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Avaliacao-e-Intervencao-Psicomotora---Unica-com-video-avaliacao-e-intervencao-psicomotora-unica-com-video

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Karla Vieira
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Este módulo abordará a importância da Psicomotricidade e 
suas contribuições nas defasagens e dificuldades das crianças. Es-
pecificamente, foram enfocadas: a) Desenvolvimento Motor e Psico-
motricidade; b) Pressupostos e Aplicações da Psicomotricidade e c) 
Testes de Avaliação Psicomotora. A inserção da psicopedagogia e psi-
comotricidade passou por muitas modificações até chegar ao âmbito 
escolar, atualmente o trabalho com a aprendizagem escolar contribui 
para prevenir os desvios e defasagens no desenvolvimento da criança. 
A abordagem da Psicomotricidade permite a compreensão da forma 
como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades 
de se expressar por meio dele. A intervenção psicomotora inclui estra-
tégias e atividades de desempenho motor, acrescentando a dimensão 
psicológica, relacional e afetiva. A atribuição da reeducação psicomo-
tora está contida em várias áreas profissionais: Pedagogia, Educação 
física, Fonoaudióloga, Fisioterapia, Terapia educacional, Psicologia, 
Arte-educadores, Educadores, Médicos da especialidade motora ou 
psíquica, dentre outros. Contudo, a ausência da educação psicomoto-
ra na educação infantil pode trazer um grande déficit no processo de 
aprendizagem do ser humano. E esta é a realidade de muitas escolas 
no Brasil, onde seus profissionais encontram-se despreparados, e não 
sabem reconhecer as dificuldades de seus alunos, os culpando e não 
se importando com as necessidades que estes apresentam. 
Psicomotricidade. Reeducação Psicomotora. Intervenção Psicomotora.
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 CAPÍTULO 01
DESENVOLVIMENTO MOTOR E PSICOMOTRICIDADE
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Desenvolvimento Motor e Aprendizagem _______________________
Intervenção e Reeducação Psicomotora ________________________
Evolução e Conceitos da Psicomotricidade _______________________
 CAPÍTULO 02
PRESSUPOSTOS E APLICAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Os Elementos e Desenvolvimento de cada Elemento Psicomo-
tor ___________________________________________________________ 32
27Recapitulando ________________________________________________
23
Psicomotricidade e suas Contribuições para o Desenvolvimento 
Infantil ________________________________________________________
40Psicomotricidade e as Dificuldades de Aprendizagem ___________
Recapitulando _________________________________________________ 49
 CAPÍTULO 03
TESTES DE AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Testes Psicomotores __________________________________________ 54
Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) – Rosa Neto ___________ 60
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Bateria Psicomotora (BPM) - Vitor da Fonseca ___________________ 63
Recapitulando __________________________________________________ 67
Considerações Finais ____________________________________________ 72
Fechando a Unidade ____________________________________________ 74
Glossário ________________________________________________________ 77
Referências _____________________________________________________ 78
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Não se concebe um psicopedagogo que trabalhe com o corpo 
estático e que desconheça os movimentos desse no aprender. Não se 
concebe um psicomotricista que trabalhe com o corpo em movimento e 
não conheça o corpo discursivo do sujeito que aprende. É preciso que 
haja uma interdisciplinaridade na ação ensinar-aprender para que o su-
jeito que aprende seja compreendido em sua totalidade, mesmo dentro 
de uma abordagem específica (COSTA, 2011).
Nessa perspectiva, nesse móduloabordaremos os aspectos 
que tangem o trabalho do Psicopedagogo utilizando como ferramenta a 
Psicomotricidade. 
Sabe-se que a inserção da Psicopedagogia e Psicomotricidade 
passou por muitas modificações até chegar ao âmbito escolar, no entanto, 
atualmente é possível ver por meio de estudos que as contribuições des-
se trabalho com a aprendizagem escolar contribuem de forma expressiva 
para prevenir os desvios e defasagens no desenvolvimento da criança.
Sendo assim, podemos dizer que tanto a psicopedagogia quanto 
a psicomotricidade têm suas especificidades de trabalho, mas ambas têm 
um caráter interdisciplinar e estão intimamente ligadas complementando-
-se entre si a fim de mediar eficazmente o sujeito que aprende (MENE-
ZES E BRUNELLI, 2012). Ainda segundo esses autores, podemos então 
concluir que a psicomotricidade, assim como a psicopedagogia, caminha 
paralelamente, pois ambas contribuem para a prevenção do fracasso es-
colar considerando a criança em todos os aspectos, biológico, cognitivo, 
motor, emocional e social visando o desenvolvimento global da criança.
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DESENVOLVIMENTO MOTOR E APRENDIZAGEM
O desenvolvimento motor tem como significado o movimento 
humano desde o nascimento até a morte, crescente em todos os aspec-
tos: físico, mental e social, cada momento da vida é uma continuação do 
momento anterior, embora modificado (VIEIRA, 2009).
A teoria de desenvolvimento motor está representada desde os 
movimentos reflexos de um bebê, relacionados a um desenvolvimento 
motor-perceptivo e os estágios de maturidade separados por faixa etá-
ria. Toda criança adquire suas habilidades motoras de forma invariável 
na primeira infância e na infância, porém o ritmo irá depender de criança 
para criança (GALLLAHUE e OZMUN, 2005). 
A capacidade de movimentar-se das crianças é essencial para 
DESENVOLVIMENTO MOTOR E
PSICOMOTRICIDADE
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que ela possa interagir apropriadamente com o meio ambiente em que 
vive e é sobre a infância que a maioria dos estudos sobre desenvol-
vimento motor se concentram. Por se tratar de um momento de gran-
des mudanças comportamentais, profissionais de diversas áreas como: 
Pediatras, Psicólogos, Pedagogos e profissionais de Educação Física 
têm-se interessado pelo estudo do desenvolvimento motor (CLARK; 
WHITALL, 1989; WHITALL, 1995).
O desenvolvimento motor da criança é um processo sequen-
cial, relacionado à idade cronológica e à interação entre os requisitos 
das tarefas, requisitos biológicos e do ambiente, sendo própria das mu-
danças sociais, intelectuais e emocionais. 
No processo de escolarização, na infância, que ocorre um am-
plo incremento das habilidades motoras, que possibilita à criança um 
amplo domínio do seu corpo em diferentes atividades, como: saltar, 
correr, rastejar, chutar, arremessar, equilibrar-se num pé só e esquivar-
-se para o desenvolvimento da motricidade global, da motricidade fina, 
do equilíbrio, da lateralidade, da organização espacial, da organização 
temporal e do esquema corporal (ROSA NETO et al., 2010).
A figura 1 ilustra a grande variedade de fatores que influenciam 
tanto no processo como no produto do desenvolvimento motor:
Figura 1 - Análise transacional da causa no desenvolvimento motor
Fonte: GALLAHUE E OZMUN, 2001.
Uma das formas de constatar se a criança está tendo o seu 
desenvolvimento adequado é quando se observa que ela começa a ter 
mudanças nos movimentos durante o ciclo da sua vida (GALLAHUE; 
OZMUN; GOODWAY, 2013). 
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O processo de desenvolvimento motor é apresentado abaixo 
por Gallahue e Ozmun (2001) em uma forma de ampulheta (figura 2). 
Figura 2 - Fases do desenvolvimento motor
Fonte: GALLAHUE E OZMUN, 2001.
Fase motora reflexiva: os reflexos são as primeiras formas de 
movimento humano. Eles são movimentos involuntários, que formam a 
base para as fases do desenvolvimento motor. A partir da atividade de 
reflexos, o bebê obtém informações sobre o ambiente. 
Os reflexos primitivos são classificados como: agrupadores de 
informações, caçadores de alimentação e de reações protetoras. São 
agrupadores de informações, pois auxiliam e estimulam o desenvolvi-
mento. Os reflexos primitivos de sugar, buscar através do olfato, são 
mecanismos de sobrevivência, pois através deles que o recém-nascido 
busca seu alimento (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
Ainda segundo os mesmos autores, os reflexos posturais são 
a segunda forma de movimentos involuntários e esses movimentos são 
similares a comportamentos voluntários. Esses reflexos servem de testes 
neuropsicomotor que mais tarde serão usados com controle consciente.
Fase de movimentos rudimentares: os movimentos rudimenta-
res são determinados de forma maturacional e caracterizam-se por uma 
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sequência de aparecimento previsível. Esta sequência é resistente a al-
terações em condições normais. Elas envolvem movimentos estabiliza-
dores, como obter o controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco; 
as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar, e os movimentos 
locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. 
Ou seja, os primeiros movimentos voluntários são os movimen-
tos rudimentares. Esses movimentos são encontrados no bebê desde 
o nascimento e se estendem até aproximadamente os 2 (dois) anos 
de idade. Esses movimentos acontecem de maneira previsível, porém 
o nível com que essas habilidades aparecem variam de criança para 
criança (GALLAHUE; OZMUN, 2003).
Fase de movimentos fundamentais: as habilidades motoras 
fundamentais da primeira infância são consequências da fase de mo-
vimentos rudimentares do período neonatal. Esta fase do desenvol-
vimento motor representa um período na qual as crianças pequenas 
estão envolvidas ativamente na exploração e na experimentação das 
capacidades motoras de seus corpos. Ou seja, as crianças que estão 
desenvolvendo padrões fundamentais de movimento estão aprendendo 
a reagir com controle motor e competência motora a vários estímulos 
(GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.103).
Vale ressaltar que é por volta dos dois anos de idade que a 
criança dá um enorme salto no que diz respeito ao desenvolvimento 
motor. Essas habilidades motoras formam a base sobre a qual cada 
criança desenvolve ou refina os padrões motores fundamentais do iní-
cio da infância e as habilidades motoras especializadas da infância pos-
terior e da adolescência (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 257).
Gallahue e Ozmun (apud CASTRO, 2008) dividem os movi-
mentos fundamentais em três estágios, sendo estes: estágio inicial que 
ocorre entre os 2 a 3 anos e representa as primeiras tentativas da crian-
ça, onde os movimentos ainda são bem rudimentares e imprecisos; es-
tágio elementar que ocorre entre os 4 a 5 anos e é quando a criança já 
apresenta melhor controle e precisão de seus movimentos fundamen-
tais, em geral, quando oportunidades são adequadas; e por fim o está-
gio maduro que se dá entre os 6 a 7 anos se as condições ambientais 
e de maturação forem propícias, é caracterizado por movimentos preci-
sos e eficientes, coordenados e controlados.
Fase de movimentos especializados: A fase de movimentos es-
pecializados é resultado da fase de movimentos fundamentais. A Criança 
agora realiza atividades motoras complexas do dia a dia. Os movimentos 
fundamentais que eram simples antes, como saltar e pular em um pé só 
agora podem ser associados com atividades mais complexas como pular 
corda e práticas esportivas como salto triplo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
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Esse é um período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e 
manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas 
e elaboradas para o uso em situações crescentemente exigentes. 
Os movimentos especializados também são divididos em três 
estágios: transição, aplicação e utilização para a vida diária. No estágio 
transitório, começam a ser observadas nas atividades das crianças, a 
combinação e a aplicação dos padrões de movimentos fundamentais, 
com melhoras na forma, na precisão e no controle. 
Para que não ocorra prejuízo aos dois últimos estágios, no de 
transição deve-se “ajudar as crianças a aumentar o controle motor e a 
competência motora em inúmeras atividades”, deve-se também “tomar 
cuidado para que a criança não restrinja seu envolvimento em certas ati-
vidades, especializando em outras” (GALLAHUE; OZMUN, 2005, p.62). 
No estágio de aplicação, as crianças começam a buscar a par-
ticipação em atividades em que vão obter sucesso, fundamentadas em 
suas condições, as tarefas e aos ambientes. São enfatizados forma, 
habilidade, precisão e aspectos quantitativos do desenvolvimento mo-
tor. “Esta é a época para refinar e usar habilidades mais complexas 
em jogos avançados, atividades de liderança e em esportes escolhidos” 
(GALLAHUE; OZMUN, 2005, p.62). 
A partir de 14 anos, o estágio de utilização caracterizaria o último 
estágio do processo de desenvolvimento motor, no qual o individuo utiliza-
rá o seu repertório de movimentos adquiridos com o tempo. As escolhas 
e decisões tomadas anteriormente em relações às atividades praticadas, 
“mais tarde, serão refinadas e aplicadas a atividades cotidianas; recrea-
tivas e esportivas ao longo da vida” (GALLAHUE; OZMUN, 2005, p.63).
Ao analisar a aquisição das habilidades motoras compreende-
mos que elas são a base sobre a qual a criança desenvolve ou refina 
os padrões motores fundamentais e as habilidades motoras especiali-
zadas no estágio de transição. As crianças são capazes de explorar os 
potenciais motores do corpo, à medida que se movimentam no espaço 
e ampliando o controle sobre seus músculos através das experiências 
com a estabilidade e a instabilidade (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).
Cada fase possui uma divisão de suas etapas denominada de 
Estágios, estes representam a evolução do desenvolvimento motor em 
cada fase na vida de criança, considerando uma faixa etária prevista. 
Destaca-se que a faixa etária não está determinada, ou seja, é uma 
idade presumível que poderá variar de acordo com cada criança, sua 
maturação e seu ambiente (PRZYLINSKI e QUARESMA, 2016).
Lopes et al. (2011) alertam que o papel do movimento para o 
desenvolvimento das crianças é, por vezes, muito subestimado; a falta 
de movimento pode não só restringir o corpo do seu desenvolvimento 
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motor, como também influenciar aspectos da personalidade como a per-
cepção, a cognição, o discurso, as emoções e o comportamento social. 
No contexto escolar, tradicional ou não, o aprendizado não 
pode impor se à educação pelo movimento; quando o professor se 
conscientizar de que a educação pelo movimento é uma peça primor-
dial da construção pedagógica para as dificuldades da aprendizagem, a 
atividade não ficará mais relegada ao segundo plano e poderá auxiliar 
nos problemas que cercam o sistema educacional (LE BOULCH, 1983).
O movimento humano é um meio educativo de ação positiva 
em relação às dificuldades da função psicomotora. Auxilia a formação 
do caráter e o desenvolvimento da capacidade de resolução das tarefas 
da vida cotidiana. Desta forma, o movimento é um dos mais importantes 
aspectos no desenvolvimento da personalidade. É um meio educativo de 
uma ação positiva diante de todas as dificuldades da ação psicomotora. 
O ato motor não é um processo isolado, mas sim, traduzido em 
reações fisiológicas; em comportamento exterior: palavras, movimen-
tos; respostas mentais afetivas cognitivas; produtos da conduta: olhar, 
desempenho (FARIAS 2009).
Ainda segundo essa mesma autora os argumentos que geral-
mente justificam a educação psicomotora nas escolas colocam em evi-
denciar seu papel na prevenção das dificuldades escolares. Segundo 
Le Boulch (1987), menosprezar a influência de um bom desenvolvimen-
to psicomotor, seria limitar a importância da educação do corpo e recair 
numa atitude intelectualista. 
Atualmente, ao inverso desta atitude, é de bom tom conferir à 
educação pelo movimento todas as virtudes no “desenvolvimento total” 
da pessoa. A educação pelo movimento deve ser utilizada para que as 
crianças adquiram a noção do seu esquema corporal e outras noções 
indispensáveis do seu desenvolvimento seguindo as etapas.
A função do professor é oferecer ao aluno condições de desen-
volver seu comportamento motor através da diversidade e complexida-
de de movimentos (VIEIRA, 2012).
É importante ressaltar que na psicologia do desenvolvimento 
e da aprendizagem, toda obra de Henri Wallon e de Jean Piaget colo-
cam em evidência o papel da atividade corporal no desenvolvimento de 
funções cognitivas. Wallon (1968) afirma que o pensamento nasce para 
retornar a ele. 
Piaget (1987, apud OLIVEIRA, 2000) diz que: “Mediante a ativi-
dade corporal a criança pensa, aprende, cria e enfrenta os problemas”. 
Assim a atividade motora e a mental passaram a ser vistas como ativida-
des intimamente em inter-relação, influenciando uma com a outra, atra-
vés de seus dois componentes essenciais, o sócio afetivo e o cognitivo. 
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A família, por sua vez, também é responsável pela apren-
dizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e 
as atitudes destes diante das emergências de autoria do aprenden-
te, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de 
aprendizagem dos filhos (PORTO apud FERNANDEZ, 2001).
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para for-
mação do esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial. Ela 
deve ser entendida e compreendida em sua integridade, pois o nosso 
corpo está presente em todas as situações, e é através do movimen-
to, que o ser humano participa do mundo manifestando suas intenções 
(DOS SANTOS e COSTA, 2008).
Nesse sentido, fica evidente que a psicomotricidade assim como 
a psicopedagogia caminham paralelamente, pois ambas contribuem para 
a prevenção do fracasso escolar considerando a criança em todos os 
aspectos, biológico, cognitivo, motor, emocional e social visando o desen-
volvimento global da criança (MENEZES E BRUNELLI, 2012).
Contudo, a educação pelo movimento na escola auxilia o pro-
fessor e o aluno na construção de valores necessários a conquistas 
cotidianas, pautando seu trabalho na transformação social, canalizando 
ações, efetivando os seus sonhos e seus direitos (FARIAS 2009).
Esta nova visão oferecida pela psicopedagogia vem ganhando 
espaço nos meios educacionais brasileiros e despertando cada vez mais, 
o interesse dos profissionais que atuam nas escolas. Embora a psicope-
dagogia tenha nascido com o objetivo de promover uma reeducação das 
crianças com problemas de aprendizagem, hoje ela se preocupa princi-
palmente com a prevenção do fracasso escolar (SCOZ, 1994).
O Psicopedagogo pode auxiliar a criança ao perceber que 
esta apresenta problemas de aprendizagem, que pode estar rela-
cionado com a sua parte motora, que por sua vez, pode ter sido 
alterada por um trauma na infância, pois, o dia a dia, vai forjar o seu 
futuro, ou ainda, a falta de afetividade por parte da família, pode 
implicar desvios psicomotores.
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Para saber mais sobre o tema, acesse: https://pedagogia-
aopedaletra.com/a-relacao-de-psicopedagogia-com-a-psicomotri-cidade-aspectos-psicopedagogicos-da-educacao-infantil
EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE
A Psicomotricidade é uma ciência que tem como objeto de es-
tudo o homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao 
seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perce-
ber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo Socieda-
de Brasileira de Psicomotricidade (SBP).
O termo psicomotricidade surgiu no ano de 1870 e, se mo-
dificou, conforme os conceitos filosóficos, psicológicos, pedagógicos e 
sociais evoluíram. Desde então é considerado um termo utilizado para 
qualquer tipo de movimento organizado e integrado, que exprime em 
sua ação os aspectos motores, os afetivos e os cognitivos, resultantes 
da relação pessoal com meio (OLIVEIRA, 2010).
Para Negrine (1995), a psicomotricidade origina-se do termo 
psyché, que significa alma, e do verbo latino moto, que significa agitar 
fortemente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade 
(SBP), o termo Psicomotricidade é definido como a ciência que tem 
como objeto de estudo o ser humano por meio do seu corpo em movi-
mento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas 
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com objetos e con-
sigo mesmo. Considera-se ainda que, na psicomotricidade, o essencial 
é a intenção, a significação e a expressão do movimento que traduz o 
psiquismo individual Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP).
De acordo com Vayer (1986), a educação psicomotora é uma 
ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física 
com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança. Se-
gundo Coste (1978), é a ciência encruzilhada, na qual se cruzam e se 
encontram múltiplos pontos de vista biológicos, psicológicos, psicanalí-
ticos, sociológicos e linguísticos. 
Saboya (1995) define a psicomotricidade como uma ciência 
que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em 
movimento, nas relações com seu mundo interno e seu mundo externo. 
Para Ajuriaguerra (1970), é a ciência do pensamento através do corpo 
preciso, econômico e harmonioso. 
Barreto (2000) afirma que é a integração do indivíduo, utilizando, 
para isso, o movimento e levando em consideração os aspectos relacio-
nais ou afetivos, cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento 
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consciente, visando melhorar a eficiência e diminuir o gasto energético. 
Para Fonseca (2010), a Psicomotricidade, é entendida como o 
campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências 
recíprocas e sistémicas, entre o psiquismo e o corpo, e, entre o psiquismo 
e a motricidade, emergentes da personalidade total, singular e evolutiva 
que caracteriza o ser humano, nas suas múltiplas e complexas manifes-
tações biopsicossociais, afetivo-emocionais e psicosócio cognitivas.
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a for-
mação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo prin-
cipal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de 
uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se diverti-
rem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. 
Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e as 
brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde 
a Educação Infantil (LIMA; BARBOSA, 2007).
Segundo Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor é de 
suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na 
reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e 
do ritmo. 
 A abordagem da Psicomotricidade permite a compreensão da 
forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilida-
des de se expressar por meio dele. A educação psicomotora, para ser 
trabalhada, necessita que sejam utilizadas as funções motoras, percep-
tivas, cognitivas, afetivas e sócias motoras, pois assim a criança explora 
o ambiente, realiza experiências concretas e é capaz de tomar consci-
ência de si mesma e do mundo que a cerca (LIMA; BARBOSA, 2007).
Le Boulch (apud OLIVEIRA, 2010) divide o desenvolvimento psi-
comotor em três fases: corpo vivido, corpo percebido ou descoberto e cor-
po representado. Cada uma destas fases é determinada pela aquisição 
gradual e melhoramento de habilidades obtidas nas fases anteriores. Todo 
o desenvolvimento psicomotor acima descrito só é possível devido à exis-
tência de um processo de maturação do sistema nervoso central (SNC).
O Psicomotricista é o profissional que age na interface 
saúde, educação e cultura, avaliando, prevenindo, cuidando e pes-
quisando o indivíduo na relação com o ambiente e processos de 
desenvolvimento, tendo por objetivo atuar nas dimensões do es-
quema e da imagem corporal em conformidade com o movimento, 
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a afetividade e a cognição.
Le Boulch (1983, p.45), distingue as etapas na estruturação do 
esquema corporal, visando um melhor conhecimento de sua evolução, 
conforme relacionadas abaixo: 
Fase do Corpo Vivido: Esta fase segue o desenvolvimento da 
criança até aos três anos de idade. Os três primeiros meses caracteri-
zam-se por uma ação motora reflexa, instintiva, que progressivamente 
vai sendo substituída por uma fase de experiências e de manipulações 
dos objetos que a rodeiam. Com a maturação do SNC, a criança já é 
capaz de atividade espontânea, aprendendo a manipular objetos, a se-
gurá-los e é também a fase em que começa a andar, adquirindo domínio 
postural. Utiliza a imitação das pessoas que a rodeiam, ajustando e 
coordenando a sua ação, permitindo-lhe fazer descobertas e compre-
ender melhor o seu envolvimento. Nesta fase, a criança toma também 
noção das partes do seu corpo, conseguindo diferenciar-se do que a 
rodeia pelo que podemos dizer que a criança começa a mostrar sinais 
de compreender a imagem do corpo. 
Fase do Corpo Percebido ou Descoberto: Trata-se de uma fase 
que se prolonga até aos sete anos de vida da criança, sendo que nesta 
fase esta adquire cada vez maior controlo e domínio sobre o corpo. Torna-
-se mais coordenada em termos de movimentação e tem em conta os es-
paços que a rodeiam. Nesta fase, a criança já ajusta os seus movimentos 
tonicoposturais ao espaço e às características dos objetos que manipula, 
conseguindo também controlar quer o movimento, quer a força que em-
prega sobre os objetos. As noções corporais tornam-se também e gradual-
mente mais precisas e a criança é capaz de se autorrepresentar por meio 
do desenho. O conhecimento mais aprofundado do corpo permite que a 
criança tome consciência da sua posição corporal relativamente ao espa-
ço e aos objetos que a rodeiam, facilitando o desenvolvimento da noção 
de espaço em todas as suas vertentes temporal e lateralização. Assim, a 
criança apropria-se do espaço e do que nele se encontra, no seu tempo, 
e consegue ao mesmo tempo elaborar representações mentais de tudo o 
que a rodeia, tendo como referência o seu corpo (OLIVEIRA, 2010). 
Fase do Corpo Representado: Esta terceira e última fase en-
quadram-se entre os sete e os doze anos de idade, altura em que a 
criança descentraliza a sua atenção relativamente ao seu corpo, para 
ganhar percepção de pontos de referência externos ao mesmo. A repre-
sentação mental que a criança possui do seu corpo inclui, nesta fase, 
o movimento e a representação da figura humana, mas com um maior 
número de detalhes e podendo, inclusivamente, expressar emoções e 
sentimentos. Por volta dos doze anos, a criança adquire a noção de 
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perspectiva, a noção de conservação de distâncias, quantidades e for-
mas e adquire ainda uma capacidade de antecipação que lhe permite 
organizar e programar mentalmente as suas ações.Para Gonçalves (2004), as fases do desenvolvimento psico-
motor levam em conta não somente os aspectos da maturação neuro-
lógica, mas também o resultado de um processo relacional. Para ele 
motricidade pode ser organizada nas seguintes fases: 
• 1ª fase: a primeira fase é caracterizada pela estruturação mo-
tora, do tônus de fundo, e do não aparecimento das reações primitivas. 
• 2ª fase: nesta fase, através das relações sociais há o aperfei-
çoamento do espaço temporal. 
• 3ª fase: através da ação do sujeito, as aquisições motoras 
serão automatizadas.
Para Jean Piaget existem quatro períodos básicos para o de-
senvolvimento infantil, sendo eles, período sensório-motor; pré-opera-
cional; operacional-concreto e formal (SOUZA; OLIVEIRA, 2013). 
- Período sensório-motor: nesta fase, iniciam-se os primeiros 
indícios de desenvolvimento motor do bebê, e para que este se de-
senvolva, necessita de uma constante estimulação tanto interna quanto 
externa, esta fase vai desde o nascimento até dois anos de idade. 
- Período pré-operacional: esta fase se inicia dos dois anos até 
seis anos de idade, e é conhecida como um período simbólico, onde existe 
um desenvolvimento cognitivo em que a criança pode pensar em símbolos, 
assim a criança passa a agir e a refletir sobre suas ações. Nessa fase, a 
criança desenvolve seus músculos abdominais, tronco, braços e pernas. 
- Período operacional-concreto: esta fase vai dos seis anos até 
os doze anos de idade. Nesse estágio, a criança adquire o esquema 
das operações (soma, multiplicação, subtração e divisão). A criança é 
capaz de superar a mudança imediata, ou seja, adquiri o esquema da 
conservação e a constância dos objetos. 
- Período formal: este estágio acontece dos doze anos em dian-
te. É possível nesse período, aprender a respeito das ideias. A criança 
começa a pensar sobre coisas imaginárias, e torna-se capaz de buscar 
a resposta para um problema. Absorve uma lógica dedutiva, desenvol-
vendo o pensamento formal. 
Contudo, a partir do reconhecimento de cada um desses es-
tágios do desenvolvimento cognitivo, fica mais claro e permite ao edu-
cador um olhar mais atento para o ser em construção, que é a criança, 
tornando suas práticas psicomotoras mais fáceis de serem aplicadas.
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• Áreas de atuação do Psicomotrista:
Educacional, Institucional e Clínica.
• Eixos de Atendimento Educacional: Ensino básico e en-
sino superior, incluindo educação especial e outras modalidades;
- Hospitalar;
- UTI, ambulatórios, enfermarias e brinquedotecas;
- Empresarial;
- Ergomotricidade;
- Psicomotricidade aquática;
- Terapia psicomotora;
- Saúde mental;
- Gerontopsicomotricidade.
A prática psicomotora se dá de forma Individual ou em grupo, da 
concepção à terceira idade, compreendendo as necessidades de adapta-
ção sensoriais, sociais, comportamentais e de crescimento pessoal.
PSICOMOTRICIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESEN-
VOLVIMENTO INFANTIL
A primeira infância corresponde do 0 (zero) aos 6 (seis) anos 
de idade, sendo este um período de extrema importância na vida da 
criança, pois diz respeito ao início do seu desenvolvimento físico, emo-
cional e social (ALMEIDA, 2013). 
É nesta altura que a autonomia, a socialização, a capacidade 
de ver o mundo e explorá-lo tornam-se objetivos educativos, procuran-
do-se assim desenvolver estas competências na criança. Todas estas 
vivências nos primeiros anos de infância vão ter reflexo na vida adulta. 
Os psicólogos afirmam que muito do nosso sucesso ou fracas-
so enquanto adultos está ligado a experiências que tivemos na primeira 
infância e, quanto mais tivermos em conta as necessidades básicas das 
crianças nesta idade, maiores são as hipóteses de formarmos adultos 
seguros e confiantes (MONTEIRO; SILVA, 2015).
O movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, 
pois desde a vida intrauterina realizam-se movimentos com o corpo, no 
qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no compor-
tamento. Sendo assim, considera-se que a psicomotricidade é um ins-
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trumento riquíssimo que auxilia a promover preventivos de intervenção, 
proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no 
processo de ensino aprendizagem (DOS SANTOS e COSTA, 2008). 
A psicomotricidade promove ações terapêuticas e educativas e 
tem papel importante no desenvolvimento neuropsicológico das crian-
ças. A idade dourada da psicomotricidade está situada desde o nas-
cimento até os oito ou nove anos de idade, constituindo-se em uma 
necessidade no processo educativo desta fase da vida, já que busca a 
integração de interações cognitivas, emocionais, afetivas, simbólicas e 
físicas na capacidade do indivíduo de ser e atuar em um contexto psi-
cossocial (MACRI, 2014; PIEG e VAYER, 1971). 
Conforme afirma Negrine (2003), para atuar na Educação Infantil, 
o profissional necessita ter ampla compreensão das teorias que tratam do 
desenvolvimento humano, necessita saber quais as diferenças entre umas 
e outras, mas antes de tudo necessita formar convicções que lhe permita 
relacionar a teoria que adota com a prática pedagógica que oferece através 
de suas ações. Ou quem sabe ao contrário, necessita refletir sobre a práti-
ca que adota para compreender melhor a teoria que a sustenta.
O desenvolvimento psicomotor se processa de acordo com a 
maturação do sistema nervoso central, assim a ação do brincar não 
deve ser considerada vazia e abstrata, pois é dessa forma que a criança 
capacita o organismo a responder aos estímulos oferecidos pelo ato de 
brincar, manipular a situação será uma maneira eficiente de a criança 
ordenar os pensamentos e elaborar atos motores adequados à requisi-
ção (VELASCO, 1996, p.27).
Assim, é necessário compreender que, o desenvolvimento psi-
comotor acontece num processo conjunto de todos os aspectos (motor, 
intelectual, emocional e expressivo), dividindo-se em duas fases: primeira 
infância (0 a 3 anos) e segunda infância (3 a 7 anos), complementando-se 
maturacionalmente por volta dos 8 anos de idade (BUENO, 1998, p. 19).
A psicomotricidade se dá através de ações educativas de mo-
vimento espontâneo e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe 
uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalida-
de. É uma prática pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento 
integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os 
aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sociocultural, buscando es-
tar sempre condizente com a realidade dos alunos (LE BOULCH, 1992).
Kyrillos e Sanches (2004, p.154), completam dizendo que na Edu-
cação Infantil começamos a exploração intensa do mundo, das sensações, 
das emoções, ampliando estas vivências como movimentos mais elabora-
dos. A linguagem corporal começa então, a ser substituída pela fala e pelo 
desenho, no entanto, é essencial que continue sendo explorada. 
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O trabalho com movimentos e ritmos, de grande relevância 
para a organização das descobertas feitas, torna-se mais sofisticado. 
Nesta etapa, a atenção é voltada para o desenvolvimento do equilíbrio 
e de uma harmonia nos movimentos.
Mendonça (2004, p.25), cita que o desenvolvimento psicomotor 
quando acontece harmoniosamente, prepara a criança para uma vida social 
próspera, pois, já domina seu corpo e utiliza-o com desenvoltura, o que torna 
fácil e equilibrado seu contato com os outros. As reações afetivas e as apren-
dizagens psicomotoras estão interligadas. A psicomotricidade é abrangente 
e pode contribuir de forma plena para com os objetivos da educação.
A estimulação através de atividades psicomotoras, desde o iní-
cio, pelo educador, contribuirá para a maturação da criança, nodecorrer 
do seu desenvolvimento, do ponto de vista linguístico, socioafetivo, lógi-
co-matemático, pois a escola representa o primeiro contato com o mun-
do, com colegas e professores que influenciarão na sua formação. “A fim 
de que essa função se efetive na prática, o trabalho pedagógico precisa 
se orientar por uma visão das crianças como seres sociais, indivíduos 
que vivem em sociedade, cidadãs e cidadãos” (KRAMER, 1999, p.19).
Hoje, a Psicomotricidade no que se refere à Educação Infantil, 
dá espaço para uma nova perspectiva principalmente quando se trata do 
desenvolvimento global da criança. A estimulação de atividades corporais 
propicia experiências que favorecerão a motricidade fina, é esta que au-
xiliariam os alunos que apresentam ritmo normal e os de aprendizagem 
lenta a vencer melhores os desafios em todo o processo de alfabetização. 
Acesse: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ar-
tigos/biologia/psicomotricidade-no-desenvolvimento-infantil/48175
Ao proporcionar as condições de desenvolver capacidades 
básicas, haverá um aumento no potencial motor da criança, sendo o 
movimento o meio de atingir aquisições mais elaboradas, como as inte-
lectuais, auxiliando a sanar as dificuldades advindas das dificuldades na 
psicomotricidade (FONTANA, 2012).
Contudo, a psicomotricidade busca conhecer o corpo nas suas 
relações, transformando-o num instrumento de ação. Este corpo pensado 
como objeto, marcado por uma mente que pensa. A evolução da psicomo-
tricidade no homem se dá de forma natural. Ela auxilia e capacita melhor o 
aluno para uma melhor assimilação da aprendizagem escolar. O corpo e o 
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movimento constituem alicerces para o desenvolvimento da criança.
O fato de que cantar e/ou ouvir música, e até mesmo dan-
çar com as crianças promove benefícios que vão além do conten-
tamento e alegria dos alunos. A música beneficia e soma o desen-
volvimento em todos os aspectos, sejam eles o físico, cognitivo, 
social e motor. Sendo assim uma ferramenta perfeitamente apli-
cada à Psicomotricidade, porque ganha uma seriedade para o am-
biente psicopedagógico, especialmente quando é aliada ao traba-
lho psicomotor que a música é capaz de realizar.
No campo da Psicomotricidade, a relação, a vivência corporal 
e a linguagem simbólica são imprescindíveis. A psicomotricidade per-
mite à criança a viver e atuar no seu desenvolvimento afetivo, motor e 
cognitivo (DOS SANTOS e COSTA, 2008). 
Nesse contexto e com essas finalidades, propõe-se que a psico-
motricidade na educação infantil, longe de ser um método ou uma receita, 
subsidie, através da relação pedagógica, a oferta qualitativa do ensino 
em suas dimensões linguística, pessoal e cognitiva. Pensar o ensino e a 
aprendizagem em termos da relação pedagógica implica admitir a com-
plexidade da situação da sala de aula e considerar as questões de ensino 
de um ponto de vista dinâmico (CORDEIRO, 2009, p. 98).
É imprescindível que a criança passe por todas as etapas 
de seu desenvolvimento. Cada fase tem sua importância, como por 
exemplo, após aprender a sentar automaticamente passar pela fase 
de caminhar sem apresentar a fase de engatinhar, deixando de aper-
feiçoar a força nos músculos superiores e de equilibrar as escápulas.
Existem várias atividades psicomotoras propostas para 
auxiliar no desenvolvimento da criança, algumas propostas são 
atividades lúdicas e de recreação como: dar cambalhotas equili-
brar-se em um pé só e caminhar sobre uma linha no chão. Ativida-
des que auxiliam no desenvolvimento motor e afetivo e nas rela-
ções da criança com o mundo.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2022 Banca: AMAUC Órgão: Prefeitura de Concórdia - SC Pro-
va: Professor – Educação Especial 
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, em 2010, definiu a "Psi-
comotricidade" como: "Ciência que tem por objetivo o estudo do 
homem através do seu corpo em movimento, nas relações com seu 
mundo interno e externo". Nessa dimensão, analise as assertivas:
I. Estudiosos da Psicomotricidade atestaram ter sido ela a primeira 
ciência que abordou e incluiu o desenvolvimento afetivo, cognitivo 
e social.
II. A Psicomotricidade está relacionada ao processo de maturação, 
sendo o corpo a origem das aquisições cognitivas, afetivas e or-
gânicas.
III. A Psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos bási-
cos: o movimento, o intelecto e o afeto. 
IV. Estudos sobre Psicomotricidade comprovaram sua prioridade 
pelo equilíbrio motor.
Estão CORRETAS:
a) Apenas I, II e III;
b) I, II, III e IV;
c) Apenas I, II e IV;
d) Apenas I e II;
e) Apenas II e IV.
QUESTÃO 2
Ano: 2020 Banca: Instituto UniFil Órgão: Prefeitura de Cunha Porã 
- SC Prova: Professor – Educação Física
Com base nos estudos sobre a Psicomotricidade, informe se é ver-
dadeiro (V) ou falso (F) para o que se afirma e assinale a alternativa 
que apresenta a sequência correta.
( ) A Psicomotricidade é a ciência que estuda o homem, através de 
seu corpo em movimento relacionando-se ao mundo, tanto pelo 
interno quanto pelo externo.
( ) A Psicomotricidade é um conjunto de conhecimentos que permi-
tem o desenvolvimento do ato motor humano.
( ) Os três conhecimentos básicos da psicomotricidade são: movi-
mento, corpo e crescimento.
( ) A Psicomotricidade é definida como o Estudo dos Movimentos 
Humanos.
a) V-V-V-V.
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b) F-V-F-V.
c) V-V-F-F.
d) F-F-F-V.
QUESTÃO 3
Ano: 2020 Banca: Quadrix Órgão: CFP Prova: Psicologia – Psico-
motricidade 
Existem diferenças entre a psicomotricidade funcional e a psicomotri-
cidade relacional. Acerca desse tema, assinale a alternativa incorreta.
a) Na psicomotricidade funcional, a criança depende das escolhas feitas 
pelo profissional e raramente tem contato corporal.
b) Na psicomotricidade funcional, as atividades são dirigidas pelo psico-
motricista, em um enfoque dualista.
c) Na psicomotricidade relacional, o brincar é livre, buscando um prazer 
no movimento.
d) Na psicomotricidade relacional, o psicomotricista precisa ter uma 
formação pessoal consolidada e uma postura ativa e influente sobre o 
processo nas sessões.
e) Na psicomotricidade relacional, há o contato corporal, a apresenta-
ção de diversos modelos motores e o contato com outros profissionais 
envolvidos com a criança.
QUESTÃO 4
Ano: 2021 Banca: OMINI Órgão: Prefeitura de Miguelópolis - SP 
Prova: Professor de Educação Básica – II Ed. Física
Julgue os itens a seguir:
I. O homem através do seu corpo em movimento que se relaciona 
com o seu mundo externo e interno é o objeto de estudo dessa 
ciência denominada Psicomotricidade. Está relacionada ao pro-
cesso maturacional, onde a origem das aquisições afetivas, cogni-
tivas e orgânicas é o corpo. Três conhecimentos básico dão base a 
psicomotricidade: o movimento, o intelecto e o afeto. O movimento 
integrado e organizado é o que traduz a Psicomotricidade, em fun-
ção de experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de 
sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 
II. Em aulas de Educação Física na educação infantil, a psicomotri-
cidade é abordada restritamente como forma curativa, pode evitar 
diversos tipos de problemas na fase de alfabetização, como tam-
bém a falta de concentração.
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) Os dois itens são verdadeiros.
b) O item I é verdadeiro e o II é falso.
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c) O item II é verdadeiro e o I é falso.
d) Os dois itens são falsos.
QUESTÃO 5
Ano: 2021 Banca: Alternativa Concursos Órgão: Prefeitura de Es-
perança do Sul – RS Prova: Professor de Ed. Física
Os aspectos metodológicos que envolvem a Educação Física não 
diferem substancialmentedos que envolvem as demais áreas do 
conhecimento. Historicamente, o ensino da Educação Física vem 
buscando organizar abordagens metodológicas e pedagógicas, 
que visem atender às exigências que permeiam o ensino, como por 
exemplo: a Desenvolvimentista, a Construtivista, abordagens Críti-
cas (OLIVEIRA, 1997) e a Psicomotricista. No texto supracitado, é 
mencionada uma importante abordagem metodológica e/ou peda-
gógica, para a Educação Física, a abordagem Psicomotricista, que 
contribui significativamente para o desenvolvimento infantil. Diante 
do exposto, refere-se a abordagem Psicomotora/Psicomotricista:
a) Na abordagem Psicomotora, a intenção é a construção do conheci-
mento por meio da interação do sujeito com o mundo. Para cada crian-
ça, a construção desse conhecimento exige elaboração, ou seja, uma 
ação sobre o mundo, sendo o conhecimento, nessa abordagem, cons-
truído durante toda a vida.
b) A abordagem Psicomotora não tem função social de ordenar a refle-
xão pedagógica do aluno, de forma a pensar a realidade social, desen-
volvendo determinada lógica imposta pela sociedade capitalista, a partir 
de uma prática inserida no contexto e no currículo escolar.
c) Na abordagem psicomotora, deve-se desenvolver nos sujeitos, os as-
pectos cognitivos, afetivos e psicomotores, visando garantir a formação 
integral do educando, aliando todos os presentes aspectos, ao movi-
mento humano.
d) A abordagem psicomotora tem como seu principal enfoque, unica-
mente as habilidades motoras, que servem de base para a resolução 
de problemas cotidianos, promovendo possibilidades de adaptação a 
novas situações ao ambiente no qual o sujeito está inserido.
e) A abordagem psicomotora fundamenta-se nos princípios filosóficos 
em torno do ser humano, como identidade e valor, ressaltando um cres-
cimento voltado de dentro para fora.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Em visita a uma creche da rede Municipal do interior de São Paulo para 
realização de uma prática curricular durante a graduação, constatei a 
presença marcante da contenção de movimentos impostos às crianças 
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pela professora. Essas eram mantidas sentadas, próximas á parede, 
não podiam se mexer sem a autorização, e caso alguma criança não 
cumprisse a ordem, era repreendida com severidade. 
Visando garantir a ordem e a harmonia, algumas práticas pedagógicas 
procuram limitar o movimento, impondo rígidas restrições corporais às 
crianças.
Tendo como base o texto acima, no qual é relatada uma falha cometida 
pela professora ao limitar o Movimento em seus alunos, redija um texto 
dissertativo abordando os seguintes aspectos:
a) Qual a importância do Movimento no desenvolvimento infantil?
b) Como os pais e professores podem mediar o acesso da criança ao 
Movimento?
TREINO INÉDITO
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001) processo de desenvolvi-
mento motor, uma criança entre 7 e 10 anos estaria em qual estágio:
A) Estágio elementar da fase motora fundamental.
B) Estágio maduro da fase motora fundamental.
C) Estágio de pré-controle da fase rudimentar.
D) Estágio transitório da fase motora especializada.
NA MÍDIA 
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMEN-
TO INFANTIL
Quando olhamos rápido, um ser vivo pode parecer algo simples — mas 
cada organismo tem inúmeras complexidades, e o do ser humano en-
tão, nem se fala! Para que estejamos apenas existindo, são inúmeros 
os sistemas que precisam conversar entre si, e tudo isso é potencializa-
do enquanto uma criança está crescendo.
A psicomotricidade é a ciência que estuda o indivíduo se concentrando 
especificamente no corpo em movimento e sua relação com o interno e 
o externo, ou seja, tanto com o seu desenvolvimento emocional e cog-
nitivo quanto com o mundo à sua volta. 
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, por meio dessa 
área busca-se enxergar o ser humano de maneira holística, de forma a 
integrar todas as suas funções cognitivas e motoras e pensar em como 
desenvolvê-las conjuntamente. 
Fonte: Amigo Panda
Data: 01 abr. 2021. 
Leia a notícia na íntegra: 
https://blog.amigopanda.com.br/a-importancia-da-psicomotricidade/
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NA PRÁTICA
UMA PRÁTICA FÍSICA QUE ESTIMULA A PRÁTICA MENTAL
A palavra Psicomotricidade pode ser dividida em: psi = emoção; cog 
= cognição; motric = movimentos humanos, ou seja, uma depende da 
outra, a afetividade e a aprendizagem ligadas uma à outra, interagindo 
de forma simples e correta, adequando-se às necessidades e desempe-
nhando papéis interligados será alcançado um bom resultado.
Coordenação motora, Psicomotricidade, alfabetização e letramento são 
termos que todo professor de Educação Básica precisa conhecer e do-
minar, afinal um estabelece relação com o outro, porém poucos execu-
tam algumas práticas que melhoram a atividade mental da criança des-
de o seu primeiro contato com a educação ou com a escola, no caso a 
Psicomotricidade é uma prática que melhora e aperfeiçoa o desenvolvi-
mento cognitivo e efetivo de uma criança. Poucos sabem e consideram 
essa prática como ludicidade, deixando de dar a importância necessária 
no processo de desenvolvimento.
Fonte: Educação Pública CECIERJ
Data: 30 ago. 2022. 
Leia a notícia na íntegra: 
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/32/psicomotricidade-
-uma-pratica-fisica-que-estimula-a-pratica-mental
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: O Começo da Vida (2016)
Acesse o link: https://neurosaber.com.br/qual-e-a-idade-da-primeira-in-
fancia/
http://www.abpp.com.br/ 
Saiba mais: https://www.youtube.com/watch?v=EF66FTd1hLM
Filme sobre o assunto: Como Estrelas na Terra: Toda Criança é Espe-
cial (2007).
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OS ELEMENTOS E DESENVOLVIMENTO DE CADA ELEMENTO PSI-
COMOTOR
A evolução psicomotora favorece o desenvolvimento funcional de 
todo o corpo e suas partes. Os elementos psicomotores estão divididos em 
sete fatores: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estrutura-
ção espaço/temporal, praxia global e praxia fina (FONSECA, 1995).
Dentre os sete fatores apresentados, a tonicidade é a base 
fundamental da psicomotricidade, tendo um papel fundamental no de-
senvolvimento motor, garantindo às atitudes, a postura, as mímicas, 
as emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas 
(FONSECA, 1995). 
Já o equilíbrio, refere-se à capacidade de sustentar a estabili-
PRESSUPOSTOS E APLICAÇÕES
DA PSICOMOTRICIDADE
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dade do corpo, mesmo quando o centro de gravidade é desviado, com 
finalidade de adaptar-se às necessidades em situações de deslocamen-
tos ou não (FERREIRA; LIMA, 2007).
O terceiro fator é a lateralidade, que segundo Oliveira (2000), é 
a propensão que o ser humano possui para utilizar, preferencialmente, 
um lado do corpo mais do que o outro, sendo observada em relação à 
mão, pé, olho e audição. Isso significa que existe dominância de um dos 
lados, o qual apresenta mais força muscular, precisão e rapidez, além 
de iniciar e executar as ações, o lado não dominante é utilizado como 
auxílio ao dominante e na manutenção do equilíbrio corporal.
A noção de corpo é representada como sendo o atlas do corpo, 
ou seja, é uma verdadeira composição de memória que a criança tem 
de todas as partes do corpo (FONSECA, 1995).
Tônus Muscular: Você sabia que o estado de semi-contra-
ção, de contração parcial normal no qual os músculos se encontram 
constantemente é considerado tônus muscular? O tônus é causado 
por estímulos nervosos, sendo um processo totalmente inconscien-
te, que mantém os músculosem alerta para entrar em ação.
A capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no 
tempo, trata-se de um fator ligado ao desenvolvimento psicomotor conhe-
cido como estrutura espaço temporal. É um dado importante para uma 
adaptação favorável do indivíduo ao meio ambiente, pois permite a ele 
não só se deslocar e reconhecer-se no espaço, mas também dar sequên-
cia aos seus gestos, localizando e utilizando as partes do corpo, coorde-
nando e organizando suas atividades de vida diária (FERREIRA, 2001).
O sexto e sétimo fatores dizem respeito à praxia que tem por de-
finição a capacidade de realizar a movimentação voluntária pré-estabele-
cida com forma de alcançar um objetivo. A praxia global está relacionada 
com a realização e a automação dos movimentos globais complexos, e 
que exigem a atividade conjunta de grandes grupos musculares (FON-
SECA, 1995). Já a praxia fina é a capacidade de realizar movimentos 
coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades, 
compreendendo todas as tarefas motoras finas (FONSECA, 1995).
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A Psicomotricidade está presente em todas as etapas do 
desenvolvimento infantil, destacando as estreitas ligações entre a 
motricidade, a intelectualidade e a afetividade sendo, portanto, uma 
educação global que procura educar o movimento, desenvolvendo 
juntamente as funções cognitivas e envolvendo também a emoção.
“A finalidade da educação psicomotora é promover, atra-
vés de uma ação pedagógica, o desenvolvimento de todas as po-
tencialidades da criança, objetivando o equilíbrio biopsicossocial" 
(NEGRINE, 1986).
A identificação e o estudo destes fatores em crianças e ado-
lescentes são de fundamental importância para o acompanhamento de 
seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, visto que nesta fase 
da vida as habilidades motoras estão mais sensíveis às alterações.
Sendo assim os Elementos Psicomotores podem ser desenvol-
vidos da seguinte forma (SERAFIM; SEABRA, 2011):
- Motricidade Fina
• Massinha: ao manipularem, as crianças descarregam sua an-
siedade e seus temores, além de trabalhar a coordenação motora fina.
• Atividades de recortar: além de contribuem para o desenvolvi-
mento cognitivo, trabalha a motricidade fina, colaborando também para 
a melhora da gráfica.
• Bolinhas de gude: são ótimas para treinar a contagem de ob-
jetos e trabalhar a comparação de quantidade, desenvolve também, a 
coordenação motora.
• Manipulação de objetos com os olhos vendados e verbaliza-
ção de seus atributos: trabalha representação mental, e discriminação 
de estímulos táteis.
- Motricidade Global
• Pular corda: estimula além da motricidade global, a agilidade, 
raciocínio, organização espacial e temporal, cooperação, memória e la-
teralidade.
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• Amarelinha: estimula além da motricidade global, o equilíbrio, 
agilidade, mira e organização espacial.
• Queimada: brincadeira bem completa, podendo ser utilizada 
para estimular todos os elementos psicomotores. Material: uma bola 
macia e giz para marcar a quadra.
• Pega-pega: estimula além da motricidade global, a organiza-
ção espaço/ temporal, agilidade.
- Equilíbrio
• Pega-pega Saci: é uma variação do pega-pega, porém, focan-
do estimular o equilíbrio, fazendo com que a criança corra com um pé só.
• Pula Sela: estimula além do equilíbrio, agilidade, motricidade 
global, resistência, força, socialização e organização espaço/temporal.
• Perna de Pau: estimula além do equilíbrio, a organização es-
paço/temporal.
• Corrida de saco: estimula além do equilíbrio, agilidade e mo-
tricidade global.
- Esquema Corporal e Rapidez
• Mímica: estimula além do esquema corporal, a imaginação, 
criatividade e memória.
• Dançar em frente ao espelho: estimula além do esquema cor-
poral e rapidez, a noção de lateralidade, raciocínio e motricidade global.
• Morto-vivo: estimula além do esquema corporal e rapidez, a 
organização temporal, expressão corporal e atenção.
• Estátua: estimula além do esquema corporal e rapidez, a aten-
ção, concentração, equilíbrio, criatividade, linguagem corporal, resistência.
• Batata Quente: estimula além do esquema corporal e rapidez, 
a motricidade global, atenção, agilidade, socialização e organização es-
paço/temporal.
- Organização Espacial
• Cabra-cega: estimula além da organização espacial, a agili-
dade, atenção, noção de espaço.
• Coelhinho sai da toca: estimula além da organização espa-
cial, socialização, agilidade e organização temporal.
• Nunca três: é uma variação do pega-pega, porém, focando 
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estimular a organização espacial, agilidade e atenção.
• Acerte o alvo: estimula além da organização espacial, a orga-
nização temporal, motricidade fina e atenção.
- Linguagem/Org. Temporal
• Brincadeiras que envolvam: dias, meses, números, horas, ou 
seja, que estimule a consciência ações de tempo.
• Ritmo: estimula além da linguagem e organização temporal, a 
percepção auditiva, raciocínio e atenção.
• Boliche: estimula além da organização temporal, a percepção 
viso motora, motricidade fina, organização espacial e atenção.
• Bambolê: estimula além da organização temporal, ritmo, co-
ordenação motora, equilíbrio e agilidade.
A Psicomotricidade é o controle mental sobre a expressão 
motora. Objetiva obter uma organização em que pode atender de 
forma consciente e constante as necessidades do corpo.
Esse tipo de educação é justificado quando qualquer de-
feito localiza o indivíduo à margem das normas mentais, fisiológi-
cas, neurológicas ou afetivas. É também, a percepção de um estí-
mulo, interpretação deste e elaboração de uma resposta adequada 
(SKINNER, 1978).
INTERVENÇÃO E REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA
De acordo com Dunst (2007), a intervenção precoce pode ser 
definida como o conjunto de serviços, apoios e recursos necessários 
para dar resposta tanto às necessidades específicas de cada criança, 
como às necessidades das suas famílias, tendo como objetivo a pro-
moção do desenvolvimento da criança. Inclui assim, atividades e opor-
tunidades com vista a incentivar a aprendizagem e o desenvolvimento 
da criança, assim como o suporte e apoios às famílias para que elas 
tenham um papel ativo neste processo (DUNST & BRUDER, 2002).
Segundo Cavalari e Garcia (2010), o principal objetivo da inter-
venção é desenvolver o potencial dos alunos, respeitando suas capa-
cidades dentro do processo de ensino aprendizagem, proporcionando 
atividades que possam servir de ferramenta de ação no apoio ao desen-
volvimento da aprendizagem.
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É neste sentido, que tendo em conta que o desenvolvimento e 
as aprendizagens precoces estabelecem alicerces para um desenvolvi-
mento posterior de comportamentos e competências mais complexas, a 
intervenção psicomotora numa perspectiva preventiva pretende poten-
cializar, estimular e maximizar o desenvolvimento, adequando e adap-
tando as capacidades da criança de ser, estar e de agir consigo mesmo 
e com o envolvimento (FONSECA, 2005).
A Psicomotricidade é uma área de estudo transdisciplinar que 
consiste numa intervenção feita por mediação corporal e expressiva, 
na qual o psicomotricista estuda e compensa a expressão motora ina-
dequada ou inadaptada, em diversas situações, que podem estar rela-
cionadas com problemas de desenvolvimento e de maturação psico-
motora, de comportamento, de aprendizagem e de âmbito psicoafetivo 
(Associação Portuguesa de Psicomotricidade (APP), 2012).
A intervenção psicomotora inclui estratégias e atividades de 
desempenho motor, acrescentando a dimensão psicológica, relacional 
e afetiva (ALMEIDA, 2013).
Uma das propostas essenciais dapsicomotricidade é de pro-
porcionar situações à criança onde passa a ser concebida como um ser 
ativo, em desenvolvimento com potencial para se superar e criar possi-
bilidades e novos comportamentos para a sua própria auto-organização 
(MACHADO e TAVARES, 2010).
As sessões de psicomotricidade decorrem num lugar de jogo, 
de prazer, de desejo, de regulação tónica e de simbolização, envolven-
do todas as suas várias áreas dinâmicas, corporal, psicomotora, per-
ceptiva, emocional, afetiva, linguística, sociomotora, cognitiva e cultural. 
Todas elas serão estruturantes da consciência da criança, como pessoa 
em desenvolvimento (ONOFRE, 2004).
Pode desenvolver-se em diferentes contextos, como o con-
texto hospitalar, escolar, institucional e familiar. Apresenta segundo a 
Associação Portuguesa de Psicomotricidade (APP) três vertentes de 
intervenção: ao nível preventivo, visa à promoção e estimulação do de-
senvolvimento; ao nível educativo, pretende-se estimular o desenvolvi-
mento psicomotor e o potencial de aprendizagem; e no âmbito reedu-
cativo ou terapêutico, quando o desenvolvimento motor, psicoafetivo ou 
quando o potencial de aprendizagem está comprometido. 
Quanto à intervenção psicomotora no contexto escolar, segun-
do Barros (2003), esta ainda se encontra numa fase inicial de cresci-
mento e adaptação, no entanto existe a consciência de que esta prática 
se relaciona com a educação de forma simbiótica, complementando as 
lacunas psicomotoras dos alunos, facilitando, deste modo às aprendiza-
gens e o seu desenvolvimento futuro.
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No processo de aprendizagem, a prática psicomotora contribui 
na prevenção e na intervenção no que diz respeito às dificuldades da 
escrita, leitura e aquisição do raciocínio lógico-matemático. Promove a 
noção de lateralidade, noções de alto, baixo e esquema corporal, que 
serão base para as aprendizagens formais e, de certa forma, contribuin-
do para a inserção dos aspetos corporais no processo ensino-aprendi-
zagem (RODRIGUES, 2013).
Já o conceito de Reeducação Psicomotora tem por objetivo esti-
mular a criança a ter vontade de viver de agitar-se de entrar em contato com 
as pessoas e coisas. Essa reeducação é dirigida às crianças que sofrem 
perturbações instrumentais como: dificuldades ou atrasos psicomotores e 
dificuldades de aprendizagem escolares (AREDES; MEDEIROS, 2010).
A reeducação psicomotora como técnica da psicomotricidade 
trata a pessoa como um todo, com enfoque maior na motricidade. Poden-
do ser realizada por um psicólogo ou educadores especializados, afinal, a 
reeducação psicomotora não se resume a uma mera aplicação de exercí-
cios, mas na união destes e o desenvolvimento da personalidade da pes-
soa. Sendo indicada para crianças até dez anos de idade (NEAD, 2016).
A reeducação psicomotora permite que as crianças revivam 
nas sessões de atividades as questões que envolvem o desenvolvimen-
to humano, como experiências motoras e cognitivas que às vezes foram 
poupados nas relações familiares. 
Muitos pais não têm noção da importância da vivência de cada 
estágio do desenvolvimento humano para o processo de aprendizagem. 
Afinal, são nestes estágios que acontecem os primeiros contatos com 
os processos de aprendizagem e sendo eles fortalecidos com ativida-
des incentivadas por profissionais especializados, produzem recursos 
positivos e comportamentos favoráveis (OLIVEIRA, 2018).
A reeducação psicomotora é composta de três etapas e seus 
objetivos são trabalhar exercícios que reconstrói os esquemas corporais 
reativando o desenvolvimento da estrutura e evolução da criança. Estas 
etapas são nomeadas como: investigação corporal; reconhecimento do 
corpo; integração do esquema corporal (OLIVEIRA, 2018). 
Exame Neurológico Evolutivo (ENE) constitui importante 
recurso semiológico para a avaliação da maturidade e desempe-
nho do sistema nervoso e, portanto, do desenvolvimento neurop-
sicomotor. O ENE é composto por diversas provas que avaliam 
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os seguintes elementos: provas de equilíbrio estático e dinâmico 
(onde se avalia os equilíbrios), provas de coordenação apendicular 
e coordenação tronco-membros (avaliação da coordenação motora 
e da orientação temporal), provas de persistência motora (avalia-
ção do tônus muscular e da coordenação músculo facial), provas 
de sensibilidade (avaliação da lateralidade e esquema corporal) e 
sincinesias (LEFÈVRE, 1975).
A investigação corporal é o primeiro estágio, ela acontece por 
designação ou manipulação do contato corporal e a utilização de partes 
do corpo. Quando a criança adquire noção das partes de seu corpo, 
passa a situar-se no espaço e tempo. O reconhecimento do corpo é o 
segundo estágio permite o reconhecimento de seu próprio corpo e do 
outro. Proporcionando a criança o procedimento designado em si mes-
mo, no outro e de partes do corpo do outro.
A última etapa ou estágio é classificada como integração do es-
quema corporal que permite a criança o investimento em qualquer situ-
ação. Podendo ser distinguida em dois níveis, a ação ou representação 
mental. Permitindo a criança a descrever seu corpo e de seus colegas, 
o relaxamento permite da hipertonia para o canal de representação, a 
conscientização da massa corporal e de sua plenitude (AREDES, 2009).
Na criança, o Exame Neurológico muda sua expressão 
clínica de acordo com a faixa etária, acompanhando o amadure-
cimento cerebral. O Exame Neurológico Evolutivo (ENE) avalia o 
nível do desenvolvimento em que as funções neurológicas se en-
contram assim como o desenvolvimento global neuropsicomotor. 
No caso de lesões ou disfunções do Sistema Nervoso Central, elas 
estarão alteradas. Dentro dos fatores que podem alterar a função 
cerebral, encontra-se a desnutrição. 
Dentro desse eixo da psicomotricidade, Langlade (1974 apud 
NEGRINE, 2002) afirma que a educação psicomotriz é uma ação psicoló-
gica e pedagógica que utiliza os meios da reeducação psicomotora com a 
finalidade de normalizar ou melhorar o comportamento da criança. 
A atribuição da reeducação psicomotora está contida em várias 
áreas profissionais: Pedagogia, Educação física, Fonoaudióloga, Fisio-
terapia, Terapia educacional, Psicologia, Arte-educadores, Educadores, 
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Médicos da especialidade motora ou psíquica, dentre outros. Mas o im-
portante para uma boa reeducação é a tranquilidade e o intercâmbio 
afetivo e presente do reeducador com o educando, condição básica 
para uma adequada reeducação (AREDES, 2010). 
PSICOMOTRICIDADE E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Nos últimos anos, o índice de crianças com distúrbios psico-
motores tem aumentado. Muitas vezes estas crianças aparentam uma 
normalidade em casa com seus familiares, mas na escola apresentam 
dificuldade com a leitura, a escrita, nos cálculos, na fala, falhas de ima-
gens, esquemas corporais, noções e posições espaciais, orientação 
tempo e espacial. Logo, alguns pais que não têm o conhecimento so-
bre a importância das questões dos distúrbios psicomotores, não estão 
atentos para as dificuldades de seus filhos e acabam os julgando como 
desinteressados e preguiçosos (NUNES, 2007).
A psicomotricidade é de elevada importância no contexto esco-
lar, já que ela tem uma relação intima entre o desenvolvimento psicomo-
tor e as aquisições básicas para os aprendizados escolares; possibilita 
que a criança compreenda seu corpo e as maneiras de se expressar por 
meio dele, localizando-se no tempo e no espaço.
Muitas vezes os insucessos com nossas crianças ao desempe-
nhar atividades mais complexas podem estar relacionados às práticas 
psicomotoras como equilíbrio, lateralidade e esquema corporal que fo-
ram pouco desenvolvidas na Educação Infantil (TASSI, 2014).Nessa perspectiva, a dimensão motora é indissociável da ener-
gia psíquica, ou seja, é inseparável do pensamento que expressa à in-
tencionalidade de cada movimento (ideomotricidade), assim como, das 
emoções. A psicomotricidade é, portanto, decorrente de uma integração 
gnosico práxica e tônico emocional, isto é, da associação existente en-
tre o movimento corporal e as expressões imaginário-simbólicas que 
dão significado ao corpo, na sua relação dialética com os outros e com 
os objetos (POTEL, 2010).
E nessa dialética emergem contextos que nos possibilitam 
identificar os aspectos que solicitam um olhar mais atento no desen-
volvimento do individuo. Desta forma, os conhecimentos acerca da psi-
comotricidade nos ajudam a compreender com maior abrangência e 
consistência os elementos que levam a determinados comportamentos. 
Segundo Toledo (2019), ao destacar a expressão corporal: O 
desenvolvimento da linguagem corporal estimula o processo de afirma-
ção da personalidade, bem como sensibiliza e conscientiza o indivíduo 
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em relação ao seu próprio corpo, tanto no que diz respeito à sua movi-
mentação quanto à sua expressividade.
Contudo o profissional que esta diante de contexto educacio-
nal deve saber identificar os elementos psicomotores e qual estágio as 
crianças se encontram para um plano de intervenção que atinja os obje-
tivos. Neste caso, independente dos protocolos validados, os elementos 
psicomotores podem ser norteadores para uma avaliação no momento 
da brincadeira. 
Ao identificar as necessidades de desenvolvimento, o profis-
sional é capaz de elaborar estratégias ou mesmo de aprofundar sua 
avaliação de forma mais sistemática para alcançar o desenvolvimento 
daqueles elementos. 
Muitos estudos mostram que crianças com idade escolar 
primária com Dificuldades de Aprendizagem apresentam um de-
sempenho pior do que crianças com desenvolvimento típico em 
habilidades motoras grossas, habilidades motoras finas e habili-
dades de controle de objetos.
Segundo Fernandes, Filho e Resende (2018), a relevância está 
em saber como a criança vivencia essas atividades lúdicas em relação; 
saber como esse jogo-em-relação lhe permite adquirir a consciência do 
seu próprio corpo, de um corpo que está separado do outro; saber como 
o jogo possibilita à criança adquirir a consciência da sua identidade e 
sentir que o corpo lhe pertence.
 Entretanto ao se tratar de dificuldades de aprendizagem asso-
ciadas a distúrbios e transtornos o educador ou do profissional tem em 
vista o desafio de compreendê-lo e buscar nas estratégias psicomoto-
ras recursos que auxiliem o seu trabalho. 
Nessa perspectiva, os problemas de aprendizagem podem 
estar relacionados a diversos aspectos da vida de qualquer criança. 
Segundo Fonseca (2007), as crianças ou os jovens privados ou muito 
desfavorecidas sócios culturalmente, por exemplo, apresentam muitas 
dificuldades de aprendizagens por outras razões que não biológicas ou 
neurológicas, mas essencialmente por razões do tipo psicossocial que 
acabam por interferir, dialeticamente, com aquelas. 
Nesse sentido, a avaliação do profissional deve identificar se 
aquelas dificuldades são compatíveis com aquela fase e qual contexto 
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está inserido essa criança. Portanto, quanto mais cedo for à identifica-
ção dos sinais, maiores chances de estruturar caminhos mais eficazes 
para aprendizagem destas crianças. Vale lembrar que a avaliação e 
diagnóstico deve ser feita por um profissional habilitado munido dos co-
nhecimentos necessários. 
Segundo Fernandes, Filho e Resende (2018), o terapeuta deve 
participar dos jogos de imaginação da criança, aprender a escutá-la, 
receber o que ela oferece estar disponível para ser e estar com ela, 
e utilizar a sua criatividade para sugerir a inclusão de novos elemen-
tos lúdicos. A sua presença atenta e participativa no jogo proposto pela 
criança permite que ela experimente a capacidade de ser autônoma, de 
ser eficaz e ter confiança em si própria; e, se lhe for permitido realizar o 
que deseja e o que gosta de fazer, sentir-se-á valorizada e competente 
nas atividades que realiza. 
O jogo livre é fundamental para o desenvolvimento do pensa-
mento, pois a criança, ao ter liberdade de fazer o que deseja, pensa nas 
funções que gostaria de dar aos objetos, o que permite desenvolver a 
capacidade em criar, recriar e, simultaneamente, ter o prazer em decidir 
e pensar. Por meio desta relação dialética, pela qual o adulto deixa fluir 
o desejo da criança, o jogo psicomotor abre caminho para a construção 
de uma relação afetiva em que a criança reconhece o outro como par. 
Quando a criança parte do seu desejo, tendo ela a iniciativa e o 
outro lhe serve de par, abre-se espaço para uma relação empática que 
concede ao adulto o direito de assumir, aos poucos, a iniciativa dentro 
do jogo e, posteriormente, a proposição de novos jogos.
Porém, os primeiros sinais podem e devem ser identificados 
inclusive pelos pais e outros membros da família, pois estes também se 
manifestam em outros ambientes (FONSECA, 2007).
De acordo com a literatura (FONSECA, 2004; LERNER, 2003; 
JANSKY, 1972), os principais sinais de Dificuldades de Aprendizagem 
apontados são: 
• Esquecimento; dificuldades de expressão linguística; 
• Inversão de letras (escrita do nome em espelho); 
• Dificuldades em relembrar as letras do alfabeto; 
• Dificuldades em recuperar a sequência das letras do alfabeto; 
• Se há alguma história de Dificuldades de Aprendizagem na 
família; 
• Dificuldades psicomotoras (tonicidade, postura, lateralidade, 
somatognosia, estruturação e organização do espaço e do tempo, rit-
mo, práxia global e fina, lentidão nas autossuficiências); 
• Dificuldades nas aquisições básicas de atenção, concentra-
ção, interação, afiliação e imitação; 
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• Confusão com pares de palavras que soam iguais (por exem-
plo: nó-só; tua-lua, vaca-faca; etc.); 
• Dificuldade em nomear rapidamente objetos e imagens; 
• Dificuldades em reconhecer e identificar sons iniciais e finais 
de palavras simples; 
• Dificuldades em juntar sons (fonemas) para formar palavras 
simples; 
• Dificuldades em completar palavras e frases simples; 
• Dificuldades em memorizar e reproduzir números, sílabas, 
palavras, pseudo palavras, frases, pequenas histórias, lengalengas etc.
Neste momento ao identificar uma dificuldade de aprendizagem 
o profissional dispõe de uma ferramenta imprescindível que são os conhe-
cimentos da psicomotricidade, principalmente em se tratando de crianças.
Segundo Velasco (2018), a psicomotricidade tem uma pers-
pectiva holística e global, de entendimento da pessoa humana e das 
possibilidades adequadas de intervenção. Sua objetividade é o caminho 
da construção da consciência e da identidade psico-corporal.
Sendo assim, a psicomotricidade é capaz de promover o de-
senvolvimento em qualquer fase da vida principalmente se considerar-
mos que o movimento é a primeira forma que o ser humano tem de ser 
e estar no mundo.
De acordo com Slobin in Fonseca (1995), a ação é o primei-
ro pressuposto universal da comunicação, devido à mesma preceder a 
linguagem em termos filogenéticos e ontogenéticos. Ou seja, antes da 
linguagem falada, o gesto prepara a palavra, a emoção precede a co-
municação, a comunicação não verbal dá origem à comunicação verbal. 
Trata-se de uma hierarquia e consequentemente de uma pré-estrutu-
ração neurobiológica (MYKLEBUS, 1968, 1975, 1978; LENENBERG, 
1967; FONSECA in FONSECA, 1995). 
Diferentes definições vêm sendo utilizadas para nomear 
este perfil, tais como faltam de jeito, dificuldade psicomotora, dis-
praxia, inaptidão, disfunção cerebral mínima e TDC (Transtorno do 
Desenvolvimento

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