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1 IMPLANTANÇÃO DO PADRÃO 4.0 NA INDÚSTRIA BRASILEIRA Mateus Gomes Dos Santos (Centro Universitário Newton Paiva) Graduando em Engenharia Mecânica mateusgomes.scn@gmail.com RESUMO Este artigo tem como objetivo identificar os desafios para implantação da indústria 4.0 nas indústrias brasileiras, por meio de uma pesquisa sistemática em revistas e artigos científicos publicados, vamos conhecer as dificuldades de implantar o conceito de Indústria 4.0, de investimentos para que se possam incorporar esse novo modelo de gestão tecnológica que irá provocar mudanças significativas não só nas indústrias, mas também na economia, na sociedade, nos valores, na maneira como nos relacionamos. É preciso entender a importância de novas competências e habilidades que são necessárias para esta nova revolução industrial que gira em torno da adaptação tecnológica das empresas no Brasil. Este artigo mostra que a indústria do futuro terá a Internet como papel fundamental do processo da cadeia produtiva. Ao longo do trabalho vamos entender o conceito da indústria 4.0 e seus os pilares que são: Internet das Coisas, Sistemas Cyber-Físicos, Big Data, Segurança dos Dados, Realidade Aumentada, Robôs Autônomos, Simulação, Manufatura Aditiva, Nuvem e Integração Horizontal e Vertical de Sistemas. Este artigo demonstra não apenas um caminho, mas também demonstra que há uma tendência a ser seguida e que esta tendência posicionará as empresas em vantagens competitivas diante seus concorrentes. Palavras-chaves: Indústria 4.0. Manufatura Avançada. Quarta Revolução Industrial. Indústria do futuro. 2 IMPLEMENTATION OF STANDARD 4.0 IN BRAZILIAN INDUSTRY Abstract This article aims to identify the challenges for the implementation of industry 4.0 in Brazilian industries, through a systematic research in scientific journals and published articles, we will know the difficulties of implementing the industry 4.0 concept of investments so that they can be incorporated a new model of technological management that will cause significant changes not only in industries, but also in the economy, in society, in values, in the way we relate. It is necessary to understand the importance of new skills and abilities that are necessary for the new industrial revolution that revolves around the technological adaptation of companies in Brazil. This article shows that the industry of the future will have the Internet as the key role of the production chain process. Throughout the work, we will understand the concept of industry 4.0 and it’s the pillars that are: Internet of Things, Cyber-Physical Systems, Big Data, Data Security, Augmented Reality, Autonomous Robots, Simulation, Additive Manufacturing, Cloud and Horizontal and Vertical Systems Integration. This article demonstrates not only a path, but also demonstrates that there is a tendency to be followed and that this trend will position companies in competitive advantages in front of their competitors. Keywords: Industry 4.0. Advanced Manufacturing. Fourth Industrial Revolution. Industry of the future. 3 1 INTRODUÇÃO A Indústria 4.0 é uma realidade em todos os países mais desenvolvidos, mas a indústria brasileira ainda tem que se atualizar para receber esse novo padrão de fabricação. Por se tratar de um assunto novo e até desconhecido por muitos, surgem diversos desafios e muitas dúvidas para se implantar nas indústrias esse novo padrão no processo de fabricação. Conhecida como a Quarta Revolução Industrial ou Manufatura Avançada, a Indústria 4.0 modernizará todo processo produtivo com a introdução de tecnologias como o Big Data, Internet of Things (IoT), digitalização, virtualização, entre outras. Espera-se como resultado, detectar e eliminar falhas e diminuir as perdas, através de equipamentos totalmente automatizados que conversam entre si, e tem a capacidade de fabricar produtos altamente customizáveis. Um dos objetivos da Indústria 4.0 é tornar a produção mais eficaz otimizando os processos, reduzindo custos, desperdício de materiais, menos tempo de equipamentos ociosos por manutenção e setups de linhas de produção. O mercado mundial está cada vez mais competitivo, trazendo concorrentes de todos os lugares, fato que afeta as empresas que enfrentam o impacto das importações de insumos para fabricação em todos os setores da indústria. Na corrida pela implantação do padrão da Indústria 4.0, o Brasil se encontra muito atrasado devido algumas dificuldades que as indústrias sejam elas, grandes ou pequenas, encontram nessa nova transição. Portanto, este artigo tem o objetivo conhecer e demonstrar os desafios e dificuldades que podem ser enfrentados ao implantar o padrão de Indústria 4.0 no Brasil, e dessa forma verificar os pontos favoráveis a este novo modelo de gestão. Assim, incitando a busca pelo conhecimento de novas tecnologias digitais e afirmar a importância de adaptação tecnológica nas indústrias do Brasil. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Indústria 4.0: Histórico e conceito O termo Indústria 4.0 surgiu na Alemanha em meados de 2011 (Brettel et al., 2014), vinda de um projeto do governo que tinha por objetivo afirmar que o uso de tecnologias 4 era um excelente aliado para a revolução das indústrias de todo o mundo. Com a integração das tecnologias existentes e uma integração entre os processos da produção, era possível obter um melhor resultado do que era conseguido antes, e com isso surgiu os sistemas de produção inteligente. Os resultados obtidos pelas empresas após o uso de tecnologia e integração entre as partes foram muito bem recebidos pelas empresas já que gerou ótimos resultados. As indústrias estão no fim da Terceira Revolução Industrial e caminhando em direção da Quarta Revolução Industrial. A Figura 1 ilustra a evolução das Revoluções Industriais. Figura 1 – Evolução Industrial Fonte: https://claudioperin.com.br/industria-4-0-qual-o-grau-de-maturidade-digital-da-sua-empresa/ O planeta encontra-se no início de uma nova Revolução Industrial, na qual se demonstra mais importante e desafiadora do que as três revoluções anteriores. Nela é possível verificar uma transformação drástica nos processos e produtos da atual economia industrial “[...] por meio da aplicação do infinitamente pequeno as mais diferentes utilidades da vida diária” (Almeida, 2005, p.1). O atual momento das industrias, nomeado de Indústria 4.0, apresenta uma capacidade enorme de aperfeiçoar a gestão dos processos produtivos do setor industrial. “As mudanças são tão profundas que, na perspectiva da história da https://claudioperin.com.br/industria-4-0-qual-o-grau-de-maturidade-digital-da-sua-empresa/ 5 humanidade, nunca houve um momento tão potencialmente promissor ou perigoso” (Schwab, 2016). Com a chegada do IoT (Internet das Coisas), haverá a possibilidade de tudo se conectar a partir do acionamento de um sistema. Virtualmente, ou seja, sem a necessidade da presença física na fábrica ou na própria residência, poderemos acionar máquinas, interligar equipamentos e seus acessórios, ligar a cafeteira para deixar um café preparado no momento de chegar a casa, adiantar tarefas domésticas, gerenciar o estoque de alimentos da dispensa e saber quando é preciso ir ao supermercado, entre outras possibilidades (Gaia, 2016, p.1). Rodrigues, Jesus e Schutzer (2016) corroboram com Gaia ao destacarem que o desenvolvimento tecnológico proporcionado pela Quarta Revolução Industrial permitirá que máquinas e componentes inteligentes estabeleçam uma comunicação entre si, sem necessitar de intervenção humana no processo. Além dessa crescente integração e conexão virtual, Morais e Monteiro (2016) destacam também alterações significativas nos âmbitos sociais, políticos e econômicos. Estas alterações são decorrentes, emgrande parte, de avanços tecnológicos. Os primeiros marcos de desenvolvimento nos primórdios do planeta (Períodos Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais e Fim da Idade Média) não proporcionaram grandes saltos no que tange aos avanços tecnológicos. Por outro lado, a partir do período da Primeira Revolução Industrial o avanço tecnológico cresceu exponencialmente até chegar ao período atual, conhecido como Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 (Morais e Monteiro; 2016). De acordo com os autores, o atual panorama industrial é caracterizado pela crescente digitalização e interconexão de produtos, cadeias de valor e modelos de negócios, centrando-se na Smart Production (Produção Inteligente) de métodos, processos e produtos (Morais e Monteiro, 2016). Durante a Primeira Revolução Industrial, houve o surgimento da máquina a vapor. Sucessivamente, durante a Segunda Revolução Industrial no século XX, Henri Ford introduziu o conceito de produção em massa na linha de montagem. A Terceira Revolução Industrial decorreu do período posterior a Segunda Guerra Mundial e proporcionou a implementação da eletrônica no sistema produtivo com os CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) e departamentos especializados em TI 6 (Tecnologia da Informação). Atualmente estamos na Quarta Revolução Industrial, que está focada na criação de produtos, procedimentos e processos inteligentes nos quais se comunicam entre si, sem intervenção humana. Como consequência disto, acontecerão modificações nas cadeias de valor convencionais e surgimentos de novos modelos de negócios. Esta nova fase da indústria vai além da simples digitalização. Se trata de uma forma complexa de inovação com base em diversas tecnologias, ao qual, fará as empresas repensarem em como gerir seus negócios e processos, no desenvolvimento de novos produtos e como se posicionar no mercado. A indústria 4.0 é um caminho sem volta que garante a competitividade para o futuro. A empresa que não aderir aos seus conceitos, não será capaz de ser competitiva futuramente. Esta tecnologia permitirá tomar decisões extremamente rápidas, assertivas, detectar problemas, evitar falhas e reduzir custos (Volkswagen do Brasil, 2017, p. 4). As empresas vêm investindo em novas tecnologias, como máquinas e robôs inteligentes, postos de trabalho que interagem com o processamento, fábrica digital, sistemas de rastreabilidade, prototipagem 3D e entre outros conceitos, dessa forma, melhorando sua produtividade e aumentando sua eficiência operacional, eliminando erros e custos, com o objetivo de desenvolver uma fábrica inteligente (Geissbauer, 2016). 2.2 Principais conceitos da Indústria 4.0 Os conceitos tecnológicos da Indústria 4.0, segundo o Boston Consulting Group (2015) são: Internet das Coisas (IoT), Sistemas Cyber-Físicos (CPS), Big Data, Segurança dos Dados (Cybersecurity), Realidade Aumentada (AR), Robôs Autônomos, Simulação, Manufatura Aditiva, Nuvem (Cloud Services) e Integração Horizontal e Vertical de Sistemas. 2.2.1 Internet das Coisas (IoT) A introdução da internet das coisas no ambiente de produção está dando origem a uma Quarta Revolução Industrial. 7 O IoT vem tornando possível a criação de redes que abrangem todo o processo de produção e transforma as fábricas em um ambiente inteligente. Na era do IoT, muitos dos objetos que nos rodeiam estarão conectados em rede de uma forma ou de outra. Isto será possível graças ao trabalho das tecnologias de identificação por radiofrequência (RFID) e as redes de sensores que invisivelmente nos permeiam (Gubbi, 2013). [...] Domótica, vida assistida, e-saúde e aprendizagem melhorada são apenas alguns exemplos de possíveis cenários de aplicação em que o novo paradigma irá desempenhar um papel de liderança num futuro próximo. Da mesma forma, na perspectiva dos usuários de negócios, as consequências mais aparentes serão igualmente visíveis em áreas como automação e fabricação industrial, logística, gerenciamento de negócios/processos, transporte inteligente de pessoas e bens (Atzori; Iera; Morabito, 2010, p.1). O IoT vem se tornando fundamental na implementação da comunicação Machine To Machine (M2M) nas industrias, servindo como ponte na interligação de todas as etapas do processo de produção com sensores, atuadores, controladores, Nuvem (Cloud) e os Sistemas Cyber-Físicos (CPS) como demonstrado na figura 2. O IoT facilita e agiliza o monitoramento, correção e adequação dos processos e atividades nas fábricas, melhorando totalmente os níveis de qualidade nas indústrias. Figura 2 – Internet das coisas (IoT) Fonte: http://energiainteligenteufjf.com/como-funciona/como-funciona-internet-das-coisas/. http://energiainteligenteufjf.com/como-funciona/como-funciona-internet-das-coisas/ 8 2.2.2 Sistemas Cyber-Físicos (CPS) Os Sistemas Cyber-Físicos são um dos quatro principais conceitos da Indústria 4.0. Como um dos elementos chaves dessa nova fase da indústria, os Sistemas Cyber- Físicos são equipamentos físicos que possuem software embarcado e capacidade de analisar informações, onde os mesmos podem tomar uma série de decisões e agir de forma autônoma e também possuem a capacidade de interagir direta e indiretamente com humanos. As empresas deverão estabelecer cada vez mais redes globais, tendo em vista o advento do IoT, que incorporam máquinas, sistemas e instalações de produção na forma de Sistemas Cyber-Físicos. Estes sistemas são resultados de uma evolução tecnológica dos computadores, sensores e tecnologia da informação, que se tornaram mais ágeis, possuindo uma maior capacidade de processamento e com preços mais acessíveis, dessa forma, permitindo uma conjugação efetiva e em tempo real. 2.2.3 Big Data O termo Big Data é utilizado quando uma empresa vê o seu crescimento de dados seguir em três dimensões, as quais são velocidade, volume e variedade. A quantidade de dados deverá aumentar em até 50 vezes nos próximos cinco anos. Somente as empresas que souberem gerenciar essa grande quantidade de dados poderá se beneficiar, através de ferramentas poderosas de análise do Big Data (Ge Intelligent Platforms, 2012). Utilizado de forma correta, o Big Data aperfeiçoará todo processo de confecção dos produtos, de forma que, tomará decisões eficientes prezando economia dos recurso e satisfação para o cliente final. Quando se pensa na inserção de dados no Big Data, muitos são os desafios. Alguns destes principais desafios são, como levar dados da unidade produtiva para um sistema de Cloud Computing e usar um Big Data, como criar modelos de Big Data para apoio em tomada de decisões, tanto em planejamento, como em operação e manutenção e como repensar a unidade produtiva a partir de dados e decisões que são aprendidas de acordo com as operações reais. O objetivo de toda esta tecnologia e sua evolução é a tomada de decisões na planta produtiva, mas isso já é existente. De forma geral, isso acontece de maneira que, a 9 todo momento, tomamos decisões. Os gestores têm a função de tomar decisões, os gestores intermediários, consolidam dados para outros gestores tomarem decisões e as vezes estas decisões são programadas a partir de ferramentas de gestão como em outras vezes ocorrem de situações não previstas, baseado em dados existente e expertise. A estrutura decisória de uma indústria hoje segue uma regra muito parecida. Nos setores, há os procedimentos de produção e os líderes de processo. 2.2.4 Segurança dos Dados (Cybersecurity) Um dos desafios da Indústria 4.0 é a segurança e cautela dos dados e informações de todos os departamentos que são interligados entre todos eles. Qualquer falha na transmissão de conexão entre as máquinas pode acarretar problemas no processo produtivo, dessa forma, deixando a desejar no conceito de automação independente. Fábricas com o conceito de Indústria4.0 deverão aumentar drasticamente a segurança contra ameaças digitais. Dessa forma, comunicações confiáveis e seguras, identidades sofisticadas e gestão ao acesso a máquinas e usuários serão muito importantes (Rubmann, 2015). 2.2.5 Realidade Aumentada A Realidade Aumentada é uma tecnologia que surgiu para mudar a forma de interação entre humanos e máquinas e vice-versa. A Realidade Aumentada é uma variação dos ambientes virtuais. Ela irá ajudar a Indústria 4.0 a criar postos de trabalhos interativos, criando uma interface entre os trabalhadores e os produtos digitas, dessa forma aumentando a produtividade em quase todos os setores da fábrica, desde processos do chão de fábrica até para suporte da manutenção e treinamentos. Várias empresas pioneiras estão usando o AR para aprimorar a produtividade, qualidade e treinamento. Estes impactos aumentam drasticamente a produção, ao alterar a relação entre homens e maquinas. A Realidade Aumentada amplia o valor de um ambiente inteligente, permitindo o usuário monitorar condições de operações em tempo real, permitindo controlar e personalizar capacidade produtivas remotamente ou otimizar de acordo com dados em tempo real (figura 3). Na medida que a Realidade Aumentada permite os usuários visualizar e acessar informações relevantes e novos dados. Ela permite também que 10 as aplicações criem um tipo de visão de Raio-x. Isso revela características internas de um processo produtivo que antes seriam difíceis de serem visualizadas (Imobilis, 2018). Figura 3 – Sala de Realidade Aumentada Fonte: https://domtotal.com/blogs/thiagoventura/315/2018/04/26/fabricas-de-carros-utilizam-realidade- virtual-nas-linhas-de-producao-no-brasil/. 2.2.6 Robôs Autônomos Os Robôs Autônomos já são um conceito utilizado nas fábricas para atividades diversas. Na Indústria 4.0 eles se tornam mais colaborativos, flexíveis e autônomos que seus antecessores. Estes robôs irão interagir entres eles e trabalharão de forma segura junto aos humanos, além da capacidade de aprender com os humanos. Estes robôs irão custar menos e terão um grande alcance as suas capacidades que serão muito importantes na manufatura (Boston Consulting Group, 2015). Figura 4 – Robôs Transportadores Figura 5 – Robôs Autônomos Fonte: Google. Acesso em 05/06/2019. Fonte: Google. Acesso em 05/06/2019. https://domtotal.com/blogs/thiagoventura/315/2018/04/26/fabricas-de-carros-utilizam-realidade-virtual-nas-linhas-de-producao-no-brasil/ https://domtotal.com/blogs/thiagoventura/315/2018/04/26/fabricas-de-carros-utilizam-realidade-virtual-nas-linhas-de-producao-no-brasil/ 11 2.2.7 Simulação A simulação computacional assegura a qualidade e eficiência no processo de desenvolvimento de produtos, permitindo que dados em tempo real possam transformar o mundo físico em um modelo virtual. As técnicas modulares de simulação e modelagem irão permitir que unidades descentralizadas possam tornar flexíveis as mudanças no produto, dessa forma, inovando de forma muito mais rápida (Friederichsen; Brettel; Keller e Rosenberg, 2014). 2.2.8 Manufatura Aditiva A Manufatura Aditiva é uma técnica automatizada para converter diretamente dados CAD 3D em objetos físicos. Esta tecnologia é utilizada para diminuir o tempo de desenvolvimento do produto e a disponibiliza-los no mercado de forma mais rápida, com um custo efetivo maior e um maior valor agregado devido a agregação de recursos personalizáveis. A Manufatura Aditiva entrega uma variedade de produtos, com várias customizações através de novas tecnologias como a impressão 3D (Gibson, Rosen e Stucker, 2010). Figura 6 – Impressão 3D de veículo Fonte: http://paraiba.com.br/2015/01/28/95919-carros-feitos-em-impressoras-3d- antecipam-revolucao-na-industria. http://paraiba.com.br/2015/01/28/95919-carros-feitos-em-impressoras-3d-antecipam-revolucao-na-industria http://paraiba.com.br/2015/01/28/95919-carros-feitos-em-impressoras-3d-antecipam-revolucao-na-industria 12 2.2.9 Nuvem (Cloud Services) As duas principais características dessa tecnologia é a alta escalabilidade e alta usabilidade. Dessa forma, através da Nuvem aumentará a disponibilidade e precisão dos dados. O armazenamento em Nuvem facilita um maior compartilhamento de dados em diversas localidades e em diversos servidores das empresas, e que irão fornecer uma grande redução de custos e uma maior flexibilidade para as mudanças esperadas e inesperadas que poderão atingir tempos de reação de apenas milissegundos (Rubmann et al., 2015). 2.2.10 Integração Horizontal e Vertical de Sistemas O fortalecimento da comunicação na empresa também irá de forma positiva. A comunicação interna na empresa, entre os próprios setores, chama-se Verticalização ou Integração Vertical, dessa forma, a empresa conseguirá reduzir custos em projetos e diminuir o tempo de saída de criação de novos produtos até o cliente final. Kagermann (2013), afirma que a Integração Vertical é a “integração entre os vários sistemas de TI de uma empresa”, passando pelos setores mais gerenciais e de negócios e chegando até os setores mais operacionais “no intuito de gerar soluções robustas com o menor custo possível, no menor intervalo de tempo e utilizando o mínimo de recursos necessários e sem a intervenção de terceiros”. Integração Horizontal é a integração dos diferentes sistemas TI de diferentes empresas, dessa forma, fortalecendo a colaboração entre elas, com o objetivo de diminuir o tempo dos projetos e aumentar a capacidade tecnológica sem a necessidade de altos investimentos (Kagermann, 2013). 3 CONCLUSÃO O padrão 4.0 na indústria é um conceito que vem transformando os modelos de negócios e gestão atual. São inovações tecnológicas que estão cada vez mais presentes em nossa sociedade e que tornarão os processos das empresas muito mais eficientes, limpos e ágeis. Em um mercado cada vez mais exigente, as empresas precisam estar muito bem preparadas para esta nova revolução, tendo em vista que os consumidores estão cada vez mais exigentes e desejam uma customização prévia 13 de seus produtos, sendo uma variável que a Indústria 4.0 conseguirá levar em consideração através dos serviços pela Internet. Tudo isso sem perder a qualidade e competitividade. Hoje as indústrias estão passando por um grande processo de mudança para esta nova Revolução Industrial. O conceito de Indústria 4.0 no Brasil ainda caminha de forma lenta e podemos ver o quanto o país está atrás em desenvolvimento de tecnologias e competitividade em relação a países como Alemanha (berço da Quarta Revolução Industrial) e Estados Unidos. Todos os conceitos apresentados podem vir a trazer inúmeros benefícios para as indústrias no Brasil, fazendo delas indústrias competitivas com peso relevante no mercado internacional. Percebe-se também uma falta de preparação de profissionais que possam vir a trabalhar com essas novas tecnologias na Indústria 4.0. Inúmeras competências técnicas serão necessárias para que a transição para o padrão 4.0 aconteça de fato no Brasil. A capacitação de novos profissionais será fundamental e trará muitos benefícios para o país, tornando a mão-de-obra muito mais qualificada e preparada para novas mudanças. Novos estudos serão concretizados na área e um aumento da produção literária e científica no país acerca do assunto. Atualmente esta nova Revolução Industrial vem despertando investimentos por todo o mundo em robótica avançada, transportes autônomos, inteligência artificial, materiais avançados, nanotecnologia, biotecnologia e através disto, várias das habilidades que consideramos importantes no mercado de trabalho já vem demonstrando algumas mudanças. No Brasil, apesar do atraso na implantação deste novo padrão da indústria, diversas empresasjá estão no caminho para implantação dessas tecnologias. O avanço tecnológico obtido através da Indústria 4.0 é tão grande que podemos perceber também grandes mudanças nas relações humanas de trabalho, tendo como característica a interação homem máquina. As tecnologias desenvolvidas como IoT, Internet dos Serviços, Sistemas Cyber Físicos, comunicação Machine-To- Machine e Cloud Service, proporciona um aumento da produtividade, diminui custos e tempo de produção, além de aumentar a flexibilidade em produzir lotes pequenos e personalizados com qualidade e competitividade. As empresas devem entender as necessidades de seus clientes, utilizando-se dessas tecnologias para que possam criar mais valor aos clientes. Essa cultura de transformação deve ser totalmente colaborativa entre parceiros e clientes. Pode-se dizer que somente as empresas e profissionais que conseguirem desenvolver essas novas habilidades e adaptarem aos 14 novos modelos de gestão conseguirão ter a plena usabilidade dessas novas tecnologias, se destacar e sobressair nessa nova Revolução Industrial. Para tirar proveito da Quarta Revolução Industrial, as indústrias terão um desafio que irá além da fronteira das empresas. Será necessário desenvolver uma solução tecnologicamente adequada e dentro do padrão para a cadeia de suprimentos onde ele atua. Isso requer a avaliação de plataformas tecnológicas, protocolos de comunicação e parceiros que possam suportar todo este processo. As indústrias que conseguirem implementar este padrão 4.0, terão grandes vantagens competitivas, assim como empresas líderes de mercado, como a Google, Microsoft, Apple, Amazon, Uber, Tesla, dentre outras. REFERÊNCIAS: Almeida. O Brasil e a nanotecnologia: Rumo à Quarta Revolução Industrial. 2005. Espaço Acadêmico, Maringá, 2005. Atzori; Vieira; Morabito. The internet of things: A survey. Computer networks, v.54, n.15, p. 2787-2805, 2010. Boston Consulting Group. Mercados Pouco Explorados: Descobrindo a Classe C, 2015. Bretel; Friederichsen; Keller; Rosenberg. How virtualization, decentralization and network building change the manufacturing landscape: An Industry 4.0 Perspective. International Journal of Mechanical, Industrial Science and Engineering, v.8, n.1, p. 37-44, 2014. Gaia. A quarta revolução industrial e as tendências tecnológicas no segmento de equipamentos, máquinas e acessórios industriais. O Papel: revista mensal de tecnologia em celulose e papel, v.77, n.5, p. 21-25, 2016. Gibson; Rosen; Stucker. Additive Manufacturing Technologies: 3D Printing, Rapid Prototyping, and Direct Digital Manufacturing, 2010. GE Intelligent Platforms. The Rise of Industrial Big Data. Technology Leadership Council Brazil – IBM Academy of Technology Affiliate, ano 11, nº 264. 2016. Geissbauer; Vedso; Sc Hrauf. Indústria 4.0: Digitalização como vantagem competitiva no Brasil. PricewaterhouseCoopers, 2016. 15 Gubbi; Buyya; Marusic; Palaniswami. Internet of Things (IoT): A vision, architectural elements, and future directions. Future generation computer systems, v.29, n.7, p. 1645-1660, 2013. Imobilis. A modularização e a indústria 4.0. Anais do II SIGEPRO - Simpósio Gaúcho de Engenharia de Produção, Novo Hamburgo - RS, 2018. Kagermann; Helbig; Hellinger; Wahlster. Recommendations for Implementing the strategic initiative INDUSTRIE 4.0: securing the future of German manufacturing industry. Final report of the Industrie 4.0 working group. Forschungsunion, 2013. Morais; Monteiro. A indústria 4.0 e o impacto na área de operações: um ensaio. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GESTÃO DE PROJETOS, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE, 2016, São Paulo. Rubmann, Michael et al. Industry 4.0. The Future of Productivity and Growth in Manufacturing Industries. 2015. Schutzer; Rodrigues; Jesus. Industrie 4.0: Uma revisão da literatura. Revista de Ciência & Tecnologia, v. 19, p. 33-45, 2016. Schwab. Quarta revolução industrial. Revolução 4.0. In: Palestra UFRN/IHU, p.4, 2016. Volkswagen do Brasil. Indústria 4.0: nova revolução tecnológica na produção. Jornal Volkswagen, ed. 484, p. 4-5, 2017.
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