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violencia - Mulheres TCC

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6
 
 
 DEIVID DE MORAES GOMES
 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 (LEI MARIA DA PENHA) 
	
 JI-PARANÁ, RO
 2018
 
 DEIVID DE MORAES GOMES
 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 (LEI MARIA DA PENHA) 
TRABALHO APRESENTADO AO CURSO DE GESTÃO PÚBLICA A INSTITUIÇÃO POLIEDUCABRASIL, A SER UTILIZADO COMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
ORIENTADOR (A): SOLANGE RODRIGUES
	 JI-PARANÁ, RO
 2018
 AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus Que me concedeu Saúde e sabedoria para chegar aonde cheguei e nunca me deixou desistir, minha família que com muito amor, carinho e compreensão puderam me ajudar e apoiar em todos os momentos.
Aos Professores e a Orientadora do Curso Srª Solange Rodrigues, que sempre se mostrou prestativa as dificuldades que apareciam no percurso, e que contribuiu com sua sabedoria para que este trabalho pudesse ser desenvolvido.
“ A violência destrói o que ela pretende defender; a dignidade da vida, a liberdade do ser humano.”
 (João Paulo II)
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................4
1- DADOS E CAUSA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES NO BRASIL...................................5
1.1 A problemática do assunto........................................................................................................5
1.2 Dados........................................................................................................................................6
1.3 Violência de Gênero..................................................................................................................7
1.4Tipos de violência contra mulheres............................................................................................9
2 -MITOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉTICA E FAMILIAR CONTRA MULHERES....................11
2.1 Rede de Enfrentamento............................................................................................................12
2.4 Serviços Especializados............................................................................................................13
Conclusão.......................................................................................................................................16
Referências.....................................................................................................................................17
 Introdução
O Presente trabalho tem por objetivo analisar a abrangência da problemática em relação á violência domésticas contra mulheres, e como o Estado está se posicionado, criando programas de medidas protetivas, secretarias especializadas e investindo na formação de profissionais para auxiliar essas mulheres.
Por Violência doméstica, compreendem-se como atos praticados com brutalidade, maus tratos ou quando a vontade própria é contra seu agrado. Trata-se de um comportamento deliberado. De modo geral, um comportamento violento visa obter ou impor algo por meio de força. No entanto, a Lei Maria da Penha veio para tipificar e punir atos de violência contra as mulheres. Trata-se de mecanismos, que tem por objetivo conter e prevenir a violência doméstica e familiar.
O Trabalho foi estruturado em dois capítulos, nos quais são tratados com base na lei Maria da penha e suas definições nela estabelecidas. No primeiro capítulo, será abordado, dados, causas, no segundo capítulo tipos e mitos da violência contra mulheres, e o que é rede de enfrentamento e rede de atendimento e como se posiciona o Estado diante da magnitude do problema envolvendo violência contra mulheres,(com números cada vez mais auto de denúncias de casos de violência contra mulheres), e as consequências da violência para a vida das mulheres reforçam a necessidade de formação e aprofundamento de conhecimento no temático pelos profissionais da segurança pública em parecerias com secretarias, onde implementam ações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, seja por meio da formação de profissionais, da elaboração de normas técnicas e protocolos de atendimento, bem como por meio do financiamento de projetos.
 Esses projetos são voltados ao fortalecimento das unidades policiais especializadas. Essas unidades desenvolvem campanhas de prevenção á violência contra as mulheres e sobre as condições de funcionamento das delegacias especializadas e outras atividades que são desenvolvidas pelos Estados. 
1- DADOS E CAUSAS DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES NO BRASIL
A cada 15 segundos, uma mulher sofre violência de gênero no Brasil.
1.1 A PROBLEMÁTICA DO ASSUNTO
 A violência contra mulheres constitui uma das principais formas de violação de direitos humanos, atingindo seus direitos á vida, á saúde e a integridade física. É um fenômeno que apresenta distintas expressões e contextos podendo ser de ordem psicológica, física, moral, patrimonial, sexual ou relacionado aos crimes de tráfico de mulheres e assedio sexual entre outros contextos e formas que requer portanto que o Estado Brasileiro adote políticas acessíveis e integrais.
 “os direitos humanos das mulheres e das crianças do sexo feminismo constituem uma parte inalienável, integral e individual dos direitos humanos universais” (Conferência Mundial sobre Direitos Humanos 1993)
A violência contra mulheres constitui um problema que atinge mulheres de diferentes classes sociais, procedências regionais ou nacionalidade, idades, orientação sexual, identidade de gênero, regiões, estados civis, escolaridade, raças /etnia.
Os números relativos aos casos de violência contra as mulheres são alarmantes e demonstram como a violência repercute sobre a saúde física, mental e na capacidade de desenvolvimento saudável e profissional para diversas cidadãs( um dos impactos sociais da violência contra as mulheres é o auto custo para governos, com gastos nas áreas da saúde, jurídica, do trabalho, entre outras.(FALEIROS 2007; JACOBUCCI & CABRAL 2004)
No Brasil, os dados referentes á violência contra as mulheres passaram a ser sistematicamente notificados pelos serviços de saúde em 2006, por meio da vigilância de violência e acidentes (VIVA do Ministério da Saude), a partir da promulgação da Lei nº 10.778 de 24 de novembro de 2003, que estabelece a “ notificação compulsória no território Nacional, no caso de violência contra a mulher que for atendida em serviço de saúde pública ou privados” 
1.2 DADOS
De acordo com a ENOIS( inteligência jovem, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e o instituto Patrícia Galvão, divulgou em 2015 dados da pequisa “ como o machismo e a violência contra a mulher, afetam a vida dos jovens das classes C,D e E. 
Essa pesquisa foi realizada com 2.285 jovens de 14 a 24 anos de 370 municípios com renda familiar de até 6.000,00 e os dados são alarmantes; 41% já sofreram algum tipo de agressão física praticada por homem, 77% já sofreram algum tipo de violência sexual, 90% já deixaram de fazer algo por medo da violência, especificamente por serem mulheres.
De acordo com o mapa da violência – 2015, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking internacional de homicídio de mulheres. Entre 2003 e 2013,o número de vítimas do sexo feminino passou de 3.937 para 4762. Essas 4.762 mortes em 2013 representam 13 homicídios femininos diários. Sobre o local da ocorrência, predominam aquelas praticadas em vias públicas (31,2%), e no domicílio (27,1%). Embora haja forte associação entre violência contra as mulheres e o ambiente doméstico, os dados sugerem que essa violência também ocorre em outros contextos e circunstâncias, que devem ser objetos de atenção quando se realiza sua classificação como feminicídio, ou seja, como mortes violentas intencionais e evitáveis que decorrem das desigualdades de poder que afetam as mulheres de forma desproporcional.
Sobre os meios empregados, a maior parte das lesões foi produzida com o emprego de arma de fogo (48,8%) e armas brancas (25,3%), sendo também significativo o emprego de outros instrumentos e meios (25,9%)” (Brasil,2016). Pesquisas mundiais apontam que 35% dos motivos de procura das mulheres em serviços de saúde, estão relacionadas as consequências das violências doméstica, e não são puramente queixas decorrentes de lesões físicas.
Cunha e Pinto (2008, p. 24) definem a violência contra a mulher como;
Qualquer ato, omissão ou conduta que serve para infligir sofrimentos físicos, sexuais, ou mentais, direta ou indiretamente, por meios de enganos, ameaças, coação ou qualquer outro meio, a qualquer mulher e tendo por objetivo e como efeito intimidá-la, puni-la, humilhá-la, ou mantê-la nos papeis estereotipados ligados a seu sexo, ou recusar-lhe a dignidade humana, a autonomia sexual, á integridade física, moral ou abalar a segurança pessoal, o seu amor próprio ou a sua personalidade, ou diminuir as suas capacidades físicas ou intelectuais.
1.3 VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Segundo Minayo ( 2009), estima-se que a violência de gênero, seja responsável por mais óbitos das mulheres de 15 a 44 anos quando comparados com o câncer, a malária, HIV, Problema respiratórios, metabólicos, infecciosos, acidentes de trânsitos e as guerras. As repercussões dessa violência incluem lesões permanentes e problemas crônicos. 
Para os efeitos da lei 11.340/06, o artigo 5º é taxativo, configura violência doméstica e familiar contra a mulher somente a conduta baseada no gênero. Vale dizer que a lei Maria da Penha não abrange toda e qualquer violência doméstica contra mulher, porque exige conduta baseada no gênero. Por outro lado, interpretar o artigo 5º ignorando a exigência da relação de gênero para qualificar a conduta ou simplesmente atribuir ao termo gênero, o mesmo significado de mulher, violaria o princípio constitucional da igualdade de sexos, pois o simples fato de a pessoa ser mulher não pode torna-la passível de proteção penal especial (NUCCI, 2007)
Pode-se dizer então que violência de gênero é definida como uma relação socialmente construída entre homens e mulheres, servindo como categoria de análise para se investigar a construção social do feminino e do masculino.
O termo gênero, então, é utilizado para:
[...] demonstrar e sistematizar as desigualdades socioculturais existentes entre homens e mulheres, que repercutem na esfera da vida pública e privada de ambos os sexos, impondo a eles papeis sociais diferenciados que foram construído historicamente, e criaram pólos de dominação e submissão. Impõe-se o poder masculino em detrimento dos direitos das mulheres, subordinando-as ás necessidades pessoal, políticas dos homens, tornando-as dependentes (MELO,2003, P. 11)
	
Por isso, ou seja, porque dirigida contra todas as mulheres, a violência de gênero carrega um estigma como se fosse um sinal no corpo e na alma da mulher.
“É como se alguém tivesse determinado que se nem todas as mulheres fossem espancadas ou estupradas ainda poderão sê-lo qualquer dia desses. Está escrito em algum ligar, pensam”( MELO,2003, P.11).
É exatamente essa motivação do sujeito ativo que qualifica a violência doméstica contra mulher como violência de gênero. Por exemplo, o marido mata a esposa porque não admite a separação, ou quando ele lhe dá uma surra para que aprenda a lhe respeitar ou obedecer; Em todas essas condutas, fica claro que o homem age como se tivesse direitos sobre a mulher. Esse é o dado de fato que caracteriza a conduta baseada no gênero para os efeitos da Lei 11.340/06.
A Lei Maria da Penha não abrange toda e qualquer violência doméstica ou familiar contra a mulher, mas apenas aquela que pode ser qualificada como violência de gênero, isto é, atos de agressão motivados não apenas por questões estritamente pessoais, ,as expressando posições de dominação do homem e subordinação da mulher.
1.4 TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES
1.4.1 ASSÉDIO MORAL
O assédio moral constitui uma violência psicológica, causando danos á saúde físico mental. Para que se configure assédio moral, é preciso que a situação tenha se repetido, que tenha sido intencional, direcionado a uma pessoa ou grupo que tenha ocorrido durante algum tempo e que tenha prejudicado as condições de trabalho.
O assédio moral é uma violência que não encontra correspondente no código penal, más existem leis no âmbito da administração pública nos Estados e Municípios que coíbem essa prática e preveem punições administrativas.
1.4.2 ASSÉDIO SEXUAL
É um abuso de poder, um constrangimento para obtenção de favores sexuais pelo superior hierárquico (chefe), com a promessa de tratamento diferenciado em caso de aceitação, ou pelo uso de ameaças e atitudes concretas de represália no caso de recusa, como a perda de emprego, ou de benefícios; Segundo o Código Penal, o crime de Assédio Sexual e descrito como:
“ Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo –se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.” ( Código Penal, Art. 216 –A)
1.4.3 CÁRCERE PRIVADO
O cárcere Privado é caracterizado pela privação da liberdade (Código Penal, Art. 148). Quando á vítima é mulher, essa violência se manifesta de diferentes formas, como:
· O encarceramento da liberdade de ir e vir;
· Isolamento e a restrição de contato com familiares ou amigos;
· Possibilidade de sair apenas quando acompanhado;
· Além de estar associado a outros tipos de violência como física, psicológica e a sexual.
1.4.4 EXPLORAÇÃO SEXUAL
A exploração sexual corre quando um indivíduo obtém lucro financeiro por conta da prostituição de outra pessoa, seja em troca de favores sexuais, incentivo á prostituição, turismo sexual, ou cafetinagem ( rufianismo). Em casos envolvendo crianças e adolescentes, o crime se torna agravado por ser classificado como crime contra vulnerável.
O crime está previsto no Código Penal, Art. 228:
“ Induzir ou atrair alguém á prostituição ou outra forma de exploração ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone.”
1.4.5 FEMINICÍDIO
O feminicídio é o crime hediondo relacionado ao assassinato de mulheres por razões de gênero. São crimes decorrentes das desigualdades estruturais associados aos papeis masculino e feminino na sociedade. Assassinato relacionado á inferiorização e a subordinação das mulheres aos homens, em estrutura social que estimula o desejo de controle e posse sobre o corpo feminino, e justifica o menosprezo pela condição social feminina.
1.4.6 PORNOGRAFIA SEM CONSENTIMENTO
 Trata-se da divulgação não autorizada de fotos e vídeos íntimos. As fotos e vídeos geralmente são feitas com o consentimento da mulher ou pela insistência, coação ou chantagem emocional do namorado, companheiro ou marido. Mesmo que a vítima tenha consentido em fazer fotos ou vídeos, existe um crime quando eles são divulgados sem o consentimento da mulher.
1.4.7 TRÁFICO DE PESSOAS
 	O tráfico de pessoas é um crime de dimensões mundiais. Diz respeito ao recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou recolhimento de pessoas, recorrendo á ameaça ou uso de força ou a outras formas de coação, ao rapto, á fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou á situação de vulnerabilidade ou a entrega ou aceitaçãode pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre o outro para fins de exploração.
1.4.8 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL
É aquela praticada por ação ou omissão nas instituições prestadoras de serviços públicos. A violência institucional compreende desde a dimensão mais ampla, como a falta de acesso aos serviços e a má qualidade dos serviços prestados, até expressões mais sutis, mas não menos violentas, tais como os abusos cometidos em virtude das relações desiguais de poder entre profissional e usuário. Assim ela é muitas vezes praticada por agentes que deveriam garantir uma atenção humanizada, preventiva e reparadora de danos.
1.4.9 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
De acordo com a pesquisa, MULHERES BRASILEIRAS E GENERO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADO (2010), uma em cada quatro mulheres sofre violência no parto.
A violência obstétrica existe quando os/as profissionais de saúde tratam as mulheres de maneira impropria e violenta durante a gestação, o parto, o puerpério, e durante atendimento em situações de abortamento. São comuns os relatos de tratamento desumanizado, abuso de medicalização, tratamento de Estados naturais do corpo, como doença e desconsideração de escolhas livres e informadas das mulheres no momento dos tratamentos.
1.4.10 VIOLÊNCIA SEXUAL
Envolve práticas sexuais não consentidas seja por pessoa familiar/conhecido. Pode ser praticado por namorado, marido, vizinho, amigos, vizinho, conhecidos, familiares ou estranhos. O crime de Estupro está previsto no código penal, como:
“ Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outra ato libidinoso”( Código Penal, Art. 223)
2.- MITOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHERES
X MITO - só as mulheres que tem dependência financeira sofrem violência de gênero - uma das razões para que as mulheres sofram violência doméstica e familiar ou tenham dificuldades para romper uma relação violenta é a dependência financeira. Porém os dados dos relatos de violência registrados no ligue 180 demonstram que é preciso desmitificar isso como o único ou o fator principal para permanência em uma relação conjugal violenta.
X MITO - Culpabilizando a vítima “Mulher gosta de apanhar”
Uma das indagações mais intrigantes acerca da violência contra as mulheres diz respeito aos fatores que levam as mulheres a permanecer numa relação conjugal violenta, a despeito de seu sofrimento. É comum que as pessoas, no cotidiano, busquem explicação para tal, baseando-se em ideais pré – concebidas, relacionadas ás mulheres em situação de violência. Entre essas ideias, uma crença comum é a de elas permanecerem com parceiros/as, agressores/as porque decerto,” Gostam de apanhar”.
X MITO - “ Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”
Apesar de 82% das pessoas entrevistadas na pesquisa Tolerância Social á Violência Contra as Mulheres (IPEA 2014), afirmarem que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher” , é preciso estar consciente de que a violência contra as mulheres é um problema de toda a sociedade e precisa do envolvimento - inclusive para denunciar agressões das pessoas que estão ao redor dessa mulher.
Essa Mudança começa aos poucos a acontecer. A maioria das pessoas que denunciaram ao Ligue 180 alguma forma de violência contra a mulher em 2015, foram as próprias vítimas(63,48%), esse percentual, contudo reduziu-se em relação a 2014 (70,75%).
2.1 REDES DE ENFRENTAMENTO CONTRA VIOLÊNCIA
O Enfrentamento da Violência contra as mulheres exige o envolvimento da sociedade em seu conjunto; os três poderes, todos os entes federativos( União, Estados, Distrito Federal e Municípios), os movimentos sociais e as comunidades. Isso significa construir uma rede de enfrentamento á mulher em situação de violência: Uma ação que reúne recursos públicos e comunitários em um esforço comum para enfrentar a violência doméstica e contra á mulher em nosso país.
 2.2 Redes de Atendimento 
Faz referência ao conjunto de ações e serviços de diferentes setores ( em especial, da assistência social do sistema de justiça, da segurança pública e da saúde), que visam á ampliação e a melhoria da qualidade do atendimento a identificação e ao encaminhamento adequação das mulheres em situação de violência eá integridade e a humanização do atendimento.
2.3 Principais Características 
As principais características da rede de enfrentamento e da rede de atendimento á mulheres em situação de violência.
 - Rede de Enfrentamento;
· Contempla todos os eixos da Política Nacional (combate, prevenção, assistência, e garantias de direitos).
· Inclui órgãos responsáveis pela gestão e controle social das políticas de gênero, além dos serviços de atendimento.
· É mais amplo que a rede de atendimento á mulheres.
 - Rede de Atendimento;
· Refere-se somente ao eixo da assistência/atendimento;
· Restringe-se á serviço de atendimento ( especializado e não especializado)
· Faz parte da rede de enfrentamento da violência contra as mulheres.
“ O trabalho em rede, favorece os estabelecimento de vínculos positivos por meio da interação entre indivíduos e entre instituições; favorece reflexo, troca de experiência e busca de soluções para problemas comuns; estimula o exercício da solidariedade e da cidadania; mobiliza pessoas, grupos e instituições para utilizar os recursos da própria comunidade; aumenta a resistência a partir de entrelaçamentos, fortalece vínculos comunitários e estimula o protagonismo social.” (AFONSO,2005)
2.4 Serviços Especializados
Unidades Móveis; São ônibus e barcos especialmente adaptados que levam serviços especializados da Rede de Atendimento á Mulheres em situação de violência ao campo, floresta e águas. Esses serviços incluem prevenção, assistência, apuração, investigação, e enquadramento, legal. As unidades também tem função educativa, com a promoção de palestras e esclarecimentos sobre a lei Maria da Penha e sua aplicação.
Casas – Abrigo; São locais seguros que oferecem moradia protegida e atendimento integral á mulheres em risco de vida eminente em razão da violência doméstica. É um serviço de caráter sigiloso e temporário no qual os usuários permanecem por um período determinando durante o qual deverão reunir condições necessárias para retomar o curso de sua vida.
Casas de Acolhimento Provisório; São casas de abrigamento temporário de curta duração (15 dias),não sigilosas para mulheres em situação de violência que não corre risco eminente de morte (acompanhada ou não de seus filhos). Como por exemplo em casos de mulheres que estão aguardando a concessão de uma medida protetiva( de acordo com a lei Maria da Penha), ou aguardando o benefício do pagamento de passagens para retorno ao seu município de origem, migrantes em situação irregular, deportadas e não admitidas. O abrigamento provisório deve garantir a integridade física e emocional das mulheres, bem como realizar diagnóstico da situação da mulher por encaminhamento necessário.
Central de atendimento á mulher ligue180; A central de atendimento a mulher é um serviço do Governo Federal que auxilia e orienta mulheres por meio do número de utilidade púbica por meio do número 180.As ligações podem ser feitas gratuitamente de qualquer parte do território Nacional . O ligue 180 foi criado pela secretaria de políticas para as mulheres da Presidência da República em 2005 e funcionam 24 horas diárias, inclusive nos feriados e fins de semana – ocasiões em que o número de ocorrência de violência contra a mulher aumenta.
Centro de Referência de atendimento á mulher ( CRAM); São espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico á mulher, que deve proporcionar o atendimento e o acolhimento necessário á superação de situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua cidadania.( NORMA TÉCNICA DE PADRONIZAÇÃO – CENTRO DE REFERENCIA DE ATENDIMENTO Á MULHER, 2006).
Delegacias especializadas de atendimentoá mulheres; “As DEAMs, são unidades especializados da polícia civil para atendimento a mulher. As atividades das DEAMs têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, os quais devem ser prestados no respeito aos direitos humanos e nos princípios do Estado Democrático de Direito (NORMA TÉCNICA DE PADRONIZAÇÃO – DEAMs, 2010).Com a promulgação da Lei Maria da Penha, as DEAMs passaram a desempenhar novas funções, que incluem, por exemplo, a expedição de medidas protetivas de urgência ao juiz no prazo máximo de 48 horas.
Postos, Núcleos e seções de atendimento á mulher nas delegacias comuns; Constituem espaços de atendimento á mulher em situação de violência ( que em geral, contam com equipe própria) nas delegacias comuns.
Defensorias Públicas especializados ou núcleo especializado de promoção dos direitos das mulheres (NUDEMS) ; É órgão responsável pela defesa das cidadãs, que por sua condição de gênero entrelaçada a outra – como de dificuldade econômica,raça, etnia, etc. – estão expostas a diferentes situações de vulnerabilidade. A SPM tem investido na criação e consolidação de defensorias da mulher como uma das formas de ampliar a acesso á justiça e garantir ás mulheres orientação adequadas, bem como o acompanhamento de seus processos.
Juizados e Varas de Violência Doméstica e Família contra a Mulher; Os Juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher são órgãos da Justiça ordinária, com competência Cível e Criminal, que são criados pela União ( no Distrito Federal e nos Territórios) e pelos Estados para o processo, julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo a lei Nº 11340/2006( Lei Maria da Penha) que prevê a criação dos juizados, esses poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar a ser integrado por profissionais especializados na área psicossocial, jurídica e da saúde.
Promotoria Especializada; Têm como objetivo central promover a ação penal e oferecer a denúncia, quando legalmente cabível. Além disso, atende as mulheres que necessitam de amparo legal para a garantia de sua integridade física, psicológica e, moral patrimonial. A atuação da promotoria é determinante para possibilitar as mulheres a fiel aplicação dos dispositivos legais referentes á violência contra as mulheres e a favor das mulheres, na fiscalização das entidades de atendimento, ou na proposição de ações cíveis públicas de interesse da mulher.
Serviços da Saúde voltados para o atendimento ao caso de violência sexual; A Área de saúde é responsável pela prestação de assistência médica, de enfermagem, psicológica e social ás mulheres, que sofreram violência sexual, inclusive quanto á interrupção de gravidez, prevista em lei nos casos de estrupo.
Casa da Mulher Brasileira; É espaço de acolhimento e atendimento humanizado e tem por objetivo geral prestar assistência integral ás mulheres, facilitando o acesso destas aos serviços especializados e garantindo condições para o enfrentamento da violência, do empoderamento e a autonomia econômica das usuárias. Além dos serviços disponíveis para a 
 
 CONCLUSÃO
 Através deste trabalho, buscou-se descrever mais os conhecimentos ao tema proposto. No entanto, pode- se dizer que a Lei Maria da Penha determinou uma nova segurança á mulher, uma vez que impõe maior rigor aos agressores, dentre outros procedimentos, ampliando á proteção á mulher, como por exemplo, criando um leque de pontos de apoio, criação de programas para atendimento dessas cidadãs.
Dentre outras peculiaridades relevantes no combate a violência doméstica contra a mulher, observou- se que a lei n 11.340/06 delineou situações que explicam esta violência, demonstrando e tipificando que esta não somente não se caracteriza apenas pelo soco e empurrão, reconhecendo que a violência psicológica também causa danos graves a mulher e a todos os seus dependentes que de maneira direta ou indireta, também são envolvidos.
No presente trabalho, foi mostrado a importância das medidas protetivas na Lei Maria da Penha, que visam a garantia da mulher agir livremente ao optar por buscar a proteção estatal e jurisdicional, contra seus supostos agressores.
 
 REFERÊNCIAS
· AFONSO,Lúcia: O trabalho com grupos redes sociais no SOSF. Mimeo, 2005.
· BRASIL. Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, Pará1994.9.p
· BRASIL. Ministério da Saúde Área Técnica de saúde da mulher. Prevenção, e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: Norma Técnica. Brasilia: Ministério da Saúde, 2005.
· BRASIL. Diretrizes Gerais e protocolos de Atendimentos da casa da mulher brasileira. Secretaria Especial de Política para Mulheres/Presidência da República: Brasília, 2005.
· BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340/2006. Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher brasileira: Secretaria Especial de Política para Mulheres/Presidência da República3 2006b
· BRASIL. Política Nacional de Enfrentamento á violência contra as mulheres: Brasília: Secretaria Especial de Política para mulheres/Presidência da República, 2011ª
· CONSELHO NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL. Resolução nº 109 de 11 de Novembro de 2009. Publicado no Diário Oficial da União em 11/11/09. Disponível em: http://www.mds.gov.br/suas/resolucoe-cnas-no109-2009-tipificacao-nacional-de-servicos-sociaissistencias.
· CUNHA, Rogério Sanches, Pinto, Ronaldo Batista. Violência doméstica: Lei Maria da Penha ( lei nº 11.340/06), comentada artigo: 2.ed.rev.atual. e ampl. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2008
· FALEIROS, v.p.(2007). Violencia contra pessoas idosas: ocorrência, vítimas e agressores. Brasilia:Universal.
· JACOBUCCI, P. G & CABRAL, M.A.A(2004). Depressão e traço de personalidade em mulheres vítimas de violência doméstica. Revista Brasileira de psiquiatria, São Paulo,26 (3), 215 - 215
· MELO, Mônica de O que é Violência contra á mulher. São Paulo: Brasilia,2003.
· VIGILÂNCIA DE VIOLÊNCIAS E ACIDENTES(VIVA): Dados disponíveis em: http://portalsaude.saude.gov.br
· WAISELFISZ,Julio Jacob (2010. Mapa da violência 2010 – Anatomia dos homicídios no Brasil. Instituto Sangari.

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