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TEMAS DE ATUALIDADES QUE PODEM SER COBRADOS EM SUA PROVA DE REDAÇÃO Prof. Diego Ribeiro 1. Aquecimento global O professor Vagner Augusto, que dá aulas de atualidades no curso pré-vestibular Anglo, em São Paulo, diz que o aquecimento global é um assunto que tem altas chances de cair na prova. E isso deve acontecer a partir dos acordos globais que pretendem frear as mudanças climáticas. “Alguma questão rondando isso provavelmente pode envolver o Acordo de Paris, no qual os vários países concordaram com a redução das emissões dos gases do efeito estufa, e acordos como o Protocolo de Kyoto, que é mais antigo e não deu tão certo”, conta Augusto. Acordo de Paris Para limitar o aumento da temperatura global e conter as mudanças climáticas, o Acordo de Paris foi assinado por 195 países em 2015, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima ( da sigla em inglês,UNFCCC). O tratado prevê sobretudo metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa a partir de 2020. Até esse período, o objetivo é manter o aumento da temperatura média global abaixo de 1,5ºC. No dia 1º de junho de 2017, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país do acordo, mesmo a nação sendo uma das maiores emissoras de gases poluentes no planeta. A saída deve ser concretizada em novembro de 2020. Trump diz que o tratado, assinado durante o governo Barack Obama, oferece uma vantagem injusta à indústria americana e aos empregos nos EUA. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2017/06/acordo-de-paris-consequencias-para-o-mundo-apos-saida-dos-eua.html Protocolo de Kyoto O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, é o primeiro que define metas e objetivos para reduzir a emissão de gases estufa e parar o aquecimento global. Ele definiu compromissos ambientais para 37 países industrializados, que entraram em vigor até dezembro de 2012. Com o final da vigência de Kyoto, a Emenda de Doha propôs o prosseguimento do documento de 2013 a 2020. Em 2017, a adesão do Brasil na emenda foi aprovada pela Câmara, mas com as negociações do Acordo de Paris, ela acabou não entrando em vigor. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/aquecimento-global-e-mais-grave-do-que-qualquer-evento-climatico-nos-ultimos-2-mil-anos.html 2. Desmatamento Alertas do Deter, formulados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que de janeiro a agosto de 2019, foram desmatados 6.404,4 quilômetros quadrados na Amazônia, ante 3.336,7 quilômetros quadrados no mesmo período de 2018 – um aumento de 91,9%. Segundo Vagner Augusto, desmatamento na Amazônia é sempre um tema recorrente no Enem, mas vale considerar outras regiões do país. “Outros biomas também sofrem um impacto forte nesse mesmo aspecto ambiental, como o cerrado”, diz. No Cerrado, o desmatamento foi de 3.931 quilômetros quadrados até agosto de 2019, enquanto no mesmo período no ano passado foram 4.391 quilômetros quadrados — uma diminuição de 10,4%. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/08/desmatamento-na-amazonia-pode-ser-maior-do-que-dados-brasileiros-apontam.html 3. Queimadas As queimadas na Amazônia aumentaram drasticamente: dados do Inpe mostram que agosto de 2019 foi o pior mês dos últimos nove anos em focos de incêndio no bioma. A França, sob o governo de Emmanuel Macron, ameaçou bloquear o acordo de livre comércio da União Europeia com o Mercosul devido às queimadas. Segundo Macron, o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre compromissos ambientais durante encontro do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia). No dia 26 de agosto de 2019, a cúpula do G7, os sete países mais ricos do planeta, declararam que iriam ajudar o Brasil a combater queimadas na Amazônia. Uma verba de US$ 20 milhões será destinada pelos países do bloco — formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/09/amazonia-queimadas-em-agosto-sao-piores-dos-ultimos-9-anos.html 4. Redução do consumo de carne No dia 8 de agosto de 2019, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou que o mundo precisa consumir menos carne de origem animal. Isso para combater o aquecimento global e também para melhorar os solos, evitando desertificação e a perdas na produção de alimentos. Cada boi ou vaca produz de 250 a 500 litros de metano por dia (o gás é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa) e metade dos grãos produzidos no mundo são dados para alimentar os 70 bilhões de animais criados para a indústria da carne, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A ciência trabalha em alternativas para substituir a carne de origem animal. Entre elas, carnes à base de plantas, chamadas de plant-based, ou de células de animais, conhecidas como cell-based. Essa última é produzida em laboratório, a partir de células-tronco retiradas do músculo bovino. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/08/onu-alerta-que-humanidade-precisara-consumir-menos-carne-entenda.html https://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/10/alimentos-de-laboratorio-vao-substituir-o-que-comemos-hoje.html 5. Guerra comercial entre China e Estados Unidos Desde março de 2018, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, fez o primeiro anúncio de tarifas impostas sobre produtos chineses, a guerra comercial entre chineses e norte- americanos começou. A China respondeu com retaliações, impondo também tarifas sobre produtos norte-americanos. Trump acredita que dificultar a chegada de produtos da China aos EUA estimularia a produção interna do seu país. “Os norte-americanos importam mais do que exportam para a China e isso faz com que os chineses estejam em uma situação de maiores ganhos nessa relação. De certa forma, foi esse pensamento que fez Donald Trump sobretaxar produtos vindos da China”, explica o professor Vagner Augusto. Como os EUA e o país asiático são as maiores economias do mundo, se ambas as nações sofrerem com a disputa comercial, o temor é que a economia global possa ser impactada em cadeia. Antes da guerra comercial, os EUA eram o segundo maior fornecedor de soja da China, mas as importações do grão pelos chineses caiu após um aumento de tarifas à cargas norte-americanas. Se com a guerra comercial os chineses comprarem menos soja dos EUA, isso pode aumentar a procura por soja brasileira. Vale lembrar, no entanto, que a China já é uma das principais importadoras de soja do Brasil. 6. Refugiados, guerras e crise migratória Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2018 o mundo fechou o ano com cerca de 70,8 milhões de refugiados, forçados a deixar suas regiões por guerra, perseguição e violações dos direitos humanos. A maior parte deles, segundo a Acnur, vem da Síria (6,7 milhões), Afeganistão (2,7 milhões) e do Sudão do Sul (2,3 milhões). Síria A Síria vive desde 2011 uma guerra civil que devastou o país e causou um intenso fluxo migratório de refugiados. O assunto têm levantado discussão sobre políticas de acolhimento dos imigrantes, principalmente na União Europeia. “Mas, diferentemente do que muita gente acredita, a maioria dos refugiados sírios não foi para a Europa, eles ficam em países vizinhos como Turquia e Líbano”, explica o professor Vagner Augusto. A guerra da Síria é um desdobramento da Primavera Árabe, uma onda de protestos que pediu democracia e melhores condições de vida em janeiro de 2011. Os sírios são governados pela ditadura de Bashar al-Assad desde 2000 e manifestações contra o ditador formaram milícias armadas. As milícias queriam revidar o governo de al-Assad e a resposta dele foi de repressão e violência. No início, a guerra civil mobilizou a oposição ao governo sírio, representada pelo Exército Livre da Síria (ELS), que surgiu na Primavera Árabe. Conforme o conflito avançou,grupos rebeldes extremistas começaram a surgir, o maior deles sendo a Frente Fateh al-Sham (antiga Frente Al- Nusra). A partir de 2014, o grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI) conquistou parte do território sírio e formou um califado na região. As Forças Democráticas Sírias (FDS), que são apoiadas pelos Estados Unidos, disseram em março de 2019 ter dado fim ao "califado" criado pelo EI. Porém, autoridades norte-americanas dizem ainda existir de 15 mil a 20 mil combatentes armados do grupo em atividade na região. https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/09/guerra-da-siria-causas-e-consequencias-do-conflito-no-oriente-medio.html 7. Tensão nuclear entre Irã e EUA Entre a década de 1950 e o final dos anos 1970, os EUA e o Irã eram parceiros: os norte- americanos auxiliaram os iranianos a desenvolverem tecnologia nuclear. Porém, após os ataques de 11 de setembro de 2001, o até então presidente dos EUA, George W. Bush, disse querer atacar o que para ele era o “eixo do mal”, formado por Coreia do Norte e dois ex- aliados, Iraque e Irã. Desde então, os norte-americanos acusam o Irã de desenvolver bombas atômicas. Em 2015, durante o governo de Barack Obama, o Irã firmou um acordo nuclear com seis países: Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha. Em 2018, o presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo, e os norte-americanos voltaram a impor sanções contra o país do oriente médio - e desde então, o conflito se acirrou. Além do Irã, vários países estariam desenvolvendo ou já possuem bombas atômicas. Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte já têm a arma nuclear. Entre os suspeitos, o principal é Israel. 8. Tensão entre EUA e Coreia do Norte A Coreia do Norte alega ter testado seis bombas nucleares, uma delas de hidrogênio, que poderia, em tese, ser carregada por um míssil de longo alcance. A mídia norte-coreana diz que o teste foi um “sucesso total”, mas analistas dizem que a afirmação deve ser vista com desconfiança. Os EUA acreditam que o país asiático esconde um arsenal de armas nucleares. Em 2018, o governo norte-americano e o norte-coreano ameaçaram deixar suas diferenças de lado: na ocasião, a Coreia do Norte suspendeu seus testes balísticos e os líderes dos países se encontraram em junho de 2018 e fevereiro de 2019. Em maio de 2019, no entanto, o ditador norte-coreano Kim Jong-un voltou a lançar mísseis de curto alcance de suas bases militares. Em um encontro realizado no Vietnã, em fevereiro deste ano, entre Jong-un e Trump, os dois líderes ainda não haviam entrado em acordo. O mundo está no aguardo de um novo encontro. 9. Brexit: crise da União Europeia e a saída do Reino Unido O termo 'Brexit' junta as palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e exit(saída) e designa a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Em 2016 houve um plebiscito, no qual os eleitores decidiram que o Reino Unido deveria sair da UE. A decisão foi anunciada ao bloco em março de 2017, e a previsão era que o desmembramento ocorresse dois anos depois. Mas não foi o que aconteceu. Em março de 2019, prazo final para que a separação ocorresse, a então primeira ministra britânica Theresa May tentou fazer um acordo de saída, mas ele foi rejeitado três vezes no Parlamento. May acabou deixando o cargo em junho, e foi eleito no lugar dela Boris Johnson – que tampouco está se saindo bem. No último dia 22 de outubro, ele não conseguiu aprovar no Parlamento o texto de um acordo de transição. Segundo o professor Vagner Augusto, esse tema de atualidades é muito forte e o candidato deve estar atento para relacioná-lo com uma possível divisão entre nações vizinhas. “É importante notar que existe a possibilidade do Brexit levar a uma divisão de territórios, como por exemplo a Escócia e a Irlanda do Norte, que podem pedir autonomia em relação ao Reino Unido”. Por fazer parte do Reino Unido, a Irlanda do Norte também entraria no Brexit. Mas a medida não é muito popular por lá, já que a nação perderia privilégios em trânsito de mercadorias com o continente europeu. Quanto à Escócia, o país teve a maior taxa de reprovação ao Brexit no plebiscito de 2016, em grande parte porque a nação tem um baixo crescimento populacional e um acelerado processo de envelhecimento. Como a União Europeia facilita o trânsito de cidadãos de outras partes da Europa dentro da Escócia, o medo é que o Brexit possa piorar a escassez de mão-de-obra e problemas no sistema de saúde e de aposentadoria. 10. Facebook e Criptomoedas O Facebook anunciou o lançamento da moeda virtual Libra e a carteira virtual Calibra em 2020. Segundo a empreza de Mark Zuckerberg, o objetivo não é substituir o Bitcoin, mas permitir transações para quem não tem conta bancária. A moeda poderá ser administrada pela carteira Calibra e estará disponível dentro do Messenger e do WhatsApp, além de um aplicativo à parte. No entanto, a Libra não foi bem aceita entre políticos e entidades financeiras, nem por criptoanarquistas, que são entusiastas das criptomoedas. O que preocupa a adoção da Libra é que ela possa causar sérios danos econômicos e de cibersegurança. Vale lembrar os casos da Cambridge Analytica, em que o Facebook teve acesso a dados pessoais de 87 milhões de usuários. A rede social diz que está trabalhando com especialistas em privacidade para desenvolver a moeda. https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Economia/noticia/2019/07/libra-nao-e-uma-criptomoeda-diz-ativista-sobre-moeda-do-facebook.html https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Economia/noticia/2019/07/libra-nao-e-uma-criptomoeda-diz-ativista-sobre-moeda-do-facebook.html https://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/03/facebook-pode-pagar-ate-us-1-tri-por-brecha-que-expos-dados-de-usuarios.html 11. Técnica CRISPR A técnica CRISPR de edição de genes ficou conhecida após o cientista chinês He Jiankui ter anunciado a modificação de embriões humanos em novembro de 2018. Dois bebês passaram pelo procedimento, que teria deixado os fetos mais resistentes ao vírus HIV. Um terceiro bebê foi anunciado este ano. O caso foi amplamente criticado por especialistas do mundo todo e o governo chinês passou a investigar o pesquisador. Como a tecnologia é fácil de ser controlada, cientistas temem que mais "bebês CRISPR" possam ser criados. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/07/bebe-geneticamente-modificado-esta-prestes-nascer-afirma-cientista.html ANÁLISE DE TEMAS DE ATUALIDADES PROPOSTA 1 CESPE | CEBRASPE – SEE/DF – Aplicação: 2017 PROVA DISCURSIVA ❖ Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido. ❖ Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. ❖ Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. ❖ Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 40,00 pontos, dos quais até 2,00 pontos serão atribuídos ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). Nos momentos finais da COP22, em Marrakesh, a comunidade internacional instou o futuro presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, a se comprometer com as ações de prevenção e combate ao aquecimento global, que ele considera uma farsa. Em um ambiente de incerteza, os quase 190 países que participaram da conferência climática das Nações Unidas reafirmaram a determinação em aplicar o Acordo de Paris, lançando um chamado ao "compromisso político máximo" ante o desafio de aquecimento do planeta, em clara referência ao novo governo republicano que assumirá o poder em janeiro de 2017. Trump, durante a campanhaà sucessão de Barack Obama, disse estar disposto a retirar seu país do Acordo de Paris. Assinado em dezembro de 2015 por 196 países, o documento histórico estabeleceu uma meta de conter o aumento global dos termômetros abaixo dos 2 oC e revisar os compromissos dos países, atualmente insuficientes para atender esse limite. Correio Braziliense, 19/11/2016, p. 15 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UM APELO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL À SENSATEZ Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: ❖ mudanças climáticas e suas consequências para a natureza e para a população mundial; [valor: 14,00 pontos] ❖ papel da Organização das Nações Unidas junto à comunidade internacional para o enfrentamento da questão ambiental; [valor: 12,00 pontos] ❖ influência dos EUA em ações que visem conter o aumento da temperatura do planeta. [valor: 12,00 pontos] CONCURSO PÚBLICO – SEE/DF – CARGO 2: PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA – ÁREA: ATIVIDADES – PROVA DISCURSIVA Aplicação: 29/1/2017 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO Ao discorrer sobre o primeiro aspecto proposto (mudanças climáticas e suas consequências para a natureza e para a população mundial), o candidato encontra vasto e diversificado campo de análise. Nesse sentido, ele poderá falar que essas variações climáticas já têm apresentado situações extremas, a exemplo de chuvas torrenciais e secas prolongadas, invernos rigorosíssimos e verões abrasadores, além da crescente escassez dos recursos hídricos em várias regiões, o que afeta diretamente a vida das pessoas. Muitas das atuais correntes migratórias são determinadas pela necessidade imperiosa de se fugir da fome, em larga medida determinada pela quebra de safras ou pela insuficiência da produção de alimentos. Em relação ao segundo aspecto (papel das ONU junto à comunidade internacional para o enfrentamento da questão ambiental), seria interessante que o candidato se detivesse no fato de que, a despeito das enormes dificuldades encontradas pela ONU para atuar em áreas explosivas das relações internacionais, como as que envolvem a segurança mundial e os conflitos localizados ao redor do globo, essa organização se notabiliza pela atuação em setores diversos, com reflexos diretos no cotidiano das populações. Nessa perspectiva, há que se destacar o caráter mobilizador da ONU para o enfrentamento de graves problemas, como os existentes no campo da educação, da alimentação e do meio ambiente. Nesse caso, ela promove conferências mundiais, financia estudos e projetos e busca, inclusive pela força moral de que se reveste na condição de grande fórum multilateral, levar os Estados a assumir e a cumprir os acordos celebrados. Por fim, quanto ao terceiro aspecto (influência dos EUA em ações que visem conter o aumento da temperatura do planeta), o candidato deverá lembrar que os EUA ainda são a maior potência mundial, ocupando o primeiro lugar (seguido pela China) entre os maiores emissores de gases que ampliam o efeito estufa na atmosfera. Por seu poderio econômico, político e militar, qualquer decisão norte-americana em relação à questão ambiental terá reflexos em todo o mundo, o que explica a generalizada preocupação quanto ao comportamento do governo Trump. Daí o apelo à sensatez feito pela COP22 ao futuro presidente. PROPOSTA 2 CESPE | CEBRASPE – SDS/PE – Aplicação: 2016 PROVA DISCURSIVA ❖ Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO, no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido. ❖ Qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. ❖ Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. ❖ Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 20,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafo) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). No mesmo dia em que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, por unanimidade, uma resolução em que se exigia proteção para hospitais em zonas de conflito, um novo ataque, desta vez de rebeldes, atingiu uma maternidade situada em área controlada pelo governo sírio em Aleppo. De fato, a aprovação levanta uma questão embaraçosa: como esperar que os países cumpram a resolução se eles próprios são, algumas vezes, autores dos ataques? Diante de representantes das potências com poder de veto — Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China —, a presidente da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) apelou para que o conselho dê o exemplo e acusou quatro dos cinco países por bombardeios a hospitais. O Globo, 4/5/2016, p. 28 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. ATAQUES DIRETOS E INTENCIONAIS A HOSPITAIS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: CRIMES DE GUERRA Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: ❖ guerra civil na Síria: símbolo de um mundo em ebulição; [valor: 6,50 pontos] ❖ ataques a hospitais e as diversas faces do terrorismo; [valor: 6,50 pontos] ❖ ação internacional no combate aos crimes de guerra. [valor: 6,00 pontos] GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO – SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL AUXILIAR DE LEGISTA, AUXILIAR DE PERITO E PERITO PAPILOSCOPISTA – PROVA DISCURSIVA Aplicação: 12/6/2016 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO Espera-se que o candidato, ao discorrer sobre o primeiro aspecto proposto (“guerra civil na Síria: símbolo de um mundo em ebulição”), lembre que o mencionado país situa-se em uma das mais tensas regiões do mundo contemporâneo, o Oriente Médio, onde os mais diversos interesses se chocam. Assim, além das questões internas, como o choque de facções religiosas, a ação de grupos terroristas, a insurreição de minorias étnicas e a presença de um contestado governo identificado como ditatorial, a ação militar externa amplia o cenário de horror vivido pelo país, responsável pela fuga em massa da população civil. Quanto ao segundo aspecto (“ataques a hospitais e as diversas faces do terrorismo”), o candidato pode destacar a desumanidade intrínseca que move as ações de tropas oficiais, de outros países e dos grupos terroristas, em flagrante desrespeito às mais elementares normas que devem estar presentes mesmo em situação de guerra. No caso específico da Síria, a própria organização não governamental citada no texto acusa países poderosos, integrantes do Conselho de Segurança da ONU, de também atingirem alvos civis, como hospitais, em atitude que em nada fica a dever ao terrorismo. Por fim, relativamente ao terceiro aspecto a ser focalizado (“ação internacional no combate aos crimes de guerra”), o candidato poderá abordar os limites que a realidade dos fatos impõe a decisões políticas, como a resolução do conselho a que o texto alude, mas também poderá salientar o papel da opinião pública mundial para levar os respectivos governos a tomar atitudes que eliminem ou reduzam esse tipo de crime de guerra. PROPOSTA 3 PROVA DISCURSIVA ❖ Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido. ❖ Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. ❖ Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadorafora do local apropriado. ❖ Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 20,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). A comunidade internacional reage condenando fortemente o teste nuclear anunciado pelo regime norte-coreano. O recente teste nuclear feito pela Coreia do Norte provocou um terremoto de 5,3 graus na escala Richter e abalou a diplomacia internacional. A explosão subterrânea, a quinta e a maior da história do país comunista, coincidiu com o 68.o aniversário de fundação da República Democrática da Coreia — nome oficial do país — e deflagrou uma onda de condenações por parte de potências ocidentais e até mesmo da China, aliada do país. Correio Braziliense, 10/9/2016, p. 12 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. IMPLICAÇÕES POTENCIAIS DO USO DE ARMAS NUCLEARES Ao elaborar seu texto, atenda ao que é solicitado nos tópicos 1 e 2 a seguir e responda ao questionamento apresentado no tópico 3. ❖ Discorra sobre os impactos das armas nucleares para a paz mundial. [valor: 6,00 pontos] ❖ A ditadura norte-coreana e sua capacidade nuclear. [valor: 7,00 pontos] ❖ Como a comunidade internacional deve atuar para limitar e controlar o uso de armas nucleares? [valor: 6,00 pontos] FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA NÍVEL SUPERIOR (CARGOS 1 AO 7) – PROVA DISCURSIVA P3 Aplicação: 18/12/2016 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO Espera-se que o candidato, ao tratar do primeiro quesito proposto (impactos das armas nucleares para a paz mundial), mencione as enormes dificuldades que o mundo tem de manter a paz, a despeito de não ter havido uma conflagração mundial desde o final da Segunda Guerra, em 1945. Entretanto, não se passou um dia sequer, desde então, em que nas mais diversas regiões do planeta não tenha ocorrido algum tipo de confronto armado. Nesse cenário, a existência de armas nucleares em mãos de diversos Estados amplia a precariedade de uma paz que o Conselho de Segurança das Nações Unidas buscar manter. Esse problema torna-se ainda mais agudo e grave quando o arsenal nuclear está à disposição de um regime político avesso à democracia, que acredita na militarização do Estado como condição necessária à sua preservação. É disso que trata o segundo aspecto do texto proposto ao candidato (a capacidade nuclear de um regime como o norte-coreano). A eventual utilização de artefatos bélicos altamente sofisticados por um governo dessa natureza afeta diretamente seu mais próximo vizinho (a Coreia do Sul), além de outros países que lhe são próximos. Ademais, trata-se de potencial perigo à paz mundial. Por fim, quanto ao terceiro ponto a ser abordado (como a comunidade internacional deve atuar para limitar e controlar o uso de armas nucleares?), o próprio texto motivador fornece elementos para a abordagem, a exemplo do repúdio praticamente unânime dos demais países ao mais recente experimento nuclear da Coreia do Norte. Esse repúdio se materializa no Conselho de Segurança da ONU, além de merecer destaque a condenação feita até mesmo pela China, um tradicional aliado da Coreia do Norte. Além da condenação retórica, sanções — sobretudo econômicas — devem e podem ser aplicadas em situações como as protagonizadas pela Coreia do Norte. Por fim, é importante destacar a reação das sociedades que, independentemente da ação dos respectivos governos, expressam sua repulsa a experimentos dessa natureza.