamente, são capazes de resolver 85% dos problemas de saúde em sua comunidade, ao prestar atendimento de bom nível, prevenindo doenças, evitando internações desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da população15. Assim como as demais políticas públicas, o Programa Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico – PNPMF configura decisões de caráter geral que apontam diretrizes e linhas estratégicas de atuação governamental, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis ao tornarem públicas à popula- ção e aos formadores de opinião suas intenções no planejamento de projetos,programas Odonto 2012; 20(39): 111-122 119 Menezes et al. e atividades. Estas ações são imprescindíveis para a melhoria do acesso da população aos fitoterápicos, à inclusão social e regional, ao desenvolvimento industrial e tecnológico, além da valorização e preservação do conhecimento tradicional associado das comunidades e povos tradicionais16. Para que ocorra essa inclusão é essencial que os profissionais da área de saúde conheçam as atividades farmacológicas e a toxicidade das plantas medicinais de cada bioma brasileiro, em relação aos costumes, tradições e condição sócio-econômica da população. Além disto, é importante que tenham interesse no assunto para melhor orientação aos pacientes. Neste estudo, a totalidade dos entrevistados afirmou que os profissionais da equipe de saú- de devem ter conhecimento sobre o uso e as indicações de fitoterápicos. Neste sentido, fica claro o interesse dos profissionais na viabilidade do uso das plantas medicinais, talvez por se tratar de uma alternativa de baixo custo e de fácil acesso corroborando com outro estudo17. Com relação aos profissionais da ESF que deveriam ter conhecimento sobre as plantas medicinais, a maioria (79,3%) dos entrevistados citou toda a equipe, seguida pelos médicos (18,3%), enfermeiros/técnicos de enfermagem (13,4%) e CDs (11,0%). O uso da fitoterapia tem sido paulatinamente incorporado aos serviços públicos de saúde4 . Na região de Campinas (SP) vem sendo utilizada e analisada, desde 1990, em Centros de Saúde, onde médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos são orientados sobre os procedimentos da terapêutica e as formas de apresentá-la ao paciente, como uma opção para tratamento. No que se refere à aceitação dos profissionais de saúde ligados à Estratégia de Saúde da Família (ESF), observou-se uma maior adesão à terapêutica com fitoterápico pelos enfermeiros em relação aos médicos, talvez porque no Brasil o ensino superior de medicina é voltado para a formação de médicos especialistas13. Com a inserção do médico no ESF, este deve ampliar seu campo de atuação, uma vez que será responsável pela saúde de uma população adstrita, independente de faixa etária. Por este motivo, estes profissionais estão mais abertos a novas terapias do que aqueles que atuam em especialidades18. Para sedimentar as terapias alternativas ou complementares (TA/C), o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), apoiou através do Parecer Normativo nº 004/95, o reconhecimento das práticas alternativas (fitoterapia), como atividade profissional vinculada à saúde e não estando vinculadas a qualquer categoria profissional; e através da Resolução COFEN-197/97 que estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ ou qualificação do profissional de Enfermagem19. Os profissionais de enfermagem podem incentivar a utilização deste conhecimento em diferentes locais, inclusive nas áreas mais carentes de recursos de saúde, associado ao saber da população local, na tentativa de enriquecer o estudo da fitoterapia e ainda oferecer a população subsídios para uma vida melhor, orientando quanto à forma mais adequada de utilização das plantas3 . Quando questionados sobre a definição de fitoterapia, a maioria (93,9%) dos profissionais respondeu corretamente esta questão, independente do sexo, tempo de formado e profissão (p>0,05). No entanto, menos da metade dos entrevistados costumam prescrever plantas medicinais aos seus pacientes. Destes 67,6% (n=34) eram enfermeiros, 58,8% (n=17) médicos e 19,4% (n= 31) CDs, com diferença significativa entre os profissionais (p< 0,05) apenas de acordo com a profissão.
Outro aspecto a ser destacado foi o alto percentual (34,1%) de profissionais, independente do sexo e tempo de formado, que não têm conhecimento sobre a forma de orientar os pacientes acerca da utilização das ervas medicinais, em especial os CDs (41,9%) com diferença significativa em relação à profissão (p<0,05). Estes dados corroboram com os resultados de outra pesquisa, onde apenas 23,3% dos seus entrevistados afirmaram ter informações suficientes sobre o assunto para fazer prescrição2 . Este fato pode ser justificado pela falta de embasamento teórico-prático nos cursos de graduação e ainda de cursos de capacitação para os profissionais. A maioria dos profissionais (79,3%) não recebeu informações sobre fitoterápicos durante sua graduação com diferença entre os sexos (p< 0,05) e dentre estes, 90,3% eram CDs. Vale ressaltar a importância do conhecimento dos profissionais neste assunto, objetivando o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos1,20 a fim de minimizar ou impedir a ocorrência de casos de intoxicação ou de outros agravos á saúde decorrentes do uso indevido das plantas medicinais21.Ressalta-se que um alto percentual de indivíduos faz automedicação com ou sem o consentimento do profissional18 , desconhecendo os riscos e benefícios desta técnica21 . Várias comunidades já utilizam este recurso na sua prática diária, como verificado em estudo com moradores de uma cidade do interior da Região Nordeste do Brasil, onde a maioria da população (82,5%) utilizava fitoterápicos. Os tipos de plantas medicinais mais utilizadas de acordo com a literatura são: aroeira, juá e gengibre22, boldo brasileiro e a camomila1 , romã, juá e a hortelã de folha graúda4 . Neste estudo, as ervas medicinais mais prescritas pelos profissionais entrevistados foram: hortelã (Mentha spicata) (51,3%), camomila (Matricaria chamomilla) (46,1%) e abacaxi (Ananás) (41%) com as suas respectivas indicações de expectorante e ansiolítico. Com relação à forma de preparo das ervas, a maioria (65,9%) dos entrevistados orienta seus pacientes, sendo o lambedor e o chá as formas mais indicadas. Estes dados corroboram com estudo realizado com profissionais da rede pública do município de Recife, no qual 56,8% orientam seus pacientes no consumo de plantas medicinais sob a forma de chá/infusão e de raspas/maceração22. Outras formas de utilização como o banho, o emplastro (que é feito uma pasta que é aplicada no local dolorido) e o óleo também foram encontradas3 . Os profissionais de saúde da ESF não utilizam com freqüência a terapêutica medicamentosa com plantas medicinais, porém, têm interesse em ampliar seus conhecimentos. Este cenário interessante de alto grau de aceitação e uso limitado cria uma situação que exige uma intervenção urgente. Para tal, sugerem-se a inserção da fitoterapia no currículo das áreas de saúde e de programas de educação continuada, para reduzir a lacuna entre a aquiescência e o conhecimento, tornando os profissionais adequadamente preparados para se comunicar com seus pacientes sobre esta modalidade alternativa de tratamento.
CONCLUSÃO • os profissionais da Estratégia de Saúde da Família do município de Caruaru, PE, Brasil, não utilizam rotineiramente os fitoterápicos na rede pública, porém, acreditam na importância da implantação de medicamentos alternativos na atenção básica, tendo em vista seu baixo custo, eficácia e fácil acesso da população. As principais plantas medicinais empregadas como terapêuticas alternativas foram: hortelã (Mentha spicata), camomila (Matricaria recutita) e abacaxi (Ananás) e suas respectivas indicações como expectorantes e ansiolíticos. Odonto 2012; 20(39): 111-122 121 Menezes et al. REFERÊNCIAS 1.Veiga VFJ. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Rev Bras Farmacogn 2008; 18(2): 308-13. 2. Lima JFJ, Dimesntein M. A fitoterapia na saúde pública: visão do odontólogo. Saúde Rev 2006; 8(19): 37-44. 3.Rezende HA, Cocco MIM. A utilização de fitoterapia no cotidiano de uma população rural. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(2): 282-88. 4. Santos EB, Dantas GS, Santos HB, Diniz MFFM, Sampaio FC. Estudo etnobotânico de plantas medicinais para problemas bucais no Município de João Pessoa, Brasil. Rev Bras Farmacogn 2009; 19(1): 466-76. 5. Silva MIG, Gondim APS, Nunes FS, Sousa FCF. Utilização de fitoterápicos nas Unidades de Atenção à Saúde

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