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APS Correta- Olhares e leituras contextualizadas em espaços culturais

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
Campus Marquês 
 
 
Nomes dos integrantes do grupo! 
 
 
 
 
OLHARES E LEITURAS CONTEXTUALIZADAS EM ESPAÇOS CULTURAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo / 3° Semestre 
2019 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
Campus Marquês - Matutino 
 
 
Nomes dos integrantes do grupo!
 
 
 
 
OLHARES E LEITURAS CONTEXTUALIZADAS EM ESPAÇOS CULTURAIS 
 
 
 
Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas (APS), realizado pela turma de Pedagogia e orientado pela professora Ana Lúcia Daniels. 
 
 
 
São Paulo / 3° Semestre 
2019 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 01 	
2.2 1. O Lavrador de Café	11 
2.2 2. Os Retirantes	13 
2.3 Desenhos Infantis	15 
3. CONCLUSÃO	21 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	23 
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 03 
2.1 Vicent van Gogh – Biografia ................................................................... 03 
2.1 1. O Autorretrato da Orelha Cortada ............................................... 05 
2.1 2. A Noite Estrelada ........................................................................ 07 
2.2 Candido Portinari – Biografia ................................................................. 09 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Apesar dos avanços promovidos pela LDB 9394/96 e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que instituem a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica e o ensino da Arte necessária para o desenvolvimento da criança, infelizmente a qualidade dessa prática tem sido comprometida, devido a sua desvalorização no ambiente escolar. 
Aceitar que o fazer artístico pode contribuir para o avanço das crianças, pode proporcionar um futuro promissor a esses indivíduos, pois induzi-los à livreexpressão e o treino de habilidades, pode potencializar suas capacidades cognitivas e conceber diferentes olhares para o mundo e suas possibilidades. 
De acordo com a BNCC (2016; p.193), “no Ensino Fundamental, o componente curricular Arte está centrado nas seguintes linguagens: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro. Essas linguagens articulam saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas”. Dentre essas competências, o pensamento crítico, assim como sensibilidade e intuição, também são explorados e se manifestam como formas de arte, pois transitam entre as experiências cotidianas dos alunos. 
A prática do desenho, utilizada como atividade recreativa, é um exemplo amplo para a estimativa de que, infelizmente, as atividades artísticas orientadas pelos docentes são pouco aproveitadas, e por vezes, apresentadas aos alunos como lazer e brincadeira. É necessário que se otimizem as atividades, para que professor e aluno possam dialogar e selecionar novas propostas, percebendo que a arte pode ser tão importante quanto as demais competências exigidas pela sociedade. 
Florence de Meredieu (1979) também faz críticas em relação ao desenho infantil, e os efeitos provocados pela sua escolarização. A autora considera que a arte adulta e as expectativas do adulto em relação ao desenho da criança, exercem influência sobre sua produção: 
 
“Nunca será demais repetir: o meio que a criança se desenvolve é o universo adulto, e esse universo age sobre ela da mesma maneira que todo contexto social, condicionando-a ou alienando-a. Querer então estudar as produções infantis, fora da ganga das influências e pressões adultas só pode levar a uma leitura falseada. Deve-se desconfiar das interpretações unilaterais; irredutíveis às produções adultas, devendo ser aprendidas no que tem de essencial, as obras infantis não deixam de estar ligadas às primeiras por um elo tão profundo que comanda toda sua gênese”. (MEREDIEU, 1970, p. 3-4) 
 
É importante ressaltar, que a escola é o primeiro contato da criança com mundo exterior, fora de seu contexto familiar. Ela observa tudo o que está ao seu redor e transmite para seu entorno assim como lhe é concedido. Portanto, se sua visão cultural é limitada ao simples e prático, sua forma de expressão será tão fraca quanto o conteúdo apresentado. 
Diante à proposta de realização de visitas técnicas à exposições de arte, fomos ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), afim de conhecer o acervo de dois grandes artistas plásticos – Van Gogh e Candido Portinari. Nosso objetivo foi poder experienciar um pouco de suas histórias transmitidas pelas suas pinturas e ampliar nosso olhar docente para a necessidade da Arte como componente curricular na Educação Infantil, pois é de conhecimento geral, que para a modificação de nossos hábitos e a comprovação dos dados apresentados, se tenha a real vivencia dos diferentes aspectos culturais existentes no nosso cotidiano. 
Por fim, a finalidade dessa análise pedagógica é inovar o olhar docente a respeito das diferentes manifestações artísticas, para que assim, se possa realizar um trabalho de qualidade, respeitando as diretrizes e competências exibidas na Base Nacional Comum Curricular, atendendo às necessidades das crianças no contexto escolar, proporcionando à elas liberdade cultural e expressionista. 
 
 	 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 Vicent van Gogh 
 
“La tristesse durera toujours” (a tristeza durará para sempre), são as últimas palavras de Vicent van Gogh, um dos pintores mais enigmáticos e surpreendentes de todos os tempos. 
Sua morte, em 29 de julho de 1890, marca o fim de uma vida turbulenta de duras jornadas, deixando um legado belíssimo para a arte pós-impressionista do século XX. 
 
Dois dias antes, um domingo, após estabelecer-se em um campo de trigo com cavalete e material de pintura, Van Gogh atirou contra o próprio peito. Sua última frase caracteriza bem a fase depressiva da doença da qual era portador: o transtorno afetivo bipolar - TAB. (Van Gogh: entre a genialidade e a doença. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 46, n. 1, p. 00, fev. 
2010) 
 
Pouco se sabe sobre sua infância. Aos 15 anos, sua família passou por dificuldades financeiras, e por isso, Vicent precisou deixar a escola. Conseguiu um emprego em uma empresa de arte do seu tio e permaneceu nela até os 23. 
Aos 24 anos decidiu virar pastor, a fim de defender o protestantismo e lutar pelos menos favorecidos. Mudou-se para a Bélgica, onde passou a evangelizar nas mineradoras de carvão, lutando por melhorias nas condições de trabalho braçal. Foi dispensado do cargo, após acusações de instabilidade mental. Desde então, decidiu seguir a carreira artística e passou a ser sustentado pelo seu irmão Theodore. 
 
Van Gogh viveu na Bélgica, na Holanda e em Paris, até estabelecerse em Arles, sul da França, em 1888. A ideia era fundar uma comunidade de artistas: chamou sua residência e ateliê de Casa Amarela e fez a série Girassóis para decorá-la. Entretanto, apenas Paul Gauguin aceitou o convite para estabelecer-se em Arles. (Van Gogh: entre a genialidade e a doença. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 46, n. 1, p. 00, fev. 2010) 
 
Boatos dizem que Van Gogh vivia de forma miserável, comendo apenas café, pão e absinto. Sua instabilidade gerava brigas continuas com Gauguin, e em pouco tempo, tornou-se evidente que sua saúde psicológica estava um caos. 
Com dificuldades para se recuperar e ciente de sua instabilidade, Van Gogh decidiu se internar num hospital psiquiátrico em Saint-Rémy-de-Provence. Dali nasceu uma de suas maiores obras, “A Noite Estrelada” em 1889. Em 1890, Vicent deixa o asilo e muda-se para Auvers-sur-Oise, onde passou a se consultar com um doutor chamado Paul Gachet, médico habituado a cuidar de muitos artistas. Posteriormente, ambos se tornaram muito amigos, dando origem à obra “O Retrato do Dr. Gachet”. 
Após sua alta, Van Gogh ainda se sentia deprimido, por viver sozinho e isolado de sua família. Acredita-se que, por esse motivo, ele tenha tentado se suicidar, em 27 de julho, atirando contra o próprio peito.Dois dias depois, morreu com uma infecção. 
Em vida, Van Gogh vendeu apenas uma obra – O vinhedo vermelho. Em 17 de março de 1901, cerca de 70 pinturas de Van Gogh foram exibidas em Paris, e posteriormente, sua fama cresceu em escala. 
Atualmente, Vincent van Gogh é considerado o maior pintor holandês, depois de Rembrandt, e suas pinturas estão entre as mais caras do mundo. 
 
 
 
 
 
2.1 1. O Autorretrato da Orelha Cortada 
 
 
 
 
 
 
 
A obra foi produzida por Van Gogh no ano de 1888, após uma briga com seu amigo e pintor Paul Gauguin. “O Autorretrato da Orelha Cortada”, é provavelmente, sua obra mais misteriosa, por deixar diversas dúvidas de como Vicent perdeu a orelha. 
Boatos dizem que, a convivência dos dois era complicada e repleta de discussões, tanto pela instabilidade de Vicent, quanto pela impaciência de Gauguin. Certa noite, Gauguin saiu da Casa Amarela após mais uma discussão, e Vicent o seguiu com uma navalha em mãos. 
 
Gauguin refugiou-se naquela noite em um hotel e, quando retornou à Casa Amarela, soube que Van Gogh estava hospitalizado. Ele se mutilou cortando um pedaço de sua própria orelha e, embrulhando-a, levou de presente a uma prostituta. O episódio fez com que Gauguin partisse imediatamente para Paris. (Van Gogh: entre a genialidade e a doença. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 46, n. 1, p. 00, fev. 2010) 
 
Após a briga e muitas reclamações dos moradores da região de Arles, ele se interna voluntariamente no sanatório da cidade de Saint-Rémy-de-Provence, na tentativa de se estabilizar. 
A obra é repleta de significados, e provavelmente, a representação de todo o trauma vivido aquela noite. É impossível saber o que ele realmente quis demonstrar através da tela, mas suas pinceladas são vigorosas, fortes, o que pode representar certa agressividade em seus atos. É possível notar também a expressão triste nos olhos de seu autorretrato. Sem dúvidas, sua fonte de inspiração são suas experiências pessoais, e a profunda depressão que tentava superar. 
 
 
 
 
2.1 2. A Noite Estrelada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A obra “A Noite Estrelada” foi pintada por Van Gogh em 1889, enquanto estava internado no sanatório da cidade de Saint-Rémy-de-Provence, uma época conturbada de sua vida. 
Vicent usava um cômodo no térreo do asilo e ali continuou a pintar em seus momentos de sanidade, inspirando-se das instalações ao seu redor. Através da janela de seu quarto, observava as estrelas, a noite sombria e densa, assim como o campo, chuvas e tempestades, em diferentes formas. Suas obras extraídas de seus momentos nostálgicos representam estágios da depressão, onde através das cores vivas e expressivas, buscava vencer a tristeza. 
Algumas de suas características são expressas através das cartas enviadas ao seu irmão Theodore. A seguir, é apresentada uma carta referente à obra: 
 
Os pintores, para falar só deles, estando mortos e enterrados, falam à geração seguinte ou a várias gerações seguintes por suas obras. Isto é tudo, ou há ainda algo mais? Na vida de um pintor, talvez a morte não seja o mais difícil. Eu confesso não saber nada a respeito, mas a visão das estrelas sempre me faz sonhar, tão simplesmente quanto me fazem sonhar os pontos negros representando cidades e aldeias num mapa geográfico. E eu me pergunto por que os pontos luminosos do firmamento nos seriam menos acessíveis que os pontos negros do mapa da França? Se tomarmos o trem para ir a Tarascon ou a Rouen, tomamos a morte para ir a uma estrela. O que certamente é verdadeiro neste raciocínio é que estando na vida nós não podemos ir a uma estrela, assim como estando mortos não podemos tomar o trem. Enfim, não me parece impossível que a cólera, as pedras, a tísica, o câncer, sejam meios de locomoção celeste, assim como os barcos a vapor, os ônibus e a estrada de ferro são meios terrestres. (VAN GOGH, Vincent. Cartas a Theo – Antologia. Tradução de Pierre Ruprecht. Porto Alegre: L&PM, 1999.) 
 
Sem dúvidas, sua maior fonte de inspiração são suas experiências pessoais, e a profunda depressão que tentava superar. 
 
 
2.2 Candido Portinari 
 
Filho de italianos, nascido numa fazenda na região de Brodowski, interior de São Paulo, Candido Portinari foi um dos principais representantes da arte moderna e expressionista do Brasil. 
“Candido Portinari nasce em 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café perto do pequeno povoado de Brodowski, no estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, tem uma infância pobre. Recebe apenas a instrução primária. Desde criança manifesta sua vocação artística. Começa a pintar aos 9 anos. E – do cafezal às Nações Unidas – ele se torna um dos maiores pintores do seu tempo.” (PROJETO PORTINARI, [200?]) 
Desde muito novo é perceptível sua aptidão para as artes plásticas. Boatos dizem que, quando ainda estava na escola, desenhou um leão em sala de aula. A obra foi tão comentada entre professores e alunos que ele foi convidado a desenhar as capas de todas as provas expostas no final do ano. 
Aos 9 anos pintou o teto da igreja de sua cidade, e com 15 mudou-se para o Rio de Janeiro, afim de aprimorar a sua vocação para o desenho e pintura. Matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes e chamou a atenção dos professores e da imprensa, sendo então convidado para participar de algumas exposições. 
Em 1928, ganhou uma medalha de reconhecimento e uma viagem para estudar na Europa, após a exibição de sua obra “Retrato de Olegário Mariano”. Um marco realmente importante para sua carreira, pois em virtude disso, ele passou mais de um ano na França, aprimorando-se. 
Em 1931, Portinari retorna ao Brasil, afim de relatar em suas telas a história do povo, sua raiz e a diversidade cultural, assim como as crises sociais enfrentadas pela população. 
Seus quadros, gravuras, murais revelam a alma brasileira. Preocupado, também, com aqueles que sofrem, Portinari mostra em cores fortes a pobreza, as dificuldades, a dor. Sua expressão plástica, aos poucos, vai superando o academicismo de sua formação, fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista moderna. (PROJETO PORTINARI, [200?]) 
É de conhecimento geral que, Portinari foi um dos mais importantes e polêmicos pintores do século XX, por seu marco expressionista, assim como sua vocação para a política e movimentos de luta a favor do povo. Candidatou-se a deputado federal e senador no ano de 1947, além de possuir grandes relações com o partido comunista. 
Ao longo de sua carreira, Portinari conquistou muitas honrarias. Entre os seus mais diversos trabalhos no exterior, estão três grandes painéis para a Feira Mundial de Nova York (1939) e os quatros painéis para a Biblioteca do Congresso em Washington (1942). Em 1956, Portinari pintou os murais Guerra e Paz para a sede da ONU, e em 1958 foi o único artista brasileiro a participar da exposição “50 anos de Arte Moderna” em Bruxelas. 
Sua morte em 1962 foi decorrente a uma doença pulmonar, por conta da intoxicação pelo chumbo das tintas. Após isso, sua casa em Brodowski tornouse o museu Casa de Portinari, inaugurado em março de 1970. Estima-se que o nome mais popular da arte brasileira produziu cerca de 4500 obras, em 40 anos de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 1. O Lavrador de Café 
 
 
 
 
O Lavrador de Café é uma das obras mais famosas de Cândido Portinari, que, por sua vez, é um dos pintores brasileiros mais célebres no exterior. O quadro foi pintado em 1934, e nele temos um trabalhador negro, típico das fazendas de café do início do século vinte. 
O artista pintou o trabalhador como se ele estivesse unido à terra vermelha. As cores são vivas, retratando uma paisagem vasta e chamativa, típica da natureza brasileira. Portinari retratou força, movimento e desafio. Outra característica marcante é a figura do negro, onde seus pés e mãos disformes estão expressos de maneira exagerada. O modelo parece bem mais musculoso do que o normal, aproximando o pintor ao expressionismo. 
Aumentar o tamanho do corpo de seus personagens era o jeito que o artista usavapara demostrar a importância do trabalhador brasileiro. Observando o quadro percebe-se que sua pintura é desprendida de regras e sem formas regulares. Ali, sua maior preocupação é o homem. 
Outro elemento presente no quadro é o trem, colocado entre os pés de café e os montes de grãos. Sabe-se que o trem era o meio de transporte utilizado para enviar a produção cafeeira até Santos para ser exportada aos diversos países, em especial, aos Estados Unidos. 
O olhar do lavrador é expressivo e nele predomina a preocupação. Tem-se a impressão de que ele sente a ação devastadora da exploração que o homem faz na natureza. 
A obra O Lavrador de Café, juntamente com O Retrato de Suzanne Bloch, pintado por Pablo Picasso, foi roubada em 2007 do Museu de Arte de São Paulo. Felizmente, as duas telas foram recuperadas pela Polícia Civil de São Paulo 19 dias depois. Os quadros estavam em Ferraz de Vasconcelos e, posteriormente, foram devolvidos ao museu. 
Sobre pintar, Portinari uma vez se pronunciou: “O conteúdo espiritual de um quadro registra a potência de sensibilidade do artista. O lado técnico registra o conhecimento e desenvolvimento da sensibilidade do artista. A técnica é um meio com o qual o artista transmite a sua sensibilidade”. 
 
2.2 2. Retirantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feito por Candido Portinari no ano de 1944 em Petrópolis – RJ, Retirantes é um painel pintado à óleo sobre tela e tem 190x180 cm. Nele é exposto o sofrimento dos imigrantes, representados por figuras miseráveis, com expressões que transmitem sentimentos como a fome e a miséria. 
O quadro é composto por tons terrosos e cinzas, enquanto a família de retirantes ao centro toma quase a totalidade da tela. O contorno escuro dos personagens dá um tom pesado à obra e ao fundo se vê a paisagem do sertão. 
Percebe-se que o quadro é um retrato da miséria de uma família de retirantes entre tantas outras. Fogem da seca e da fome do Nordeste em busca de uma vida melhor no Sul. O quadro faz parte de uma série composta por mais duas obras: Criança Morta e Enterro na Rede. 
Todas as obras são compostas pelo mesmo tema e com a mesma finalidade, dando uma unidade ao conjunto, pois o tema é a seca, que provocou muitas mortes e uma migração em massa. 
Na tela é possível identificar nove personagens, sendo dois homens adultos, duas mulheres adultas e cinco crianças. Duas estão ao colo e as outras três estão em pé. Uma das crianças de colo é grande, porém raquítica. As pinceladas escuras ao longo da figura dão a impressão de fraqueza, e que ela é feita apenas de ossos. 
Outra das crianças em pé possui grande saliência na barriga, o que poderia indicar que ela tem barriga d'água, uma doença muito comum daquela região, onde a água vem de açudes e não é tratada. A presença dessa criança nos traz a imagem de uma extrema pobreza que também convive com a sede. Enquanto os olhares das crianças são distantes e desolados, os adultos apresentam expressões mais fortes, que beiram o desespero. 
O homem que carrega uma trouxa nas costas e conduz uma criança pelas mãos parece estar olhando fixamente para o pintor, o que dá para a pintura um caráter de retrato. Seu olhar também parece um apelo, um pedido de ajuda. É possível também observar no quadro um pequeno grupo de aves negras que rodeiam a família, como se estivessem à espera da morte, e seu alimento. 
 
 
2.3 Desenhos Infantis 
 
Ana Paula – 1 ano 
Garatuja desordenada: 
· Primeiro contato da criança com lápis e papel; desenha pelo prazer do movimento, e por muitas vezes, não olha para o que faz. 
· Traços leves, desenha linhas verticais e horizontais, com figuras abertas, num movimento de vai e vem; 
· Seu desenho não possui representação. 
 
 
 
 
 
 
Marieta – 2 anos 
Pré-esquema (1° fase): 
· Os seus traços são mais fortes; 
· Suas figuras passam a ter formas espiraladas e circulares; 
· Cor arbitrária; 
· A criança passa a olhar o que faz e controla seus movimentos, assim como o tamanho, forma e local do desenho no papel;  Inicio de representatividade e significado do seu desenho;  Relação de espaço delimitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sheron – 3 anos 
Garatuja ordenada (longitudinal): 
· Não possui ação representativa; 
· Seus traços são fortes, longitudinais e possuem constante movimento de vai e vem; 
· Não possui relação de espaço delimitada, por isso desenha na folha inteira; 
· Indica que a criança já desenvolveu certo controle motor, que será ampliado ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandre – 4 anos 
Pré-esquema (3° fase) 
· Procura símbolos que representem o ambiente; 
· Varia as cores; 
· Preocupação com a linha de base; 
· Símbolos relacionados com a criança, pois seu egocentrismo ainda está aflorado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clarisse – 5 anos 
Pré-esquema (3° fase) 
· Usa o limite da folha como linha de base; 
· Começa a estruturar seu desenho como linguagem (bonecos, flores, sol); 
· As formas crescem e seu desafio é preencher todo o espaço; 
· Seus desenhos começam a se organizar em uma linha ordenada. 
 
 
Erik – 6 anos 
Esquema I: 
· Preocupação em localizar as formas no espaço, relacionando-as; 
· Percepção da criança com o meio em que vive; 
· Reflete sobre a realidade e retrata em seus desenhos seres reais do seu cotidiano; 
· Desenhos no estilo raio x ou transparentes; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 
No dia 19 de fevereiro de 2019, realizamos uma visita técnica ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). A escolha do museu se deu por seu acervo diversificado e pintores de diferentes movimentos, em seus respectivos períodos artísticos. Além de incluir obras de artistas nacionais, como Di Cavalcante e Anita Malfatti, seu acervo conta com obras de artistas europeus muito renomados, como Picasso e Monet. Além do acervo fixo, o museu traz para o público diversas exposições temporárias. 
Na data de nossa visita, pudemos prestigiar a exposição temporária de Rubem 
Valentim, mas preferimos escolher dois artistas do acervo fixo – Candido Portinari e Van Gogh. Optamos por esses artistas, pois ambas biografias e vivencias são tocantes, tornando notório o quanto a arte é expressa pelos seus sentimentos. Enquanto Van Gogh encanta a todos com sua história deprimente e problemática, Portinari retrata em suas obras o sofrimento do povo brasileiro, e a luta pelas mazelas sociais. 
Apesar de haverem vivido em épocas diferentes, ambos os artistas buscam por mudanças, sejam sociais ou afetivas. Em certo momento de sua vida, Van Gogh participou de movimentos da Reforma Protestante, e em outro tempo, Portinari conquistou grandes laços com organizações políticas, ambos os artistas em luta pelas diferenças sociais. 
Diante disso, podemos afirmar que a arte conquista e expressa, através de suas telas e monumentos, muito mais que beleza e estética. Ela retrata os desejos reprimidos, as conquistas, as dores vividas pelo seu autor, além de encantar ao seu público e proporcionar acesso aos diferentes movimentos das épocas que surgiram ao longo dos séculos. 
Seria de grande valia, que nossos alunos pudessem ter acesso a essas experiências, mas infelizmente, em ambiente escolar a arte ainda é vista como lazer e brincadeira. Muito se discute sua importância como componente curricular e qual a forma correta de se trabalhar com os educandos. 
Embora a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), traga em seu documento, diversas possibilidades de experiências com as artes e uma importante reflexão sobre o significado da educação artística na escola, sua qualidade é escassa, e por muitas vezes inexistente, pois os professores trabalham sempre com os mesmos materiais, atividades repetitivas, além de cansativas para o aluno. O desinteresse do professor gera desinteresse no aluno e seu desenvolvimento é comprometido. 
É necessário que se tenha sensibilidade em reconhecer que a arte pode auxiliar nosso trabalho, despertando nos alunos a vontade de explorar suas habilidades e capacidades cognitivas, além de trazer um grande avanço para sua convivência social. É importante que os alunos tenham acesso à diferentes culturas visuais, e através desseconhecimento, abrir novos caminhos através da sua criatividade. Através da arte, a criança desperta em si sua autonomia, vinculo com o meio a que está inserido, além da interação com seus colegas e facilidade na desenvoltura de sua coordenação motora, 
Para que ocorra essa mudança, a intencionalidade deve partir do docente, para que sua dedicação reflita na evolução de seus alunos. É necessário que os professores busquem novas propostas de atividades, dinâmicas diversificadas, expandindo seus próprios conhecimentos artísticos, legitimando então, a relevância da arte no convívio escolar, incentivando seus alunos através de uma metodologia inovadora. 
Quanto ao aluno, cabe a ele buscar realizar sua criação através de seu próprio conhecimento e arsenal artístico, rejeitando o modelo oferecido pela mídia, sociedade ou professor, pois embora viva em um universo adulto e seja influenciado pelo seu círculo social, a intenção é despertar e desfrutar do que há de melhor em si próprio, tornando a arte livre, ao invés de manipuladora. 
 
 
 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 2ª versão. Brasília, DF, 2016. 
MEREDIEU, Florence de. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 2006 
J. Bras. Patol. Med. Lab. Van Gogh: entre a genialidade e a doença. vol.46 no.1 Rio de Janeiro Feb. 2010 
VAN GOGH, Vincent. Cartas a Theo – Antologia. Tradução de Pierre Ruprecht. Porto Alegre: L&PM, 1999.) 
ARANHA, Ida. O Lavrador de Café, Saber Cultural, 2011. Disponível em: 
<https://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDe Cafe.html>. Acesso em: 20 de março de 2019. 
Quadro Retirantes, de Cândido Portinari. Arte Blog, 2019. Disponível em: <https://arteblog.com.br/quadro-retirantes-de-candido-portinari/>. Acesso em: 20 de março de 2019.

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