Caso Salim

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
DISCUSSÃO DE SITUAÇÃO PROBLEMA
 Arima Naves dos Reis RA: F1882E-1
 Bianca Vitória Ruas Guimarães RA: N56225-0
 Fernando Zuccolotto Falquetti RA: T3498I-9
 Guilherme Bolsonaro Cauim RA: 
 Trabalho apresentado à disciplina 
 PDCV, sob orientação da Profa. Caroline 
 Eltink
Campus Vargas – Ribeirão Preto
Abril – 2020
Introdução Teórica
No desenvolvimento desse trabalho em grupo, discutiremos ideias, questionamentos, técnicas e quais seriam as possíveis soluções efetivas apropriadas ao caso abordado. 
Apresentaremos padrões de comportamento e situações enfrentadas em nosso dia a dia que são ou foram testadas e comprovadas por estudiosos, Cientistas e Psicólogos como normalidades ou anormalidades. 
O interesse do grupo é enfrentar a situação problema, com ferramentas apropriadas à solução do caso. 
Descrição do Caso
Salim é um menino atualmente com 8 anos de idade, pertencente ao 3 ano do ensino fundamental, apresenta bom desempenho em suas atividades escolares, com algumas exceções, entretanto nada considerado extremo.
No momento, Salim enfrenta uma situação difícil e complicada com sua família, vide que seus pais Salomão e Romana estão se separando. Salomão provavelmente profissionalmente será transferido de cidade sendo essa uma das principais razões da separação do casal. Romana é muito próxima a seus pais, e não quer distanciar-se. 
O casal vai a procura de um Psicólogo com a intenção de levantar informações e orientações referente a situação problema que estão enfrentando e principalmente angariar meios emocionais de como amparar e abordar toda essa situação com o filho, ambos prevendo uma não aceitação ao caso.
Os pais contam que a partir dos 3 anos, Salim começou a manifestar vontade de dormir na cama com eles, sempre que possível ele buscava meios e subterfúgios para tal acontecimento, porém, eles relutavam com o menino para isso não acontecer. Depois de 3 a 4 noites com tamanha insistência, eles cediam ao desejo do menino.
Aos 5 anos Salim deu início ao seu processo de desenvolvimento escolar e todos os dias começou a selecionar quem o ia busca-lo na escola, um dia o pai, no outro a mãe e assim por diante... Quando chegava a hora de ir embora e o menino constatava que quem foi apanha-lo não foi a figura previamente combinada, disparava a gritar e se descontrolar ao ponto de não querer ir embora e se recusar a entrar no carro enquanto não chegasse quem de fato ele esperava e que foi combinado. 
Essa situação causa mal-estar entre todos os presentes, professores e a direção de um modo geral, todos estranham o seu comportamento, considerando-o ele um garoto que se sai bem nas atividades propostas no dia a dia.
Os pais relatam que sempre proporcionaram todas as suas vontades, ele sempre teve todos os brinquedos ou presentes que queria e que a partir de agora esse caso poderia dar uma reviravolta mediante a separação, e consequentemente a baixa no padrão econômico que irão enfrentar. 
Na escola, Salim apesar de se sair bem em várias atividades ou matérias, apresenta dificuldades em matemática e em português, sendo pouca assimilação em contas de multiplicação e divisão e alteração da fluência verbal e escrita, quando vai falar ou ler algo em sala de aula gagueja e troca as letras “p” com “q” e “b” com “d”.
Possui alguns amigos e se relaciona, porém nas brincadeiras Salim é quem determina as regras e quando é enfrentado e questionado sobre mudanças nas tais regras ou mudanças de brincadeiras, se recusa a continuar ou iniciar a dinâmica. 
Discussão do Caso
Baseando-se na situação problema apresentada, levantamos as seguintes considerações a serem trabalhadas e questionadas:
· Insistência para dormir na cama, juntos aos pais;
· Agressividade e irritabilidade;
· Persistência e não aceitação de mudanças em regras e/ou brincadeiras junto aos amigos;
· Persistência e não aceitação na possibilidade de mudanças previamente combinadas;
· Dificuldade em matemática (multiplicação e divisão);
· Alteração da fluência verbal e escrita, apresentando gagueira ao falar em sala de aula e troca de algumas palavras tanto ao falar quanto ao escrever;
· Posicionamente dos pais perante o problema;
Aparentemente, o menino Salim, hoje com 8 anos de idade, apresenta-se sendo um garoto pertencente a classificação normal para a sua faixa etária, na Psicologia 3 infância, onde possui recursos e instruções mentais de um menino de sua idade.
Aos 3 anos apresentou a vontade de ir dormir junto aos seus pais, esses por suas vezes relutavam ao máximo, mas cediam à tamanha insistência. Esse é um ponto importante em ser observado, entendendo-se que o casal não apresentava nenhuma objeção entre si, a questão do Salim em querer dividir a cama com os pais era exclusivamente dele. A estudos que apontam que criança que tem problemas no sono noturno (que podem ser causado por vários fatores como problemas intrafamiliares, culturais, biológicos e psicossociais) mostram um baixo rendimento em suas tarefas diurnas e pode acarretar problemas emocionais como problema de concentração, agitação, choro fácil, timidez, agressividades entre outras coisas
Na Psicologia essa situação é denominada como “coleito” e ela pode ser intencional ou reativa, nesse caso o coleito explorado é o reativo, vide a sua própria insistência. 
A literatura sobre problemas emocionais, comportamentais e de sexualidade em crianças que dormem com os pais entre 3 a 8 anos, é pequena e de baixa qualidade metodológica, então com essas ressalvas, o que ela nos conta é que na sua imensa maioria não mostram qualquer problema, pelo contrário, um dos estudos indicou que adultos do sexo masculino que dormiam com seus pais quando tinham de 0 a 5 anos, apresentam melhor autoestima, menos indicativos de ansiedade e maior frequência de relações sexuais do que aqueles que não praticavam o coleito.
A principal ressalva nessa pesquisa apresentada é em relação aos pais que usam o filho para manter a distancia entre si, ou usam o coleito como única solução para resolver medos ou dificuldades de sono do filho, entretanto no caso em questão essa situação não é sinalizada.
Mesmo com os indícios apresentados em pesquisa, e a neutralidade sugerida em seus resultados, nota-se que a questão mal resolvida e descontrolada do Salim, evidencia-se à ausência de limites e regras dos pais, onde o menino pode e consegue o que quer.
Consequência dessa situação é também um dos exemplos mencionados no caso abordado na escola, onde ele esbraveja e se demonstra enfurecido com o fato de que quem for busca-lo ao final do dia não for a figura pré combinado, situação essa que demonstra a sua necessidade de controlar os fatos e os seus desejos, podendo-se acarretar em uma exacerbação de insegurança e baixa autoestima.
Seus pais mostram um comportamento permissivo de mais, a psicologia mostra que pais democráticos, mas que impõe limites criam filhos com tendências a serem mais empáticos e populares na escola e com controle de suas emoções, os pais de Salim se mostraram permissíveis de mais dando liberdade e total autonomia de Salim sobre eles. Salim tem dificuldades em desenvolver sua popularidade e amigos, sendo assim ele não brinca muito no coletivo e é essencial para a criança brincar no coletivo e desenvolver suas habilidades sociais.
Salim é um garoto “mimado”, sempre ganhou todos os brinquedos e presentes de seu interesse, quando se depara em situações onde não tem o controle ou não é bem aceito perante outros colegas, se fragiliza, por exemplo apresentando dificuldades em aprendizagem, como matemática onde não assimila contas de multiplicação ou divisão, fazendo toda umareferência exatamente aonde tem dificuldades internas, emocionais e psíquicas.
Em português, também apresenta algumas dificuldades, trocando letras na fala e na escrita, ao falar em público, em sala de aula por exemplo, gagueja testemunhando a sua “alteração da fluência”, sintoma este que vem de encontro mais uma vez com as suas inseguranças, “mimos” e falta de limites.
Salim sendo filho único, naturalmente acaba sendo o centro das atenções dos pais, com grande probabilidade de se tornar mal-acostumado e individualista, situação essa que exige dos seus responsáveis grande atenção e discernimento no que se refere a valores, limites e disciplina. 
Os capítulos 8, 9 e 10 do livro Desenvolvimento Humano, escrito por Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman, nos traz centenas de informações a respeito do desenvolvimento psicossocial, físico e cognitivo da segunda e terceira infância, são inúmeras pesquisas, técnicas e desdobramentos apresentados sobre o tema, porém, é no capítulo 7 (Desenvolvimento físico e cognitivo na segunda infância) que é abordado situações como: Encorajamento e bons hábitos do sono e padrões e distúrbios do sono.
Em ambos os temas, as autoras classificam importantes tipos de comportamentos e ações dos pais referentes a um sono saudável de uma criança e sinalizam a importância delas dormirem em seus próprios dormitórios.
Conclusão
O menino Salim apresenta alterações de comportamento provavelmente normais, mediante o lugar e contextualização educacional que sempre foi inserido pelos pais. Detecta-se que existe insegurança e ausência de afeto entre os pais que consequentemente atinge e torna-se um gatilho para a insegurança e baixa autoestima do garoto. 
A abundancia sobre os presentes e vontades que o menino sempre foi atendido, revela-se a dificuldade dos pais em poder oferecer outros valores, muito mais promissores e evolutivos, como limites, atenção e dizer não em momentos inoportunos, acarretando assim, segurança, autoestima, senso coletivo e amor próprio. 
Salim, sugere alterações cognitivas e com certeza comportamentais, fatos a serem resolvidos em sessões de Psicoterapia. 
Bibliografia
· Diane E. Papalia, Ruth Duskin Feldman – Desenvolvimento Humano
· Guidetti Michele, Tourette Catherine – Introdução a Psicologia do Desenvolvimento
· veja.abril.com.br/letra-de-medico
· minhavida.com.br/família
· G1.globo.com/psicoblog
· https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8649/6183 acesso em 18/04/2020