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Artigo Cientifico Educação Inclusiva Um direito de Todos

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A ESCOLA INCLUSIVA O DIREITO DE APRENDER.
LEMOS, Tirsilene Dias
.
ESMANHOTTO, Barbara Cristina
.
Resumo
Com o tema “a escola inclusiva o direito de aprender”. Escola inclusiva é onde todos se sentem bem. Pautada no projeto político da escola, ações e metas devem deixar a escola pronta para qualquer aluno. Quando se ensina valores como solidariedade e respeito, se constrói uma sociedade melhor. Como tornar a escola um lugar acolhedor aceitando as diferenças e evitando a intolerância? Os alunos deverão entender o que é uma escola inclusiva praticando o respeito e a solidariedade. Forma utilizados teóricos que reforçam a escola inclusiva pautada nos valores e tolerância: ldben (1996); Constituição Federal (1988); Libâneo, Oliveira & Toshi (2003); Silva (2006); Guenther (2000); Declaração de Salamanca (1990); Mantoan (2003); Ferreira (2005); Ferreira (1998); Mendes (2002a,2002b). A escola tem que ser inclusiva porque ali é o espaço de toda criança, adolescente ou jovem. É na escola regular que eles devem estar porque é ali que eles vão aprender a enfrentar o mundo lá fora. 
 Palavras-chaves: Educação. Inclusão. Respeito. Educação Especial. Educação Inclusiva.
1. INTRODUÇÃO
Uma escola inclusiva é aquela onde todos se sentem bem, não importa as características individuais dos seus alunos. A escola não pode esperar pelo educando com necessidades especiais, pelo contrário, deve pautar no Projeto político da Escola ações e metas que visem deixar a escola pronta para receber qualquer aluno. Ela deve estar sempre pronta para recebê-lo. 
Como tornar a escola um lugar acolhedor que inclua todos os seus alunos sem prejudicar sua aprendizagem? Como a escola pode preparar seus alunos para aceitarem as diferenças entre eles evitando a intolerância, a falta de respeito e de solidariedade ao outro? 
O preconceito no nosso país ainda está muito presente, com esse problema vamos ter o principal objetivo de analisar o processo da inclusão do deficiente na escola, além disso, vamos ter como objetivo específico identificar as politicas de inclusão dos deficientes na escola, verificar junto á escola as necessidades desses alunos, identificar o perfil do professor para atender as necessidades dos alunos.
Assim espera que os educandos possam entender o que é uma escola inclusiva e como isso pode influenciar a construção de uma sociedade melhor e mais justa para todos. Espera-se que os alunos possam perceber a importância do outro na nossa vida, aceitando as diferenças, respeitando os colegas, desenvolvendo atitudes de solidariedade; praticar atitudes de respeito e solidariedade tornando a convivência na escola agradável para todos e com isso abrindo espaço para que a escola se efetive como espaço de inclusão.
Para a sustentação teórica foram utilizados a legislação brasileira que a questão da Educação Especial e a inclusão nas escolas; também foram utilizados teóricos que reforçam a proposta de uma escola inclusiva pautada nos valores e na tolerância: LDBEN (1996); Constituição Federal (1988); Libâneo, Oliveira & Toshi (2003); Silva (2006); Guenther (2000); Declaração de Salamanca (1990); Mantoan (2003); Ferreira (2005); Ferreira (1998); Mendes (2002a,2002b). 
2. DESENVOLVIMENTO
A sociedade precisa de pessoas que sejam mais solidárias, que compreendam e respeitem o outro na sua individualidade. Nesse contexto, a escola tem que ser inclusiva para poder ensinar seus alunos a serem cidadãos também melhores, com senso de justiça, de ética. 
A reflexão sobre as ações do ser humano na sociedade que vive, e ao dizer que a escola é inclusiva se abre espaço para que toda a sociedade também possa ser melhor, possa pensar com carinho em relação as pessoas que tem alguma deficiência visível ou não.
Mais do seguir e respeitar uma legislação, a escola tem que ser inclusiva porque ali é o espaço de toda criança, adolescente ou jovem. É na escola regular que eles devem estar porque é ali que eles vão aprender a enfrentar o mundo lá fora. 
Quando uma criança aprende desde cedo os problemas relacionados a inclusão ela também aprende a ser um adulto mais tolerante e isso com certeza contribuirá para tornar a sociedade melhor para todos e não apenas para aqueles que se dizem “normais”. 
É no final do século XX que se inicia um movimento em favor da integração das pessoas com deficiência nos grupos sociais, evitando que as mesmas fossem mantidas reclusas em casa ou em organizações próprias para pessoas nessas condições. (LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSCHI, 2003). 
Atualmente há uma preocupação latente em combater todo e qualquer meio de discriminação, afinal todo cidadão, indiferente de suas condições físicas, psicológicas, cognitivas, social ou religiosa, é um sujeitos de direitos, e, portanto com direito a uma vida digna na sociedade.
Podemos dizer que a convivência entre crianças que dizemos ser normais, e aquelas com deficiência acaba quebrando qualquer tipo de preconceito, ou seja, se separarmos pessoas “normais” dos deficientes em sala de aula, significa que não estamos a favor da inclusão nas escolas, pois temos que ser educados no mesmo ambiente. 
Os professores passam mais tempos com as crianças, sendo assim cabe a eles também a tarefa de inclusão dessas crianças, para isso acontecer o professor será treinados sobre o que é inclusão, quais os tipos, as causas, quais as necessidades educacionais. Sem o conhecimento devido dessas áreas será impossível o professor atingir a meta educacional necessária para a formação dessas crianças.
Na escola tem se buscado propor projetos que visem tornar cada instituição em espaço de integração e inclusão, valorizando seus educandos. 
A escola como espaço de formação formal deve procurar promover e inserir no seu currículo a Educação Especial, numa perspectiva inclusiva de ensino, procurando dessa forma contribuir para modificar uma sociedade competitiva e egoísta. 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei nº 9.394/96, essa modalidade educativa deverá acima de tudo acontecer preferencialmente na escola regular, criando assim na escola um espaço inclusivo de educação onde diferentes tipos de indivíduos somam suas diferenças, contribuindo desse modo para o crescimento pessoal e social do grupo. 
Com essa proposta inclusiva de ensino surge a oportunidade de formar pessoas mais tolerantes, que valoriza as diferenças, que sabe ser solidário, já que o educando começa a vivenciar na escola o cuidado com o outro. 
A Educação Especial em nível de Brasil, de acordo Guenther (2000) se encontra amparada em documentos legais com bases filosóficas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que defende direitos inalienáveis a condições apropriadas de aprendizagem e vida.
Segundo determina a LDBEN, Lei nº 9.394/96, Art. 58. “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. No Brasil, a Educação Especial trata-se de uma modalidade da educação escolar numa perspectiva “Inclusiva”, voltada para a formação do individuo, com vista ao exercício da cidadania. Sua ação transversal permeia todos os níveis de educação. A educação especial é uma modalidade de educação escolar oferecida na rede regular de ensino, explicitando em seus parágrafos uma verdadeira edificação inclusiva. 
A Declaração de Salamanca (Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais na cidade de Salamanca/Espanha no ano de 1994) manifesta de modo explícito que a rede de ensino regular deverá disponibilizar os recursos necessários ao atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE). 
Devem ser disponibilizados recursos para garantir a formação dos professores de ensino regular que atendem alunos com necessidades especiais, para apoiar centros de recursos e para os professores de educação especial ou de apoio. Também é necessário assegurar as ajudas técnicas indispensáveis para garantir o sucesso de um sistema de educação integrada,cujas estratégias devem, portanto, estar ligadas ao desenvolvimento dos serviços de apoio a nível central e intermédio. 
(Declaração de Salamanca, 1994, p. 42) 
Segundo a Declaração de Salamanca o conceito de necessidade especial é superior e mais amplo do que “deficiência”, mas atinge todo o indivíduo que possua alguma necessidade que decorra de sua capacidade ou dificuldade de aprendizagem. Esse importante documento afirma ainda que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados.
Há ainda outros documentos importantes como o que resultou a Convenção sobre os Direitos da Criança (Assembleia Geral das Nações Unidas – 1989), que defende o direito de “toda criança” em suas diferentes características, de ter assegurado o seu direito pelos governos de todas as nações. Esse direito é reforçado no Brasil, através do artigo 208, na Constituição Federal, que dá a todos os brasileiros, indiferente de sua idade o direito aos níveis elevados de ensino, pesquisa e criação artística, segundo as suas capacidades individuais. 
A Constituição Federal (1988), art. 205 e 208, fala sobre a atenção à diversidade da comunidade escolar e baseia-se no pressuposto de que a realização da adequação curricular pode atender pelo menos parte das necessidades de aprendizagem dos alunos. 
Esses artigos reforçam a afirmativa da LDBEN, Lei nº 9394/966: o Estado, através da escola deve focar no direito de acesso a escola, visando à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, além das perspectivas de desenvolvimento e socialização. 
A LDBEN, Lei no 9.394/96 (1996), no Capítulo III, art. 4º, inciso III, diz que é dever do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”, sendo que o capítulo 5 da LDB 9.394/96 trata somente de aspectos referentes à Educação Especial. 
Entre os pontos especificados, o art. 58. § 1º diz que, sempre que for necessário, haverá serviços de apoio especializado para atender às necessidades peculiares de cada aluno portador de necessidades especiais, garantindo o cuidador e/ou o professor de apoio.
A Constituição Federal (1988) art. 206, inc. I diz que todo cidadão tem direito a igualdade de condições de acesso e permanência na escola, garantindo assim a educação como direito constituído para todos e não apenas para aqueles que se encontram dentro dos padrões da normalidade concebida pela sociedade. Assim, propor uma educação para todos é mais do que colocar a criança portadora de necessidades especiais dentro da escola regular: não basta apenas integrá-la dentro dos muros da escola, tem que incluí-la dentro do currículo, construindo assim uma educação cujas bases são as diferenças e não uma igualdade entre aspas (MANTOAN, 2003). Assim inclusão é
“Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. (...) Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar contra exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para as pessoas. É oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da colaboração de pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.” (SASSAKI, 1997, p. 41)
Apesar das barreiras enfrentadas pela inclusão na escola regular, seus avanços são visíveis, já que a educação caminha, apesar de seus passos lentos, rumo a uma sociedade que valorize as diferenças em vez de segregá-la. Nessa caminhada, o papel do professor se torna importante, já que dentro da sala de aula, este acaba sendo uma mola importante da engrenagem que é a Educação. 
A inclusão envolve: 
[...] uma filosofia que valoriza diversidade de força, habilidades e necessidades [do ser humano] como natural e desejável, trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza à aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo, e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor (FERREIRA, 2005, p. 44). 
A questão da inclusão do aluno com NEE na escola regular pede uma reflexão para compreender incluir o aluno com NEE vai além da simples integração dele. “Integrar” e “Incluir” ao serem empregados expressam situações de inserção diferentes, além de se fundamentarem em posicionamentos teórico-metodológicos bem divergentes. Enquanto o primeiro procura introduzir o indivíduo com alguma deficiência na escola regular, classes especiais ou escolas especializadas. 
Já a “Inclusão” além de introduzir esse ser humano nesses espaços ainda se preocupa com as questões políticas e filosóficas que estão imbuídas na ação da “Integração”, a “Inclusão” espera que o aluno NEE seja parte da escolar regular desde a Educação Infantil, sem discriminação e respeitando suas individualidades. Assim a integração almeja apenas inserir um aluno, ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído, e o mote da inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar. As escolas inclusivas propõem um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função destas necessidades (MANTOAN, 2003, p. 24).
A educação inclusiva como produto uma época educacional contemporânea, rejeita estereótipos, paradigmas e preconceitos, ela espera que a escola regular seja um espaço que acolham as diferenças, ajudando o aluno com NEE a vencer suas limitações. 
A Escola inclusiva consolida o respeito às diferenças, conquanto não elogie ou valorize a desigualdade. As diferenças vistas não são como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, pode ser fator de enriquecimento. Assim o cuidado com a diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações.
A inclusão escolar na escolar regular ainda enfrenta muitos desafios, e um dos desafios a ser enfrentado dentro dos muros da escola, é a necessidade de recriar o próprio modelo educativo, cujo eixo deve ser o ensino para todos.
A organização pedagógica e o currículo, a questão estrutural, a falta de apoio de cuidadores e apoios em sala, são também entraves ainda encontrados na escola quanto a efetivação da educação inclusiva. Segundo a Declaração de Salamanca há formas eficazes de desenvolvimento da verdadeira educação inclusiva: 
“ O desenvolvimento das escolas inclusivas, enquanto meio mais eficaz de atingir a educação para todos, deve ser reconhecido como uma política - chave dos governos e ocupar um lugar de destaque na agenda do desenvolvimento das nações. É unicamente desta forma que se poderão obter os recursos necessários, pois as mudanças de política e as prioridades não podem ser efetivas a não ser que se disponibilizem esses mesmos recursos. É preciso um compromisso político, tanto a nível nacional como comunitário, para obter os recursos adicionais e para reorientar os já existentes. Embora as comunidades tenham de representar um papel - chave no desenvolvimento das escolas inclusivas é igualmente essencial o suporte e encorajamento dos governos para se conseguirem soluções eficazes e realistas”. (Declaração de Salamanca, 1994, p. 41) 
Assim, numa proposta inclusiva de educação a Escola deve procurar combater a discriminação visando tão somente o bem estar do seu aluno, sem atitudes discriminatórias. 
Ao contrário do que se pensa essa ação não exige grandes inovações. Inovar nem sempre é o diferente e para quea Escola realmente receba, integre e inclua de fato esses indivíduos, é necessário que sejam feitas melhorias no que se refere às condições da Escola, sejam elas estruturais ou pedagógicas. 
É imprescindível também que várias mudanças aconteçam dentro da própria sociedade, para que dessa forma todos os sujeitos possam participar e vivenciar os processos sociais sem preconceito, sem barreiras. Nesse contexto as escolas regulares e as inclusivas devem ter bem claro que as dificuldades de alunos com NEE não são apenas deles, mas são resultados da educação por eles recebida, do ensino que lhes é ministrado, da forma como essa aprendizagem acontece e até mesmo como é avaliada. 
Não se pode perder a perspectiva de construção de uma nova escola inclusiva que seja feita e atenta todos. A escola inclusiva, em cumprimento a várias Leis e documentos maiores como a Declaração de Salamanca, a Constituição Federal, a LDB, Lei nº 9.394/96, entre outros, pode ser ou não uma realidade.
Há ainda muitas falhas quanto a sua estrutura física/estrutural, como quanto a parte pedagógica. Muitos professores não se sentem preparados, e, no entanto são cobrados pela sociedade num geral como se a Escola fosse a única responsável por efetivar essas mudanças, sendo que muitas vezes ela própria acaba tendo o papel de manter as desigualdades sociais. 
A inclusão vem avançando aos poucos, principalmente da década de 90 para cá. Dessa forma se torna imperioso que o professor e a escola (bem como todos que nela atuam) se preparem através de uma formação continuada focada na proposta de uma educação inclusiva, cuja meta é o bem estar de todos os alunos que estejam na escola regular de ensino, todos, com e sem deficiências ou necessidades educacionais especiais. 
Ferreira (1998) afirma que a presença ampliada da Educação Especial na LDB, Lei nº 9.394/96 sinaliza a presença perceptível da área nas novas discussões, assumindo que sua contribuição específica visa mais do que à simples afirmação do “especialismo” educativo ou burocrático. Dessa forma os discursos de “Educação para todos” e da “Escola inclusiva” ocorrem num contexto de exclusão social ampliada, aumentando os desafios para garantir os direitos das pessoas com NEE.
Para garantir esses direitos vem a tona as discussões relacionadas a formação do professor, tanto a inicial como a continuada. Mendes (2002b) entre outros autores, defendem a questão da qualificação do educador como um dos pontos principais para a efetivação do processo de “inclusão”, principalmente porque a maior parte dos cursos de especializações nessa área se encontram em Instituições privadas de ensino. Assim seria de grande importância que se oferecesse a Educação Especial também na Graduação como em especializações do profissional da educação. 
Acredita-se que a partir do momento em que houver maiores investimentos na formação inicial e continuada dos educadores, estará se investindo não só na capacitação desses profissionais como também os tornando mais sensíveis ao tema da inclusão, diminuindo desse modo de forma gradativa os problemas da exclusão escolar. 
Não se deve delegar aos educadores a responsabilidade maior quanto aos problemas da efetivação dos indivíduos com NEE na escola regular já que a inclusão vai além dos muros da Escola, ou seja, ela é também social. É verdade que uma formação mais direcionada, pode propiciar discussões e reflexões sobre pontos importantes como: valorização do trabalho em equipe, divisão das obrigações dentro e fora da sala de aula, adequação do currículo a partir das necessidades individuais dos alunos, reflexão de como o conhecimento sobre o conteúdo é construído, estruturação de diferentes metodologias de ensino e as diferentes possibilidades de reflexão sobre as ações realizadas na sala de aula.
Tudo isso são questões a serem trabalhadas pela equipe escolar, e não apenas pelo professor. Mendes (2002a), afirma que para que se atenda os alunos com NEE a escola deve modificar suas ações, pensando e planejamento numa condição real de valorização do ser humano. 
Não se poder cobrar apenas do professor a responsabilidade quando ao sucesso do processo de inclusa apesar de ser uma peça fundamental para que a inclusão real e verdadeira realmente aconteça. 
Dessa forma o educador para atender uma proposta de inclusão deverá querer sempre aprender; não deverá ter medo do novo, procurando sempre propor atividades que inclua todos seus alunos.
Pensando numa escola inclusiva, é preciso desde as turmas iniciais propor o trabalho voltado para as diferenças e quando se fala em diferenças não se pode esperar que chegue alunos com NEE físicas, visíveis. 
A escola, os professores, os alunos e toda a comunidade escolar devem estar preparados para acolher e incluir todos os seus alunos. 
Quando se fala de necessidades educacionais especiais, não é apenas aquele aluno com uma deficiência física ou mental, por exemplo. Pode ser aquele aluno que chega sempre com fome, ou que é discriminado por ser negro, pela sua religião, pela sua dificuldade de se fazer entender com as palavras, por não conseguir aprender no mesmo ritmo que os outros. 
Uma escola pautada na igualdade promove constantemente ações que preparem o aluno para pensar de forma “inclusiva” dentro e forma da escola. 
Quando a escola pensa e age de forma inclusiva ela não espera um aluno com NEE chegar para promover ações. Ao contrário, ela desenvolve no seu Projeto Político e Pedagógico projetos e aços que visem a tornar o espaço escolar e as pessoas que nela se encontram melhores, que acreditam acima de tudo no potencial do outro. 
O momento atual é de construção; mas do que em outros tempos há uma certeza que em cada sala de aula poderá ter um ou mais alunos que necessitarão de apoio extra e o professor tem que ter na sua classe parceiros para contribuir com a organização dos espaços. Quem melhor do que os próprios alunos para ajudarem o colega com NEE?
É assim que se formam cidadãos, ensinando a compartilhar, a ser solidário, a agir com dignidade e justiça. A inclusão é algo que deve ser vivido, vivenciado.
Não adianta reclamar. O professor e a escola têm que agir e desde os anos iniciais propor discussões que podem inclusive evitar a prática de “bullyng” contra aqueles que não se enquadram nos padrões da normalidade. Assim
A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a valentão, tirano. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de brincadeiras maldosas e intimidadoras (SILVA, 2006, p.2)
O bullying é um problema que afeta as escolas e comunidades, estando inserido em vários setores da nossa sociedade. Significa as práticas agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por alunos ou grupos contra um ou mais colegas, causando angústia e sofrimento. 
Uma escola inclusiva percebe a importância do outro na nossa vida, aceitar as diferenças, respeita os colegas, desenvolve atitudes de solidariedade, respeita e ajuda aqueles que tem NEE, respeita as crianças de outras raças e culturas. 
Uma escola inclusiva se prepara, e promove aprendizagens significativas de modo não só a apoiar o aluno com NEE na sala de aula nas deve se pautar em ações concretas que façam do espaço escolar acolhedor para alunos, pais, educadores, gestores.
É preciso mostrar aos educandos que eles são seres únicos e repletos de capacidades, que precisam acreditar mais em si, pois tudo podemos quando acreditamos e lutamos para aquele sonho ou objetivo ser alcançado. Com uma postura inclusiva é possível evitar toda e qualquer prática de discriminação, de segregação, de seleção. 
Pensando nisso sentido, é propostoesse Projeto de Ensino. Assim, o projeto objetiva trabalhar conceitos de valores, viabilizando e sensibilizando o educando a fim de que tais mudanças de comportamentos reflitam no relacionamento respeitoso entre os mesmos. 
Com uma proposta de educação inclusiva tem que se pensar como apoiar esse aluno, não importa qual dificuldade ele apresente. 
Nesse contexto propor ações em forma de projeto se torna viável pois com um trabalho preventivo é possível preparar de forma efetiva para que haja respeito entre todos, que a solidariedade paute todo o trabalho pedagógico, tornando de fato a escola em um ambiente acolhedor, com alunos capazes de cooperar de forma efetiva para o bom andamento da sala de aula.
Um ambiente acolhedor contribui para que todos queiram aprender; elimina a competição e torna todos parceiros, valorizando as diferenças. Todos passam a pensar diferente e a escola pode finalmente dizer que tem exercido o seu papel de formadora para a cidadania. 
Uma escola inclusiva procura refletir a prática pedagógica buscando alternativas que visem as melhorias no relacionamento interpessoal e consequentemente no desempenho pedagógico de todos na escola. 
Assim, é pensando diferente que se faz uma escola diferente. Não há como não acreditar e desejar aprender numa escola que percebe todos os seus alunos de forma idêntica, valorizando e ajudando a vencer medos e limitações, preparando para o exercício da cidadania.
 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Educar é um  ofício que exige grande doação afetiva estar preparado para administrar as próprias angústias e, ainda assim, transmitir otimismo, calor humano, confiança. Não é possível abster-se de intimidade e partilha aquele que deseja educar. 
A escola e a famílias precisam estabelecer parcerias com   ações que favoreçam o processo de  ensino aprendizagem, ações que possam evitar ou diminuir os problemas que impedem a aprendizagem.  Apontar culpados não leva a nada, o individualismo e o isolamento também não levam a nada. 
A escola como local de educação formal deve ajudar a construir uma sociedade melhor, mais justa, igualitária, que supere a lógica de mercado de quem vence é sempre o melhor, o mais bonito, o mais rico.
A sociedade precisa de pessoas que sejam mais solidárias, que compreendam e respeitem o outro na sua individualidade. Nesse contexto, a escola tem que ser inclusiva para poder ensinar seus alunos a serem cidadãos também melhores, com senso de justiça, de ética.
Assim, é necessário uma reflexão sobre as ações do ser humano na sociedade que vive, e ao dizer que a escola é inclusiva se abre espaço para que toda a sociedade também possa ser melhor, possa pensar com carinho em relação as pessoas que tem alguma deficiência visível ou não.
Mais do seguir e respeitar uma legislação, a escola tem que ser inclusiva porque ali é o espaço de toda criança, adolescente ou jovem. É na escola regular que eles devem estar porque é ali que eles vão aprender a enfrentar o mundo lá fora. 
Quando uma criança aprende desde cedo os problemas relacionados a inclusão ela também aprende a ser um adulto mais tolerante e isso com certeza contribuirá para tornar a sociedade melhor para todos e não apenas para aqueles que se dizem “normais”.
Diante de tantas mudanças e desta nova proposta educacional, surgem muitos obstáculos, como por exemplo, a resistência de alguns profissionais da educação que encaram esta nova proposta como sendo um grande desafio, também existe o preconceito de pais, e ate mesmo de alunos, por estarem frequentando a mesma escola que uma criança com necessidades especiais.
Para que tudo isto seja superado, é preciso que os professores encarem esse novo desafio, e desta forma mostrem aos pais e alunos que pode ser muito vantajoso essas crianças ditas “normais”, estudarem ao lado de uma criança com necessidade especial. A escola enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. 
Mais do que isso, precisa oferecer oportunidade de desenvolvimento de comportamentos e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais de seus alunos. 
Quando alunos com os mais diferentes estilos de aprendizagem e tipos de inteligências estudam juntos em uma mesma classe, todos eles se beneficiam com os estímulos e modelos comportamentais uns dos outros.
REFERÊNCIAS 
 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20/03/2020. 
_________. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lei nº 8.069 de 13/10/1990. Disponível em : Acesso em: 02/04/2020.
_________. LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394 de 20/12/1996. Disponível em: . Acesso em: 05/10/2013.
__________. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. MEC SEESP, 2001. 
FERREIRA, Windyz B. Educação Inclusiva: Será que sou a favor ou contra uma escola de qualidade para todos? Revista da Educação Especial - Out/2005, Nº 40. 
FERREIRA, J. R. A nova LDB e as necessidades educativas especiais. In Cadernos CEDES 46. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1a. ed., p. 7-15, 1998.
GUENTHER, Zenita Cunha. Desenvolver capacidades e talentos – Um conceito de inclusão. Petrópolis: Vozes, 2000.
LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSHI. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.
MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003
MENDES, E.G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: PALHARES, M. & MARINS, S. (orgs.) Escola Inclusiva. São Carlos: EdUFSCar, p. 61-85, 2002 a.
_____________. Desafios atuais na formação do professor de educação especial. In: MEC, Secretaria de Educação Especial. Revista Integração. Brasília: MEC, no. 24, p. 12-17, 2002 b.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997. 
SILVA., Geane Jesus. Quando a escola não é um paraíso. Jornal Mundo Jovem, edição nº 364, março de 2006, páginas 2 e 3.Disponível em: < http: // www. mundojovem.com.br/artigos/bullying-quando-a-escola-nao-e-um-paraiso> Acesso em:28/09/2016
UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994.
� Tirsilene Dias Lemos, aluna Pedagogia, Faculdade FAEL.
� Profª Barbara Cristina Esmanhotto, Professora Orientadora curso Pedagogia Faculdade FAEL.

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