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10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 1 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 2 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção Autor: Eng. Jhonata Teles Dutra Produzido por: ENGETELES – Engenharia de Manutenção Consultoria & Capacitaa CNPJ: 23.607.144/0001-06 Av. Pau Brasil – Nº 06 – Ed. E-Business – Sala 708 Águas Claras – Brasília-DF CEP: 70297-400 www.engeteles.com.br contato@engeteles.com.br (61) 3551-5136 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 3 Sumário Introdução 4 MITO 1: 6 MITO 3 15 MITO 4 19 MITO 5 22 MITO 6 24 MITO 7 27 MITO 8 29 MITO 9 33 MITO 10 35 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 4 Introdução O setor de Planejamento e Controle da Manutenção nasceu em meados de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial. Com a economia aquecida no pós-guerra, as indústriais perceberam que para se manter competivivo era necessário ser produtivo e para ser produtivo não poderiam ser mais adimitidas falhas em quebras de equipamentos. Ali nascia a Manutenção Preventiva e junto com a Manutenção Preventiva, nascia o PCM. Com quase 70 anos de existência, é normal que alguns mitos sejam perpetuados nas empresas. Algumas empresas enxergam esses mitos como verdade absolutas e isso faz com que os resultados do setor sejam gravemente comprometidos. Após atender mais de 200 empresas com projetos de consultoria, elencamos quais forma os 10 maiores mitos que elas cultivavam em comum. Você poderá conferir os mitos nas próximas páginas. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 5 O que é o PCM? O setor de Planejamento e Controle da Manutenção é o núcleo estratégico da Manutenção. O que o PCM faz? Planeja, Programa, Coordena e Controla as atividade de manutenção. Qual o objetivo do PCM? Garantir a Disponibilidade e Confiabilidade dos ativos, de forma produtiva (fazendo menos, com menos). O Planejamento e Controle de Manutenção deve definir as melhores estratégias para alocar os principais recursos do setor de manutenção, que são: mão de obra, tempo e dinheiro. O resultado bem sucedido para a alocação correta desses três importantes itens será a elevação dos índices de confiabilidade e disponibilidade dos ativos, a um custo previsto e controlado. Reponsabilidades do PCM ▪ Definir metas e controlar indicadores de desempenho das atividades de manutenção; ▪ Criar Padrões e Procedimentos de Trabalho para a manutenção; ▪ Detalhar planos de ação para atingimento das metas; ▪ Elaborar e Gerenciar os planos de Inspeção, Manutenção Preventiva, Preditiva e Lubrificação; ▪ Incorporar novas tecnologias de Inspeção e Manutenção Preditiva; ▪ Representar a Manutenção na interface com a Engenharia de Novos Projetos; ▪ Gerenciar o programa sistemático de capacitação do pessoal da Manutenção; ▪ Controlar a documentação Técnica da Manutenção; ▪ Coordenar o programa de Análise de Falhas; ▪ Controlar os Padrões e Procedimentos de Trabalho da Manutenção; ▪ Responsabilizar-se pelos projetos de manutenibilidade da manutenção; ▪ Controlar a contratação de serviços de Terceiros; ▪ Controlar e gerenciar os custos da manutenção. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 6 MITO 1: “O Plano de Manutenção Preventiva do fabricante é a melhor saída!” Verdade por trás do mito: Não, o plano de manutenção preventiva que o fabricante recomenda no manual do equipamento não é a melhor solução. O fabricante conhece muito bem o equipamento que ele desenvolveu, mas não conhece o seu processo. Um bom plano de manutenção deve ser centrado na confiabilidade operacional do processo e existem várias lacunas que não são preenchidas pelo plano de manutenção. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 7 Um plano de manutenção preventiva é um documento (ou série de documentos) que registram todas as atividades de manutenção preventiva, bem como a sua frequência, periodicidade, localização do equipamento, materiais e peças que deverão ser utilizados e quem s ão os profissionais responsáveis pela execução das atividades. O plano de manutenção preventiva deve ser elaborado em forma de roteiro, em que servirá de apoio para que todos os profissionais envolvidos com a manutenção possam realizar as tarefas de forma padronizada, segura e com alto índice de qualidade. Os fabricantes dos equipamentos trazem em seus manuais de operação e manutenção, alguns pontos que devem ser observados para tirar o melhor proveito do equipamento. Aquelas instruções foram elaboradas pensando única e exclusivamente no equipamento e não no processo. É aí que mora o perigo. A função da manutenção é garantir disponibilidade, confiabilidade e produtividade do processo produtivo como um todo e não apenas de um único equipamento. Um plano de manutenção preventiva bem elaborado é aquele que acontece depois de uma análise minuciosa do processo e uma ferramenta muito poderosa que dá suporte à essa análise é o FMEA – Failure Modes and Effects Analysis , em português, Análise dos Modos e Efeitos de Falha. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 8 Um dos maiores erros que as pessoas cometem ao elaborar um plano de manutenção é levar em consideração apenas as informações levantadas pelo fabricante e não levantar as possíveis falhas que podem acontecer no processo de produção. Através do FMEA é possível descobrir: 1. Quais falhas ameaçam o processo; 2. Qual a chance dessas falhas ocorrerem; 3. Qual a chance de detectar essas falhas antes da ocorrência; 4. Qual a severidade da falha, caso ela aconteça; 5. Qual o Número de Prioridade e Risco aquela falha tem. O fabricante do equipamento é especilista no equipamento que ele projetou e construiu, mas ele não é especilista no seu processo. O especialista do seu processo é você! A elaboração de um plano de manutenção não é um trabalho simples, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças. É necessário ter critério, conhecimento técnico sobre os equipamentos, processo de produção, equipe e experiência de chão de fábrica. Um plano de manutenção não é elaborado por uma única pessoa, ele é elaborado em conjunto. A base para a construção do plano é o FMEA. Se o FMEA for negligênciado, o plano de manutenção também será e mais cedo ou mais tarde os ativos denunciarão. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 9 Veja no vídeo abaixo os 5 erros mais comuns que os profissionais cometem ao elaborar planos de manutenção: 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 10 MITO 2: “A Manutenção Preventiva é o melhor dos cenários!” Verdade por trás do mito: A Manutenção Preventiva é ainda uma boa opção quando comparada à Manutenção Corretiva, mas ela ainda não é a melhor das opções. A Manutenção Preventiva consegue abranger cerca de apenas 11% dos equipamentos e custa 3 vezes mais que a Manutenção Preditiva. Além de ser um modelo caro, a Manutenção Preventivaleva cerca de três anos para apresentar alguma melhoria em relação a disponibilidade, confiabilidade e custos. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 11 Ainda é comum algumas pessoas encararem a Manutenção Preventiva como o melhor cenário para se manter um ativo, principalmente quem é leigo ou tem pouco conhecimento sobre manutenção. Basta analisar com um pouco mais de profundidade o conceito de manutenção preventiva para descobrir que não é bem assim. O que é Manutenção Preventiva? Segundo a NBR-5462, o conceito de Manutenção Preventiva é: Manutenção efetuada em intervalos predeterminados¹, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha² ou a degradação do funcionamento³ de um item. ¹) Intervalos predeterminados: Pode-se chamar também de gatilhos. Esses gatilhos podem ser baseados no tempo, em horas de funcionamento, em produtividade ou a combinação dos três. Não importa o que aconteça, quando um determinado gatilho for acionado, é executada uma atividade de manutenção. Exemplo: “Lubrificar rolamentos a cada 250 horas de funcionamento.” Não importa se essas 250 horas de funcionamento foram atingidas em 20 dias ou 1 ano. Os rolamentos serão lubrificados apenas quando o equipamento atingir as 250 horas de funcionamento. Ao definir um gatilho para a execução da manutenção baseado no tempo, deixa-se de analisar as condições reais de funcionamento e saúde dos componentes. É a mesma coisa que um médico falar: “Você irá tomar uma injeção todo mês, estando doente ou não!”. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 12 ²) Reduzir a Probabilidade de Falha: Existe uma falsa crença de que os componentes falham com o passar do tempo. Ou seja, associam a taxa de falha de um componente com a sua idade. Basta olhar as curvas dos padrões de falha para perceber que isso acontece em apenas 11% dos equipamentos. A taxa de falha de um componente não está ligada à sua idade e sim, ao ambiente a qual é exposto e a forma como é operado e mantido. A NASA fez um ensaio com 30 rolamentos de esfera (6309). Colocaram os rolamentos sob as mesmas condições de operação e monitorou após quantas revoluções as falhas surgiriam e quais seriam as semelhanças entre os períodos. O gráfico abaixo mostra o resultado: Ao analisar o gráfico, nota-se claramente que não há uma relação entre a idade do rolamento (número de revoluções) e as falhas funcionais. Alguns rolamentos falharam antes de 50 milhões de revoluções, enquanto outros atingiram 300 milhões de revoluções. A média ficou em próximo de 150 milhões de revoluções. Se alguém se basear na vida útil de um rolamento para definir o seu período de troca, terá grandes chances de errar. Se tiver um pensamento conservador e trocar o rolamento próximo das 50 milhões de revoluções, pode desperdiçar boa parte da vida útil do rolamento. Se agir de forma ousada e definir um período de troca próximo de 150 milhões de revoluções, corre o risco do rolamento falhar antes. Portanto, o ideal é monitorar o rolamento com técnicas preditivas e definir o período de troca quando forem identificadas falhas em estágio inicial. Fonte: Ball and Roller Theory, Design, & Application. Eschmann, et al John Wiley & Sons, 1985 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 13 ³) Degradação do Funcionamento: Como explicado acima, não é possível definir a degradação de um componente com base na sua idade. Mas é possível definir essa degradação através de um acompanhamento preditivo e identificar as falhas em estágio inicial ou falhas potenciais. Falhas Potenciais são aquelas que não interrompem o funcionamento do componente, mas indicam que algo está e errado. Podemos chamar também de modos de falha ou sintomas. Na Curva PF, a Falha Potencial é representada pelo ponto onde a performance do equipamento começa a cair em direção a falha funcional. Falhas Funcionais são aquelas que quando ocorrem, fazem com que o componente não seja capaz de desempenhar a sua função no processo de produção. A Curva PF é uma representação gráfica da vida útil do equipamento. Em um eixo é plotada a performance do equipamento, no outro eixo é plotado o tempo de operação desse equipamento. O objetivo da curva é ilustrar o intervalo entre o “ponto P” e o “ponto F”, e mostrar quais são as técnicas que conseguem evidenciar as falhas potenciais antes que se tornem falha funcionais. Todo profissional da área de manutenção deve conhecer e entender o conceito da Curva PF e aplica-la nos equipamentos sob sua responsabilidade. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 14 Assista a aula abaixo e saiba mais sobre a Curva PF: 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 15 MITO 3: “Os equipamentos são iguais, logo os planos de manutenção também serão!” Verdade por trás do mito: Um Plano de Manutenção eficiente é elaborado com base na análise das possíveis falhas que o equipamento está sujeito, como essas falhas podem ser identificadas em estágio inicial, qual a chance de detectarmos as falhas, quais são os impactos dessas falhas no processo e como esses impactos podem ser eliminados os reduzidos. Ou seja, um Plano de Manutenção é elaborado com base na análise do processo ao qual o equipamento faz parte, não se limitando apenas ao equipamento. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 16 Não existem equipamentos iguais. Por mais que existam equipamentos idênticos fisicamente, da mesma marca e modelo, eles nunca serão iguais. Eles podem até desempenhar a mesma função dentro de um processo, mas existem algumas variáveis que farão com que eles sejam diferentes. E se os equipamentos são diferentes, logo os planos também são. Um Plano de Manutenção é elaborado com base nas necessidades do processo de produção. O objetivo do Plano de Manutenção é garantir a disponibilidade e confiabilidade de um processo, de forma produtiva. Devemos encarar cada equipamento envolvido no processo como único e garantir que as intervenções feitas naqueles equipamentos sejam eficientes o suficiente para garantir que aquele processo seja altamente confiável. Uma vez que os planos de manutenção são “copiados”, toda a confiabilidade do processo foi por água abaixo. Cada equipamento tem um histórico de falhas, uma criticidade e uma particularidade na operação, e isso, deve ser levado em consideração ao elaborar o plano de manutenção. Algumas perguntas que devem ser respondidas antes de definir as atividades e frequências que irão compor o plano de manutenção: ✓ Qual a função do processo de produção? ✓ Quais equipamentos compõem o processo de produção? ✓ Qual a criticidade de cada equipamento? ✓ Qual a função desse equipamento no processo de produção? ✓ Quais são as possíveis falhas que podem ocorrer no equipamento e que impactarão na sua função? ✓ Em caso de falha, como ela poderá ser percebida ainda em estágio inicial? ✓ Caso esse equipamento deixe de cumprir com seu papel no processo (falha funcional), quais serão as consequências (efeito)? ✓ De 0 a 10, qual a chance de as falhas ocorrerem? ✓ De 0 a 10, qual a chance de as falhas serem detectadas? ✓ De 0 a 10, qual a gravidade das falhas? ✓ Qual o histórico de falhas do equipamento? 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 17 ✓ Qual é o MTBF do equipamento? ✓ Qual é o MTTR do equipamento?Após responder as perguntas acima, terá uma base de dados para se responder as duas perguntas mais importantes para elaboração do plano de manutenção: ✓ Quais atividades podem ser realizadas para reduzir a chance de a falha ocorrer, facilitar sua detecção ou diminuir seu impacto? ✓ De quanto em quanto tempo essas atividades devem ser feitas? Essas perguntas têm como objetivo dar clareza ao processo. As repostas evidenciarão questões importantes que devem ser levantadas e trazer conhecimento absoluto sobre o processo de produção e como o departamento de manutenção deve atuar no processo. Como explicado no Mito 1, levar em consideração apenas o que o fabricante do equipamento traz no manual não é o melhor caminho. No manual do fabricante, não são encontradas respostas para as perguntas feitas acima. E o motivo disso é simples: o fabricante tem responsabilidade apenas sob o equipamento que ele desenvolveu e não pelo seu processo de produção como um todo. Veja no exemplo abaixo algumas situações: 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 18 ? Equipamentos iguais com criticidades diferentes: Equipamentos iguais com manutenabilidades diferentes: Equipamentos iguais que operam em ambientes diferentes: Equipamentos iguais que operam em cargas horárias diferentes: Os equipamentos são iguais, mas o fato de desempenharem funções de diferentes no processo de produção faz com que eles tenham sua criticidade diferente. Nesse caso, se o robô 1 parar, ele irá parar o processo todo. Enquanto se o robô 2 parar, o processo será assumido pelo robô 3. 1 2 3 Os equipamentos são iguais, mas o robô 4 opera ao lado de um forno e faz com que a temperatura de trabalho seja bem maior. Isso impacta na periodicidade de lubrificação, desgaste prematuro de peças e componentes diferentes para suportar tal temperatura. Enquanto o robô 5 (que é idêntico), opera em temperatura ambiente e que exige menos do equipamento. 4 5 Podemos definir manutenabilidade como a facilidade de realizar manutenções. Por motivos de segurança, para realizar manutenção no robô 7 é necessário parar os robôs 6 e 8. Enquanto podemos realizar manutenção no robô 9, sem parar o robô 10. Sendo assim, apesar dos equipamentos serem iguais, eles terão frequências de manutenção diferentes. O robô 11 é idêntico ao robô 12. Porém, o robô 11 opera apenas 6 horas por dia. Enquanto o robô 12 opera 24 horas por dia. Logo, o desgaste do robô 12 é maior e necessita de inspeções em frequências menores e dispositivos que ajudarão no monitoramento preditivo do equipamento. 6 8 7 10 9 11 12 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 19 MITO 4: “Quem trabalha com PCM deve ficar 100% dentro do escritório/sala!” Verdade por trás do mito: Os profissionais de Planejamento e Controle da Manutenção devem ter pleno conhecimento do que acontece no chão de fábrica. Os princípios japoneses do “Gemba” / “Gembutsu” devem ser seguidos para que o profissional possa aplicar o conhecimento adquirido em campo no momento do planejamento. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 20 ROTINA DOS FUNCIONÁRIOS DO PCM 70% atividades gerenciais. 30% atividades em campo. • Acompanhamento da eficiência do planejamento em campo; • Verificação da facilidade em que a equipe executa os trabalhos planejados; • Verificação do Fator de Produtividade da Mão de Obra de Manutenção; • Validação dos procedimentos de manutenção; • Investigação nos equipamentos para análise de falhas; • Entendimento do processo e das atividades de manutenção. • Gerenciamento dos Planos de Manutenção; • Programação das Atividades de Manutenção; • Controle dos Indicadores de Manutenção; • Definição de estratégias de manutenção; • Gerenciamento do escopo de grandes paradas; • Desenvolvimento de planos de ação; • Elaboração de relatórios de análise de falhas; • Elaboração de FMEA; • Elaboração de relatórios gerenciais; • Etc. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 21 Pratique o Gemba Gemba é um termo japonês que significa literalmente “local real” ou, como pode ser encontrado em algumas literaturas, “lugar verdadeiro”. Esse termo é similar a expressão Genchi Genbutsu (“Vá Ver”), que por sua vez representa uma atitude. Os funcionários da Toyota são incentivados a todo o momento ir até ao local onde o problema está acontecendo a fim de coletar dados, de forma que possam tomar uma decisão e posteriormente resolvê-lo. Para resolvermos um problema é necessário entendê-lo totalmente e ir até ao local fará com que o funcionário tenha sua própria visão dos fatos que compõem o problema. Quando recebemos um e-mail ou um relatório sobre determinado problema, essa é a visão de quem o escreveu. Nesse processo, fatos poderão ser ocultos ou perdidos e diversas vezes podem ser cruciais para o melhor entendimento sobre o que está acontecendo. Ir ao Gemba não é uma questão de desconfiança, mas uma questão de objetividade. Porque ir ao Gemba é tão importante? Se um problema precisa ser resolvido e é de sua responsabilidade, então nada melhor do que você levantar os fatos e dados e ter sua própria visão do problema. Essa atitude faz toda diferença nas empresas, pois com ela os funcionários, gerentes e diretores resolverão os problemas com rapidez, poupando esforço, tempo, uso de máquinas, etc. Em outras palavras, incentivar todos os funcionários a irem ao Gemba, além de ser uma forma de a empresa resolver problemas mais rapidamente, é também uma maneira de economizar dinheiro. Em relação ao chão de fábrica, o conceito abrange a ideia de que uma melhoria não poderá ser feita simplesmente em uma mesa de escritório, sem que a pessoa tenha se deslocado e visto onde realmente está o problema. Nesse aspecto concluímos que Gemba é também uma forma de permitir que uma melhoria seja feita efetivamente. . 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 22 MITO 5: “Os profissionais do PCM devem ser multifuncionais!” Verdade por trás do mito: Não confunda multifuncionalidade com polivalência. São duas coisas diferentes. Os profissionais polivalentes são aqueles que conseguem aplicar e desenvolver seus conhecimentos para resolver novos problemas ou desenvolver novas soluções. Os profissionais multifuncionais são aqueles que fazem várias tarefas ao mesmo tempo (muitas vezes fora de sua função) e não conseguem entregar o máximo de qualidade em nenhuma delas. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 23 É muito comum os colaboradores do PCM (planejadores, programadores e analistas) se envolverem com atividades que vão muito além do seu escopo. Exemplos: Atividade Quem deve fazer? Planejador de Manutenção realizando cotação de peças e serviços. Comprador / Suprimentos Analista de Manutenção dando baixa em ordens de serviço. Auxiliar administrativo / Estagiário Supervisor de Manutenção planejando serviços Planejador de Manutenção Estagiário priorizando serviços Gatekeeper (Planejador / Supervisor de Manutenção) Planejador de Manutenção programando serviços. Programador de Manutenção Planejador de Manutenção fazendo forecast de orçamento. Analista de Manutenção Planejador de Manutenção inspecionandoequipamentos em campo Inspetor de Manutenção Programador de Manutenção planejado serviços Planejador de Manutenção Muitas vezes o setor de PCM das empresas não tem uma definição correta das atividades que devem ser desempenhadas por cada colaborador e eles acabam trabalhando por demanda. Ou seja, fazem de tudo ao mesmo tempo, de acordo com que os problemas vão aparecendo. Trabalhar apenas em cima de problemas não é a rotina correta para um setor que se chama Planejamento e Controle de Manutenção. Se há muitos problemas é sinal que não há planejamento e muito menos controle da situação. O correto é definir o que cada um deve fazer para que o setor consiga atingir os seus objetivos. O nome disso é desdobramento de metas. Quando há um ambiente de trabalho em que as pessoas não consigam prever as suas atividades pelo fato de ter sempre novas demandas chegando, é um sinal que essa pessoa está se distanciando cada vez mais daquilo que traz resultados para o setor. Um exemplo: Um Planejador de Manutenção dedicar boa parte do seu tempo encerrando ordens de serviço é um problema. Esse é um trabalho que um auxiliar administrativo ou um estagiário consegue desempenhar tranquilamente. A mão de obra do Planejador custa, em média, 3 vezes mais que a do auxiliar administrativo. Ou seja, estou gastando 3 vezes mais recursos do que eu realmente preciso. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 24 MITO 6: “O trabalho do PCM é administrativo e burocrático!” Verdade por trás do mito: O PCM é o núcleo estratégico da manutenção. É de lá que saem todas os recursos de inteligência para executar as manutenções dos ativos visando aumento da disponibilidade, confiabilidade e produtividade. Boa parte da estratégia está baseada na coleta, tratativa e análise de dados. Isso não significa que é um trabalho puramente administrativo ou burocrático. Significa que o trabalho do PCM é estratégico. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 25 O PCM trabalha com estratégias. O desenvolvimento de estratégias está longe de ser algo administrativo ou burocrático. O objetivo das estratégias que o PCM desenvolve é otimizar os recursos do setor de manutenção, através da aplicação de ferramentas, métodos e técnicas. Recursos que devem ser otimizados pelo PCM Recursos Estratégias Resultados Tempo Método GUT Método do Caminho Crítico Elaboração de Procedimentos de Manutenção Definição de prioridades da manutenção Sequenciamento de atividades Padronização das ações Materiais Curva ABC de Estoque IMD – Intervalo Médio entre Demandas Definição dos itens mais críticos do estoque Definição dos itens que serão estocáveis, Make to Order ou Obsoletos Pessoas Matriz de Conhecimento, Habilidade e Atitude Controle do Fator de Produtividade Gerenciamento do Backlog Mapeamento do nível dos profissionais Saber o quanto cada profissional é capaz de produzir em um dia Saber a capacidade de execução da equipe Custo Orçamento Base Zero Forecast Estimativa de três pontos Definição enxuta do orçamento Ajuste orçamentário com base no que já foi gasto Estimativa de custo através do cenário pessimista, realista e otimista. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 26 Alguns artigos sobre estratégias que você deve ler: Tema Título Link para o Artigo Ativos O que é Curva PF? Como calcular MTTR? Como calcular MTBF? Como calcular Disponibilidade? Como calcular Confiabilidade? Planos de Manutenção Preventiva https://engeteles.com.br/curva-pf/ https://engeteles.com.br/o-que-e-mttr/ https://engeteles.com.br/o-que-e-mtbf/ https://engeteles.com.br/como-calcular-disponibilidade/ https://engeteles.com.br/o-que-e-confiabilidade/ https://engeteles.com.br/plano-de-manutencao-preventiva/ Materiais Gestão de Estoque na Manutenção Curva ABC na Gestão de Estoque https://engeteles.com.br/gestao-de-estoque-para-manutencao/ https://engeteles.com.br/curva-abc-na-gestao-de-estoque/ Pessoas Controle do Fator de Produtividade Gerenciamento do Backlog Metas na Manutenção O que faz um Planejador de Manutenção? https://engeteles.com.br/fator-de-produtividade-na-manutencao-industrial/ https://engeteles.com.br/o-que-e-backlog/ https://engeteles.com.br/metas-inteligentes-setor-de-manutencao/ https://engeteles.com.br/funcao-do-planejador-de-manutencao/ Custo Orçamento Base Zero Introdução à Gestão de Custos na Manutenção https://engeteles.com.br/orcamento-base-zero/ https://engeteles.com.br/gestao-de-custos-de-manutencao-parte1/ Tempo O que é Manutenabilidade? Procedimentos de Manutenção https://engeteles.com.br/manutenibilidade/ https://engeteles.com.br/procedimentos-de-manutencao/ 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 27 MITO 7: “Os PCM deve responder para o departamento de produção!” Verdade por trás do mito: Você amarraria um cachorro com uma linguiça? O PCM é o núcleo estratégico do setor de manutenção. Portanto, deve responder à gerência da manutenção. O PCM defende os interesses da manutenção, que se resumem basicamente em: aumentar disponibilidade, confiabilidade, segurança e integridade da planta. A produção é o cliente interno do PCM. O PCM deve entregar para a produção: disponibilidade, confiável ao menor custo possível. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 28 A relação entre o departamento de produção e o setor de Planejamento e Controle de Manutenção deve ser de fornecedor e cliente. A produção é um cliente interno da manutenção e sendo assim, a manutenção tem por obrigação atender à produção com extrema qualidade. Porém, as demandas de serviço devem partir proativamente da manutenção. Cada departamento é especialista em algo, logo, a produção é especialista na fabricação (ou manufatura) dos produtos e a manutenção é especialista em manter a disponibilidade e confiabilidade dos ativos. Todas as intervenções que irão ser realizadas nos ativos devem ser definidas pela manutenção. A produção deve solicitar serviços de manutenção em situações de manutenções corretivas, melhorias em equipamentos, alterações de layout e etc. A manutenção deve avaliar as solicitações e desenvolver o trabalho que julgar necessário para atende- las. ERRADO CERTO 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 29 MITO 8: “O trabalho do PCM se resume ao software de Gestão da Manutenção!” Verdade por trás do mito: Um software é apenas uma ferramenta, como qualquer outra. Podemos compara-lo a uma chave de fenda. Uma chave de fenda não executa nenhum trabalho sozinha, é necessário que alguém com conhecimento sobre a atividade faça uso dela para realizar algum serviço e entregar um resultado. Antes da implantação de um software é necessário que os seis pilares do PCM já estejam implantados. Caso contrário, será apenas uma mais uma “chave de fenda” esquecida e mau tratada no fundo da caixa de ferramentas. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 30 Nos dias atuais existem várias cosias que auxiliam e fazem a diferença na gestão da manutenção. Fazer uma boa gestão do setor de manutenção não é uma tarefa fácil e exigetécnica, conhecimento e ferramentas de auxílio à gestão. Para lhe dar um exemplo, responda a pergunta: “O que é mais fácil: Dirigir um Fusca ano 71 ou uma BMW ano 2016?” Imagino que a sua resposta seja a BMW. Pois obviamente a BMW possui uma infinidade de recursos que auxiliam o motorista, como direção hidráulica, piloto automático, câmbio automático, GPS, etc. Porém de nada adianta entregar as chaves de uma BMW a alguém que não sabe dirigir. Antes de implantar um sistema para gerenciamento das atividades de manutenção, deve-se difundir a cultura da gestão em meio ao setor. O sistema é apenas uma ferramenta, se o método não tiver sido desenhado antes, certamente as pessoas não conseguirão tirar o melhor proveito de um software. Quando a empresa tem um sistema para gestão da manutenção, fica muito mais fácil alcançar resultados sólidos e relevantes. O software pode ajudar a empresa com as seguintes atividades: Planejamento da Manutenção Um planejamento de manutenção bem feito deve ser realizado com base em um cronograma de 52 semanas, de forma que contemple as atividades do ano todo, para que seja possível identificar as principais oportunidades, ameaças, forças e fraquezas (Matriz SWOT) do seu plano de manutenção. Com um planejamento anual é possível gerenciar os custos de manutenção com maior precisão e promover uma elevação na eficiência das manutenções (planejado x realizado). Imagine fazer o planejamento anual de manutenção de uma empresa que tem 5 mil equipamentos, por exemplo. Considerando atividades de frequência diária, semanal, mensal, trimestral, semestral e anual. Fica praticamente impossível fazer um planejamento desse porte sem o apoio de um software ou sistema automatizado. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 31 Pode até ser possível usando o Excel, por exemplo, mas o tempo dedicado a esse trabalho vai ser infinitamente maior e a exposição a erros irá ser muito maior. Registro das Ações da Manutenção No primeiro item falamos sobre as ações preventivas da manutenção. Essas ações estão contempladas no planejamento anual de manutenção e após a sua execução, as Ordens de Serviço criadas devem ser preenchidas para que fique registrado como foram conduzidas as atividades da manutenção para que depois essas informações sejam conflitadas com o planejamento e seja feita uma análise de eficiência. Quando se tratar de manutenções corretivas, devem ser criadas Ordens de Serviço para registrar o ocorrido e posteriormente realizar uma Análise de Falhas, para que sejam corrigidas e eliminadas as causas raízes dos problemas para que o mesmo não se torne recorrente. Criação de Indicadores A criação de indicadores de desempenho permite acompanhar, avaliar, sugerir, decidir, interferir ou mudar o rumo dos um processo ou conjunto de atividades do setor de manutenção visando atingir determinado objetivo. No caso dos Indicadores de Desempenho, cada indicador deverá ter uma meta diretamente relacionada com o Planejamento Anual ou outro valor que represente uma expectativa ou desafio para o responsável ou sua equipe atingirem em determinado tempo. Através de um software, esses indicadores podem ser calculados automaticamente, aumentando a confiabilidade dos dados. Relatórios A forma mais eficiente de analisar os resultados de qualquer setor dentro de uma empresa é por meio da emissão de relatórios de um determinado período e comparar com outros períodos para se obter uma curva de tendência e dessa forma saber se os trabalhos realizaram tiver sucesso ou não. Gestão dos Ativos Com um sistema dedicado à gestão da manutenção, podemos criar um histórico de cada equipamento e ver tudo o que foi feito neste equipamento desde a implantação do sistema. Manutenções realizadas, valores investidos em melhorias, o valor desse equipamento no processo de produção, etc. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 32 Um guia que mostra como implantar, calcular e fazer a Gestão da Manutenção através do principais Indicadores de Manutenção. BAIXE GRÁTIS! 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 33 MITO 9: “O PCM é um processo!” Verdade por trás do mito: O PCM não é um processo. Ele não tem um início, um meio e um fim. Ele também não é um projeto. O PCM é cíclico, ele nunca tem fim e a cada giro do ciclo ele deve ser melhorado. Uma ferramenta poderosa que pode e deve ser aplicada na gestão do PCM é o PDCA. O conceito de melhoria contínua deve estar enraizado dentro do PCM. Ou seja, um Plano de Manutenção é elaborado com base na análise do processo ao qual o equipamento faz parte, não se limitando apenas ao equipamento. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 34 ✓ Planos de Manutenção Preventiva ✓ Planos de Manutenção Preditiva ✓ Planos de Inspeção ✓ Planos de Lubrificação ✓ Procedimentos de Manutenção ✓ Instruções de Trabalho ✓ Matriz de Criticidades dos Ativos ✓ Curva ABC ✓ Matriz CHA ✓ FMEA ✓ Fator de Produtividade da Manutenção ✓ Acompanhamento da Execução ✓ Método GUT ✓ Ordens de Serviço ✓ Backlog ✓ ✓ MTBF ✓ MTTR ✓ Disponibilidade ✓ Confiabilidade ✓ OEE ✓ Custo de Manutenção/Faturamento ✓ Custo de Manutenção/Unidade Produzida ✓ Custo de Manutenção/ERV ✓ Eficiência do Planejamento ✓ Eficiência da Execução ✓ Eficiência da Programação ✓ Índice de Acidentes ✓ Índice de Incidentes ✓ ✓ ✓ Relatório de Análise de Falhas ✓ Relatório de Lições Aprendidas ✓ Definição de novas atividades para os Planos de Manutenção ✓ Cálculo de novas frequências para as atividades de manutenção ✓ ✓ ✓ 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 35 MITO 10: “Santo de casa não faz milagre!” Verdade por trás do mito: A cultura que deve ser disseminada dentro do ambiente de PCM é a da melhoria contínua. O desenvolvimento dos recursos deve ser constante, principalmente o das pessoas. Não existe melhoria de processos sem o desenvolvimento de pessoas. Logo, não adiantará contratar funcionários experientes se eles não aderirem a filosofia da melhoria contínua. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 36 O fato de o trabalho do PCM ser baseado em metodologias, exige que exista a disseminação constante de conhecimento entre os envolvidos. Caso isso não ocorra, o trabalho não trará os resultados esperados. Um dos pontos que os gestores envolvidos com o Planejamento e Controle da Manutenção mais pecam é na disseminação do conhecimento. Apenas o processo de aprendizagem sustentará a busca pelas metas. Por esse motivo, é importante que além de apostar em uma metodologia de implantação e gerenciamento do setor, aposte-se também no desenvolvimento e capacitação da equipe. Para que a metodologia aplicada dê certo é necessário que a equipe por trás da implantação e gerenciamento conheça o processo de produção com propriedade, esteja engajada em busca de um único propósito e teste todas as variáveis possíveis. Isso só será possível com uma equipe motivada e que tenha clareza da sua importância dentro do processo. Mais importante que uma metodologia, são as pessoas por trás de tal metodologia. Sabemos que 70% do resultado de qualquer projeto são as pessoas, por isso énecessário confiar no método e nas pessoas por trás do método. Não há melhoria de processos sem o desenvolvimento de pessoas. “70% do resultado é gente!” Professor Vicente Falconi 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 37 Sobre o Autor https://br.linkedin.com/in/jhonatateles Jhonata Teles atua há 12 anos no mercado industrial, trabalhou em indústrias alimentícias, químicas, cosméticas, cimenteiras, mineradoras e metalúrgicas de grande porte. Engenheiro Mecânico e Engenheiro de Produção, com especialização em Engenharia da Confiabilidade no Canadá pela Lifetime Reliability Solutions. Especialista em Confiabilidade Industrial, Planejamento e Controle de Manutenção e Lubrificação Industrial com certificações internacionais MLT-1 e MLA-1 pelo International Council of Machinery Lubrication e WCM pela instituição canadense Mobius Institute. 10 Mitos do PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 38 CURSO ONLINE DE PCM PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO 60 HORAS DE CONTEÚDO 40 AULAS EM 7 MÓDULOS CERTIFICADO EM 7 DIAS EXERCÍCIOS PRÁTICOS DIDÁTICA PASSO A PASSO BÔNUS EXCLUSIVOS QUERO SABER MAIS! www.engeteles.com.br
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