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GESTÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS
Professora : Marcilene Margarete Marques
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
O nosso Direito do Trabalho prevê varias  verbas trabalhistas para uma relação de emprego contida nos arts. 2º e 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.
Sabemos que o contrato de trabalho é de trato sucessivo,pois mês a mês o o trabalhador/empregado labora e recebe o salário e outras verbas. (adicional noturno, adicional de periculosidade,adicional de insalubridade, horas extras).
Cada rubrica recebida no seu contracheque terá reflexos que irá depender da sua natureza jurídica como é o caso das verbas que possuem natureza salarial, como as horas extras, comissões, etc.
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Então com a vigência da Lei 13.467/2017 , modificou as parcelas que integravam o salário, quais sejam:
Depois da Reforma
Art.457§1º, da CLT, integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.
Nesse ponto, importante frisar o seguinte: 
1-Importância fixa estipulada = salário contratual;
2-Gratificações legais = diferentemente das gratificações ajustadas, as gratificações legais são aquelas descritas na própria lei celetista, tais como adicionais ( insalubridade , periculosidade) , gratificação de função decorrente de promoção e outros;
3-Comissões pagas pelo empregador = as comissões estão associadas ao conceito de salário tarefa, que é o salário percebido pelo empregado decorrente de sua produtividade. 
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Art.457§2º, da CLT. As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
O auxílio alimentação não possui mais natureza salarial, ou seja, não integra a base de cálculo para a percepção de outras verbas trabalhistas. Ademais, foi vedado seu pagamento em dinheiro. Art.457§2º, da CLT.
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As diárias para a viagem que excedam a 50% não possuem mais natureza salarial e consequenSúmula nº 101 do TST.DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 292 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos emtne não se aplica mais a Súmula 101 do TST indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Súmula nº 101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)
Art.457,§4º, CLT. Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
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Prêmios: Prêmios, segundo a nova redação do Art.457§4º, da CLT,são liberalidades concedidas pelo empregador pagas a ele devido a um desempenho superior ao esperado no exercício de suas atividades. Entretanto, os prêmios e abonos, ainda que habituais, não integram mais a remuneração do empregado e, portanto, não irá mais repercutir sobre outras verbas trabalhistas.
Art.457§5º, da CLT. O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeito do previsto na alínea “q” do art. 9º , do art. 28 da Lei nº8.212 , de 24 de julho de 1991.
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DIREITO DE ARENA DO EMPREGADO
DIREITO DE ARENA. Art. 456-A, CLT. Reforma trabalhista afastou o direito do empregado ao dispor que o empregador pode colocar publicidade no uniforme de terceiros. 
Art. 456-A.  Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, SENDO LÍCITA A INCLUSÃO NO UNIFORME DE LOGOMARCAS DA PRÓPRIA EMPRESA OU DE EMPRESAS PARCEIRAS E DE OUTROS ITENS DE IDENTIFICAÇÃO RELACIONADOS À ATIVIDADE desempenhada.(incluido pela Lei 13.467/2017 REFORMA TRABALHISTA
Parágrafo único.  A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.        
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“DEFINIÇÕES PARA SALÁRIO”:
SALARIO DA CATEGORIA: É aquele fixado em norma coletiva (ACT/CCT).
 SALÁRIO PROFISSIONAL – Fixado em lei federal para algumas categorias. Exemplo: Engenheiros, Arquitetos, Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária, Lei nº 4.950-A de 22 de abril de 1966, é de 6 salários mínimos. 
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“DEFINIÇÕES PARA SALÁRIO”:
SALÁRIO DIFERIDO É aquele devido, mas só recebido pelo empregado quando implementada certas condições futuras. Ex: FGTS, que é recolhido mês a mês, mas o empregado só pode movimentar a conta e levantar os respectivos valores quando preencher os requisitos determinados pela lei 8.036/90.
SALÁRIO IN NATURA: pagamento em utilidades, art. 458, CLT.
.SALÁRIO GARANTIDO -É o valor mínimo garantido ao empregado, independente dos acréscimos legais e convencionais, tais como o salário fixo e o salário mínimo no caso dos comissionistas.
 SALÁRIO COMPLESSIVO – Proibido, vide súmula 91, TST – por englobar várias parcelas devidas ao empregado (ex. Horas extras, adicionais....). O recibo do salário deve discriminar todos os pagamentos e descontos, sob pena de caracterizar o complessivo ou completivo.
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““DEFINIÇÕES PARA SALÁRIO”:
SALÁRIO FAMÍLIA – 	natureza jurídica de Benefício Previdenciário, trata-se de um direito do trabalhador, inclusive o empregado doméstico, que possui filho até 14 anos, ou enteado menor de 14 anos seu dependente, ou maior de 14 invalido desde que enquadre no limite máximo de renda (remuneração mensal) previsto pelo governo para cada quota por filho.
SALÁRIO-MATERNIDADE Natureza jurídica de Benefício Previdenciário, Artigos 71 A 73 DA LEI 8.213/91. 
O valor de R$ 46,74 para que recebe até 907,77,por cada filho.
Quem recebe entre R$ 907,78 e R$ 1.364,43  o valor da cota é de R$ 32,80, por cada filho.
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As cotas do salário família não são incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício recebido pelo segurado. Desta forma, esses valores recebidos a titulo de Salário família não vão incorporar o cálculo da aposentadoria do trabalhador e quando os filhos completarem os 14 anos, o benefício simplesmente deixa de ser pago.
SALÁRIO-MATERNIDADE Natureza jurídica de Benefício Previdenciário, Artigos 71 A 73 DA LEI 8.213/91. 
 Tem direito ao salário maternidade:
Urbana, rural, domestica e trabalhadora avulsa – 
Valor: O valor do benefício seja no mesmo valor da sua remuneração integral equivalente a um mês de trabalho.
DA EMPREGADA DOMÉSTICA - o valor do benefício será o mesmo valor do seu último salário de contribuição. 
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COMO SABER SE A VERBA TEM NATUREZA SALÁRIAL OU SE TEM NATUREZA INDENIZATÓRIA?  E QUAL O MOTIVO, PARA QUE OCORRA OU NÃO A INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ? 
Então, hoje ao elaborarmos uma Reclamação Trabalhsita é necessário que se faça liquidação previamente dos pedidos constantes da inicial , então temos a obrigação de liquidar todos os pedidos na reclamação trabalhista na forma do art. 840 da Consolidação das Leis do Trabalho .
As Verbas de natureza salarial são pagas em contraprestação do serviço. O empregado contratado para laborar no horário de 8:00h às 17:00h de segunda a sexta com intervalo de uma hora e aos sábados das 9:00h às 12:00 sem intervalor , porém o seu labor ocorre na realidade de segunda à sexta de 8:00h ás 18:00 , esse empregado tem dirieto a receber1 horas extra por dia.
 Trabalha exposto à ambiente insalubre, recebe adicional de insalubridade.
 E assim vai…
Verba de natureza indenizatória, como o próprio nome diz, serve para compensar um prejuízo financeiro concretizado ou que irá se concretizar no futuro.
Empregado gasta para se locomover, a empresa confere o vale transporte que segundo a lei não tem natureza salarial.
A multa de 40% do FGTS tomou o lugar da estabilidade decenal e indeniza o empregado por ter o contrato rompido de repente diante do princípio da continuidade da relação de emprego.
A intenção do legislador foi a de propiciar estímulo no empregador em oferecer abonos e prêmios junto ao bom desempenho do empregado. 
Desse modo, observamos que, conforme a reforma trabalhista, e em combinação com as regras mantidas na CLT, não possuem natureza salarial:
I. Gorjetas (possui natureza remuneratória, e não salarial);
II. Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
III. Ajuda de Custo;
IV. Auxílio-Alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
V. Diárias para Viagem (independentemente do percentual pago);
VI. Prêmios;
VII. Abonos;
VIII. Abono de Férias (só terá natureza de salário se o abono de férias ultrapassar ao montante correspondente a 20 dias do salário do empregado). 
Pois muito bem, as gorjetas compõem a remuneração, mas não constituem receita do empregador, e sim de terceiros.
Desta forma, a distribuição das gorjetas se dá conforme critérios definidos em Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo Coletivo de Trabalho. Então, sua distribuição incerta é vedada. Ocorre, contudo, que, sem instrumento coletivo, sua distribuição se dá conforme determinação constante da Assembleia Geral dos Trabalhadores.
Empresas sujeitas ao Regime de Tributação Federal diferenciado podem reter até 20% (vinte por cento) da importância recebida como gorjeta, sendo que aquelas empresas não sujeitas ao regime poderão reter até 33% (trinta e três por cento). Essas porcentagens são definidas em ACT ou CCT. 
É obrigação do empregador efetuar as anotações , na CTPS, do salário fixo e das gorjetas (seu percentual) do empregado. Além disso, deve o empregador registrar a média de gorjetas recebidas nos últimos 12 (doze) meses. Sucede que essa obrigatoriedade se dá porque a gorjeta é considerada base de cálculo de algumas parcelas, como, por exemplo, o décimo terceiro salário).
Se a empresa deixar de adotar o sistema de gorjetas, elas serão incorporadas ao salário do empregado, desde que ele as tenha recebido por mais de 12 (doze) meses, salvo previsão em instrumento coletivo. Para empresas com mais de 60 (sessenta) empregados, é constituída Comissão de Empregados, mediante previsão em ACT ou CCT , para acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta, cujos representantes são eleitos em Assembleia Geral convocada para esse fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de emprego. 
No que se reporta a essa garantia de emprego, temos que não há previsão legal sobre seu período inicial e terminal, com isso valemo-nos do aguardo de entendimento jurisprudencial a respeito do tema.
PROVA DO PAGAMENTO
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
 Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.                     
MORA SALARIAL
EFEITOS: Caberá Reclamação Trabalhista de RESCISÃO INDIRETA DO CONTATO DE TRABALHO, com recebimento de todos os direitos, ou seja, os mesmos da demissão imotivada.
FUNDAMENTO LEGAL: ART. 483 DA CLT Decreto Lei nº 368/68.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Art. 461.  Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. ( redação dada pela Lei 13.467/2017))
§ 1o  Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. ( redação dada pela Lei 13.467/2017))
§ 2o  Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.   ( redação dada pela Lei 13.467/2017))
§ 3o  No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.     
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.    ( redação dada pela Lei 13.467/2017))
§ 5o  A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. ( redação dada pela Lei 13.467/2017)).
Marcilene Margarete Cavalcante Marques  - Advogada - OAB: 84.430
Doutorando em Direito, UVA/RJ
Mestre em Direito, UCP/RJ
Especialista em Direito do Trabalho , Processo do Trabalho. e Direito Previdenciário
Professor da graduação e Pós graduação   da UNESA/RJ 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3130850076114139

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