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Fonética e Fonologia do PB

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FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS
 Profa. Dra. Sônia Margarida Ribeiro Guedes *
*
*
O CONTEXTO HISTÓRICO
Em 1928, no Congresso de Haia, o Círculo Linguístico de Praga, chefiado por Nicolai Serge Trubetzkoy, diferencia, no plano linguístico, as duas ciências que tratam do significante do signo, utilizando a dicotomia saussureana langue e parole. A fonética estuda os significantes do signo da parole (uso individual). A fonologia se preocupa com os fonemas, os significantes da langue (sistema social, convencional de signos).
 
*
*
OBJETO DE ESTUDO DA FONÉTICA E DA FONOLOGIA
A Fonética e a Fonologia estudam os sons da linguagem humana, mas cada uma dessas disciplinas faz esse estudo sob uma perspectiva diferente.
 
Elas têm sido entendidas comumente como disciplinas interdependentes porque para se fazer qualquer estudo fonológico lança-se mão do conteúdo fonético, articulatório ou auditivo.
Trubetzkoy diferencia fonética de fonologia em planos distintos, pela seguinte proporção:
 langue fonema fonologia
 parole som (fone) fonética
 
 
 
*
 FONÉTICA vs. FONOLOGIA
A Fonologia preocupa com os fonemas, os significantes da langue (sistema social, convencional de signos). Estuda quantos e quais são os Fonemas de determinada língua, como eles se organizam nas diferentes sílabas e quais variações podem sofrer em decorrência de diferentes fatores, sejam eles linguísticos ou não. Ou seja, estuda a estruturação dos sons em um sistema de relações opositivos e combinatórios para a constituição dos signos de uma língua.
A Fonética se preocupa com os fones e estuda o som a partir do princípio material ou físico, a substância, a materialidade dos sons vocais, pormenorizando como se dá sua produção e quais são seus efeitos numa perspectiva acústica, articulatória ou auditiva.
*
FONÉTICA vs. FONOLOGIA
Para ilustrar:
Tomemos as palavras pranto e prato. Verificamos que entre elas a única diferença fonética está no som nasal que ocorre no contexto pr...to. 
Como se trata de dois signos, podemos dizer que a diferença entre [a] e [ã] é uma diferença significativa. Estamos, portanto, diante de uma diferença ao mesmo tempo de sons vocais (fonética) e de fonemas (fonológica).
*
FONÉTICA vs. FONOLOGIA
A fonética é definida como a ciência da face material dos sons da linguagem humana, enquanto a fonologia é uma ciência linguística porque estuda as unidades distintivas da langue. 
A realização fônica em si interessa à fonética enquanto à fonologia interessa a oposição dos sons dentro do contexto de uma língua determinada. 
A fonologia só se interessa pelos traços distintivos, enquanto a fonética se interessa por todos os traços fônicos.
*
 FONÉTICA vs. FONOLOGIA
A fonologia avalia a função dos fonemas na construção de palavras em determinada língua. Um estudo que trata da estrutura da língua só pode ser feito pela fonologia, pois é ela que estabelece, por exemplo, que na língua portuguesa as sílabas consoante + vogal é comum, como na palavra menino, ou camisa, ou sofá.
A fonologia descreve os sons linguísticos que detêm valor distintivo em determinada língua. É a fonologia que diz que t é diferente de d, porque distingue pote de pode.
Mas pronunciar [´tʃia] em vez de [´tia] não muda o significado da palavra tia. 
*
A distinção entre fonética e fonologia ocorre na primeira metade do século XX, a partir, sobretudo, das ideias de Saussure. A fonética estuda os sons da fala, trabalha com métodos das ciências físicas e biológicas, interessa-se pelos efeitos acústicos elementares que a nossa audição apreende como unidades, produzidos pela articulação dos órgãos fonadores. 
A fonologia estuda os sons da língua, ou seja, aqueles sons da fala que funcionam linguisticamente, ou seja, que provocam mudança de significado em determinada língua. Para isso a fonologia tem de se apoiar na fonética, pois é a partir de elementos da fonética que os fonemas são depreendidos.
RESUMINDO...
*
 EM SUMA
*
ÁREAS DE INTERESSE DA FONÉTICA
 A Fonética desenvolve suas pesquisas, principalmente, em três áreas bem distintas:
 A Fonética Articulatória - descreve e classifica os sons da fala do ponto de vista da maneira como os sons são produzidos pelo apare- lho fonador
 A Fonética Acústica - estuda as propriedades físicas dos sons e o percurso que as ondas sonoras fazem para chegar aos ouvidos do interlocutor. 
A Fonética Auditiva - compreende a maneira como os sons da fala são captados pelo aparelho auditivo e interpretados pelo cérebro. 
A Fonética Instrumental - compreende o estudo das propriedades físicas da fala, levando em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais.
*
A PRODUÇÃO DOS SONS DA LINGUAGEM HUMANA E O APARELHO FONADOR (1)
Apesar do grande desenvolvimento da Fonética Acústica e da sua significativa contribuição para os estudos de uma segunda língua (um falante nativo percebe mais e melhor os sons significativos de sua língua), é a Fonética Articulatória que nos interessa mais, porque se ocupa com os mecanismos de produção dos sons da fala. 
Além disso, a classificação dos fonemas da Língua Portuguesa feita pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) adota o critério articulatório.
*
 A PRODUÇÃO DOS SONS DA LINGUAGEM HUMANA E O APARELHO FONADOR (2)
Os órgãos que utilizamos na produção da fala não servem primeiramente à articulação dos sons. 
Na verdade, não existe nenhum órgão do nosso corpo cuja única função esteja apenas relacionada apenas com a fala. Aquelas partes que utilizamos na produção da fala têm, como função primária, uma outra atividade, como, por exemplo:
Os pulmões: oxigenam o sangue, enquanto órgão do aparelho respiratório; mas são os pulmões que fornecem a corrente de ar necessária para produzirmos a voz.
A boca, os dentes, os lábios, a língua fazem parte do aparelho digestivo, mas participam também da articulação dos sons. Por isso, muitos teóricos consideram a atividade da fala como uma atividade secundária
. 
*
A PRODUÇÃO DOS SONS DA LINGUAGEM HUMANA E O APARELHO FONADOR (3)
Descrever o aparelho fonador tem o objetivo de compreendermos o mecanismo de produção da fala e da articulação dos sons. 
Os órgãos da fonação podem ser divididos em três conjuntos:
o sistema respiratório propriamente dito (pulmões, músculos pulmonares, tubos brônquios e traqueia )
b) o sistema fonatório ( laringe: pregas vocais e glote) 
c) o sistema articulatório (faringe, língua, nariz, dentes e lábios).
	
 
 
Ato humano de emitir sons vocais, ou seja, a própria fala.
Fonação
*
OS 3 SISTEMAS RESPONSÁVEIS PELA FALA (FONAÇÃO)
*
*
O SISTEMA RESPIRATÓRIO (1)
O sistema respiratório é responsável pela corrente de ar necessária à fonação. Sem a corrente de ar não há fonação. Esse aparelho é constituído pelos pulmões, brônquios e traqueia. 
Eles funcionam como reservatório de ar e são essenciais para a respiração. O volume de ar dos pulmões varia de falante para falante. Do interior dos pulmões saem os brônquios que se estreitam na traqueia. Tanto os brônquios quanto a traqueia funcionam como condutores da corrente de ar que sai dos pulmões.
*
O SISTEMA RESPIRATÓRIO (2)
*
O SISTEMA RESPIRATÓRIO (3)
Como é que o ar sai dos pulmões? 
A pressão do diafragma e dos músculos da caixa torácica sobre os pulmões provoca a expulsão do ar através dos brônquios e da traqueia até chegar à laringe. 
A respiração compreende dois momentos: 
a inspiração e 
a expiração
A inspiração é o momento da entrada da corrente de ar nos pulmões, e a expiração compreende o momento em que a corrente de ar sai dos pulmões. 
Os sons da Língua Portuguesa são produzidos durante a expiração.
*
O SISTEMA FONATÓRIO (1)
É constituído pela laringe. Esta é constituída de cartilagens. Nesse sistema localizam-se as pregas vocais ea glote. 
A função primária da laringe é a de atuar como uma válvula que obstrui entrada de comida nos pulmões por meio do abaixamento da epiglote.
Na respiração e na fala, a epiglote fecha o esôfago, impedindo que os alimentos penetrem na laringe, deixando a corrente de ar passar por ela.
*
O SISTEMA FONATÓRIO (2)
*
O SISTEMA ARTICULATÓRIO (1)
É constituído de faringe, língua, fossas nasais, dentes, alvéolos, palato duro (céu da boca), palato mole (véu palatino), úvula (campanhia) e lábios.
Várias são as funções primárias desses órgãos: comer, morder, mastigar, sentir o paladar, sugar, engolir.
As fossas nasais, a faringe e a boca funcionam como ressoadores (amplificadores), ou seja, ampliam o som produzido na laringe.
Os dentes, alvéolos, palato duro, palato mole, úvula, lábios e a língua são responsáveis pelas modificações impostas à corrente expiratória na boca.
*
O SISTEMA ARTICULATÓRIO (2)
Articular um som implica atribuir-lhe um conjunto de características que vão diferenciá-lo de todos os outros sons daquela língua. 
Um articulador, portanto, é qualquer parte, na boca, que participa na modificação da qualidade do som, por ocasionar, em conjunto com outra parte, o aumento ou diminuição dessa cavidade.
Os articuladores podem ser 
 São ativos aqueles que se movimentam, como os lábios, a língua, a úvula. 
 São passivos aqueles que não se movimentam, mas são ponto de referência para onde o articulador ativo se dirige. São os dentes, os alvéolos, o palato duro e o palato mole.
 
	 
*
O APARELHO FONADOR (1)
*
O APARELHO FONADOR (2)
*
PROCESSO FONATÓRIO (1)
*
(2)
*
*
 VALE A PENA SABER (1)
Se houver apenas uma pequena abertura da glote, o som resultante não é mais sonoro, mas sussurrado. 
Em português, podem ocorrer vogais sussurradas, mas não têm nenhuma função distintiva, ou seja, não distinguem palavras. 
A vibração ou não das cordas vocais é o primeiro obstáculo à saída da corrente de ar. Em outras palavras, é na laringe que a corrente de ar encontra o seu primeiro obstáculo, que indica se o som produzido é surdo ou sonoro. 
A sonoridade é uma das características pertinentes na classificação dos fonemas, pois distingue pato/bato, tela/dela, cole/gole, fala/vala, selo/zelo, chato/ jato. 
 (CALLOU;LEITE, 2000)
*
VALE A PENA SABER A (2)
Nem sempre há correspondência regular entre fonemas e letras.
Uma letra representa um fonema:
Ex: papai /papay/ 
 5 letras e 5 fonemas
Uma letra representa dois fonemas:
Ex: táxi /taksi/ 
 4 letras e 5 fonemas
Duas letras representando um fonema:
Ex: carro /kaRo/ 
 5 letras e 4 fonemas
Uma letra não representa fonema:
Ex: hoje /oje/ 
 4 letras e 3 fonemas
Um fonema representado por letras diferentes:
 Ex: /z/ mesa ; /z/ exame; /z/	 zebra
Uma letra representando sons diferentes:
exame /z/ 
faixa /x/
máximo /s/
tóxico /ks/
*
NASALIZAÇÃO
A nasalização é um mecanismo que, como o processo fonatório, envolve aberturas e fechamentos de uma passagem que conduz à outra.
OS SONS ORAIS
São produzidos quando a corrente de ar, após passar pela glote, entra na faringe encontra o véu palatino levantado. Nesse caso, ao se levantar ele fecha a cavidade nasal, de modo que os sons escoam totalmente pela cavidade bucal, resultando em sons orais.
 OS SONS NASAIS
São produzidos quando a corrente de ar, ao chegar na faringe, encontra o véu palatino abaixado e escoa tanto pela boca quanto pelo nariz. 
A rigor as vogais também podem ser orais e nasais, mas há muita controvérsia sobre a existência ou não de vogais nasais.
*
IMPORTANTE
Na prática, distingue-se os sons nasais dos nasalizados. 
Sons nasais – há, além do abaixamento do véu palatino, uma obstrução na cavidade bucal causada pela aproximação dos dois articuladores (ativo e passivo). É o que ocorre com as consoantes m [m],
n[n] e nh[ñ].
Sons nasalizados - o abaixamento do véu palatino altera a configuração da cavidade bucal e, portanto, a vocálica das vogais nasais torna-se diferente da qualidade das vogais orais correspondentes. Um til colocado acima da vogal marca a nasalidade.
*
DESCRIÇÃO DOS SEGMENTOS CONSONANTAIS
	São sons produzidos com algum tipo de obstrução nas cavidades supraglotais parcial ou total da passagem da corrente de ar, podendo haver ou não fricção.
	Na produção de segmentos consonantais são relevantes os seguintes parâmetros:
Mecanismos e direção da corrente de ar;
Se há ou não vibração das cordas vocais;
Se o som é oral ou nasal;
Quais são os articuladores envolvidos na articulação dos sons;
Qual a maneira utilizada na obstrução da corrente de ar.
 
*
DESCRIÇÃO DOS SEGMENTOS(SONS) VOCÁLICOS E CONSONANTAIS DO PORTUGUÊS
Todas as línguas naturais possuem consoantes e vogais. Do ponto de vista fonético o que caracteriza um segmento como vocálico ou consonantal é o fato de haver ou não obstrução da passagem da corrente de ar pelo trato vocal. 
Segmentos vocálicos apresentam a passagem livre da corrente de ar.
Segmentos consonantais apresentam obstrução ou fricção. 
Certos segmentos têm características fonéticas não tão precisas. Estes segmentos são denominados na literatura de semivogais, semicontóides ou glides. Adotamos o termo glide (pronuncia-se “gl[ai]de”) para referir a tais segmentos.
Os Segmentos vocálicos e os glides são abordados após a descrição dos segmentos consonantais.
RESUMINDO
Consoante - movimento de cerramento- abrimento, com um máximo articulatório.
Vogal - movimento de abrimento-cerramento, com um mínimo articulatório, sem esforços. 
*
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES
*
2-Quanto à maneira (modo) de articulação
*
2.1- Quanto à maneira (modo) de articulação
*
*
*
PONTOS ARTICULATÓRIOS DAS CONSOANTES
*
CLASSIFICAÇÃO E TRANSCRIÇÃO DAS CONSOANTES DO PORTUGUÊS
*
AS CONSOANTES: SÍMBOLO FONÉTICO, CLASSIFICAÇÃO, EXEMPLO ORTOGRÁFICO E TRANSCRIÇÃO FONÉTICA (1)
*
AS CONSOANTES: SÍMBOLO FONÉTICO, CLASSIFICAÇÃO, EXEMPLO ORTOGRÁFICO E TRANSCRIÇÃO FONÉTICA (2)
*
AS CONSOANTES: SÍMBOLO FONÉTICO, CLASSIFICAÇÃO, EXEMPLO ORTOGRÁFICO E TRANSCRIÇÃO FONÉTICA (3)
*
AS CONSOANTES: SÍMBOLO FONÉTICO, CLASSIFICAÇÃO, EXEMPLO ORTOGRÁFICO E TRANSCRIÇÃO FONÉTICA (4)
*
AS CONSOANTES: SÍMBOLO FONÉTICO, CLASSIFICAÇÃO, EXEMPLO ORTOGRÁFICO E TRANSCRIÇÃO FONÉTICA (5)
*
ENCONTRO CONSONANTAL
Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denominamos essa sequência de encontro consonantal. Pode ocorrer 
Na mesma sílaba:
Em sílabas diferentes: 
*
cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo, cri-se, pe-dra, a-tle-ta
af-ta, com-pul-só-rio, pneu, gno-mo, psi-có-lo-go, ap-to
DÍGRAFOS
 O dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). No caso dos dígrafos, não há correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas. Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
 Dígrafos Consonantais Dígrafos Vocálicos: representação das vogais nasais 
 
 
*
	 	Fonemas	Exemplos
	lh	ʎ	telhado
	nh	ɲ	marinheiro
	ch	ʃ	chave
	rr	X (no interior da palavra)	carro
	ss	s (no interior da palavra)	passo
	qu	qʷ(seguido de e e i)	queijo, quiabo
	gu	gʷ (seguido de e e i)	guerra, guia
	sc	s	crescer
	sç	s	desço
	xc	s	exceção
	Fonemas	Letras	Exemplos
	ã
 	am 	tampa
	an	canto
	ẽ
 	em	templo
	en 	lenda 
	ĩ
	im	limpo
	in	lindo
	õ	om	tombo 
	on	tonto
	ũ	um	chumbo
	un	corcunda
*
MECANISMO DE PRODUÇÃO DE SEGMENTOS (SONS) VOCÁLICOS
São sons produzidos por uma corrente de ar pulmonar egressiva, que faz vibrar, normalmente, ascordas vocais.
A NGB classifica as vogais de acordo com quatro critérios, a saber:
Quanto à zona de articulação - as vogais podem ser: média /a/; posteriores: /ó/, /ô/,/u/ e anteriores /é/, /ê/, /i/;
Quanto à intensidade - as vogais podem ser tônicas e átonas;
Quanto ao timbre – timbre é o traço distintivo das vogais. Elas podem ser abertas: /a/,/á/, /ó/; fechadas: /ê/, /ô/,/i/,/u/; reduzidas: /a/,/i/, /u/; 
Quanto ao papel das cavidades bucal e oral – orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/,/ô/,/u/ ; nasais:/ã/, /ẽ/, /ĩ/, /õ/,/ũ/.
*
CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS DO PB
*
*
SÓ PARA RELAXAR
Classificação das vogais do PB quanto à tonicidade
*
 
Ditongos são geralmente tratados como uma sequência de segmentos(sons), na mesma sílaba. Um dos segmentos da sequência é interpretado como uma vogal e o outro é interpretado como uma semivogal ou “glide.” (pronuncia-se “gl[ai]de”). 
Em português, classificamos os glides como segmentos vocálicos.
 
Exemplos: tênue, cárie, leite, bailar, cadeira. 
ENCONTROS VOCÁLICOS: DITONGO, TRITONGO E HIATO
*
*
OS DITONGOS PODEM SER
CRESCENTES
Glide(semivogal) + vogal na mesma sílaba 
DECRESCENTES
Vogal + glide(semivogal) na mesma sílaba
ORAIS - SÉRIE, ÁGUA, VÍTREO, NÓDOA.
NASAIS - QUANDO, FREQUENTE;
ORAIS - LEITE, BAIXO, CÉU, HERÓI, 
NASAIS - MÃO, PÕE, MUITO, TAMBÉM.
*
Glide+vogal+ glide na mesma sílaba.
TRITONGO
saguão – Paraguai
HIATO
Vogal+vogal em sílabas disjuntas (separadas).
saúde – Raul – pessoa – Saara – guria - álcool
*
ESQUEMA 
*
AS VOGAIS ASSILÁBICAS(GLIDES/ SEMIVOGAIS)
Algumas vogais são chamadas assilábicas porque nunca atingem o pico( núcleo: preenchido por vogal) de uma sílaba(MONTEIRO, 2009; ROBERTO, 2016). 
São sons produzidos com uma abertura menor que as das vogais, mas maior que a das consoantes. Esses elementos são as conhecidas semivogais (semiconsoantes) 
São chamados também de glides e sempre serão realizados junto a vogais 
Cristófaro –Silva (2010) registra os glides nas transcrições fonéticas usando os símbolos [ɪ ] e [ʊ], acrescidos do diacrítico ◡, que sinaliza a assilabicidade. 
Ex: [`paʊ ] : pau [`xɛʊ ]: réu [`foɪ ] : foi [`xɔɪ ] : rói
É possível registrá-los também a partir dos símbolos [ j ] e [w]. 
Ex: [`paw ] : pau [`rɛw ]: réu [`foj ] : foi [`xɔj ]: rói
 (CALLOU, 2005)
*
*
PONTOS ARTICULATÓRIOS DAS VOGAIS
*
OS RÓTICOS 
*
São as diversas manifestações do fonema /R/
 
FONOLOGIA:NOÇÕES BÁSICAS
FONEMA 
PARES MÍNIMOS 
TRAÇO DISTINTIVO
ALOFONE
DISTRIBUIÇÃO COMPLEMENTAR 
VARIANTES LIVRES 
NEUTRALIZAÇÃO
ARQUIFONEMA
 
*
FONEMA/ PARES MÍNIMOS
FONEMA - O mais elementar dos conceitos de fonologia. Trata-se de uma unidade formal capaz de distinguir o significado entre palavras. 
Ex: [f] e [v] em “faca” e “vaca” - são unidades fonêmicas distintas : fonemas. o par mínimo “faca/vaca” caracteriza os fonemas /f,v/
Pense no que distingue os pares de palavras 
E
*
Em todos os casos, temos os chamados pares mínimos: pares de palavras em que apenas um elemento sonoro os diferencia.
Se tomarmos o par mínimo bata e pata, e analisarmos pelo processo da comutação, veremos que o que muda é /b/ e /p/.
bata
*
*
Exemplos de pares mínimos
VARIAÇÃO - ALOFONIA
É o fenômeno de variação estudada pela Fonologia.
As diferentes realizações de um determinado fonema são denominadas seus ALOFONES.
Por exemplo, as possíveis pronúncias existentes para palavras como:
“leite”, em que o /t/pode ser pronunciado chiado “tch” [tʃ ] ou não.
Tia (potiguar, pernambucano) e Tʃia ( carioca) 
Apesar da fala de ambos ser diferente, não há dificuldade para se entenderem, pois o Fonema é um só /t/, mas ao ser pronunciada a palavra sendo pronunciada como [t] ou [ tʃ ]. O [ tʃ ] não é um fonema do português, apenas um alofone.
Assim: /ʈ/
 (Diante da vogal /i/)
*
 t
tʃ
*
TIPOS DE VARIAÇÕES
 VARIAÇÃO LIVRE
São as diferentes possibilidades de realizações de um mesmo fonema condicionados por fatores extralinguísticos (regionais).
 
*
[`max] : carioca
[`maɻ ]: interior de S. Paulo * caipira
[`mar]: falantes gaúchos 
As realizações [ x, ɻ, r], de “mar”, são independentes de ambientes fonológicos, uma vez que tais variações podem ocorrer após qualquer vogal.
DISTRIBUIÇÃO COMPLEMENTAR 
Diz respeito à relação entre alofones quando um fone ocorre em determinados ambientes, e outro ocorre nos demais ambientes.
*
Ex: tia vs tua – teia
 
Fica evidente que que a realização africada [ tʃ ]só se realiza diante de vogal / i /, de modo que não teremos pronúncia como “tchua” ou “tcheia”.
Essa condição fonética para a condição da realização africada (chiada) define o caso de alofonia como distribuição complementar, ou seja:
	 diante de /i/ se realizará [tʃ ] e diante das demais vogais [t]
NEUTRALIZAÇÃO E ARQUIFONEMA
NEUTRALIZAÇÃO é um fenômeno fonológico que se realiza quando, em determinados contextos fônicos, uma oposição entre fonemas deixa de ser distintiva. Há uma supressão(anulação) das oposições entre dois ou mais fonemas. (Falar carioca e falar baiano).
 NEUTRALIZAÇÃO VOCÁLICA: /o/ e /ɔ/ em posição pretônica( sílaba átona antes da tônica), na palavra: 
 
NEUTRALIZAÇÃO CONSONANTAL: /s/ e / ʃ / em coda silábica ( final de sílaba).
 
*
Coração
coração : falar carioca
(fechado)
cɔração : falar baiano (aberto)
dois
 doiʃ: falar carioca
dois: outras regiões
*
 cOração doiS 
ARQUIFONEMA
TRAÇOS DISTINTIVOS
Referem-se a unidades mínimas contrastivas que irão definir, entre si, os elementos lexicais. Servem para caracterizar um fonema diante de outros que têm com ele traços comuns(CALLOU, 2010).
São elementos fônicos mínimos capazes de opor, numa mesma língua, dois signos diversos ( DUBOIS, 1999).
São propriedades mínimas , de caráter acústico ou articulatório, como “nasalidade”, “sonoridade”, “labialidade”, “coronalidade”, que, de forma concorrente, constituem os sons das línguas (HENANDOREÑA,1999).
*
Aspectos suprassegmentais e prosódicos
Dentre as propriedades que só podemos identificar sintagmaticamente, temos o fato de um som ser prolongado ou não , ser agudo ou grave. Essas propriedades são chamados se suprassegmentais ou prosódicos.
O Português, e demais línguas românicas, o Inglês, o Alemão são línguas de acento de intensidade.
O Latim e o Grego possuem acento musical ( ton).
 Em línguas como o Português, o acento tem função distintiva:
*
SABIA SÁBIA SABIÁ 
A acentuação distingue o significado dessas 3 palavras
TRANSCRIÇÃO FONÉTICA E FONOLÓGICA
As chamadas transcrições nos estudos fonético-fonológicos têm muitas funções.
1º Formalizar os diferentes registros das diferentes realizações linguísticas 
( transcrição fonética, feita entre colchetes [ ] ): sempre quando se tratar dos Fones
2º Formalizar uma representação abstrata padrão das possíveis realizações 
( transcrição fonológica, feita entre barras / / ): sempre que se estiver referindo aos Fonemas 
*
O diacrítico `(apóstrofo) indica a sílaba tônica da palavras transcrições. Na escrita convencional do português temos os diacríticos : til (~), cedilha ( ̡) e o apóstrofo.
	Forma
Ortográfica
 	Transcrição fonológica (fonêmica)	Possíveis transcrições fonéticas
	Falante 1	Falante 2
	Batata	/ba`tata/	[ ba`tatɜ]	[ba`tatɐ]
	Copo	/`kopO/	[`kɔpo]	[`kɔpʊ]
	Vesgo	/`veSgO/	[`vezgo]	[`vejƷʊ]
	Porta	/`pɔRta/	[`pɔɻtɜ]	[`pɔhtɐ]
PROCESSOS FONÉTICOS /FONOLÓGICOS
*
São fenômenos de alteração que ocorrem com os fones e os fonemas
	Assimilação 
	1	 Ocorre quando um som assimila um ou mais traços de outro som próximo a ele. Ex: bravo > “brabo” -[´brabʊ]
	Epêntese	2	É um tipo de processo em há um acréscimo, ouseja, inserção de um fonema.
Ex: pneu > “pineu” -[pi´new]
	Harmonização vocálica
	3	Acontece quando há uma assimilação da vogal tônica sobre a pretônica.
Ex: menino > [minĩnʊ] 
	Síncope, aférese, apócope 
	4	São processos que apagam segmentos, a depender do local de ocorrência.
Ex: Velhinha > [vɛ´ĩɲɐ]
	 Metafonia	5	Nesse processo fonológico diacrônico, há uma assimilação de uma vogal átona sobre a tônica. Ela explica como um som (fone, fonema) se transforma em outro.
Ex: passagem de “metu” para medo > [´medʊ] 
	Palatização	6	Ocorre quando um segmento se torna palatal diante de vogal anterior palatal.
Ex: leite > [´lejtʃI]
	Ditongação	7	Diz respeito à mudança de som (fone, fonema) em decorrência da alternância 
sincrônica ou de evolução diacrônica. Ex: arroz > “arroiz” - [a´Rojʃ]
MODELOS FONOLÓGICOS
O ESTRUTURALISMO
A FONOLOGIA GERATIVA PADRÃO
O MODELO NATURAL
FONOLOGIA NÃO -LINEAR
FONOLOGIA DE DEPENDÊNCIA
FONOLOGIA DE GOVERNO
FONOLOGIA LEXICAL
TEORIA DA OTIMIZAÇÃO
INTERFACE FONOLOGIA -SINTAXE
FONOLOGIA DE USO
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VARIAÇÃO FONOLÓGICA E MUDANÇA
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Para descontrair
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REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise fonológica: introdução à teoria e à prática com especial destaque para o model o fonêmico. Série linguística, 1, Campinas. Ed. do autor,1997. 
CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.
CÂMAR A JR ., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis, Vozes, 1970.
MONTEIRO, Maria Perpétua Teles. Fonética e fonologia da língua portuguesa. Recife: UPE/NEAD,2009.
ROBERTO, Tânia Mikaela Garcia. Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola, 2016.
SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e fonologia do Português. São Paulo: Contexto, 1999.
 
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