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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GUARAPUAVA ESTADO DO PARANÁ 
Autos n.°: 001.001.001-001
ROSSI ENGENHARIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua..., n.°..., Bairro..., CEP..., Município..., inscrita no CNPJ/MF sob n.º ... e com endereço eletrônico E-mail..., neste ato representada por ..., nacionalidade..., estado civil..., profissão, inscrito no CPF/MF n.° ..., e portador da cédula de identidade RG n.°..., residente e domiciliado na rua ..., n.°..., bairro ..., CEP ..., Município..., Estado..., com endereço eletrônico e-mail ..., por intermédio de seu advogado ... (conforme procuração em anexo), inscrito OAB/UF n.°..., com escritório profissional na Rua ..., n.° ..., Bairro ..., CEP ..., Município, Estado.., local onde recebe intimações e citações, vem respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar:
CONTESTAÇÃO
Nos termos do art. 335 do CPC e seguintes, nos autos de indenização por danos materiais e lucros cessantes, danos morais e estéticos que lhe move AMADO BATISTA já qualificado na peça inicial, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I- DA TEMPESTIVIDADE
Excelência, a contestação que ora se apresenta é tempestiva nos termos do art. 335 do CPC, pois protocolada dentro dos 15 dias, tendo como início do prazo a data de juntada do mandado de citação, realizada no dia 09 de abril de 2020. O primeiro dia do prazo foi 13 de abril de 2020 e o último dia de prazo é dia 05 de maio de 2020.
II- DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
a) Da prescrição:
Excelência, a ação proposta pelo requerente está prescrita conforme dispõe o art. 206 do CC. Trata-se de uma ação de reparação civil, que conforme o parágrafo 3.°, inciso V de mencionado artigo, prescreve em três anos, mas, nota-se pelo protocolo da inicial, que esta ultrapassou referido prazo, uma vez que os fatos ocorreram em 02 de março de 2017, e a ação somente foi proposta em 01 de abril de 2020, após já transcorrido 30 dias da data que seria limite para propositura da ação. 
Na eventualidade do não acolhimento desta prejudicial, requer a análise da preliminar a seguir. 
III- DA PRELIMINAR DE MÉRITO
a) Da ilegitimidade de parte (pólo passivo):
Para que possua condição de prosperar o CPC exige que ao propor a ação, as partes tenham interesse e legitimidade. Ocorre Excelência, que no caso dos autos o autor formulou pedido de indenização contra o requerido alegando que este é o autor dos fatos que lhe causaram prejuízo. Entretanto, conforme se extrai dos autos, a responsável pelo evento danoso não foi a empresa requerida, de modo que esta é parte ilegítima para responder essa ação.
A real causadora do dano foi a empresa SURG (serviço de urbanização de ruas de Guarapuava), que fez um buraco para substituir uma manilha de captação fluvial (dreno), deixando-o aberto e sem sinalização. Assim, requer o acolhimento da preliminar arguida, com fundamento nos artigos 337, XI e 485, VI ambos do CPC, na finalidade de substituir o sujeito passivo da lide.
b) Da indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça:
O requerente teve o benefício de gratuidade de justiça que pediu na inicial concedido.
À luz do art. 98 do CPC, a justiça gratuita será concedida a pessoa com insuficiência de recursos. Ocorre Excelência, que não consta nos autos declaração de hipossuficiência do requerente, tendo apenas anexado comprovante de renda, o qual demonstra salário mensal de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Dessa forma, diante da ausência de comprovação do requerente, que faz jus ao benefício supracitado, requer o acolhimento da preliminar arguida, com fundamento no art. 337, XIII do CPC, na finalidade de indeferir o pedido de justiça gratuita. 
Na eventualidade de não serem acolhidas a prejudicial e as preliminares arguidas, passa-se a análise do mérito.
IV- DOS FATOS
Conforme se extrai da inicial, o requerente alega que sofreu danos ao cair com sua bicicleta em um buraco existente na calçada da empresa ora requerida, a caminho do trabalho em 02/02/2017. Alega que após o acidente, teve 50% de sua capacidade laboral reduzida, pois apresentou imobilidade permanente de seu braço direito, declarada pelo médico, e que diante disso ao retornar ao trabalho depois de seis meses de tratamento, seu salário reduziu de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Alega ainda que sua bicicleta montain bike caloi moab que custa R$3.000,00 (três mil reais), não teve conserto após a queda.
O requerente pleiteou danos materiais referente ao valor integral da bicicleta, lucros cessantes do período que estava em tratamento (seis meses) no valor de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais) e uma pensão mensal no valor de R$ 4.000 (quatro mil reais) até que completasse 70 anos, decorrente da redução de 50% de sua capacidade laboral. Por fim, pleiteou indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e por dano estético, no mesmo valor, decorrente da imobilidade permanente do braço.
Ocorre, Excelência, que os fatos alegados pelo requerente não apresentam a realidade completa dos fatos, conforme será demonstrado a seguir.
V- DA VERDADE DOS FATOS
O requerente ingressou com a ação alegando que sofreu danos ao cair com sua bicicleta em um buraco existente na calçada da empresa requerida, pleiteando assim o pagamento a título de danos materiais, lucros cessantes, danos morais e estéticos.
Ocorre excelência, que a empresa requerida não foi responsável pela conduta que resultou em dano ao requerente, pois o buraco foi feito pela a empresa SURG (serviço de urbanização de ruas de Guarapuava), que fez um buraco para substituir uma manilha de captação fluvial (dreno), deixando-o aberto e sem sinalização. Dessa forma, inexiste nexo de causalidade nas alegações iniciais, visto que nenhum ato praticado pela requerida resultou no dano sofrido pelo requerente.
Ainda, quando ao valor que o requerente pede pela bicicleta, não há nenhum documento capaz de comprovar esse valor. Quanto aos lucros cessantes referentes a seis meses sem trabalhar, não foi anexado aos autos comprovante de renda anterior ao evento danoso, apenas comprovante atual de renda, após o ocorrido. 
Narrados os fatos, passa-se a fundamentação, pela qual se comprovará que a presente demanda deve ser julgada totalmente improcedente.
VI- DOS FUNDAMENTOS
a) Da culpa exclusiva de terceiro/fato de terceiro e ausência de nexo causal
Excelência, embora o requerente tenha ingressado atribuído a responsabilidade à empresa requerida pelos dados sofridos ao cair no buraco na calçada de tal empresa, a demanda não merece prosperar, tendo em vista que a requerida não tem responsabilidade pelo evento que causou dano ao requerente.
A verdadeira responsável é empresa prestadora de serviços SURG, que ao realizar uma obra para substituir uma manilha de captação fluvial, deixou um buraco aberto sem a devida sinalização, onde o requerente caiu com sua bicicleta, vindo a sofrer danos. Sendo assim, a responsabilidade deve ser atribuída à empresa SURG, tendo esta o dever de indenizar o requerente à luz do art. 927 do CC.
Ainda, relevante ressaltar que não há nexo de causalidade na presente demanda, tampouco o dever de indenizar. Pois, à luz do artigo art. 186 do CC comete ato ilícito aquele que por ação ou omissão causar dano a outrem, e no presente caso, quem teve a conduta causadora do dano não foi a requerida, e sim a empresa SURG.
b) Do dano material e lucro cessante
Preceitua o art. 402 do código civil que as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
No presente caso, o requerente anexou comprovante de renda atual (quatro mil reais), ou seja, da renda que aufere ao retornar ao trabalho após seis meses de tratamento. Ocorre, excelência, que não consta nos autos, nenhuma prova capaz de comprovar a renda que este auferia antes do acidente, de modo que não há como saber se de fato seria a importância de oito mil reais, como por ele apenas alegado na inicial.
Ainda, ao que se refere à bicicleta,não há nos autos nenhum orçamento, foto, ou qualquer meio capaz de provar a impossibilidade do conserto, tampouco meios que comprovem que de fato uma bicicleta do mesmo modelo nova custa três mil reais. 
Conforme preceitua o art. 373, I do CPC, incumbe ao autor provar suas alegações, dessa forma, diante da ausência de comprovação, os pedidos formulados pelo requerente a título de lucros cessantes no valor de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais) bem como o recebimento a título de dano material do valor integral da bicicleta não merecem prosperar.
Ante o exposto, pugna pela improcedência dos pedidos formulados pelo autor.
c) Da pensão:
O requerente pleiteou o recebimento de uma pensão mensal no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), até seus 70 anos, decorrentes da redução em sua capacidade laboral em 50%. Sobre essa problemática o art. 950 do CC preceitua que o valor da pensão deverá corresponder à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que sofreu. Sendo assim, diante da já mencionada ausência de comprovação da renda que auferia antes do acidente, o requerente não faz jus a pensão no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Considerando a renda atual comprovada pelo autor, o valor correto da pensão seria de R$ 2.000,000 (dois mil reais).
Sendo assim, requer a correção/diminuição do valor da pensão.
d) Do dano moral e estético
O requerente pleiteou indenização por danos morais alegando sofrimento e angústia decorrentes do tratamento, e ainda pleiteou indenização por danos estéticos decorrentes da imobilidade do braço direito, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais cada).
À luz do artigo 186 do CC, comete ato ilícito aquele que por ação ou omissão causar dano a outrem, tendo assim, nos termos do art. 927 do CC, a obrigação de repará-lo. Ocorre Excelência, que a empresa requerida não foi a responsável pelo ato que causou dano ao requerente, deste modo também não é responsável pela sua reparação ante a ausência de nexo causal.
VII- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) O acolhimento da prejudicial de mérito, para o fim de julgar improcedente a ação diante da prescrição, resolvendo-se com julgamento de mérito;
b) Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer o acolhimento da preliminar de mérito de ilegitimidade de parte, para extinguir-se a ação sem julgamento de mérito;
c) Na eventualidade de não serem acolhidas a prejudicial e preliminar arguidas, requer o recebimento da presente contestação com a total improcedência dos pedidos formulados pelo autor, em razão da fundamentação supra;
d) A condenação do autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios nos termos do art. 85 CPC, em consequência da improcedência da ação;
e) A produção de todos os meios de provas admitidos em direito, conforme art. 373 do CPC;
Termos em que, 
Pede deferimento
Guarapuava, 05 de maio de 2020
ADVOGADO(A)... OAB/... n.° ...
Rol de documentos: Procuração, documentos pessoais do requerido, comprovante de residência, contrato social da empresa, comprovante de recolhimento de custas processuais.

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