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Equilíbrio Ácido Básico Profa Flávia Tamancoldi Gasometria Arterial • Análise dos Gases Sangüíneos – PaO2 – PaCO2 • Análise de Distúrbios Ácido-Básicos – pH –Bicarbonato –Base excess Importância da Regulação do Equilíbrio Ácido-básico • Regulação dos líquidos do organismo – Água – Eletrólitos – Hidrogênio • Permeabilidade de Membranas • Funcionamento Enzimático • Paciente Crítico – Diuréticos – Ventilação Mecânica Noção de pH • Alterações do hidrogênio livre • A concentração de Hidrogênio (H) era determinada pelo pH, hoje é determinada pelo parametro nmol por L. • pH = - log[H] Alterações de pH • pH Fisiológico – Alcalinidade • 7,35 a 7,45 • Acidose ou acidemia (aumento da concentração de hidrogênio) – pH abaixo de 7,35 • Alcalose ou alcalemia (diminuição da concentração de hidrogênio) – pH acima de 7,45 Equilíbrio Ácido - básico • Sistema Tampão – Tampão é uma solução com sal originada de um ácido fraco que se liga aos íons hidrogenio “inativando-os”. • Proteínas • Hemoglobina das hemácas • No compartimento extracelular é o HCO3 que ao se unir ao H pode se dissociar em H2O e CO2 • Tampão bicarbonato-ácido carbonico Tampão Bicarbonato Ácido Carbônico H2CO3 H+ + HCO3 - CO2 + H2O - 5% do CO2 esta dissolvido no plasma - 25% do CO2 se liga na hemoglobina - 75% do CO2 esta na forma de HCO3 Valores Normais • pH –7,35 a 7,45 • PaCO2 –35 a 45 mmHg • Bicarbonato –22 a 26 mEq/L • Base Excess (BE) – -2 a +2 mEq/L Regulação do Equilíbrio Ácido- Basico Regulação Renal • Consiste na excreção do íon hidrogênio no rim e a conservação do íon bicarbonato • Na acidose – Rins concentram íons bicarbonato e excretam íons hidrogênio • Na alcalose – Rins excretam íons bicarbonato e concentram íons hidrogênio Regulação Respiratória • Na acidose –Eliminação de CO2 (hiperventilação) • Na Alcalose –Retenção de CO2 (hipoventilação) Compensação Respiratória Compensação Renal Desequilíbrios Ácido-Base • Acidose (pH < 7,35) –Metabólica –Respiratória • Alcalose (pH > 7,45) –Metabólica –Respiratória Acidose Metabólica - Causas • Alta produção de ácidos orgânicos –Cetoacidose Diabética –Acidose Lática • Excreção reduzida de ácidos – Insuficiência renal • Perda Excessiva de bicarbonato –Diarréia Alcalose Metabólica - Causas • Excesso de bases – Transfusão – Antiácidos orais • Eliminação de HCl – Vômitos • Retenção renal de bicarbonato – Hipovolemia Acidose Respiratória - Causas • Fatores que deprimem o centro respiratório, como por exemplo: medicamentos, traumatismo ou infecções. • Fatores que afetam o sistema respiratório ou obstrução mecânica das vias aéreas • Respiração de alta quantidade de CO2 Alcalose Respiratória - Causas • Efeito estimulador do centro respiratório – Histeria – Febre – infecções do SNC – hipoxia Distúrbios Mistos • Alterações tanto metabólicas quanto respiratórias • Quando as alterações contribuem igualmente para um mesmo distúrbio ácido-base – Ex.: Acidose respiratória e metabólica (DPOC com alteração renal) – Ex.: Alcalose respiratória e metabólica (vômitos e ansiedade) Coleta de Gasometria Arterial • Locais de Punção – artéria radial – artéria braquial – artéria femural. • Material: – seringa 1/3 ml – heparina: anticoagulante / lubrifica a seringa internamente / preenche o espaço morto (agulha) – para eliminar o ar da amostra (contaminação por ar) – Gaze ou algodão – Álcool à 70% Coleta de Gasometria Arterial • Método – Conecte a agulha à seringa – Aspire heparina para seringa – Retire o excesso de heparina – Puncione a artéria (quando a artéria for puncionada, o êmbolo se elevará em virtude da PA) – Retire a agulha quando uma amostra adequada for obtida. • Falhas do sistema: quantidade inadequada de heparina na seringa (diluição da amostra) / quantidade inadequada de sangue obtido (contribui para erro de diluição / trauma físico ou psicológico pela utilização de agulhas de grande calibre. Interpretação da Gasometria Arterial • 1º Passo –Verificar o pH • < 7,35 – acidose • > 7,45 - alcalose • 2º Passo –Analisar a causa primária do distúrbio Casos Clínicos • CASO 1 Paciente de 30 anos chega ao Setor de Emergência em estado de coma, apenas respondendo aos estímulos dolorosos. Sua respiração é superficial e com frequência normal. Familiares encontraram próximo a ela diversas caixas de tranquilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 80mmHg; BR= 23 mM/L; BE= -1,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido- básico(s) apresentado(s), seu(s) mecanismo(s), causa mais provável, outros exames a serem solicitados e o tratamento ? • CASO 2 Após 24 horas de tratamento no CTI, a paciente do caso 1 ainda se encontra torporosa e submetida a ventilação artificial. Gasometria arterial: pH= 7,52; PaCO2= 26 mmHg; BR= 25,6 mM/L; BE= +1,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu mecanismo, a causa provável e o tratamento? • CASO 3 Paciente de 50 anos chega ao Setor de Emergência torporoso, desidratado, com respiração profunda, pausa inspiratória e aumento da frequência respiratória. Ao exame clínico nota-se hálito cetônico. Gasometria arterial: pH= 7,10; PaCO2= 20 mmHg; BR= 5 mM/L; BE= -18. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido- básico(s) apresentado(s), seu mecanismo, sua causa, outros exames a serem solicitados e tratamento? • CASO 4 Atleta de 20 anos está sendo submetido a avaliação funcional respiratória em repouso. Após ser colhida amostra de sangue arterial, verifica-se que o analisador de gases sanguíneos está com defeito e leva-se a amostra a outro laboratório. Gasometria arterial: pH= 7,30; PaCO2= 50 mmHg; BR= 19 mM/L; BE= -3,5. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), causa provável e conduta? • CASO 5 Paciente jovem chega ao Centro Cirúrgico com história de traumatismo abdominal há duas horas. No local do acidente foi encontrado lúcido, hipocorado e com sinais de choque hipovolêmico. Foi reposto rapidamente com solução fisiológica, albumina humana e bicarbonato de sódio. Chegou à Emergência estável e equilibrado, o que permitiu avaliação adequada e pronta indicação cirúrgica. Gasometria arterial: pH= 7,55; PaCO2= 35 mmHg; BR= 32 mM/L; BE= +5,8. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo provável e conduta ? • CASO 6 Paciente de 23 anos está no CTI com quadro de choque septico consequente a peritonite e insuficiência respiratória grave, tipo síndrome de angústia respiratória aguda (SARA) em fase avançada. Suporte circulatório com aminas vasoativas, reposição de volume e suporte respiratório com ventilador mecânico estão sendo empregados. Gasometria arterial: pH= 7,21; PaCO2= 54 mmHg; BR= 19 mM/L; BE= -6,5. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismos e conduta? • CASO 7 Paciente de 70 anos em pós-operatório de cirurgia abdominal queixa-se de caimbras e prostração. Ao exame clínico minucioso observam-se abalos musculares e drenagem elevada pela sonda nasogástrica (2.000mL/24 h). Gasometria arterial: pH= 7,62; PaCO2= 40 mmHg; BR= 36 mM/L; BE= +8,0. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, outros exames importantes e conduta? • CASO 8 Criança de 7 anos chega ao hospital com história de redução do volume urinário e edema de membros inferiores. Há história prévia de vários episódios de amigdalite. Gasometria arterial: pH= 7,30; PaCO2= 28 mmHg; BR= 18 mM/L; BE= -6,5. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, causa e conduta? • CASO 9 Pacientede 80 anos com septicemia secundária a pneumonia de aspiração está sendo ventilada artificialmente. Ocorre queda súbita do nível de consciência sugestiva de acidente vascular cerebral. Gasometria arterial: pH= 7,42; PaCO2= 36 mmHg; BR= 27,6 mM/L; BE= +1,3. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido- básico(s) apresentado(s), mecanismo e conduta? • CASO 10 Paciente de 65 anos, fumante, procura o ambulatório queixando-se de dispnéia, cansaço e tosse acompanhada por secreção clara. O exame clínico revela aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, baqueteamento digital e alguns sibilos esparsos. Gasometria arterial: pH= 7,40; PaCO2= 58 mmHg; BR= 34 mM/L; BE= +7,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, causa e conduta? • CASO 11 O paciente anterior (caso 10) apresentou, após dois meses, quadro de tosse produtiva, secreção amarelada e febre. A dispnéia piorou, fazendo com que fosse levado à Emergência. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 75 mmHg; BR= 30 mM/L; BE= +5,0. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s), mecanismo, causa e conduta? • CASO 12 Paciente de 55 anos com infarto agudo do miocárdio está na Unidade Coronariana em choque cardiogênico. Apesar de suporte farmacológico com dobutamina, dopamina e adrenalina, a perfusão é inadequada, apresentando extremidades frias, cianose periférica, anúria e sonolência. Gasometria arterial: pH= 7,10; PaCO2= 35 mmHg; BR= 12 mM/L; BE= -15. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, causa e conduta? • CASO 13 Paciente de 17 anos chega à Emergência sem falar, apresentando batimento palpebral e frequência respiratória de 50 incursões por minuto. Gasometria arterial: pH= 7,63; PaCO2= 18 mmHg; BR= 26 mM/L; BE= -5,9. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, causa e conduta? Referencias Bibliográficas • BARROS e cols. Anamnese e Exame Físico. São Paulo: Artmed, 2010. • BATES, B. Propedêutica médica. 7 ed., Rio de Janeiro: Guanabara -Koogan, 2000. • KNOBEL, E. Terapia intensiva: enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006.
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