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Apostila Curso CIPA

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APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 1 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
 
 
 MULTIPLICADOR : 
 
 _____________ 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 2 - 
 
NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
 
 
DO OBJETIVO 
 
 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar 
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a 
promoção da saúde do trabalhador. 
 
 
 
DA CONSTITUIÇÃO 
 
 
Devem constituir CIPA, pôr estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento 
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da 
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações 
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam 
trabalhadores como empregados. 
 
As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores 
avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições 
estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos 
específicos. 
 
A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, 
deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com 
o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. 
 
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através 
de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo 
de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e 
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo 
contar com a participação da administração do mesmo. 
 
 
 
DA ORGANIZAÇÃO 
 
 
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de 
acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as 
alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos 
específicos. 
6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão pôr 
eles designados. 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 3 - 
 
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em 
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, 
exclusivamente os empregados interessados. 
 
6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a 
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento 
previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em 
atos normativos de setores econômicos específicos. 
6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa 
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, 
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, 
através de negociação coletiva. 
 
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida 
uma reeleição. 
 
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para 
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o 
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 
 
Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas 
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro 
estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos 
primeiro e segundo do artigo 469, da CLT. 
 
O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação 
necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de 
segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. 
 
O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os 
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o Vice - 
Presidente. 
 
Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil 
após o término do mandato anterior. 
 
Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu 
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso 
necessária a concordância do empregador. 
 
Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez 
dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de 
eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias. 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 4 - 
 
Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a 
CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não 
poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus 
membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, 
exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 
 
DAS ATRIBUIÇÕES 
 
16. A CIPA terá pôr atribuição: 
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com 
assessoria do SESMT, onde houver; 
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução 
de problemas de segurança e saúde no trabalho; 
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação 
nos locais de trabalho; 
 
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de 
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos 
para a segurança e saúde dos trabalhadores; 
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas 
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram 
identificadas; 
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho; 
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e 
processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores; 
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação 
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à 
segurança e saúde dos trabalhadores; 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de 
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem 
como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 5 - 
 
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o 
empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e 
propor medidas de solução dos problemas identificados; 
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que 
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; 
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; 
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; 
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de 
Prevenção da AIDS. 
 
 
17. Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios 
necessários ao 
desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização 
das tarefas constantes do plano de trabalho. 
 
18. Cabe aos empregados: 
a. participar da eleiçãode seus representantes; 
b. colaborar com a gestão da CIPA; 
c. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e 
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; 
d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
19. Cabe ao Presidente da CIPA: 
a. convocar os membros para as reuniões da CIPA; 
b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao 
SESMT, quando houver, as decisões da comissão; 
c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; 
d. coordenar e supervisionar as atividades da secretaria; 
e. delegar atribuições ao Vice - Presidente; 
 
20. Cabe ao Vice - Presidente: 
a. executar atribuições que lhe forem delegadas; 
b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus 
afastamentos temporários; 
 
21. O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes 
atribuições: 
a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o 
desenvolvimento de seus trabalhos; 
b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os 
objetivos propostos sejam alcançados; 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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c. delegar atribuições aos membros da CIPA; 
d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; 
e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento; 
f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; 
g. constituir a comissão eleitoral. 
 
22. O Secretário da CIPA terá pôr atribuição: 
a. acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para 
aprovação e assinatura dos membros presentes; 
b. preparar as correspondências; e 
c. outras que lhe forem conferidas. 
 
 
 
DO FUNCIONAMENTO 
 
 
23. A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário 
preestabelecido. 
 
24. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal 
da empresa e em local apropriado. 
 
25. As reuniões da CIPA terão atas assinadas pêlos presentes com 
encaminhamento de cópias para todos os membros. 
 
26. As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do 
Trabalho - AIT. 
 
27. Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando: 
a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine 
aplicação de medidas corretivas de emergência; 
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; 
c) houver solicitação expressa de uma das representações. 
 
 
28. As decisões da CIPA serão preferencialmente pôr consenso. 
28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação 
direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-
se a ocorrência na ata da reunião. 
 
29. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante 
requerimento justificado. 
O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião 
ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice - Presidente 
efetivar os encaminhamentos necessários. 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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30. O membro titular perderá o mandato, sendo substituído pôr suplente, quando 
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. 
 
31. A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida pôr 
suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de 
eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do 
Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos. 
31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador 
indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os 
membros da CIPA. 
31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros 
titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre 
seus titulares, em dois dias úteis. 
 
 
DO TREINAMENTO 
 
32. A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e 
suplentes, antes da posse. 
32.1 O treinamento da CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo 
máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 
32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão 
anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento 
do objetivo desta NR. 
 
 
33. O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens: 
a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos 
originados do processo produtivo; 
b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; 
c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição 
aos riscos existentes na empresa; 
d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas 
de prevenção; 
e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos 
riscos; 
g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 
atribuições da Comissão. 
 
 
34. O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo 
oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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35. O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade 
patronal, entidade de trabalhadores ou pôr profissional que possua 
conhecimentos sobre aos temas ministrados. 
 
36. A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à 
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, 
cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o 
treinamento. 
 
37. Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao 
treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, 
determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no 
prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a 
decisão. 
 
DO PROCESSO ELEITORAL 
 
Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos 
empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término 
do mandato em curso. 
38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do 
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional. 
 
O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no 
prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em 
curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e 
acompanhamento do processo eleitoral. 
39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral 
será constituída pela empresa. 
 
O processo eleitoral observará as seguintes condições: 
a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, 
no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do 
mandato em curso; 
b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição 
será de quinze dias; 
c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, 
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de 
comprovante; 
d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; 
e. realização da eleição no prazo mínimo de 30(trinta) dias antes do término 
do mandato da CIPA, quando houver; 
f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de 
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos 
empregados. 
g. voto secreto; 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 9 - 
 
h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento 
de representante do empregador e dos empregados, em número a ser 
definido pela comissão eleitoral; 
i. faculdade de eleição pôr meios eletrônicos; 
j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, pôr 
um período mínimo de cinco anos. 
 
Havendo participação inferior a cinqüenta pôr cento dos empregados na votação, 
não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra 
votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias. 
 
As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade 
descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros 
da CIPA. 
 
42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego, confirmada as irregularidades no processo eleitoral, determinar a 
sua correção ou proceder a anulação quando for o caso. 
 
 
 42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco 
dias, a contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores. 
 
42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará 
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a 
complementação do processo eleitoral. 
 
43. Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais 
votados. 
 
44. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no 
estabelecimento. 
 
45. Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e 
apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, 
em caso de vacância de suplentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS 
 
46. Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, 
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que 
seus empregados estiverem exercendo suas atividades. 
 
 
47. Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, 
a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das 
contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de 
participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA 
existentes no estabelecimento. 
 
 
48. A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, 
deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes 
e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o 
mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os 
trabalhadores do estabelecimento. 
 
 
49. A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas 
contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados 
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes 
nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção 
adequadas. 
 
50. A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o 
cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das 
medidas de segurança e saúde no trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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01 - Introdução à Segurança do Trabalho 
 
As empresas são centros de produção de bens materiais ou de prestação de 
serviços que têm uma enorme importância para as pessoas que a elas prestam 
colaboração, para as comunidades que se beneficiam com sua produção e, 
também, para a nação que tem entre seus fatores de progresso o trabalho 
realizado pôr essas empresas. 
 
Nas empresas encontram-se presentes muitos fatores que podem transformar-se 
em agentes de acidentes dos mais variados tipos. Dentre esses agentes podemos 
destacar os mais comuns: ferramentas de todos os tipos, máquinas em geral, 
fontes de calor, equipamentos de alta ou baixa pressão, inflamáveis, explosivos, 
equipamentos elétricos, equipamentos móveis, veículos industriais, substâncias 
químicas em geral, vapores e fumos, gases e poeiras, andaimes e plataformas, 
pisos em geral e escadas fixas e portáteis. 
 
 
As causas, entretanto, poderão ser determinadas e eliminadas resultando na 
ausência de acidente ou na sua redução, como será explicado mais adiante 
quando forem abordados os Fatores de Acidentes. 
 
Desse modo muitas vidas poderão ser poupadas, a integridade física dos 
trabalhadores será preservada além de serem evitados os danos materiais que 
envolvem máquinas, equipamentos e instalações que constituem um valioso 
patrimônio das empresas. 
 
Para se combater as causas dos acidentes e se implantar um bom programa de 
prevenção se torna necessário, primeiramente, conhecer-se a sua conceituação. 
 
 
1) CONCEITO LEGAL de acordo com o artigo 19o da Lei no 8213 de 24 de julho 
de 1991. “ACIDENTE DO TRABALHO É AQUELE QUE OCORRE NO 
EXERCÍCIO DO TRABALHO A SERVIÇO DA EMPRESA, PROVOCANDO 
LESÃO CORPORAL OU PERTURBAÇÃO FUNCIONAL QUE CAUSE A MORTE, 
OU PERDA, OU REDUÇÃO, PERMANENTE OU TEMPORÁRIA, DA 
CAPACIDADE PARA O TRABALHO”. 
 
2) CONCEITO PREVENCIONISTA: “ACIDENTE DO TRABALHO SERÁ TODA A 
OCORRÊNCIA, INESPERADA OU NÃO, QUE INTERFERIR NO ANDAMENTO 
NORMAL DO TRABALHO E DA QUAL RESULTE LESÃO NO TRABALHADOR 
E/OU PERDA DE TEMPO E/OU DANOS MATERIAIS OU AS TRÊS COISAS 
SIMULTANEAMENTE”. 
 
Diferença entre o CONCEITO LEGAL e o CONCEITO PREVENCIONISTA: 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 12 - 
 
A diferença entre os dois conceitos reside no fato de que no primeiro é necessário 
haver, apenas, lesão física, enquanto que no segundo são levados em 
consideração, além das lesões físicas, a perda de tempo e os danos materiais. 
 
 
3) CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DO TRABALHO 
 
a) ACIDENTE PESSOAL é aquele que é sofrido pelo empregado no desempenho 
de suas tarefas habituais, no ambiente de trabalho ou fora deste quando estiver a 
serviço do empregador. 
 
b) ACIDENTE DE TRAJETO é aquele que é sofrido pelo empregado no percurso 
de sua residência para o local de trabalho ou vice-versa, desde que o trajeto 
percorrido seja considerado como o habitual e o horário da ocorrência seja 
condizente com o início ou o término de suas atividades profissionais. 
 
c) ACIDENTE MATERIAL é aquele que envolve, apenas, máquinas, 
equipamentos, ferramentas, veículos, estruturas, produtos acabados e outros 
materiais sem provocar lesões pessoais causando, todavia, prejuízo às empresas. 
 
d) ACIDENTE MATERIAL E PESSOAL é aquele que provoca danos às máquinas, 
equipamentos, ferramentas, veículos, estruturas, produtos acabados e outros 
materiais e que também resulta em lesões pessoais. 
 
e) ACIDENTE PESSOAL SEM LESÃO é aquele que é sofrido pelo empregado 
mas que não resulta em lesões pessoais. 
 
f) ACIDENTE MATERIAL SEM DANOS é aquele que envolve máquinas, 
ferramentas, equipamentos, veículos estruturas, produtos acabados e outros 
materiais, mas sem lhes causar danos. 
 
A prevenção de acidentes do trabalho, também é uma obrigação legal fixada pela 
Constituição Federal (Artigo 7o, inciso XXII), tendo inclusive,um Capítulo especial 
na Consolidação das Leis do Trabalho que tratam deste assunto o Capítulo V (“Da 
Segurança e Medicina do Trabalho”). 
 
As atividades legais e administrativas estão vinculadas ao Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) no que diz respeito à prevenção de acidentes nas empresas, 
sendo que a Portaria MTE 3214/78 disciplina todo o assunto, através de 32 
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, fixando 
obrigações para empregados e empresas, no que diz respeito às medidas 
prevencionistas. 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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02 - Mapeamento de Riscos Ambientais 
 
1 - Fundamentos Legais 
 
A Portaria no 5 de 17 Agosto de 1992 que estabeleceu a obrigatoriedade da 
elaboração de Mapa de Riscos Ambientais, foi editada como complemento dos 
dispositivos legais que já determinavam ser do empregador a responsabilidade em 
adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as cond ições 
inseguras de trabalho. 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil através do inciso XXII do Art. 7o, 
inclui como direito do trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho. 
 
A NR-1 - Disposições Gerais, da Portaria 3214/78, obriga as empresas a adotarem 
medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de 
trabalho, informando aos trabalhadores os riscos profissionais dos locais de 
trabalho. 
 
A NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, Portaria 3214/78, 
entre outras atribuições delegacias aos seus membros, enfoca também no item 
5.2 que a CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos 
ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir e até eliminar os riscos 
existentes e/ou neutralizar os mesmos. 
 
Assim a Portaria no 5, que transcrevemos a seguir, apenas acrescentou na NR-9 - 
Riscos Ambientais, procedimentos quanto a realização do mapeamento de riscos 
ambientais. 
 
PORTARIA No 5, DE 17 DE AGOSTO DE 1992 
 
Altera Norma Regulamentadora no 9 estabelecendo a obrigatoriedade da 
elaboração de MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS. 
 
O DIRETOR DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO 
TRABALHADOR, DA SECRETARIA NACIONAL DO TRABALHO DO 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 2 o da Portaria 3214/78, e 
 
CONSIDERANDO as disposições da Lei 6514 de 22.12.77, que alterou o Cap. V, 
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho; 
 
CONSIDERANDO que é competência do Departamento Nacional de Segurança e 
Saúde do Trabalhador a elaboração de Normas que visem a orientação dos 
trabalhadores com referência aos riscos nos locais de trabalho; 
 
CONSIDERANDO que cabe a todos os segmentos da sociedade envolvidos com 
estas questões, incluídos Empresários e Trabalhadores, a busca de soluções que 
visem a melhoria dos ambientes de trabalho, tornando-os seguros e saudáveis; 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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CONSIDERANDO o disposto no item 1.7, alíneas “b” “c” e “d”, da Norma 
Regulamentadora 
NR-1 e item 5.2, da Norma Regulamentadora - NR-5, aprovada pela Portaria no 
33, de 27 de outubro de 1983 e no 3, de 7 de fevereiro de 1988, resolve: 
Art. 1o - Acrescentar ao item 9.4 da Norma Regulamentadora NR-9 - Riscos 
Ambientais, a alínea “c” e itens estabelecendo a obrigatoriedade da elaboração de 
Mapas de Riscos Ambientais nas Empresas cujo grau de risco e número de 
empregados demandem a constituição de Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes - CIPA, conforme quadro I da NR-5, aprovada pela Port. 3214/78, que 
passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
9.4 - Caberá ao empregador: 
a) ... 
b) ... 
c) Realizar o mapeamento de riscos ambientais afixando-o em local visível, para 
informação aos trabalhadores conforme abaixo: 
 
1 - O Mapa de Riscos será executado pela CIPA através de seus membros, após 
ouvidos os trabalhadores de todos os setores produtivos da Empresa, e com a 
colaboração do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - 
SESMT da empresa, quando houver; 
 
2 - A cada nova gestão da CIPA, o Mapa de Riscos será refeito, conforme 
cronograma elaborado na gestão anterior, visando o controle da eliminação dos 
riscos apontados; 
 
3 - O Mapa de Riscos consiste em representação gráfica do reconhecimento dos 
riscos existentes nos diversos locais de trabalho, e visa a conscientização e 
informação dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos existentes 
na Empresa; 
 
4 - Os riscos serão simbolizados pôr círculos de três tamanhos: PEQUENO, com 
diâmetro de 2,5 cm; MÉDIO, com diâmetro de 5 cm e GRANDE, com diâmetro de 
10 cm, conforme sua gravidade, e em cores, conforme o tipo de risco, 
relacionados na tabela I anexa; 
 
5 - Estes círculos serão representados em planta baixa ou esboço do local de 
trabalho analisado; 
 
6 - O Mapa de Riscos; completo ou setorial, permanecerá afixado em cada local 
analisado, para informação dos que ali trabalham; 
 
7 - Após a identificação dos riscos ambientais, a CIPA encaminhará à Direção do 
estabelecimento, os anexos constantes da tabela I, para análise e manifestação 
do empregador ou proposto, respeitado o prazo máximo de 30 (trinta) dias, 
contados a partir da data do recebimento do Relatório; 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 15 - 
8 - Constatada a necessidade de adoção de medidas corretivas nos locais de 
trabalho, a direção do estabelecimento definirá o prazo para providenciar as 
alterações propostas, através de negociação com os membros da CIPA e do 
SESMT da empresa, quando houver, devendo tais prazos e datas ficarem 
registrados no livro de Atas da CIPA; 
 
9 - Quando a direção do estabelecimento não realizar as alterações necessárias 
nos locais de trabalho, dentro do prazo previamente negociado com a CIPA, esta 
deverá encaminhar à DRT uma cópia do Mapa de Riscos, com o relatório 
circunstanciado, para análise e inspeção do serviço competente. 
Art. 2o - Esta Portaria entrará em vigor 120 (cento e vinte) dias após a data de sua 
publicação, revogadas as disposições em contrário. 
JAQUES SHERIQUE 
Obs.: publicada no Diário Oficial da União, no dia 20 de Agosto de 1992, Seção I - 
11.327. 
2 - MODELOS PRÁTICOS DO MAPEAMENTO DE RISCOS 
 
 Objetivo 
 Promover a participação 
 de empresários e trabalhado- 
 res, na luta comum contra os fo- 
 cos de riscos ambientais, implan- 
 tando a atividade permanente da 
 identificação desses riscos atra- 
 vés do seu mapeamento 
 
 
 
 O que é 
 É um modelo gráfico 
 Para a identificação visual 
 dos principais riscos oriun- 
 dos dos processos produtivos 
 tais como: Riscos Físicos, 
 Químicos, Biológicos, Er - 
 Gonômicos e Mecâni- 
 Cos 
 
 
 
 
 Como é Elaborado 
 Pôr equipes de trabalhadores 
 Expostos aos riscos, membros da 
 Comissão Interna de Prevenção 
 de Acidentes (C.I.P.A) assessora- 
 dos pôr técnicos e especialis - 
 tas no assunto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa de Risco 
 O mapa de risco ambiental é 
 Um instrumento de participação 
e meio de informação do trabalha- 
dor, não se prestando de forma algu 
ma a definir ou caracterizar a insa- 
lubridade ou periculosidade, previs - 
 tos nas NRs 15 e 16, a fins de se 
 propor o respectivo pagamento 
 de adicional salarial 
 
 
 
 
 
 
 Obrigações 
 dos Empregados 
 Elaborar o mapa de risco 
 através da CIPA, após ouvidos 
 os trabalhadoresde todos os 
 setores produtivos da Empresa 
 
 
 
 
 
 
 
 Obrigações 
 dos Empregadores 
 Definir, juntamente com a CIPA, 
 os prazos para providenciar as al- 
 terações e adoções de medidas cor- 
 retivas nos locais de trabalho, atra 
 vés de negociação com os mem- 
 bros da CIPA e do Serviço Espe 
 cializado em Segurança e Me- 
 dicina do Trabalho 
 Prazos 
 Quando a direção do es - 
 Tabelecimento não realizar as 
 Alterações acordadas, nos locais 
 De trabalho, dentro dos prazos 
 Previamente negociados com a 
 CIPA, a Empresa após inspeção 
 da DRT, ficará sujeita a 
 multas 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 16 - 
 
 
 
 
 
No capítulo I do nosso curso estudamos teoricamente os diversos riscos 
existentes nos ambientes de trabalho capazes de causarem danos à saúde do 
trabalhador. 
 
Resta-nos, portanto identificar os riscos dos locais de trabalho através de inspeção 
ou levantamento ambiental, cujo objetivo será reconhecer e relacionar a totalidade 
de riscos à segurança e à saúde num determinado setor. Os riscos podem ser 
identificados através dos seguintes procedimentos: 
 
a) A observação; 
b) O diálogo com os trabalhadores do setor; 
c) Assessoria técnica. 
 
Detectar o risco através da observação, pôr mais experiente que seja o 
observador, é passível de falhas, pois depende de muito tempo de permanência 
no local, além de conhecimentos técnicos profundos e, muitas das vezes a 
necessidade da utilização de equipamentos sofisticados. 
 
O diálogo com os trabalhadores é de suma importância, tendo em vista que a 
observação dos locais de trabalho será complementada com o inquérito feito com 
os trabalhadores, que estão o tempo todo em contato com os riscos e sabem 
relatar, em uma linguagem própria, os problemas que enfrentam no dia –a - dia , 
bem como os acidentes já ocorridos no setor. 
 
Após relacionados os riscos no formulário próprio (anexo I da Portaria no 5) o 
passo seguinte será o de procurar de uma maneira fácil e rápida representá -los, 
de modo que todos os pontos de riscos encontrados sejam visualizados pôr todos 
os trabalhadores do setor. Essa representação denomina-se MAPA DE RISCOS 
(modelo anexo). 
 
Na elaboração do mapa a Portaria no 5 determina a utilização de cores 
representando cada tipo de risco e simbolizados pôr círculos de três tamanhos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 cm 5 cm 2,5 cm 
 Risco Grande Risco Médio Risco Pequeno 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 17 - 
 
 
Quando num mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual 
gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes: 
 
 
 Risco Ergonômico Risco Físico 
 Cor Amarelo Cor Verde 
 
 Risco de Acidente Risco Químico 
 Cor Azul Cor Vermelha 
 
 
A seguir apresentamos exemplo do preenchimento do anexo I, de um local de 
trabalho que apresenta diversos riscos. 
 
 
 
LOCAL DE TRABALHO: Mecânica 
 
Grupo I - Riscos Químicos 
 
Fonte Geradora No 
no Mapa 
Agentes/Riscos 
 
 
Proteção 
Individual/Coletiva 
 
Recomendação 
 
Poeiras, Fumos, 
Névoas, Vapores, Gases
 
 
 
Solda Elétrica 
1 
EPI – EPC Usar máscara UV; 
Luvas, avental; 
Usar biombo (EPC) 
Constr. biombo p/ 
isolamento das 
demais áreas 
 
Produtos Químicos 
em Geral 
 
Neblina 
 
Outros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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Quando num mesmo local houver incidência de mais de um risco de igual 
gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes: 
 
 
 Risco Ergonômico Risco Físico 
 Cor Amarelo Cor Verde 
 
 Risco de Acidente Risco Químico 
 Cor Azul Cor Vermelha 
 
 
Exemplo de Mapa de Riscos: 
(em branco) e ( em cores ) Risco Biológico 
 Cor marrom 
 
 
 
 Mecânica Ferramentaria 
 Radiação 
 Recepção Não-Ionizante Produtos 
 ( verde ) Químicos 
 (vermelho) 
 
 Levantamento de Peso 
 (amarelo) 
 
 
 
 
 
 Biológico Umidade Sinalização 
 (marrom) (verde) (azul) 
 
 Ergonômico 
 ( amarelo ) 
 Montagem 
 Ventilação ( verde ) 
 
 Arranjo 
 Físico 
 Biológico (azul) 
 ( marom ) 
 Escritório 
 
 
 
 
 Postura Incorreta 
 (Amarelo) 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 19 - 
 
03 - Equipamento de Proteção Individual - EPI 
 
O emprego do Equipamento de Proteção Individual é uma determinação legal, 
contida na Norma Regulamentadora NR 6 - da Portaria 3214/78, que visa 
disciplinar as condições em que o mesmo deve ser empregado na proteção do 
trabalhador. 
 
O empregador assume a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente, sem nenhum 
ônus para o trabalhador, o EPI adequado para a tarefa a ser executada, como 
meio de neutralizar agentes físicos, químicos ou biológicos, nocivos à saúde do 
indivíduo. 
 
Pôr outro lado, o empregado está obrigado a usar o EPI fornecido pela empresa 
de modo adequado e exclusivamente para o fim a que se destina, sendo a recusa 
ao uso do mesmo considerada infração que pode ser punida, na forma da 
legislação, até mesmo com a dispensa, pôr justa causa, do empregado faltoso. 
 
Nenhum EPI poderá ser comercializado e/ou adquirido sem que possua o 
“Certificado de Aprovação” (C.A) emitido pela SNSST do MTE, o qual atesta haver 
sido o equipamento aprovado pela autoridade competente e considerado apto 
para o fim a que se destina. 
 
Os Equipamentos de Proteção Individual, usualmente identificados pela sigla EPI, 
são empregados, rotineira ou excepcionalmente, em quatro principais 
circunstâncias: 
 
1a - Quando o trabalhador se expõe diretamente a fatores agressivos que não são 
controláveis pôr outros meios técnicos de segurança; 
 
2a - Quando o trabalhador se expõe a riscos apenas em parte controlados pôr 
outros recursos técnicos; 
 
3a - Em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é quebrada pôr 
qualquer anormalidade e se torna necessário o uso de proteção complementar e 
temporária pêlos trabalhadores envolvidos; 
 
4a - Provisoriamente, em período de instalação, reparos ou substituição dos meios 
que impedem o contato do trabalhador com o produto ou objeto agressivo. 
 
Em qualquer circunstância, o uso do EPI será tanto mais útil, e trará tantos 
melhores resultados, quanto mais correta for a sua indicação. Essa indicação não 
é difícil, mas requer certo cuidado nos seguintes aspectos:APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 20 - 
a) Identificação do risco: verificar a existência ou não de elementos da operação, 
de produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que possam vir a ser 
agressivos ao trabalhador; 
 
b) Avaliação do risco existente: determinar a intensidade e extensão do risco, 
quanto às possíveis consequências para o trabalhador, verificar com que 
frequência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos 
mesmos perigos; 
 
c) Indicação do EPI apropriado: escolher, entre vários EPI’s, o mais adequado 
para solucionar o problema que se tem pela frente, contando, para isto, com a 
assistência dos fabricantes e com instruções apropriadas e claras. 
 
Segue uma relação de EPI’s que poderá servir, onde se ajustar às atividades da 
empresa, como orientação para uma futura consulta aos fabricantes desses 
equipamentos. 
 
 
PROTEÇÃO PARA O CRÂNIO 
 
Riscos: impactos, perfurações, choque elétrico, cabelos arrancados. 
? Capacete de segurança. 
 
 
PROTEÇÃO VISUAL E FACIAL 
 
Riscos: impactos (partículas sólidas quentes ou frias), substâncias nocivas 
(poeiras, líquidos, vapores e gases irritantes), radiações (infravermelho, 
ultravioleta e calor). 
 
? Óculos de segurança: para soldadores, torneiros mecânicos, operadores 
de máquinas e outros. 
? Protetores faciais: contra a ação de borrifos, impacto e calor radiante. 
? Máscaras e escudos para soldadores. 
 
 
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 
 
Riscos: deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos (gasosos e partículas). 
 
? Respiradores com filtro mecânico: oferecem proteção contra partículas 
suspensas no ar, incluindo poeiras, neblinas, vapores metálicos e fumos. 
? Respiradores com filtros químicos: dão proteção contra concetrações leves 
(até 0,2% pôr volume) de certos gases ácidos e alcalinos, vapores 
orgânicos e vapores de mercúrio. 
? Respiradores com filtros combinados (químicos e mecânico): são usados 
em trabalhos tais como pintura a pistola e aplicação de inseticidas. 
? Equipamentos de provisão de ar (ou de linhas de ar). 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 21 - 
? Equipamentos portáteis autônomos (de oxigênio e de ar comprimido). 
 
 
 
 
 
PROTEÇÃO AURICULAR 
 
O ruído é um elemento de ataque individual que se acumula produzindo efeitos 
psicológicos e, posteriormente, fisiológicos, na sua maioria irreversíveis. Pôr isso, 
quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial, deve-se fazer o possível para 
eliminá-lo ou 
reduzi-lo pôr meio de um controle da fonte ou do meio. Quando todos os métodos 
de controle falharem, o último dos recursos é adotar o indivíduo exposto de um 
equipamento de proteção auricular. 
 
Estes são de dois tipos: 
? Protetores de inserção: 
 descartáveis - moldados 
 não - descartáveis - moldáveis 
? Protetores externos (circum - auriculares), também chamados orelheiras ou 
tipo - concha. 
 
PROTEÇÃO DE TRONCO 
 
Riscos: projeção de partículas, golpes ligeiros, calor radiante, chamas, respingos 
de ácidos, abrasão, substâncias que penetram na pele, umidade excessiva. 
 
Aventais de couro (vaqueta e raspa): para trabalhos de soldagem elétrica, 
oxiacetilênica e corte a quente. Também são indicados para o manuseio de 
chapas com rebarbas. 
- Aventais de PVC: para trabalhos pesados, onde haja manuseio de peças úmidas 
ou risco de respingos de produtos químicos. 
- Aventais de amianto: para trabalhos onde o calor é excessivo. 
- Jaquetas: para trabalhos de soldagem em particular, soldagens em altas 
temperaturas, trabalhos em fornos, combate a incêndios. 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 22 - 
 
PROTEÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES 
 
Riscos: golpes, cortes, abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, radiações 
ionizantes. 
 
? Luvas de couro (vaqueta e raspa): para serviços gerais de fundição, 
cerâmicas e funilarias, usinagem mecânica, montagem de motores, 
usinagem a frio, manuseio de materiais quentes (até 60 oC), carga e 
descarga de materiais, manuseio e transporte de chapas. 
? Luvas de borracha: para eletricistas e para trabalhos com produtos 
químicos em geral, exceto solventes e óleos, serviços de galvanoplástia , 
serviços úmidos em geral. 
? Luvas de neoprene: empregadas em serviços que envolvem uso de óleo, 
graxas (gorduras), solventes, petróleo e derivados, inspeções em tanques 
contendo ácidos, serviços de galvanoplástia. 
? Luvas de PVC: para trabalhos com líquidos ou produtos químicos que 
exijam melhor aderência no manuseio, lavagem de peças em corrosivos, 
manuseio de ácidos, óleos e graxas (gorduras), serviços de galvanoplástia. 
? Luvas de hexanol : empregadas em serviços com solventes, manuseio de 
peças molhadas (hexanol-conjugado), serviços que envolvem uso do 
petróleo e derivados. 
? Luvas de tecidos: de lona, de lona flanelada, de grafatex, de feltro, de lã, 
de amianto, de malha metálica. 
 
 
PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES 
 
Riscos: superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, 
frio, gelo, perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, 
umidade. 
 
? Sapatos: com biqueira de aço, condutores, anti - fagulhas, isolantes, para 
fundição. 
? Guarda - pés: são recomendados para trabalhos em fundições, forjas, 
fábricas de papel, serralherias, fábricas de gelo. 
? Botas de borracha (e outros materiais similares). 
? Perneiras: de raspa de couro, são usadas pêlos soldadores e fundidores. 
As perneiras mais longas são mais empregadas em trabalhos com produtos 
químicos, líquidos ou corrosivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 23 - 
 
04 - Equipamento de Proteção Coletiva - EPC 
 
Equipamentos de proteção coletiva são aqueles que neutralizam a fonte do risco 
no lugar em que ele se manifesta, dispensando o trabalhador do uso de 
equipamento de proteção individual. Os protetores dos pontos de operação em 
serras, em furadeiras, em prensas, os sistemas de isolamento de operações 
ruidosas, os exaustores de poeiras, vapores e gases nocivos, os dispositivos de 
proteção em escadas, em corredores, em guindastes, em esteiras transportadoras 
são exemplos de proteções coletivas que devem ser mantidas nas condições que 
as técnicas de segurança estabelecem e que devem ser reparadas sempre que 
apresentarem uma deficiência qualquer. 
 
A observação dos equipamentos de segurança, sejam individuais ou coletivos, 
tem grande importância nas inspeções de segurança. A eficiência desses 
equipamentos é comprovada pela experiência e, se obedecidas as regras de uso, 
a maior parte dos acidentes estará sendo evitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 24 - 
 
05 - Investigação dos Acidentes 
 
Cabe á CIPA investigar ou participar, com o SESMT quando existir a investigação 
dos acidentes ocorridos na empresa. 
 
Além disso, no caso de acidente grave a CIPA deverá reunir-se, 
extraordinariamente, até dois dias após o infortúnio. A CIPA tem como uma das 
mais importantes funções estudar os acidentes para que eles não se repitam, ou 
ainda evitar que outros possam surgir. 
 
Uma investigação de acidentes tem uma grande importância na prevenção, e os 
componentes da CIPA devem estar aptos para apurar o que teria ocorrido para 
provocar o acidente, pois estão em jogo vidas humanas e o patrimônio da 
empresa. 
 
Para tal devem conhecer as causas dos acidentes, ou seja, o que os faz 
acontecer, para que possam então agir de modo a corrigir procedimentos, 
métodos e/ou situações inadequadas à prevenção de acidentes. 
 
 
 
 
 
CAUSAS DOS ACIDENTES: 
 
Três sãoos motivos que podem gerar a ocorrência de um acidente. Cabe à CIPA 
estar atenta para evitar o acidente, através da identificação e análise desses 
fatores que são: 
 
- Ato Inseguro 
- Condição Insegura 
- Fator pessoal de insegurança 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 25 - 
 
ATO INSEGURO é tudo aquilo que o trabalhador faz, voluntariamente ou não, e 
que pode provocar um acidente, como pôr exemplo: 
 
- O desconhecimento das regras de segurança dos métodos seguros de trabalho; 
- A imperícia, isto é, a falta de habilidade para desempenho da atividade (pode 
decorrer de aprendizado ou treinamento insuficiente); 
- O excesso de confiança dos que têm muita prática profissional e se julgam 
imunes aos acidentes; 
- As idéias pré - concebidas como, o exemplo, a idéia de que o acidente 
acontecerá pôr fatalidade, não adiantando cuidar da sua prevenção; 
- O exibicionismo; 
- A vontade de revelar-se corajoso ou indiferente ao perigo só para impressionar 
os companheiros; 
- A negligência, o desleixo, como no caso do trabalhador que deixa de usar 
equipamento individual de segurança; 
- O indiferente, caso em que o trabalhador se mostra desinteressado em relação à 
prevenção de acidentes e às regras mais simples de segurança; 
- A falta de ritmo de trabalho, em que o trabalhador faz as coisas apressadamente 
ou lentamente; 
- A indecisão, em que a ação correta pode ser retardada ou substituída pôr uma 
ação incorreta; 
- A fadiga, que pode provocar reações negativas ou sem coordenação, podendo 
prejudicar os reflexos normais e expor o trabalhador a muitos riscos; 
- A falta de concentração nas tarefas que estão sendo desenvolvidas pelo 
trabalhador; 
- As brincadeiras de mau gosto em momentos e em lugares não apropriados. 
 
São fatos comuns: a falta de uso de proteções individuais, a inutilização de 
equipamentos de segurança, o emprego incorreto de ferramentas ou o emprego 
de ferramentas com defeitos, o ajuste, a lubrificação e a limpeza de máquinas em 
movimento, a permanência debaixo de cargas de guindastes, a permanência em 
pontos perigosos junto as máquinas ou passagens de veículos, a operação de 
máquinas em velocidade excessiva, a operação de máquinas sem que o 
trabalhador esteja habilitado ou que não tenha permissão, o uso de roupas que 
exponham a riscos, o desconhecimento da manipulação de produtos químicos, o 
hábito de fumar em lugares onde há perigo de fogo, as correrias em escadarias e 
em outros locais perigosos, a utilização de escadas de mão sem a estabilidade 
necessária. 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
 - 26 - 
 
CONDIÇÃO INSEGURA são situações existentes no ambiente de trabalho e que 
podem vir a causar acidentes, tais como: 
 
? Construção e instalações em que se localiza a empresa: 
a) Prédio com áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares; 
b) Iluminação deficiente ou mal distribuída; 
c) Ventilação deficiente ou excessiva, instalações sanitárias impróprias e 
insuficientes; 
d) Excesso de ruídos e trepidações; 
e) Falta de ordem e de limpeza; 
f) Instalações elétricas impróprias ou com defeitos. 
 
? Maquinaria: 
a) Localização imprópria das máquinas; 
b) Falta de proteção em partes móveis e pontos de operação; 
c) Máquinas com defeitos. 
 
? Matéria - Prima 
a) Matéria-prima com defeito ou de má qualidade; 
b) Matéria-prima fora de especificação. 
 
 
? Proteção do trabalhador 
a) Proteção insuficiente ou totalmente ausente; 
b) Roupas não apropriadas; 
c) Calçado de proteção com defeito; 
d) Equipamento de proteção com defeito. 
 
 
? Produção 
a) Cadência mal planejada; 
b) Velocidade excessiva; 
c) Má - distribuição. 
 
 
? Horários de trabalho 
a) Esforços repetidos e prolongados; 
b) Má - distribuição de horários e tarefas. 
 
 
 
FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA é o que podemos chamar de “problemas 
pessoais” do indivíduo e que agindo sobre o trabalhador podem vir a provocar 
acidentes, como pôr exemplo: 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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- Problemas de saúde não tratados; 
- Conflitos familiares; 
- Falta de interesse pela atividade que desempenha; 
- Alcoolismo; 
- Uso de substâncias tóxicas; 
- Problemas diversos de ordem social e/ou psicológica. 
 
Dessa forma, os componentes da CIPA, devem estar atentos para localizar essas 
situações (Atos Inseguros, Condições Inseguras e Fatores Pessoais de 
Insegurança) para que possam, efetivamente, evitar acidentes e/ou sua repetição. 
 
A investigação de acidentes não poderá nunca ter aspecto punitivo, pois o objetivo 
maior não é “descobrir culpados”, mas sim causas que provocaram o acidente, 
para que seja evitada sua repetição. 
 
Uma investigação mal conduzida poderá distorcer a causa real de um acidente, 
motivo pelo qual deverá ser feita com toda a isenção e cuidado e contar com o 
apoio das chefias diretas do acidentado e dos seus colegas de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA CURSO FORMAÇÃO DE CIPEIROS – 2007 
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06 - Análise de Acidentes 
 
Todo acidente traz informações úteis para aqueles que se dedicam a sua 
prevenção. Sendo um acidente não comum, raro, pode revelar a existência de 
causas ainda não conhecidas, causas que permaneciam ocultas e que não 
haviam sido notadas pêlos encarregados da segurança. Sendo um acidente 
comum, sendo a repetição de um infortúnio já ocorrido, pode revelar possíveis 
falhas nas medidas de prevenção que, pôr alguma razão a ser determinada, não 
estão impedindo essa repetição. 
 
A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a 
análise que deve ser feita. Além disso, as consequências dos acidentes provocam 
uma série de providências administrativas, técnicas, médicas, psicológicas, 
educativas, dentro da empresa, repercutindo também na área da Previdência 
Social que ampara pôr muitas formas o acidentado. A CIPA deve participar em 
vários aspectos relacionados com o estudo dos acidentes, preocupando-se em 
analisá-los e elaborando relatórios, registros, comunicações e sugestões entre 
outras providências, conforme o determinado na NR-5, item 5.16 da Portaria 3214 
de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. A análise do acidente 
corresponde a uma visão geral da ocorrência. Além dos registros relacionados à 
empresa e aos dados pessoais do acidentado, cuida-se de estabelecer a 
ocupação, a tarefa desenvolvida pelo trabalhador, o departamento e seção em 
que cumpre suas atividades. 
 
Só esses dados já permitem que se faça um estudo da ocorrência de acidentes 
em certos departamentos, da frequência, ou seja, o número de vezes que tais 
acidentes acontecem. Não se trata, portanto, de registros burocráticos. São 
elementos de estudo. A descrição do acidente deve ser feita com os pormenores 
possíveis, deve ser mencionada a parte do corpo atingida e devem ser incluídas 
as informações do encarregado. O diagnóstico da lesão será estabelecido pelo 
médico. Constarão, ainda, descrições de como se desenvolveram os fatos 
relacionados ao acidente e a causa ou as causas que lhe deram origem. Esta 
investigação tem a participação de membro da CIPA. A CIPA deve concluir ainda 
sobre a causa do acidente, as possíveis responsabilidades (principalmente atos 
inseguros) e propor medidas, a quem deva tomá - las, para evitar que continuem 
presentes os riscos ou que eles se renovem. 
 
Convém ressaltar que o estudo de acidentes não deve limitar-se àqueles 
considerados graves. Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes. Pôr 
outrolado, acidentes sem lesão devem ser estudados cuidadosamente, porque 
podem transformar-se em ocorrências com vítimas. Perceber, em fatos que 
parecem não ter gravidade, os perigos, os riscos que em ocasião futura se 
revelarão fontes de acidentes graves, é capacidade que os membros da CIPA 
devem desenvolver. Disso dependerá, em grande parte, a redução ou a solução 
definitiva de muitos problemas na área de segurança do trabalho. 
 
 
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A análise dos acidentes que ocorrem na empresa vai fornecendo dados que se 
acumulam e que possibilitam uma visão mais correta nessa área de estudo, com 
indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, sobre as causas mais 
 
atuantes, dando a medida da gravidade das consequências e revelando os 
setores da empresa que necessitam de atenção maior da CIPA e, quando 
existirem, dos Serviços Especializados. Muitas outras indicações importantes são 
também extraídas desses dados. 
 
1 - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES 
 
A comunicação de acidentes é obrigação legal. Assim, o acidentado, ou quem 
possa fazer isso pôr ele, deve comunicar o acidente logo que se dê a ocorrência. 
Convém lembrar que nem todos os acidentes do trabalho ocorrem no recinto da 
empresa. A empresa, pôr sua vez, deve fazer a comunicação do acidente à 
Previdência Social até o 1o (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso 
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável, entre 
o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente 
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. O 
acidentado ou seus dependentes receberão cópia da comunicação, bem como o 
sindicato da categoria. A comunicação deve conter informações pormenorizadas. 
Tudo isso está na lei. Mas, comunicar o acidente à empresa, às pessoas 
encarregadas de tomar providências na área de segurança tem importância 
especial. É que, conhecido o fato, podem ser postas em execução as medidas 
imediatas e as de prazos maiores destinadas a corrigir a situação que está 
provocando o acidente que atinge um trabalhador e que pode atingir outros se não 
forem removidas, eliminadas as causas. Mesmo o mais leve acidente pessoal 
deve ser comunicado e também os acidentes sem lesão. 
 
2 - CADASTRO DE ACIDENTADOS 
 
Assim como, na empresa, existem preocupações com controles de qualidade, de 
produção, de estoques e de outros elementos da atividade produtiva, também com 
os acidentes deve existir igual ou maior interesse. O acompanhamento da 
variação na ocorrência de infortúnios exige que se façam registros cuidadosos 
sobre acidentados, com relatórios completos. Tais registros podem colocar em 
destaque a situação dos acidentados pôr áreas da empresa, pôr causa, pôr tipos 
de lesões, pôr dias da semana, pôr idade dos acidentados e pôr muitos outros 
fatores. Todos esses ângulos de visão, esses campos especiais de estudos vão-
se completar nas estatísticas que devem satisfazer às exigências legais e também 
às necessidades dos órgãos da empresa encarregados de resolver problemas de 
segurança. Os próprios acidentes de trajeto devem merecer estatísticas especiais. 
 
3 - DIAS PERDIDOS 
 
Para um estudo mais cuidadoso a respeito de acidentes, é necessário juntar 
dados e colocá-los em condições de se prestarem a comparações entre 
departamentos de atividades semelhantes ou mesmo diferentes e entre empresas 
que possibilitem tais comparações. 
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Um dos dados que se prestam aos cálculos que vão formar as estatísticas é o 
relacionado aos dias perdidos nos acidentes. Trata -se dos dias em que o 
acidentado não tem condições de trabalho por ter sofrido um acidente que lhe 
causou uma incapacidade temporária. Os dias perdidos são contados de forma 
corrida, incluindo domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente até 
o dia anterior ao da alta médica. No acidente sem perda de tempo, caso em que o 
acidentado pode trabalhar no dia do acidente ou no dia seguinte, não são 
contados dias perdidos. 
 
4 - DIAS DEBITADOS 
 
Nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente ou incapacidade total 
permanente ou a morte, aparecem os dias debitados. Eles representam uma 
perda, um prejuízo econômico que toma como base uma média de vida ativa do 
trabalhador calculada em 20 (vinte) anos ou 6000 (seis mil) dias. É uma tabela 
aceita e utilizada internacionalmente, que foi elaborada pela “International 
Association of Industrial Accident Board and Comission”, e que está transcrita a 
seguir: 
 
Natureza 
Avaliação 
Percentual 
Dias Debitados 
Morte 
Incapacidade total e permanente 
Perda da visão de ambos os olhos 
Perda de visão de um olho 
Perda do braço acima do cotovelo 
Perda do braço abaixo do cotovelo 
Perda da mão 
Perda do 1o quirodáctilo (po legar) 
Perda de qualquer outro quirodáctilo (dedo) 
Perda de dois outros quirodáctilos (dedos) 
Perda de três outros quirodáctilos (dedos) 
Perda de quatro outros quirodáctilos (dedos) 
Perda do 1o quirodáctilo (polegar) e qualquer outro quirodáctilo 
Perda do 1o quirodáctilo (polegar) e dois outros quirodáctilos 
Perda do 1o quirodáctilo (polegar) e três outros quirodáctilos 
Perda do 1o quirodáctilo (polegar) e quatro outros quirodáctilos 
Perda da perna acima do joelho 
Perda da perna, no joelho ou abaixo dele 
Perda do pé 
Pda do 1o pododátilo (d.grande) ou de 2 outros ou + (dedos do pé) 
Perda do 1o pododátilo (dedo grande) de ambos os pés 
Perda de qualquer outro pododátilo (dedo do pé) 
Perda da audição de um ouvido 
Perda da audição de ambos os ouvidos 
100 
100 
100 
30 
75 
60 
50 
10 
5 
12 ½ 
20 
30 
20 
25 
33 ½ 
40 
75 
50 
40 
5 
10 
0 
10 
50 
6000 
6000 
6000 
1800 
4500 
3600 
3000 
600 
300 
750 
1200 
1800 
1200 
1500 
2000 
2400 
4500 
3000 
2400 
300 
600 
0 
600 
3000 
 
Os dias debitados constituem, ainda, dado a ser incluído no Anexo I da Portaria 
3214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. 
 
De acordo com o que estabelece a NR-5, item 5.16 dessa Portaria, em sua alínea 
“m”, a CIPA, a cada trimestre, encaminhará à direção da empresa, devidamente 
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preenchido, o Anexo I que é um formulário com muitos dados e informações sobre 
as atividades da comissão, sobre a empresa e, especialmente, sobre acidentes. 
Esse mesmo anexo será, posteriormente, encaminhado pelo empregador à 
Delegacia Regional do Trabalho - DRT. 
 
5 - ESTATÍSTICAS 
 
Com o número de acidentados, com o número de dias debitados, podem ser 
calculados dois valores, denominados Taxa de Frequência e Taxa de Gravidade. 
Muito embora não se trate de dados que precisem ser encaminhados à DRT, eles 
são de grande importância, pois se prestam a comparações destinadas a 
acompanhar a evolução dos problemas relativos a acidentes. 
 
A Taxa de Frequência representa o número de acidentados, com perda de tempo, 
que podem ocorrer em cada milhão de homens - horas trabalhadas. A fórmula é a 
seguinte: 
Número de acidentados com perda de tempo x 1.000.000 
Homens - horas trabalhadas 
 
Se numa fábrica houve em um mês 5 acidentes e nesse mês foram trabalhadas 
100.000 (cem mil) horas, o cálculo será feito da seguinte maneira: 
 
5 x 1.000.000 = 50,00 
 100.000 
 
Então, a Taxa de Frequência será de 50,00. A multiplicação pôr um milhão se 
presta a tornar possível a comparação das Taxas de Frequência entre 
departamentos de uma mesma empresa, entre empresas diferentes e mesmo 
entre empresas de países diversos desde que usem o mesmo sistema de cálculo. 
 
A Taxa de Gravidade representa a perda de tempo (dias perdidos + dias 
debitados) que ocorre em consequências de um acidente em cada milhão de 
homens - horas trabalhadas. 
 
A fórmula da Taxa de Gravidade é a seguinte: 
 
(dias perdidos + dias debitados) x 1.000.000 
homens- horas trabalhadas 
 
Os dias debitados só aprecem quando do acidente resulta a morte ou a 
incapacidade total permanente ou a incapacidade parcial permanente. Nesses 
casos, é preciso consultar a tabela especial para o cálculo dos dias debitados 
segundo a natureza das lesões, tabela esta já transcrita. 
 
Há, portanto, dois cálculos possíveis para a TG. Se numa indústria houve 30 
(trinta) dias perdidos com acidentes, em um mês com 100.000 homens - horas 
trabalhadas, a TG será calculada da seguinte forma: 
30 x 1.000.000 = 300 
 100.000 
 
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Seriam 300 dias perdidos em 1.000.000 (um milhão) de horas trabalhadas. 
 
Se num dos acidentes ocorreu uma lesão que provocou uma incapacidade parcial 
permanente com 300 (trezentos) dias debitados, o cálculo passará a ser este: 
 
(30 + 300) x 1.000.000 
100.000 
 
= 330 x 1.000.000 
100.000 
 
= 3.300 
 
TERMOS USADOS NAS FÓRMULAS: 
 
1 - ACIDENTADO COM PERDA DE TEMPO: é aquele cuja lesão, oriunda de 
acidente do trabalho, o impede de voltar ao trabalho no dia seguinte. 
 
2 - HOMENS-HORAS TRABALHADAS: é o tempo real em que os empregados 
permaneceram expostos aos riscos do trabalho, a serviço do empregador. 
 
3 - DIAS PERDIDOS: são os dias em que o empregado ficou afastado do trabalho, 
para recuperação da lesão sofrida em consequência de acidente. Não são 
contados o dia do acidente e o dia da alta. Faz-se a contagem de dias corridos, 
incluindo domingos, feriados e outros dias que, pôr motivo, não houve expediente 
no estabelecimento. 
 
4 - DIAS DEBITADOS: são números de dias que se somam aos dias perdidos, nos 
casos de morte ou de qualquer incapacidade permanente, total ou parcial, 
adquirida pôr algum acidentado, de acordo com a tabela específica para tal fim. 
 
Há outros cálculos que enriquecem e valorizam as estatísticas. Elas são realmente 
importantes e servem como argumento nas divulgações educativas que são feitas 
em favor da prevenção de acidentes. Permitem identificar as principais causas de 
acidentes, os riscos mais comuns, mais frequentes e que merecem medidas de 
correção mais rápidas. As estatísticas possibilitam o controle dos resultados dos 
programas de segurança desenvolvidos, ou seja, saber se estão sendo eficientes 
ou não. Também, através dos dados estatísticos, é possível fazer-se o 
levantamento de falhas de segurança que um acidente apenas não permitiria 
fossem notadas. 
É conveniente fazer uma referência especial aos chamados acidentes de trajeto 
que aparecem separadamente dos demais infortúnios. Estes são acidentes que 
ocorrem no trajeto da residência para o trabalho e do trabalho para a residência do 
empregado. É o trajeto usual que o empregado percorre. Para este tipo de 
acidente, convém fazer estudos à parte porque eles, também, pesam 
negativamente nas atividades da empresa. 
 
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Na investigação e análise de acidente, quando não existir na empresa Serviço 
Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho, deverá ser obrigatoriamente 
utilizado o formulário 
 “Anexo II ” da NR-5 da Portaria 3214 / 78, cujo modelo a seguir é transcrito: 
 
07 - Campanhas de Segurança 
 
Entre as atribuições da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, 
estão a promoção do interesse dos empregados pêlos assuntos ligados à 
preve nção de acidentes e de doenças do trabalho, a proposição de cursos e de 
treinamentos para os empregados, a promoção anual da Semana Interna de 
Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) e a proposição aos empregados de 
que concedam prêmios às sugestões sobre assuntos relacionados às atividades 
da CIPA. Pode-se dizer que a CIPA está sempre envolvida em campanhas. 
 
Existe lei especial, o Decreto no 68255 de 16 de fevereiro de 1971, que cria, em 
caráter permanente, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho. A Portaria 3462 de 8 de outubro de 1985, do Ministério do Trabalho, 
contém instruções relacionadas à concessão da Medalha ao Mérito da Segurança 
do Trabalho. São dois exemplos de medidas tomadas pelo governo para motivar, 
para provocar o interesse de empregados e empregadores pêlos problemas 
relacionados à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. 
 
Cabe à CIPA promover, anualmente a Semana Interna de Prevenção de 
Acidentes do Trabalho, comunicando à DRT a sua programação (NR-5, item 5.16, 
alínea “e”). 
 
As Semanas Internas procuram criar uma mentalidade prevencionista ou reforça-
la quando ela existe. Essas Semanas podem ter como objetivo a divulgação de 
medidas gerais de prevenção ou, também, de medidas preventivas especiais para 
determinados tipos de acidentes. Uma vantagem das Semanas está na sua 
atuação intensa, concentrada dentro de um certo período de tempo. Durante uma 
campanha do gênero, podem ser desenvolvidas competições entre departamentos 
da empresa, podem ser realizados concursos com prêmios especiais, podem ser 
promovidos cursos com distribuição de folhetos, com projeções cinematográficas, 
com demonstrações práticas, com apresentação e estudo de cartazes. As 
sugestões devem ser incentivadas na época das campanhas e mantidas 
permanentemente. As Semanas devem ser criativas, fazendo divulgação maciça 
de idéias prevencionistas como: frases especiais, símbolos impressos em folhetos, 
em pequenos brindes. 
 
Atividades dessa natureza bem organizadas constituem sempre sucesso e 
alcançam resultados excepcionais que representam cada vez mais amplos na 
conquista de vários objetivos. Entre eles, estão a formação da mentalidade 
prevencionista e a redução ou eliminação de determinados tipos de acidentes que 
merecem atenção e trabalho especiais, o que é sempre possível dentro do 
desenvolvimento de uma campanha. 
 
O trabalhador que vive uma campanha que é influenciado pôr ela, adquire um 
grau maior de conhecimentos, de conscientização. O que se pode esperar, de 
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imediato, é a redução dos acidentes em geral ou de algum tipo especial, com 
melhoria na produtividade, com diminuição de prejuízos materiais, com garantias 
maiores para os prazos de produção e entrega, com benefícios na área 
psicológica pela maior tranquilidade no ambiente da empresa, com redução dos 
gastos com seguros e do próprio preço de custo dos bens ou serviços produzidos. 
E garante-se, principalmente, o fator mais importante da atividade produtiva: o 
elemento humano, o patrimônio maior em qualquer empreendimento. 
 
08 - Reunião da C.I.P.A 
1 - Como se Realiza 
 
A CIPA é constituída pôr um grupo de pessoas que se interessam e trabalham pôr 
objetivos comuns. Tanto os empregados como os empregadores, representados 
nessa comissão, procuram, basicamente, a eliminação ou a redução das causas 
de acidentes e doenças do trabalho. 
 
Como a CIPA é composta pôr pessoas que desempenham suas atividades dentro 
de uma empresa, as suas reuniões funcionam como um centro de convergência, 
de recebimento de informações as mais variadas, dentro da área do seu interesse, 
informações essas que devem ser analisadas, julgadas, transformadas em 
conclusões, em soluções que depois, numa fase seguinte, são transferidas a 
quem deve utilizá-las para resolver os problemas para os quais essas soluções 
servem. Assim sendo, a CIPA é um centro de recepção de informações e, também 
um centro de transmissão, de irradiação dos resultados dos seus trabalhos. 
Associada ou não, entrosada ou não com Serviços Especializados em Segurança 
e em Higiene e Medicina do Trabalho, a CIPA tem numerosas responsabilidades e 
de sua atuação pode depender o sucesso de programas e campanhas de 
segurança. 
 
Ser membro efetivo ou suplente da CIPA constitui responsabilidade de grande 
importância, devendo cada um revelar interesse pelo estudo teórico, pela 
observação prática e pela participação ativa na pesquisa de atos inseguros, de 
condições inseguras e já, nasreuniões, dar demonstração objetiva do desejo de 
encontrar soluções para os problemas levantados. 
 
Uma reunião é um grupo de pessoas estudando e discutindo um tema de 
interesse comum para todos. 
 
Uma reunião da CIPA será boa ou má, dependendo de como agirem os seus 
participantes. Pôr princípio, todas as pessoas, não importa se empregados ou 
empregadores, devem tentar ajudar uns aos outros. Isso é possível se cada um: 
 
a) Aprender a pensar de modo ativo; 
b) Aprender a ouvir atentamente, procurando compreender aquilo que está sendo 
exposto ou debatido; 
c) Cooperar, trocar idéias, mostrar seu modo de pensar; 
d) Não ter receios ou não se inibir, sabendo vencer as tensões e revelando 
segurança. 
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Nessa reunião, participam diversas pessoas, diferentes umas das outras, cada 
uma com a sua personalidade. Sentimentos pessoais não devem interferir no 
objetivo da reunião. Assim, deve-se adotar a sequência de assuntos da reunião, 
sem que os problemas pessoais sejam trazidos como motivo de discussão. 
 
Para isso, a reunião é planejada, tendo uma sequência determinada. No final, 
deve-se perguntar : 
- A reunião foi proveitosa ? Pôr quê ? 
 
Existem algumas regras para que o grupo tenha seus objetivos alcançados. 
 
1a - Ambiente: deve ser um lugar sossegado, com mesa, cadeiras, lápis, papel. 
2a - Os assuntos a discutir devem ser estabelecidos antes, para que todos tenham 
 conhecimento. 
3a - Para não ocorrerem casos de inibição, toda pessoa desconhecida deve ser 
apresentada. 
4a - Todos devem ser estimulados a apresentar a sua opinião. 
5a - Não devem ser feitos comentários que fujam aos assuntos discutidos. 
6a - As pessoas tímidas devem ser estimuladas a participar, manifestando suas 
idéias. 
7a - O horário da reunião deve ser respeitado. 
8a - As conclusões tomadas devem ser aquelas que forem aceitas pela maioria 
dos 
 participantes. 
9a - Todos aqueles que participarem da reunião deverão comprometer-se a 
trabalhar para o 
 cumprimento daquilo que foi decidido. 
 
 
2 - Atuação dos Membros da CIPA 
 
Integram a CIPA representantes do empregador e representantes dos 
empregados. O Presidente da CIPA será designado pelo empregador, dentre os 
seus representantes titulares. 
 
 
O Presidente, devido à sua função, deve conduzir os trabalhos e criar um clima de 
confiança para todos participantes, a fim de que haja liberdade de serem 
discutidos os assuntos sem receio. 
 
Deve ainda: 
- Manter estreito contato com a administração, no sentido de verificar o andamento 
das 
 recomendações sugeridas pela CIPA; 
- Justificar, se for o caso, a não adoção de medidas sugeridas em reunião anterior; 
- Definir e coordenar as atribuições dos demais membros. 
 
 
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Ao Vice - Presidente da CIPA compete exercer funções que, pôr delegação, lhe 
forem atribuídas pelo Presidente, além de substituí-lo nos seus impedimentos. 
 
Ao Secretário, cargo fundamental para o bom desenvolvimento administrativo da 
CIPA, cabe: 
 
- Redigir a ata, que deverá ser bem clara e fiel em relação ao que foi discutido e 
votado; 
- Preparar correspondência; 
- Elaborar relatórios estatísticos. 
 
 
09 - Princípios Básicos da Prevenção de Incêndios 
 
 
1 - NORMAS BÁSICAS 
 
1.1 - A CIPA e a proteção contra incêndio 
 
Uma das atribuições da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - é a de 
estudar medidas de proteção contra incêndio recomendando tais medidas ao empregador 
e aos Serviços Especializados em Segurança e em Higiene e Medicina do Trabalho 
quando a empresa mantiver esses serviços, cumprindo o que a lei estabelece. 
 
Essa importante atribuição será entre várias outras, também importantes, obrigações que 
os membros da CIPA devem cumprir de acordo com o determinado na Portaria 3214/78, 
do MTb. 
 
A proteção contra incêndios procura evitar um dos graves problemas que prejudicam a 
segurança das pessoas, de máquinas, equipamentos e instalações. 
 
Fazer a prevenção de incêndios, garantir a proteção contra incêndios é evitar que o fogo 
destruidor cause prejuízos de todas as espécies, começando pêlos mais graves que são 
as perdas de vidas humanas ou a inutilização de seres humanos para o trabalho. Mas, 
garantir a fábrica contra incêndios é, também, manter em funcionamento a empresa que 
produz artigos importantes para os consumidores, que proporcionam a muita gente a 
possibilidade de ter o seu sustento sem interrupções, na continuidade de uma vida útil 
normal de trabalho. 
 
O interesse é de empregados e empregadores e isso pode ser notado na própria 
organização da CIPA que tem representantes dos empregados e dos empregadores em 
número igual. 
 
A proteção contra incêndios começa na medida que a empresa e todos que nela 
trabalham tomam para evitar o aparecimento do fogo. Existem, também, outras 
importantes medidas que tem a finalidade de combatê-lo logo no seu início, evitando que 
ele se espalhe. A experiência dos que combatem o fogo já demonstrou uma verdade que 
deve ser aceita pôr todos. É que a grande maioria dos incêndios pode ser evitada. 
Controlada no seu início. 
 
As pessoas certas, tomando providências certas, no momento certo, evitam, impedem 
que um princípio de incêndio se transforme em destruição completa. Pode-se concluir que 
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a palavra de ordem é prevenir e, sendo necessário, combater o fogo com rapidez e com 
eficiência. 
 
Para obter os bons resultados nesse tipo de prevenção é preciso, antes de mais nada, ter 
mentalidade, ter espírito prevencionista . Isto significa ter a vontade de colaborar em 
defesa da própria segurança, da segurança de outros seres humanos e de todas as 
instalações onde está garantido o trabalho de cada um. A solidariedade, o espírito de 
colaboração são importantes. Mas, para combater o fogo é necessário ter bons 
equipamentos de combate, é indispensável que se saiba como utilizá-los e é preciso 
conhecer o inimigo que se pretende dominar, eliminar. 
 
 
1.2 - O Fogo - Processos de Extinção 
 
Para que haja fogo devem atuar três elementos. Combustível - aquilo que vai queimar e 
transformar-se; Calor - que dá início à combustão; Oxigênio - um gás que existe no ar 
atmosférico e que é chamado de comburente. Esses três elementos são denominados 
elementos essenciais do fogo. Isso quer dizer que, se faltar um deles, não haverá o 
fogo. 
 
Como são três os elementos essenciais do fogo, representados por três pontos ligados 
entre si que se chama triângulo do fogo. 
 
 
 
Calor Oxigênio 
 
 
 
 Combustível 
 
 
 
 
Eliminando um desses elementos, terminará a combustão, isto é, a queima. 
 
Os incêndios, em seu início, são muito mais fáceis de controlar e de extinguir. Quanto 
mais rápido o ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi - las, e 
eliminá-las. 
 
É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater para escolher o 
equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de 
combater as chamas ou pode piorar a situação aumentando as chamas, espalhando-as 
ou criando novas causas de fogo. 
 
2 - CLASSES DE INCÊNDIO 
 
Os incêndios são divididos em 4 (quatro) classes: 
 
Classe A - Fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc); 
 
Classe B - Fogo em gases e líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, g.l.p, thinner, gás de 
rua, etc); 
 
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