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RESENHA IBF Nome: Melkzedekue de Moraes Alcântara Calabrese Moreira; Cód.: 399270; Curso: Pós-Graduação em Engenharia da Qualidade com Ênfase em Gestão; Disciplina: Ética e Responsabilidade Social e Profissional; ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL E PROFISSIONAL 1. DESCRIÇÃO DO TRABALHO: O presente trabalho trata-se da construção de uma resenha sobre a disciplina de “Ética e Responsabilidade Social e Profissional” em especificamente uma análise crítica do texto “Ética e Responsabilidade Social” do professor Me. Oswaldo Oliveira Santos Júnior que trata sobre aspectos centrais da discussão acerca do tema Responsabilidade Social e Empresarial (RSE) e sua interface com a ética. Além disso, para essa análise também serão usados outros elementos da disciplina como vídeo aulas, materiais complementares e apostilas. 2. INTRODUÇÃO No texto o autor faz uma discussão a respeito da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), no qual introduz conceitos elementares de ética, e seus desdobramentos ao longo da história marcado por conflitos e lutas sociais, para assim tecer sua análise a respeito da responsabilidade social empresarial nos anos de 1990. Nesse período, inicia-se no Brasil as primeiras vivências do avanço de políticas de cunho neoliberais. Ao longo dessa discussão é introduzido também uma abordagem a respeito da sociedade capitalista e as divergências provenientes desse tipo de sistema em sua associação com os preceitos da ética e da responsabilidade social. 3. ANÁLISE DO TEXTO A palavra ética é de origem grega, que vem de “ethos”, que significa caráter, ou ainda princípios que regem as práticas morais de uma determinada sociedade, esse conceito é originado na Filosofia. O estudo sobre ética iniciou-se na Grécia Antiga, e teve como um de seus principais percussores Aristóteles (384-322 a.C.), desde então ao longo da história muitos outros Filósofos surgiram e desenvolveram estudos a respeito da ética, até a modernidade como Kant (1724-1804). Dessa maneira, ética pode ser compreendida como um código de princípios e valores morais que regem o comportamento de uma pessoa, família ou grupo de indivíduos, sobre o que se compreende como forma certa e/ou errada de agir uns com os outros, em uma determinada sociedade. Prezando sempre pela melhor forma de convívio entre os seres dessa sociedade, e o bem-estar de todos os que compõem a mesma. De forma geral, ética transcende o significado de sinônimo de lei, norma, código de conduta ou regra. É comum fazer-se a confusão entre ética e moral, pois ambas estão intrinsicamente ligadas, para que isso não ocorra é necessário separa-las de maneira a identificar o significado de cada uma delas. São inúmeras definições dadas por diversos autores sobre o significado de moral, no entanto todas convergem para uma ideia comum, moral é originário do latim de “mos”, “moris” que significa costume ou maneira de comportar-se regulada pelo uso, e de “moralis”, moral, adjetivo que se refere ao que é “relativo a costume”. Com isso, moral pode ser compreendida como forma de comportamento realizada por um indivíduo de uma sociedade, que o enraíza em si mesmo como um costume, e que é passada entre os indivíduos ganhando um sentido de conjunto de normas e regras adquiridas pelo hábito. De maneira geral, moral pode ser sintetizada como hábitos e forma de conduta ou comportamento realizados pelos indivíduos de uma sociedade. Portanto, ética e moral não é uma característica nata a um indivíduo, e sim é adquirida ao longo do convívio, é construída, sendo passada ao mesmo de maneira gradativa. Segundo Piaget (1932) o processo de construção da moralidade de um indivíduo acontece paralelamente a etapa de desenvolvimento intelectual social e biológico, e esse processo só ocorre se houver convivência social. Uma vez que, uma pessoa convive sozinha, essa torna-se incapaz de tomar consciência de normas e regras, logo essa só será capaz de desenvolver os princípios éticos e morais apenas se tiver contato com normas, julgamentos e avaliações de outros indivíduos, para assim então ser capaz de internalizar os princípios éticos e morais. Após uma introdução a respeito dos significados de ética e moral, o autor aborda o tema de RSE, que pode ser compreendido como uma maneira das empresas que se apresentam como empenhadas com o fortalecimento tanto econômico quanto social de um país. E situa esse movimento no contexto vivenciado nos anos de 1990, época que se inicia o avanço das políticas neoliberais no Brasil. Entretanto, para que seja abstraído a ideia passada pelo autor, é necessário o seguinte entendimento: uma empresa de maneira geral pode adotar dois tipos distintos de estratégias. Uma primeira estratégia, respaldada pelos princípios éticos e morais, buscando um “trade-off” (compromisso) em atingir as metas de lucros gerando dividendos para seus investidores e respeitando os princípios éticos e morais. Como por exemplo, respeitando a sociedade e o meio ambiente o qual está inserida. Ou uma segunda estratégia, desprezando todo e qualquer princípio ético e moral visando apenas o lucro para seus acionistas, agindo dessa forma sem nenhuma RSE. No Brasil, entre os anos 1964 a 1985, algumas empresas foram na contramão da RSE, pois optaram por seguir a segunda estratégia, visando apenas o lucro de seus investidores, dando apoio a Ditadura, colaborando através de pagamentos por meio de “caixa dois” em troca da obtenção de favorecimento por parte do governo vigente na época. Na década de 1990, apesar de não ter ocorrido reformas que estimulassem o alinhamento com a primeira estratégia citada, devido os governos dessa década não buscarem a construção de debates e negociações sobre formulação de políticas públicas que incentivassem processos de modernização das relações sociais. Tal iniciativa adotada pelo governo acarretou em inadequada concentração de riqueza, beneficiando apenas as próprias empresas e pequenos grupos. Entretanto, nesse mesmo período, a RSE em outros países ganhou força significativa, impulsionada por exigências da sociedade civil (Terceiro Setor), por políticas públicas e um modelo de resolução dos problemas sociais, associadas a ação privada. A incorporação de RSE nas empresas, promoveu uma reestruturação na maneira de como as empresas se relacionavam com todos elos de sua cadeia produtiva. Desde acionistas, colaboradores, fornecedores, consumidores, sociedade e meio ambiente, introduzindo uma mudança na cultura, visão, missão e valores. Tais mudanças impactaram de maneira positiva, pois a inserção da RSE, é uma forma de atender não somente lucros para seus acionistas, mas também os princípios éticos e morais, rompendo assim com o modelo arcaico que visava apenas a maximização dos lucros sem qualquer preocupação com o bem comum da sociedade. As ações de RSE por parte das empresas, gera uma série de benefícios junto a sociedade, pois essas ações vão desde práticas de desenvolvimento sustentável minimizando o impacto no meio ambiente, uso de recursos naturais de forma consciente, valorização do capital humano, investimento na capacitação dos colaboradores, respeito a diversidade social e divisão dos lucros e resultados com os colaboradores. Tais práticas, no mercado que se torna cada vez mais competitivo, promove a atração de capital humano para essas empresas, uma vez que o ambiente se torna mais agradável para os colaboradores, esses ficam mais satisfeitos e tornam-se mais produtivos. Outro fato considerável, nas últimas décadas, tanto os governos quanto a sociedade passaram a buscar políticas que proporcionassem o bem-estar social e conservação do meio ambiente. Com isso, os consumidores passaram ser mais conscientes, procurando comprar produtos de empresas que são engajadas com o desenvolvimento sustentável e praticam responsabilidade social. Dessa forma, a adoção de RSE torna-seuma propaganda positiva, pois gera uma relação de confiança entre empresa e sociedade, agregando valor monetário e humano a essas organizações. Muitas das práticas de RSE, partiram de regulamentações impostas pelos governos por pressão da sociedade. Entretanto muitas organizações passaram assumir uma estratégia proativa, pois além de cumprir as práticas RSE legais de maneira voluntária, ainda praticam iniciativas sociais junto a sociedade a qual estão inseridas. No Brasil por exemplo, a empresa Suzano Papel e Celulose, destina 40% da sua área total de plantio para produção de celulose, enquanto que a legislação brasileira exige que seja destinado 20% da área total de plantio, ou seja, a Suzano destina o dobro da área exigida por lei. E adotam também práticas de manejo sustentável, além de participarem ativamente com programas sociais junto as comunidades próximas a suas fábricas. 4. CONCLUSÃO Dessa forma, conclui-se que práticas de ética e responsabilidade social mostra-se de suma importância não apenas para a harmonia e bem comum para todos os membros de uma sociedade, mas também para a melhora das relações humanas e conservação do meio ambiente. O modo capitalista, visando apenas a produção em massa e o lucro a qualquer preço, sem respeito aos preceitos éticos e morais, é prejudicial a sociedade e deve ser evitado. Esse tipo de prática, aumenta a concentração de renda de uma minoria, e também eleva significativamente as desigualdades sociais, criando assim uma população de excluídos que ficam a margem da sociedade. A crescente conscientização por parte dos consumidores e regulamentações governamentais, torna-se fundamental para obrigar as organizações praticarem de modo mais intenso a RSE, pois dessa maneira os ganhos são benéficos para a sociedade como um todo. As empresas tornam-se mais eficientes em seus métodos e processos, gerando assim mais lucro e contribuindo com a preservação do meio ambiente e valorização do seu capital humano, o que implica diretamente na valorização de sua marca. Dessa forma, as práticas de RSE tornam-se indispensáveis para a manutenção de uma sociedade mais justa e igualitária. Proporcionando a construção de um sistema sustentável e duradouro, que seja perene garantindo não só o presente, mas também a sobrevivência das gerações futuras.
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