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Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Data: 03/11/2015
Teorias das Causas Determinantes ao Estado:
A. Origem familial ou patriarcal – Robert Filmer – Estas teorias situam o núcleo social fundamental na família. Segundo essa explicação, a família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado.
B. Origem em atos de força, de violência ou de conquista – Franz Oppenheimer – a superioridade de força de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados. O Estado é criado para regular as relações entre vencedores e vencidos, acrescenta que essa dominação teve por finalidade a exploração econômica do grupo vencido pelo vencedor.
C. Origem em causas econômicas ou patrimoniais – Platão e Engels – O Estado teria sido formado para se aproveitarem os benefícios da divisão do trabalho, integrando-se as diferentes atividades profissionais, caracterizando-se, assim, o motivo econômico.
D. Origem no desenvolvimento interno da sociedade – Robert Lowie – o Estado é um germe, uma potencialidade, em todas as sociedades humanas, as quais, todavia, prescindem dele enquanto se mantém simples e pouco desenvolvidas. Mas aquelas sociedades que atingem maior grau de desenvolvimento e alcançam uma forma complexa têm absoluta necessidade do Estado. 
A Formação Derivada do Estado:
· Trata-se da criação de Estados por formação derivada, isto é, a partir de Estados pré-existentes.
A. O fracionamento e a união dos Estados. Tem-se o fracionamento quando uma parte do território de um Estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado.
B. Separação de uma parte do território de um Estado, embora integrado sem nenhuma discriminação legal, para constituir um novo Estado, o que ocorre quase sempre por meios violentos, quando um movimento armado separatista é bem sucedido, podendo ocorrer também por via pacífica.
Os Elementos do Estado:
1. Soberania
2. Território
3. Povo
Os Elementos do Estado – 1. Soberania:
· Qualidade essencial do Estado e característica maior do seu povo.
· A soberania surge em um momento de demanda pela centralização do poder. Na época, a solução parecia simplesmente delegar os poderes absolutos e ilimitados ao Rei.
· A soberania tem caráter absoluto justamente por conseguir cumprir a sua função.
· O pluralismo jurídico passa a por em xeque a soberania interna, pois o direito passa a emanar não somente do Estado soberano.
· Teóricos seminais:
*Jean Bodin – poder absoluto e perpétuo de uma república, legitimado pela vontade divina.
*Rousseau – o soberano é o povo; soberania é a superação de um estado de fraqueza; guiado pela razão humana.
· Características:
*Indivisibilidade
*Inalienabilidade
*Imprescritibilidade
*Comandante
*Independente
*Absoluta
*Perpétua
Os Elementos do Estado – 1. Soberania:
- Justificação da Soberania:
· Teorias teocráticas: Deus justifica o poder soberano.
a) Natureza divina dos governantes: como se fossem uma espécie de Deus vivo.
b) Investidura divina: Deus concedeu ao soberano a função de representa-lo.
c) Investidura providencial: soberania é divina, mas o representante escolhido pelo povo.
· Teorias democráticas: o próprio povo justifica o poder soberano.
a) Soberania popular: o soberano seria o próprio povo, com a intenção de não haver injustiça, pois o povo não criaria algo injusto para si mesmo.
b) Formação de uma nação: o povo, com sua base cultural comum, delega a algumas pessoas (representantes políticos) o poder da representação da vontade geral.
c) Estado como pessoa jurídica: o Estado é o titular personificado da soberania, não podendo ser algo abstrato.
Os Elementos do Estado – 2. Território:
- Espécies:
A. Território-patrimônio: o território seria propriedade do Estado. É uma concepção um tanto medieval, em função do sistema feudalista. Foi logo extinta, pois confrontava com a noção de propriedade privada.
B. Território-objeto: teoria em que o Estado exerceria o domínio eminente sobre o território (direito real de caráter público), que poderia se combinar com o domínio útil exercido pelo cidadão. Também foi descartada, porque não se pode ter dois direitos de propriedade sobre a mesma coisa.
C. Território-espaço: o poder do Estado sobre o território é decorrência de seu poder sobre as pessoas que nele vivem. Essa teoria tem dificuldade para explicar o poder exercido sobre áreas desabitadas do Estado.
D. Território-competência: território é o limite do espaço em que o Estado exerce as suas competências jurídicas. Onde não exerce, não é território.
Os Elementos do Estado – 3. Povo:
· Atenção: o termo POVO está entre aqueles que, pelo uso indiscriminado e excessivo, acabaram por tornar-se equívocos, sendo necessário um grande esforço para, antes de tudo, depurá-lo das deformações e, depois disso, estabelecer sua noção jurídica.
· Origem: uma das primeiras e mais conhecidas afirmações do conceito político de Povo está muito ligada ao Estado romano, até mesmo na fórmula que o define. De fato, o único modo conhecido de definição da respublica romanorum está na fórmula dominante Senatus populusque romanus que exprimia, nessa aproximação não disjuntiva, os dois componentes fundamentais e permanentes da civita romana: o Senado, ou núcleo das famílias gentilícias originárias representadas pelos paires, e o Povo, ou grupo “dèmico” progressivamente integrado e urbanizado que passou a fazer parte do Estado com a queda da monarquia etrusca.
· Na Idade Média, o povo era o “Terceiro Estado”, ou seja, a plebe, sem direitos do cidadão, e ficou com esse “estado” até aos nossos dias, considerado como massa de cidadãos sem capacidade psicológica para participar na gestão do estado.
Os Elementos do Estado – 3. Povo:
- A Teoria de Georg Jellinek:
· Distinção entre um aspecto subjetivo e outro objetivo do povo. O Estado é sujeito do poder público, e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição. Esse é o aspecto subjetivo do povo.
· Por outro lado, o mesmo povo é objeto da atividade do Estado, e sob este ângulo é que se tem o povo em seu aspecto objetivo.
· Quanto ao aspecto subjetivo, a simples circunstância de reunir uma pluralidade de homens e submetê-los a uma autoridade comum não chegaria a constituir um Estado. Mas, se essa pluralidade de pessoas for associada a outros elementos num momento jurídico, perfaz uma unidade, surgindo o Estado. E cada indivíduo integrante do povo participa também da natureza de sujeito, derivando-se daí duas situações: a) os indivíduos, como objetos de poder do Estado, estão numa relação de subordinação e são, portanto, sujeitos de deveres; b) como membros do Estado, os indivíduos se acham, quanto a ele a aos demais indivíduos, numa relação de coordenação, sendo, neste caso, sujeitos de direitos.
Os Elementos do Estado – 3. Povo:
· Povo ≠ população: povo possui os ideais culturais, enquanto população é só um número.
· Povo ≠ nação: nação vem com a ideia de um governo implícita.
· Povo, enfim, é um conjunto de indivíduos que se submetem ao ordenamento jurídico do Estado através de um vínculo de cidadania (não necessariamente ativa). É, portanto, uma população de cidadãos.
· Cidadania: vínculo jurídico do indivíduo com o Estado que o confere uma série de direitos e obrigações. É obtida pelo jus sanguinium, pelo jus solium (ascendência) ou por um misto dos dois.
Nação:
· Conceito: a coletividade limite, isto é, desde a horda indiferenciada, passando pelo clã, pela tribo, pela cidade, chega-se à coletividade limite. É a comunidade das comunidades, o máximo de agrupamento social, quer dizer, a expressão máxima da sociedade humana. (Cf. Pierre Burdeau).
a) O sentimento nacional poderia se identificar com o sentimento de solidariedade.
b) O sentimento nacional (e ele confunde deliberadamente a nação com a pátria, não sabe como distinguir) é um sentimento tão misterioso quanto o amor, é tão inexprimível, ou inefável, quanto a emoção estética. Não há como defini-lo. Pode-se sentir, mas não definir.
Fatores de Nacionalidade:
A. Um primeiro fator que se pensou como determinantede uma nacionalidade foi a raça. A Escola Antroposociologia e suas ramificações sustentou uma distinção histórica, já superada, entre raças superiores e raças inferiores, ou raça superior (a raça ariana) e raças inferiores. Essa concepção de uma nacionalidade assentada na raça é funesta, perturbadora, porque vem trazer profundas repercussões na reestruturação político-constitucional de todos os povos.
B. Outro fator poderia que se levou em consideração foi a língua, mas, por exemplo, há na Suíça quatro línguas oficiais: o francês, o italiano, o alemão e o romanche (rético). Isso não impede de haver uma consciência nacional una na Confederação Helvética. Existem também os povos que abandonam uma língua e adotam outra. Há, ainda, muitos outros exemplos que mostram que a língua não é um fator determinante absoluto.
C. Outro fator poderia ser entendido como determinante de uma nacionalidade é a religião é um elemento forte, basta lembrar que é um sistema normativo, ainda que sem poder de sanções como as jurídicas. Mas, por exemplos históricos, não se pode afirmar que a religião seja um fator absoluto determinante. A Suíça, por exemplo, é uma nação em que há, com a mesma liberdade, a prática da religião protestante e a prática da religião católica.
A Questão da Democracia:
As Bases Epistemológicas:
1. Teoria Clássica;
2. Teoria Medieval;
3. Teoria Moderna
As Teorias:
a) A teoria clássica, divulgada como teoria aristotélica, das três de Governo, segundo a qual a Democracia, como Governo do povo, de todos os cidadãos, ou seja, de todos aqueles que gozam dos direitos de cidadania, se distingue da monarquia, como Governo de um só, e da aristocracia, como Governo de poucos;
b) A teoria medieval, de origem “romana, apoiada na soberania popular, na base da qual há a contraposição de uma concepção ascendente a uma concepção descendente da soberania conforme o poder supremo deriva do povo e se torna representativo ou deriva do príncipe e se transmite por delegação do superior para o inferior;
c) A teoria moderna, conhecida como teoria de Maquiavel, nascida com o Estado moderno na forma das grandes monarquias, segundo a qual as formas históricas de Governo são essencialmente duas: a monarquia e a república, e a antiga Democracia nada mais é que uma forma de república (a outra é aristocracia), onde se origina o intercâmbio característico do período pré-revolucionário entre ideais democráticos e ideais republicanos e o Governo genuinamente popular é chamado, em vez de Democracia, de república.
O Sujeito da Democracia:
· Quem governa? “e neste caso a resposta seria “o povo”. Porém, o conceito de povo pode ser interpretado de vários modos.
· Concepção holista: O homem é um ser social, é produto da sociedade e existe em função dela. O povo é dotado de vontade própria e deve se adequar ao todo social. O Estado é o órgão do todo e não se diferencia do povo.
· Concepção individualista: Esta concepção foi difundida com o jus naturalismo moderno. O homem é concebido como um ser pré-social e como um ser de carências, sua ação é compreendida na perspectiva da satisfação de suas necessidades. O melhor modelo de interação entre os indivíduos que melhor representa este tipo de sociedade é o mercado por meio do qual os indivíduos podem buscar a maximização do seu bem-estar.
· Concepção comunitarista: A identidade do ser humano depende da sua adesão a um bem ou a um complexo de bens. Cada ser humano tem sua identidade dependente dos bens que orientam a sua ação. Fora da busca destes bens, não há existência humana. A escolha desses bens acaba por constituir as comunidades das quais ele participa. No caso da comunidade política, sua existência depende do consenso em torno do bem de todos, do bem comum.
Democracia Direta ou Indireta/Representativa:
· As primeiras democracias foram diretas, como a de Atenas, na qual o povo se reunia nas praças e ali tomava as decisões políticas. Neste caso, os cidadãos não delegam o seu poder de decisão, mas, de fato, o exercem. Desta forma, tem-se que uma democracia é direta quando tem sua forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões.
· A Democracia Indireta, ou Representativa, é aquela em que o povo, através de eleições periódicas, escolhe as pessoas que irão representa-lo, para em seu nome tomar as decisões políticas de seu interesse; assim, o povo é a fonte primária do poder que será exercido por representação. Na democracia representativa, a participação popular é indireta, periódica e formal, e se organiza mediante regras que disciplinam as técnicas de escolha dos representantes do povo.
Democracia Empírica – Robert Dahl
· Assim, entende-se ser democrático (o autor cunha o termo Poliarquia) o país no qual o sistema político proporciona cumulativamente oportunidades para:
a) Participação efetiva na política;
b) Igualdade de voto entre adultos;
c) Aquisições de entendimento esclarecido acerca das instituições e candidatos políticos;
d) Exercer o controle do planejamento estatal por accountability.
Democracia Empírica – Arend Lipjhart:
· Serão gradativamente mais democráticos os países que cumulativamente adotarem os seguintes mecanismos políticos:
a) Partilha do Poder Executivo por meio de gabinetes de ampla coalizão;
b) Equilíbrio de poder entre o Executivo e o Legislativo;
c) Sistema multipartidário;
d) Representação proporcional;
e) Corporativismo dos grupos de interesse;
f) Governo Federal e descentralizado;
g) Forte Bicameralismo;
h) Rigidez constitucional e Judicial Review;
i) Independência do Banco Central.
Democracia Formal – Schumpeter, Hayek e Mises:
· A democracia se caracteriza muito mais pela concorrência organizada pelo voto do que pela soberania do povo, ou o sufrágio universal, como afirma a teoria clássica. Entende Schumpeter.
· A democracia seria um método político, ou seja, um certo tipo de arranjo institucional para se alcançarem decisões políticas – legislativas e administrativas –, e portanto não pode ser um fim em si mesma, não importando as decisões que produza sob condições dadas.
· As decisões políticas em que os indivíduos adquirem o poder de decisão se dá através de acordos institucionais e através de uma luta competitiva pelos votos da população e o governo, decidido na competição mencionada, deve ter aquiescência popular.
Democracia Material e Relativista – Kelsen:
· O exame da base filosófica da democracia, segundo Kelsen, não deve objetivar nem constituir-se em um justificação absoluta da democracia. Assim, a única justificação da democracia que se pode permitir uma filosofia relativista, é uma justificação funcional. Tal justificação deixa a decisão sobre o valor social a ser posto em prática a cargo dos indivíduos atuantes na realidade política. Nesse passo, a democracia encontra seu fundamento, funcional, apenas na hipótese de os indivíduos atuantes na realidade política entenderem serem a liberdade e a igualdade. Assim como em Aristóteles, a Democracia nasce da exposição de opiniões coletivas, opiniões que divergem e convergem, tendendo a formar um intenso diálogo, que almeja o alcance da verdade prática, a qual orienta toda ação política. O fundamento da democracia (como em Kant e Aristóteles) é a razão prática, entendida como prudência, que, por uma vez, busca uma verdade prática.
Democracia Procedimental – Habermas:
· Se funda na defesa do procedimento democrático, na medida em que privilegia os direitos que garantem participação política e processos deliberativos justos, independente do resultado a ser alcançado. Com sua “teoria do discurso”, Habermas sustenta que só tem legitimidade o direito que surge da formação discursiva da opinião e da vontade dos cidadãos que possuem os mesmos direitos. Sendo evidente que, nestes casos, é preciso que os cidadãos não só possuam os mesmos direitos efetivamente, mas que tenham as mesmas condições de exercício destes direitos. Portanto, a democracia procedimental acaba por condicionar a legitimidade democrática à realização de um processo públicode deliberação, aberto a todos e realizado de maneira razoável e racional. Para a teoria procedimentalista, os valores substantivos de uma sociedade devem ser escolhidos por meio de uma deliberação democrática, ou seja, pelos poderes representativos do povo, quais sejam, o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Devendo o Poder Judiciário ser apenas um garantidor do exercício da democracia.

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