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Unidade I CONCEITOS BÁSICOS PARA A ANÁLISE DO MOVIMENTO ARTICULAR 1. OSSOS Esqueleto humano: 206 ossos Tipos de esqueleto: axial (80 ossos) apendicular (126 ossos) Funções: permite movimento por formarem as alavancas estabilizar os músculos proteger órgãos vitais produção de células sangüíneas Ex.: ílio, vértebras, esterno e costelas Tecidos dinâmicos, vivos, em desenvolvimento e crescimento 1.1 Componentes do tecido ósseo 25 a 30%: água 1/3 material orgânico (elasticidade) 2/3 material inorgânico (solidez e durabilidade) 60 a 70%: mineral (fosfato e carbonato de Ca++) colágeno Mineral + Colágeno = material de 2 fases Com a maturidade proporções de fluido e material orgânico ossos do idosos são frágeis e cura mais dificultosas resistir à compressão resistir à tensão Osso pode suportar tensão 6x superior à que ele está sujeito nas atividades normais Material orgânico do osso 1. células: peq. fração do peso total 2. matriz fibrosa: fibrilas de colágeno 3. substância fundamental: mucopolissacarídeos (açúcar+proteína) osteoclastos manutenção da integridade da matriz óssea sintetizam a parte orgânica da matriz óssea e participam da mineralização processos de absorção e remodelação do tecido ósseo 1.2 Organização do tecido ósseo Penetrado por vasos sanguíneos, ductos linfáticos e fibras nervosas (canais de Havers) Exterior: substância compacta (densa) - densa e dura - recobre o osso completamente - tende a ser mais grossa ao longo do osso e mais fina nas extremidades Interior: substância esponjosa - mais porosa e esponjosa (trabéculas) - tornam o ossos mais leve - compõe a maioria das extremidades articulares dos ossos osso compacto osso esponjoso Osso esponjoso e compacto mesmo tipo de célula e de substância intercelular diferença: disposição de seus elementos e quantidade de espaços medulares Substância óssea esponjosa espaços medulares mais amplos formado por várias trabéculas aspecto poroso com a idade Substância óssea compacta não apresenta espaços medulares além dos canalículos apresenta conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos - canais de Volkmann e canais de Havers 1. Substância cortical ou compacta 2. Substância esponjosa 3. Sistema haversiano 4. Colágeno 5. Canal de Havers 6. Canal de Volkmann 7. Periostio 8. Revestimento ósseo 9. Vasos sanguíneos 10. Osteoclastos 11. Osteoblasto 12. Osteocitos canal central de Havers + lamelas concêntricas = sistema de Havers 1.3 Tipos de ossos Longos comprimento largura maiores do corpo esqueleto apendicular Curtos dimensões mais iguais de altura, comprimento e largura formato cubóide normalmente articula-se c/ mais de um osso fêmur úmero ossos do carpo ossos do tarso Planos face larga, mas não muito espesso possuem 2 camadas de substância compacta Irregulares variedade de formatos fina camada de substância compacta costelas e esterno ílio escápula vértebras sacro ísquios e púbis Sesamóides pequenos e com formato de semente de gergelim localizados nos tendões proteção dos tendões contra desgaste excessivo número variável Pneumático localizados na cabeça e sem formato definido é oco e apresentar câmaras de ar internas (leveza, proteção) comunicação com o aparelho respiratório patela sesamóide no pé osso frontal, maxilar, nasal 1.4 Estrutura geral do osso longo Osso longo sustentação de peso movimentos amplos e velozes Epífise: distal e proximal (cabeça) côndilos, tubérculos, tuberosidades Metáfise: crescimento em comprimento Diáfise: corpo principal do osso Linha epifisária: linha distinta entre epífise e resto do osso Faces articulares especializadas p/ permitir encaixe dos ossos cartilagem hialina : lisura, prevenir desgastes, absorver choques e evitar luxações Medula óssea (canal medular) vermelha: - em crianças - fabricação de hemácias - adulto: costela, esterno, vértebras e crânio - se retrai c/ idade amarela: - tecido gorduroso - c/ idade ocupa canal medular passagem p/ artérias 1.5 Membranas do osso Periósteo tecido conectivo superfície externa do osso (exceto articulação) 2 camadas: externa (fibras colágenas) interna (osteogênica) é irrigado e inervado (dor na fratura) crescimento em diâmetro local onde músculos se inserem Endeósteo tecido conectivo reveste cavidade medular, canais de Havers e trabéculas do osso esponjoso também é osteogênico periósteo endeósteo 1.6 Crescimento e desenvolvimento do osso Ossificação deposição de sais minerais numa matriz orgânica precedida por diferenciação e proliferação das células intramembranosa: na memb. de tecido conectivo existente Ex.: clavícula e ossos do crânio intercartilaginosa: na cartilagem hialina da articulação Ex.: ossos curtos Ossos longos: os 2 processos Ossificação dos ossos longos embrião: - centro de ossificação primária (centro do futuro osso) - anel de ossificação (periósteo) - centro de ossificação secundário (extremidades) exceção da cartilagem epifisária Crescimento dos ossos longos crescimento em diâmetro - mais acelerado na maturidade - periósteo produz camada externa - reabsorção proporcional na cavidade medular crescimento longitudinal: continuação da ossificação da diáfise em direção à epífise (placa epifisária) fechamento das epífises - cartilagem epifisária deixa de proliferar - fusão óssea entre epífise e diáfise - linha epifisária Sobrecarga nas epífises na juventude Influência de traumatismos fraturas,agressões ou deslocamentos nas epífises: - interrupção do crescimento - dor e deformidade menos evidentes - atraso no tratamento - entorses em crianças: risco de lesão nas epífises esportes de contato pesado - são indesejáveis p/ antes de 17 anos - principais epífises não se fecham antes dos 17 a 19 anos Ex.: futebol americano, luta greco-romana, luta-livre crianças obesas ou muito magras - pobre desenvolvimento muscular - ligamentos frouxos - suscetíveis a lesões epifisárias Época de ossificação das epífises influenciada por: - fatores hormonais - saúde - nutrição - traumatismos e esforços físicos excessivos - fatores hereditários - fatores raciais e geográficos ocorre 1 a 3 anos mais cedo nas mulheres normalmente, todas estão fundidas antes dos 21 anos Os ossos podem atrofiar por imobilização, hipertrofiar-se em resposta ao exercício, mas também podem ser lesionados por um treinamento excessivamente intenso ou esforço repetido, especialmente em atletas imaturos Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração Osteoporose quantidade de massa óssea substancialmente ossos fracos, sensíveis, mais sujeitos a fraturas relacionado à idade risco p/ mulheres: homens têm 30% mais massa óssea risco p/ brancos: negros têm 10% mais massa óssea menopausa: níveis de estrógeno e níveis de massa óssea 1.7 Articulações Articulações: dois ou mais ossos que permitem vários tipos de movimento sinartroses anfiartroses ARTICULAÇÕES diartroses sindesmoses sincondroses artrodial gínglimo trocóide elipsóide condilóide enartrodial selar Sinartroses Imóveis Sem cavidade articular verdadeira Suturas (fibrosas) Ex.: suturas do crânio e alvéolos dos dentes Articulações do tipo sinartroses Sindesmoses Estruturas ligamentares Ex.: tibiofibular inferior, rádioulnar média Sincondroses Ou sínfise Separadas por disco de fibrocartilagem Ex.: sínfise púbica, entre vértebras, manúbrio e corpo do esterno, costocondrais (costelas c/ esterno) Articulações do tipo anfiartroses Levemente móveis Sem cavidade articular verdadeira Anfiartroses Artrodial Artrose ou plana Não-axial ou anaxial Permite deslizamentos ou torçõesEx.: ossos intercárpicos e intertásicos Articulações do tipo diartroses Ou sinoviais Amplamente móveis Cavidade articular verdadeira Diartroses Trocóide Em pivô Uniaxial Permite rotação Ex.: atlantoaxial, rádioulnar proximal Gínglimo Dobradiça Uniaxial Permite flexão e extensão Ex.: cotovelo, interfalângicas proximais e distais, joelho* Condilóide Esfera e soquete Biaxial Permite flexão/extensão, abdução/ adução Não há músculos p/ realizar rotação Ex.: 2ª a 5ª metacarpofalangeanas Elipsóide Oval Biaxial Permite flexão/extensão, abdução/ adução Não permite rotação Ex.: carpometacárpica e rádio c/ ossos do carpo Enartrodial Esferóide, bola e soquete Triaxial Permite movimentos nos 3 planos Ex.: quadril e ombro Selar Em sela Triaxial Ex.: carpometacárpica do polegar ESPÉCIE CLASSE NOME COMUM NOME TÉCNICO EXEMPLOS Sem Cavidade Articular Sinartrose Fibrosa Sutura Suturas do crânio Anfiartrose Ligamentosa Sindesmose Rádioulnar média Cartilaginosa Sincondrose ou Sínfise Sínfise púbica Com Cavidade Articular Diartrose Sinovial Deslizável Artrose, Articulação Plana Intercarpianas e intertarsianas Em dobradiça Gínglimo Cotovelo Pivô Trocóide Rádioulnar proximal Elipsóide Elipsóide Pulso Condilar Condilar Metacarpofalangeanas (sem polegar) Cabeça e Cavidade Enartrose Ombro e quadril Em sela Em sela Carpometarcarpiana do polegar Visão geral da classificação das articulações Articulações diartrósicas ou sinovial cartilagem hialina (cartilagem articular) - elástica e não-quebradiça - função: absorver choques, impedir desgastes, melhor adaptação - não possui irrigação sangüínea própria cartilagens articulares especializadas - labro glenóide: ombro - semilunares ou meniscos: joelho cápsula ou ligamento capsular - bainha ligamentosa - insere-se em ambos os ossos da articulação - revestimento interno por membrana sinovial - é vascularizada e secreta líquido sinovial - líquido sinovial: lubrifica, pressão hidrostática 2mm ou menos de líquido (pressão negativa) Com disco articular Sem disco articular superfície articular macho e fêmea - posição de bloqueio: superfícies totalmente congruentes Estruturas das articulações sinoviais Cartilagem articular - cartilagem hialina - fornece uma face de articulação lisa (menor desgaste) - sem suprimento nervoso ou sangüíneo (não há reparação) Cápsula articular - cápsula ligamentosa - se fixa a ambos os ossos Membrana sinovial - reveste a cápsula - vascularisada - secreta líquido sinovial ou sinóvia Líquido sinovial - líquido claro e espesso (clara de ovo) - lubrifica e nutre as cartilagens - 2mm ou menos na articulação - reduz o atrito e absorve choque Cavidade articular - pressão subatmosférica (negativa) - melhora a estabilidade Ligamentos - unem dois ossos - impedem deslocamento e limitam movimentos (tipo e amplitude) - resistentes e praticamente inelásticos - podem sofrer estiramentos e rupturas Fatores que contribuem para a integridade das articulações sinoviais sucção na cavidade (inibe tração-luxação) profundidade do encaixe pode ou não fornecer estabilidade Ex.: fêmur (profundo) e ombro (raso) ligamentos músculos em contração tendões cruzam a maioria das articulações Bainhas e bolsas dos tendões São estruturas anexas às articulações Bainha tendinosa - saco cilíndrico ao redor dos tendões - 2 camadas de tecido conjuntivo - interior: fixa-se o tendão exterior: fixa-se aos tecidos vizinhos - revestida por membrana sinovial (secreta lubrificante) Bolsa, bursa ou saco sinovial - bolsas de paredes finas (fibras colágenas) - membrana sinovial - sob os tendões e sobre as proeminências ósseas Bainha tendinosa 78 bolsas no corpo, não podem ser palpadas Ex.: cotovelo (reduz atrito do tendão do m. tríceps c/ olécrano) infrapatelar profunda (protege o ligamento da patela) Aponeurose: lâmina tendinosa plana e larga Ex.: linha alba Bolsa, bursa ou saco sinovial Mobilidade das articulações “flexão de coxa”, “abdução do braço” amplitude de movimento é limitada por: - ligamentos (inclusive cápsula articular) - comprimento e extensibilidade dos músculos e fáscias - grau de trofismo (hipertrofia) - tendões - contato entre os ossos flexibilidade= amplitude de movimento articular - específica p/ cada articulação - influenciada pela frouxidão ligamentosa flexibilidade gradualmente c/ avançado da idade amplitudes de movimentos restritos causam encurtamento adaptativo dos músculos, gerando inflexibilidade inflexibilidade tende a tornar-se permanente e irreversível, especialmente quando há calcificação de tecidos próximos às articulações. exemplo: pé de bebê e pé de adulto falta de flexibilidade - má postura - compressão de nervos 1.8 Terminologia da motilidade articular Posição Anatômica orientação corporal usada convencionalmente como ponto de partida quando são definidos os termos relacionados ao movimento descrição: posição original com corpo ereto (alongado), olhando para linha do horizonte, braços pendendo ao longo do corpo, palmas das mãos viradas para frente e pés perpendiculares às pernas (paralelos e juntos ou ligeiramente separados) 1.9 Terminologia direcional anatômica Superior acima em relação a outra estrutura, cefálico Inferior abaixo em relação a outra estrutura, caudal Anterior na frente ou na parte da frente Posterior atrás, no dorso Medial relativo ao meio ou centro, mais próximo da linha mediana Lateral do lado ou ao lado, do lado de fora, mais longe da linha mediana Proximal mais perto do ponto de origem Distal afastado do ponto de origem Decúbito Dorsal deitado de costas, dorso para baixo Decúbito Ventral deitado de frente, ventre para baixo Decúbito Lateral deitado de lado. Pode ser decúbito lateral direito ou esquerdo 1.10 Planos dos movimentos 1.11 Eixos dos movimentos A. Eixo sagital ou ântero-posterior: plano frontal B. Eixo frontal ou latero-medial: plano sagital C. Eixo vertical ou longitudinal: plano transverso Flexão ↓ do ângulo da articulação p/ posição fletida 1.12 Principais movimentos Extensão retorno da posição fletida p/ posição anatômica Abdução afastamento p/ fora da linha central do corpo Adução retorno da posição abduzida p/ posição anatômica Rotação Interna superfície anterior volta-se p/ dentro Rotação Externa superfície anterior gira p/ fora Gerais Circundução parte do corpo descreve um cone cujo vértice está na articulação Específicos do tornozelo e pé abdução específica do tornozelo Eversão adução específica do tornozelo Inversão flexão que resulta em topo do pé na direção tibial anterior Flexão dorsal Flexão plantar extensão que resulta em pé e/ou dedos p/ longe do corpo Supinação rotação externa Pronação rotação interna Específicos da rádio-ulnar proximal Elevação superior da cintura escapular Depressão inferior da cintura escapular Específicos da cintura escapular e ombro Protração abdução das escápulas Retração adução das escápulas Rotação p/ baixo Borda superior gira para “fora” Rotação p/ cima Borda superior gira p/ “dentro” Adução horizontal Abdução horizontal extensão horizontal p/ longe flexão horizontal p/ perto Flexão lateral encurtamento p/ lado Reposição retorno à posição anatômica Específicos da coluna vertebral Flexão radial abdução p/ polegar Flexão ulnar adução p/ dedo mínimo Oponência do polegar em diagonal cruzando superfície palmar Específicos do punho e mão 2. MÚSCULOS Músculos máquinas através das quais energia química armazenada é convertida em trabalho mecânico Tipos liso cardíaco estriado 40 a 45% do peso corporal funções: movimento corporal manutenção da postura 434 músculos estriados 75 pares intervêm na postura e movimentos O músculo esquelético está envolvido diretamente nas práticas de atividade física em geral unidades(feixes) de100 a 150 células ou fibras musculares endomísio perimísio camadas de tecido conjuntivo epimísio célula muscular célula muscular + célula muscular = fascículo fascículo + fascículo = músculo EPIMÍSIOENDOMÍSIO PERIMÍSIO 2.1 Estrutura do músculo esquelético Estrutura do Músculo Esquelético ventre muscular: parte central lisa e carnosa de um músculo, na qual predominam as células contráteis extremidades: células contráteis desaparecem mas persiste o revestimento de tecido conjuntivo (perimísio e epimísio) tecidos conjuntivos se fundem para formar um tendão (forma de corda) ou uma aponeurose resistênica à tensão dos tendões de adultos é de aprox. 250Kg/ cm2 fáscia: tecido adicional que reveste o músculo p/ proporcionar proteção Inserção e origem músculos se ligam a 2 ou + ossos para simplificar o problema, estabeleceu-se inserções e origens origem do músculo: ponto onde o músculo se une ao osso fixo inserção do músculo: ponto onde o músculo se une ao osso móvel inserção é o local onde a força é aplicada inserção e origem modificam-se de acordo com movimento origem: ponto mais próximo ao centro do corpo Nomenclatura forma: rombóide, grande redondo ação: elevador da escápula localização: intercostal e supra-espinhoso indicando ossos que unem: braquiorradial e esternomastóideo 2.2 Classificação quanto à forma Planos trapézio transverso do abdômen Longos sartório tibial anterior Fusiformes bíceps braquial Leques peitoral maior 2.3 Classificação dos músculos quanto a disposição das fibras Fusiformes ou longitudinais Peniformes MÚSCULOS unipenados multipenadosbipenados Fusiformes ou longitudinais forma mais simples fibras paralelas, que percorrem o músculo em toda sua extensão em geral: - músculo longo e fino: fraco e capacidade de encurtamento - músculo pequeno e largo: força contrátil e capacidade de encurtamento (curtas distâncias) comum nas extremidades sartório Peniformes forma de pena - cabo da pena: tendão - filamentos da pena: fibras musculares fibras em diagonal em relação a direção da tração - número maior de fibras entram em ação - mais força - amplitude de movimento reduzida A: fusiforme B: unipenado C: bipenada D: multipenada unipenados - músculo se encontra num lado do tendão Ex.: semimembranoso bipenados - músculo converge nos dois lados do tendão Ex.: reto femural multipenados - músculo converge sobre vários tendões - aspecto de espinha de peixe Ex.: deltóide Tipo e características das fibras CONTRAÇÃO LENTA OU TIPO I cor: Vermelha diâmetro: reduzido velocidade de contração: lenta (contínua) constituição: mais sarcômeros e mitocôndrias oxidação ↑ (fibras oxidativas) ATPase ↓ exemplo: músculos que mantêm a postura CONTRAÇÃO RÁPIDA OU TIPO II cor: Branca velocidade de contração: alta oxidação: ↓ metabolismo glicolítico fadigam mais facilmente mais ativas ATPase ↑ Subdivisões das fibras rápidas Fibra tipo IIa Oxidativas e glicolíticas Fibra tipo IIb Puramente glicolítica Como é determinado o tipo de fibra? Geneticamente Pouco alterada na infância até a idade adulta O treinamento e a inatividade podem causar modificações? Existem diferentes classificações de fibras de acordo com as características estruturais e bioquímicas para exercer esforço de característica aeróbia e anaeróbia I IIA IIB IIC Coloração vermelha brancas brancas Velocidade Contrátil lenta rápida rápida Metabolismo oxidativo oxidativa/ glicolítica glicolítica indiferenciada Resistência à fadiga alta baixa baixa Tipo de Trabalho CONTRAÇÃO LENTA OU TIPO I Exercícios aeróbicos, atividade de resistência, exercícios localizados, maratona, atividades de baixa intensidade e longa duração CONTRAÇÃO RAPIDA OU TIPO II Exercícios anaeróbicos, atividades de força e potência, trabalhos de alta intensidade e curta duração. Qual o tipo de fibra solicitado predominantemente? Tipo II rápida Tipo I lenta Qual o tipo de fibra solicitado predominantemente? Tipo I lenta Tipo I ( lenta): provas longas Tipo II (rápida): provas curtas Qual o tipo de fibra solicitado predominantemente? Tipo II rápida Tipo I lenta Qual o tipo de fibra solicitado predominantemente? Tipo II rápida Tipo II rápida 2.4 Nutrição e irrigação sangüínea Irrigação 1 ou mais artérias: - oxigênio, carboidrato e outras substâncias nutritivas artérias arteríolas menores capilares (endomísio) capilares: - extremamente finos - possibilitam uma fácil passagem de substâncias fibra muscular está inativa: - necessidades metabólicas são baixas - pelos capilares circula pouco sangue início do exercício: - necessidades metabólicas são altas - metabólitos originados dilatam capilares, permitindo um influxo do sangue necessário músculo muito exercitado: - formação de novos capilares adicionais - aumento de + 45% durante exercício, volume do fluxo 15 a 20x contração muscular intensa e prolongada - circulação se detém, temporariamente - violenta contração muscular comprime os vasos, compressão essa suficiente para impedir que os vasos se dilatem contrações estáticas podem dificultar o retorno venoso p/ coração exercícios dinâmicos - contrações rítmicas exercem poderosa ação de bombeamento - nos períodos de relaxamento, as veias do músculo se enchem - durante a contração, o sangue é comprimido p/ coração - presença de válvulas nas veias faz com que o sangue flua somente no sentido do coração - relaxamento imediatamente após um exercício extenuante, elimina essa ação de bombeamento 2.5 Estrutura microscópica do músculo esquelético Fibra muscular multinucleadas, alongadas sarcolema: - membrana fina que envolve a fibra - com permeabilidade seletiva - está aderida ao endomísio - função: manter fibras unidas e isolar ambientes sarcoplasma: - protoplasma especializado - incluídas no protoplasma estão as miofibrilas 2.5.1 Miofibrilas Definição são feixes de filamentos nos quais ocorrem a verdadeira atividade contrátil local onde energia metabólica é transformada em mecânica ocorrem paralelamente entre si ao longo do eixo da fibra muscular consistem em filamentos delgados e grossos Filamentos delgados composição: actina, tropomiosina e troponina bandas claras formam arranjo em torno dos filamento grossos Filamentos grossos composição: miosina bandas escuras catálise de ATP apresenta projeções, denominadas pontes cruzadas Interação ente filamentos finos e grossos filamentos se interdigitam entre si e formam um sistema contrátil sarcômero: - unidade básica contrátil - unidade repetitiva dos arranjos de filamentos em cada miofibrila fil. fino forma arranjo hexagonal em torno de cada fil. grosso REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA discos Z: limites de um sarcômero banda A: filamentos grossos banda I: apenas filamentos finos zona H: apenas filamentos grossos linha M: divide sarcômero Demais componentes dos miócitos mitocôndrias - geralmente localizadas nas banda I e disco Z - produzem 95% do ATP - função: produção de energia p/ contração muscular - jovens: mitocôndrias de tamanho adultos (1/2 idade): mitocôndrias de tamanho - resposta ao treinamento: músculos jovens: n° de mitocôndrias músculos mais velhos: tamanho das mitocôndrias sistema de túbulos T (transverso) - são pequenos tubos transversos que se abrem p/ o espaço extracelular e formam uma rede no interior da célula - função: p/ contração muscular - localização: circundam as miofibrilas, formando uma malha próximo às extremidades dos fil. grossos em cada sarcômero - potenciais de ação são propagados pelo sarcolema e ao longo de todos o túbulos T pelo interior da célula - intimamente relacionados como retículo sarcoplasmático retículo sarcoplasmático - 1 a 5% do volume das células - armazena grande quantidade de cálcio A tríade COMPARTIMENTO CONSTITUINTES BIOQUÍMICOS FUNÇÃO Sarcoplasma enzimas glicólise Mitocôndrias enzimas facilidade da atividade aeróbica e recuperação do débito de oxigênio Fibrilas actina e miosina contração muscular Retículo sarcoplasmático concentração e liberação de cálcio controle do estado ativo do músculo Membrana lipoproteínas c/ permeabilidade seletiva excitação e condução do impulso Componentes e funções de alguns dos principais compartimentos celulares do músculo 2.6 Contração muscular Relações entre filamentos grossos e finos cada ponte cruzada: 2 cabeças de miosina que quebram ATP no músculo em repouso, a atividade ATPase da miosina é inibida por altas concentrações de magnésio miosina pode se ligar à actina p/ formar um complexo “actomiosina” que tem alta afinidade por ATP Ciclo da contração 1. músculo relaxado: sistemas reguladores impedem interação actina-miosina 2. essa inibição é superada com estimulação pelos íons cálcio 3. com cálcio, ATP á clivado em ADP e Pi (liberação de energia), que são ligados às cabeças da miosina e essas cabeças exibem alta afinidade pela actina 4. cabeças da miosina se ligam actina e sofrem mudanças conformacionais 5. liberação de ADP e Pi 6. nova ligação do ATP: afinidade da miosina pela actina é reduzida 7. hidrólise do ATP em ADP e Pi, que permanecem ligados à miosina 8. energia liberada pela quebra é armazenada na miosina, que fica com alta energia e alta afinidade renovada pela actina Acoplamento excitação contração. 1. Chegada do sinal eletroquímico (estímulo) 2. Participação dos túbulos T 3. Liberação de Ca2+ 4. Fixação com a troponina 5. Liberação do sítio de interação actina-miosina 6. Actina + Miosina ATPase actomiosina ATPase actomiosina + ADP + P + energia 7. Re-união da ATP á ponte de miosina 8. Continuação do ciclo 9. Retirada do Ca2+ pela bomba de cálcio 2.7 Condução do impulso nervoso Estímulo parte de um motoneurônio. Encontra a membrana muscular em cada botão sináptico. Junção neuromuscular: (ou junção mioneural) é a junção entre a parte terminal de um axônio motor com uma placa motora Placa motora encontro entre sistema nervoso e sistema muscular. É uma sinapse neuromuscular Unidade motora número de fibras inervadas por uma só fibra nervosa, como uma única unidade muscular Junção Neuromuscular Unidade Motora Todas fibras inervados por um mesmo neurônio Controle preciso: poucas fibras / unidade Grande força: muitas fibras Existe relação entre tamanho do neurônio e sua excitabilidade: maiores neurônios conduzem impulsos mais rápidos. Isométrica ou estática: músculo gera força, mas não se realiza nenhum trabalho externo Isotônicas Concêntrica: músculo se encurta e ocorre movimento articular enquanto aumenta a tensão Excêntrica: ocorre quando a resistência externa ultrapassa a força muscular e o músculo torna-se mais longo quando aumenta a tensão 2.8 Tipos de contração muscular Contração isocinética Conceito novo Realizada apenas com equipamento especial (Cybex, Orthotron, Biodex) Resistência variável, depende da força de impulsão Velocidade constante, pré-ajustada Mais utilizadas em exercícios terapêuticos Motor ou agonista Motor primário: responsável por ação muscular específica Motor secundário (ou acessório): ajuda motor primário 2.9 Funções que o músculos pode desempenhar Músculos de emergência Antagonista Fixador ou estabilizador Sinergista ou neutralizador Inibir movimento indesejáveis Motor ou agonista Motor primário: responsável por ação muscular específica - músculo agonista principal responsável pelo movimento - sem sua participação o movimento não se processa ou é deficiente - tipo de contração executada: isotônica concêntrica Ex.: bíceps - flexão de cotovelo tríceps - extensão de cotovelo Motor acessório ou secundário: ajuda motor primário - se contrai p/ auxiliar o motor primário - exige carga de trabalho muscular - não são essenciais ao movimento Ex.: gastrocnêmios - flexão do joelho Antagonista contração tende a produzir uma ação articular exatamente oposta à ação de outra articulação ou de outro músculo específico tipo de contração: isotônica excêntrica seu papel: - controlar movimentos causados pela ação da gravidade - controlar movimentos causados por um agonista não impede movimento, age p/ moderá-lo ou modulá-lo Ex.: adutor magno na abdução da coxa Fixador ou estabilizador fixa, firma ou sustenta um osso ou parte do corpo p/ que outro músculo possa agir sobre base firme tipo de contração: isométrica (estática) Ex.: flexão de solo – abdominais se contraem p/ evitar oscilação do troco e quadril Sinergista ou neutralizador Inibir movimento indesejáveis sinergista verdadeiro - se contrai p/ impedir ação numa das articulações atravessadas por um músculo bi ou multiarticular - tipo de contração: isométrica Ex.: flexor profundo dos dedos sinergista concorrente ou acessório - músculos potencialmente antagonistas, mas podem se contrair simultaneamente p/ realizar ação articular que não realizariam individualmente - tipo de contração: isotônica concêntrica Ex.: flexor ulnar do carpo extensor ulnar do carpo juntos fazem adução do punho (flexão ulnar) Tônus muscular e relaxamento termo “relaxamento” refere-se ao processo de relaxar (fase durante a qual diminui a força da contração) ou o estado de inatividade ou ausência de qualquer contração mesmo o músculo relaxado possui um turgor residual ou sensação de firmeza = tônus muscular tônus muscular é uma função do volume natural do tecido muscular e fibroso e da resposta do sistema nervoso ao estímulo músculos muito usados: tônus muscular músculos menos usados: tônus muscular alguns defeitos posturais: diferença de tônus de 2 antagonistas Músculos de impulsão e de ação rápida músculos esqueléticos atuam como músculos de impulsão ou de ação rápida músculos de impulsão e força: origem distante das articulações e inserção próximas a elas Ex.: pronador quadrado músculos de ação rápida e resistência: origem perto das articulações e inserções distantes Ex.: pronador redondo músculos biarticulares - músculo de impulsão p/ uma articulação - músculo de ação rápida p/outra articulação certos músculos podem combinar ambos os tipos Ex.: adutor magno fibras posteriores – músculo de impulsão fibras anteriores – músculo de ação rápida O I O I Cadeias Cinéticas Aberta - movimentos com a extremidade do segmento livre Fechada - extremidade está no solo ou contra uma resistência imóvel ou semimóvel Movimentos de força contínua (ativos) podem ser rápidos ou lentos, potentes ou débeis força contínua é aplicada contra uma resistência, contraindo os músculos motores ou agonistas, enquanto que seus antagonistas se relaxam (relaxamento recíproco) força contínua positiva: ao se levantar um peso os agonistas se contraem concentricamente e ultrapassam a resistência força contínua negativa: se o peso aumenta ou a força muscular diminui, a resistência vence a força dos agonistas, enquanto eles se contraem excentricamente força estática: segurar um peso estático requer que a força contínua seja igual à resistência 2.10 Tipos de movimentos básicos do corpo Movimentos passivos qualquer movimento que, embora originado, ocorre sem uma contração muscular Manipulação - origem da força vêm de outra pessoa Ex.: manipulação em terapias, elevações na dança Movimento de inércia - continuação de um movimento pré-estabelecido, sem contração muscular concorrente - início: agonista relaxam depois: contraem excentricamente Ex.: deslizamento da braçada na natação, impulso do mergulho Movimento gravitacional ouqueda - força que gera movimento é dada pela ação da gravidade Ex.: fase de queda do salto, movimentos pendulares da ginástica Movimentos balísticos movimento composto, também chamado de explosivos - 1ª fase: força contínua (aceleração por ação dos agonistas) - 2ª fase: inércia (sem contração) - 3ª fase: desaceleração Ex.: chute no futebol, saque no tênis Movimentos dirigidos de precisão requerem exatidão, precisão e intensa coordenação motora não há necessidade de força ou velocidade tremor: dominância alternada dos pares musculares antagonistas firmeza: ausência de erros Ex.: escrever, consertar relógio, colocar linha na agulha Movimentos de equilíbrio dinâmico padrão de movimento ou postura do corpo onde é necessária a participação de diversos grupos musculares desvios da posição de equilíbrio desejada iniciam sistema de controle p/ realizar correções Ex.: caminhar, equilíbrios na trave da ginástica Movimentos oscilatórios movimento se inverte rapidamente movimento pendular ativo Ex.: dedos tocando piano, “cloche” no ballet, tocando tambor
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