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OS PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ÉTICA PROFISSIONAL

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OS PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ÉTICA PROFISSIONAL
Prof. Adi Regina Kaercher
Nesta unidade temática, você vai aprender
· A refletir e atuar criticamente sobre a percepção da ética profissional;
· A compreender a ética aplicada na profissão;
· A entender a ética aliada contra a desigualdade social;
· A refletir sobre os desafios ao aplicar a ética.
Introdução
O atual mundo corporativo está extremamente competitivo, exigindo contínuas inovações nas empresas para que se aprimore a qualidade nas atividades. Nesse sentido, o dinamismo, a criatividade, um domínio sobre novas tecnologias, juntamente com uma descentralização das decisões passam a ser um desafio para o novo profissional estar sempre à frente de sua concorrência. Esse clima, com tantos desafios a serem enfrentados, bem como a ansiedade do sucesso profissional, podem acarretar diversos questionamento nos profissionais, direcionando-os sobre mudança de comportamentos e hábitos, fazendo-os refletirem se vale a pena ou não inclinar-se aos valores éticos e morais impostos na corporatividade.
Nessa perspectiva, o conteúdo deste estudo está organizado, neste primeiro capítulo, de modo a incentivar sempre um debate sobre as questões éticas empresariais, bem como promover a capacitação de profissionais de distintas áreas do conhecimento dentro da esfera ética atual.
Portanto, o conteúdo teórico desenvolvido neste capítulo busca trazer alguns conceitos básicos sobre a ética, seja na esfera da filosofia quanto a ética profissional; a ética aplicada na profissão e, dessa forma, provocar no aluno para algumas reflexões sobre alguns desafios ao adotar a ética, bem como a ética aplicada contra a desigualdade social.
São temáticas que conduzem a inúmeras reflexões e contextualizações para as profissões em diversas áreas do conhecimento, contribuindo, assim, com o crescimento e o desenvolvimento do leitor.
Consideramos relevante lembrar que a ética é comum a todos os cursos, em diversos contextos e situações da profissão, e que ter o pleno conhecimento sobre os conceitos apresentados neste capítulo servirão de subsídio para sua qualificação, capacitação acadêmica e profissional, contribuindo para o diferencial competitivo adquirido.
Bom trabalho!
1 Os pilares da construção de uma ética profissional
O atual mundo corporativo está extremamente competitivo, exigindo contínuas inovações nas empresas para que se aprimore a qualidade nas atividades. Nesse sentido, o dinamismo, a criatividade, um domínio sobre novas tecnologias, juntamente com uma descentralização das decisões passam a ser um desafio para o novo profissional estar sempre à frente de sua concorrência. Esse clima, com tantos desafios a serem enfrentados, bem como a ansiedade do sucesso profissional, podem acarretar diversos questionamento nos profissionais, direcionando-os sobre mudança de comportamentos e hábitos, fazendo-os refletirem se vale a pena ou não inclinar-se aos valores éticos e morais impostos na corporatividade.
Nessa perspectiva, o conteúdo deste estudo está organizado de modo a incentivar sempre um debate sobre as questões éticas empresariais, bem como promover a capacitação de profissionais de distintas áreas do conhecimento dentro da esfera ética atual.
1.1 Conceitos básicos de ética
De acordo com Sá (2013), a ética nos dias de hoje se confronta com as regras éticas do século XIX, pois fragmentou o formalismo e o absolutismo que ofertavam ao indivíduo se transformar partindo da abstração do universo e do bem coletivo. Observa-se que os campos da Sociologia, da Filosofia, da Medicina, do Direito, da Engenharia Genética e de outras ciências enfrentam atualmente constantes problemas éticos em suas áreas. No campo da prática política, destacam-se imensas atividades antiéticas, que são responsáveis por variadas espécie
Geralmente, quando se trata sobre ética, automaticamente se remete à moral, pois não há como separar ética e moral, uma vez que ambas andam juntas. Todavia, elas agem com condutas distintas, ou seja, a moral está ligada aos bons costumes nas ações dos indivíduos segundo os mandamentos da justiça, da igualdade e do direito de cada pessoa no convívio social. A ética, por sua vez, prega sob os imperativos de um consenso, em que a dignidade não é dependente de nenhuma circunstância, uma vez que a ética é uma qualidade própria e específica do ser humano, interiorizada no seu real valor (SÁ, 2013).
Destaca ainda esse mesmo autor que muitas vezes a ética é confundida com a lei, entretanto, não é, ou seja, a lei somente possui por fundamento os princípios da ética. Dessa forma, a ética se distingue da lei, pois nenhuma pessoa pode ser obrigada pelo Estado ou por outras pessoas a cumprir rigorosamente as normas éticas, e muito menos a sofrer qualquer punição por desobedecer a questões éticas, assim, abre-se um vácuo em que a lei pode ser omissa no que diz respeito às questões éticas.
Sobre a diferença entre ética e moral:
A ética também não se confunde com a moral, embora haja aparente identidade etimológica dos significados ethos em grego e mós em latim querem dizer costume, nesse sentido a ética seria a teoria dos costumes. 
(VASQUEZ, 1995 apud NELINE 2001, p. 36)
Observa-se que ética e moral são assuntos que estão muito relacionados, no entanto, são distintos entre si, uma vez que a moral se baseia na obediência às normas nos costumes e nos mandamentos culturais, hierárquicos e até mesmo religiosos; e a ética, procura solidificar a maneira de viver pelo pensamento humano (SÁ, 2013).
Naline (2001) acrescenta que na esfera da Filosofia, a ética não pode simplesmente ser resumida à moral, em que normalmente é entendida como costume, ou hábitos, pois a ética agrega vários campos, tais como Antropologia, Psicologia, Sociologia, Economia, Pedagogia, Política, e até mesmo outras ciências. Em razão disso, aprender sobre ética é uma das alternativas eficazes para o ser humano enfrentar as diretrizes diferentes que cada ser possui e estar ciente de suas ações, uma vez que ética se aprende e também se ensina, pois de nada adianta o conhecimento técnico sem um crescimento ético. A pessoa, unindo esses elementos, conseguirá distinguir valores que fazem a diferença na sociedade.
Nessa esfera, Oliveira (2012, p.80) afirma:
Ética corporativa é um norteador do comportamento humano no trabalho, ela pode ser compreendida como um conjunto de valores e normas que possibilitam saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o lícito e o ilícito, o conveniente e o inconveniente, mas também o honesto e o desonesto no cotidiano da organização.
Para Herkenhoff (2001), os princípios éticos e morais representam os pilares na construção de um profissional modelo do Direito Justo, pois esse indivíduo se diferencia não só pelo seu talento, mas por sua moral e ética diante o mercado. Esses valores éticos e morais contribuem na construção de uma identidade profissional que abrange uma representação social com uma carga de consciência profissional que servirá de exemplo para outros profissionais.
Salienta ainda Herkenhoff (2001) que a esfera ética é a esfera do “deve ser”, ou seja, a esfera dos juízos de valor na sociedade, em oposto à esfera do “ser”, que representa a esfera dos juízos de realidade, assim, a moral representa a parte subjetiva da ética.
Ghillyer (2015) afirma que a ética trabalha verificando como os indivíduos convivem no cotidiano em sociedade e em conformidade com um padrão já estabelecido que determine o que é certo e o que é errado, tanto em como as pessoas pensam e se comportam em relação aos outros quanto em como elas gostariam que os outros pensassem e se comportassem em relação a eles. Para alguns indivíduos, a ética é uma escolha consciente de seguir um conjunto de padrões morais ou princípios éticos que servem como exemplo para sua conduta no seu dia a dia. Para outros, essa escolha não é tão evidente assim, pois esses indivíduos observam o comportamento de outros para assim determinar o que é realmente um padrão aceitável de comportamento certoou errado, ou seja, bom ou ruim. A maneira como os indivíduos chegam à definição do que realmente é certo ou errado é oriunda de diversos fatores, inclusive a forma como essas pessoas foram criadas e educadas, bem como suas culturas, crenças, tradições e outros elementos.
Observando uma preocupação na ética com os idosos, Uchôa (2003) salienta que o Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, da Fundação Oswaldo Cruz/Universidade Federal de Minas Gerais, alerta que existe uma marginalização do idoso atualmente na sociedade, em que a velhice nos países ocidentais se encontra na contramão de uma sociedade justa e dinâmica, uma vez que as pessoas mais velhas normalmente dependem das pessoas mais jovens, ou seja, de sua família, de seus filhos e da própria sociedade em um todo e muitas vezes esquecidas e largadas por suas famílias e a sociedade em um todo. Já nos países orientais, as pessoas idosas são mais respeitadas e até mesmo veneradas, com uma cultura que vai muito além do que simplesmente cuidar deles,
Rios (2011) destaca que cada sociedade possui sua própria ética, o seu próprio jeito de ser, bem como o conjunto de regras éticas as quais regem uma sociedade específica. O domínio do ethos é o da moralidade, bem como do estabelecimento de valores e deveres, partindo da repetição das ações da sociedade e da significação na qual a ética é atribuída. Então, a ética de uma sociedade possui sua base em ações transmitidas através de gerações, por meio de atitudes que são consideradas como éticas e morais por aquelas pessoas de uma determinada sociedade e, por serem ações comuns a uma sociedade específica, os deveres e as normas são estabelecidos.
Fique de olho!
Ressalta ainda Rios (2011) que o conceito de ética está diretamente ligado ao seu núcleo, ou seja, a ética implica diretamente em reconhecer a presença de outra pessoa como seu igual, em humanidade.
Já para Sá (2003), a ética trabalha com fenômenos morais, ou seja, os códigos de normas históricas que regulamentam as relações e as condutas dos indivíduos que interagem na sociedade, bem como também os discursos normativos que identificam no coletivo o que é certo ou errado realizar. Nesse pensamento, a ética possui uma relação direta com o desejo de realização, uma vez que está a todo instante ajustando tais desejos a relações consideradas justas e aceitáveis pela sociedade na qual está inserida. De acordo com a etimologia da palavra, que possui suas raízes fundamentadas no grego ethos, a ética significa ações e costumes aceitos por um grupo social, afirmando-se que, desde os tempos primitivos, os costumes já eram decisivos para a aceitação da conduta das pessoas para viverem em sociedade (SILVA, 2013).
Na perspectiva de Ferreira (1999) a ética pode ser caracterizada pelo estudo dos juízos de apreciação condizentes à conduta humana suscetível de aceitação do ponto de vista do bem e do mal, seja em relação a uma determinada sociedade, seja de maneira absoluta.
Atualmente, segundo Whitaker (2006), a globalização dos mercados ampliou o contato entre os países e seus respectivos povos e culturas próprias. Dessa forma, o conhecimento antropológico, como ciência sobre a conduta humana, salientou e reforçou as relações empresariais devido à distinção de padrões éticos e morais das nações. Esse conhecimento, nos dias atuais, é utilizado como uma força estratégica em negócios bem-sucedidos. A ética tem sido usada pelos empresários administradores como um diferencial competitivo, gerando procura por empresas que trabalham direcionadas aos padrões de ética e morais distintas por outros países e a adoção de padrões éticos e morais por outras empresas para se encaixarem nesse novo mercado.
A ética, portanto, pode ser definida como a ciência que estuda a vida do ser humano, sob o ponto de vista da qualidade da sua própria conduta, ou seja, da boa e da má conduta conforme as regras de uma determinada sociedade e, principalmente, da correlação entre boa conduta e felicidade que existe no interior de cada indivíduo. Então, pode-se afirmar que a ética não é simplesmente uma ciência teórica ou meramente especulativa, mas sim uma ciência prática e objetiva, no sentido de que a mesma se preocupa com a ação e com o ato do ser humano (ALONSO; LÓPEZ; CASTRUCCI, 2012).
1.2 Ética profissional na esfera da filosofia 
 
A ética é muito aplicada no campo das atividades profissionais, e é um importante diferencial competitivo nas empresas, pois a ética profissional determina o sucesso das organizações diante do cenário competitivo atual. A ética profissional é essencial por conta de que na ação humana “o fazer” e “o agir” estão muito interligados e isso, consequentemente, está vinculado à competência e à eficiência obrigatória que todo profissional deve ter para executar com sucesso a sua profissão. Destaca-se que o “agir” se refere à conduta do indivíduo profissional em relação ao conjunto de atitudes que ele deve assumir no desempenho de suas atividades laborais. O ato de “fazer” se refere essencialmente à competência e à eficiência que todo profissional deve ter para exercer bem a sua profissão (OLIVEIRA, 2012).
Assim, para esse mesmo autor, tanto a moral quanto o direito, fundamentam-se em regras que objetivam estabelecer previsibilidade para as ações dos indivíduos, entretanto, moral e direito se diferenciam. A moral impõe regras que são assumidas pelo indivíduo como uma maneira de garantir o seu bem-viver, e não depende das fronteiras geográficas, pois garante uma identidade entre as pessoas que nem ao menos se conhecem, entretanto, utilizam esse mesmo referencial moral em comum. Já o direito procura estabelecer regras em uma sociedade que é delimitada pelas fronteiras de cada Estado, enquanto as leis possuem um alicerce territorial que valem somente para a área geográfica em que um determinado povo vive.
A ética pode também ser definida como um estudo geral do que realmente é bom ou ruim, correto ou não, justo ou injusto, adequado ou inadequado, entretanto, deve levar-se em conta as diferentes culturas, crenças e outros fatores de cada região do planeta para se compreender o universo da ética. O importante é que um dos objetivos da ética é a procura de justificativas para as regras propostas pela moral e pelo direito, uma vez que a ética é distinta em ambos, uma vez que não estabelece regras (OLIVEIRA, 2012).
A Ética faz parte de uma ramificação da esfera filosófica, que possui como meta uma análise dos assuntos morais. Sá (2007, p. 46) afirma: “em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”.
Reforçando, Sá (2007, p.46) diz:
São as ações promocionais que apresentam, de forma clara e objetiva a intenção de provocar uma atitude favorável de aceitação, participação e envolvimento no processo promocional que resultará na compra e na venda a curto prazo do produto prom“Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas. Encara a virtude como prática do bem, e esta como a promotora da felicidade dos seres, quer individualmente, quer coletivamente, mas também avalia os desempenhos humanos em relação às normas comportamentais pertinentes. Analisa a vontade e o desempenho virtuoso do ser em face de suas intenções e atuações, quer relativos à própria pessoa, quer em face da comunidade em que se insere.
Machado (2006, p. 15) observa: “as doutrinas éticas fundamentais surgem em diferentes sociedades como resposta aos problemas básicos apresentados nas relações entre os homens”.
Independentemente de culturas, crenças e outros fatores, existe uma característica na ética que é comum em todo o planeta, ou seja, a existência da análise e prática do bem comum, assim como o incentivo de uma boa conduta da vida humana para um convívio social pacífico e harmonioso para viver em sociedade. Na história do homem, as concepções éticas transcorrem conforme as concepçõesfilosóficas e até mesmo as concepções religiosas que surgiram no momento em que a humanidade passou a conviver em sociedade ou em grupos sociais (ARANHA e MARTINS, 2003).
Apesar de tantas divergências, existe um consenso entre os estudiosos, salientando a existência de dois aspectos norteadores que são aceitos na teoria sobre ética, Sá (2007, p.2) relata que:
1º 
· Como ciência que estuda a conduta humana dos seres humanos, analisando os meios que devem ser empregados para a referida conduta se reverta sempre em favor do homem. Nesse aspecto, o homem torna-se o centro da observação, em consonância com o meio que lhe envolve. Cuida das formas ideais da ação humana e busca essência do Ser, procurando conexões entre o material e o espiritual.
2º 
· Como ciência que busca os modelos da conduta conveniente, objetiva, dos seres humanos. A correlação, nesse aspecto, é objetiva entre o homem e seu ambiente. Os modelos, como valores, passam a guiar a estrutura normativa. [...] Embora seja possível identificar tais posicionamentos, no aprofundamento das obras tratadistas, a realidade é que entrelaçamentos e mesclas diversas foram e ainda são operados.
Sobre moral, Aranha e Martins (2003, p. 261) considera que:
“Em sentido bem amplo, a moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de homens. Nesse sentido, o homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de homem que se toma como ponto de partida.”
No que diz respeito à ética e mudanças de paradigmas:
O que ocorre, na realidade, é uma atualização dos princípios e valores éticos, de acordo com a cultura, com a sociedade, para que esses possam continuar tendo validade. [...] A ética, portanto, revela a maneira de pensar de um povo, a forma de agir e de ver o mundo. Como este mundo e o próprio homem vivem em constante mudança, se aperfeiçoando e se modificando, é necessário que tudo o que foi por ele criado o acompanhe nesse processo de evolução. 
(ALMEIDA, 2007, p. 16)
Na realidade, existem várias definições sobre ética que são discutidas e defendidas por diversos pesquisadores desse tema em épocas diferentes na história da humanidade. Isso acontece por conta de que a ética é atribuída a uma grande variedade de costumes, de culturas, de princípios e valores que surgiram ao longo do tempo juntamente com o fator do desenvolvimento social, da mutabilidade e volatilidade social que acontece de geração em geração. Assim, as concepções do que realmente significa ética ou sobre ser um indivíduo ético passaram por mudanças constantes e sempre com a meta de manter o convívio social mais humano, mais justo e mais equilibrado (OLIVEIRA, 2012).
1.3 A ética aplicada na profissão 
O ato de exercer ética profissional não é uma dádiva natural do ser humano, é uma conquista cultural e nada fácil, que lida com a dimensão ético-profissional de fazer o indivíduo não trabalhar pelos caminhos fora da boa fé e não agir de maneira irresponsável. Por isso, cada profissão possui seu próprio código de conduta e ética, ou seja, o profissional possui o dever de cumprir as regras éticas e morais respectivas de cada área em que atua. A ética é uma condição essencial para o exercício de qualquer profissão (OLIVEIRA, 2012).
Sá (2013) destaca que a ética profissional é um conjunto de normas que incentivam a consciência do indivíduo profissional, sendo um norte para sua conduta em suas ações e atividades laborais. A ética profissional abrange muitos aspectos em variadas áreas em que cada profissão aplica seus próprios códigos éticos. Tais códigos de conduta e ética profissional educam como o profissional deve se comportar no mercado de trabalho. A cidadania e a ética são dois elementos que fazem uma sociedade mais transparente, idônea, responsável e próspera.
Observa Oliveira (2012) que em toda a fase de uma formação profissional existe um aprendizado sobre competências e habilidades que são próprias à prática específica de cada área e todas incluem a reflexão, um elemento essencial desde o início dos estágios até a formação completa do profissional. Quando o indivíduo completa sua formação superior, ele realiza um juramento ao qual se compromete com a sua classe profissional em que foi inserido. Essa ação representa o aspecto moral da chamada Ética Profissional, ou seja, uma adesão voluntária sobre um conjunto de regras que são estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício profissional. Cada profissão possui suas próprias leis e códigos de conduta, e todas são elaboradas almejando a proteção dos profissionais e, principalmente, dos que os contratam. Entretanto, existem alguns aspectos que não estão previstos especificamente nas leis e códigos de conduta das distintas áreas profissionais, todavia, fazem parte do compromisso do profissional com a ética, tanto junto com seus colegas, quanto com seus clientes, uma vez que o mais importante é realizar a coisa certa e honesta.
Sá (2013) salienta que um profissional ético trabalha sempre dentro de padrões pré-estabelecidos pela empresa, ou, ser for um profissional autônomo, também deve agir de maneira responsável e ética, sem prejudicar ninguém.
Nesse sentido, percebe-se que um profissional que trabalha de maneira ética cumpre à risca os valores morais e os preceitos básicos da sua organização, bem como da sociedade em um todo:
A ética corporativa é um norteador do comportamento humano no trabalho, ela pode ser compreendida como um conjunto de valores e normas que possibilitam saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o lícito e o ilícito, o conveniente e o inconveniente, mas também o honesto e o desonesto no cotidiano da organização.
(OLIVEIRA, 2012, p.80)
A ética profissional exige do indivíduo mudanças de condutas e de hábitos, envolvendo estar sempre bem atualizado sobre sua profissão, bem como saber agir com as constantes mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área, e, principalmente, nos aspectos legais e normativos. Por isso a importância do conhecimento e da disciplina na profissão para não acontecer negligência profissional com os valores éticos e morais, que agregam elementos como: competência técnica, aprimoramento constante na área, respeito a qualquer pessoa, manter confidencialidade, manter privacidade, possuir tolerância, ter flexibilidade a todo instante, ser fiel, se envolver com ótima conduta e boas maneiras, ressaltar suas relações interpessoais, ser verdadeiro e transparente nos negócios, possuir responsabilidade e adquirir confiança dos clientes para obter um comportamento eticamente adequado, seja qual for a área do profissional (OLIVEIRA, 2002).
Segundo Cortella e La Taille (2009, p. 35), "ética é a perspectiva de uma vida boa para e com outrem, em instituições justas".
Para esses mesmos autores, na definição acima, consideram uma linha que contextualiza a ética quando remetem às instituições justas. Os autores afirmam que a ética condiz com a vivência harmoniosa no contexto coletivo social. Assim se verifica que a ética vinga realmente no ambiente organizacional através do relacionamento interpessoal.
Em suma, os autores definem melhor o acima citado apresentando que é necessária a compreensão da existência de um programa recheado de normas e regras voltado para a ética, que objetiva a perspectiva de uma vida boa com a participação do outro na convivência em sociedade. Assim:
A participação do outro ocorre, concomitantemente, de duas formas: com o outro (agregando a ideia do grupo, da cooperação) e para o outro (enfatizando a ideia da benevolência, da generosidade humana)
(CORTELLA; LA TAILLE, 2009, p. 36).
Destacam Cortella e La Taille (2009) que a ética profissional oferta princípios essenciais aos quais determinam quais os comportamentos aceitáveisou inadmissíveis no exercício da profissão.
1.4 Reflexões
Atualmente existem muitos desafios relativos aos aspectos éticos que trouxeram diversas mudanças de paradigmas, fazendo-se repensar nas distintas ações praticadas no cotidiano da vida em sociedade. Em uma reflexão, observa-se uma forte crise dos valores éticos ultimamente, principalmente nos últimos anos, o que influenciou de maneira negativa tanto a formação quanto o exercício profissional dos indivíduos. Independentemente da origem social, as pessoas vivem sob influência dos aspectos éticos disseminados de forma desregrada na sociedade. Dessa forma, nos dias atuais, existe a valorização dos bens materiais, bem como da obtenção de recursos financeiros em primeiro plano, na contramão da solidariedade e do respeito com o próximo. Os avanços científico-tecnológicos contribuíram para uma “frieza” social e incentivaram o individualismo e o antissocialismo de indivíduos que os utilizaram de maneira inadequada à intenção de que foram elaborados, ou seja, tais avanços vieram para socializar e fazer as pessoas interagirem entre si e possuir um espírito de cooperativismo e coletividade (PINHEIRO; MARQUES; BARROSO, 2006).
Juntamente a esse triste cenário, Almeida (1998) destaca a existência desnecessária do culto ao corpo como uma espécie de competição. Não se está aqui falando de manter uma saúde boa por meio de exercícios físicos, e sim da idolatria ao narcisismo ao extremo aliada à longevidade da população, que influenciou a mudança nos hábitos e estilos de vida muitas vezes egoísta e individualista. Na contramão, existem pessoas que vivem em péssimas condições de vida, praticamente excluídas da sociedade por conta de suas precárias condições financeiras que afetam em tudo no seu dia a dia. Existe um desequilíbrio financeiro e social visível e incontestável.
Com as constantes mudanças que acontecem na sociedade e os valores que ela cultua, os quais mudam seguidamente, não se pode negar a dimensão ética no trabalho da educação, entretanto, a intensidade de cobrar ética de quem ensina é a mesma de quem exerce qualquer outra profissão (PERRENOUD, 2000).
A ética é o elemento fundamental para qualquer trabalhador obter sucesso e deve ser fomentada desde o início de sua formação profissional. Ressalta-se que a ética ocorre no interior do ser humano, sendo percebida a partir do instante em que se questiona uma ação ou uma conduta praticada ou que se irá praticar, ou seja, é um mecanismo de controle interno de uma ação humana.
(D’ALVA, 2004)
Boff (1999) ressalta que é necessária uma reflexão sobre a responsabilidade profissional individual ou coletiva no que diz respeito à ética, pois se percebe que a ética implica diretamente em uma ótima formação profissional, uma vez que é visível que uma desigualdade social pode ser combatida também através de ações éticas, sendo um caminho correto para um futuro bom profissional, seja de qual área for.
1.4.1 Ética aliada contra a desigualdade social
Nos dias atuais, se fala muito em crises, sejam elas econômica, energética, social, ambiental, educacional, moral ou espiritual, e, em meio a tudo isso, observam-se organizações com seus gestores buscando cegamente o sucesso financeiro como o único objetivo a ser atingido. Há tempos, as máquinas substituíram os trabalhadores, e cada vez mais a produção aumenta em pouco tempo para vender mais aos consumidores e, na mesma medida, o número de trabalhadores nas organizações reduzem por conta desse avanço tecnológico, e os operários que sobraram têm seus direitos e lucros arrebatados pelos empresários. A competição entre as empresas contribui para esse mal social, pois as máquinas geram maiores lucros e menores danos à empresa, e todas almejam somente estar entre as grandes organizações em uma cultura de desigualdade social, o que lhes atrapalha em momentos de crise econômica, pois máquinas não defendem a empresa, pessoas sim, e são fiéis quando bem tratadas e reconhecidas devidamente em suas atividades laborais na empresa (BOFF, 2014).
Os indivíduos desfavorecidos economicamente são as principais vítimas da sociedade de consumo, uma vez que têm de trabalhar cada vez mais para conseguir sobreviver e consumir os bens produzidos, gastando seu tempo no serviço e chegando à velhice em situação financeira precária e desonrosa para quem trabalhou uma vida inteira. A sociedade consumista afasta o trabalhador de sua família, não lhe oferta uma moradia digna, um salário merecedor e boas condições de trabalho, incluindo horas e horas de serviço para manter o emprego, ou seja, lhe tira o tempo para viver mais e melhor com a sua família, pois tem de trabalhar muito para ter o conforto e os bens desejados tanto pelo indivíduo quanto por sua própria família. Isso fez acontecer mudanças radicais na estrutura familiar (PINHEIRO; MARQUES; BARROSO, 2006).
A denominada ética do sucesso, ostentada por grandes empresários e outros detentores do poder, diminui fortemente a igualdade social, pois tais ações restringem os recursos da população mais desfavorecida economicamente, e faz refletir sobre a eficácia da ética do sucesso em que se pode tirar vantagem de tudo, inclusive dos desafortunados, maioria da população, ocasionando na sociedade de consumo crises imensas, incertezas, fazendo acontecer um novo mundo recheado de inseguranças nas potências econômicas nessa nova ordem de mercado. Essa nova ordem salientou uma desumanização crescente partindo da ideia de que o desenvolvimento econômico está diretamente ligado ao lucro, não levando em conta a vida em um todo, atingindo de modo danoso, além do ser humano, o ecossistema. A ambição na geração de riquezas faz com que os indivíduos que compõem a denominada a ética do sucesso não valorizem seus semelhantes e nem o meio no qual eles próprios estão inseridos (GARRAFA, 2003).
Afirma ainda Garrafa (2003) que o mundo atual está moralmente depravado, supervalorizando o supérfluo e desvalorizando o ser humano e a natureza na busca incessante pelo lucro e pelo poder sem ao menos observar o coletivo, tornando-se cada vez mais individualistas sem olhar para as pessoas menos favorecidas que todos os dias sofrem privações básicas para sua sobrevivência.
Essa visível desigualdade social e as distintas oportunidades que as pessoas possuem levam os indivíduos que trabalham e mesmo assim não conseguem ter condições dignas de viver a procurar caminhos éticos errados para tentar equilibrar essas desigualdades, uma vez que se vive um momento em que, infelizmente, o dinheiro e o poder estão em evidência e é essencial para se ter uma imagem forte na comunidade. A sociedade atual, que vive em um constante avanço tecnológico, cada vez mais ocasiona desempregos e se esquece dos excluídos e desafortunados, como exemplo, as companhias de telefonia celular instalando sofisticadas torres nas favelas em que não existe nem mesmo água e nem saneamento básico, e não ofertam nada em troca à comunidade (PERRENOUD, 2000).
Existe um dilema entre estimular um avanço acelerado da tecnologia de maneira irresponsável, pois coloca em risco a sobrevivência do ser humano e da natureza, e faz repensar o comportamento humano diante dessas ações e suas consequências. Nessa linha de raciocínio, surge uma reflexão sobre a bioética, a sustentabilidade e um cunho social mais forte por parte das empresas. Assim, temas científicos, filosóficos, jurídicos, administrativos e outros estão cada vez mais sendo inseridos na formação profissional, tendo a ética como norte nas ações futuras dos novos empresários, ou seja, a ética sendo utilizada como esfera normativa e reflexiva (ZAJDSZNAJDER, 2001).
1.4.2 Desafios ao aplicar a ética
É urgente que exista uma redefinição dessa nova ordem mundial, em que se deve optar pela consciência social e ambiental, sem perder o rumo do progresso. É nesse momento que surge a ética profissional, que condiciona e proporciona um bem-estar da humanidade por meio de ações politicamente corretas. É muito mais rentável promover o equilíbrio social e ecológico doque ter de lidar com tantas desigualdades, que geram violência, descasos e pior, menosprezam a vida colocando o lucro acima de tudo. É essencial ter esperanças para um mundo mais justo, e a ética é o melhor caminho para que isso ocorra. O grande poder da ética reside na predominância de sentimentos e atitudes que são voltadas para o amor verdadeiro ao próximo, e o que você não quer para si não deseje ao outro. A compaixão e a solidariedade estão diretamente ligadas à ética, pois ela vive na consciência humana de cada um em seus princípios de convivência em sociedade, e pensar no coletivo e deixar de lado o individualismo é a única maneira de fazer a ética vingar realmente (BOFF, 2003).
A reflexão sobre as ações que se pratica traz à tona o dever de cuidar de nossos atos diante das atividades que praticamos, sejam elas laborais ou não, pois nos conscientiza sobre as possíveis consequências que podem surgir no cotidiano de cada um. 
(BOFF, 2014)
Boff (2014) ainda reforça que o ser humano sempre procura resolver problemas em meio às situações complexas e vive em um constante confronto entre o bem, e o mal, por isso o cuidado é o cerne humano e elemento presente na ética.
Ressalta Boff (2014) que o cuidado é o alicerce da primeira atitude ética fundamental, uma vez que o cuidado protege a vida, garante os direitos dos indivíduos e de todo o ecossistema, de forma que faz o ser humano conviver em solidariedade, compreensão, compaixão e amor ao próximo. Em termos, o cuidado é fundamento da criatividade, liberdade e da inteligência do ser humano. Ele também faz cada indivíduo desenvolver a afetividade para com o próximo, auxiliando na construção de um mundo mais justo e igualitário, isso porque a sociedade é um produto de atos individuais e coletivos.
Nessa esteira, cada profissional deve possuir, desde a sua formação, a capacidade de saber questionar e revisar suas ações constantemente, tanto em sua vida particular quanto no exercício da sua profissão. Os códigos éticos e morais devem estar presentes e servem como norteadores nas decisões profissionais, abrangendo além do expresso no juramento do código de conduta de cada profissão, uma vez que não se deve ter caráter corporativista de proteção aos profissionais, e sim o objetivo de melhorar a qualidade da vida coletiva (KIPPER, 2003).
O desafio nos dias atuais, portanto, é fazer o profissional repensar sobre suas ações e não se basear em modelos de outros profissionais que agem de modo antiético, ou seja, deixar de ser egoísta e individualista para obter o lucro a qualquer custo, cultivado pela sociedade atual. O profissional deve agir como cidadão consciente e trabalhar de maneira que leve os seus colegas a atuarem na esfera da coletividade. É um trabalho árduo, porém com frutos preciosos que futuramente lhe trarão uma imagem positiva no mercado. Para isso, se deve preservar os valores universais do ser humano e ver o outro lado, frágil e indefeso, preservando também a biodiversidade, reconhecendo e respeitando as peculiaridades locais, bem como as distinções de gênero, raça, credo e muitas outras (OLIVEIRA, 1999).
Esse novo perfil de profissional ético deve contribuir ativamente para a propagação da ética na sociedade, agindo com dignidade, cidadania e almejando possibilidades de produzir efeitos positivos no contexto coletivo e descartar o individualismo atual.
(ANCHEZ, 1997).
A sociedade nos dias atuais não aceita a exclusão social e a má distribuição de renda, pois é sabedora das precárias condições econômicas dos mais desfavorecidos, que fomentam o desequilíbrio individual e coletivo na conduta ética dos profissionais e cobra medidas das organizações. A formação dos profissionais deve agregar a ética para os mesmos se tornarem promotores de sua própria cidadania, servindo de exemplo a outros, uma vez que os novos profissionais serão estimuladores do exercício da cidadania também do próximo. Mas para que isso aconteça é preciso a compreensão de toda essa dimensão ética de valorização do ser humano, aliada a outros valores morais e éticos (BELLATO, 2003).
Nos dias atuais, as consequências do progresso possuem uma repercussão mundial e exigem uma reconstrução sobre como aplicar a ética, uma vez que desapareceram as referências tradicionais norteadoras das ações éticas.
(RUSS, 1999)
Já na formação profissional, o estudante deve ser incentivado a contribuir para um desenvolvimento mais sustentável na sociedade, tendo a ética como fundamento para agir de maneira a preservar o ser humano e o meio ambiente no qual está inserido, fazendo-o perceber que a ética não é simplesmente um mero compromisso moral, mas sim uma ação que envolve valores individuais, coletivos e principalmente sociais e ambientais (MELO, 2004).
A ÉTICA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
Prof. Adi Regina Kaercher
Nesta unidade temática, você vai aprender
· A refletir sobre Ética Profissional e Empresarial nas Relações de Trabalho e suas ramificações;
· A compreender a abordagens de temas como Ética aplicada nas Organizações, Códigos Éticos;
· A entender a relevância da conduta ética nas relações de trabalho, abrangendo os princípios e os valores que devem ser preservados para uma equidade nas relações trabalhistas;
· A refletir sobre questões éticas empresariais como ferramenta visando promover qualificação profissional, com vistas à aplicação da ética e da moral como princípios fundamentais do comportamento humano.
Introdução
Este capítulo apresenta assuntos respectivos à Ética Profissional e Empresarial nas Relações de Trabalho e suas ramificações. Dessa forma, aborda temas como Ética aplicada nas Organizações, Códigos Éticos e, por fim, os Benefícios de um Comportamento Ético nas Empresas. O capítulo disserta sobre a importância da conduta ética nas relações de trabalho, abrangendo os princípios e os valores que devem ser preservados para uma equidade nas relações trabalhistas. Além disso, este capítulo aborda questões sobre a ética empresarial como ferramenta para promover uma melhor qualificação profissional salientando o zelo para uma sociedade justa através da aplicação da ética e da moral como princípios fundamentais do comportamento humano.
A redação deste capítulo trata também sobre os valores objetivos perceptíveis e claros que a ética deve possuir, pois as pessoas possuem distintas culturas e princípios variados que devem ser respeitados conforme sua cultura, crença dentre outros elementos. Assuntos como ética empresarial são definidos neste capítulo abrangendo o comportamento da empresa diante de questões como as regras e os princípios morais estabelecidos pela sociedade na qual está inserida. Temas como honestidade, boa convivência e ótimo comportamento com a sociedade, filosofia, ética empresarial, busca contínua pela excelência, procedimentos éticos, código de conduta e ética, mecanismos de cunho social e ambiental, atividades rotineiras, eficácia na realização das atividades, honestidade, transparência nos negócios, colaboradores, clientela, fornecedores, entorno, responsabilidades fiscais com o Governo, evitar agir de maneira antiética, dentre outros, são muito discutidos neste capítulo.
A primeira seção de subtítulos apresenta a Ética aplicada nas Organizações, em que são discutidos assuntos como o espírito capitalista e a expansão do capitalismo, o conjunto de costumes e hábitos fundamentais no comportamento e na cultura, característicos de uma determinada coletividade, época ou região, bem como também disserta sobre os princípios antiéticos e os valores imorais disseminados por gestores maldosos no atual cenário nefasto do mercado, onde realizam assédio moral ou sexual na empresa, assim como a revelação de estratégias a outras organizações concorrentes, a quebra de sigilo empresarial e manipulação maldosa de informações falsas sobre a empresa, a utilização de dados confidenciais em benefício próprio, a corrupção e as fraudes, o atentado a moral e a ética através de ações inescrupulosas dos maus gestores que objetivam apenas o retorno financeiro em curto prazo,prejudicando além das empresas responsáveis, a sociedade em um todo.
A segunda seção de subtítulos explana sobre Códigos Éticos, dissertando sobre questões filosóficas éticas e morais na sociedade que foram se modificando ao longo dos anos em razão dos inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e culturais até se chegar à sociedade contemporânea. Este subtítulo salienta a importância de a empresa agir de forma correta e confiável em relação aos seus clientes, fornecedores e o entorno onde está inserida por meio das comissões de ética, responsáveis pela criação e implantação dos códigos de ética.
A terceira e última seção de subtítulos aborda os Benefícios de um Comportamento Ético nas Empresas, trazendo ao leitor uma perspectiva geral sobre as vantagens da aplicação de responsabilidade ética empresarial e priorização do bem comum, observando-se elementos que servem como instrumentos valiosos para se obter competitividade e alavancar os negócios com uma ótima reputação da empresa na sociedade por meio de um comportamento ético e moral que geram credibilidade e lucratividade.
A ética profissional e empresarial
A conduta ética nas relações de trabalho envolve princípios e valores que devem ser priorizados para chegar-se a um ponto de equilíbrio nas relações trabalhistas. Dentre esses princípios e valores se destaca a dignidade da pessoa humana (CAVALCANTE, 2015).
A ética empresarial objetiva a promoção de uma melhor qualidade profissional, uma vez que salienta uma imensa preocupação com o zelo essencial para uma sociedade justa através da aplicação da moral diante do modo de pensar lógico atual e dos pensamentos individuais e coletivos somente almejando resultados financeiros (FERRELL; FRAEDRICH; FERREL, 2001).
Pode-se definir a ética profissional como uma série de atitudes positivas com os clientes e colegas de profissão, baseada em valores morais aplicados no cotidiano do exercício das atividades trabalhistas. Nesse aspecto, a transparência profissional, ou seja, a honestidade e atitudes corretas, bem como as ações em conformidade com as normas morais socialmente aceitas e, principalmente, a ética como princípio norteador de qualquer ação fazem do profissional um indivíduo modelo a ser seguido, em especial nos dias atuais, em que a maioria dos profissionais não segue os princípios éticos em suas ações e relações trabalhistas, sendo assim, o profissional modelo é um importante diferencial competitivo nas organizações. Além disso, quando se age de modo ético, outros benefícios aparecem aos profissionais, tais como um bom funcionamento das atividades realizadas na organização e nas relações de trabalho entre os colaboradores. Portanto, a ética é essencial para uma boa conduta humana, seja em qual esfera for, pois seus princípios foram evoluindo de acordo com o processo de evolução do ser humano, em que a ética passou a nortear a conduta desenvolvida pelos indivíduos e em especial, passou a analisar o que é certo e correto, objetivando assim, o bem comum no dia a dia da sociedade (CAVALCANTE, 2015).
Nasch (1993) afirma que a conduta ética nas empresas influencia diretamente na imagem da organização, bem como de seus colaboradores, pois tais princípios orquestram a sociedade.
Nalini (2014.p. 30) reforça tal pensamento conceituando a ética:
“ciência do comportamento moral dos homens, em sociedade, sendo que a perda dos valores da moral afeta de forma direta a dignidade humana, que tem sua integridade abalada”.
A ética nas organizações jamais pode ser caracterizada com valores abstraídos e muito menos alheios que imperam nos dias atuais, ou seja, a ética empresarial deve possuir valores objetivos, perceptíveis e claros, pois os indivíduos que fazem parte da empresa muitas vezes agregam as mesmas crenças e os mesmos princípios que aprenderam vivendo e convivendo em sociedade (MAXIMIANO, 2011).
Em outra definição de ética, se destaca uma das características mais fundamentais do ser humano, a moral. Ou seja, não existe a menor possibilidade de se excluir a moral do cotidiano das pessoas, uma vez que esse elemento é um dos aspectos comportamentais mais importantes do comportamento humano, em que o indivíduo possui a opção de adotar esta ou aquela espécie de moral, mas nunca conseguirá conviver viver sem ela (ARANHA; MARTINS, 2009).
Fique de olho!
Nasch (1993, p. 6) destaca sobre as normas morais: “o estudo da forma pela qual as normas morais e pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa comercial”.
Segundo Cortela (2009), a ética empresarial pode ser definida como o comportamento da organização quando a mesma age de forma moral, ou seja, de acordo com as regras e os princípios morais estabelecidos pela sociedade na qual está inserida. A imagem da empresa é um dos fatores mais importantes para o sucesso da organização no mercado e a ética empresarial, além de um forte diferencial competitivo, é um fundamento básico para qualquer organização que queira sobreviver em um mercado competitivo e exigente. Nesse aspecto, as organizações necessitam priorizar e colocar a ética empresarial em primeiro plano, investindo em atitudes e condutas que ultrapassam as barreiras de simples interesses internos. As organizações que desejam realmente exercer a ética empresarial devem buscar um ótimo relacionamento com seus colaboradores, agindo de maneira honesta, justa, transparente, saudável e harmoniosa, aplicando todos esses quesitos também com sua clientela e seus fornecedores, além do entorno na qual está instalada. Para a empresa conseguir agregar a ética empresarial também é necessária uma atenção especial com suas responsabilidades fiscais com o Governo, além de se ater a questões ambientais e sociais de modo efetivo e constante.
As organizações, sem exceção, precisam estar sempre atentas aos procedimentos éticos em todas as suas atividades rotineiras, não bastando somente as recomendações de um código de conduta e ética, uma vez que o exercício da ética em sua complexidade agrega a busca contínua pela excelência de um bom comportamento diante de qualquer situação ou ação que a empresa esteja envolvida (REIS; et al., 2017).
Assim, para Moreira (1999, p.28):
A ética empresarial é um termo mais restrito que o de ética no seu sentido amplo, pois tratam especificamente da relação das empresas públicas, privadas ou mistas em seu comportamento interativo, com todos os demais segmentos que estão no campo de ação envolvendo colaboradores, clientes, público, concorrentes, comunidade etc.
Arruda (1997) observa que a ética empresarial faz parte do campo da filosofia que trata sobre o comportamento e os valores de uma organização, bem como os seus princípios morais dentro da comunidade. Assim, a ética empresarial determina a moral e a conduta ética das organizações no meio social as quais estão inseridas. Para uma empresa conseguir sobreviver no atual mercado, seja ela grande, média, pequena ou microempresa, a ética empresarial tem de ser uma constante em todas as suas ações, em que a conduta ética determinará o quanto a organização possuirá de respeito diante da sociedade, ou seja, sua imagem diante o mercado.
Segundo Sá (2013), dentre as virtudes que existem na ética empresarial se destacam o zelo ao executar qualquer atividade na empresa, a honestidade com todos os envolvidos nos diversos processos empresariais e a competência na realização de todas as suas atividades. Importante ressaltar que o cuidado com o que se realiza inicia com uma responsabilidade individual, que passa a ser coletiva quando é alicerçada em uma relação entre o indivíduo e o objeto de trabalho, uma vez que as pessoas são exigentes com os outros e com elas mesmas, pois cobram ações e atitudes que acreditam serem éticas de si mesmas e de outros indivíduos quando verificam algo errado.
A ética empresarial é norteada, além de princípios morais de boa convivência diante a sociedade, também por princípios jurídicos, ou seja, de natureza legal, que agem como mecanismos de cunho social e ambiental em conformidade com os valores éticosda empresa, os quais envolvem a responsabilidade individual e coletiva de todos os seus integrantes. Qualquer empresa que não incluir a prática ética em suas atividades estará rumo ao fracasso, pois os clientes estão cada vez mais exigentes em relação às atividades empresariais, fazendo o mercado adotar uma postura de boa convivência e respeito tanto com os clientes quanto aos agentes envolvidos nos processos das organizações. Por isso, o desrespeito com os clientes, com os colaboradores, com os fornecedores, além de falsas promessas de ganhar dinheiro fácil por meio de enganação, utilizando-se de meios ilegais, ocasionam uma má reputação e uma imagem negativa a qual ninguém quer estar aliado, pois atualmente, com a globalização e o acesso rápido às informações, todos sabem o que se passa em uma empresa. Alguns empresários podem até agir de maneira antiética em suas atividades e obter sucesso financeiro por um determinado momento, no entanto, quando descobertos, ou seja, quando verificadas suas verdadeiras intenções, sua imagem diante o mercado fica com total descrédito, não conseguindo negociar mais com ninguém. Em razão disso, a eficácia na realização das atividades, a honestidade, a transparência nos negócios, e outros elementos que fazem parte da moral e da ética são essenciais para o exercício de qualquer profissão (REIS; et al., 2017).
Sá (2013) salienta que é fundamental o empresário ter cuidado em qualquer atividade que desenvolva, tendo uma atenção especial até mesmo nas atitudes e condutas de seus colaboradores, pois eles também representam a imagem da organização. As ações de terceiros que estão representados em nome da empresa são de responsabilidade dos gestores, em razão disso, é necessário um zelo constante em todas as ações da empresa. A honestidade gera confiança, por isso trair a confiança é sempre sinal de deslealdade e desonestidade, e principalmente, falta de ética. Muitas vezes percebe-se isso em vários campos, tais como na política, nas empresas, na área da educação, na área da saúde e até mesmo nas distintas atuações de profissionais autônomos.
O princípio da honestidade não admite relatividade, ou seja, a pessoa é ou não é honesta, uma vez que não existe o aproximadamente honesto nem o relativamente desonesto. Igualmente, não existe uma honestidade que seja adaptável a cada comportamento diante terceiros, o que é errado continua sendo errado, apesar de muitos o estarem praticando não é aceito como correto. A virtude da ética agrega a honestidade na qual é praticada integralmente e constantemente, e sua principal característica é a prática do correto e do bem (REIS; et al., 2017).
1 A ética aplicada nas organizações
Weber (2016) observa que na época da expansão do capitalismo os trabalhadores e empresários protestantes detinham um maior poder aquisitivo em relação aos indivíduos católicos. Isso ocorreu por conta das diferentes interpretações dos dogmas difundidos pelas duas correntes doutrinárias, ou seja, enquanto os católicos tinham uma formação mais radical e tradicionalista, os protestantes se desfizeram da doutrina eclesiástica sobre a vida, possuindo, assim, um caráter profissional bem mais técnico e racional sobre o trabalho que os católicos, em termos, os protestantes tinham mais espírito capitalista.
Fique de olho!
Esse mesmo autor ainda destaca que não existe uma definição clara e objetiva para o termo espírito capitalista, entretanto, é possível identificar um estilo de vida fundamentado na racionalidade, o que destacou em sua obra A ética protestante e o espírito capitalista.
Jean Chanlat (1992) reforça que os comportamentos éticos e morais ganharam maior força dentro das empresas a partir dos anos 80, pois nessa época houve uma diminuição da hierarquia nas grandes empresas e ocorreu uma autonomia financeira que fez quebrar velhos paradigmas e surgir novos conceitos.
No que diz respeito ao espírito do capitalismo, Lopez-Ruiz (2002, p.83) comenta:
O estilo de vida que encarna o espírito do capitalismo tem de ser, por essa razão, necessariamente um estilo de vida ético. Um estilo de vida ético não é outra coisa do que um conjunto de ações, usos e práticas considerados por uma sociedade como válidos. Em qualquer sociedade, portanto, as práticas que determinam o estilo de vida prevalecente devem se corresponder com as maneiras estabelecidas e aceitas em que as pessoas conduzem suas vidas – isto é, conforme uma ética, socialmente aprovada, que julga os atos humanos em termos de sua bondade ou malícia e, portanto, define o que é aceitável e o que é reprovável.
Lopez-Ruiz (2002) destaca que o ethos (conjunto de costumes e hábitos fundamentais no comportamento e na cultura característicos de uma determinada coletividade, época ou região) constitui o espírito capitalista, pois remete diretamente para a valorização do trabalho para um enriquecimento lícito por meio das atividades empresariais realizadas com uma ética alicerçada nas crenças e valores sociais, que ofertam o norte da vida econômica das pessoas.
Atualmente, neste mercado altamente competitivo em que as empresas na maioria das vezes agem de forma antiética e visam somente os lucros, existe a vulnerabilidade de uma empresa séria se ver em uma situação duvidosa sobre seus princípios éticos e valores morais e rever ou questionar seu comportamento para conseguir sobreviver nessa luta desigual, na qual, ao que parece, a honestidade não vinga. Mesmo que a organização ainda siga com seus princípios éticos e valores morais diante esse cenário nefasto do mercado, ela não possui totalmente o controle das atitudes e condutas de seus colaboradores. Muitas vezes, os gestores demoram muito para perceber que existe a corrupção generalizada, a utilização de dados confidenciais em benefício próprio de um determinado funcionário ou de vários, a revelação de estratégias adotadas pela empresa a outras concorrentes, o assédio moral ou sexual na empresa, a quebra de sigilo empresarial, a manipulação maldosa de informações falsas sobre a empresa, o desvio de dinheiro, dentre outras ações totalmente imorais e antiéticas (VELÁSQuEZ, 1998).
Os problemas enfrentados pelas organizações acabam refletindo dentro do mercado e na própria sociedade, pois tanto o mercado quanto a sociedade acabam recebendo todas as consequências dos atos antiéticos e imorais de empresas irresponsáveis, como, por exemplo, a corrupção e as fraudes que são diretamente repassados ao produto final ao cliente, que tende a ter um valor maior no mercado por conta de desvios de verbas em que a empresa tem de repassar o custo e até mesmo com valores mais baixos que a concorrência em razão de compras ilícitas e sem nota fiscal, ou seja, sem pagar os devidos impostos ao governo. Ainda, a reputação da organização fica péssima diante da sociedade por algum colaborador ter cometido atos de abuso sexual ou moral, fatos esses, que ocasionam uma comoção social e deixam negativa a imagem da organização (PINHEIRO, 2016).
Sobre ética, Enriquez (1997, p.7) salienta que:
[...] Quando se examina com atenção o movimento do pensamento e da ação, que dá à ética um valor essencial, não se pode deixar de considerar de que se trata, por um lado, de um sinal de mal-estar profundo que afeta a sociedade ocidental e, de outro, uma tentativa de tratar desse mal, quer procurando transformar o sintoma em sinal de cura quer buscando descobrir suas raízes e significados.
Sob a ótica de Cavalcante (2015), muitas organizações que almejam somente o retorno financeiro e os lucros cada vez maiores, sem se preocupar com fatores éticos e morais e suas consequências, promovem um modelo de comportamento não ético, em que muitas empresas se inspiram e, assim, acabam impondo transformações no cerne do princípio moral e ético dos seus colaboradores, que muitas vezes para não perder seus empregos aceitam tais ações que consideram imorais e antiéticas. Mas isso resulta, tanto para essas empresas quanto para seus funcionários, na perda de credibilidade, confiança e respeito, itens difíceis de recuperar nessenovo mercado, recheado de clientes conhecedores e sabedores do que querem e do que acontece nas empresas quase em tempo real. As pessoas não podem abrir mão de seus valores e de sua paz social porque uma determinada empresa assim determina, elas devem seguir trilhando o caminho da boa fé e trabalhar de maneira ética e moral, até porque esse tipo de empresa não vinga no mercado por muito tempo.
Importante ressaltar que as empresas são compostas por pessoas, ou seja, a sua existência só ocorre por conta delas. Sendo assim, por trás de qualquer decisão a ser tomada ou qualquer erro no percurso ou até mesmo imprudência nas atividades da organização, as pessoas serão os elementos responsáveis. Essas pessoas são compostas por empresários, colaboradores, fornecedores e outros que trabalham em prol da organização, portanto, esses são responsáveis tanto pelo sucesso, quanto pelo fracasso da mesma (CAVALCANTE, 2015).
2 Códigos éticos 
Ocorreram diversas mudanças na sociedade ao longo dos tempos nas quais se destacaram as maneiras de pensar, de agir, bem como o modo de se comportar dos indivíduos. Em cada esfera de suas vidas aconteceram mudanças tanto no quesito individual quanto coletivo, ou seja, em suas vidas particulares, privadas e profissionais, fazendo-as mudarem os seus comportamentos e suas atitudes, pois sofreram mutações em conformidade com a época na qual foram vivenciadas. De acordo com determinada época, as maneiras de pensar, de agir e de se comportar das pessoas eram regradas por costumes e hábitos coletivos característicos de cada período. Esses quesitos deveriam ser seguidos ou até mesmo punidos de acordo com as normas de costumes e moralidades em cada época em que, por sua vez, a sociedade em um todo foi modificando ao longo dos anos em razão dos inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e culturais (PINHEIRO, 2016).
Faria et al (2014) observam que há tempos a filosofia denominou a ética como uma reflexão sobre as condutas das pessoas no meio social. A ética, portanto, serve como guia para o ser humano pensar se os seus atos praticados diante a sociedade são bons ou maus, fazendo-se, assim, estabelecerem-se normas a serem seguidas. Há de se ressaltar que as formas de se pensar sobre a ética foram reformuladas com o passar dos séculos. Nos séculos anteriores, filósofos conhecidos e respeitados, tais como Sócrates e Platão, bem como São Agostinho e São Tomás de Aquino e até mesmo as novas concepções que as revoluções industriais trouxeram chegando-se até os dias atuais, provocaram diversas mudanças no comportamento humano, interferindo seus hábitos e condutas em conformidade com a época, salientando-se que a ética vive em constantes mudanças.
Isto quer dizer que a Ética é um tema imutável e concluído nos dias de hoje, pois a Ética é um elemento essencial que se transforma e agrega temas que sejam aceitos em conformidade com a sociedade contemporânea. Nesse aspecto, a ética além de ser reflexiva no contexto humano está presente na rotina das empresas na forma de ética empresarial (PINHEIRO, 2016).
Dessa forma, identifica-se a necessidade de existir ética dentro das organizações:
Tendo em vista que o atual cenário é caracterizado pela globalização e os processos tornam-se cada vez mais dinâmicos, a questão ética passa a ser vista como estratégia pelas empresas que desejam diferencial competitivo. É de suma importância a ética no contexto organizacional, assim como a maneira que está inserida e exerce influência no comportamento individual, nas relações trabalhistas e no relacionamento com a sociedade. 
(FARIA et al., 2014, p. 16).
Nesse olhar, observa-se que a ética, em termos gerais, é um elemento essencial para um desenvolvimento e um sucesso sadio nas empresas. Diante do mercado acirrado e extremamente competitivo, nunca se fez tão importante seguir à risca a ética empresarial, pois além de um importante diferencial competitivo, ela aprimora o comportamento individual dos colaboradores e contribui para um melhor relacionamento com a sociedade em um todo (HUMBERG, 2009).
Faria et al. (2014) destacam que a ética profissional regula o relacionamento dos profissionais com sua clientela, almejando a construção do bem-estar e a honestidade em qualquer situação.
A ética empresarial contribui como uma espécie de conjunto de costumes, hábitos e atitudes para as empresas atuarem de forma correta e confiável em relação aos seus clientes, fornecedores e o entorno em que está inserida. Assim, tanto de maneira individual, com a atuação do colaborador em um todo, quanto de maneira da organização em si mesma diante seus concorrentes, seus colaboradores, fornecedores e sua clientela, é necessário um código de conduta ética com regras comportamentais para se aprimorar as ações nas negociações e relacionamentos (HuMBERG, 2009).
Humberg (2009) destaca que no Brasil os costumes, bem como as práticas de negociações, sempre estiveram envolvidas em leis obscuras e tendenciosas, de caráter duvidoso e desleal em favor de “quem paga mais”, comprometendo os concorrentes das grandes empresas de maneira negativa, sendo um mau exemplo ao mundo dos negócios. Tudo isso em favor de interesses particulares de empresários que, de maneira desleal e fora da lei, alcançam o sucesso sem escrúpulo nenhum e não são punidos em qualquer ação ilegal que venham realizar para o crescimento e enriquecimento de sua empresa. O Brasil estrutura e impõe nas organizações os respectivos códigos de ética e de conduta a cada profissão, porém eles não são cumpridos pela própria cultura que já vingou no país. A maior influência de empresas brasileiras em relação à ética foi o desenvolvimento sobre a matéria nas universidades dos Estados Unidos da América após crimes financeiros e fiscais de organizações norte-americanas terem sido flagrados pela justiça americana.
Somente nos anos 90 no Brasil, segundo Humberg (2009), a Fundação Getúlio Vargas acrescentou a matéria ética empresarial em sua na graduação no curso de administração de empresas. Isso explica que de forma gradual e retardada a prática e pensamento dessa disciplina foram adicionados às empresas de maneira extremamente atrasada quando comparada a outros países do mundo, e somente a partir dos anos 2000 essa matéria se encontra presente nas grades dos cursos de administração de universidades brasileiras.
Farah (2011) afirma que são as comissões de ética as responsáveis pela criação, implantação e divulgação dos códigos de ética, uma vez que elas têm o dever de esclarecer as possíveis dúvidas da matéria. Nas comissões de ética existe o amparo aos deveres e aos direitos do profissional, bem como possíveis respostas e incentivo às atitudes corretas na prática do exercício da profissão, em que a entidade salienta as punições e as atitudes as quais se devem seguir.
No Brasil, a ética empresarial possui por fundamento os códigos de ética nas implantações de suas comissões ou comitês de ética.
Como se verifica, conforme Humberg (2009, p.3):
Assim, nos últimos anos, Códigos de Ética ou de Conduta formulados de forma mais abrangente e divulgados interna e externamente, foram implantados por muitas empresas no Brasil, e se incorporaram à Governança Corporativa, processo de melhoria da gestão e transparência das empresas, iniciado pelas companhias de capital aberto. Hoje há uma tendência geral das empresas, de outras organizações e mesmo de áreas governamentais para melhorar o que existe de normas internas e procedimentos externos, para preparar Códigos e divulgar esses documentos, por várias motivações.
Segundo Pinheiro (2016), a construção de um código de ética se tornou tão importante não só para se trabalhar com valores tradicionais da sociedade em um todo, mas também para ajudar todos a conviver com atitudes que expressem a vontade construtivas em suas corridas para o sucesso empresarial levando em conta o bem-estar comum.
Conforme ressalta Humberg (2009), devem estar presentes na construção da comissão que irá compor o código de ética indivíduos que atuem nas várias áreas da filosofia,bem como da área jurídica e auditores, assim como também profissionais de relações públicas e comunicação organizacional. No entanto, na prática não se observa a presença de todos esses profissionais, pois nota-se a ausência participativa nessas comissões de indivíduos que trabalham diretamente com as relações e com a comunicação organizacional (PINHEIRO, 2016).
Diante desse cenário, é essencial a existência de flexibilidade nas empresas para formular suas próprias regras de conduta ética específicas, de modo particular e que as beneficiem sem perder o cerne da ética em sua essência, que é a integridade e honestidade. Obviamente, quando se flexibiliza algo, as maneiras de fazer e agir trazem alguns erros e acertos, entretanto, é notável que as novas maneiras de fazer e agir agregam aspectos que ainda não configuram um padrão idêntico às formações e administrações das empresas, pois cada caso é um caso, e isso serve tanto para organizações que trabalham na mesma área ou não (FARAH, 2011).
Reforça esse mesmo autor que conforme a ética empresarial adotada por determinada empresa ocorrerão consequências na criação de um modelo próprio de gestão tanto positivas quanto negativas diante outras empresas da mesma área de atuação.
Deve existir um consenso entre os indivíduos sobre o Código de ética:
O código de ética deve ser fruto de consenso entre as pessoas envolvidas. Jamais deve ser elaborado por um iluminado e depois obrigar o cumprimento do mesmo. Quando o código é fruto de consenso entre as pessoas envolvidas, a vivência e as posturas éticas serão realidades visíveis na empresa. Geralmente, o código resulta do clima ético de cada organização.
(PONCHIROLLI, 2009, p. 40)
Assim, é fundamental os agentes das comissões de ética estarem sempre a par das mudanças não somente de teor econômico, mas também atualizados sobre o que acontece no meio social e cultural próprios e de seus colaboradores. É necessário repensar sobre as regras éticas e na importância de agir conforme as prerrogativas da organização para preservar a imagem da mesma diante o mercado. Para isso, a empresa deve estar aberta ao diálogo para todos os seus colaboradores, pois somente dessa forma a qualidade dos produtos serviços e ofertados conseguirão chegar ao consumidor final de maneira que a integridade e reputação da empresa sejam lembradas pela clientela de maneira positiva e confiável (PINHEIRO, 2016).
3 Benefícios de um comportamento ético nas empresa
Possuir ética empresarial não significa somente refletir sobre o que deve ou não ser realizado no exercício da profissão em determinada situação do cotidiano laboral, ou seja, é necessária uma inter-relação entre a ética profissional e ética pessoal sobre o aspecto do bem-estar comum, que envolve a eficiência e a eficácia individual para o bem coletivo. Apesar de existirem diversos conceitos sobre a responsabilidade ética, a ética empresarial agrega a tomada de decisões dentro da empresa de uma maneira constante que incentivem iniciativas éticas dos colaboradores com base na cultura e na integridade das organizações como um dos valores fundamentais do ser humano (FERRELL; FRAEDRICH e FERRELL, 2001).
Na perspectiva de Cardoso (2000), a ética não é mais uma questão restrita de uma pessoa que enfrenta seus dilemas morais no cotidiano, pois a ética passou para uma esfera maior, ou seja, a organizacional, que envolve e afeta diretamente o público interno da empresa, em especial seus colaboradores bem como a sociedade como um todo.
No que diz respeito à ética empresarial, qualquer profissional deve tornar-se ético em todas as suas ações, pois conhecendo e utilizando-se desse comportamento terá a oportunidade para qualificar-se tanto no quesito pessoal quanto profissional, aprimorando sua credibilidade diante de sua clientela e da própria sociedade, adquirindo uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Utilizar-se da ética nas ações sócio-profissionais é uma condição fundamental para qualquer indivíduo que queira permanecer com credibilidade em qualquer atividade profissional (BIFF; BUSEMAYER, 2010).
Srour (2000) define a ética empresarial como constantes práticas organizacionais alicerçadas em valores morais, salientando sete estágios teóricos: 1) a qualidade no trabalho e o respeito na relação interpessoal; 2) valores igualitários de oportunidades e tratamento não discriminatórios; 3) a importância de manter a clientela; 4) o respeito aos prazos comprometidos; 5) a confiabilidade, a credibilidade e a estabilidade de normas e objetivos; 6) a capacitação e o autodesenvolvimento de todos na empresa; 7) o comprometimento com as normas sociais e a integração da empresa com a sociedade.
Ainda, sobre ética profissional, para Santos (1997, p.15):
[...] é a reflexão sobre a atividade produtiva, para dali extrair o conjunto excelente de ações, relativas ao modo de produção. Atividade produtiva tem hábitos e costumes próprios; tem também acordos que asseguram a produção de justiça mínima no decorrer de seu exercício e constituem, ambos, o objeto de ética profissional.
Srour (2000) observa que o fato de ser ético nada mais é do que agir corretamente e priorizar o bem comum, ou seja, agir sem prejudicar outras pessoas. Ser ético é ser humanitário e tranquilo nas ações do cotidiano, sejam elas, pessoais ou profissionais, trabalhar de maneira consciente em conformidade com os valores morais de uma determinada sociedade. Tais regras morais variam de acordo com a cultura, a localização e o tempo de existência de um povo, e isso deve ser respeitado, em termos, a ética é uma questão de o profissional saber possuir atitude positiva diante situações adversas e diferentes de seu cotidiano.
Ponchirolli (2009) conceitua a ética da seguinte forma: “[...] o conceito de ética, que vem do termo grego: ethos, modo de ser, caráter. A ética é definida como o conjunto das práticas morais de uma determinada sociedade, ou, como os princípios que dão rumo a essas práticas”.
Atuar de maneira ética profissional não significa tão somente não roubar ou não enganar a empresa ou os clientes. A ética nos negócios significa além de agir com transparência e honestidade escutar e respeitar a opinião dos clientes e acatar as ordens da empresa. O comportamento ético empresarial seja interno ou externo é a base para o sucesso do profissional, pois as suas ações éticas refletem diretamente na maneira como as pessoas enxergam a pessoa, observando sua conduta nos hábitos do dia a dia e verificam sua integridade e sua honestidade, bem como sua responsabilidade profissional, gerando maior credibilidade ao profissional junto à sociedade. Essa é uma visão positiva junto aos clientes e um diferencial competitivo inigualável, pois oferta confiabilidade junto aos clientes e fornecedores, e, quando se trata de empresa, além dos quesitos citados, agrega exemplo aos colaboradores em sua conduta cotidiana, uma vez que a organização serve de exemplo a seus funcionários (BIFF; BUSEMAYER, 2010).
A ética organizacional se torna cada vez mais importante na competitividade entre as empresas, pois lida diretamente com os dilemas éticos do cenário político e econômico do país e os desafios empresariais para manter a ética nos negócios, em que o mercado exige que sejam conciliados tanto os interesses individuais, coletivos e organizacionais, quanto os interesses sociais e ambientais (BONDARIK et al., 2006).
Leite (2002) afirma que a ética organizacional abrange um conjunto de normas, hábitos, atitudes, comportamentos, padrões e outros elementos considerados corretos para atender distintos públicos que acreditam serem legítimas, corretas e justas as ações do profissional diante seus respectivos direitos morais e expectativas.
No mundo dos negócios, observa-se um enorme questionamento sobre as questões morais relacionadas a escândalos financeiros, individualismo com atitudes cada vez mais egoístas entre os gestores, bem como cada vez maior a exploração dos colaboradores, o descaso crescente com o meio social e ambiental, especulações e a generalizadafalta de consciência profissional em distintos níveis das empresas (ASHLEY, 2005).
Existe, na realidade, uma imensa falta de responsabilidade desses indivíduos e a necessidade de haver punições mais severas às pessoas que não aplicam valores éticos e morais em suas atividades (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2009).
Chanlat (1992) destaca que as responsabilidades éticas são compostas por valores morais específicos de cada população, nas quais são características particulares de crenças pessoais sobre um comportamento ético considerado correto ou incorreto, tanto por parte da própria pessoa quanto dela em relação aos outros.
A moral pode ser definida como um conjunto de valores e de regras sobre os comportamentos que a sociedade, em um todo, adota por acreditar serem justos, bem como corretos e desejáveis coletivamente. Dessa forma, os valores morais e éticos se complementam (TAILLE; SOUZA; VIZIOLI, 2004).
A moral agrega as representações imaginárias do ser humano no que ele acredita ser o certo, ou seja, o que se espera dos agentes sociais e seu comportamento tanto individual quanto coletivo em sociedade. A moral verifica se os comportamentos das pessoas são bem-vindos no convívio social, e qual a melhor maneira de agir de modo coletivo, definindo o que é o bem e o que é o mal, certo ou errado, virtude ou vício e, por fim, o que é permitido ou proibido. Já a ética é bem mais sistematizada que a uma teoria de ações que são rigidamente pré-estabelecidas (LIMA; MILAN; FERNANDES; BAGGIO, 2015).
Possuir uma postura ética e socialmente responsável passou a ser um desafio para as empresas na atualidade, uma vez que a sociedade começou a exigir maior responsabilidade e comprometimento das organizações nesses quesitos. A ética e responsabilidade social ocasionam um impacto positivo no sucesso de qualquer organização porque os clientes a todo instante fazem julgamentos éticos nos quais influenciam as suas compras, considerando-se ainda que os investidores também exigem transparência e honestidade por parte das empresas para garantir melhor os seus investimentos (CASTRO; AVILA, 2013).
No Brasil, considerado um dos países mais corruptos do planeta, o problema de indivíduos que atuam de maneira antiética, em especial no mundo empresarial, se relaciona com a falta de credibilidade e confiabilidade em todas as áreas, sejam elas profissionais, políticas e religiosas, dentre outras. Os principais problemas de falta de credibilidade nos gestores brasileiros são a intromissão na privacidade das pessoas com a venda porta a porta ou telemarketing, a forte pressão persuasiva para que as pessoas comprem seja qual for o produto ou serviço, o aceleramento da obsolescência dos produtos para que sejam substituídos rapidamente por novos modelos e, principalmente, a falta de caráter nos apelos dos empresários que reforçam as compras motivadas por simples materialismo, ou seja, um consumo supérfluo desvairado e de promessas não cumpridas de serviços e produtos, sejam de que espécie for (BIFF; BUSEMAYER, 2010).
A ética empresarial deve servir como referência para que a empresa alcance os seus objetivos e, ao mesmo tempo, satisfaça a todos aqueles que com ela se relacionam direta e indiretamente (BONDARIK et al., 2006).
Nesse sentido, se verifica que existe uma tendência mundial sobre uma nova perspectiva que implica na responsabilidade das empresas diante da sociedade, pois não se tolera mais massiva maximização dos lucros e o crescimento das organizações sem levar em conta as consequências de suas ações nas áreas sociais e ambientais (CASTRO; AVILA, 2013).
A responsabilidade social das empresas está na mira do mercado, em que as pessoas estão exigindo das organizações maior consciência e compromisso em todo o seu processo produtivo, optando por empresas que agem de maneira ética junto as suas atividades cotidianas. São necessárias mudanças de comportamento sociais e ambientais nas empresas, envolvendo uma obrigação não só com seus acionistas, fornecedores e clientes, mas também com todo o seu entorno, em termos, com toda a sociedade. Assim, se faz necessária uma conscientização empresarial para a construção de uma sociedade mais justa, honesta e solidária, partindo-se dos princípios éticos e morais (PASSOS, 2007).
Apesar de não ser tarefa fácil, o comportamento ético nas empresas traz benefícios que fazem as pessoas identificarem a organização como cidadã, reforçando sua imagem positiva no mercado atual. Com o surgimento de novos paradigmas ético-comportamentais na sociedade, especialmente a exigência de mudanças comportamentais voltadas para valorização da ética e moral, nunca se fez tão necessário inserir nas empresas ações voltadas à responsabilidade social e ambiental em todas as dimensões da ética empresarial (CASTRO; AVILA, 2013).
Deve-se levar em conta que em qualquer decisão ética que a empresa tomar existe um conjunto de valores fundamentais inseridos, tais como honestidade, coragem para mudar e assumir as decisões, tolerância, resiliência, flexibilidade nas ações, integridade, humildade, transparência, não ter preconceitos, respeito à concorrência e, principalmente, almejar sua lucratividade sempre pensando nas questões socioambientais e no bem comum da sociedade (PINHEIRO, 2016).
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RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E O COMPORTAMENTO ÉTICO NAS EMPRESAS PARA O BEM COMUM
Prof. Adi Regina Kaercher
Nesta unidade temática, você vai aprender
· A analisar as temáticas como sustentabilidade, processo corporativo, stakeholders, hábitos, atitudes e posturas éticas e morais diante da sociedade;
· A compreender a concorrência, responsabilidade social e responsabilidade ambiental;
· A refletir sobre a preocupação global com o ecossistema;
· A compreender os efeitos das atividades produtivas em um todo das empresas, que afetam de imediato e em longo prazo o meio ambiente e, consequentemente, o ser humano.
Introdução
Este Capítulo apresenta temáticas respectivas “A Responsabilidade Social Corporativa e o Comportamento Ético das Empresas para o Bem Comum”. Dessa forma, aborda assuntos como sustentabilidade, processo corporativo, stakeholders, hábitos, atitudes e posturas éticas e morais diante da sociedade, questões sociais e ambientais, concorrência, responsabilidade social e responsabilidade ambiental e preocupação global com o ecossistema que será herdado para a geração futura. Este Capítulo disserta sobre os efeitos das atividades produtivas em um todo das empresas, que afetam de imediato e em longo prazo o meio ambiente e, consequentemente, o ser humano.
A primeira seção de subtítulos apresenta a Responsabilidade Social Corporativa e suas Ramificações, assim, demonstra-se o contexto do desenvolvimento sustentável da empresa e a sua responsabilidade social corporativa alinhada aos distintos interesses envolvidos. Também são observados os desafios para uma organização se tornar uma empresa cidadã, que deve agir de forma ética e responsável com todo o ambiente no qual atua. Verifica-se, nesse subtítulo, que qualquer organização só existe por conta das pessoas, tanto na sua origem, quanto nos seus objetivos financeiros e na existência de uma esfera a econômica, social e ambiental empresarial. Destaca também a importância da empresa ser parceira e responsável pelo desenvolvimento social e a proteção ambiental. Destacam-se os elementos essenciais para que a empresa obtenha uma ótima responsabilidade social corporativa.
A segunda seção de subtítulos aborda sobre o Desenvolvimento Sustentável Corporativo, dissertando assuntos referentes ao desenvolvimento sustentável corporativo que atende às necessidades atuais sem prejudicar os recursos das gerações futuras. Aqui, defende-se a significância da atividade econômica voltada para a geração de valor econômico-financeiro, social, ambiental e ético, onde deve haver um desenvolvimento sustentável com a produção e a comercialização planejada de maneira a reduzir os impactos ambientais e sociais para gerar confiança e credibilidade no mercado. Também destacamos a utilização

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