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MONOGRAFIA - A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

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Prévia do material em texto

1 
 
 
ALINE LIMOLI SIOTTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CATANDUVA - SP 
2019 
2 
 
ALINE LIMOLI SIOTTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade como requisito 
parcial para obtenção do título de especialista em 
Ludopedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CATANDUVA - SP 
2019 
3 
 
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio 
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à 
fonte. 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na publicação 
Serviço de Documentação Universitária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Limoli Siotti, Aline. 
 
 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL / Aline Limoli Siotti. – 
CATANDUVA – 2019. 39 p.; 30 cm. 
 
 
 
Monografia – Ludopedagogia 
 
 
 
1. Atividades sensoriais. 2. Desenvolvimento Infantil. 3. Educação 
Inclusiva. 
 
 
4 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
ALINE LIMOLI SIOTTI 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade como requisito 
parcial para obtenção do título de especialista em 
Alfabetização e Letramento. 
 
 
 
 
Aprovada em: ___/___/2019 
 
 
 
 
Examinadores: 
 
___________________________________________ 
Prof. Coordenador 
 
___________________________________________ 
Prof. Orientador 
 
___________________________________________ 
Prof. Co-Orientador 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
A todas as pessoas que com compreensão, 
incentivo e paciência, me apoiaram, fazendo assim 
com que eu viesse a acreditar que seria possível 
esta caminhada. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer, em primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante toda esta 
longa caminhada. A toda minha família, por sua capacidade dе acreditar е investir 
em mim, principalmente ao meu esposo e à minha filha, por suportar e entender 
minhas ausências. 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
"O poder dos sentidos sensoriais é uma forma fantástica de viver melhor o 
presente". 
Latumia (W.J.F.). 
 
 
8 
 
RESUMO 
 
SIOTTI, ALINE LIMOLI. A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES SENSORIAIS PARA 
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. 2019, 39 f. Monografia – LUDOPEDAGOGIA – 
SÃO PAULO, 2019. 
 
As atividades sensoriais são um grupo de atividades que estimulam os sentidos das 
crianças e contribuem para o seu desenvolvimento cognitivo, comportamental, e 
social. Atividades simples como mexer com areia, creme de barbear, ter contato com 
diversos materiais, texturas e cheiros diferentes, trabalham a coordenação motora, o 
equilíbrio, a sensibilidade da criança e contribuem para seu desenvolvimento 
intelectual, sobretudo daquelas que apresentam algum tipo de deficiência. Por outro 
lado, uma insuficiência de estimulações sensoriais na infância pode ocasionar nas 
crianças dificuldade em detectar, regular, interpretar e dar respostas adequadas às 
informações sensoriais recebidas do ambiente, fatores que poderão causar prejuízo 
no desempenho das atividades de vida diárias da criança e na sua adaptação aos 
diversos contextos sociais na qual interage. Frente ao exposto, este estudo teve por 
objetivo analisar a percepção dos professores sobre a importância das atividades 
sensoriais para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança pequena. 
A partir das análises, pôde-se compreender que os docentes têm conhecimento 
acerca das atividades sensoriais e sua importância para o desenvolvimento integral 
da criança, além de perceberem diferenças no comportamento das crianças que têm 
acesso a estas atividades, como autonomia, sociabilidade, e melhor autoestima, 
contribuindo assim para sua inclusão no contexto escolar e demais contextos 
sociais. Por fim, conclui-se que há necessidade de se investir na capacitação dos 
profissionais envolvidos no contexto educacional e no desenvolvimento de 
pesquisas que apontem metodologias eficazes que considerem tais atividades na 
educação infantil como meio de promover a aprendizagem global das crianças. 
Estas atividades sensoriais podem ser facilmente incluídas nas rotinas diárias na 
educação infantil, podendo ser feitas dentro da sala de aula, em uma brinquedoteca, 
ou até mesmo ao ar livre, onde todas as crianças podem se beneficiar. 
 
Palavras-chave: 1. Atividades sensoriais. 2. Desenvolvimento Infantil. 3. Educação 
Inclusiva. 
9 
 
ABSTRACT 
 
SIOTTI, ALINE LIMOLI. THE IMPORTANCE OF SENSORY ACTIVITIES FOR 
CHILD DEVELOPMENT. 2019, 39 f. Monograph - LUDOPEDAGOGY - SÃO 
PAULO, 2019. 
 
Sensory activities are a group of activities that stimulate children's senses and 
contribute to their cognitive, behavioral, and social development. Simple activities 
such as handling sand, shaving cream, having contact with different materials, 
textures and different smells, work on the motor coordination, balance, sensitivity of 
the child and contribute to their intellectual development, especially those with some 
kind of disability. On the other hand, a lack of sensory stimulation in childhood may 
cause children to have difficulty detecting, regulating, interpreting and providing 
adequate responses to sensory information received from the environment, factors 
that may cause impairment in the child's daily life activities and performance. 
adaptation to the various social contexts in which they interact. Based on the above, 
this study aimed to analyze teachers' perceptions about the importance of sensory 
activities for the cognitive, social and emotional development of young children. From 
the analyzes, it was possible to understand that teachers have knowledge about 
sensory activities and their importance for the integral development of the child, 
besides noticing differences in the behavior of children who have access to these 
activities, such as autonomy, sociability, and better self-esteem, thus contributing to 
their inclusion in the school context and other social contexts. Finally, it is concluded 
that there is a need to invest in the training of professionals involved in the 
educational context and in the development of research that shows effective 
methodologies that consider such activities in early childhood education as a way to 
promote the global learning of children. These sensory activities can easily be 
included in the daily routines in early childhood education, and can be done inside 
the classroom, in a playroom, or even outdoors where all children can benefit. 
 
Keywords: 1. Sensory activities. 2. Child Development. 3. Inclusive Education. 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 11 
 
CAP. 1. DESENVOLVIMENTO INFANTIL........................................................... 14 
1.1. Características Psicológicas do Desenvolvimento.................................... 15 
1.2. Desenvolvimento Afetivo, Visual, Tátil, Auditivo e Motor.......................... 15 
1.3. Atividade Objetal Manipulatória................................................................. 17 
1.4. Aparecimento de Novos Tipos de Atividades na Primeira Infância.......... 19 
1.5. Desenvolvimento da Percepção e das Noções Sobre as Propriedades 
 dos Objetos........................................................................................................20 
 
CAP. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................. 21 
2.1. Teoria de Integração Sensorial de Ayres................................................ 
2.2 . Atividades sensoriais e a aprendizagem das crianças........................... 
21 
22 
 
CAP. 3. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO...................................................... 24 
 3.1. A importância das atividades sensoriais para o desenvolvimento 
cognitivo da criança na percepção dos professores...................................... 24 
3.2. Principais diferenças no processo de aprendizagem das crianças que 
participam das atividades sensoriais daquelas que não 
participam...................................................................................................... 26 
3.3. Dificuldades encontradas para elaboração e realização das atividades 
sensoriais na educação infantil....................................................................... 27 
 
CAP. 4. A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS SENSORIAIS NA PRIMEIRA 
INFÂNCIA.......................................................................................... 28 
 4.1 A integração sensorial no desenvolvimento infantil................................ 30 
 
CONCLUSÃO...................................................................................................... 34 
 
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 37 
 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Ensinar e educar configura atender todas as crianças, independentemente de 
suas necessidades educativas, culturais e sociais, é estimular todos os seus 
sentidos, principalmente, de zero a seis anos, desenvolvendo atividades e 
avaliações de acordo com sua história de vida, seu ritmo e seu desenvolvimento. 
 
 A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento e 
desenvolvimento, seu corpo é sua referência e ele evolui com a estimulação e a 
exploração dos espaços internos e externos presentes em seu cotidiano. As 
atividades diárias, as brincadeiras, as falas e as experiências vivenciadas também 
são momentos que proporcionam a construção espontânea do aprendizado. Desde 
seu nascimento, a criança observa a reação das pessoas que estão envolvidas em 
seu cotidiano e, quanto mais ela participa de experiências afetivas, físicas, 
perceptivas e sociais maiores serão o enriquecimento e também o desenvolvimento 
da sua inteligência. 
 
 
 
 
 
 Os estímulos, nos primeiros anos do desenvolvimento infantil, são decisivos e 
fundamentais para a formação de sua personalidade, pois há na sua vida adulta e 
profissional uma grande influência cultural, social, econômica e psicológica. Também 
sabemos da importância deste trabalho, para fortalecer e desenvolver as outras 
fases do crescimento, e até proporcionar uma vida adulta com qualidade, equilíbrio e 
de forma produtiva. 
 
 
 
 
 De acordo com Ayres: 
 
 
“Percebemos o nosso corpo e todo o ambiente à nossa volta através do 
nosso sistema sensorial, ou seja, desde o início da vida começamos a 
conhecer o mundo por meio dos órgãos dos sentidos.” Ayres (2005). 
As atividades sensoriais são um grupo de atividades que contribuem para 
a construção de habilidades de desenvolvimento em uma ampla 
variedade de áreas, incluindo comportamental, social e comunicação. 
Estas atividades incluem andar de bicicleta, mexer com areia, creme de 
barbear, ter contato com materiais, texturas, cheiros diferentes, participar 
de jogos que trabalham a coordenação motora, o equilíbrio e a 
sensibilidade. (DUNBAR et al (2012). 
 
“É por meio dos primeiros cuidados que a criança percebe seu próprio 
corpo como separado do outro, organiza suas emoções e amplia seus 
conhecimentos sobre o mundo”. (REFERENCIAL CURRICULAR 
NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998, p.15). 
12 
 
 Para a autora, o ser humano já nasce com a capacidade básica de integrar 
estas sensações ao cérebro, no entanto, quando bebês, não temos estratégias e 
conhecimentos prontos para perceber a complexidade dos estímulos ambientais. 
Essa habilidade se desenvolve com a experiência e com a idade, principalmente na 
interação com o outro. Assim, deve ser desenvolvida através da interação com o 
mundo e da adaptação com o seu corpo e de seu cérebro aos muitos desafios 
físicos durante a infância. 
 Diante disso, pode-se compreender que tais atividades se tornam 
fundamentais na educação infantil. A cada atividade a criança obtém as bases para 
um desenvolvimento cerebral mais complexo e maduro, daí a importância de 
apresentar estímulos sensoriais à criança desde cedo, pois servirão como 
ferramentas mentais que ela terá para usar no futuro. 
 
 
 
 
 
 Como se vê, as brincadeiras e atividades sensoriais desenvolvidas na sala de 
aula tornam-se um importante instrumento para o aprendizado da criança. Portanto, 
salienta-se a importância de os professores da educação infantil terem 
conhecimento acerca da importância destas atividades na educação infantil, tendo 
em vista que a estimulação sensorial e a atividade motora durante a infância moldam 
as interconexões neuronais para formar processos sensoriais e motores que 
permaneçam relativamente estáveis ao longo da vida. 
 
 Contudo, percebe-se na realidade a falta de conhecimento destas atividades, 
bem como sua importância para o desenvolvimento saudável da criança. Estímulos 
sensoriais na sala de aula poderiam evitar e/ou minimizar diversos distúrbios, dentre 
eles o de aprendizagem. Não precisamos mudar a prática pedagógica, mas 
ressignificar os nossos sentidos, pois educador e educando sempre estão ensinando 
e aprendendo. A aprendizagem é um processo sem fim, em que se enriquecem os 
conhecimentos e as informações, que levam as diferentes e diversas modificações 
de comportamento, que envolvem a inteligência, o corpo, a criatividade, o desejo e o 
emocional do ser humano. 
Uma insuficiência de estimulações sensoriais na infância pode ocasionar 
nas crianças dificuldade em detectar, regular, interpretar e dar respostas 
adequadas às informações sensoriais recebidas do ambiente, fatores que 
poderão causar prejuízo no desempenho nas atividades de vida diárias da 
criança como brincar, aprender, cuidar-se, contribuindo para sua exclusão 
no contexto social (COELHO; IEMMA; LOPES-HERRERA, 2008). 
 
13 
 
 
 A Educação Infantil não pode apenas priorizar os cuidados básicos da saúde, 
alimentação, higiene e sono, nem ser um substituto da família, mas ampliar todos 
estes itens, porque a criança é rica em conhecimento, cultura, criatividade e está em 
constante desenvolvimento. Para nós educadores, ensinar sempre é um desafio no 
qual nos comprometemos com uma prática pedagógica centrada nos estímulos e no 
vínculo afetivo com a criança, tornando os momentos das atividades prazerosos e 
significativos. 
 
 A princípio, damos ênfase à importância do estímulo à criança de zero a seis 
anos, o que não nos permite desprezar sua história de vida, suas individualidades, 
suas dificuldades, nenhum estímulo, nenhuma fase que a criança tenha passado e 
passará, devendo ser respeitada e valorizada quanto ao seu crescimento e 
desenvolvimento que envolve o genético, o hereditário, o físico e os processos de 
aprendizagem vivenciados. 
 
 A oportunidade de a criança ser estimulada tem uma fase específica ou 
momento no seu desenvolvimento e ela é essencial de zero a seis anos, enquanto 
seu cérebro ainda está cheio de janelas abertas, prontas para os conhecimentos e 
informações. A falta dos estímulos ou estímulos inadequados, nesta fase, pode 
trazer prejuízos e perda de experiências e oportunidades. 
 
 O trabalho integrado dos estímulos afetivos, físicos, cognitivos e sensoriais, e 
a interação de todos com o meio social é o que dá os instrumentos necessários à 
criança para a formação da sua personalidadee para a construção do 
conhecimento; quando estimulada, a criança é mais ativa; dinâmica; realiza melhor 
as atividades propostas; é mais segura; tem uma boa socialização; é autônoma e 
tem personalidade. 
 Não podemos esquecer de que a essência está na forma pela qual o estímulo 
é oferecido. Este deve vir sempre acompanhado com o brincar, com o carinho, afeto 
e a cumplicidade. Não precisamos de recursos sofisticados para desenvolver a 
criança como um todo, mas devemos investir no desenvolvimento da inteligência, 
que a tornará, amanhã, uma pessoa confiante, segura e feliz. 
 
14 
 
CAP. 1 - DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 O desenvolvimento infantil esta pautado na interação com o meio. Segundo 
Vygotsky a criança aprende e depois se desenvolve. Deste modo, o 
desenvolvimento de um ser humano se dá pela aquisição/aprendizagem de tudo 
aquilo que o ser humano construiu socialmente ao longo da história da humanidade. 
 
 Ao se tratar de escola, estamos em um âmbito mais aprofundado, pois para 
além de transmitir o conhecimento acumulado, este processo deve se dar de forma 
organizada de modo que, todas as ações realizadas pela escola e seus profissionais 
devem ser pensadas, refletidas, discutidas e planejadas, pois todas as ações devem 
ter intencionalidade e finalidade. 
 
 Na Educação Infantil este processo não pode ser diferente, pois o período dos 
0 aos 5 anos é que fará mais diferença no futuro, sendo a base para o 
desenvolvimento posterior. Deste modo, destacamos a importância da escola como 
local para além dos cuidados na Educação Infantil; porque é nele que a criança deve 
se envolver, interagir e agir com o meio, com o outro e com si mesma para 
apreender o mundo que a cerca e ir além apreendendo para além da imagem, mas 
também os significados por trás delas. 
 
 
 
 
 Neste sentido, as escolas de Educação Infantil não podem se isentar do ato 
intencional de educar, presando apenas pelo cuidar, devendo assim haver um 
equilíbrio entre o cuidar e o educar para que as crianças possam aprender e 
desenvolver todas as suas possibilidades e habilidades da forma mais integral 
possível. De acordo com a periodização feita por Abrantes (2012) a teoria histórica 
cultural pode ser dividida em épocas: Primeira Infância (0 a 3 anos), Infância (3 a 10 
anos) e Adolescência (10 a 17 anos) e períodos, Primeiro Ano (0 a 1 ano), Primeira 
Infância (1 a 3 anos), Idade Pré-Escolar (3 a 6 anos), Idade Escolar (6 a 10 anos), 
Adolescência Inicial (10 a 14 anos) e Adolescência (14 a 17 anos). 
Advogamos o princípio segundo o qual a escola, independentemente da 
faixa estaria que atenda, cumpra a função de transmitir conhecimentos, 
isto é, de ensinar como lócus privilegiado de socialização para além das 
esferas cotidianas e dos limites inerentes à cultura do senso comum. 
(MARTINS, 2009, p.94) 
15 
 
 
 A transição entre os períodos se dá por meio de crises e a atividade 
dominante em cada período é respectivamente: Comunicação Emocional Direta, 
Atividade Objetal Manipulatória, Jogo de Papéis, Atividade de Estudo, Comunicação 
Íntima Pessoal e Atividade Profissional Estudo. Neste trabalho tratarei das crianças 
de um a três anos de vida, ou seja, a Primeira Infância e/ou Atividade Objetal 
Manipulatória. Assim, o período o qual me dedico será o da Primeira infância e/ou 
Atividade Objetal Manipulatória entendido como essencial para a criança. É neste 
momento que a criança desenvolve características, habilidades e aptidões. Essas 
transformações quantitativas e qualitativas são consideradas fundamentais para o 
desenvolvimento da criança persistindo ao longo de toda sua vida adulta. Este 
período se constitui como: 
 
 
 
 
 
 
1.1 Características Psicológicas do Desenvolvimento 
 
 Ao adquirir controle de seus movimentos no que se refere ao andar sozinha a 
criança começa, então, a aperfeiçoar o grau de dificuldade desses caminhar, seja 
pisando em algum objeto, seja andando para trás ou mesmo um degrau, sente como 
a um desafio a alcançar diante desses estímulos dificultosos. A capacidade de 
caminhar independente da ajuda de um adulto proporciona à criança um novo 
panorama do mundo exterior, ampliando a compreensão dos objetos a sua volta, 
bem como sua manipulação, uma vez que estes eram “limitados” pelos pais. A 
criança se dá conta de que há a existência de obstáculos em seu trajeto e que 
precisa captar maneiras de evitá-los. O caminhar dá autonomia à criança. 
 
1.2. Desenvolvimento Afetivo, Visual, Tátil, Auditivo e Motor 
 
 A criança no início da primeira infância é dependente da mãe. As proibições e 
limites impostos pela mesma geram na criança uma reação de oposição, pois esta 
[...] a base para as aprendizagens humanas está na primeira infância. Entre 
o primeiro e o terceiro ano de idade a qualidade de vida de uma criança tem 
muita influência em seu desenvolvimento futuro e ainda pode ser 
determinante em relação às contribuições que, quando adulta, oferecerá à 
sociedade. Caso esta fase ainda inclua suporte para os demais 
desenvolvimentos, como habilidades motoras, adaptativas, crescimento 
cognitivo, aspectos sócios emocionais e desenvolvimento da linguagem, as 
relações sociais e a vida escolar da criança serão bem sucedidas e 
fortalecidas. (PICCININ, 2012, p. 38) 
 
16 
 
não entende e não aceita, gerando uma dualidade de amor e ódio. Porém, quando 
há uma aprovação por parte do adulto em relação ao que a criança faz, ela se sente 
satisfeita e motivada a fazer as coisas novas. 
 
 Santos (1999) argumenta que embora a criança não entenda as atitudes, 
deve passar por situações de satisfação e sofrimento, para que descubra que tipos 
de ações podem satisfazer a ela e ao adulto. Ainda aposta que a criança deve 
desenvolver o autoconceito, pois já se vê separada das pessoas e, já entende que o 
adulto “vai e vota”, que os objetos vão continuar no mesmo lugar, ainda que ela não 
os veja, é necessário ver a si mesmo como algo contínuo no tempo e espaço. 
 
 A partir dos dois anos a acriança torna-se mais independente e autoconfiante, 
porém é egocêntrica. Cabe nesse momento o adulto ensinar a acriança a “perceber” 
a outra, por exemplo, em atividades cooperativas. A visão, o tato e a audição são os 
meios pelos quais a criança descobre o mundo, sendo que nesta fase ela não tem 
medo de ver, ouvir e sentir. Esses sentidos possibilitam a criança a perceber as 
coisas (tamanho, forma e cor) que fazem parte do meio, o tato permite que a criança 
sinta diferentes texturas, agradáveis ou não. 
 
 A criança nesta fase escuta tudo e se dispersa facilmente, quanto a sons em 
alto volume, a criança pode se assustar. Aos dois anos de idade a criança possui os 
músculos do corpo e o controle motor mais aprimorado, tendo mais facilidade para 
modelar massinha e rabiscar com giz. Estas situações são de demasiada 
importância para o desenvolvimento visual e tátil. Nesta idade a criança está no 
mundo dos sons, o papel do adulto neste momento é de estimular o 
desenvolvimento dos sentidos para que a criança possa ter uma expressão própria, 
como aponta Martins (2009). 
 
 
 
 
 
 
 
Em suma, desenvolvimento se produz por meio de aprendizagens e esse é o 
pressuposto Vigotskiano, segundo o qual o bom ensino, presente em processos 
interpessoais, deve se antecipar ao desenvolvimento para poder conduzi-lo. 
Portanto não há que se esperar desenvolvimento para que se ensine; há que se 
ensinar para que haja desenvolvimento. (p.100). 
17 
 
Contudo, faz-se necessário compreender como se dá o desenvolvimento infantil no 
período da Primeira Infância compreendido do 1 ano aos 3 anos de vida da criança, 
no qual se desenvolve a Atividade Objetal Manipulatória. 
 
1.3. Atividade Objetal Manipulatória 
 
 No primeiro ano de vida, a criança realiza manipulações dos objetos de 
maneira externa a eles. Com a primeira infância, elapassa a ressignificar a 
utilização desses objetos, deixando de serem simples “coisas” a detentores de uma 
função específica, segundo a própria função social deste objeto. 
 
 É na primeira infância que se constrói a passagem para a atividade objetal, 
atividade principal do período, na qual o adulto assume o papel de colaborar nesse 
processo, pois a exemplo de uma colher, ela poderá batê-la, jogá-la ao chão e, 
mesmo assim, não descobrir sua função, a menos que o adulto intervenha e lhe 
demonstre sua finalidade. 
 
 A assimilação da criança pelos objetos em relação ao seu destino difere dos 
animais, como por exemplo, do macaco que ao sentir sede, irá beber água na 
xícara, no balde, no chão, não se depreendendo ao fato de que a xícara é utilizada 
para beber algo, se ela estiver vazia vai utiliza-la para várias coisas também. A 
criança, portanto assimila o significado permanente do objeto. 
 
 Mukhina (1995) discorre que o destino que a sociedade conferiu ao objeto e 
não varia por necessidade de momento. Porém, isso não garante que a criança 
deixará de dar outras funções a este objeto se não o que lhe é fixado pelo social, 
mas a importância está na questão de ela saber e conhecer a verdadeira função 
deste objeto, independentemente de seu uso “indevido”. 
 
 A relação entre ação e objeto apresenta três fases de desenvolvimento: na 
primeira fase a criança realiza qualquer função que ela domina com o objeto; na 
segunda fase, a criança manuseia o objeto a partir da real função a que se atribui ao 
objeto e, na terceira fase, tem reminiscência na primeira fase, porém a criança 
dominando a real função do objeto, o utiliza para “outros fins”, fora o “original”. 
18 
 
 O que se faz importante nesse âmbito é a assimilação da atividade objetal 
realizada pela criança de modo a condizer às regras de comportamento social, o que 
faz mudar a conduta da criança quando realiza uma atividade de manipulação 
objetal. 
 
 É importante para o desenvolvimento psíquico da criança que o uso dos 
objetos ocorra de modo a manter o mesmo sentido em empregos diferentes, ou seja, 
unívoco, uma vez que nem todas as ações que a criança assimila têm o mesmo 
valor no seu progresso psíquico, as ações contêm particularidades, a exemplo dos 
brinquedos, roupas, móveis e louças. Existem de fato diferentes formas de utilizar os 
objetos, as formas que mais exigem exercitação da psique são as que mais 
contribuem para que o psiquismo se desenvolva. 
 
 As ações mais importantes que a criança assimila na primeira infância são as 
correlativas e as instrumentais. Sendo as ações correlativas aquelas nas quais se 
estabelece uma relação comum entre determinados objetos, fazendo-as recíprocas 
espacialmente falando, o que faz a criança levar em consideração as propriedades 
dos objetos, conferindo-lhe respeito a estas propriedades, dando sentido à atividade 
desenvolvida através do objeto. Estas ações são presentes na primeira infância, o 
que não ocorre com a devida “consciência” no primeiro ano de vida, antes de 
completar um ano. Tais ações são reguladas pelo resultado obtido, que só é 
alcançado pela contribuição e intervenção do adulto que aponta os erros, norteia 
como agir, a fim de corrigir com a finalidade do resultado correto. 
 
 As ações instrumentais são aquelas nas quais se utilizam de instrumentos e 
/ou ferramentas para agir sobre outro objeto. Ainda enfatizando a colaboração do 
adulto na apropriação destes objetos, a ideia é de que o adulto ofereça meios – 
instrumentos – que colaborem para que a criança se aproprie e assimile o uso do 
objeto, como por exemplo, a colher, nela está presente o traço que a caracteriza 
como ferramenta, torna-se um instrumento para que ocorra a alimentação da criança 
e, que se faz, portanto, uma “intermediadora” entre a mão da criança e o alimento. 
 
 Deste modo, ocorre a sujeição, a reconversão dos movimentos da mão da 
criança à forma do instrumento. 
19 
 
 A assimilação das ações instrumentais não ocorre imediatamente, há etapas, 
sendo que a primeira, tendo o instrumento como continuação da própria mão, suas 
ações, portanto são manuais ainda; a segunda etapa a criança se prende para a 
relação instrumento e objeto sob o qual incide a ação, quanto ao êxito, só será 
alcançado eventualmente; a terceira fase é obtida quando a mão se adapta às 
propriedades do instrumento, originando as ações instrumentais de fato. 
 
 Estas que são dominadas na primeira infância, estão em contínuo 
desenvolvimento no decorrer do tempo, não é acabado. Sua importância está na 
assimilação do uso dos instrumentos de maneira correta, exata. Os quais se 
configuram como princípios básicos da atividade humana, permitindo à criança 
perpassar pela autonomia do uso dos objetos. 
 
 
1.4. Aparecimento de Novos Tipos de Atividades na Primeira Infância 
 
 Ao findar a primeira infância surgem novas formas de atividade, são o jogo e 
as formas produtivas de ação. No jogo é importante ressaltar que não há relação 
com o jogo dos filhotes de animais, que são instintivos, ao contrário, as crianças 
reproduzem o conteúdo de seus jogos a partir da sua percepção do contato com o 
adulto. 
 
Primitivamente não havia separação entre jogo e trabalho, a criança assimila na 
prática a forma de obter sustento. Como necessidade social ao passar do tempo, as 
formas de produção e instrumentos de trabalho deixaram de estar ao alcance da 
criança, passando a ser construídas para as mesmas ferramentas reduzidas, tendo 
como característica uma sociedade preocupada com uma infância preparada para 
inserir-se no trabalho. Destaque, então, para o surgimento dos jogos-exercícios, sob 
a direção do adulto, logo surge o brinquedo figurativo, momento em que há a 
separação da criança com as relações sociais, que por sua vez surge o jogo 
dramático, no qual a criança passa a reproduzir traços da sociedade adulta e suas 
relações sociais, formando comunidades infantis de representação lúdica, por meio 
do jogo dramático a criança satisfaz a necessidade de estar inserida no “mundo 
adulto”, que ocorre por meio dos brinquedos. 
20 
 
 Os jogos iniciais a princípio representam atitudes das crianças sob suas 
visões do adulto de maneira que elas não reproduzem suas vivencias reais, mas 
sim, imitando o adulto, tal como eles fazem com uma criança, somente mais tarde 
ocorrerá pela primeira vez jogos com recriações do real. E assim, sucessivamente a 
criança vai progredindo na assimilação das ações praticadas, utilizando-se de vários 
tipos de objetos substituindo outros que não possui, ainda não dando nome lúdico, 
após isto, nomeia os objetos de acordo com o papel que desempenha no jogo, 
compreende a significância do objeto dentro do jogo e gradativamente vai se criando 
as premissas para o jogo com papeis. 
 
 Este desenvolvimento é prerrogativa para a atividade representativa, por meio 
do desenho, sendo a representação de determinado objeto. Caracterizada desde a 
garatuja com marcas, traços desordenados, linhas retas, curvas sem representação 
alguma que adentram na prévia representação para a imagem, dividida em duas 
fases: na qual a criança reconhece o objeto numa combinação casual de traços e a 
outra intencionalmente a criança reconhece o que desenhou. A atividade 
representativa só aparecerá quando a criança verbaliza o que deseja desenhar. É de 
demasiada importância, a saber, que a criança aprende a desenhar, não apenas 
aperfeiçoando-se, praticando, mas também e valiosamente, pela influência do adulto 
que lhe propiciará subsídios para que se formem imagens gráficas nas linhas que 
ela traça. 
 
1.5. Desenvolvimento da Percepção e das Noções Sobre as Propriedades dos 
Objetos 
 
 A criança adquire ações visuais por meio da manipulação dos objetos 
estabelecendo assim, propriedades dos objetos. Para que a criança perceba os 
objetos de forma mais completa deverão ser oferecidasnovas ações de percepção, 
que surgem ao assimilar a atividade objetal, contudo com as ações correlativas e 
instrumentais. 
 
 Existe as ações orientadoras externas que permitem a criança alcançar um 
resultado prática por meio do contato, da tentativa diante de uma situação, tais 
ações conduzem-nas ao conhecimento das propriedades do objeto. 
21 
 
Comparando-se as propriedades dos objetos é possível que a criança passe à 
correlação visual das propriedades dos objetos, convertendo-a em modelo para 
determinar as propriedades de outros objetos, formando um novo tipo de concepção. 
 
CAP. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 - Teoria de Integração Sensorial de Ayres 
 
 A capacidade de o ser humano perceber, aprender e organizar as sensações 
recebidas do meio e de seu próprio corpo, de forma a criar respostas adaptativas é 
definida por Jean Ayres (2005) como Integração Sensorial. Este termo foi introduzido 
pela autora para se referir ao processo neurológico adaptativo que o cérebro realiza 
ao recuperar imagens e sensações a partir de um estímulo dos sentidos. Assim, 
integração sensorial consiste na capacidade de o indivíduo organizar, interpretar 
sensações e responder apropriadamente ao ambiente. 
 
 Na maioria das crianças esse processo ocorre de maneira natural, no entanto, 
organizar informações e usá-las de forma adequada para resposta e adaptação nem 
sempre ocorre da maneira esperada, principalmente nos casos em que a criança 
apresenta algum transtorno do neurodesenvolvimento, como Deficiência Intelectual e 
Transtornos do Espectro Autista (DSM, 5). A Teoria de Integração Sensorial de 
Ayres surgiu em resposta à busca por uma maior compreensão sobre a relação 
entre as sensações corporais, os mecanismos cerebrais e a aprendizagem. Tal 
teoria tem como abordagem a discussão sobre o modo como o cérebro processa as 
sensações, e como produz respostas motoras, comportamentais, emocionais e 
atencionais, buscando relações entre cérebro-comportamento, bem como cérebro 
aprendizagem (AYRES,1972). 
 
 Ayres (2005) explica que o processo de integração se inicia com a recepção 
das informações sensoriais pelo corpo e pelo ambiente. Assim, todas as informações 
do mundo exterior e das estruturas periféricas são recebidas pelos receptores e 
neurônios que constituem o sistema nervoso periférico, sendo então conduzidas até 
o sistema nervoso central. O sistema nervoso organiza as informações visuais, 
22 
 
auditivas, táteis, olfativas e gustativas bem como informações sobre gravidade e 
movimento, e consequentemente as organiza em um plano de ação. O cérebro 
interpreta, associa e unifica todas estas sensações, sabendo o que fazer com elas 
(andar, por exemplo) bem como saber como fazê-lo (mover uma perna para a frente 
e depois a outra). Também inclui saber como organizar isto tudo para aquilo a que 
Ayres chamou “atividade com propósito” (para atravessar uma rua é preciso manter 
atenção e dar um passo atrás do outro). 
 
 A partir da experiência a criança simultaneamente integra e incorpora o 
mundo exterior e o vai modificando. Deste modo, somente com sucessivas 
experiências sensoriais as crianças serão capazes de organizar e integrar estas 
sensações ao cérebro e criar respostas adaptativas a elas, atingindo o máximo do 
seu potencial, atividades sensoriais na infância poderá contribuir para o seu 
desenvolvimento físico, cognitivo, social e afetivo (STEWART, 2011). 
 
2.2. Atividades sensoriais e a aprendizagem das crianças 
 
 De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2010) é por meio do movimento 
e do toque que a criança pequena aprende, explorando e decodificando o mundo ao 
seu redor. O grande potencial de aprendizagem na educação infantil se dá 
justamente pela capacidade que o cérebro da criança tem de absorver vários 
estímulos ao mesmo tempo. Nos três primeiros anos de vida ocorre o maior pico de 
crescimento e desenvolvimento, já que nessa fase a criança reage às sensações 
táteis, gustativas e sonoras, aos movimentos e às imagens visuais, possibilitando 
que o progresso do desenvolvimento normal obedeça a uma sequência progressiva 
e contínua. 
 
 Na concepção de Ayres (2005) a aprendizagem é estruturada a partir de 
um ato motor e perceptivo, no qual a informação é inicialmente captada do ambiente, 
passando por um contínuo processamento com sucessíveis níveis de elaboração, 
desde a captação das características sensoriais, a interpretação do significado até a 
emissão da resposta. Para a autora supracitada um dos princípios básicos do 
desenvolvimento infantil é a organização. A maior parte das atividades dos sete 
primeiros anos de vida está relacionada com o processo de organização das 
23 
 
sensações no sistema nervoso, que é responsável pelo processamento das 
informações que recebe do mundo exterior e do próprio organismo, integrando e 
direcionando respostas adequadas e necessárias à vida do indivíduo. 
 
 Contudo, quando esse processo não ocorre da maneira esperada, pode 
haver um déficit no planejamento e produção do comportamento ou movimento, 
podendo desencadear na criança prejuízos associados às habilidades sociais, ao 
controle postural, à coordenação motora, ao uso e manuseio dos objetos, assim 
como ao desempenho nas atividades de vida diária como brincar e aprender. 
Portanto, percebe-se a importância de oferecer um conjunto de atividades sensoriais 
cuja finalidade visa oferecer à criança estímulos fundamentais que possibilitem 
desenvolver as habilidades necessárias para um crescimento sadio. 
 
 É importante que desde cedo a criança tenha contato com atividades 
condizentes com suas necessidades, interesses, e capacidades da etapa de 
desenvolvimento em que a criança se encontra (EMMEL, 2004). Especialmente as 
crianças que apresentam prejuízos do desenvolvimento neuropsicomotor, como 
exemplo crianças com microcefalia, beneficiam-se com um programa de estimulação 
sensorial, com vistas a estimular a criança e ampliar suas competências, abordando 
os estímulos que interferem na sua maturação, para favorecer o desenvolvimento 
motor e cognitivo. 
 
 Dentre as atividades sensoriais que estimulam o desenvolvimento da 
percepção da criança, podemos citar: encontrar objetos escondidos, manipular 
materiais com diferentes texturas, aromas, sabores e sonoridade despertando o 
interesse da criança em relação ao aprendizado, estimulando sua criatividade e a 
curiosidade. Os materiais podem variar de acordo com a criatividade do professor, 
podendo ser utilizados desde grãos de feijão, como massas de modelar, plásticos 
bolha, caixas, tintas, pincéis, argila, itens que podem ser facilmente encontrados no 
ambiente escolar. 
 
 Por fim, as atividades sensoriais podem ser facilmente incluídas nas 
rotinas diárias na educação infantil, podem ser feitas dentro da sala de aula, em uma 
brinquedoteca, ou até mesmo ao ar livre, onde todas as crianças podem se 
24 
 
beneficiar. Essas atividades devem variar de acordo com as necessidades 
específicas do grupo e o tipo de estímulo que é oferecido a criança. 
 
 
CAP. 3 - DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
3.1. A importância das atividades sensoriais para o desenvolvimento cognitivo 
da criança na percepção dos professores 
 Os professores da educação infantil precisam ter um conhecimento correto 
sobre as atividades sensoriais e sua importância para o desenvolvimento saudável 
das crianças. Estes profissionais devem compreender que é importante que desde 
cedo a criança tenha contato com estas atividades para que possa atingir o máximo 
do seu potencial e desenvolver as habilidades necessárias para o seu 
desenvolvimento integral. 
 Neste sentido, é de suma importância o saber do conhecimento dos 
professores sobre atividades sensoriais e sua importância para o desenvolvimento 
integral da criança pequena, o que pôde ser verificado em narrativas de 
profissionais, tais como : 
“Eutenho conhecimento sobre atividades sensoriais. Elas são importantes, pois 
auxiliam a criança a compreender o ambiente no qual estão inseridas e a entender 
que elas próprias fazem parte deste ambiente, desenvolvendo não só a inteligência 
sensório-motora como também a sua agilidade.” 
“As atividades são imprescindíveis na educação infantil, pois é através dos sentidos 
que experimentamos o mundo.” 
“Estas atividades são importantes para a criança aprender a perceber o seu corpo 
em interação com o ambiente. Ter um momento específico dedicado a atividades 
sensoriais na sala de aula é uma estratégia que acredito ser eficaz para um bom 
aprendizado.” 
25 
 
 “É através dos sentidos que a criança começa a perceber o seu ambiente e 
interagir. Quanto mais estimulados os sentidos, a criança tem um maior 
envolvimento com o ambiente e consequentemente um maior aprendizado.” 
 A partir de falas como estas, fica evidente que se têm conhecimento acerca 
das atividades sensoriais e reconhecem sua importância para o desenvolvimento 
saudável das crianças. Na percepção destes profissionais, a realização destas 
atividades em sala de aula é importante para o desenvolvimento motor, mental e 
psicológico das crianças, que aprendem de maneira natural e prazerosa. 
 Tal percepção corrobora com o pensamento de Dunbar et al (2012) que 
afirmam que as atividades sensoriais são um grupo de atividades que contribuem 
para a construção de habilidades de desenvolvimento na criança que variam desde 
o âmbito cognitivo, tanto como comportamental e social. O estímulo aos sentidos 
ajuda no desenvolvimento cognitivo, linguístico, social e emocional dos pequenos. 
 De acordo com Ayres (2005) a importância destas atividades se dá pelo fato 
das crianças aprenderem e explorarem o mundo a sua volta por meio do movimento 
do corpo, do toque e dos sentidos. A cada atividade a criança percebe, aprende e 
organiza em seu cérebro as sensações recebidas do meio e de seu próprio corpo, 
de forma a criar respostas apropriadas ao ambiente. 
 Menciono a importante relação entre os benefícios das atividades sensoriais 
para o desenvolvimento mental da criança: “Através do brincar proporcionado pelas 
atividades sensoriais que a criança começa a desenvolver pensamentos mais 
complexos. Quando a criança não interage nestas atividades ela fica limitada, não 
busca superar suas dificuldades.” 
 Portanto, as experiências e vivências sensoriais desenvolvidas na sala de 
aula possibilitam a criança a obter as bases para um desenvolvimento cerebral mais 
complexo e maduro. Visto que é nos primeiros anos de vida que ocorrem 
transformações essenciais durante a aquisição de habilidades que determinarão a 
qualidade de vida da criança, os estímulos sensoriais na educação infantil servirão 
como ferramentas mentais que beneficiarão as crianças em seu desenvolvimento. 
 
26 
 
3.2. Principais diferenças no processo de aprendizagem das crianças que 
participam das atividades sensoriais daquelas que não participam 
 Há de se perceber diferenças no comportamento, na aprendizagem e nos 
relacionamentos das crianças que têm acesso às atividades sensoriais das que não 
têm. Saliento que os fatores participação ou não participação das atividades 
influenciam principalmente no modo como as crianças se comportam na sala de 
aula, na interação com os brinquedos, materiais e objetos, na participação e no 
envolvimento com as atividades, e na relação com os outros. As crianças tendem a 
serem mais comunicativas, participativas, têm uma confiança maior em si mesma e 
maior desenvoltura nas atividades. Diferentemente, as que não têm acesso às 
atividades sensoriais apresentam problemas psicomotores, problemas relacionados 
à falta de atenção e autoconfiança, problemas na interação e baixa autoestima. 
 Também ficam ativas, percebem mais os ambientes ao seu redor, ficam mais 
atentas e conseguem ter um aprendizado maior devido a sua capacidade de 
expressão e percepção terem sido bem estimuladas. A criança que não tem acesso 
a essas atividades apresenta hipersensibilidade a estímulos, como não poder ouvir 
um barulho de chocalho ou choro de outra criança, tem problemas para interagir com 
o ambiente a sua volta e com o outro. 
 De fato, quando a estimulação sensorial acontece em uma atmosfera alegre e 
relaxada, isso contribui para que a criança desenvolva uma relação positiva com o 
próprio corpo, o que por sua vez a encoraja a ter maior autoestima, ser mais 
sociável, interativa, e participativa nas atividades, o que contribui para um bom 
aprendizado. Por outro lado, a criança que não experimenta estas atividades pode 
ter um atraso no desenvolvimento e apresentarem dificuldade em detectar, regular, 
interpretar e dar respostas adequadas às informações sensoriais recebidas do 
ambiente, o que repercute negativamente no desempenho das atividades como 
brincar e aprender (COELHO; IEMMA; LOPES-HERRERA, 2008). 
 É importante destacar que o jogo sensorial possibilita a criança aprender a ter 
consciência do seu corpo, do espaço, e dos objetos a sua volta, além de promover o 
desenvolvimento de habilidades básicas para a realização das atividades de 
formação escolar. Atividades simples como catar feijão, dispondo-os num recipiente, 
27 
 
por exemplo, propiciarão as crianças a construção das habilidades e os músculos 
que vai precisar para a escrita. 
 As atividades sensoriais também auxiliam no desenvolvimento interpessoal 
das crianças, além de ser uma ótima maneira de aliviar o estresse e promover o 
relaxamento das crianças. Ao passo que a criança vai explorando e manipulando 
objetos com liberdade, trabalhando em grupo, sem prejudicar os outros nem estragar 
nada, e devolvendo o material que estiver usando ao seu devido lugar após finalizar 
seu trabalho, aprende, desde cedo, a regular seu comportamento, a ter autonomia, a 
cooperar com o outro, a fazer escolhas e responsabilizar-se por sua própria 
aprendizagem (STEWART, 2011). 
 A convivência com outras pessoas, experimentando coisas, vivenciando 
situações, possibilita a estas crianças desenvolver o máximo de sua capacidade 
física, mental, emocional e social. Um ambiente rico em estímulos, onde se percebe 
que há uma constante participação de adultos, tende a acelerar o desenvolvimento 
cognitivo e psicomotor das crianças. 
 
3.3. Dificuldades encontradas para elaboração e realização das atividades 
sensoriais na educação infantil 
 As atividades sensoriais na infância contribuem para o sucesso na 
aprendizagem das crianças. Todavia, é importante ressaltar que o professor deve ter 
um conhecimento prévio das atividades e esse conhecimento deve estar sempre 
atrelados a princípios teórico-metodológicos claros e bem fundamentados, do 
contrário o professor terá dificuldade em realizá-las. 
 Os professores devem fazer uma análise cuidadosa e criteriosa do espaço e 
dos materiais a serem utilizados, tendo em vista os objetivos que se quer alcançar. 
As atividades devem variar de acordo com as necessidades específicas da criança, 
considerando fatores como o ambiente no qual ela se encontra, suas características 
individuais e o vínculo com a pessoa que aplica as atividades. 
 Ademais, as atividades devem ser adequadas ao interesse, necessidades e 
capacidades da etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra, 
28 
 
considerando que a época e a forma como o desenvolvimento se processa podem 
variar bastante de criança a criança (EMMEL, 2004). 
 Ressalto que, embora as atividades sensoriais exijam conhecimento e 
planejamento adequados por parte dos educadores, estas podem ser facilmente 
incluídas na rotina de sala de aula, e podem ser realizadas com praticamente 
qualquer tipo de material, a exemplos: folhas secas, grãos, massas, tecidos, lãs, 
linhas, diferentes papéis, caixas, tampinhas, palitos, terra, tintas, pincéis, tesouras, 
argila, itens que são facilmenteencontrados e podem variar de acordo com 
tamanho, forma, cor, textura, peso, cheiro e/ou barulho. As crianças aprendem 
melhor quando elas realmente podem tocar, ver, cheirar, saborear, ouvir e manipular 
estes materiais. 
 Por fim, atividades simples como descobrir objetos com olhos vendados, 
perceber diversos tipos de aromas, sabores, tamanhos e sons estimulam o 
desenvolvimento da percepção tátil, olfativa, paladar, visual e auditiva da criança, 
despertando o interesse em relação ao aprendizado, estimulando a criatividade e a 
curiosidade das crianças, um benefício para a formação pessoal e para as relações 
sociais, liberando as tensões da vida cotidiana e resgatando os valores essenciais 
para a sua autoestima. 
 
CAP 4. - A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS SENSORIAIS NA 
PRIMEIRA INFÂNCIA 
 A infância é uma fase em que o individuo adquire inúmeras habilidades 
motoras e sensoriais aprendendo a organizar as respostas aos estímulos que sofre 
no decorrer dos seus primeiros anos de vida (BEE, 2011). 
 As habilidades motoras, sensoriais e emocionais são, muitas vezes, 
adquiridas através do brincar, pois brincando a criança estimula a musculatura, o 
sistema cognitivo e interage socialmente (FERLAND, 2006). 
 De acordo com Bundy et al (2007), algumas crianças podem apresentar 
reações inapropriadas a certos estímulos sensoriais, exibindo padrões de 
29 
 
comportamento incompatíveis com a situação ou com o momento, impedindo que o 
papel de brincante seja desempenhado de forma satisfatória (REZENDE, 2008). 
 Segundo Magalhães (2008), os problemas mais comuns na área do 
processamento sensorial que podem afetar o brincar e as atividades cotidianas da 
criança são: 
 Falhas no registro sensorial - a criança parece não prestar atenção a 
estímulos relevantes no ambiente, nem sempre reagindo a dor, 
movimentos, sons, cheiros, sabores ou estímulos visuais; 
 Tendência à procura de estímulos - são crianças muito ativas 
motoramente, que parecem estar em constante procura por estímulos 
intensos ou outras modalidades sensoriais, e, embora sejam crianças mais 
agitadas, que desafiam o perigo, existe a hipótese de que elas são 
hiporreativas a certos estímulos, precisando de informação extra para 
manter atenção e dar significado ao ambiente; 
 Hiper-reação a estímulos - as manifestações mais comuns são 
defensividade tátil, insegurança gravitacional e resposta aversiva ou 
intolerância a movimento (tendência a evitar estímulos táteis, medo 
excessivo ou reação de enjoo, náusea e mal-estar com o estímulo mínimo 
de movimento, que não causariam tal reação em outras pessoas). 
 Crianças com sinais de autismo podem apresentar dificuldades com a 
comunicação, com a interação social e comportamentos repetitivos e, também, 
demonstrar sinais de desordens sensoriais. Uma vez identificado que a criança 
apresenta disfunções sensoriais que prejudicam o brincar, o professor pode intervir, 
até mesmo solicitar avaliação para acompanhamento a ser estimulada com uso da 
terapia de INTEGRAÇÃO SENSORIAL, uma abordagem que procura organizar as 
sensações de próprio corpo em relação aos estímulos do ambiente (MAGALHÃES, 
2008; REZENDE, 2008). 
 Segundo Piaget, as crianças precisam explorar, experimentar e receber 
feedback de suas ações e reações sobre os objetos, usando os seus sentidos para 
aprender através de experiências práticas. 
30 
 
 Maria Montessori também acreditava que as crianças aprendem melhor 
através de experiências sensoriais. Pois é na primeira infância, mais precisamente 
do nascimento até mais ou menos os 5 anos (onde chamamos as crianças de 
“mentes esponjas”, pois captam tudo à sua volta) é que o cérebro faz a maior parte 
de suas conexões entre neurônios – as sinapses, montando ano a ano um 
emaranhado de interconexões, falando de modo bem simplista. E grande parte da 
“ativação neural” ocorre justamente pela estimulação através dos sentidos: tato, a 
visão, a audição, o olfato e o paladar. 
 Em relação às sinapses, quanto mais formarem redes emaranhadas e 
complexas, maior a capacidade que a pessoa tem de relacionar diferentes assuntos 
de forma criativa e inovadora. Ou seja, é importante o estímulo certo na fase certa. 
Entender a hora de cada criança e deixá-lo explorar conforme sua necessidade. 
Afinal, as conexões não usadas acabam sendo eliminadas. 
 Como da faixa que vai de 1 ano aos 5 anos a criança é uma esponjinha, 
absorvendo vários estímulos ao mesmo tempo de forma gostosa, através das 
brincadeiras, é justamente nessa hora que entram as brincadeiras sensoriais. 
 Com o desenvolvimento do cérebro e a necessidade de processar 
informações a cada dia mais complexas, dá-se início um processo natural de 
seleção, que elimina as sinapses menos utilizadas. Ou seja, não usou, perdeu. Por 
isso, os estímulos sensoriais depositados na criança desde cedo são como as 
ferramentas mentais que ela terá disponível para usar no futuro. 
 Estímulos negativos que podem ter efeitos sérios no desenvolvimento das 
crianças. Presenciar brigas constantes, barulho constante no lar, isolamento social, 
experiências associadas ao medo são exemplos de estímulos negativos que afetam 
o desenvolvimento cerebral na primeira infância, fase mais importante na vida 
cerebral de um ser. 
 
4.1. A integração sensorial no desenvolvimento infantil 
 Inicialmente é relevante considerar que o bebê não nasce com estratégias e 
conhecimento prontos para perceber as complexidades dos estímulos ambientais. 
https://www.mamaeplugada.com.br/2014/08/reacao-dos-bebes-ao-estresse/
https://www.mamaeplugada.com.br/2016/03/silencio-no-lar-propicia-desenvolvimento-da-fala-em-criancas-pequenas/
31 
 
Essa habilidade se desenvolve com a idade e com a experiência, principalmente a 
social na interação com o outro (Stern, 1992; Hobson, 2004). 
 A interação do bebê com seu ambiente imediato logo se torna uma fonte de 
conhecimento, no qual a percepção é o processo pelo qual segundo Gibson (1969), 
obtém informação sobre o mundo, ou seja, é a habilidade de se extrair informação 
da estimulação. 
 A percepção depende do aprendizado e da maturação da pessoa e por isso 
possui a visão e audição, por exemplo, que significa simplesmente apresentar a 
habilidade de receber sons e imagens, o que não significa compreender esses 
estímulos. Somente com o tempo e através da interação com o mundo o ser humano 
aprende a ver e a escutar com sentido, ou seja, prende a usar seus órgãos 
sensoriais e a atribuir significado às sensações. 
 Segundo Ayres (2005), o cérebro organiza as sensações assim como um 
guarda de trânsito coordenada os carros para que o trânsito possa fluir. A autora 
também faz uma analogia com o processo de digestão do corpo. Sendo assim, vale 
compreender que o corpo precisa de comida para se alimentar, e mais ainda, 
precisa que o alimento seja digerido, assim são as sensações, elas são como 
alimentos para o cérebro, porém sem um processamento sensorial adequado não 
podem ser digeridas e alimentá-lo. 
 Segundo AYRES (2005), a Integração Sensorial é o processo pela qual o 
cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa 
adequada, organizando assim, as sensações do próprio corpo e do ambiente de 
forma a ser possível o uso eficiente do mesmo no ambiente. O método visa a 
quantidade e a qualidade de estímulos proporcionados ao sujeito, para que busque 
um equilíbrio modulado, dando assim, uma resposta que esteja de acordo com suas 
capacidades e com o meio, melhorando o desempenho de uma criança, em seu 
processo de aprendizagem. 
 A partir disso, Ayres (1995), define a integração sensorial como a habilidade 
inata em organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao 
ambiente, de modo a auxiliar o ser humano no uso funcional, nas atividades e 
ocupações desempenhadas no dia-a-dia. (Ayres apud OLIVEIRA, 2009). 
32 
 
 Dessa forma, a integração sensorialse inicia na vida intra-uterina e se 
desenvolve devido à interação com o ambiente, por meio de respostas adaptativas. 
O sistema nervoso (SN) é o órgão responsável pela integração das diversas 
sensações recebidas. O processo pelo qual o sistema nervoso central (SNC) 
localiza, classifica e organiza os impulsos sensoriais e transforma as sensações em 
percepção para que o homem possa interagir com o meio é denominada integração 
sensorial. (AYRES apud LORENZINI, 2002, p.6). 
 O sistema nervoso organiza as informações visuais, auditivas, táteis, olfativas 
e gustativas bem como informações sobre gravidade e movimento, e 
consequentemente as organiza em um plano de ação. Quando é feita de maneira 
harmoniosa, a aprendizagem se dá naturalmente. 
 Nesse sentido, o desenvolvimento infantil e a integração sensorial agem de 
modo integrados, que segundo Ayres (2005), explica que a criança desenvolve a 
capacidade de organizar inputs sensoriais inicialmente experimentando sensações, 
porém sendo incapaz de dar significado a elas. Inputs sensoriais referem-se às 
funções receptivas: à capacidade para selecionar, adquirir, classificar e integrar as 
informações, isto é: a sensação, percepção, atenção e concentração (EDMANS, 
2004). 
 Dessa forma, a integração sensorial oferece oportunidades para a criança 
organizar a sua conduta, fornece condições para explorar suas necessidades e 
fazendo com que o sistema nervoso organize os estímulos, produzindo com isso 
respostas adaptativas adequadas exigidas pelo ambiente, uma vez que as 
sensações devem ser proporcionadas de forma agradável gerando prazer. Quando 
isso acontece de forma adequada, ocorre o processo chamado de Integração ou 
Processamento Sensorial com o objetivo de promover o desenvolvimento do ser 
humano. 
 Após a abordagem citada anteriormente referente que a integração sensorial 
se baseia nos estímulos proprioceptivos adquiridos e a atuação da Terapia 
Ocupacional, que de acordo com Takatori (2001), a Terapia Ocupacional tem como 
instrumento de suas ações as atividades, na qual estas estão presentes no cotidiano 
das pessoas e acredita-se que através do fazer, com intermédio das experiências, é 
33 
 
que se pode trilhar um caminho com o paciente em direção à construção de um 
cotidiano. 
 E segundo Sabari (2005) os terapeutas ocupacionais são especialistas 
em atividade. Independentemente do diagnóstico ou do ambiente terapêutico, 
a melhora no desempenho de atividades é uma meta final na intervenção da 
terapia ocupacional. Para Pierce (2003) a atividade não é vivenciada por uma 
pessoa específica, é compartilhada culturalmente como o brincar, que por sua vez 
pode acomodar todos os tipos de pessoas e contextos, logo brincar é uma 
atividade. Pode-se dizer que a Terapia Ocupacional poderá intervir de forma a 
favorecer a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio, através da 
integração de informações sensoriais que serão proporcionadas diante dos 
estímulos ofertados em um parque infantil. 
 Sendo assim, é evidente a intervenção através da integração sensorial no 
avanço do processo de reabilitação e na prática da Terapia Ocupacional no 
desenvolvimento infantil em prol da autonomia da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
CONCLUSÃO 
 Diante do exposto pode-se concluir que a criança constrói seu conhecimento 
por meio da percepção, explorando e manipulando objetos com liberdade. Daí a 
importância de promover sua participação nas atividades que estimulem os sentidos, 
visto que o funcionamento cerebral é necessariamente dependente das informações 
sensoriais recebidas do próprio corpo ou do ambiente no qual a criança está 
inserida. 
 O não processamento destas informações pelo cérebro pode ocasionar nas 
crianças dificuldades em gerar respostas apropriadas, tanto motoras, 
comportamentais como também na aprendizagem. Portanto, o conhecimento sobre 
a importância das atividades sensoriais para o desenvolvimento integral é 
imprescindível, pois possibilita aos professores o planejamento de atividades que 
impulsionem a seus alunos aprenderem e atingir o máximo do seu potencial. 
 Este estudo me possibilitou verificar que existem diferenças no 
comportamento, na aprendizagem e nos relacionamentos das crianças que têm 
acesso às atividades sensoriais das que não têm acesso a esse tipo de atividade. As 
crianças que são estimuladas quanto aos seus sentidos são mais alegres, relaxadas 
e têm relação positiva com o próprio corpo. São mais sociáveis, participativas, 
fatores que contribuem para um bom aprendizado. 
 De modo contrário, a criança que não experimenta estas atividades pode ter 
dificuldade em perceber as informações recebidas do ambiente, se envolvem pouco 
nas brincadeiras e demoram mais para aprender conteúdos básicos para a 
realização das tarefas escolares. 
 Foi possível verificar ainda que se precisa de uma maior capacitação dos 
professores quanto aos princípios teórico-metodológicos que fundamentam o 
planejamento destas atividades. Os critérios que definem o objetivo, os materiais e o 
ambiente a serem utilizados durante a atividade devem ser claros, previamente 
planejados, para que seu trabalho não seja inadequado e ineficiente. 
 A utilização da abordagem da integração sensorial associada ao brincar são 
eficazes para alcançar as necessidades expostas por crianças com sinais de 
autismo que obtiveram melhora significativa na interação social, favorecendo maior 
35 
 
uso das habilidades de comunicação, menor dependência atividades cotidianas e 
aumento do repertório do brincar. 
 Por fim, conclui-se que há necessidade do desenvolvimento de pesquisas que 
apontem a necessidade de incluir atividades sensoriais na rotina das crianças, bem 
como de investigar metodologias eficazes que considerem tais atividades na 
educação infantil como meios de promover a aprendizagem global das crianças, 
possibilitando o desenvolvimento pleno de suas capacidades física, mental, 
emocional e social. 
 Contudo, de acordo com a teoria de Vygotsky (1998) que busca compreender 
a relação entre linguagem, desenvolvimento e aprendizagem frente ao processo 
histórico cultural e a interação social, percebemos o aprendizado como um processo 
profundamente social, no qual também é um complexo processo dialético, onde o 
desenvolvimento não é linear. 
 Aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o nascimento 
da criança, sendo os atos intelectuais decorrentes de práticas sociais, assim, o 
indivíduo se faz humano apropriando-se da humanidade produzida historicamente. 
Vygotsky (1998) também propõe a investigação da riqueza de informações da 
criança e o estudo de suas outras capacidades que não tem ligação direta com o 
conhecimento que ela possui, mas que desempenham papel importante em seu 
desenvolvimento. 
 
 Deste modo, deve-se ter uma atenção maior para questões da aprendizagem 
escolar, atribuindo um valor significativo a ela. A aprendizagem escolar é 
responsável por produzir algo fundamentalmente novo no desenvolvimento da 
criança, principalmente no âmbito dos conteúdos operacionais que proporcionam um 
aprendizagem indireta, mas se constituem fundamentais para o desenvolvimento 
infantil. 
 
 Exposto isso, pode-se entender a Primeira Infância e a Atividade Objetal 
Manipulatória, como um período crucial, onde a mediação é de extrema importância 
para propiciar à criança aprendizagem e desenvolvimento. Neste momento da vida, 
36 
 
a criança começa a desenvolver o psíquico de maneira organizada, pois por meio da 
fala consegue começar a entender o mundo e a se relacionar melhor com o mesmo, 
além de iniciar a constituição do pensamento. 
 A criança no decorrer deste período, desenvolve também, por meio da 
mediação, os sentidos, o motor e o psíquico. A Atividade Objetal Manipulatória 
significa o início deste processo, onde inicialmente a criança apenas explora oobjeto, depois ela aprende a utiliza-lo de acordo com a função para a qual ele foi 
criado pela sociedade, e por último, utiliza o objeto simulando que o mesmo é outro, 
ou seja, por meio da imaginação, uma caixa vira avião, nesta etapa além de já ter 
aprendido a função do objeto a criança ainda, o utiliza de forma criativa. 
 Portanto, entendemos o professor como determinante na formação da 
criança, pois é por meio da mediação, sistematização, orientação, que a criança 
adquirirá os conhecimentos construídos socialmente durante a história da 
humanidade. Segundo Vygotsky (1998) o professor deve apresentar tudo a criança, 
o que “[...] reafirma para a educação o desafio de possibilitar que as novas gerações 
se apropriem das máximas qualidades humanas criadas ao longo da história pelos 
homens e mulheres que nos antecederam.” (MELLO, 2007, p.12) 
37 
 
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