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INTRODUÇÃO Antes de qualquer coisa, é preciso entender o processo, o surgimento e a importância do método EAD. Desde o surgimento da Educação a Distância (EAD) no Brasil cada vez mais se observam alguns questionamentos quanto a sua real definição. Devido a isso, no decorrer dos anos, diversos estudiosos vêm fazendo tentativas no sentido de criar alguns importantes conceitos para essa modalidade de ensino, que cada vez mais vem se incorporando através de novos mecanismos e estratégias tanto pedagógicas quanto tecnológicas. Entre as diversas definições mais conhecidas podese mencionar a de Gustavo Cirigliano (1983), que define a educação feita a distância como um ponto mediano entre um processo contínuo, em que nos casos extremos irão se situar de uma forma ímpar (ou seja, diferentemente do modelo de ensino presencial, a forma ímpar se refere diretamente à disciplina do aluno, que se faz de forma essencial para conclusão da matéria online) em relação ao processo denominado presencial, em que a presença de professor e aluno é fundamental. Nesta aula iremos aprender conceitos e definições sobre o método denominado Ressonância Nuclear Magnética e de que forma ela é importante para o diagnóstico por imagem. A ressonância magnética (RM) é um fenômeno físico de troca de energia entre força denominada periódica (as conhecidas ondas eletromagnéticas) e corpos em movimento. A condição perfeita para que ocorra esse fenômeno de ressonância é que a frequência periódica das ondas eletromagnéticas seja igual à frequência de movimento dos corpos. Um exemplo bem conhecido de manifestação em relação à ressonância é o som que ouvimos do rádio. Nesse caso porém uma estação emite as ondas eletromagnéticas em uma determinada faixa de frequência e então, quando ajustamos o circuito eletrônico do nosso rádio na mesma faixa de frequência da estação emissora, ouvimos o sinal que está sendo transmitido. Podemos assim facilmente compreender que o fenômeno da ressonância aplicado ao diagnóstico por imagem se baseia na troca de energia entre núcleos de átomos de hidrogênio com ondas eletromagnéticas que são provenientes de campos magnéticos oscilatórios. Sempre que a frequência oscilatória dos campos aplicados coincidir com a frequência de rotação dos núcleos de hidrogênio haverá o processo de troca de energia. Para que esse processo ocorra de maneira controlada, é necessário que os núcleos dos hidrogênios estejam alinhados. O campo magnético externo é o responsável por esse alinhamento, e quanto maior a potência do campo magnético externo, maior será a quantidade de hidrogênios que se alinharão com ele. Nesse caso, uma parcela de hidrogênio absorverá a energia das ondas eletromagnéticas externas e mudará de orientação em relação ao campo magnético. A “população de hidrogênios” que mudou de orientação assume um estado energizado e posteriormente irá liberar essa energia na forma de sinal da ressonância magnética nuclear. SAIBA MAIS! Clique aqui para saber mais sobre a história da Ressonância Magnética. https://unifil.blackboard.com/bbcswebdav/pid-384533-dt-content-rid-481355_1/xid-481355_1 INDICAÇÃO DE VÍDEO(S): O vídeo aborda brevemente como funciona o método de imagem denominado ressonância magnética, demonstrando a sua importância para a área médica. Como funciona a ressonância magnética – parte 1. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=YeVHTjMwVTo. Acesso em: 11 ago. 2016. Como funciona a ressonância magnética – Parte 2. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=gxQIDDID5Pk. Acesso em: 11 ago. 2016. Como funciona a ressonância magnética – Parte 3. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=Tb3kYEPf7Y. Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE LEITURA(S): O livro Princípios Básicos da Ressonância Magnética aborda de forma clara e objetiva como se deve atuar no método diagnóstico. O autor demonstra a importância do conhecimento em física para atuação com excelência dos profissionais. Livro disponível em: <www.livrosgratis.com.br/download_livro_62923/principios_basicos_de_ressonancia_magnetica_nuclear_do_estado_solido> Acesso em: 11 ago. 2016. https://www.youtube.com/watch?v=YeVHTjMwVTo https://www.youtube.com/watch?v=gxQIDDID5Pk https://www.youtube.com/watch?v=Tb3-kYEPf7Y http://www.livrosgratis.com.br/download_livro_62923/principios_basicos_de_ressonancia_magnetica_nuclear_do_estado_solido CONTEÚDO Ressonância magnética, método de diagnóstico por imagem que usa ondas de radiofrequência e um forte campo magnético para obter informações detalhadas dos órgãos e tecidos internos do corpo, sem a utilização de radiação ionizante, diante de outros métodos de diagnóstico por imagem é considerado padrão ouro em informações anatômica e patológicas. Principios Básicos A obtenção da imagem por ressonância magnética a partir do hidrogênio se deve ao fato de esse elemento estar amplamente distribuído nos tecidos do corpo humano e por suas características em responder a campos magnéticos externos como se fosse um pequeno ímã. A obtenção de imagens a partir de outros elementos, como o fósforo, o flúor e o sódio, também é possível; no entanto, a baixa constituição desses elementos no corpo humano inviabiliza o uso do método. O hidrogênio é um átomo que possui sua constituição devido a uma carga positiva em seu núcleo (próton +) e uma carga negativa em sua eletrosfera (elétron e). Figura Demonstração do átomo de hidrogênio em imagem: repare no próton e no elétron. Fonte: etb®, 2016. Apresenta movimento de rotação e torno do próprio eixo (spin nuclear). O movimento de spin nuclear, quando sofre ação do campo magnético externo, altera as suas características, passando a descrever um movimento de rotação conhecido por precessão. O movimento de precessão pode ser entendido como uma distorção de spin nuclear em resultado da ação do campo magnético externo. O núcleo do hidrogênio sob a ação da força magnética altera o seu movimento giratório de uma “linha” para um “ cone” sobre o seu próprio eixo. Esse movimento é o denominado precessão, e pode ser comparado ao movimento giratório de um pião no momento em que este começa a perder a sua força. O comportamento do núcleo do hidrogênio como um pequeno ímã se dá quando o mesmo está sob a ação de um campo magnético externo. Isso lhe confere uma força magnética denominada força microscópica. Podemos compreender então que a somatória das forças magnéticas microscópicas da grande quantidade de hidrogênios alinhados ao campo magnético externo resultará em uma força maior denominada magnetização longitudinal, que é representada pela notação Mz. A magnetização longitudinal, também denominada resultante magnética macroscópica, constituise no vetor magnético utilizado no sistema de RM para induzir correntes elétricas em condutores estrategicamente posicionados junto ao magneto. FINALIZAÇÃO DA AULA Nesta aula foi abordado sobre a introdução à ressonância magnética, método de imagem que não utiliza radiação ionizante, e sim ondas eletromagnéticas, que para sua formação de imagem, utiliza os átomos de hidrogênio presente em grande quantidade no corpo humano. Fazendo com que esses mesmos átomos de hidrogênio, se alinhem mandando informações para uma bobina de radiofrequência, para que no momento final, produza imagem digital em um computador. REFERÊNCIAS HARRIS RK. Nuclear Magnetic Resonance Spectroscopy A Physicochemical View. Essex –England: Longman Scientific & Technical, 1986. ___________ e MANN EB. NMR and the Periodic Table. London: Academic Press, 1978. HENNEL JW e KLINOWSKI J. Fundamentals of Nuclear Magnetic Resonance. Essex – England: Longman Scientific & Technical,– 1993. MASON J. (Editor). Multinuclear NMR. New York: Plenum Press, 1989. VICTOR MS; GERALDES FGC. Ressonância Magnética Nuclear Fundamentos, Métodos e Aplicações. Coimbra – Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. INTRODUÇÃO: Para entender sobre o magnetismo é necessário rever alguns conhecimentos de Física básica, como por exemplo lembrar primeiramente que tudo na natureza está formado de pequenas unidades denominadas átomos e que cada átomo é constituído por um núcleo e elétrons girando em órbitas específicas ao seu redor. Em um núcleo atômico se encontram, além de nêutrons, outras pequenas partículas dotadas de carga elétrica positiva (prótons). O núcleo do átomo de hidrogênio (usado na ressonância magnética) é o mais simples e um único próton. O segredo da imagem de ressonância magnética está no fato de um corpo magnetizado precessar ao redor de um forte campo magnético estático, ou seja, sem alteração. Esse fenômeno de precessão ocorre sempre que uma força externa age sobre um objeto em rotação. O movimento de precessão pode ser entendido como uma distorção do spin nuclear em resultado da ação do campo magnético externo. O núcleo de hidrogênio sob a ação da força magnética altera o seu movimento giratório de uma linha para um cone sobre o seu próprio eixo. Esse movimento, denominado precessão, pode ser comparado ao movimento giratório de um pião no momento em que este começa a perder a sua força. Agindo em conjunto com o movimento de precessão teremos a magnetização longitudinal, em que o comportamento do núcleo do hidrogênio age como um pequeno ímã, quando está sob a ação de um campo magnético externo, o que lhe permite obter uma força magnética própria. As propriedades de ressonância magnética têm origem na interação entre um átomo em um campo magnético externo (B0), de forma mais precisa, é um fenômeno em que partículas contendo momento angular e momento magnético exibe um movimento de precessão quando estão sob ação de um campo magnético externo (B0) (MAZZOLLA, 2009). Figura Demonstrativo comparativo dos movimentos de precessão e rotação. Fonte: etb®, 2016. Um bom conceito que permite compreender melhor todo o magnetismo que envolve a ressonância é o equilíbrio dinâmico que o cerca. Quando um paciente é introduzido no equipamento de RM, uma quantidade considerável dos seus átomos de hidrogênio é orientada com as linhas de força do campo magnético principal. Nessa situação se observa que uma grande parte de hidrogênios se orienta em uma das direções do eixo longitudinal do equipamento, ou seja, o eixo Z. Constituindose na população de hidrogênios energizados que se orienta na direção oposta, frequentemente os átomos de baixa energia absorvem energia do meio e pulam para o lado que está mais energético. Os átomos de alta energia, por sua vez, fazem o contrário, liberam energia para o meio e se posicionam no lado de baixa energia, estabelecendo o que se conhece por equilíbrio dinâmico. O uso da técnica de MRI em conjunto com outras áreas de conhecimento traz resultados antes não atingidos e proporcionam uma facilidade na obtenção de resultados complexos. A analise de cérebros obtidos através da ressonância magnética é um exemplo disto (AMARO, JR.; YAMASHITA, H., 2001). INDICAÇÃO DE VÍDEO(S): O vídeo sugere um entendimento básico de como funciona todo o magnetismo agindo em conjunto com o aparelho de RM. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Nwe0nq8afQ0. Acesso em: 11 ago. 2016. Vídeo explicativo demonstrando a ação dos movimentos de precessão, conceito básico para aplicação da ressonância magnética. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=KxsLRty2QFg. Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE LEITURA: “Física da Ressonância Magnética” The Physics of magnetic resonance Genilson A. de Oliveira1, Thiago Borduqui2 Curso de Física Universidade Católica de Brasília, Fonte http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/1º2012/AFisicadaRessonanciaMagnetica.pd f. Acesso 2017, janeiro 23 INDICAÇÃO DE FILME O filme Entendendo o Magnetismo demonstra o quão essencial ele é para o mundo em geral, e deixa bem evidenciado que é uma força que permeia todo o universo. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=0k9cXG5_jU. Acesso em: 11 ago. 2016. https://www.youtube.com/watch?v=Nwe0nq8afQ0 https://www.youtube.com/watch?v=KxsLRty2QFg http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/1%C2%BA2012/AFisicadaRessonanciaMagnetica.pdf https://www.youtube.com/watch?v=0k-9cXG5_jU CONTEÚDO A Ressonância Magnética (RM) é hoje um método de diagnóstico por imagem estabelecido na prática clínica e que continua em crescente desenvolvimento. Dada a sua alta capacidade de diferenciar os tecidos e coletar informações em nível bioquímico, o espectro de aplicações se estende então a todas as partes do corpo humano e explora os aspectos anatômicos e funcionais de todos os sistemas. A física da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) está aplicada à formação de imagens e é de uma grande complexidade e de grande abrangência, uma vez que tópicos como o eletromagnetismo, a supercondutividade e o processamento de sinais têm de ser abordados em conjunto para o entendimento desse método. A imagem por ressonância magnética é explicada, de forma resumida, como o resultado da interação de um forte campo magnético que é produzido pelo equipamento com os prótons de hidrogênio presentes no tecido humano e criando então uma condição para que possa ser enviado um pulso de radiofrequência e, após, coletada a radiofrequência modificada, através de uma bobina ou antena receptora. Esse sinal codificado espacialmente se dá por gradientes de campo magnético que são coletados, processados e convertidos numa imagem ou numa informação. Apesar de o fenômeno físico da Ressonância Magnética Nuclear ter sido descrito em 1946 por Block e Purcell em artigos independentes, as primeiras imagens do corpo humano só foram possíveis de se conseguir cerca de 30 anos após, através dos trabalhos de diversos cientistas no mundo todo, mas especialmente de Paul Lauterbur e Sir Peter Mansfield. Esse intervalo de tempo é somente o início da demonstração da complexidade desse método e da necessidade de tecnologias aparentemente tão distintas como os supercondutores e o processamento de sinais serem usados para a formação da imagem. É importante salientar que em nenhum outro método de imagem os conceitos físicos estão tão atrelados à rotina de realização de exames e à operação do equipamento quanto em RM. Dessa maneira, existe a necessidade de entender os conceitos, o que é primordial para a execução dos exames com qualidade e o benefício que o padrão de qualidade trará para o diagnóstico de importantes patologias. O átomo de hidrogênio é o mais simples presente na tabela periódica, e tem o próton como núcleo. Os prótons são partículas carregadas positivamente e que possuem uma propriedade denominada spin ou momento angular. Como o objetivo é ter uma visão simplificada e introdutória da física relacionada à RM, vamos compreender que o spin represente o movimento de giro do próton em torno do seu próprio eixo, da mesma forma que um pequeno pião. Para o próton de hidrogênio, o spin (I) pode ser +1/2ou 1/2, o que na nossa analogia clássica poderá representar o próton girando tanto para um lado quanto para o outro. Juntamente com o spin, o próton de hidrogênio possui uma outra propriedade denominada momento magnético, o que faz com que ele se comporte como um pequeno ímã ou como um pequeno magneto. Esse conceito analógico é válido se visualizarmos um próton como uma pequena esfera carregada (esta com cargapositiva) e girando em torno de seu próprio eixo (o spin). Como para toda partícula carregada em movimento acelerado surge um campo magnético associado a ela, o próton de hidrogênio se comporta como um pequeno magneto, ou como um dipolo magnético. Os prótons de hidrogênio são colocado sob a ação de um campo magnético externo, o que ocorre com os prótons do corpo do paciente quando o mesmo é posicionado dentro do magneto, é importante entendermos que na temperatura média de 36,5 ºC presente no corpo humano, que está sob a ação do fraco campo magnético terrestre de 0,3 gauss (ou 3 x 105 tesla, uma vez que o fator de conversão é denominado como 1 T = 10.000 G), os momentos magnéticos não possuem uma orientação especial bemdefinida, distribuindose de forma randômica. Essa distribuição aleatória faz com que a magnetização resultante de um volume de um tecido seja igual a zero. Para a compreensão da magnetização vamos agora ver como ela ocorre no tecido do corpo humano. Nas imagens, como a menor unidade é denominada voxel, que é da ordem de 1,0 mm3 ou mais, é o efeito combinado dos prótons de hidrogênio que irá interessar para o método diagnóstico. A magnetização resultante em cada voxel é o resultado da soma vetorial de todos os spins que resultaram do cancelamento mútuo. No equilíbrio, a magnetização resultante possui somente a componente horizontal (ao longo de B0). É fundamental que neste momento façamos a localização espacial do vetor magnetização. Figura Demonstração da magnetização dos tecidos através do alinhamento dos spins. Fonte: Adaptado de UTFPR, s.d. Figura – Átomos de Hidrôgenio sem a presença do campo magnético externo. Renato Camargo Figura – Prótons de Hidrôgenio com a presença do campo magnético externo onde foi aplicado B0. Renato Camargo FINALIZAÇÃO Até aqui tratamos do fenômeno descrito como ressonância magnética e da observação em relação ao hidrogênio e ao alinhamento dos spins. Vimos então até aqui que o fenômeno da ressonância magnética se baseia em perturbar o equilíbrio dinâmico de tal forma que a resultante magnética mude a sua orientação no espaço e vá preferencialmente assumir uma posição no plano transversal (X,Y). Para que isso ocorra, fazse necessário que os corpos em movimento troquem energia com muita força, promovendo uma oscilação das ondas eletromagnéticas de radiofrequência. REFERÊNCIAS BERNSTEIN MA, KING KF, ZHOU XJ. Handbook of MRI Pulse Sequences. London: Elsevier; 2004. BLOCH F. Nuclear induction. Phys Rev 1946; 70:460. BRACEWELL R. The Fourier Transform & Its Applications. Third Edition. New York: McGrawlHill Science, 1999. FOSTER MA. Magnetic Resonance in Medicine and Biology. New York: Pergamon Press, 1984. GALLAGHER TA et al. An introduction to the Fourier transform: relationship to MRI. AJR 2008;190:13961405. HAHN EL. Spin echoes. Phys Review 1950;80 (4). HENNING J, NAUERTH A, FRIEDBURG H. Rare imaging: a fast imaging method for clinical MR. Magn Reson Med 1986;3:823833. HOUNSFIELD GN. Computerized transverse axial scanning (tomography): Part 1. Description of system. BJR 1973;46(552):10161022. LAUTERBUR, PC. Image formation by induced local interactions: Examples employing nuclear magnetic resonance. Nature 242: 190, 1973. MANSFIELD P. Multiplanar imaging formation using NMR spin echoes. J Phys 1977;10:L55–L58. PURCELL EM, TORREY HC, POUND RV. Resonance absorption by nuclear magnetic moments in a solid. Phys Rev 1946; 69:37. DEFINIÇÕES EM RM Como já explicado em aulas anteriores a RM é um método eficiente de diagnóstico por imagem, no qual não se faz uso de radiação ionizante e sim ondas eletromagneticas. O seu potencial em demonstrar as estruturas anatômicas surpreende até mesmo os profissionais mais experientes na área. Essa técnica, no entanto, não é tão fácil quanto se pensa. A complexidade de fenômenos envolvidos, particularmente nos aspectos que se referem à física quântica, é um fator que desafia e, por vezes, até desestimula aqueles que se habilitam na sua prática. Por outro lado, é completamente fascinante compreender os mistérios e saber como obter dessa ferramenta imagens que tanto impressionam. O exame de RM é, muita das vezes, decisivo para se estabelecer o diagnóstico de um paciente, e por esse motivo deve ser feito de forma criteriosa, com a utilização de todos os recursos oferecidos. Todavia, esse exame não deve ser iniciado sem que antes o paciente seja submetido a uma entrevista para afastar uma possível contraindicação à realização do exame. Pacientes portadores de marca passo, clipes cirúrgicos de aneurisma e neuroestimuladores não devem se submeter a essa técnica por estarem correndo risco de saúde. A entrevista ainda tem a finalidade de coletar informações clínicas úteis para auxiliar o professional que realiza o exame e o médico radiologista na confecção do laudo. Todos esses procedimentos ainda são importantes para orientar o paciente quanto ao seu comportamento durante a realização do exame. É importante ressaltar o número significativo de pacientes que não conseguem realizar o exame por se sentirem desconfortáveis quando estão no interior do magneto. Entre essas pessoas encontram se os claustrofóbicos, os portadores de movimentos involuntários e aqueles que simplesmente não conseguem permanecer imóveis por apresentarem quadros álgicos importantes. INDICAÇÃO DE VÍDEO O vídeo a seguir demonstra algumas questões aplicadas à RM, mostrando o seu interior. Esse vídeo permitirá ao aluno compreender alguns dos fatores na definição do método. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=eCBT10bJH4k. Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE LEITURA A leitura sugere um grande leque de definições nas diversas áreas de aplicabilidade à ressonância magnética. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAer08AI/ressonanciamagnetica. Acesso em: 11 ago. 2016. “Física da Ressonância Magnética” The Physics of magnetic resonance Genilson A. de Oliveira1, Thiago Borduqui2 Curso de Física Universidade Católica de Brasília, Fonte http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/1º2012/AFisicadaRessonanciaMagnetica.pd f. Acesso 2017, janeiro 23 INDICAÇÃO DE FILME O filme indicado mostra a importância da ressonância magnética quando relacionada com os padrões de qualidade em imagem e em procedimentos. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAer08AI/ressonanciamagnetica. Acesso em: 11 ago. 2016. http://www.youtube.com/watch?v=eCBT10bJH4k http://www.ebah.com.br/content/ABAAAer08AI/ressonancia-magnetica http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/1%C2%BA2012/AFisicadaRessonanciaMagnetica.pdf http://www.ebah.com.br/content/ABAAAer08AI/ressonancia-magnetica CONTEÚDO Estão no protocolo de contraindicações para a realização dos exames em RM os pacientes portadores de: Marcapasso cardíaco; Implante coclear; Clipes vasculares metalicos; Prótese vascular Desfibrilador cardíaco implantável; Fixadores ortopédicos externos metálicos não removível; Clipes de aneurisma cerebral ferromagnético antes de 1995 Stent vascular ; Implantes dentários magnéticos; DIU; Tatuagens antigas, com tintas que possuiam traços de metais; Fragmentos de metal no corpo, como projeteis de arma de fogo; neuroestimuladores. Pacientes claustrofobicos; Gestantes até o terceiro mês. Todas essas situações de contraindicação serão identificadas a partir da entrevista com o paciente, que tem a finalidade de coletar as informações clínicas que irão ajudar o profissional que realiza o exame de RM na sua condução. Poderão ainda servir para que o médico radiologista estabeleça correlação entre o exame de RM e estudos realizados por outrosmétodos, auxiliandoo em suas conclusões no diagnóstico final. Durante o processo da entrevista, o professional que assiste o paciente deve orientálo quanto ao seu comportamento no transcorrer do exame e esclarecer possíveis dúvidas em relação ao método. Na entrevista, deve se ainda investigar se existem fatores que possam contraindicar a realização do exame. Normalmente os serviços diagnósticos dispõem de questionários prontos para a finalidade de conhecimento do paciente. As informações que podem ser transmitidas durante a entrevista referemse: Tempo de realização de exame (aproximadamente de 30 a 40 minutos); Som produzido pelo sistema durante o exame; Possibilidade de comunicação com o operador nos intervalos entre as séries; Importância de se manter imóvel durante a realização do exame; Importância da comunicação de qualquer fato estranho que possa ocorrer durante a realização do exame. Obs.: Durante o exame, é de grande importância que o profissional a realizar o exame estabeleça uma comunicação com o paciente. Esse procedimento costuma tranquilizar o paciente e evita nele aquela sensação de ter sido “abandonado”. Um outro fator é manterse atento aos eventuais estados de ansiedade ou angústia que podem vir a acometer o paciente. Outro grande fator para as definições do exame de RM é conhecer aos protocolos de exames para cada órgão com uma finalidade específica. A RM e é muito utilizada para o estudo do encéfalo, com ênfase principalmente na avaliação do parênquima cerebral. A RM já provou ser um método eficiente no sistema nervoso central (SNC), e para muitos outros diagnósticos como: Avaliação de processos inflamatórios; Avaliação das substâncias branca e cinzenta; Pesquisa de malformação; Pesquisa de tumores; Estudo vascular venoso / arterial; Estudo para análises funcionais. Para o estudo do sistema nervoso central inúmeras vantagens são apresentadas através do exame de RM: Umas de suas grandes vantagens é que a RM, não faz uso de radiação ionizante, como os outros métodos de imagens como os RaiosX, Tomografia Computadorizada, Densitometria Óssea, Radiologia Intervencionista, entre outros. Na RM as imagens são realizadas através de ondas eletromagnéticas. Não há estudos, que tenha comprovado danos à saúde ou efeitos colaterais pela exposição ao campo magnético e ondas eletromagnéticas geradas pelos aparelhos, independentes de sua potência em Tesla. Os exames realizados em RM, apresentam grande riqueza de imagens diagnosticas, permitindo a visualização de diferença de tecidos anatômicos e patológicos Os exames realizados em RM, geram imagens nos planos axial, coronal e sagital, permitindo até mesmo reconstrução de imagens em 3D, contribuindo para um melhor diagnóstico. Nas RM, alguns casos, devese usa contraste, para melhor visualização de tecidos. Contraste paramagnético (gadolínio), possui um risco consideravelmente menor, em relação à outros tipos de meios de contrastes. Os serviços de RM adotam um protocolo que apresenta uma série localizadora no plano sagital (divide o corpo em lados direito e esquerdo), seguida de duas aquisições axiais (plano que divide o corpo em superior e inferior): axial T2 e axial flair e uma série coronal T2 (plano que divide o corpo em anterior e posterior). Em um estudo de rotina do encéfalo, por exemplo, estas quatro séries devem ser realizadas: Série sagital T1; Série axial T2; Série axial flair; Série coronal T2. A série sagital T1 normalmente é a primeira a ser realizada. Como não existem imagens prévias, o planejamento dos cortes é feito a partir do referencial estabelecido no posicionamento “zero” usualmente fixado na glabela. Figura Corte sagital T1. Fonte: Publicado por VALE et al., “Chiari malformation and central sleep apnea syndrome”, 2014, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 4.0 International. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4263339. Acesso em: 01/09/2016. A série axial em T2 é obtida pela sequência de pulsos gradiente de eco. Nessa série, os cortes devem cobrir todo o parênquima cerebral, desde a região do forame magno até a região do seio sagital superior. O planejamento é feito de forma gráfica, utilizando a imagem sagital previamente adquirida. Essa série apresenta uma alta sensibilidade para grande parte das patologias cerebrais, e a sua capacidade em demonstrar a presença de líquidos por meio do hipersinal permite identificar com grande segurança a presença de tumores, processos infecciosos, cistos e edemas. Figura Corte axial T2. Fonte: Publicado por ROBBINS et al., “Legionella pneumophila infection presenting as headache, confusion and dysarthria in a human immunodeficiency virus1 (HIV1) positive patient: case report”, 2012, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 2.0 Generic. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3519780. Acesso em: 01/09/2016. A técnica axial flair é obtida pela a sequência recuperação da inversão. Para a obtenção da ponderação em flair fazse necessária a utilização de tempo de inversão de aproximadamente 2.200 ms em equipamentos com um campo magnético principal de 1,5 tesla. Figura Corte axial flair. Fonte: Publicado por KAMATE et al., “Central nervous system inflammatory demyelinating disorders of childhood”, 2010, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 2.0 Generic, com adaptações. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3021933. Acesso em: 01/09/2016. E por último o coronal em T2 pode ser feito sobre imagens da série sagital ou axial. A espessura média dos cortes é de 5 mm, com intervalos que podem variar de 2 a 3 mm. As estruturas encefálicas são apresentadas num plano anatômico diferente dos já mencionados, permitindo então uma análise sob uma nova perspectiva. Figura Corte coronal em T2. Fonte: Publicado por MOSER et al., “MRguided focused ultrasound technique in functional neurosurgery: targeting accuracy”, 2013, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 2.0 Generic, com adaptações. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3988613. Acesso em: 01/09/2016. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta aula, aprendemos algumas definições em ressonância magnética e pudemos observar o quão importante é esse método diagnóstico. Abordouse a entrevista à qual o paciente se submete para a sua própria segurança. Vimos ainda a importância de se seguir os protocolos de imagem, respeitando o tempo da aquisição de imagem em: sagital, axial, axial flair e coronal, e como essa sequência de protocolos estabelecidos é importante para o controle de qualidade diagnóstico. REFERÊNCIAS DELIGANIS AV, FISCHER DJ, LAM AM, MARAVILLA KR. Cerebrospinal fluid signal intensity increase on flair MR Images in patients under general anesthesia: the role of supplemental O2. Radiology 2001; 218:152156. FILIPPI CG, ULUG AM, LIN D, HEIER LA, ZIMMERMAN RD. Hyperintense signal abnormality in subarachnoid spaces and basal cisterns on MR images of children anesthetized with propofol: new fluidattenuated inversion recovery finding. AJNR 2001; 22:394399. FRIGON C, JARDINE DS, WEINBERGER E, HECKBERT SR, SHAW DWW. Fraction inspired oxygen in relation to cerebrospinal fluid hyperintensity on flair MR imaging of the brain in children and young adults undergoing anesthesia. AJR 2002; 179:791796. ROBSON MD, GATEHOUSE PD, BYDDER M, BYDDER GM. Magnetic resonance: an introduction to ultrashort TE (UTE) imaging. J Comput Assist Tomogr 2003;27:825–846. INTRODUÇÃO Tudo o que existe é único, mas no universo nada está absolutamente isolado. Muitas são as linguagens usadas para transmitir informaçõesde um corpo para outro. A ciência possui ferramentas que muitas vezes permitem a decodificação e o entendimento das mensagens que nos são transmitidas. A ressonância é uma dessas formas curiosas de interação entre dois sistemas. Quando um sistema elástico vibra animado por uma onda sonora, dizse que ele está em ressonância com o som. Para induzir vibração num corpo a onda sonora deve possuir frequência e amplitude adequadas. A relaxação dos spins que gera o sinal de indução livre (SIL) é causada pelas trocas de energia entre spins e entre spins e sua vizinhança (rede). Essas interações são chamadas de relaxação spinspin e spinrede e juntas fazem com que o vetor M retorne ao seu estado de equilíbrio (paralelo a B0). Duas constantes de tempo foram criadas para caracterizar cada um desses processos: T1 e T2. A constante T1 está relacionada ao tempo de retorno da magnetização para o eixo longitudinal e é influenciada pela interação dos spins com a rede. A constante T2 faz referência à redução da magnetização no plano transversal e é influenciada pela interação spinspin (dipolodipolo). Para a compreensão dos princípios, devese antes criar conceitos sobre a sequência de pulsos, que é a forma como os pulsos de RF são aplicados e a obtenção dos sinais de RM influencia o contraste das imagens. É possível, a partir da aplicação de pulsos de diferentes ângulos, obter diferentes contrastes e diferentes ângulos entre os tecidos presentes no corpo humano. A sequência spineco também é importante e a mais comum na RM. Essa sequência iniciase com um pulso de RF em 90º (considerado um pulso seletivo). Outro fator que vamos observar no decorrer do capítulo é o tempo eco, o tempo de repetição e as diversas sequências de gradiente. INDICAÇÃO DE VÍDEO O vídeo demonstra alguns dos princípios aplicados na RM. Esse vídeo permite ao aluno uma comparação em tempo real da importância desses princípios. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=YR26K2RoghM. Acesso em: 11 ago. 2016. Mais um vídeo sobre princípios em RM sendo relacionados com a neuroimagem do sistema nervoso central. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=P9HrhPoCkM. Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE LEITURA: O livro indicado a seguir retrata de forma clara e objetiva os princípios de RM através da sobreposição de imagens e reconstrução em 3D. No quesito físico a literatura retrata a importância desse conhecimento para o método diagnóstico por imagem. Disponível em: <www.livrosgratis.com.br/lerlivroonline143857/sobreposicaodeimagensdetermografiae ressonanciamagneticaumanovamodalidadedeimagemmedicatridimensional> Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE FILME Um filme curto que retrata o princípio da ressonância magnética na odontologia. O importante para qualquer profissional que realiza a aquisição de imagem é possuir um conhecimento amplo e multidisciplinar em relação aos métodos diagnósticos em imagem. Disponível em: x www.youtube.com/watch?v=CUHkiSbxYIY. Acesso em: 11 ago. 2016. https://www.youtube.com/watch?v=YR26K2RoghM https://www.youtube.com/watch?v=P9Hrh-PoCkM http://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-online-143857/sobreposicao-de-imagens-de-termografia-e-ressonancia-magnetica--uma-nova-modalidade-de-imagem-medica-tridimensional https://www.youtube.com/watch?v=CUHkiSbxYIY CONTEÚDO Até aqui consideramos que um campo magnético produzido pelo magneto possuí um valor único e uniforme. Dessa maneira, se todo um volume de tecido, como o cérebro por exemplo, for posicionado nesse campo e um pulso de RF for enviado com valor de frequência exatamente igual à frequência de precessão dos prótons de hidrogênio, todo o volume será excitado. Os prótons de hidrogênio do volume como um todo receberão energia do pulso de RF e retornarão sinal para a bobina. Esse sinal contém informação de todo o tecido cerebral, mas não possibilita que saibamos de que parte do cérebro ele provém. Como o objetivo de um gradiente é mapear uma imagem bidimensional (2D), é preciso estabelecer um método que possibilite a seleção de um corte do corpo e que, dentro desse corte, possamos ter uma matriz de pontos organizada em linhas e colunas. Para cada elemento dessa matriz (pixel) deve ser obtido o valor de intensidade de sinal, para que, através de uma escala com vários tons de cinza ou cores, possamos visualizar a imagem final. O acionamento de um gradiente de campo também altera a fase dos spins. Essa alteração é proporcional ao tempo em que o gradiente ficar ligado e à amplitude do gradiente. Juntas, fase e frequência poderão fornecer informações espaciais do sinal, como veremos a seguir. São necessárias três etapas para uma codificação de um sinal de forma a obter uma imagem de RM. São elas: 1. seleção de corte; 2. codificação de fase; 3. codificação de frequência. Cada etapa representa o acionamento de gradientes em uma dada direção. Se o gradiente de seleção de corte for acionado para a direção z, cada posição ao longo do eixo da mesa irá precessar com um valor diferente de frequência. Se esse gradiente permanecer ligado, poderemos então enviar um pulso de RF com frequência central de precessão igual à da região que queremos excitar. Dividimos assim o paciente em cortes axiais. Os outros dois gradientes (codificação de fase e frequência) serão acionados nos eixos que restaram (x e y ou y e x). Quando o gradiente de codificação de fase é acionado, alteramos a fase dos spins de forma proporcional para a sua localização. Assim, um dos eixos do corte fica mapeado com a fase. É necessário acionar n vezes o gradiente de codificação de fase. Cada vez que o gradiente é acionado, alterase a sua amplitude. No momento da leitura de um sinal, o gradiente de codificação de frequência é acionado na direção restante. Dessa forma, o segundo eixo do corte ficará mapeado em frequência. O gradiente de codificação de frequência também é denominado gradiente de leitura. Para compreender melhor os princípios que envolvem a ressonância magnética, iremos conceituar o domínio do tempo, o domínio da frequência (Fourier). O sinal coletado de cada corte será mapeado em fase e frequência. Ou seja, um sinal que vai variar no tempo, contendo diversas fases e diversas frequências que carregam informações sobre todo o tecido contido no corte. É importante salientar que por volta de 1807 o matemático francês JeanBaptiste Joseph Fourier desenvolveu ferramentas analíticas para decompor uma função contínua em suas componentes oscilatórias e amplitudes. Esse processo é hoje conhecido como transformada de Fourier. Uma versão dessa metodologia é usada atualmente para determinar as amplitudes e frequências (e, portanto, as posições) encontradas no sinal de RM (eco) coletado pelas bobinas. Somente após coletar 64, 128, 256 ou mais ecos e armazenálos no chamado espaço K é que foi possível aplicar a transformada de Fourier (TF) para passar do domínio do tempo para o domínio de frequências, obtendo a imagem de RM. Uma descrição completa desse processo é apresentada por autores como Bracewell e Gallagher. Abordaremos a seguir o conceito de espaço K de forma mais simples e sua importância prática. O espaço k não é um local físico no equipamento de RM. É um conceito abstrato que tem a função de auxiliar no entendimento de sequências de pulsos que são consideradas mais modernas e que estão associadas a metodologias de aquisição. É útil visualizarmos o espaço k como uma matriz. Cada linha dessa matriz será preenchida com um eco coletado na sequência de pulso. Podemos visualizar o espaço k na forma de uma matriz de tons de cinza. Cada ponto nessa matriz corresponde a uma intensidade de sinal (tom de cinza) e a uma posição no tempo erepresenta a amplitude do sinal recebido pela bobina naquele dado instante. Os eixos de coordenadas (x e y ou ky e kx) desse espaço são, respectivamente, o gradiente de codificação de frequência e o gradiente de codificação de fase. Figura Demonstração do espaço k. Fonte: Publicado por toubibe, 2015, Pixabay®, sob domínio público. Link da página: pixabay.com/pt/mri magnéticoraioxcrâniocabeça782459. Acesso em: 01/09/2016. O preenchimento linha a linha do espaço k irá ocorrer na medida em que o gradiente de codificação da fase na sequência de pulso variar em sua amplitude. O número de codificações de fase pode então, por exemplo, ser de 256, o que resulta em um acionamento de 256 amplitudes diferentes para o gradiente de codificação de fase. Essa amplitude pode se iniciar com o uso de um gradiente negativo com máxima amplitude, reduzindo gradativamente sua amplitude até zero e, a partir daí, acionando um gradiente positivo até atingir novamente a amplitude máxima, mas na direção contrária. Cada linha do espaço k será preenchida com um eco que foi codificado por uma amplitude diferente da do gradiente de fase. Uma das características mais importante do preenchimento do espaço k, descrito acima, é que os extremos do espaço k serão preenchidos com sinal de baixa amplitude, pois o próprio acionamento do gradiente causa maior defasagem e redução do sinal. Já as linhas centrais do espaço k conterão sinal de maior amplitude, o que na imagem de RM resultará em contraste (preto e branco). Algumas características do espaço k são importantes para entendermos melhor a imagem resultante. 1. Não existe uma correspondência entre um ponto do espaço k e um ponto da imagem de RM. Em cada ponto do espaço k existe informação de todo o corte. Se por exemplo um pequeno artefato de entrada de RF na sala de exames ocorrer em um dado instante durante uma sequência de pulso, a presença desse artefato bem localizado no tempo poderá gerar um artefato que se propagará para toda a imagem de RM; 2. Quanto maior o número de linhas do espaço k, maior é a quantidade de sinal coletado, porém maior é o tempo necessário. Se em uma sequência de pulso spin eco cada linha do espaço k é preenchida a cada tempo de repetição (TR), o tempo total para adquirir uma ou mais imagens será diretamente proporcional ao número de linhas do espaço k; 3. As linhas centrais do espaço k estão diretamente relacionadas ao contraste presente na imagem de RM, e a periferia, à resolução espacial; 4. Uma imagem de RM pode ser formada por mais de um espaço k. A escolha do número de espaços k que irão ser utilizados para gerar uma imagem é um parâmetro controlado pelo operador e costuma ser chamado de número de aquisições ou número de excitações (NEX). Passar de um para dois espaços k faz com que o tempo total de aquisição dobre, com o benefício de melhorar em cerca de 40% a relação sinalruído na imagem. A cada sequência de pulso podese utilizar uma estratégia para o preenchimento do espaço k. Figura Esquema representativo das formas de preenchimento que podem ser aplicadas no espaço k. Onde: A) Cartesiana; B) HalfFourier; C) Cêntrica; D) Eco Planar; E) Espiral; F) Radial, BLADE ou Propeller. Fonte: Adaptado de UTFPR, s.d. FINALIZAÇÃO Nesta aula aprendemos o princípio da sequência, que se baseia em suprimir o sinal de um tecido conhecendo o seu tempo de inversão. Entende se então que o tempo de inversão é o tempo necessário para que a resultante magnética dos hidrogênios ligados a um tecido em particular possa migrar do eixo longitudinal de maior energia até o plano transversal. Nesse momento, se for aplicado um pulso de 90°, os hidrogênios do tecido vão se posicionar novamente no eixo z, e dessa forma, não poderão contribuir com o sinal de ressonância magnética.em relação ao seu valor inicial. REFERÊNCIAS FARADAY M. Experimental Researches in Electricity. v. 3. London: Richard Taylor and William Francis, 1855. GLOVER GH, SCHNEIDER E. Threepoint Dixon technique for true water/fat decomposition with B0 inhomogeneity correction. Magn Reson Med 1991; 18:371 383. MAAS M, DIJKSTRA PF, AKKERMAN EM. Uniform fat suppression in hands and feet through the use of twopoint dixon chemical shift MR imaging. Radiology 1999; 210:189193. SISTEMAS DE RM O equipamento de RM infelizmente não apresenta uma arquitetura agradável para a maioria dos pacientes. Equipamentos do tipo supercondutores de alto campo magnético necessitam de um sistema hermeticamente fechado para acondicionar em seu interior o hélio em estado líquido. O gás hélio somente se apresenta nesse estado quando se encontra em uma temperatura igual ou menor que 269,4 °C. Essa é uma temperatura absurdamente baixa, o que está próximo de obter uma definição de zero absoluto. É uma condição importante para que o sistema possa gerar o alto campo magnético desejado. Materiais supercondutores quase não oferecem resistência à passagem de corrente elétrica e, por esse motivo, permitem ser alimentados com correntes elétricas de alta intensidade, O gás hélio é responsável pelo resfriamento dos ímãs superpotentes que criam campos magnéticos muito fortes. As máquinas de ressonâncias mais modernas utilizam uma quantidade menor do elemento, mas pode ser que o homem jamais consiga construir um equipamento que dispense o uso do hélio. Em equipamentos supercondutores de 1,5 T o condutor principal pode ser alimentado por correntes com intensidades de até 1.300 ampères e diferença de potencial da ordem de 1 volt. O sistema de Ressonância Magnética, precisa ser bem compreendido, para que se possa obter sucesso, na realização dos exames, para entender melhor, o sistema nos parágrafos será dado uma explanada sobre os componentes do sistema de ressonância magnética. INDICAÇÃO DE VÍDEO Vídeo explicativo sobre o sistema de ressonância magnética, que expõe de forma objetiva, permitindo a fácil compreensão do aluno. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ZcVqbtNiUK8 Acesso em: 11 ago. 2016. INDICAÇÃO DE LEITURA O livro a seguir tem como principal característica diversas técnicas aplicadas aos sistemas presentes na ressonância magnética. Oferece também uma leitura leve e de fácil compreensão, podendo servir como guia de bolso. Disponível em: https://issuu.com/editorarubio/docs/maualdetecnicasemrm. Acesso em: 11 ago. 2016. “Imagem por ressonância magnética: princípios básicos” Magnetic resonance imaging – basics Maria Cristina Ferrarini Nunes Soares HageI Masao IwasakiII – Artigo de Revisão Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.4, p.1287 1295, jul, 2009 ISSN 01038478. “Ressonância magnética: princípiosde formação da imagem e aplicaçõesem imagem funcional” Magnetic resonance: principles of imageformation and applications in funcional imaging Alessandro A Mazzola1. Artigo de Revisão Associação Brasileira de Física Médica® Revista Brasileira de Física Médica. 2009;3(1):11729. http://www.youtube.com/watch?v=ZcVqbtNiUK8 https://issuu.com/editorarubio/docs/maualdetecnicasemrm MAGNETOS Para o sistema de ressonância magnética existem três tipos de magnetos permanentes, resistivos e supercondutores também conhecidos como condutores. Magnetos permanentes – possuem o menor custo em manutenção comparados aos demais. Esse tipo de magneto apresenta um custo econômico em relação aos outros, possui um campo magnético de força relativo baixa em relação aos outros aparelhos 0,3Tesla (T) = 3.000Gauss) esse equipamento necessita de temperatura estável. Os magnetos permanentes podem ser utilizados para o estudo de todo o corpo, ressaltando que são melhores quando aplicados a procedimentos específicos e de pequena área de visão, qualquer objeto metálicoque que for atraído pelo campo magnético, será difícil a remoção. Nos exames realizados em campos magnéticos de alta frequência existe a possibilidade do paciente sentir forte sensação de calor, porém sem reação ou alteração física comprovada. Devese ressaltar, que em caso de pacientes com marcapasso e prótese magnética, o mesmo pode sentir um calor, dependendo do caso, até mesmo sofrer queimaduras. Magnetos resistivos – são alimentados por correntes elétricas presentes no ambiente. Não necessitam de refrigeração por hélio líquido, mas, por outro lado, apresentam limitação na potência do campo magnético que são capazes de gerar. O fator importante nesse tipo de magneto é o consumo elétrico, é econômico, porem consome mais energia, possui campo magnético de força baixa cerca de 0,2Tesla (T) = 2.000Gauss. Magnetos supercondutores – são alimentados por correntes elétricas de alta intensidade conseguem campos magnéticos de 2Tesla (T) = 10.000Gauss. Os equipamentos supercondutores são refrigerados por hélio líquido e envoltos por camadas de vácuo para prevenir contra a perda de calor. trabalha a temperatura próximas ou iguais à 0o F ( 273o C) obtida por meio de gás criogênico de nitrogênio e hélio líquido. A esta temperatura, certos materiais oferecem baixíssima resistência a corrente elétrica. Os campos gradientes também fazem parte do sistema presente em RM, e além do campo magnético principal B0 estão equipados com campos magnéticos com intensidades variáveis, denominadas campos gradientes, que são ligados e desligados no momento da aquisição das imagens. Esses campos apresentam uma variação da intensidade do campo magnético na direção e na sua aplicação. (A) (B) Figura Demonstração da aplicação de gradiente (A) e sem a aplicação do gradiente (B). Fonte: Adaptado de UTFPR, s.d. Os campos gradientes possuem algumas características classificadas em função de: Amplitude – está relacionada com a potência do campo gradiente, ou seja, sua capacidade de gerar campos magnéticos tanto maior quanto de menor intensidade; Tempo de elevação – é o tempo gasto por um campo gradiente para a sua elevação máxima; Índice de virada (slew rate) – pode ser descrito como a potência do campo gradiente em relação à distância; Ciclo de tarefa (duty cycle) – é o valor em porcentagem com relação ao tempo de repetição (TR), permite ao gradiente operar em sua potência máxima; Criogeradores – são os mecanismos de contenção e manutenção do hélio em seu estado líquido; Amplificadores de radiofrequência (RF) – a radiofrequência está relacionada com a geração de campos magnéticos oscilatórios. Ao interagir com o núcleo dos hidrogênios em precessão, estando esses na mesma faixa de frequências aplicadas, ocorrerá a troca de energia. BOBINAS As bobinas de RM permitem o sinal que o paciente gera no interior do magneto e que se constitui em ondas eletromagnéticas de baixa amplitude que são capazes de induzir correntes elétricas em condutores posicionados nas proximidades da região de onde partem essas ondas. Os dispositivos que geram a corrente elétrica induzida são denominados bobinas ou até mesmo antenas. Essas bobinas devem ser posicionadas em contato próximo com a região de interesse como forma de se obter uma amplificação dos sinais gerados. As bobinas usadas com frequência são bobinas de arranjo em fase ou PHASE ARRAY, bobinas de volume ou transceptoras, bobinas de superfície. Bobina de arranjo em fase ou PHASE ARRAY: Constituídas por bobinas e receptores múltiplos. O sinal captado pelo receptor de cada segmento é combinado para formar a imagem. Tem a vantagem de uma bobina pequena, pela melhor relação de sinal e ruído, e a vantagem de uma bobina de volume para estudar regiões maiores. Geralmente são utilizadas para estudos da coluna vertebral. Figura Bobinas de arranjo de fase. Fonte: Publicado por SCHLAMANN et al., “Dynamic MRI of the vocal cords using phasedarray coils: A feasibility study”, 2009, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 2.0 Generic. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2765177. Acesso em: 01/09/2016. Bobinas de volume ou transceptoras: Transmitem e recebem pulsos de radiofreqüência. A maioria são bobinas de quadratura, que possuem 2 pares de bobinas para transmitir e receber o sinal do tecido. São as bobinas de cabeça, corpo, quadratura e extremidades. Figura Bobinas volume ou transceptoras (corpo). Fonte: Publicado por TARNOKI et al., “Clinical value of wholebody magnetic resonance imaging in health screening of general adult population”, 2015, U.S. National Library of Medicine, sob a licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported. Link da página: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4362601. Acesso em: 01/09/2016. Bobinas de superfície: Esse tipo de bobina apena recebe o sinal dos tecidos. São utilizadas nas superfícies cutâneas. As imagens adquiridas com bobinas de superfície têm ótima relação/ruído, possibilitando adquirir imagens com maiores detalhes anatômicas. Figura Bobinas de superfície. Fonte: Ikonoklast Fotografie/Shutterstock®. Link da página: shutterstock.com/pic213635728. Acesso em: 01/09/2016. As bobinas de superfície normalmente são apenas receptoras do sinal de RMN e quase sempre são posicionadas em contato muito próximo com a região de interesse. Porém as bobinas de corpo inteiro são mais usuais devido a sua praticidade, e são utilizadas para estudo de tórax e abdome. A preparação da sala também faz parte da composição do exame de RM; para cada tipo de exame, existe uma bobina a ser utilizada, isso faz com que a imagem possua um melhor arranjo e um melhor ruído. Faz parte do sistema de RM o registro do paciente tanto na recepção quanto no equipamento. A relação de dados pessoais solicitados inclui: nome completo; idade; sexo; peso; exame a ser realizado. Tipos de protocolos Junto com o registro do paciente no equipamento mais a suposta patologia investigada, será escolho o protocolo para realização do exame. Nessa fase o operador escolhe entre os protocolos disponíveis que ficam gravados no sistema. Dependendo da experiência do operador e da natureza do exame, o protocolo poderá ser criado passo a passo durante a realização do procedimento. Protocolos utilizados para determinadas áreas anatomias investigadas: Figura – Tabela de alguns tipos de protocolos em RM Renato Camargo. O posicionamento do paciente, é de grande importância para a aquisição de imagens, também faz parte do processo de sistemas em RM. Cumprindo as etapas anteriores, o operador posiciona o paciente. Neste momento é feito um ajuste da bobina, e o paciente deve ser acomodado da forma mais confortável possível. Recomendase oferecer ao paciente protetores auditivos. Também neste momento o operador deve estabelecer um diálogo inicial com o paciente, transmitindolhe as informações mais importantes para o sucesso do exame. É fundamental deixar o paciente o mais calmo possível, orientandoo a se comunicar nos intervalos entre as sequências, se assim ele achar necessário. FINALIZAÇÃO O sistema aplicado na ressonância magnética possui variações de grande importância. Os protocolos feitos desde o recebimento do paciente devem ser cumpridos com excelência para um controle de qualidade tanto na execução do exame quanto na recepção do paciente. É importante compreender que o gap é definido como o intervalo entre os cortes e permite uma definiçãodo espaçamento entre duas margens. O gap mínimo corresponde a 10% da espessura do corte selecionado na imagem, juntamente com a matriz da imagem em RM, que pode ser simétrica ou assimétrica. As matrizes assimétricas com a menor dimensão codificada pelo gradiente de fase permitem a obtenção de séries com tempos mais curtos. REFERÊNCIAS BERNSTEIN MA, KING KF, ZHOU XJ. Handbook of MRI Pulse Sequences. London: Elsevier; 2004. BLOCH F. Nuclear induction. Phys Rev 1946; 70:460. FOSTER MA. Magnetic Resonance in Medicine and Biology. New York:Pergamon Press; 1984. HAHN EL. Spin echoes. Phys Review 1950;80 (4). LAUTERBUR PC. Image formation by induced local interactions: examples employing Nuclear Magnetic Resonance. Nature 1973;242:190191. MANSFIELD P. Multiplanar imaging formation using NMR spin echoes. J Phys 1977;10:L55–L58. PURCELL EM, TORREY HC, POUND RV. Resonance absorption by nuclear magnetic moments in a solid. Phys Rev 1946; 69:37. Aula 01 - Introdução Aula 01 - Material Complementar Aula 01 - Conteúdo Aula 01 - Finalização da Aula Aula 01 - Referências Aula 02 - Introdução Aula 02 - Material Complementar Aula 02 - Conteúdo Aula 02 - Conclusão Aula 02 - Referências Introdução Material Complementar Conteúdo Considerações Finais Referências Aula 04 - Introdução Aula 04 - Material Complementar Aula 04 - Conteúdo Aula 04 - Conclusão Aula 04 - Referências Introdução Material Complementar Conteúdo Considerações Finais Referências
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