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CRIANÇA E ADOLESCENTE

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37 
Revista de Direito 
Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 
Débora Cristina Siqueira Aceti 
Faculdade Anhanguera de São Caetano 
debora.aceti@unianhanguera.edu.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
RESUMO 
A Constituição Federal de 1988 legislou os direitos e garantias às crianças e 
aos adolescentes, possibilitando o cenário para a confecção do Estatuto da 
Criança e do Adolescente em 1990. A Constituição Federal fixa-os na 
condição de titulares de interesses juridicamente tuteláveis, e, dessa forma, 
garantindo amparo aos seus interesses e necessidades, de forma prioritária, 
cabendo, com absoluta prioridade, a família, a comunidade, a sociedade e o 
poder público, o dever de zelar por estes interesses. Em 1989 a Organização 
das Nações Unidas desenvolveu o texto original da Convenção dos Direitos 
das Crianças, estabelecendo como direitos das crianças a impossibilidade de 
prisão perpetua ou pena de morte a menores de 18 anos, a não 
discriminação de qualquer forma, o interesse superior das crianças, a 
primazia nas ações do Estado no atendimento das crianças, orientando e 
acompanhando a sua evolução. O presente trabalho visa à abordagem do 
tema de forma a corroborar no estudo e na proteção das crianças e dos 
adolescentes, pela discussão do tema. 
Palavras-Chave: criança; adolescente; estatuto; constituição federal; acordos 
internacionais. 
ABSTRACT 
The Federal Constitution of 1988 legislated rights and guarantees to children 
and adolescents, allowing the setting for the making of the Statute of 
Children and Adolescents in 1990. The Federal Constitution sets them on the 
condition that holders of legally protectable interests, and thus guaranteeing 
shelter to their interests and needs as a priority, being, with absolute priority, 
the family, community, society and public power the duty to ensure these 
interests. In 1989 the United Nations developed the original text of the 
Convention on the Rights of Children, establishing rights of children as the 
impossibility of life imprisonment or the death penalty to minors under 18 
years, non-discrimination in any form, the best interests of children, the 
primacy of the State's actions in the care of children, guiding and monitoring 
their progress. The present work is to address the topic in order to 
corroborate the study and protection of children and adolescents, the 
discussion of the topic. 
Keywords: child; adolescent; statute; federal constitution; international 
agreements. 
 
Anhanguera Educacional S.A. 
Correspondência/Contato 
Alameda Maria Tereza, 2000 
Valinhos, São Paulo 
CEP 13.278-181 
rc.ipade@unianhanguera.edu.br 
Coordenação 
Instituto de Pesquisas Aplicadas e 
Desenvolvimento Educacional - IPADE 
Artigo Original 
Recebido em: 24/8/2009 
Avaliado em: 21/7/2010 
Publicação: 11 de agosto de 2010 
38 Direito da criança e do adolescente 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
1. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
O conceito de criança é aquela pessoa até 12 anos incompletos, e adolescente aquele entre 
12 e 18 anos de idade, conforme o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
No passado, a criança não era percebida como sujeito de direitos, sendo sempre 
retratada em atividades e roupas de adultos, como observamos em pinturas até o século 
XVII, ao depois, começa a ser considerada sua existência, mas de uma forma incompleta, 
como um sujeito incapaz de direitos. 
O Brasil iniciou a tutela à infância de uma forma assistencialista pela intervenção 
da igreja, que se responsabilizava pelo amparo social, somente no início do século XX, se 
materializam em programas oficiais do Estado a assistência ao menor. 
Verifica-se que nessa época os termos “criança” e “menor” começam a ser 
distanciados, em que pese que menor (grifo nosso) fosse o indivíduo infanto-juvenil em 
situação de vulnerabilidade social – desamparado socialmente; e criança, aquele que era 
incorporado à sociedade. 
Inúmeras medidas de cunho assistencialista e correcional se sucederam no Brasil, 
até o advento da Constituição Federal de 1988, que regulou a matéria de forma plena e 
integral, possibilitando a existência do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, Lei 
nº 8.069/1990, dando efetividade aos preceitos constitucionais1. 
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
A Constituição Federal (CF) de 1988 assegurou as crianças e aos adolescentes, a 
efetividade de seus direitos, trazendo à condição de titulares de interesses juridicamente 
tuteláveis, e, dessa forma, garantindo amparo aos seus interesses e necessidades, de forma 
prioritária, in verbis. 
Art. 227 CF - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
 
1 Ocorre que ainda temos muitas crianças abandonadas e excluídas na sociedade. O filme “Crianças Invisíveis”, retrata a 
realidade das crianças excluídas em 07 (sete) países – Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China e Estados Unidos. 
 Débora Cristina Siqueira Aceti 39 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
2.1. Princípio da Prioridade Absoluta 
Toda criança e adolescente devem receber atendimento prioritário dos serviços públicos e 
na formulação de políticas sociais, para resguardar à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, o acesso ao esporte e ao lazer, à dignidade, à cultura, à profissionalização, ao 
respeito, a liberdade e à convivência familiar, sendo dever de resguardá-los, com absoluta 
prioridade, a família, a comunidade, a sociedade e o poder público, in verbis. 
Art. 4 do ECA - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à 
infância e à juventude. 
Devemos lembrar que o vocábulo prioridade, significa qualidade do que está em 
primeiro lugar, ou do que aparece primeiro, primazia. E o significado de absoluto, como 
sendo aquele que não tem limites, sem restrições, irrestrito, infinito, conforme elucidado 
pelo dicionário Aurélio. 
Dessa forma, o princípio da prioridade absoluta garante aos direitos assegurados 
pela Constituição Federal e pelo ECA, no que tange a população infanto-juvenil, o 
tratamento especial perante quaisquer outros direitos, sempre lembrando que, primeiro, 
devem ser atendidas todas as necessidades das crianças e dos adolescentes. 
2.2. Princípio da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento 
A criança e o adolescente se encontram em uma fase de formação, em que inúmeras 
transformações físicas, psíquicas, valorativas, juntam-se para forjar (formar) um ser 
humano adulto completo. 
Todas essas transformações interiores, somadas às condições que lhe 
proporcionam a família, a sociedade e o Estado, serão marcantes para traçar os caminhos 
dessa população infanto-juvenil, e, sempre que forem necessários meios para prevenir ou 
reprimir atuações negativas na sociedade por esse público, as medidas devem pesar essa 
fase de transição e formação do ser humano.40 Direito da criança e do adolescente 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
3. DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES 
Podemos definir direitos fundamentais como sendo aqueles essenciais ao ser humano, 
sendo que estabelece condições mínimas de vida, proporcionando o desenvolvimento da 
personalidade humana. 
3.1. Direito à vida 
Art. 7 º do ECA - A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, 
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o 
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 
Verifica-se que o direito à vida possui o seu significado estrito em manter a 
existência humana preservada, ou seja, não morrer. 
Ocorre que o direito à vida compreende muito além da preservação apenas, ele 
garante o direito à integridade física e psíquica - o que veda a prática de torturas, maus-
tratos, penas degradantes - direito à vida privada, à intimidade, à imagem, tudo isso 
transmutado no direito à vida digna. 
Temos o direito, irrestrito, de não ser privado a vida, seja qual for à circunstância, 
mas, o que devemos buscar é algo além, o direito a vida digna, visualizando a 
conservação de sua existência de uma forma plena e sustentável. 
Para que isso se efetive faz-se necessário o atendimento à saúde da população 
infanto-juvenil, para que se possa perpetuar o direito à vida. 
O ECA efetiva o atendimento à saúde das crianças e dos adolescentes, de forma 
igualitária e universal, para promoção, proteção e recuperação da saúde, por intermédio 
do atendimento através do Sistema Único de Saúde – SUS (Lei nº 8080/90 que instituiu o 
SUS), incumbindo ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem, os 
medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou 
reabilitação (art. 11º do ECA). 
No Estado de São Paulo, através de seu Código de Saúde, Lei Complementar 
Estadual 791/95, os estabelecimentos de saúde devem realizar ações que possibilitem o 
atendimento especial à criança e ao adolescente. 
3.2. Direito de Locomoção 
O direito de ir e vir, também conhecido como direito à liberdade de locomoção, garante o 
livre acesso sobre vias e logradouros públicos. 
 Débora Cristina Siqueira Aceti 41 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
No que tange ao direito de ir e vir das crianças e adolescentes, para algumas 
situações, o ECA normatizou de forma a condicionar o direito à circulação ou a saída do 
território nacional a prévia autorização judicial para viagem, in verbis: 
Art. 83 do ECA - Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, 
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial. 
Esclarece-se que a autorização não se faz necessária quando se tratar de comarca 
contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na 
mesma região metropolitana (art. 83, §1º, “a” do ECA). 
Ocorre a desnecessidade de autorização quando a criança estiver acompanhada 
de ascendente (avós, bisavós, tataravôs) ou colateral maior, até o terceiro grau (irmãos, 
tios e sobrinhos) e, comprovado documentalmente o parentesco ou, ainda, de pessoa 
maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável (art. 83, §1º, “2” do ECA). 
Ao se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável se a criança ou 
adolescente estiver na companhia de ambos os pais ou responsável, ou, na companhia de 
um dos pais, autorizado expressamente pelo outro, através de documento com firma 
reconhecida, art. 84 ECA. 
Ressalta-se que adolescentes sozinhos, possuem livre acesso a circulação 
nacional, não precisando de autorização, sendo esta necessária, apenas para viagens fora 
do território nacional. 
3.3. Direito à Educação 
O acesso à educação, de forma igualitária, em meios e oportunidades, é dever do Estado, 
que proporcionará igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e o 
ingresso em escola pública e gratuita próximo de sua residência, in verbis. 
Art. 53 do ECA - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação 
para o trabalho, assegurando-se: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares 
superiores; 
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; 
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
Devendo sempre ser resguardar o direito de respeito que os educadores devem 
dispensar aos educandos. 
A participação familiar na educação dos filhos é obrigatório e essencial, sendo 
que a necessidade de matrícula e a permanência na escola é dever dos pais ou 
responsáveis. 
42 Direito da criança e do adolescente 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
A omissão dos pais ou responsáveis de prover à instrução primária de filho em 
idade escolar é considerado abandono intelectual, sendo apenado pelo Código Penal em 
seu art. 246, com detenção de 15 dias a 1 mês ou multa. 
3.4. Direito de Convívio Familiar 
A família é o local apropriado para a concepção, formação e desenvolvimento do ser, e o 
direito ao convívio familiar é um direito constitucional, resguardado às crianças e aos 
adolescentes no caput do art. 227 da Constituição Federal e no art. 19 do ECA, in verbis. 
Art. 19 do ECA - Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio 
da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada à convivência 
familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de 
substâncias entorpecentes. 
A permanência da criança e do adolescente em ambiente familiar é mais 
saudável, devendo sempre ser a primeira escolha, haja vista que os danos quando se retira 
uma criança ou adolescente do lar e o coloca em um abrigo, são muitas vezes irreversíveis 
e desastrosos. 
A psiquiatra Susane Rocha de Abreu2 mostrou que as crianças e adolescentes que 
moram em orfanatos têm seis vezes mais chance de desenvolver transtornos psiquiátricos 
do que as que vivem com suas famílias. O transtorno encontrado com mais freqüência em 
ambos os casos foi à depressão, no grupo do orfanato, 28,6% tinham a doença, contra 
cerca de 8% dos adolescentes que moravam com a família. Em segundo lugar foi a 
Deficiência Mental Leve, encontrada em 11% das crianças dos orfanatos, contra 6,3% das 
que viviam em ambiente familiar. 
4. MEDIDAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE 
As medidas de proteção sempre se farão necessárias quando existir ameaça ou violação 
aos direitos das crianças e dos adolescentes estipulados pelo ECA, in verbis. 
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no Art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino 
fundamental; 
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao 
adolescente; 
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar 
ou ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a 
alcoólatras e toxicômanos; 
 
 
2 Informações da psiquiatra Susane R. de Abreu, retiradas do site http://www.psiqweb.med.br/infantil/adoc2.html 
 Débora Cristina Siqueira Aceti 43 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
VII - abrigo em entidade; 
VIII - colocação em família substituta. 
5. ACORDOS INTERNACIONAIS QUE TUTELA AS CRIANÇAS E OS 
ADOLESCENTES 
Em1989 a Organização das Nações Unidas - ONU, através da junção de forças de países, 
Organizações Não Governamentais - ONGs, agências especializadas da ONU e por 
especialistas (experts) independentes, houve o desenvolvimento do texto original da 
Convenção dos Direitos das Crianças. 
A receptividade concedida a esse tratado, pela rapidez com que os países o 
ratificaram, em 1999, já eram 185 países que já haviam aceitado o seu texto, demonstrou a 
sua importância e necessidade em esfera mundial. Ressalvando que os EUA e a Somália3 
até hoje não assinaram o presente documento, não o reconhecendo e efetivando seus 
preceitos. 
O Brasil ratificou a Convenção pelo Decreto nº 99.710, de 21 de novembro de 
1990. 
A Convenção fixa como direitos das crianças a impossibilidade de prisão 
perpetua ou pena de morte a menores de 18 anos, a não discriminação de qualquer forma, 
o interesse superior das crianças, a primazia nas ações do Estado no atendimento das 
crianças, orientando e acompanhando a sua evolução. 
Constitui-se direito precípuo o nome e a nacionalidade, podendo, na medida do 
possível, conhecer e ser criado pelos seus pais, sendo garantido à criança com capacidade 
de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe 
respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração às opiniões da criança, de 
acordo com a sua idade e maturidade, podendo até ser ouvida nos processos judiciais e 
administrativos, diretamente, por representantes ou organismos adequados (art. 12). 
Devendo ser assegurado o direito a liberdade – expressão, pensamento, 
consciência e religião, adoção, saúde, educação, lazer, atividades culturais, e a proteção a 
todas as formas de exploração infantil. 
Como forma de melhor viabilizar a proteção aos pequenos, houve em 2004 a 
edição de protocolos adicionais e facultativos à Convenção, que objetivaram a proteção, 
 
 
3 A exclusão na ratificação da Convenção dos Direitos da Criança encontra-se relatado no texto MOISES, Cláudia P.; 
ALMEIDA, Guilherme A. Direito Internacional dos Direitos Humanos. Atlas: São Paulo, 2002, p. 77. 
44 Direito da criança e do adolescente 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
prevenção, repressão e punição ao tráfico de pessoas4 e a venda de crianças à prostituição 
e à pornografia infantil5. 
REFERÊNCIAS 
ABREU, Susane R. Crianças Adotadas e de Orfanato: parte 2 – elementos genéticos. PsiqWeb: 
psiquiatria geral. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/infantil/adoc2.html>. 
BRASIL. Assembléia Nacional Constituinte. Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília: Imprensa do Senado, 1988 – com alterações até maio de 2007. 
______. Código Penal. Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Institui o Código Penal. 
Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 31/12/1940. Atualizado até maio de 
2007. 
______. Congresso Nacional. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 
Brasília. 20/09/1990. Atualizado até maio de 2007. 
______. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o 
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil. Brasília. 16/07/1990. Atualizado até maio de 2007. 
______. Presidente da República. Decreto nº 5.007 de 08 de março de 2004. Promulga o Protocolo 
Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição 
infantil e à pornografia infantil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 
09/03/2004. 
______. Presidente da República. Decreto nº 5.017 de 12 de março de 2004. Promulga o protocolo 
adicional à convenção das Nações Unidas contra o crime Organizado transnacional relativo à 
prevenção, repressão e punição do tráfico de pessoas, em especial mulheres e Crianças. 
______. Presidente da República. Decreto nº 99.710 de 21 de novembro de 1990. Promulga a 
Convenção sobre os Direitos da Criança. 
CABRERA, Carlos Cabral; WAGNER JUNIOR, Luiz G. da Costa; FREITAS JUNIOR, Roberto 
Mendes de. Direitos da Criança, do adolescente e do idoso: doutrina e legislação. Belo Horizonte: 
Del Rey, 2006. 
CRIANÇAS Invisíveis. Direção Mehdi Charef, Kátia Lund, John Woo, Emir Kusturica, Spike Lee, 
Jordan Scott, Ridley Scott e Stefano Veneruso. Roteiro: Mehdi Charef, Diogo de Silva, Stribor 
Kusturica, Cinqué Lee, Joie Lee, Spike Lee, Qiang Li, Kátia Lund, Jordan Scott e Stefano Veneruso. 
Produção: Maria Grazia Cucinotta, Chiara Tilesi e Stefano Veneruso. Roteiro: Mehdi Charef, Diogo 
de Silva, Stribor Kusturica, Cinqué Lee, Joie Lee, Spike Lee, Qiang Li, Kátia Lund, Jordan Scott e 
Stefano Veneruso. Intérpretes: Francisco Anawake (João), Maria Grazia Cucinotta (atendente de 
bar), Damaris Edwards (La Queeta) e outros. Itália: Rai Cinemafiction / MK Film Productions 
S.r.l., 2005. DVD. 116 minutos. Sinopse Disponível em: 
<http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/all-the-invisible-children/all-the-invisible-
children.asp>. 
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os Direitos Humanos no 
Brasil. São Paulo: Ática, 2001. 
 
 
4 Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, 
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. Ratificado pelo Brasil pelo Decreto nº 5.017, de 
12 mar. 2004. Disponível em: 
 <http://www.mj.gov.br/drci/cooperacao/Acordos%20Internacionais/novos_acordos/28_ONU_pa_pessoas.pdf>. 
5 Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição e à 
pornografia infantil. 8 mar. 2004. Disponível em: 
 <http://www.mj.gov.br/drci/cooperacao/Acordos%20Internacionais/novos_acordos/33_ONU_prostituicao.pdf>. 
 Débora Cristina Siqueira Aceti 45 
Revista de Direito • Vol. 13, Nº. 17, Ano 2010 • p. 37-45 
ESTADO de São Paulo. Assembléia Legislativa. Lei Complementar nº 791, de 9 de março de 1995. 
Estabelece o Código de Saúde no Estado. 
KOKOL, Anelis. Gestão Pública: Estatuto da Criança e do Adolescente. ECA: da lei aos projetos 
concretos. Americana: Gráfica e Editora Adonis, 2005. 
MOISES, Cláudia P.; ALMEIDA, Guilherme A. (Coord.). Direito Internacional dos Direitos 
Humanos. São Paulo: Atlas, 2002 
ONU. Conferência das Nações Unidas. Convenção sobre os Direitos da Criança. Adotado pela 
Resolução nº L 44 (XLIV), 20 de novembro de 1989. Disponível em: <http://www.onu-
brasil.org.br/doc_crianca.php>. 
______. Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado 
Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial 
Mulheres e Crianças. 2000. Disponível em: 
<http://www.mj.gov.br/drci/cooperacao/Acordos%20Internacionais/novos_acordos/28_ONU_
pa_pessoas.pdf>. 
______. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os direitos da criança referente à venda de 
crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil. 2003. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil. Brasília. 09/03/2004. Disponível em: 
<http://www.mj.gov.br/drci/cooperacao/Acordos%20Internacionais/novos_acordos/33_ONU_
prostituicao.pdf>.

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