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Classificação dos fonemas_ vogal, consoante e semivogal

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Classificação dos fonemas: vogal, 
consoante e semivogal
APRESENTAÇÃO
Podemos realizar a classificação dos fonemas a partir de critérios articulatórios que estão 
relacionados aos movimentos dos órgãos fonoarticulatórios durante a produção da fala. 
Sabemos, portanto, que consoantes e vogais apresentam diferentes mecanismos de produção que 
nos permitem diferenciá-los, tanto do ponto de vista descritivo, quanto auditivo e acústico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a classificação dos segmentos a partir do ponto de 
vista articulatório, uma classificação que é de base estritamente fonética e, portanto, leva em 
consideração aspectos da produção sonora. Verá também, de forma breve, uma descrição dos 
sons a partir dos pressupostos da Teoria dos Traços Distintivos, uma abordagem que leva em 
conta os fundamentos fonéticos e fonológicos.
Em nível fonético, os traços são caracterizados como escalas físicas que descrevem aspectos do 
evento da fala e podem ser tomados independentemente. Em nível fonológico, os traços são 
marcadores classificatórios abstratos que identificam os itens lexicais da língua.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Determinar os parâmetros articulatórios de classificação de consoantes e vogais.•
Reconhecer os sistemas consonantal e vocálico do Português.•
Diferenciar os conceitos de vogal e semivogal.•
DESAFIO
A maneira ou o modo de articulação de um segmento estão relacionados ao tipo de obstrução da 
corrente de ar causada pelos articuladores durante a produção de um segmento. Identificando o 
grau e natureza da estritura (ou seja, a maneira como se dá a obstrução da corrente de ar), 
estamos caracterizando a sua maneira ou o modo de articulação (SILVA, 2013). Os fonemas 
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
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Francisco
Sublinhado
Francisco
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podem ser organizados e classificados a partir das características articulatórias que 
compartilham. Dessa forma, é possível agrupar os fonemas do português em categorias que 
expressam os modos de articulação que são comuns a um determinado conjunto de sons.
Classifique os segmentos consonantais do português quanto ao modo ou à maneira de 
articulação. Em seguida, no quadro apresentado, destaque apenas aqueles segmentos que são 
produzidos com uma obstrução completa na passagem da corrente de ar através da boca. Por 
último, você deve sinalizar os segmentos vozeados, ou seja, aqueles produzidos com a vibração 
das pregas vocais na sua realização (você pode elencar ou marcar na própria tabela).
INFOGRÁFICO
A fonodiversidade da fala é representada pela possibilidade de produção de sons essencialmente 
distintos, os quais são denominamos como consoantes, vogais e semivogais. De acordo com 
essas definições, existem critérios para a classificação dos segmentos pertencentes ao mesmo 
grupo fonético e a grupos fonéticos distintos.
No Infográfico a seguir, você poderá observar as principais diferenças que caracterizam os 
segmentos consonantais, segmentos vocálicos e semivogais.
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
CONTEÚDO DO LIVRO
A fala pode ser entendida a partir do processo de elaboração de sequências sonoras que são 
capazes de transmitir significados numa dada comunidade linguística. Essas sequências sonoras 
que nos referimos podem ser decompostas em unidades de menor extensão e chamadas de sons 
discretos. Como sabemos, alguns sons possuem a natureza de contraste entre palavras em uma 
determinada língua e a esses sons damos o nome de fonema. Os fonemas da fala, por sua vez, 
podem ser classificados com base nos correlatos articulatórios que caracterizam as suas 
produções, permitindo organizá-los e agrupá-los em categorias. O trecho selecionado para sua 
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
leitura trata da classificação de segmentos vocálicos e consonantais no Português Brasileiro.
Acompanhe no Capítulo Classificação dos fonemas: vogal, consoantes e semivogal, do livro 
Fonética e fonologia do Português, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, a partir do 
qual você poderá entender como se dá a classificação dos fonemas da fala.
FONÉTICA E 
FONOLOGIA DO 
PORTUGUÊS
Julio Cesar Cavalcanti
Classifi cação dos 
fonemas: vogal, 
consoante, semivogal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Determinar os parâmetros articulatórios de classi� cação de consoantes
e vogais.
 Reconhecer os sistemas consonantal e vocálico do português.
 Diferenciar os conceitos de vogal e semivogal.
Introdução
A classificação dos fonemas pode ser feita a partir de critérios articulatórios 
que estão relacionados aos movimentos dos órgãos fonoarticulatórios 
durante a produção da fala. Portanto, consoantes e vogais apresentam 
diferentes mecanismos de produção que nos permitem diferenciá-los 
do ponto de vista descritivo e dos pontos de vista auditivo e acústico. 
Neste capítulo, você verá a classificação dos segmentos a partir do 
ponto de vista articulatório, uma classificação que é de base estritamente 
fonética e, portanto, leva em consideração aspectos da produção sonora. 
Verá também uma descrição dos sons a partir dos pressupostos da Teoria 
dos Traços Distintivos, uma abordagem que leva em conta fundamentos 
fonéticos e fonológicos. 
No nível fonético, os traços são caracterizados como escalas físicas que 
descrevem aspectos do evento da fala e podem ser tomados indepen-
dentemente. No nível fonológico, os traços são marcadores classificatórios 
abstratos, que identificam os itens lexicais da língua.
Segmentos consonantais
Massini-Clagliari e Cagliari (2012) comentam que as consoantes são sons que 
apresentam contatos ou constrições no aparelho fonador, que são facilmente 
analisáveis. Por essa razão, são classifi cadas tradicionalmente em termos de 
modo e lugar de articulação, e quanto à vibração ou não das pregas vocais, 
além das características do mecanismo aerodinâmico envolvido.
A partir da posição do articulador ativo em relação ao articulador passivo 
(ocorrendo ou não o contato entre eles), pode-se definir o lugar de articulação 
dos segmentos consonantais de acordo com categorias de agrupamento sonoro 
(SILVA, 2003).
Em função dos lugares de articulação, um segmento fonético pode ser 
(SOUZA; SANTOS, 2016):
Bilabial: ao falar “pata”, “bata”, “mata”, o primeiro som de cada uma dessas 
palavras é produzido pela obstrução do ar pelos dois lábios. Os sons bilabiais 
são produzidos pelo fechamento ou estreitamento do espaço entre os lábios.
Labiodental: há sons produzidos pela obstrução parcial da corrente de ar 
entre o lábio inferior e os dentes superiores. Exemplo: os primeiros sons das 
palavras “faca”, “vaca”.
Dental: são os sons produzidos com a ponta da língua contra a parte de 
trás dos dentes superiores ou com a ponta da língua entre os dentes. É o caso 
do primeiro som do “the” (inglês).
Alveolar: ao dizer “Nasa” e “Lara”, os dois primeiros sons consonantais 
são produzidos com a ponta ou a lâmina da língua contra a arcada alveolar.
Palatoalveolar: são sons também conhecidos como pós-alveolares ou 
alveolopalatais, pois são produzidos com a lâmina da língua contra a parte 
anterior do palato duro, logo após os alvéolos. São exemplos de sons palato-
alveolares os primeiros sons de “chave”, “jaca”. Também são palatoalveolares 
os primeiros sons de “tia” e “dia” do dialeto carioca.
Retroflexa: são os sons produzidos pela ponta da língua levantada e voltada 
para trás, de modo que a parte de baixo da língua (sub-lâmina) fique voltada 
em direção ao palato duro. É exemplo de som retroflexo o “r” caipira em 
“par, por exemplo.
Palatal: ao falar “calha” e “sanha”, o segundo som consonantal de ambas 
as palavras é produzido com o centro da língua contra o palato duro.
Velar: ao dizer “cata”,“gata”, o primeiro som é produzido pelo dorso da 
língua contra o véu palatino. É exemplo de som velar o som nasal em “angu”.
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal2
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Uvular: sons uvulares são produzidos pelo dorso da língua contra o véu 
palatino e a úvula. Por exemplo, o “orra” (de “orra, meu”) produzido por 
alguns dialetos paulistas.
Faringal: sons produzidos pela raiz da língua contra a parede posterior da 
faringe. Um exemplo de som faringal é aquele som grave produzido quando a 
pessoa “limpa a garganta”. Os sons faringais não são tão comuns nas línguas. 
Um exemplo de língua que os utiliza árabe (SOUZA; SANTOS, 2016).
O modo de articulação de um segmento está relacionado ao tipo de obstrução da 
corrente de ar produzida pelos articuladores na produção de um segmento. Identi-
ficando o “grau e a natureza da estritura” (ou seja, a maneira como se dá a obstrução 
da corrente de ar), é possível caracterizar a sua maneira ou seu modo de articulação 
(SILVA, 2003).
Quanto ao modo de articulação, os segmentos consonantais podem ser 
classificados da seguinte forma (SILVA, 2003):
Oclusiva: os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem 
da corrente de ar pela boca. O véu palatino está levantado, e o ar que vem 
dos pulmões encaminha-se para a cavidade oral. Oclusivas são, portanto, 
consoantes orais. As consoantes oclusivas que ocorrem em português são 
pá, tá, cá, bar, dá, gol.
Nasal: os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem 
da corrente de ar pela boca. O véu palatino encontra-se abaixado, e o ar que 
vem dos pulmões dirige-se às cavidades nasal e oral. Nasais são consoantes 
idênticas às oclusivas, diferenciando-se apenas quanto ao abaixamento do 
véu palatino para as nasais. As consoantes nasais que ocorrem em português 
são má, nua, banho.
Fricativa: os articuladores se aproximam produzindo fricção quando 
ocorre a passagem central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores, 
entretanto, não chega a causar obstrução completa, mas parcial, que causa a 
fricção. As consoantes fricativas que ocorrem em português são fé, vá, sapa, 
Zapata, chá, já, rata (em alguns dialetos, o som “r” de “rata” pode ocorrer 
como uma consoante vibrante).
3Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal
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Africada: na fase inicial da produção de uma africada, os articuladores 
produzem uma obstrução completa na passagem da corrente de ar através da 
boca, e o véu palatino encontra-se levantado (como ocorre nas oclusivas). Na fase 
final dessa obstrução (quando se dá a soltura da oclusão), ocorre uma fricção 
decorrente da passagem central da corrente de ar (como nas fricativas). A oclusiva 
e a fricativa, que formam a consoante africada, devem ter o mesmo lugar de 
articulação, ou seja, são homorgânicas. As consoantes africadas que ocorrem 
em algumas variedades do português brasileiro são [tʃia] e [dʒia] (“tia” e “dia”).
Tepe (ou vibrante simples): o articulador ativo toca rapidamente o articulador 
passivo, ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através 
da boca. O tepe ocorre em português nas seguintes palavras: cara, brava.
Vibrante (múltipla): diferentemente do caso anterior, o articulador ativo 
toca algumas vezes o articulador passivo, mas causando vibração. Em alguns 
dialetos do português, essa variante ocorre em expressões como “orra meu!” ou 
em palavras como “marra” (com uma vibração relativamente prolongada do “r”).
Retroflexa: o palato duro é o articulador passivo, e a ponta da língua é 
o articulador ativo. A produção de uma retroflexa geralmente se dá com o
levantamento e encurvamento da ponta da língua em direção do palato duro.
Ocorrem no dialeto “caipira”, como nas palavras: mar, carta.
Laterais: o articulador ativo toca o articulador passivo, e a corrente de ar é 
obstruída na linha central do trato vocal. O ar será, então, expelido por ambos 
os lados desta obstrução, tendo saída lateral. Laterais ocorrem em português 
nos seguintes exemplos: lá, palha, sal (da maneira que “sal” é pronunciada 
no sul do Brasil ou em Portugal).
Há também os aproximantes, que, de acordo com Souza e Santos (2016), 
são os sons produzidos com um estreitamento menor da cavidade oral, de modo 
que a corrente de ar sai livremente, sem a turbulência provocada nas fricativas. 
Como a passagem de ar é estreita e livre, algumas aproximantes parecem vogais. 
É exemplo desse tipo de aproximante o segundo fone do ditongo “cai”.
A descrição articulatória de qualquer segmento consonantal é possível a partir das 
respostas aos seguintes parâmetros: o mecanismo e a direção da corrente de ar; 
se há ou não vibração das cordas vocais; se o som é nasal ou oral; quais são os 
articuladores envolvidos na produção dos sons e qual é a maneira utilizada na 
obstrução da corrente de ar (SILVA, 2003).
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal4
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O Quadro 1 mostra o quadro fonético consonantal do português brasileiro, 
que leva em conta todos os sons produzidos, classificando-os de acordo com 
o modo (eixo vertical) e o lugar (eixo horizontal) de articulação.
Quadro 1. Quadro fonético consonantal do português brasileiro.
Fonte: Silva (2003, p. 37).
Por convenção, a notação dos segmentos consonantais obedece a seguinte sequência 
(SILVA, 2003):
1. modo de articulação; 
2. lugar de articulação;
3. grau de vozeamento.
Exemplos:
[pl oclusiva bilabial desvozeada
[b] oclusiva bilabial vozeada
Segmentos vocálicos
Na produção dos sons vocálicos, os articuladores orais encontram-se abertos, 
o que faz com que a corrente de ar, ao passar pela cavidade oral, não encontre
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obstáculos e não produza fricção. Assim, o movimento do corpo da língua 
para a produção dos sons vocálicos se limita a uma certa área do trato vocal 
(denominada de “área vocálica”); para além dessa área, os sons produzidos 
não podem ser caracterizados mais como vogais (Figura 1) (MASSINI-CLA-
GLIARI; CAGLIARI,2012).
Figura 1. Representação esquemática da área 
vocálica.
Fonte: Massini-Clagliari e Cagliari (2012, p.136).
Tradicionalmente, do ponto de vista articulatório, os sons vocálicos são 
classificados com base nos movimentos da língua nos eixos vertical e hori-
zontal, dentro do que se denomina área vocálica. Com base no eixo vertical, 
foram estabelecidos quatro níveis de altura, a partir da posição mais fechada 
dos articuladores até a mais aberta, e três regiões articulatórias, com base 
no deslocamento horizontal do estreitamento articulatório, dentro dessa área 
vocálica. Como as vogais podem ser produzidas com ou sem protrusão labial, 
podem ser classificadas conforme a posição dos lábios no momento de sua pro-
dução (vogais arredondadas ou não arredondadas) (MASSINI-CLAGLIARI; 
CAGLIARI, 2012). Sendo assim, segmentos vocálicos são descritos levando-se 
em consideração os seguintes aspectos: 
 posição da língua em termos de altura;
 posição da língua em termos anterior/posterior;
 arredondamento ou não dos lábios (SILVA, 2003).
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal6
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O parâmetro altura refere-se à altura ocupada pelo corpo da língua durante 
a articulação dos segmentos vocálicos. Nesse sentido, a altura representa a 
dimensão vertical ocupada pela língua dentro da cavidade oral. Há um ponto 
alto em oposição a um ponto baixo e pode haver alturas em níveis interme-
diários. Ladefoged (1984 apud SILVA, 2003) propõe que a altura das vogais 
pode variar em quatro valores (de 1 a 4). Na descrição do português, devem-se 
considerar quatro níveis de altura: 
 alta;
 média-alta;
 média-baixa;
 baixa.
Em sistemas vocálicos em que apenas três graus de altura são relevantes, 
as seguintes categorias são consideradas para a altura da língua: alta, média e 
baixa. Alguns autores referem-se à altura em termos de abertura/fechamento 
da boca. Nesse caso, os quatro níveis de altura são: fechada, meio-fechada, 
meio-aberta, aberta. Isso quer dizer que os seguintes termos são equivalentes: 
 alta = fechada
 baixa = aberta (e os termos intermediários também são correspondentes)
(SILVA, 2003).
São exemplos de sons vocálicos altos os primeiros sons vocálicos em 
“chita” e “chuta”, e de som vocálico baixo o primeiro som vocálico de “casa” 
(SOUZA; SANTOS, 2016). O movimento mandibular pode caracterizar uma 
pista para essa classificação – pode-se observar, por exemplo, o movimento 
mandibular enquanto são pronunciadas as palavras “chita” e “casa”.
O parâmetro anterioridade/posterioridade refere-se à posição do corpo 
da língua na dimensão horizontal durante a articulação dos segmentos vo-
cálicos. A cavidade oral é segmentada em três partes simétricas. Uma parte 
localizada à frente da cavidade oral (anterior) e uma parte localizada na parte 
final da cavidade oral (posterior). Entre essas duas partes, há a parte central. 
Dada essa divisão, as três posições que podem ser assumidas pela língua são 
anterior, central e posterior (SILVA, 2003). 
Durante a articulação de um segmento consonantal, os lábios podem estar 
estendidos (distensos) ou arredondados. Esses dois parâmetros são suficientes 
para a descrição dos segmentos vocálicos (SILVA, 2003). Pode-se observar, 
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por exemplo, a diferença na configuração dos lábios ao produzir um [i] e um 
[u]. Nesse sentido, as vogais que podem ser encontradas na posição tônica, 
no português do Brasil, são:
 [i] - abacaxi;
 [e] - beleza;
 [ɛ] - belo;
 [a] - batata;
 [ɔ] - bola;
 [o] - bolo;
 [u] - urubu.
A vogal [ɐ] é bastante frequente no português brasileiro, podendo ocorrer 
nasalizada ou não (por exemplo, cama; banana) (MASSINI-CLAGLIARI; 
CAGLIARI, 2012). O Quadro 2 mostra o quadro fonético vocálico do português 
brasileiro, com as sete vogais orais que o compõem. 
Quadro 2. Quadro fonético vocálico do português brasileiro.
Fonte: Silva (2003, p. 79).
Glides
Glides ou semivogais são elementos que compartilham características de vogais 
e consoantes. São produzidos com uma abertura oral menor que a das vogais, 
mas maior que a das consoantes (por isso, são chamados de semivogais ou 
semiconsoantes). Um glide sempre será realizado junto a alguma vogal, confi -
gurando um ditongo. Existe, porém, muita divergência entre os pesquisadores 
acerca do status desses elementos no português brasileiro (ROBERTO, 2016).
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal8
/i/ com som aberto 
/e/ com som fechado 
/e/ com som aberto 
/a/ com som aberto 
/o/ com som aberto 
/o/ com som fechado
/u/ com som aberto 
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Glides (semivogais) são interpretações fonológicas e não fonéticas. A noção 
de semivogal só faz sentido, assim, dentro de uma ciência como a fonologia, 
que vai determinar o valor que os elementos representados por /j/ e /w/ assu-
mem na estruturação fonológica interna das sílabas (MASSINI-CLAGLIARI; 
CAGLIARI, 2012). No português escrito, os glides ocorrem como a segunda 
vogal em “cai” e “mau”. Fonologicamente, essas aproximantes se comportam 
como consoantes, isto é, não preenchem posições de núcleo da sílaba e nunca 
são acentuadas. Em português, temos a aproximante palatal (em “cai”) e a 
aproximante labiovelar (em “mau”) (SOUZA; SANTOS, 2016).
Quadro fonêmico
A partir de um quadro fonético (que foi elaborado a partir dos segmentos 
consonantais e vocálicos encontrados em dada língua), pode-se chegar a um 
quadro fonêmico. No quadro fonêmico, apenas os fonemas de uma língua 
estão presentes. À medida que são identifi cados os fonemas e alofones de uma 
língua em questão, preenche-se a tabela fonêmica (SILVA, 2003). O quadro 
fonêmico que representa o sistema consonantal do português brasileiro pode 
ser observado no Quadro 3.
Quadro 3. Fonemas consonantais do português brasileiro (*O / r / representa o grupo 
dos fonemas róticos, embora seja o símbolo correspondente no português brasileiro, à 
realização vibrante gaúcha).
Fonte: Roberto (2016, p. 61).
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Como apenas os fonemas são representados fonemicamente, a represen-
tação fonêmica (ou a transcrição fonológica) de palavras como “tia” e “dia” 
é respectivamente /’tia/ e /’dia/ (em dialetos que apresentam as variedades 
[‘tʃia] e [‘dʒia]), dado que a ocorrência ou não dessas variáveis no português 
brasileiro não estabelece distinção de sentido (SILVA, 2003).
A transcrição fonêmica ou transcrição fonológica é, portanto, aquela 
que leva em conta apenas as unidades fônicas com potencial de estabelecer 
contraste entre palavras em um dado sistema linguístico.
Traços distintivos: conceitos gerais
A teoria dos traços estuda e formaliza as unidades mínimas que integram a 
estrutura interna dos segmentos. Caracteriza, portanto, consoantes e vogais 
e os agrupa em classes de acordo com os traços fonológicos que apresentam 
(MATZENAUER; MIRANDA, 2017).
Na análise dos fenômenos que ocorrem nos sistemas linguísticos, a teoria 
dos traços distintivos é capaz de predizer que determinados conjuntos de 
segmentos atuam juntos dentro de/e entre sistemas linguísticos; são os traços 
que preveem, por exemplo, que [p,t,k] podem formaruma classe e atuar em 
conjunto em processos fonológicos (dado que esses fonemas compartilham 
traços em comum), enquanto [b,s,r] não podem constituir uma classe natural, 
unitária, em qualquer língua (MATZENAUER; MIRANDA, 2017).
Traços distintivos são propriedades mínimas, de caráter acústico ou articu-
latório, como “nasalidade”, “sonoridade”, “labialidade”, “coronalidade”, que, 
de forma concorrente, constituem os sons das línguas (MATZENAUER, 2014). 
Nesse sentido, classes naturais são grupos de segmentos que compartilham 
traços distintivos em comum. 
Classes de segmentos relacionados constituem classes naturais. Nesse 
sentido, as regras fonológicas se aplicam a classes naturais de segmentos, e 
essas classes podem ser claramente especificadas através de traços distintivos 
(MATZENAUER, 2014).
De acordo com Matzenauer e Miranda (2017), todos os modelos cujo objeto 
é a estrutura interna dos segmentos, dentre outros pressupostos, compartilham 
três bases na visão fonológica dos traços:
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal10
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
são termos sinônimos 
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
1. Universalidade – Os traços são universais, e todas as línguas definem 
seus inventários de consoantes e vogais em termos de um pequeno
conjunto de traços.
2. Distintividade – Os traços são distintivos, já que comumente distinguem 
um fonema do outro.
3. Classificação – Os traços constituem unidade organizacional porque
reúnem os segmentos em classes naturais que se manifestam em padrões
e processos fonológicos recorrentes.
Conforme sinalizam Matzenauer e Miranda (2017), enquanto a primeira 
característica faz parte da natureza dos traços, as duas últimas referem-se às 
funções que os traços exercem no funcionamento das fonologias das línguas. 
Enquanto elementos composicionais dos segmentos, os traços podem ser 
abordados pela teoria como atributos dos segmentos, de acordo com o modelo 
gerativo clássico.
No nível fonético, os traços são caracterizados como escalas físicas que 
descrevem aspectos do evento da fala e podem ser tomados independentemente, 
seja do ponto de vista da produção ou do ponto de vista da percepção. Nesse 
sentido, a “sonoridade”, por exemplo, é um aspecto que pode ser isolado 
no evento da fala e que, portanto, é codificada como traço [sonoro], corres-
pondendo a uma escala que se estende desde o maior até o menor grau de 
sonoridade (MATZENAUER, 2014).
No nível fonológico, os traços são “marcadores classificatórios abstratos”, 
capazes de identificar os itens lexicais de uma língua. Nesse nível, os tra-
ços representam os contrastes fonológicos da língua. Como exercem função 
classificatória e distintiva, os traços são binários. Sendo assim, cada traço é 
definido por dois pontos na escala física, sendo que um representa a presença, 
e o outro, a ausência da propriedade. Tomando-se, como exemplo, a “sonori-
dade”, tem-se a representação no nível fonológico com dois valores: [+ sonoro] 
e [– sonoro]. Assim, o segmento [v] do português pode apresentar diferentes 
graus de sonoridade do ponto de vista fonético. Do ponto de vista fonológico, 
é classificado como [+ sonoro] (realizado com vibração das pregas vocais), 
distinguindo-se de [f], que é [– sonoro] (realizado sem vibração das pregas 
vocais). Os traços têm, pois, uma feição fonética e uma feição fonológica 
(MATZENAUER, 2014).
11Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
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Sublinhado
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Sublinhado
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Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
O Quadro 4 mostra os traços de classes principais, os quais têm grande 
importância porque distinguem as categorias básicas de segmentos (MAT-
ZENAUER, 2014).
Quadro 4. Traços de classes principais.
Fonte: MATZENAUER (2014, p. 22).
Na matriz fonológica, há três codificações possíveis: 
 + indica a presença de determinada propriedade; 
 – indica a ausência de determinada propriedade; 
 0 (zero) indica que a informação em relação àquela propriedade é dispensável
(MATZENAUER, 2014).
Soantes são os sons produzidos com uma configuração do trato vocal na 
qual é possível a sonorização espontânea; as obstruintes são produzidas com 
uma configuração da cavidade que torna a sonorização espontânea impossível. 
Têm o traço [+ soante]: vogais, líquidas, glides, nasais (CHOMSKY; HALLE, 
1968 apud MATZENAUER, 2014). Silábicos, portanto, são os segmentos 
que constituem pico de sílaba; não silábicos são os segmentos que ocupam as 
margens da sílaba. Têm o traço [+ silábico]: vogais, líquidas silábicas, nasais 
silábicas (CHOMSKY; HALLE, 1968 apud MATZENAUER, 2014).
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal12
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Os sons consonantais, por sua vez, são os sons produzidos com uma obs-
trução radical da região mediossagital do trato vocal, ou seja, na cavidade 
oral; não consonantais são os sons produzidos sem tal obstrução. Têm o traço 
[+ consonantal]: plosivas, fricativas, africadas, líquidas, nasais (CHOMSKY; 
HALLE, 1968 apud MATZENAUER, 2014).
Existem outros traços que devem ser levados em conta na classificação 
dos sons por meio de traços distintivos, como os traços de cavidade, traços 
relacionados ao corpo da língua, traços de modo de articulação, traços de 
aberturas secundárias e traços de fonte. Para fins introdutórios, este capítulo 
irá se limitar à descrição apenas dos traços de classes principais explicitados 
anteriormente. Pode-se observar os traços que compõem os diferentes seg-
mentos na matriz apresentada no Quadro 5.
Quadro 5. Matriz fonética (entendida como um dispositivo de tradução das transcrições 
fonéticas).
Fonte: Silva (2003, p. 195).
13Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
MASSINI-CAGLIARI, G.; CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.). 
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez Editora, 2012. v. 1.
MATZENAUER, C. L. B. Introdução à Teoria Fonológica. In: BISOL, L. (Org.). Introdução 
a estudos de fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.
MATZENAUER, C. L. B.; MIRANDA, A. R. M. Teoria dos traços. In: HORA, D. da; MATZE-
NAUER, C. L. (Org.). Fonologia, fonologias: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2017, v. 1.
ROBERTO, M. Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola, 2016.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
SOUZA, P. C.; SANTOS, R. S. Fonética. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística II: 
princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2016.
Classificação dos fonemas: vogal, consoante, semivogal14
DICA DO PROFESSOR
As descrições dos sons da fala, realizadas até este momento, têm focado na produção isolada e 
discreta dos segmentos. Na verdade, é bastante superficial descrever os sons da fala de maneira 
descontextualizada, sem levar em conta a relação e a influência da cadeia sonora na forma como 
produzimos os segmentos.
A fala corresponde a sequências de sons que são articulados de forma contínua pelo aparelho 
fonador. Assim, é necessário entender qual o efeito do contexto fônico no que diz respeito à 
produção desses segmentos.
No vídeo a seguir, você verá o fenômeno da coarticulação, que analisa os efeitos das 
combinações fônicas,considerando os processos que ocorrem pela influência de configurações 
articulatórias sobre outras.
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EXERCÍCIOS
1) No que diz respeito ao modo de articulação das consoantes, indique a alternativa 
correta. 
A) Nas oclusivas, os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da 
corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que vem dos pulmões 
se encaminha para a cavidade oral.
B) Nos sons nasais, os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da 
corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que vem dos pulmões 
se dirige às cavidades nasal e oral.
C) Nas consoantes fricativas, os articuladores se aproximam, produzindo fricção quando 
ocorre a passagem central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores provoca a 
obstrução completa, o que que causa a fricção.
D) Nas consoantes laterais, o articulador ativo toca o articulador passivo e a corrente de ar é 
obstruída nas laterais do trato vocal. O ar será então expelido por ambos os lados dessa 
obstrução, tendo, portanto, saída lateral.
E) As aproximantes são os sons produzidos com um estreitamento maior da cavidade oral, de 
modo que a corrente de ar sai livremente, sem a a turbulência provocada nas fricativas.
2) Segmentos vocálicos são descritos ao levar em consideração a posição da língua em 
termos de altura, anteriorioridade/posterioridade e arredondamento ou não dos 
lábios. Com base nesses critérios, selecione a alternativa correta. 
A) O parâmetro altura se refere à altura ocupada pelo corpo da língua durante a articulação do 
segmento vocálico. A altura representa a dimensão horizontal ocupada pela língua dentro 
da cavidade oral.
B) O parâmetro anterioridade/posterioridade se refere à posição do corpo da língua na 
dimensão horizontal durante a articulação do segmento vocálico. Divide-se a cavidade oral 
em três partes simétricas. Uma parte localizada a frente da cavidade oral ( anterior ) e uma 
parte localizada na parte final ( posterior ). Entre essas duas partes, tem-se uma parte 
central.
C) Durante a articulação de um segmento consonantal, os lábios podem estar abertos ou 
arredondados.
D) Do ponto de vista articulatório, os sons vocálicos são classificados com base nos 
movimentos da língua, no eixo vertical, dentro da área vocálica.
E) O movimento do corpo da língua para a produção dos sons vocálicos não se restringe a 
uma única área do trato vocal, sendo o segmento com maior liberdade articulatória.
3) No que diz respeito às concepções de transcrição fonêmica e fonética, selecione a 
alternativa correta. 
A) A transcrição fonética é, portanto, aquela que leva em conta apenas as unidades fônicas 
com potencial de estabeler contraste entre palavras em um dado sistema linguístico.
B) A transcrição fonêmica e a transcrição fonológica são de naturezas distintas.
C) Apenas os fonemas são representados na tabela fonética consonantal e vocálica.
D) A partir de um quadro fonêmico ( que foi elaborado a partir dos segmentos consonantais e 
vocálicos encontrados numa dada língua ), podemos chegar a um quadro fonético.
E) No quadro fonêmico, apenas os fonemas de uma língua estão presentes.
4) Em se tratando da classificação dos segmentos por meio de traços distintivos e do 
conceito de traço, selecione a alternativa correta. 
A) Em nível fonológico, os traços são caracterizados como escalas físicas que descrevem 
aspectos do evento da fala e podem ser tomados independentemente, seja do ponto de vista 
da produção ou do ponto de vista da representação perceptual.
B) Em nível fonológico, os traços são marcadores classificatórios abstratos que identificam os 
itens lexicais da língua. Nesse nível, os traços captam os contrastes fonológicos da língua.
C) Traços distintivos são propriedades mínimas, de caráter apenas articulatório, como 
nasalidade, sonoridade, labialidade e coronalidade.
D) A teoria dos traços estuda e formaliza as unidades mínimas que integram a estrutura 
interna dos segmentos. Caracteriza, portanto, consoantes e vogais e agrupa-os em classes 
de acordo com os traços fonológicos que apresentam.
Por terem função classificatória e distintiva, os traços são únicos, isto é, cada traço é 
definido por apenas um ponto na escala física, representando a presença ou a ausência da 
E) 
propriedade.
5) No que diz respeito ao conceito de glide ou semivogal, selecione a alternativa correta. 
A) Glides são interpretações fonéticas e não fonológicas. A noção de semivogal só faz sentido 
dentro de uma ciência como a Fonética.
B) Os glides ou semivogais são elementos que compartilham características de vogais e de 
consoantes.
C) Fonologicamente, as semivogais se comportam como vogais, isto é, não preenchem 
posições de núcleo da sílaba e nunca são acentuadas.
D) Semivogais e vogais são segmentos idênticos, tanto do ponto de vista fonético quanto 
fonológico.
E) Um glide, ou uma semivogal, sempre será realizado junto a uma vogal, formando um 
fonema.
NA PRÁTICA
Em uma análise fonêmica, deve-se ter um inventário fonético, que lista todas as vogais e 
consoantes de uma língua, e um inventário fonêmico, que lista os fonemas, alofones e 
informações complementares da língua a ser descrita. O fonema constitui, nesse sentido, uma 
unidade mínima de análise que tem um papel contrastivo e concreto na investigação linguística. 
A fonte de dados para a análise linguística a ser desenvolvida é a própria fala.
Mas afinal de contas, como é realizada uma análise fonêmica? Os procedimentos básicos para 
uma análise fonêmica de uma língua são: 
1: Coletar o corpus; 
2: Colocar todos os segmentos encontrados no corpus na tabela fonética; 
3: Identificar os sons foneticamente semelhantes (sms); 
4: Identificar fonemas e alofones (variações que não contrastam palavras); 
5: Colocar os segmentos na tabela fonêmica. 
A partir de um quadro fonético, que foi preenchido a partir dos segmentos consonantais e 
vocálicos encontrados no corpus, busca-se chegar a um quadro fonêmico. No quadro fonêmico, 
apenas os fonemas de uma língua são apresentados. Abaixo do quadro fonêmico, relacionam-se 
os alofones (variações) da língua em questão.
Para a análise fonêmica, devemos considerar cada um dos procedimentos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Fonologia gerativa 
Para conhecer os pressupostos da fonologia gerativa, modelo linear elaborado por 
Chomsky e Halle, acompanhe o vídeo, que fornece uma contextualização a respeito do 
desenvolvimento da teoria gerativa e uma descrição dos principais traços propostos pelos 
autores.
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Abordagem fonoaudiológica em desvios fonológicos fundamentada na hierarquia dos 
traços distintivos e na consciência fonológica 
Esse artigo trará uma abordagem fonoaudiológica de avaliação/análise da aquisição 
fonológica com base na hierarquia de traços distintivos.
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Sonoridade em artes, saúde e tecnologia 
No link a seguir, você terá acesso ao projeto, coordenado pela Profª. Drª. Thaïs Cristófaro 
Silva e pelo Prof. Dr. Hani Camille Yehia, ambos da Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG), que apresenta um caráter inovador por permitir visualizar a fala 
enquanto um evento dinâmico.
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Quadro fonêmico 
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Silva e pelo Prof. Dr. Hani Camille Yehia, ambos da Universidade Federal de Minas 
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