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A BÍBLIA, SUAS DIVISÕES E SUBDIVISÕES
A palavra portuguesa "Bíblia" vem do termo grego "biblia" que é o plural de "biblion", ou seja "livros". Deriva-se este termo originalmente da cidade fenícia de Biblos (Gebal no VT). Os cristãos do século II d.C já chamavam suas Escrituras de "ta bíblia", lit. "os livros". Um sinônimo de "A Bíblia" é "As Escrituras", do grego "tagramata" ou "hai graphai".
A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo Testamento e o Novo Testamento. A palavra "testamento" significa pacto, aliança ou acordo. Tem 66 livros, sendo 39 no AT e 27 no NT. Estes livros foram escritos num período de cerca de 16 séculos e por cerca de quarenta escritores, os quais pertenceram às mais variadas profissões e atividades. Viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isso prova que UM só os dirigia no registro de revelação divina.
O ANTIGO TESTAMENTO - Escrito em hebraico com algumas passagens escritas em aramaico (exemplo: Ed 4.8 até 6.18). Se divide em quatro grandes grupos: LEI, HISTÓRIA, POESIA e PROFECIA.
LEI - Cinco livros também chamados de PENTATEUCO . Vai do Gênesis ao Deuteronômio. 
HISTÓRIA - Doze livros. De Josué a Ester.
POESIA - Cinco livros. De Jó a Cantares.
PROFECIA - Dezessete livros. De Isaías a Malaquias. Se subdivide em duas partes:
- Profetas Maiores - 5 livros. De Isaías à Daniel.
- Profetas Menores - 12 livros. De Oséias à Malaquias.
 Os profetas Maiores são assim chamados tanto por causa do tamanho dos livros (que são maiores dos que os do grupo seguinte) como por causa da importância de sua obra.
O NOVO TESTAMENTO - Escrito em Grego, com exceção do livro de Mateus e da Carta aos Hebreus, que foram escritos originalmente em hebraico. O grego do Novo Testamento é o "Koiné", um idioma grego popular falado nos tempos de Jesus. Tem 27 livros classificados em quatro grandes grupos: BIOGRAFIA, HISTÓRIA, EPÍSTOLAS E PROFECIA.
BIOGRAFIA - São os quatro Evangelhos. A Palavra "evangelho" significa "boas novas" ou "boas notícias". Os três primeiros (Mateus, Marcos e Lucas) também são chamados Sinóticos, devido ao paralelismo entre eles. Os evangelhos eram conhecidos pela igreja Primitiva como "O Evangelho". A razão de haver quatro se compreende pelo seguinte:
Mateus - Se dirige aos judeus e apresenta Jesus como O MESSIAS, o libertador de Israel.
Marcos - Se dirige aos romanos e apresenta Jesus como o REI VITORIOSO E VENCEDOR. É o menor deles.
Lucas - Escrito aos gregos, apresenta Jesus como O FILHO DO HOMEM. É o mais meticuloso e o mais completo.
João - Se dirige à Igreja e apresenta Jesus como O FILHO DE DEUS. É o mais espiritual.
EPÍSTOLAS - Ou cartas. São 21. Vão de Romanos a Judas. Contém a DOUTRINA da Igreja. Se subdividem da seguinte maneira:
Eclesiásticas (assim chamadas por se dirigirem à igrejas) - São 9. Dirigidas à Igreja. De Romanos a II Tessalonicenses.
Individuais ( por se dirigirem à indivíduos) - São 4. Dirigidas à indivíduos. De I Timóteo a Filemon. As escritas à Timóteo e Tito também são chamadas de Epístolas Pastorais, por serem destinadas a pastores.
Coletivas - A carta aos Hebreus. Dirigida aos judeus cristãos.
Universais (também chamadas de católicas) - São 7. Dirigidas a todos, indistintamente. Embora II e III João sejam dirigidas a pessoas, se enquadram aí. De Tiago e Judas.
PROFECIA - O livro do Apocalipse. Trata da volta pessoal do Senhor à terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.
Os livros da Bíblia não estão arrumados em ordem cronológica, ou seja, na ordem do tempo em que foram escritos. Estão arrumados por assuntos. Da mesma forma acontece com os escritos e suas seqüências dentro de cada livro. Nem sempre se apresentam em ordem cronológica.
Sendo assim, o Velho Testamento é composto de 39 livros, agrupados em cinco subgrupos assim dispostos:
PENTATEUCO
- 
05 LIVROS
HISTÓRICOS
 -
12 LIVROS
POÉTICOS
- 
05 LIVROS
PROFETAS MAIORES
- 
05 LIVROS
PROFETAS MENORES
- 
12 LIVROS
E o Novo Testamento é composto de 27 livros assim dispostos:
EVANGELHOS
-
04 LIVROS
LIVRO HISTÓRICO
 - 
01 LIVRO
EPÍSTOLAS PAULINAS 
-
13 LIVROS
EPÍSTOLAS GERAIS 
- 
08 LIVROS
LIVRO PROFÉTICO
 - 
01 LIVRO
Além destas divisões e subdivisões existem outras a que chamamos de divisões naturais:
DISPENSAÇÕES:
INOCÊNCIA - DA CRIAÇÃO AO PECADO ORIGINAL
CONSCIÊNCIA - DO PECADO ORIGINAL AO DILÚVIO
GOVERNOS HUMANOS - DO DILÚVIO À CHAMADA DE ABRAÃO
PATRIARCAS - DE ABRAÃO A JOSÉ
ÊXODO - DA SAÍDA DO POVO HEBREU DO EGITO ATÉ À CHEGADA AO MONTE SINAI
LEI - DO SINAI AO FIM DO VT
JUÍZES - DE JOSUÉ A SAMUEL
MONARQUIA - DE SAUL A JEOIAQUIM
REINO UNIDO - DE SAUL A SALOMÃO
REINO DIVIDIDO - DE ROBOÃO A JEOIAQUIM
EXÍLIO BABILÔNICO - DUROU SETENTA ANOS
RESTAURAÇÃO DE JUDÁ
PERÍODO MACABEU
GRAÇA - DO NASCIMENTO DE JESUS AOS DIAS ATUAIS
ALIANÇAS:
EDÊNICA - GÊNESIS 1.26 A 28
ADÂMICA - GÊNESIS 3
NOÉTICA - GÊNESIS 9
ABRAÂMICA - GÊNESIS 15
MOSAICA - ÊXODO 19 E 20
PALESTINIANA - JOSUÉ 24
DAVÍDICA - I CRÔNICAS 17.1 A 15
NOVA ALIANÇA - HEBREUS 8.6 A 13
IMPÉRIOS:
GOVERNOS HUMANOS - DO DILÚVIO A BABEL
EGITO - DE ABRAÃO A MOISÉS
ASSÍRIA - APÓS ROBOÃO ATÉ EZEQUIAS
CALDEU - INICIOU-SE COM NABUCODONOZOR
MEDO-PERSA - INICIOU-SE COM DARIO, O PERSA
GRECO-MACEDÔNICO - INICIOU-SE COM FILIPE, PAI DE ALEXANDRE, O GRANDE
ROMANO - INICIOU-SE EM 63 AC 
CONHECIMENTOS ÚTEIS
A Bíblia continua a ser o Best-Seller mais vendido e lido no mundo.
O Alcorão já foi traduzido para 128 línguas, enquanto que a Bíblia toda já foi traduzida para 275 línguas, o NT para 495, e pelo menos um livro da Bíblia para mais 940. 
A Bíblia foi escrita em 1.600 anos, por uns 40 autores, e contém 66 livros.
Originalmente a Bíblia não se subdividia em capítulos. A primeira divisão em capítulos foi feita pelo Cardeal Hugo de Saint Cher, Abade dominicano em 1250.
A divisão em versos foi feita em duas etapas:
O VT em 1445 pelo Rabi Nathan; o NT em 1551 por Robert Stevens, um impressor parisiense que publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos.
A Bíblia protestante possui 1.189 capítulos e 31.101 versos.
O maior livro é o de Salmos com 150 capítulos e o menor é a segunda epístola de João com apenas 13 versículos.
O maior capítulo é o Salmo 119 com 176 versos e o menor é o Salmo 117 com 2 versos.
O maior verso é de Ester 8.9 e o menor Êxodo 20.13.
O verso central é Salmo 118.8.
Os livros de Ester e Cantares não fazem menção ao nome de Deus.
A expressão "Assim diz o Senhor" aparece cerca de 3.800 vezes.
A expressão "Não temas" aparece 366 vezes.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 1452 em Mainz na Alemanha.
O VT possui 39 livros com um total de 929 capítulos, 23.144 versos e teve pelo menos uns 30 autores. Sua mensagem central é a vinda do Messias Jesus Cristo.
O NT possui 27 livros com 260 capítulo e 7.957 versos. Foi escrito por uns 8 ou 9 autores e sua mensagem central é o cumprimento da promessa de Deus ao enviar o seu Filho Jesus.
Jesus é o assunto central das Escrituras. Ele é citado praticamente em todos os livros, uns citam seu nome e seus feitos, outros, todavia, falam dele por meio de figuras.
O livro de Salmos é um agrupamento de cinco livros, sendo assim divididos:
Livro I - de 1 a 41
Livro II - de 42 a 72
Livro III - de 73 a 89
Livro IV - de 90 a 106
Livro V - de 107 a 150
Os dois primeiros livros são atribuídos à autoria davídica. Os demais foram escritos por Salomão, um por Moisés - o 90 - e outros pelos levitas e sábios da época do rei Ezequias.
O Salmo 119 possui 176 versos divididos em 22 seções de 8 versos cada. Em cada seção os versos são iniciados com uma determinada letra do alfabeto hebraico, formando assim um dos mais belos acrósticos que se conhece.
O livro de Lamentações de Jeremias nos capítulos 1,2,4 e 5 há 22 versos, cada um deles iniciando com um letra do alfabeto hebraico.Já o capítulo 3 possui 66 versos onde cada grupo de 3 versos é iniciado com a mesma letra do alfabeto hebraico. O acróstico do livro é perfeito e devidamente ordenado.
Os textos que estão entre parêntese (na ARA) ou em itálico (na ARC) não constam nos melhores manuscritos, sendo na verdade alguns acréscimo encontrados em outros manuscritos e ali colocados pelo tradutor para auxiliarem a compreensão do texto.
As expressões encontradas no cabeçalho dos salmos são orientações dadas pelos músicos sobre a nota em que deve ser tocada a canção, ou ainda para que tipo de voz ou instrumento de música foi composta a canção.
O salmo 136 possui 26 versos que terminam com a mesma expressão "...porque a sua misericórdia dura para sempre".
A expressão "Selah" significa "elevação" e provavelmente, indica o lugar onde deveria haver uma interrupção das vozes para um interlúdio instrumental. 
COMO MANUSEAR A BÍBLIA
A Bíblia é uma coleção de livros agrupados por assunto. Para facilitar a sua consulta ela é dividida em capítulos, versículos e parágrafos. A existência de inúmeras versões da Bíblia nos obriga a uma pesquisa para podermos manusear o livro de Deus com facilidade.
Divisão em capítulos e versículos - A primeira grande divisão da Bíblia é a que a divide em dois testamentos, o Antigo e o Novo. O antigo tem 39 livros, de Gênesis e Malaquias e o Novo, 27 livros de Mateus ao Apocalipse. Para facilitar a consulta, a Bíblia foi dividida a partir de 1555 em capítulos e versículos. A primeira Bíblia que trouxe essa divisão foi a Vulgata Latina.
Os capítulos são identificados pelos números maiores no início dos textos, e os versículos, pelos números menores.
A Referência - É a indicação do livro, capítulo, versículo e outras informações necessárias a serem achadas na Bíblia. Exemplo: Rm 11.17.
Rm - Nome do Livro (abreviatura de Romanos).
11 - O primeiro número depois do nome do livro é do capítulo.
17 - O número a seguir é o do versículo.
Assim, temos: Rm 11.17 = Livro de Romanos, capítulo 11, versículo 17.
Abreviaturas - O sistema usado pela Sociedade Bíblica do Brasil é o mais indicado pela sua simplicidade e rapidez. Os livros da Bíblia são abreviados com duas letras e sem ponto.
- A primeira letra da abreviatura é maiúscula. Ex: Jn = Jonas.
- Entre capítulos e versículos usa-se apenas um ponto. Jn 1.3.
- Os versículos são separados por vírgulas. Jn 1.3,4.
- Os capítulos são separados por ponto e vírgula. Jn 1;3.
- Usa-se o hífen para indicar o prosseguimento de um capítulo ou um versículo a outro. Jn 1.3-6 (Jonas, capítulo 1. Versículos 3 a 6). Jn 1-3 (Jonas, capítulo 1 a 3).
Divisão em parágrafos - Só existe na versão REVISTA E ATUALIZADA. Os textos que encerram um assunto são iniciados com uma letra em negrito. Veja por exemplo o Salmo 2, que tem 5 parágrafos.
Títulos dos capítulos - São preparados pelos editores e nem sempre estão de acordo com o texto. Serve para, numa rápida passagem, identificar o assunto.
Palavras em itálico - São palavras escritas com um tipo de letra diferente. Não constam dos originais mas são necessários para complementar o sentido do texto. Em português, somente a versão ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA da Imprensa Bíblica possui essas palavras. Como exemplo, veja a palavra acerca em Mateus 2.7.
Palavras entre parênteses ou colchetes - A Bíblia na versão ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA traz palavras em colchetes que também não estão nos originais mas servem para complementar o sentido do texto. Em algumas versões estrangeiras essas palavras aparecem entre parênteses. Veja por exemplo Marcos 5.7,8. Isso só acontece no Novo Testamento.
Explicações nas margens - Uma letrinha encontrada ao lado de uma palavra remete à margem onde vai ser encontrado um sinônimo para aquela palavra ou uma explicação que se julgue necessário.
Referências marginais - Um numerozinho ao lado de uma palavra remete à margem onde se encontram outras referências, Tratam-se de outras passagens bíblicas que falam sobre o mesmo assunto. Chamam-se referências paralelas.
Indicações nas referências - São informações necessárias para consultar a Bíblia.
"a" - Parte inicial do versículo - Rm 11.17a
"b" - Parte final - Rm 11.17b
"ss"- Indica os versículos seguintes - Rm 11.17ss.
"v" ou "vv" - Versículo ou versículos.
"qv"- Recomendações para que veja a referência.
"cf"- Confira
"i.e"- Isto é.
"vd"- Vide ou veja.
"Cap"- Capítulo(s).
Siglas das principais versões em português.
REVIS - Almeida Revista e Revisada - Imprensa Bíblica Brasileira
ARC - Almeida Revista e Corrigida - Sociedade Bíblica do Brasil.
ARA - Almeida Revista e Atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil.
SOARES - Matos Soares - Versão popular dos católicos brasileiros.
Vulg. Vulgata Latina.
TB, VB, EB - Tradução Brasileira de 1917.
LXX - Septuaginta ou Versão dos Setenta.
JERUS - Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas - Versão Católica.
FIG. - Antônio Pereira de Figueiredo - Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Versão Católica usada no Brasil pelos protestantes no início do século.
Outras siglas
- SBB.- Sociedade Bíblica do Brasil
- IBB -Imprensa Bíblica Brasileira
- AC - Antes de Cristo
- AD - Depois de Cristo. Do Latim "Ano Domini", ano do Senhor. O mesmo que DC (depois de Cristo).
- GR - Grego
- Heb - Hebraico
- Aram - Aramaico.
No Velho Testamento encontramos livros, por isso sempre estão no gênero masculino (Primeiro Reis, Segundo Samuel, Primeiro Crônicas, etc). Já no Novo Testamento encontramos cartas ou epístolas, por isso é sempre feminino (Primeira Coríntios, Segunda Timóteo, Terceira João, etc).
BREVE HISTÓRIA DA BÍBLIA
Os livros da Bíblia foram escritos por muitos autores diferentes, durante um período de cerca de 1600 anos em três línguas diferentes. Como foram os 66 livros da Bíblia colocados juntos? Como forma reconhecidos como inspirados?
A palavra "Cânon" é usada em referência aos livros reconhecidos como componentes da Bíblia. O termo vem do grego "Kanon" e significa "vara", dando a idéia de uma vara reta que era usada para medir a retidão de objetos.
A canonização dos livros da Escritura foi se dando aos poucos. Deus dirigiu de tal maneira a redação do seu livro que no decorrer dos anos e séculos da história bíblica, os líderes religiosos foram reconhecendo a inspiração dos livros até completar o cânon.
Realmente, quando homens de Deus falaram no Antigo Testamento, suas vozes foram reconhecidas como sendo inspiradas. A lei dada a Moisés no Monte Sinai foi reconhecida como vinda de Deus e aceita como tal. Com o passar dos anos, sempre que o povo violava a lei era acusado de rebeldia contra a Palavra do Senhor.
Alguns teólogos acham que o Cântico de Débora, no livro de Juizes é o mais antigo trecho literário do AT. Pertence ao século doze antes de Cristo. Esses, situam Jó do Século VIII ao IV. As narrativas dos historiadores proféticos apareceram nos séculos nono e oitavo AC, enquanto os livros de Isaías, Oséias, Amós e Miquéias apareceram entre 765 e 701 AC.
A expansão das Escrituras judaicas não parou com a Lei e os Profetas. Os judeus, inspirados por Deus, nos mais variados estilos, foram formando desde a literatura prática e devocional, os hinos, sermões e histórias curtas (Rute, Ester e Jonas, por exemplo). Apareceram discussões filosóficas da religião como Jó e Eclesiastes, elegias fúnebres como Lamentações e poesia amorosa como o Cântico dos Cânticos. O livro de Salmos, ao mesmo tempo hinário e livro de oração do segundo templo, foi a grande unidade central nesta literatura religiosa secundária.
O livro de Daniel brotou no meio da perseguição dos judeus pelo rei da Síria, a quem eles estavam sujeitos. Cerca de sessenta e seis vezes o livro de Daniel tem sua linguagem repetida no Apocalipse.
Esdras e Neemias contam a história dos judeus do fim do exílio na Babilônia, onde ficaram cativos por quase 70 anos. Do livro de Malaquias, último profeta do AT, até o livro de Mateus, houve cerca de 400 anos de silêncio divino caracterizado pela cessação da Revelação Bíblica. Duranteesse período, também chamado de Interbíblico, nenhum profeta se levantou em nome de Deus.
Alguns livros foram escritos nesse período, porém destituídos de inspiração divina. Os judeus nunca os reconheceram como canônicos. A Igreja Católica enxertou alguns deles na Bíblia por conterem algo que dá margem a algumas das suas falsas doutrinas. É certo que alguns deles como por exemplo os de Macabeus, são valiosos em algumas informações históricas, entretanto, perigosos para serem incluídos junto com os livros da Bíblia. Estes livros são chamados de Apócrifos, "espúrios" , pelos evangélicos e, "deuterocanônicos" pela igreja católica.
O Novo Testamento
Logo depois da ressurreição de Cristo e de sua ascensão, os que foram testemunhas oculares de sua glória foram a todos os lugares pregando o Evangelho. De boca em boca anunciavam as boas novas que o Mestre havia trazido. Com o passar dos anos surgiu a necessidade de registrar o que ensinavam. Foi aí que os livros do Novo Testamento começaram a ser escritos. O ambiente de perseguição no qual foram escritos ratifica que o Novo Testamento foi escrito com sangue. Desde o sangue vertido na cruz do Calvário até o sangue dos apóstolos.
As epístolas de Paulo foram os primeiros escritos do Novo Testamento, num total de 13. Foram escritas entre 52 e 67 AD. As de Hebreus a Judas, entre 68 a 90 AD.
O livro de Atos foi escrito em 63 AD, os Evangelhos, entre os anos 60 a 65, e de João em 85 AD. O Apocalipse é o mais novo livro do NT. Foi escrito em 96 AD durante o reinado do imperador Domiciano.
Sobre os Autores dos Livros
Os livros da Bíblia são, do ponto de vista literário, registros de fatos e acontecimentos, tradições, costumes e histórias do povo de Deus. Nesse aspecto, devemos considerar que fica muito difícil atribuir, na maioria dos livros a autoria. Os livros costumam levar o nome do seu personagem principal e com raras exceções pode-se afirmar que foi aquele personagem quem o escreveu.
Não existe um original da Bíblia ou de um livro bíblico. São centenas e às vezes milhares de fragmentos que foram ajuntados para se compor determinado livro. Os manuscritos antigos são por isso, chamados de originais.
Existem vários estudos sobre a composição da literatura bíblica. Modernamente, os mais aceitos pela área acadêmica são os da crítica literária moderna ou "alta crítica". Os estudiosos dessa corrente admite para o Pentateuco, por exemplo, várias escolas literárias que produziram textos paralelos e que depois houve uma tentativa de harmonizar os textos paralelos e que depois houve uma tentativa de harmonizar os textos produzidos em um só, formando então os livros. Para o Novo Testamento, principalmente em relação aos Evangelhos, a teoria é semelhante. Por mais sérios que possam ser esses estudos, não podemos desconsiderar o fato de que são apenas "teorias". Os cristãos de todos os tempos têm preferido aceitar o Plano de Deus na revelação e inspiração da Bíblia aceitando o que Ela diz literalmente.
A Bíblia no Brasil
João Ferreira de Almeida nasceu em Lisboa, de pais católicos romanos, em 1628. Mudou-se para Djacarta, capital da Indonésia onde aceitou a fé da igreja Reformada Holandesa e se tornou zeloso pregador do Evangelho.
Durante sua longa vida pastoral escreveu e publicou várias obras religiosas, dentre as quais a versão portuguesa da Bíblia. Almeida traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, quando faleceu em 1691. Missionários amigos seus completaram a tradução, especialmente Jacob Opden Akker.
A Sociedade Bíblica Americana e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira muito contribuíram para a distribuição da Bíblia Britânica e Estrangeira em 1819.
A Edição Revista e Corrigida (ARC) foi uma revisão da Bíblia de Almeida entre 1894 a 1925. O primeiro exemplar da Bíblia Corrigida foi publicado pela Imprensa Bíblica Brasileira (organização Batista independente) em 1951.
A Edição Revista e Atualizada (ARA) é uma atualização de versão de Almeida feita entre 1945 a 1955 por uma comissão de especialistas brasileiros. O NT foi publicado em 1951 e o AT em 1958 pela Sociedade Bíblica do Brasil. É, na nossa opinião a de melhor tradução e de melhor linguagem do que as demais.
O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo na distribuição de Bíblias. Existem algumas traduções mais modernas como "A Bíblia na Linguagem de Hoje" da Sociedade Bíblica do Brasil e "A Bíblia Viva" da Liga Bíblica Mundial, que tencionam apresentar a Bíblia em uma linguagem mais moderna e acessível. Ambas têm um ponto negativo muito importante: São traduções do inglês e não nos satisfazem plenamente nesse intuito.
TEORIAS LIBERAIS QUANTO À BÍBLIA E SEU CONTEÚDO
Existem muitas teorias contrárias à suprema autoridade das Escrituras. Dentre elas destacamos:
ROMANISMO - No concílio de Trento (1545 a 1563) ficou definida a posição católico-romana a respeito da autoridade das Escrituras. Eles incluíram nesta ocasião os livros apócrifos ao cânon, equiparando-os aos demais.
Declararam ainda que as Escrituras são de difícil interpretação possuindo muitos textos obscuros. Por esta razão, foi proposto que se designasse outra fonte de autoridade além das Escrituras. Esta outra autoridade passou a ser a Igreja Romana representada pelo clero e em especial pelo seu sumo-pontífice.
"Além das Escrituras, a Igreja Romana admite como regra de fé e prática a Tradição derivada diretamente dos apóstolos e equivalentes em autoridade às Escrituras... A Igreja ... recebe e venera com um sentimento de piedade e reverência todos os livros do Antigo e do Novo Testamento, sendo que o mesmo Deus é o autor de ambos; e as Tradições também, sejam relacionadas coma fé ou com a moral, como tendo sido ditadas ou oralmente por Cristo ou pelo Espírito Santo, e preservadas na Igreja Católica em sucessões ininterruptas." 
(Concílio de Trento)
No Concílio Vaticano II (1962 a 1965) ficou declarado que a Tradição tem autoridade igual à das Escrituras, e que interpretação de ambas é reservada exclusivamente à Igreja. Neste Concílio o termo Tradição foi redefinido como sendo as interpretações sucessivas das Escrituras oferecidas pela Igreja no decurso dos séculos. 
E ainda ficou definido que a Igreja, de modo algum, está acima de ambas as fontes de Revelação e que a função da mesma é ensiná-las, pois ambas estão tão intimamente ligadas que é impossível dissociá-las sem danos para a Igreja e seus fiéis.
RACIONALISMO - Reduz o Cristianismo revelado ao nível de uma religião racional.
Platão e Descartes foram os precursores deste pensamento. Spinoza, (1632 a 1677), filósofo holandês, rejeitava a inerrância e a natureza proposicional da revelação especial nas Escrituras. Sustentava ainda que os milagres, caso sejam definidos como eventos que quebram as leis da natureza, não ocorrem de fato.
Davi Hume (1711 a 1776), filósofo e historiador escocês, sucessor de Spinoza, rejeitava cabalmente qualquer tipo de milagre e desacreditava dos relatos bíblicos a respeito dos mesmos. Os racionalistas deístas Matthew Tindal, Anthony Collins e Thomas Woolston rejeitavam os milagres e profecias cumpridas como evidências em favor da revelação especial das Escrituras.
Outros renomados racionalistas (às vezes chamados de empiristas) são John Locke, filósofo inglês e Gottfried Wilhem Leibniz, considerado o maior filosofo alemão do século XVII.
HISTORICISMO - Estuda o Cristianismo e todos os seus fenômenos à luz da observação histórica. Para eles tudo é história. As Escrituras têm valor apenas histórico, seus relatos comprovados historicamente são valiosos e seus ensinos espirituais e morais nenhum valor têm em si mesmos.
POETISMO - Vêem a Bíblia apenas como um livro de poesia primitiva em que as verdades religiosas, em parte racionais, em parte emocionais, são apresentadas de uma forma estética.
Johann Gottfried Von Herder (1774 a 1803), filósofo alemão, é o mais destacado defensor desta idéia.
PIETISMO SENTIMENTAL - Admitem que a Bíblia pode ser interpretada à luz da experiência sentimental do indivíduo e não à luz da razão, da históriaou da poesia.
IDEALISMO FILOSÓFICO - Admite que a Bíblia pode ser interpretada tendo como base a filosofia do "eu presente". Acreditam que cada leitor tem a capacidade de colher para si mesmo aquilo que julga lógico, racional ou necessário; e rejeitar o que julgar vão e desnecessário.
BARTHIANISMO - Karl Barth (1886 a 1968), teólogo alemão - Embora considerasse que as Escrituras Sagradas têm autoridade, não aceitava a inspiração verbal como base de autoridade conferida às Escrituras.
Para ele a Bíblia "contém" a Palavra de Deus. Apenas contém e não "é" a Palavra de Deus. Seus seguidores se preocuparam em frisar que a Bíblia é um livro humano como qualquer outro. Para eles os escritores sacros fizeram uma obra imperfeita, desproporcional e arbitrária.
Segundo Karl Barth a Bíblia é o meio pelo qual ocorre o evento da revelação "por", "em" e "através" do seu testemunho humano a Deus, Deus constantemente se revela a nós. Sua ênfase não recai sobre a origem divina nem ao passado. Ela recai sobre a sua instrumentalidade no presente.
Para Barth os profetas e os apóstolos erraram em seus escritos. Eles escreveram o que entenderam e Deus se valeu do que eles entenderam para se revelar a nós. Neste sentido Barth dá valor elevado ao elemento humano na inspiração e revelação.
REDUCIONISMO DE BULTMANN - Rudolph Bultmann (1884 a 1976), teólogo alemão, um dos maiores defensores da demitização - processo de eliminação de mitos.
Para Bultmann, a Bíblia, em especial o NT, foi produto de uma mente super-ativa que introduziu elementos mitológicos a outros elementos racionais. Para ele a função do intérprete é a de demitizar os textos sagrados a fim de torná-los relevantes para o mundo contemporâneo.
Demitizar, segundo Bultmann, é retirar aquilo que não tenha conotação lógica e dar a isto uma interpretação alegórica. Por exemplo: O ensino bíblico sobre a ressurreição dos santos, por ser algo que foge ao padrão racional, deve ser interpretado como meramente uma alegoria de uma vida nova, com novos padrões morais, novas expressões, etc. Nunca devemos dar a este ensino o seu sentido real e transcendente. Isto é demitizar.
NEO-ORTODOXIA EXISTENCIALISTA - A Bíblia "se torna" a Palavra de Deus na medida em que cada indivíduo se encontra com Deus nas palavras que lê. 
Contrariando a todas estas teorias apresentadas acima encontramos a posição ortodoxa.
POSIÇÃO ORTODOXA
ORTODOXIA - Termo composto de derivação grega - "Orthós" - reto e "dóxa" - ensino, opinião - Lit. Opinião ou ensino correto.
A palavra Ortodoxia não é um termo bíblico e somente foi usado para definir a opinião dos cristãos primitivos em relação e contradição dos pensadores judaizantes e gnósticos do primeiro século.
Depois disto o termo passou a ser usado em conexão com a sã doutrina. Embora o termo seja abrangente nos limitaremos apenas ao pensamento ortodoxo a respeito da Autoridade Suprema, Inerrância e Exclusividade das Escrituras.
A BÍBLIA É A ÚNICA E INFALÍVEL REGRA DE FÉ E PRÁTICA.
Eis a máxima da Ortodoxia Bíblica.
DECLARAÇÕES DE FÉ ORTODOXAS
“Cremos e confessamos que as Escrituras canônicas dos santos profetas e apóstolos de ambos os testamentos são a verdadeira Palavra de Deus e têm suficiente autoridade de si mesmas e não dos homens. O próprio Deus falou aos patriarcas, aos profetas e apóstolos, e ainda nos fala hoje pelas santas Escrituras”. (Confissão de Fé Helvética).
“...Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamentos, ... todos eles dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e prática”. (Confissão de Fé de Westminster).
“Cremos que as palavras contidas nestes livros (os 66 da lista protestante) procedeu de Deus, e que recebe dele a autoridade, e não da parte de homens. E na medida em que é a regra de toda a verdade, que contém tudo o que é necessário para o serviço de Deus e para a nossa salvação, não é lícito para os homens, nem para os anjos, acrescentar a ela ou tirar dela, ou ainda alterá-la... nenhuma autoridade... deve opor-se a estas Sagradas Escrituras, mas, pelo contrário, todas as coisas devem ser examinadas, reguladas e reformadas de acordo com elas”. (Confissão de Fé Francesa).
“Recebemos todos estes livros (os 66), e somente eles, como santos e como confirmação de nossa fé, cremos, sem qualquer dúvida em todas as coisas neles contidas, não tanto porque a Igreja os recebe e aprova como tais, mas, mais especialmente, porque o Espírito Santo testificou em nossos corações que são de Deus, e disto levam em si mesmos a evidência”. (Confissão de Fé Belga). 
Da Posição Ortodoxa obtemos basicamente três temas essenciais:
1 - A AUTORIDADE SUPREMA DAS ESCRITURAS
2 - A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS
3 - SOLA SCRIPTURA
A AUTORIDADE SUPREMA DAS ESCRITURAS
A BÍBLIA É SUPERIOR EM AUTORIDADE A TODO E QUALQUER ESCRITO HUMANO, SEJAM AS DELIBERAÇÕES TOMADAS EM CONCÍLIOS, OPINIÕES DE ANTIGOS ESCRITORES, DOUTRINAS DE HOMENS OU OPINIÕES PARTICULARES.
Nenhum escrito humano possui igual ou superior autoridade do que as Escrituras Sagradas. Por tão grande autoridade a ela conferida, ela assim se torna o único padrão aceitável de norma e conduta cristã.
A Suprema Autoridade das Escrituras se baseia no seguintes itens:
1 - DEUS É O SEU AUTOR
2 - ELA É A PLENA REVELAÇÃO ESCRITA DE DEUS AOS HOMENS
3 - JESUS RECONHECEU A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
4 - ELA POR SI MESMA TESTIFICA DESTA AUTORIDADE A ELA CONFERIDA
1 - DEUS É O SEU AUTOR - "...Cremos que as palavras contidas nestes livros procedeu de Deus, e que recebe dele a sua autoridade..." confissão de Fé Francesa.
"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (II Timóteo 3.16 e 17)
"Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo. (II Pedro 1.21)
Estas palavras provenientes do texto sacro declaram duas verdades essenciais sobre o caráter das Escrituras:
1 - As Escrituras são revelações concedidas por Deus aos homens que as escreveram.
2 - O processo usado foi a inspiração mediante a ação do Espírito Santo que capacitou os escritores humanos a escreverem exatamente o que Deus queria que eles escrevessem.
INSPIRAÇÃO
Inspirar - do grego "Theopneustos" - lit. soprado por Deus. Deste termo podemos entender o seguinte: 
Inspiração é o ato de Deus soprar sobre o escritor dando a ele a orientação necessária para que escreva exatamente aquilo que Deus quer.
No processo de inspiração o Espírito Santo age como um sopro sobre os escritores capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura ou erro, o escritor neste caso pode valer-se de outras evidências ou fontes.
Os rabinos diziam que o Espírito Santo pairava "sobre" e "nos" profetas, e falava através deles de modo que as palavras deles não eram deles mesmos, mas provinham da boca de Deus, e eles assim falavam e escreviam pelo Espírito Santo. Paulo nos leva a entender isto ao falar sobre o caráter inspirado das Escrituras no texto acima citado.
Em II Pedro 1.21 o verbo mover era usado para descrever os navios levados pelo vento (Atos 27.15 e 17) e a metáfora ali empregada é que os profetas "levantaram velas e o Espirito Santo as inflava dirigindo-os, como o vento faz com as embarcações. 
TEORIAS DE INSPIRAÇÃO
DITADO VERBAL - Defendida pelos ultraconservadores. Conhecida também como Inspiração Mecânica. Conforme esta teoria, Deus ditou palavra por palavra e os escritores passivamente as escreveram.
INSPIRAÇÃO DINÂMICA - Segundo esta teoria, Deus não inspirou palavra por palavra, mas apenas as idéias, dando aos escritores a liberdade em lidar com as frases e palavras.
INSPIRAÇÃO PLENÁRIA - Segundo esta teoria, Deus deu plena expressão ao seu pensamento nas palavras dos relatos bíblicos. Deus levou os escritores a usarem as palavras características de suas épocase culturas, todavia houve uma superintendência do Espírito Santo ao selecionar as palavras e expressões a serem usadas.
CONCLUSÃO:
Deus revelou-se a si mesmo e a seu plano redentivo mediante a revelação escrita, esta revelação é conhecida como Escrituras Sagradas. Sendo assim, ela é a autoritativa e exclusiva revelação escrita procedente de Deus e digna de ser crida e seguida segundo a orientação do Espírito Santo.
O conteúdo das Escrituras é a revelação escrita de Deus, e o seu modo, ou o "como" da revelação é a Inspiração que se define como a ação sobrenatural de Deus que capacitou os homens santos a receberem a revelação, assimilá-la e transmiti-la com fidelidade e linguagem contextualizada.
2 - ELA É A PLENA REVELAÇÃO ESCRITA DE DEUS AOS HOMENS - "...e na medida em que (a Bíblia) é a regra de toda a verdade, que contém tudo o que é necessário para o serviço de Deus e para a nossa salvação, ..." Confissão de Fé Francesa
As Escrituras Sagradas são a suficiente revelação de Deus aos homens porque, embora não seja toda a revelação de Deus, ela se constitui em tudo o que Deus desejou que o homem soubesse sobre Sua pessoa, plano redentivo e soberana vontade.
REVELAÇÃO
O termo hebraico "Galah" - Encontrado em Deuteronômio 29.29 e o termo grego "Apokalupsis" - Encontrado em Apocalipse 1.1 têm o mesmo sentido - "Tirar o véu" lit. Desvendar, colocar a descoberto algo que estava oculto, trazer à luz algo obscuro.
Revelação portanto, é tudo aquilo que Deus permite ao homem conhecer mediante as vias naturais - os sentidos - e vias sobrenaturais - faculdade metafísica de percepção.
A revelação como temos abordado aqui se refere ao aspecto metafísico. Nas Escrituras Deus procurou revelar ao homem aquilo que naturalmente ele nunca poderia perceber. O caráter de Deus, seu plano e sua vontade vão além de nossa percepção física, daí a necessidade da intervenção reveladora da parte de Deus.
Deus se vale de três fontes de revelação:
1 - REVELAÇÃO GERAL - CRIAÇÃO - Sl 19.1-6
2 - REVELAÇÃO ESCRITA - AS ESCRITURAS - Dt. 29.29, Jo 5.39
3 - REVELAÇÃO ESPECÍFICA - JESUS CRISTO - Jo 1.18, Hb. 1.3
Toda informação autorizada divinamente a respeito das coisas celestiais, mudanças de tempo e eternidade, conceitos de certo e errado, em suma, a verdade absoluta deriva unicamente das Escrituras.
CONCLUSÃO:
Deus revelou-se a si mesmo (tanto quanto possível à percepção humana) a homens santos que por sua vez, com extrema fidelidade, no uso pleno de suas faculdades mentais, interpretaram e escreveram estas verdades de maneira ordeira e inteligível, sob a orientação e influência do Espírito Santo, autor e autorizado intérprete das Escrituras. 
3 - JESUS RECONHECEU A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS E FEZ USO DELA -
Jesus, conhecendo bem as Escrituras vetero-testamentárias não somente fez uso dela como deu a ela o seu "imprimatur" - reconhecimento de autoridade suprema.
Jesus a chamou de Palavra de Deus - Mateus 4.4, 15.6, Lucas 8.21 e João 8.47
Jesus dizia que era um erro não conhecê-la - Mateus 22.29
Jesus disse que ela Não pode ser anulada - João 10.35
Jesus veio cumpri-la - Mateus 5.17
Jesus a citou perante seus adversários - Mateus 4.4,7 e 10, 12.7, 15.4,7 a 9, 21.16, 22.31 e 32, 37 a 39, etc.
Jesus a usou em seus ensinos - Lucas 4.16 a 21, 24.27,44 e 45.
Jesus disse que ela não falhará - Mateus 5.18 e 24.35.
Em Lucas 24.27,44 e 45 encontramos o que Jesus queria dizer como sendo Escrituras:
"E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras... importava que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras."
A LEI DE MOISÉS - A TORAH - Os cinco livros que compõem o Pentateuco.
OS PROFETAS - Inclui os Livros Históricos e Proféticos do VT.
OS SALMOS - Toda a coletânea musical dos judeus, incluindo os livros de Jó, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
Em Mateus 15.6 Jesus faz clara distinção entre as Escrituras, às quais ele chama de Palavra de Deus e as Tradições dos rabinos - O Talmude.
O TALMUDE - Antigas leis e tradições orais judaicas, reduzidas à forma escrita em duas obras:
O MISHNAH E A GEMARA
Não somente Jesus, mas também os apóstolos fizeram uso das Escrituras e atribuíram a ela autoridade suprema:
João 1.45, Atos 2.16 a 21, 25 a 28, 34, 3.18, 21 a 25, 7.2 a 50, 10.43, 13.15 a 23, etc.
Em Hebreus 1.1 temos a declaração de que o que Deus disse através dos seus servos os profetas e o que dissera através de seu filho Jesus, são revelação divina digna de ser crida. Assim temos uma equiparação entre os que os profetas disseram e o que Cristo disse. 
O dizer dos profetas se encontra no VT e o dizer de Cristo se encontra nos Evangelhos. Se em Hebreus 1.1 o conteúdo do VT é equiparado ao conteúdo dos Evangelhos, temos que concluir que os Evangelhos têm por si mesmos a autoridade derivada do Filho.
Em II Pedro 3.15 e 16 Pedro equipara os escritos paulinos às demais Escrituras vetero-testamentárias. 
No texto de Lucas 24.45 ao lermos que Jesus "abriu o entendimento" dos apóstolos para compreenderem as Escrituras, passamos a concluir que os escritos apostólicos tinham então uma fonte indubitável - a interpretação correta do VT, feita pelo próprio Cristo. 
Desta forma os escritos apostólicos se revestem de singular autoridade sendo propriamente equiparados aos escritos proféticos do VT. A autoridade destes escritos procede do fato de que eles escreveram o que viram, ouviram e testemunharam pessoalmente a respeito da verdade do Evangelho - I João 1.1 a 4.
Esta é a razão pela qual Paulo aponta para dois fundamentos da fé em Efésios 2.20
1 - O FUNDAMENTO DOS PROFETAS - O CONTEÚDO DO VT
2 - O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS - O CONTEÚDO DO NT
4 - ELA POR SI MESMA TESTIFICA DESTA AUTORIDADE A ELA CONFERIDA- Isto devido a alguns fatos a seu respeito:
A - HISTORICIDADE COMPROVADA - A História dos outros povos ratifica os acontecimentos narrados nas Escrituras. A própria História universal apanha emprestado das Escrituras alguns registros e fatos para a sua complementação.
B - O TESTEMUNHO ARQUEOLÓGICO - A arqueologia tem conferido às Escrituras a maior confiabilidade possível. Tudo que ela já descobriu somente confirma a fidelidade da narrativa bíblica.
C - O TESTEMUNHO DA CIÊNCIA - As remotas e as recentes descobertas científicas têm confirmado que ao invés de enfraquecer a confiabilidade escriturística, a ciência tem prestado à Bíblia um maravilhoso trabalho confirmando o que ela já de antemão previu.
D - O TESTEMUNHO DOS ESCRITORES ANTIGOS - Muitos são os escritores antigos que em seus escritos aludem a fatos que a Biblia relatou. Às vezes estes escritores se valeram dela para escreverem seus livros, outras vezes, sem terem idéia de que a Bíblia já havia dito algo, eles ratificaram a informação com seus escritos.
E - SUA PERFEITA HARMONIA - Tendo sido escrita em 16 séculos, por cerca de 40 autores, que viveram em épocas, lugares e culturas diferentes, possuindo enormes diferenças culturais, sociais e ideológicas, todos os escritos que integram as Escrituras nos transmitem uma só mensagem.
F - SUA PERFEITA UNIDADE - São 66 livros e aos lê-los um após outro a conclusão a que chegamos é de que estivemos lendo um só livro. 
G - O CUMPRIMENTO FIEL DE SUAS PROFECIAS - Todos os vaticínios proféticos têm-se cumprido, ou estão se cumprindo cabalmente diante dos olhos de todos nós.
H - SUA FAMILIARIDADE - A Bíblia é familiar a todos os homens, não importa onde estejam, o que façam, que língua falem ou que cor possuam em suas peles, a Bíblia é o único livro que se ajusta a todos os seres humanos. Ela é o livro da Humanidade. Sua mensagem é universal e ao mesmo tempo perfeitamente pessoal.
I - SUA IMPARCIALIDADE - Ela conta o fato como aconteceu, sem ter preocupação em salvaguardar a imagem de seus personagens. Ela relata a devoção de Davi mas não oculta o seu terrível pecado, fala da sabedoria de Salomão e não omite a sua insensatez,fala da sábia e inspirada resposta de Pedro mas relata também a sua vergonhosa atitude diante de uma simples empregada. Por esta razão a Bíblia é altamente confiável.
J - SUA INESGOTABILIDADE - Ela é sempre nova. Não importa quantas vezes a tenhamos lido, ela sempre tem algo novo a acrescentar, uma nova revelação, uma nova perspectiva, uma nova contextualização da mesma mensagem de outrora. Seu conteúdo é de uma profundeza tal que a leríamos a vida toda e ainda teríamos algo a descobrir em sua leitura e meditação.
K - SUA ESPIRITUALIDADE - Ela é o livro que fala à alma e ao espírito do homem. Seu conteúdo é um bálsamo ao cansado, é uma bússola ao desorientado, é uma vara aos desobedientes, é um alívio ao penitente, é o instrumento do Espírito para efetuar no coração do homem a mais radical transformação de vida - o Novo Nascimento. Ela edifica, consola e exorta a todos.
L - SUA VERACIDADE - Só Há verdade na Bíblia. Ela é o único livro que só possui verdade. Ela é a verdade absoluta.
M - SUA INDESTRUTIBILIDADE - Desde que foi escrita até aos dias atuais, nenhum outro livro foi tão perseguido como a Bíblia, reis, ditadores, imperadores, califas, clérigos e intelectuais tentaram destruí-la, mas a poderosa mão de Deus a preservou. Quanto mais perseguida, mais lida, quanto mais rara, mais desejada.
A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS
Por inerrância devemos entender o seguinte:
As Escrituras não fazem, em sua origem (nos originais), declarações falsas ou enganadoras a respeito de nenhum assunto nela contido. (Warfield Benjamim Breckinridge).
Quando os fatos forem conhecidos, então a Bíblia será reconhecida por todos como inteiramente verdadeira, e nunca falsa, em tudo quanto afirma no tocante à doutrina, ética, ciências sociais, físicas, exatas e biológicas.
CARACTERÍSTICAS DO POSTULADO:
1 - LIMITADO - Aplicado somente aos escritos originais, onde as variações gramaticais não alteram o conteúdo do texto. 
2 - ESCATOLÓGICO - A verdade será confirmada quando todos os dados estiverem disponíveis ao examinador.
Para alguns teólogos liberais o postulado acima é completamente inaveriguável e carente de comprovação científica, sendo por esta razão, rejeitado cabalmente por eles.
Alguns admitem uma Inerrância Parcial, segundo a qual as Escrituras não cometem nenhum erro no que diz respeito à soteriologia e a questões de fé e prática. Todavia, por ter sido escrita por homens limitados, comete sérios erros de caráter científico e filosófico.
Bultmann representa os extremos dos teólogos liberais ao afirmar que a Bíblia, em especial o NT, está cheia de mitos e fábulas. Suas conclusões divergem da opinião petrina - II Pedro 1.16 a 21.
ARGUMENTOS A FAVOR DA INERRÂNCIA
1 - ARGUMENTO BÍBLICO - A Bíblia se auto-afirma inerrante nos seguintes textos: 
II Timóteo 3.16 - "Toda Escritura é inspirada por Deus..." Se inspirada, logo inerrante.
João 10.34 e 35 - "...as Escrituras não podem falhar..." Se infalível, também inerrante.
II Pedro 1.21 - "...falaram... movidos pelo Espírito..." Se inspirada pelo Espírito, infalível deve ser considerada.
Sendo as Escrituras fruto de divina inspiração, infalível e escrita sob a supervisão do Espírito Santo a conclusão a que devemos chegar é que tal obra é inerrante.
ARGUMENTO HISTÓRICO - Os apóstolos e os Pais da Igreja eram de comum parecer a favor da inerrância das Escrituras. Os reformadores fizeram questão de inserirem o postulado da inerrância em seus artigos de fé.
3 - ARGUMENTO EPISTEMOLÓGICO - Se as Escrituras se constituem na única e autorizada fonte de revelação salvífica, então a inerrância precisa ser plena e não pode ser parcial, porque se ela é falha no que diz respeito a elementos imanentes, ela se constitui, desta forma, uma fonte dúbia a respeito de assuntos transcendentes.
De uma só fonte não pode jorrar dois tipos de água, uma doce (a verdade soteriológica) e amarga (o erro e o engano). Ou as Escrituras são inerrantes ou o seu ensino sobre a salvação está seriamente comprometido.
4 - ARGUMENTO DA RAMPA ESCORREGADIA - Um abismo chama outro abismo - Salmo 42.7.
Os teólogos que começaram a questionar a inerrância bíblica acabaram caindo em outros erros terríveis. Chegaram a dizer que Deus morreu, criaram a Teologia da Libertação que ensina o homem a reagir, a se armar; passaram a crer no Evolucionismo, no Universalismo, no Naturalismo e outros erros absurdos.
5 - ARGUMENTO AD-HOMINE OU DE AUTORIDADE - Todos os teólogos liberais (se há exceção, desconhecemos) morreram em terríveis agonias de alma e espírito. Indagados a respeito de sua fé eles responderam com pavor e desespero que haviam se perdido em suas conclusões. A única certeza que eles possuíam, nesta altura de suas vida era que eles desaprenderam a crer, passaram a duvidar de tudo e já não via esperança para eles mesmos.
Alguns liberais afirmam que as Escrituras cometem pequenos erros de cifras, nomes, números estatísticos, locais, datas e outros pormenores omitidos por um autor e citado por outro, ou omitido por todos eles.
Outros teólogos se concentraram em negar os milagres contidos nas Escrituras. ainda que Jesus tenha confirmado a estes.
Jesus confirmou o relato da Criação - Mateus 19.4 e 5
Jesus confirmou o relato do Dilúvio - Mateus 24.38 e 39
Jesus confirmou o relato do profeta Jonas - Mateus 12.40
Jesus confirmou o incidente de Sodoma e Gomorra - Lucas 17.26 a 32.
Em resposta a estes argumentos, os teólogos liberais alegam que Jesus, tal como Paulo, se amoldou à forma do pensamento judaico, porque, segundo eles, se Jesus não se amoldasse a isto ele não seria crido pelos seus ouvintes.
Mas o que vemos nos Evangelhos é que Jesus não se preocupou em que se cresse nele mais do que com a verdade a ser transmitida. Esta idéia de que Jesus se amoldou para que os judeus cressem nele parece ser o inverso do que vemos nos relatos evangélicos.
Outros exemplos de milagres do VT reiterados no NT:
A mula de Balaão - II Pedro 2.15 e 16
A travessia do Mar Vermelho - Atos 7.36
As 10 pragas do Egito - Atos 7.36 e II Tm. 3.8
Os milagres de Elias - Tiago 5.17 e 18.
Os liberais na verdade têm outras razões para não crerem na inerrância das Escrituras, esta razões são de origem ética. Eles não se sentem bem com um livro inerrante a dizer o que é certo ou errado na vida de todos. Para eles é melhor duvidar das Escrituras do que obedecê-la em suas exigências morais.
SOLA SCRIPTURA
A ÚNICA FONTE E NORMA DE TODO O CONHECIMENTO CRISTÃO É A ESCRITURA SAGRADA . Heinrich Heppe
As Escrituras são a única e infalível regra de fé e pratica - esta máxima sintetiza o pensamento de Sola Scriptura - somente as Escrituras, nada além dela.
“Podemos confiar incondicionalmente somente nas Escrituras e não nos escritos dos Pais, porque os mestres da Igreja podem e têm errado. A Escritura nunca erra. Portanto, ela tem autoridade incondicional. A autoridade da Igreja e dos teólogos é relativa e condicional. Sem a autoridade das Escrituras, ninguém pode estabelecer declarações firme e sólidas na Igreja”. (Lutero)
“Em Primeiro lugar afirmamos que desejamos seguir a Escritura somente, como regra de fé e da religião, sem misturá-la com quaisquer outras coisas que sejam calculadas pela opinião dos homens separadamente da Palavra de Deus, e sem desejar aceitar para o nosso governo espiritual qualquer outra doutrina além daquela que nos é transmitida mediante a mesma Palavra, sem acréscimos ou diminuições, conforme o mandamento do Senhor”. (Confissão de Fé de Genebra).
O pensamento Sola Scriptura é de imenso valor para o estabelecimento de todo o pensamento Ortodoxo-fundamentalista. Sem este postulado o pensamento todo ficaria incompleto e passível de interpretações errôneas.
Com o postulado Sola Scriptura o pensamento Ortodoxo exclui definitivamente a tradição defendida pelos romanistas, as outras fontes apresentadas pelos liberais e também as alegações autoritativas das revelações carismáticas que tenham cunho doutrinário e contradiga o conteúdo das Sagradas Escrituras.
A CANONICIDADE DAS ESCRITURAS
CÂNON- Do hebraico "gâneh" - Ezequiel 40.3 - lit. vara ou régua usada para manter algo em linha reta. No grego clássico a palavra veio a significar regra, norma ou padrão - "Kanon" - Gálatas 6.16 e II Coríntios 10.13 a 16.
Na luta contra os pagãos e os hereges, a Igreja produziu uma lista contendo os livros aceitos como inspirados. A esta lista os Pais da Igreja chamaram de Cânon Eclesiástico.
O Cânon - lista dos livros declarados como inspirados e superiores em autoridade - não apareceu da noite para o dia. Muito tempo e muitos debates foram necessários para que tivéssemos esta lista tão seleta.
Conforme B. T. Bittencourt, Cânon é o corpo de escrito havidos por únicos possuídos de autoridade normativa para a fé cristã, em contraste com os escritos que não o são, ainda que contemporâneos.
O CÂNON DO VELHO TESTAMENTO
Bem cedo na História, Deus começou a formação do cânon do Velho Testamento:
O Decálogo foi escrito em pedras - Dt. 10.4
As leis dadas no Sinai foram escritas em um livro - Dt. 31.24 a 26
Outras cópias da Lei foram feitas - Dt. 17.18
Josué fez algumas complementações - Josué 24.26
Samuel escreveu um livro - I Samuel 10.25
Alguns profetas escreveram as crônicas dos reis - II Cr. 32.32, 33.18 e 19
Em 726 AC os Salmos são cantados em coros - II Cr. 29.30
Em 740 AC o profeta Isaías faz menção do Livro do Senhor - Isaías 34.16
Em 553 AC Daniel faz alusão aos livros - Dn. 9.2
Em 445 AC Neemias encontra o livro das genealogias dos que regressaram do exílio 
Estas pequenas citações nos fornecem uma idéia a respeito do Cânon do VT e mostram como ele foi formada aos poucos na medida em que a História se processava.
O CÂNON HEBRAICO
O historiador dos hebreus Flavio Josefo (37 a 110 AD), que também foi general , publicou obras de excelente valor histórico e cultural a respeito de seu povo. Em seu livro Contra Apion - nono volume, ele disse o seguinte:
“Não temos pois receio de ver entre nós um grande número de livros que se contradizem. Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se refere a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisés... os profetas que sucederam a ele escreveram em treze outros livros tudo o que se passou desde a morte de Moisés até o reinado de Artaxerxes (464 a 424 AC), filho de Xerxes, rei dos persas e os quatro outros livros, contém hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias (90 AD), mas como não se teve, como antes, uma seqüência de profetas não se dá o mesmo crédito, que aos outros livros, de que acabo de falar e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos, chamamo-los assim; fazemos profissão de observá-los inviolavelmente e morrer com alegria se for necessário para prová-los”.
Neste trecho de seu escrito Josefo faz menção a vinte e dois livros que possuem autoridade diferenciadora. Estes vinte e dois livros, como Josefo os designou eram considerados pelos judeus como divinos e dignos de serem observados e defendidos, se necessário com a própria vida.
OS VINTE E DOIS DA LISTA DE JOSEFO
Josefo nos fornece alguns indícios para sabermos quais são os vinte e dois livros reputados como inspirados pelos hebreus. Eles são os seguintes:
A TORAH - OS 5 DE MOISÉS - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
OS ESCRITOS DOS PROFETAS - 13 LIVROS - Josué, Juizes e Rute (juntos), I e II Samuel (juntos), I e II Reis (juntos), Esdras, Neemias, Ester, Isaías, Jeremias e Lamentações (juntos), Ezequiel, Daniel, os doze profetas menores (num só livro).
OS LIVROS DE CÂNTICOS - 4 LIVROS - Jó, Salmos, Provérbios e Eclesiastes (juntos) e Cantares.
Desta forma, como se pode observar, na lista de Josefo se encontram os 39 livros que possuímos em nosso Cânon do VT.
Os rabinos, tal como Josefo, faziam distinção entre os livros contidos nesta lista e os demais. A única diferença entre o cânon dos rabinos e o de Josefo é a maneira de classificá-los. Eis a maneira dos rabinos:
A TORAH - Gênesis a Deuteronômio - sem mudança. 
OS PROFETAS - Josué, Juizes, I e II Samuel (juntos), I e II Reis (juntos), Isaías, Jeremias, Ezequiel, os 12 profetas menores (juntos).
OS ESCRITOS - Salmos, Provérbios, Jó, Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias (juntos), I e II Crônicas (juntos).
O CÂNON DA SEPTUAGINTA
A Septuaginta é a tradução do Velho Testamento hebraico para o grego, juntamente com alguns livros adicionais. Esta tradução foi feita, segundo uma tradição, por setenta anciãos judeus, durante o reinado de Ptolomeu II Filadelfo (284 a 247 AC), na cidade de Alexandria; daí a razão de ser chamada de Septuaginta - ou a tradução dos setenta.
Nesta tradução, além dos 22 de Josefo foram traduzidos alguns livros apócrifos, outros, também apócrifos, foram apenas agrupados por eles, pois já estavam na língua grega.
Eis o cânon da Septuaginta:
TORAH - Sem nenhuma mudança.
HISTÓRIA - Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel (juntos) I, II, III e IV Reinados (correspondem a I e II Reis e I e II Crônicas), I e II Esdras (sendo o primeiro apócrifo), Neemias, Tobias (apócrifo), Judite (apócrifo) e Ester (com acréscimos).
POESIA E SABEDORIA - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares, Sabedoria de Salomão (apócrifo) e Sabedoria de Jesus Ben Sirac ou Eclesiástico (apócrifo).
PROFETAS - Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, Isaías, Jeremias, Baruque (apócrifo), Ezequiel e Daniel (com acréscimos).
LIVROS COMPLEMENTARES - I e II Macabeus.
OS TEXTOS MASSORÉTICOS
Os Massoretas começaram a trabalhar em cerca de 500 AD, e continuaram até a invenção da imprensa, cerca de mil anos mais tarde. A totalidade de suas obras veio a ser conhecida como Massora - lit. Tradição - e o texto bíblico produzido por eles como Textos Massoréticos. Estes textos eram padronizados, escritos em hebraico arcaico, onde não há vogais, apenas consoantes.
Os Massoretas eram estudiosos que se ocupavam com a tradição que circundava a transmissão do texto hebraico e sua mensagem. Eles eram extremamente caprichosos na elaboração dos textos e se preocupavam com os mínimos detalhes, acreditando que havia um segredo oculto em cada letra, palavra ou frase. Eles contavam o número de vezes que uma determinada palavra ocorria no texto e faziam muita questão em torno da ortografia.
Eis o Cânon Massorético:
TORAH - Sem nenhuma mudança.
PROFETAS - Incluía os livros históricos e proféticos, com exceção dos arrolados abaixo.
ESCRITOS - Salmos, Provérbios, Jó, Cantares, Lamentações, Eclesiastes, Rute e Ester.
HISTÓRIA - Daniel, Esdras, Neemias, I e II Crônicas.
Eles não incluíam os livros apócrifos, nem os acréscimos. A lista deles é idêntica à de Josefo, somente que eles faziam separação entre Juizes e Rute e Jeremias e Lamentações.
CÂNON PATRÍSTICO
O Bispo Melito - (170 AD), depois de uma investigação, incluiu aos 22 de Josefo o livro de Sabedoria de Salomão e omitiu os livros de Lamentações, Neemias e Ester.
Orígenes - (185 a 254 AD), aceitava somente os 22 de Josefo.
Eusébio - (263 a 340 AD), Bispo de Cesaréia, autor de História Eclesiástica, aceitava os 22 de Josefo e incluía a Epístola de Jeremias.
Tertuliano - (160 a 250 AD), aceitava os 22 de Josefo com a divisão dos Massoretas.
Hilário de Poitiers - (305 a 366 AD), aceitava apenas os 22 de Josefo.
Jerônimo - (340 a 420 AD), aceitava os 22 de Josefo e designava os apócrifos como literatura secundária.
Agostinho - (354 a 430 AD), Bispo de Hipona, não tinha uma posição bem definida. Ora rejeitava os apócrifos, ora os citava para defender-se de algum crítico.
Atanásio - (300 a 373 AD), disse: "Há pois no VT apenas 22 livros (os de Josefo), os demais são apócrifos, extra-bíblicos e recomendados apenas para leitura particular.
O CÂNON CATÓLICO ROMANO - A VULGATAO Cânon Católico Romano pode ser encontrado na Vulgata - a Versão Popular. A Vulgata é a versão latina da Bíblia. Jerônimo foi o autor desta versão, ele traduziu o VT diretamente do hebraico para o latim, sem recorrer à Septuaginta. Embora, contra a sua vontade, por imposição dos líderes da Igreja Romana, ele tenha colocada junto com os 22 da lista de Josefo os apócrifos e os acréscimo, ele fez constar uma observação a respeito destes últimos.
A Vulgata foi aceita como sendo o legítimo Cânon Católico Romano no Concílio de Trento em 1546. Eis o Cânon da Vulgata:
O PENTATEUCO - Sem mudanças.
LIVROS HISTÓRICOS - Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, III e IV Reis (corresponde a I e II Reis), I e II Paralipômenos - lit. cousas omitidas - (corresponde a I e II Crônicas), Esdras, Neemias, Tobias (apócrifo), Judite (apócrifo), Ester (com acréscimos), I e II Macabeus (apócrifos).
LIVROS SAPIENCIAIS - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria de Salomão (apócrifo), Sabedoria de Jesus Ben Sirac ou Eclesiástico (apócrifo).
LIVROS PROFÉTICOS - Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Baruc (apócrifo), Ezequiel, Daniel (com acréscimos), Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. 
A diferença entre o Cânon Católico e o Protestante é a inclusão, no primeiro, dos sete livros apócrifos, traduzidos pelos setenta e por Jerônimo, e os acréscimos em Ester e Daniel.
OS LIVROS APÓCRIFOS
APÓCRIFOS - Lit. Ocultos, de Origem duvidosa, de Autoria suspeita.
Existiam diversos livros apócrifos, conforme somos informados por Josefo. Todavia, o Cânon Católico Romano adotou apenas os sete incluídos por Jerônimo em sua versão latina.
Os demais apócrifos foram rejeitados no Concílio de Trento. Dentre os muitos rejeitados em Trento destacamos os seguintes:
1 - III ESDRAS - uma descrição pormenorizada de liberalidade de Ciro, o Persa, e Dario, o Medo, para com os judeus. Estas citações foram feitas para servirem de modelo aos Ptolomeus.
2 - IV ESDRAS - São visões dadas a Esdras sobre o governo do mundo por Deus - Uma nova era e a restauração de Escrituras perdidas.
3 - A ORAÇÃO DE MANASSÉS - Um acréscimo ao texto de II Crônicas 32.
OS SETE DA LISTA DE JERÔNIMO - Como já dissemos, Jerônimo a contragosto, Jerônimo incluiu em sua versão sete livros apócrifos encontrados por ele na versão grega - a Septuaginta. Estes foram aceitos em Trento e passaram a fazer parte do Cânon Romano. Algo digno de nota é que o próprio Concílio que os recomendou ordenou que se fizesse uma clara distinção entre eles e os demais da lista de Josefo.
Aos 22 da lista de Josefo a Igreja denominou de Canônicos e aos sete da lista de Jerônimo de Deuterocanônicos - lit. segundo Cânon.
São eles:
TOBIAS - Com 13 capítulos - Conta a história de um jovem israelita, filho de Tobias, que vivia cativo em Nínive e que foi guiado pelo anjo Rafael e contraiu núpcias com uma viúva virgem que perdera seus 7 maridos por causa de uma perseguição de um demônio chamado Asmodeu. Na verdade, o texto todo fala mesmo é de uma certa dívida que um tal Gabelo tinha com Tobias, o pai, e que este dera incumbência a seu filho Tobias de receber. No caminho é que o anjo muda a história e faz com que Tobias e a viúva se encontrem e se casem.
JUDITE - Com 16 capítulos - Conta a história de uma viúva israelita, rica, bela e devota, que nos dias da invasão babilônica, jeitosamente, penetrou na tenda do general babilônico Holofernes e, fingindo entregar-se a ele, decepou-lhe a cabeça e deste modo salvou a cidade de Jerusalém.
SABEDORIA DE SALOMÃO - Com 19 capítulos - É muito semelhante ao livro de Jó, Provérbios e Eclesiastes, uma espécie de mistura de pensamento hebreu e filosofia grega. Foi escrito por um certo judeu que dizia viver em Alexandria.
SABEDORIA DE JESUS BEN SIRAC OU ECLESIÁSTICO - Com 51 capítulos - Muito semelhante a Provérbios. Apresenta regras de conduta para todos os particulares da vida civil, religiosa e doméstica, e ainda enaltece os heróis do VT.
BARUC - Com 6 capítulos - foi endereçado aos exilados. Parafraseia Jeremias, Daniel e outros profetas.
I MACABEUS - Com 16 capítulos - Narra a luta histórica dos judeus sob o comando dos irmãos Macabeus entre 175 a 135 AC. Escrito em 100 AC por judeus palestinianos. Tem grande valor histórico.
II MACABEUS - Com 15 capítulos - Resumo da obra de Jason de Cirene. Serve de suplemento a I Macabeus e é muito inferior a este por conter muitos erros históricos e contradições.
OS ACRÉSCIMOS
Além dos Apócrifos, na versão latina foram incluídos alguns acréscimos aos livros de Ester e Daniel. Ei-los:
ESTER 10.4 A 16.24 - Narra um sonho de Mardoqueu, sua oração, sua apresentação ao rei Assuero e a cópia do Edito de Assuero em favor dos judeus.
CÂNTICO DOS TRÊS VARÕES - Daniel 3.23 a 90 - Narra a oração dos três amigos de Daniel na fornalha de fogo ardente e o cântico triunfal pelo livramento. O verso 91 corresponde a Daniel 3.24 em nosso Cânon.
A HISTÓRIA DE SUZANA - Daniel 13 - Suzana, esposa piedosa de um judeu rico em Babilônia é acusada falsamente de adultério por alguns líderes religiosos que a desejavam sexualmente. Ela foi inocentada pela intervenção sábia do jovem Daniel que não somente a inocentou como condenou os velhos caluniadores.
BEL E O DRAGÃO - Daniel, com sua imensa sabedoria, prova aos sábios babilônicos que Bel - ou Baal - e o Dragão que eles adoravam, e a quem ofereciam comida não eram deuses e que na verdade não eram eles quem comiam os manjares oferecido a eles pelos sábios.
PORQUE OS APÓCRIFOS FORAM REJEITADOS ?
Os reformadores rejeitaram os livros apócrifos por algumas razões:
1 - Foram escritos após a cessação do ministério profético, conforme Josefo afirmou em seu livro.
2 - Os judeus não os reconheciam como canônicos. Para os rabinos a leitura deles era apenas recomendada e não obrigatória.
3 - Embora tenham sido agrupadas na Septuaginta, os setenta fizeram distinção entre eles e os demais da lista de Josefo.
4 - Jerônimo foi obrigado a incluí-los na sua versão latina e fê-lo, todavia, o próprio Jerônimo fez algumas ressalvas quanto ao caráter diferenciado deles em relação aos 22 da lista de Josefo.
Jerônimo afirmou que os apócrifos eram apenas apropriados para leitura particular, tal como dissera Atanásio e quanto aos acréscimos, esta é a ressalva que ele fez na introdução deles:
"Com toda fidelidade trasladei o que se acha no hebraico. Mas o que segue achei escrito na edição dos setenta... como se encontra nos exemplares gregos. Entretanto, no fim do livro estava posto este capítulo; o que segundo o nosso costume, notamos com uma vírgula”.
5 - Eles somente foram aceitos pela Igreja a partir de 18 de Abril de 1546, no Concílio de Trento, quando se lançada a Contra-reforma. Ademais, eles foram aceitos porque contêm certos ensinamentos que a Igreja Romana já havia incorporado a seus dogmas, como é o caso da intercessão pelos mortos.
O Concílio de Trento foi convocado visando fornecer uma resposta ao movimento de Reforma da Igreja. Mas ao invés de se verificar a posição reformada e analisar os erros da Igreja, o que foi feito foi apenas reforçar os pontos que os reformadores condenavam.
Dentre os muitos erros que foram reforçados se encontram os seguintes:
- A doutrina da Transubstanciação foi reforçada.
- A doutrina da justificação pela fé foi rejeitada.
- Os sete sacramentos foram instituídos como dogma.
- A doutrina da sucessão apostólica foi dogmatizada.
Como se pode ver além de atribuir autoridade canônica aos apócrifos o Concílio de Trento serviu tão somente para reforçar a teimosia da cúpula romana diante da verdade pregada pelos reformadores. Neste sentido, o Cânon romano deixa muito a desejar.
6 - A própria Igreja Romana fez distinção entre eles e os demais, chamando-os de Deuterocanônicos.
7 - Nenhum deles foi citado por Jesus.
8 - A Igreja Primitiva e os Pais da Igreja, em sua maioria, não os citava, e os que ousavam citá-los, faziam distinção entre eles e os da lista de Josefo.9 - Eles possuem muitos erros históricos, contradições e exageros. Vejamos alguns exemplos:
a) I Macabeus 6.16 com II Macabeus 1.16 e 9.28 - Três relatos diferentes a respeito da morte de Antíoco.
b) Tobias 5.7, 18 e 12.15 - O anjo Rafael mentindo.
c) II Macabeus 12.41 a 45 - Incentivo à intercessão pelos mortos.
d) Judite 13.19 e 20 - Exaltação à mentira.
e) Judite 13.29 a 31 - Judite é adorada.
f) II Macabeus 14.42 - Elogio ao suicídio.
g) Eclesiástico 30.6 - Exortação à vingança.
h) Prática de feitiçaria - Tobias 3.8, 8.2 e 3, 11.13 a 15.
i) Tobias 2.10 - Andorinhas não fazem ninhos em casas habitadas.
j) II Macabeus 15.40 - Exortação a se beber vinho para esquecer as mágoas.
k) Tobias 4.9 a 12 - Esmola salvífica.
l) A História de Suzana é lida para reforçar a idéia de que há dois caminhos para a salvação.
m) I Macabeus 9.27 - Sem profetas.
n) Na conclusão do II livro de Macabeus há um pedido de desculpa caso algum engano tenha sido cometido.
10 - Nenhum deles alega possuir caráter inspirado.
O CÂNON PROTESTANTE
Embora Lutero tenha feito uso de alguns livros apócrifos, os reformadores tiveram como ponto em comum a rejeição terminante dos livros apócrifos. Com base na informação de Josefo, dos Massoretas e dos Pais da Igreja os reformadores adotaram apenas os 22 da lista de Josefo e os dividiu de tal forma que formaram os 39 que conhecemos hoje.
O Cânon Protestante foi dividido com base no critério literário e não no cronológico. Embora haja uma certa ordem cronológico, este não foi o padrão adotado.
A DIVISÃO LITERÁRIA
LITERATURA JURÍDICA - A Torah - Gênesis a Deuteronômio.
LITERATURA HISTÓRIA: Se divide em duas partes.
PRÉ-EXÍLIO - Escritos antes do exílio babilônico.
Josué a II Crônicas.
PÓS-EXÍLIO - Escritos após o exílio.
Esdras, Neemias e Ester
LITERATURA POÉTICA
Jó a Cantares
LITERATURA PROFÉTICA: Se divide em três partes.
PRÉ-EXÍLIO
Parte de Isaías, Parte de Jeremias, Oséias, Amós, Jonas, Miquéias, Naum e Sofonias.
DO EXÍLIO
Parte de Isaías, parte de Jeremias, Daniel, Ezequiel, Joel, Obadias e Habacuque.
PÓS-EXÍLIO
Ageu, Zacarias e Malaquias.
OS PSEUDOEPÍGRAFOS
Termo oriundo do grego Pseudoepigraphos - lit - escritos falsos ou espúrios. O termo alude em especial à idéia de falsa autoria, ou seja os livros assim denominados não foram escritos pelos autores apresentados por eles. Embora haja algumas menções deles nas Escrituras, eles nunca foram considerados canônicos nem pelos judeus, nem pela Igreja.
Eis alguns deles:
O Testamento de Abraão, Vida de Adão e Eva, Carta de Aristéias, Assunção de Moisés, Apocalipse grego de Baruc, Apocalipse siríaco de Baruc, I Enoque ( citado em Judas 14 e I Pedro 3.18 e 4.6), II Enoque, Martírio e Assunção de Isaías, Paralipomena de Jeremias, Oração de José, Livro dos Jubileus, III e IV Macabeus, Salmos de Salomão, Oráculo Sibilinos, Testamento dos Doze Patriarcas, A Vida de Lameque, Eldade e Medade, O Apocalipse de Sofonias, O Apocalipse de Esdras, O Apocalipse de Zacarias, História de João Hircano, Livro de Lendas e Mágicas, O Apocalipse de Elias.
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Como o Cânon do VT, o Cânon do NT levou algum tempo para ser produzido. Acredita-se que o primeiro a surgir foi o Evangelho de Marcos - um relato sucinto da vida e obra de Jesus narrado por Pedro a João Marcos, seu amanuense.
Os demais evangelhos, Mateus e Lucas, segundo se crê, foram produzidos a partir do relato deste evangelho, exceto o de João. 
As epístolas paulinas eram cartas enviadas pelo apóstolo Paulo às igrejas da Ásia Menor e Europa, com o intuito de instruí-las nas verdades essenciais do Evangelho.
As epístolas pastorais, de autoria paulina também, visavam os obreiros e procuravam fornecer instrução a eles sobre como deveriam proceder perante o povo de Deus. Já as epístolas gerais eram cartas circulares e atendiam as necessidades da Igreja no que diz respeito à apologia da fé e questões disciplinares.
O livro de Atos dos Apóstolos é um tratado apologético elaborado por Lucas, um médico cristão que seguiu a Paulo em sua viagens missionárias. O livro foi endereçado a Teófilo, um eminente oficial romano, visando a apresentação do cristianismo, seu surgimento, conteúdo e propagação.
O único livro profético, Apocalipse, é o relato das visões concedidas por Jesus ao apóstolo João quando este estava exilado na ilha de Patmos.
O Cânon do NT foi motivo de muita discussão e reuniões conciliares. A seguir forneceremos um esboço do desenvolvimento deste cânon:
Alguns fatores influenciaram a formação do Cânon, destacamos os seguintes:
a) O VT forneceu um impulso criador de um novo Testamento.
b) A vida e as palavras de Jesus Cristo fomentou a necessidade de se criar uma nova autoridade além do VT.
c) A nova religião cristã criou a necessidade de mais Escrituras além das Escrituras judaicas, para formar a base da nova religião.
d) Os apóstolos, primeiros líderes da nova religião com seus livros e epístolas, forneceram bases para as novas Escrituras.
e) Os pais da Igreja criaram os cânones primitivos e uma nova autoridade na Igreja cristã primitiva.
f) Os concílios da Igreja Primitiva e Medieval procuraram estabelecer quais livros eram canônicos e quais não eram.
A seguir fornecemos um pequeno resumo da história do estabelecimento do Cânon do NT:
1 - Durante o tempo dos apóstolos algumas epístolas de Paulo e um ou mais evangelhos já eram aceitos como Escritura.
2 - Já no começo do segundo século, de modo geral, ainda não universal, treze epístolas de Paulo eram recebidas como Escrituras, como também os quatro evangelhos, as epístolas de I João e I Pedro, também o livro de Apocalipse - totalizando vinte livros, ou mais. 
Irineu aceitava vinte e dois livros. Alguns livros não aceitos hoje em dia foram aceitos por certos elementos dos primeiros séculos, especialmente a Epístola de Barnabé, as de Clemente e o Pastor de Hermas.
Durante o terceiro século foram aceitos quase que universalmente todos os vinte e sete que temos hoje, com exceção de Tiago. Alguns poucos a aceitavam. Mas algumas outros livros além dos 27 eram também aceitos como a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas, Orígenes os arrolava em seu cânon. Orígenes também foi o primeiro Pai da Igreja a aceitar a epístola de Tiago como canônica. No cânon de Orígenes havia portanto 29 livros. 
No quarto século chegou-se à fixação quase universal do Cânon do NT, tal como existe hoje em dia.
Os concílios, tanto os antigos como os da Idade Média, em geral aprovaram o cânon de vinte e sete livros da lista de Atanásio. 
Todavia, certos indivíduos da Idade Média e outros da Era Moderna ainda insistem em rotular determinados livros como duvidosos.
O CÂNON PATRÍSTICO
Praticamente foram os Pais da Igreja quem criaram o cânon do NT. Perto do final do segundo século, um tal de Marcion começou a pregar um doutrina de que haviam dois deuses: o Deus do VT - severo e vingador; e o Deus do NT - um Deus bondoso e misericordioso, mais exaltado que o primeiro. Por esta razão Marcion rejeitava o VT. Além disto ele dizia que os apóstolos, com exceção de Paulo havia pervertido o Evangelho.
Esta era a razão pela qual ele também rejeitava os demais evangelhos e ficava apenas com o Evangelho segundo Lucas e dez epístolas paulinas, ficando de fora do seu cânon as epístolas de Paulo a Timóteo, Tito e Filemon. Pode-se dizer que este foi o primeiro cânon cristão e serviu como base para o estabelecimento de um maior e mais completo, sem a influência da heresia marcionista.
Antes de Marcion elaborar o seu cânon algumas epístolas de Paulo e os Evangelhos já eram usados e reputados como Escritura Sagrada, mas até Marcion ninguém havia se pronunciado a respeito de um certo conjunto de livros canônicos.
Irineu de Leão (185 AD) Em seu livro "Sabedoria, Falsamente Chamada", cita os quatro Evangelhos, o livro de Atos, as epístolas paulina, o livro de Apocalipse e alguma epístolas gerais. Ele chama a estes escritos de Escrituras. Rejeitava o livro de Hebreus por duvidar de sua autoria e acrescentava à sualista o livro O Pastor de Hermas. Seu Cânon tinha 22 livros.
Hipólito de Roma (234 AD) citou a maior parte do NT como Escritura e falou sobre os dois testamentos - O Velho e o Novo. Também aludiu aos quatros Evangelhos.
O Cânon Muratoriano - (170 a 210 AD) - Ludovic Muratori formulou uma lista de livros considerados canônicos que foi encontrado posteriormente em latim na cidade de Milão. Esta lista incluía as epístolas paulinas, duas epístolas de João e uma de Judas, mas não menciona nenhuma de Pedro ou Tiago. O Pastor de Hermas também fazia parte deste cânon.
Tertuliano de Cartago - (200 AD) Aceitava os quatro Evangelhos e treze epístolas paulinas. Rejeitava o Pastor de Hermas.
Orígenes de Alexandria - (254 AD) Dividia os livros religiosos em duas categorias: Os reconhecidos e os Discutidos. Ele mesmo aceitava a todos, mas alistava como reconhecidos os seguintes livros: Os quatro Evangelhos, 14 epístolas paulinas (incluindo Hebreus), o livro de Atos dos Apóstolos e duas epístolas universais - a de I João e a de I Pedro - e o Apocalipse. ao todo os aceitos eram 22 livros. 
Os discutidos eram os seguintes: A Epístola de Tiago, II e III João, II Pedro, Judas, A Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas.
O Códex Claromontano do Século VI é um manuscrito grego e latino do NT que tem uma lista de livros canônicos que não contém a epístola aos Hebreus, e sim, o Pastor de Hermas, os Atos de Paulo e o Apocalipse de Pedro. As divergências nos cânones muitas vezes dependia da geografia. Por exemplo, a igreja siríaca aceitava o livro chamado de Evangelho segundo os Hebreus, e também uma outra pseudo-epístola de Paulo - III aos Coríntios, mas o Apocalipse de João só foi aceito ali bem mais tarde. 
A opinião da igreja cristã de Alexandria parece ter sido idêntica à de Orígenes. A igreja de Roma e de outras regiões ocidentais provavelmente consideravam que o cânon do NT incluía os livros que apareciam na tradução latina. Assim sendo, figuravam ali os quatro evangelhos, treze epístolas de Paulo, as três epístolas universais de João, I Pedro, Judas e Apocalipse de João. Mais tarde a epístola aos Hebreus veio também fazer parte do cânon; mas na antiga versão latina faltavam II Pedro e Tiago. 
A versão etíope contava com todos os vinte e sete livros do NT que temos hoje em dia, além de mais outros sete, que eram as epístolas de Clemente e outros livros que coletivamente eram chamados "Sínodo", e que incluem o Apocalipse de Pedro.
Além desses, algumas pessoas, ainda que não toda a Igreja cristã, aceitavam mais oito livros, intitulados "Constituições Apostólicas", publicados em nome de Clemente, os quais continham diversas leis eclesiásticas.
Eusébio - Autor de Histórias Eclesiásticas - Dividiu a lista em três divisões:
1 - Livros reconhecidos - Os 4 Evangelhos, Atos dos Apóstolos, 14 epístolas de Paulo, I Pedro, I João, e, de acordo com certos, o Apocalipse de João.
2 - Livros discutidos - Tiago, Judas, II Pedro e II e III João.
3 - Livros espúrios - Atos de Paulo, Pastor de Hermas, Apocalipse de Pedro, a epístola de Barnabé, o Didaquê, o evangelho segundo Hebreus, e, de acordo com muitos, o Apocalipse de João.
Eusébio fez uma lista de livros que considerava terem sido produzidos só a interesse de opiniões hereges, que por isso mesmo não figuravam nem entre os espúrios. Essa última lista incluía os seguintes livros: 
O Evangelho de Tomé, o Evangelho de Pedro, o Evangelho de Matias, os Atos de André e João, e outros livros apócrifos.
O CÂNON ORIENTAL
Foi no século IV que o Cânon se fixou de forma quase universal, com Atanásio de Alexandria (325 AD). Naquele tempo, o Cânon passou a incluir os vinte e sete livros que temos hoje em dia. Atanásio foi um dos proeminentes personagens do cristianismo egípcio, bispo de Alexandria depois do Concílio de Nicéia, ocupou esta posição por 50 anos.
Era seu costume enviar cartas às igrejas de sua diocese por ocasião da Páscoa. No ano de 367 AD, ele enviou uma carta (Carta Pascal 39) estabelecendo a lista de livros sagrados que deveriam ser lidos nas igrejas. Esta lista era exatamente a mesma que contém os atuais 27 livros do NT.
Além desses livros, Atanásio recomendava a leitura do Didaquê, o Pastor de Hermas, como literatura benéfica e não como livros inspirados divinamente como os demais. Outros livros que ele reputava como proveitosos, como literatura foram: Sabedoria de Salomão, Sabedoria de Sirac, Ester (com adições gregas), Judite e Tobias. 
O CÂNON OCIDENTAL
No ocidente o Cânon foi fixado mediante diversos concílios. Alguns parâmetros foram estabelecidos para se chegar a um cânon consensual. Estes parâmetros eram os seguintes:
APOSTOLICIDADE - Para ser considerado canônico o livro deveria ter sido escrito por um dos apóstolos ou ter a aprovação deles (Imprimatur).
CIRCULAÇÃO E USO PELA IGREJA - O uso do livro no decorrer do tempo lhe atribuía autoridade e recebia assim o imprimatur da Igreja.
CARÁTER CONCRETO DO LIVRO - Deveria estar isento de ficções, fábulas e honomatopéias; tendo historicidade comprovada.
ORTODOXIA - Deveriam possuir um conteúdo condizente com a sã doutrina.
AUTORIDADE DIFERENCIADORA - Isto ocorria quando algum escritor cristão equiparava o referido escrito em autoridade aos escritos vetero-testamentários e os diferenciava de outros que não eram considerados divinamente inspirados.
LEITURA EM PÚBLICO - Alguns eram lidos em particular e somente os considerados canônicos eram lidos em reuniões públicas da Igreja.
Os concílios não formaram o Cânon, mas somente tiveram a função de declarar a opinião geral das igrejas, em diversas partes do mundo, servindo assim para consolidarem e oficializarem essas opiniões.
O concílio de Nicéia em 325 AD aceitou o cânon atanasiano.
O concílio de Laodicéia em 363 AD proibiu o uso dos livros não-canônicos, pelo que é provável que uma lista determinada, como aquela que conhecemos atualmente, tenha sido aprovada. Foram aceitos os 27 da lista de Atanásio, menos o livro de Apocalipse de João.
O concílio de Hipona em 393 AD aceitou os 27 da lista de Atanásio sem exceção alguma.
O concílio de Cartago em 397 AD aprovou o cânon atanasiano.
O concílio de Cartago (II) em 419 AD confirmou a posição tomada em 397, mas separou a epístola aos Hebreus dos escritos de Paulo, não aceitando a idéia de que Paulo tenha sido o escritor da mesma. Agostinho exerceu muita influência nesta decisão.
Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, acatou a decisão de Cartago mas ainda continuou duvidando da canonicidade de II Pedro, I e II João, Tiago, Judas e Apocalipse. Este cânon formulado por Crisóstomo foi denominado de "Cânon Peshitto". 
O concílio de Trento em 1546 aceitou o cânon Atanasiano sem qualquer mudança. 
O CÂNON PROTESTANTE
Lutero rejeitou as epístolas de Tiago por julgá-la contrária à doutrina da justificação pela fé, e a epístola de Judas por julgá-la ser uma cópia mal feita de II Pedro 2; e ainda divergiu da Igreja Romana na lista que continham os apócrifos do VT.
Considerou a epístola aos Hebreus com sendo de origem não apostólica. Estabeleceu categorias de valores, considerando mais as epístolas aos Romanos, aos Gálatas e aos Efésios. O Evangelho de João era o que a seu ver merecia mais valor.
Zwinglio, líder do protestantismo suíço, rejeitou o livro de Apocalipse mas aceitou as epístolas de Tiago e Hebreus.
Calvino rejeitou II e III João e o Apocalipse, e reservava certas dúvidas a respeito de II Pedro. Aceitou as epístolas de Judas e Tiago mas aludiu ao fato de que muitos nutriam dúvidas a respeito delas.
A Igreja Anglicana em 1562 aceitou o cânon atanasiano.
OS PSEUDO-EPÍGRAFOS
São assim chamados porque a autoria destes sempre foi colocada em dúvida e outros, de autoria indubitável, foram considerados apenas como literatura recomendável.
Itinerário de Paulo, Itinerário de Pedro, Itinerário de João, Itinerário de Tomé, I e II Epístola de Clemente, o Didaquê, Epístola de Inácio, Epístola de Policarpo, Epístola de Hermas, Evangelho Segundo Tomé, História de Tiago, Apocalipse de Pedro, Itinerário

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