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Ebook de jurisprudências do Direito-2020

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
Gil 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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Gil 
 
CONCURSO: 
 
Assunto: 
 
CF/88 - Atualizada até a Emenda Constitucional 105 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, 
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores 
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, 
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a 
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. CONSTITUCIONAL. CONSTITUIÇÃO: PREÂMBULO. 
NORMAS CENTRAIS. Constituição do Acre. I. Normas 
centrais da Constituição Federal: essas normas são de 
reprodução obrigatória na Constituição do Estado-membro, 
mesmo porque, reproduzidas, ou não, incidirão sobre a 
ordem local. Reclamações 370-MT e 383-SP (RTJ 147/404). 
II. Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. 
Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de 
reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo 
força normativa. III. Ação direta de inconstitucionalidade 
julgada improcedente. (ADI 2.076/AC. Rel. Min. Carlos 
Velloso, DJ 08.08.2003). 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos 
da América Latina, visando à formação de uma comunidade 
latino-americana de nações. 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...) Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, 
ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade 
judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; 
caso contrário, nega-se o Estado de Direito. (STF HC 
73.454/RJ). 
EMENTA. (...) O princípio da livre iniciativa não pode ser 
invocado para afastar regras de regulamentação do 
mercado e de defesa do consumidor. (STF RE 349.686, 
14.06.2005). 
EMENTA. (...). A proibição ou restrição da atividade de 
transporte privado individual por motorista cadastrado em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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Gil 
aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre 
iniciativa e da livre concorrência. No exercício de sua 
competência para regulamentação e fiscalização do transporte 
privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito 
Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo 
legislador federal [Constituição Federal de 1988 (CF/1988), art. 
22, XI (1)]. (...). (STF ADPF 449/DF, rel. Min. Luiz Fux, 
julgamento em 8 e 9.5.2019.) 
 
 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA. OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM 
CARÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional 
brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter 
absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse 
público ou exigências derivadas do princípio de convivência 
das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a 
adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas 
restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde 
que respeitados os termos estabelecidos pela própria 
Constituição. O estatuto constitucional das liberdades 
públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão 
sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - 
permite que sobre elas incidam limitações de ordem 
jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do 
interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência 
harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia 
pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com 
desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. (STF RMS 
23.452/RJ, Relator Ministro Celso de Mello, DJ de 
12.05.2000). 
EMENTA. (...) O súdito estrangeiro, mesmo o não 
domiciliado no Brasil, tem plena legitimidade para impetrar 
o remédio constitucional do “habeas corpus”, em ordem a 
tornar efetivo, nas hipóteses de persecução penal, o direito 
subjetivo, de que também é titular, à observância e ao 
integral respeito, por parte do Estado, das prerrogativas 
que compõem e dão significado à cláusula do devido 
processo legal. - A condição jurídica de não-nacional do 
Brasil e a circunstância de o réu estrangeiro não possuir 
domicílio em nosso país não legitimam a adoção, contra tal 
acusado, de qualquer tratamento arbitrário ou 
discriminatório. (...). (STF HC 94.404/SP. Min. Rel. Celso de 
Mello. DJ 18.06.2010). 
EMENTA. (...) Inexistência de ofensas ao direito à vida e da 
dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com células-
tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os 
fins a que se destinam) significa a celebração solidária da 
vida e alento aos que se acham à margem do exercício 
concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver 
com dignidade (Ministro Celso de Mello). (...) A 
potencialidade de algo para se tornar pessoa humana já é 
meritória o bastante para acobertá-la, infra 
constitucionalmente, contra tentativas levianas ou frívolas 
de obstar sua natural continuidade fisiológica. Mas as três 
realidades não se confundem: o embrião é o embrião,o 
feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Donde 
não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de 
pessoa humana. O embrião referido na Lei de 
Biossegurança (“in vitro” apenas) não é uma vida a caminho 
de outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam 
possibilidades de ganhar as primeiras terminações 
nervosas, sem as quais o ser humano não tem factibilidade 
como projeto de vida autônoma e irrepetível. (...) Ação 
direta de inconstitucionalidade julgada totalmente 
improcedente. (STF ADI 3510/DF, Rel. Min. AYRES BRITTO. 
29/05/2008). 
EMENTA. (...). Na espécie, aduziu inescapável o confronto 
entre, de um lado, os interesses legítimos da mulher em ver 
respeitada sua dignidade e, de outro, os de parte da 
sociedade que desejasse proteger todos os que a 
integrariam, independentemente da condição física ou 
viabilidade de sobrevivência. (...) Afirmou que, conforme a 
Resolução 1.480/1997 do Conselho Federal de Medicina 
(CFM), os exames complementares a serem observados 
para a constatação de morte encefálica deveriam 
demonstrar, de modo inequívoco, a ausência de atividade 
elétrica cerebral ou metabólica deste órgão ou, ainda, 
inexistência de perfusão sanguínea nele. Elucidou que, por 
essa razão, o CFM, mediante a Resolução 1.752/2004, 
consignara serem os anencéfalos natimortos cerebrais. 
Desse modo, eles jamais se tornariam pessoa. Nessa senda, 
sintetizou que não se cuidaria de vida em potencial, porém, 
seguramente, de morte. (...). Exprimiu, pois, que a 
anencefalia mostrar-se-ia incompatível com a vida 
extrauterina, ao passo que a deficiência, não. (...) Observou 
que seria improcedente a alegação de direito à vida dos 
anencéfalos, haja vista que estes seriam termos antitéticos. 
(...). Destarte, a interrupção de gestação de feto 
anencefálico não configuraria crime contra a vida, 
porquanto se revelaria conduta atípica. (...). Por derradeiro, 
versou que atuar com sapiência e justiça, calcados na 
Constituição e desprovidos de qualquer dogma ou 
paradigma moral e religioso, determinaria garantir o direito 
da mulher de manifestar-se livremente, sem o temor de 
tornar-se ré em possível ação por crime de aborto. (STF 
ADPF 54, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12-4-
2012, Plenário). 
EMENTA. (...). Sabemos, tal como já decidiu o STF (RTJ 
136/444, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello), que o princípio 
da isonomia – cuja observância vincula todas as 
manifestações do Poder Público – deve ser considerado, em 
sua precípua função de obstar discriminações e de extinguir 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5167205
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5167205
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
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Gil 
privilégios (RDA 55/114), sob duplo aspecto: a) o da 
igualdade na lei e b) o da igualdade perante a lei. A 
igualdade na lei – que opera numa fase de generalidade 
puramente abstrata – constitui exigência destinada ao 
legislador, que, no processo de formação do ato legislativo, 
nele não poderá incluir fatores de discriminação 
responsáveis pela ruptura da ordem isonômica. (...) A 
igualdade perante a lei, de outro lado, pressupondo lei já 
elaborada, traduz imposição destinada aos demais poderes 
estatais, que, na aplicação da norma legal, não poderão 
subordiná-la a critérios que ensejem tratamento seletivo ou 
discriminatório. A eventual inobservância desse postulado 
pelo legislador, em qualquer das dimensões referidas, 
imporá, ao ato estatal por ele elaborado e produzido, a eiva 
de inconstitucionalidade. (STF AI 360.461 AgR, Rel. Min. 
Celso de Mello, 2ª T, DJ de 28-3-2008). 
EMENTA. Direito Constitucional. Ação Direta de 
Constitucionalidade. Reserva de vagas para negros em 
concursos públicos. Constitucionalidade da Lei n° 
12.990/2014. Procedência do pedido. 1. É constitucional a 
Lei n° 12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das 
vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento 
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da 
administração pública federal direta e indireta, por três 
fundamentos. 1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação 
promovida pela política de ação afirmativa em questão está 
em consonância com o princípio da isonomia. Ela se funda 
na necessidade de superar o racismo estrutural e 
institucional ainda existente na sociedade brasileira, e 
garantir a igualdade material entre os cidadãos, por meio da 
distribuição mais equitativa de bens sociais e da promoção 
do reconhecimento da população afrodescendente. 1.2. Em 
segundo lugar, não há violação aos princípios do concurso 
público e da eficiência. A reserva de vagas para negros não 
os isenta da aprovação no concurso público. Como qualquer 
outro candidato, o beneficiário da política deve alcançar a 
nota necessária para que seja considerado apto a exercer, 
de forma adequada e eficiente, o cargo em questão. Além 
disso, a incorporação do fator “raça” como critério de 
seleção, ao invés de afetar o princípio da eficiência, 
contribui para sua realização em maior extensão, criando 
uma “burocracia representativa”, capaz de garantir que os 
pontos de vista e interesses de toda a população sejam 
considerados na tomada de decisões estatais. 1.3. Em 
terceiro lugar, a medida observa o princípio da 
proporcionalidade em sua tríplice dimensão. A existência de 
uma política de cotas para o acesso de negros à educação 
superior não torna a reserva de vagas nos quadros da 
administração pública desnecessária ou desproporcional em 
sentido estrito. Isso porque: (i) nem todos os cargos e 
empregos públicos exigem curso superior; (ii) ainda quando 
haja essa exigência, os beneficiários da ação afirmativa no 
serviço público podem não ter sido beneficiários das cotas 
nas universidades públicas; e (iii) mesmo que o concorrente 
tenha ingressado em curso de ensino superior por meio de 
cotas, há outros fatores que impedem os negros de 
competir em pé de igualdade nos concursos públicos, 
justificando a política de ação afirmativa instituída pela Lei 
n° 12.990/2014. 2. Ademais, a fim de garantir a efetividade 
da política em questão, também é constitucional a 
instituição de mecanismos para evitar fraudes pelos 
candidatos. É legítima a utilização, além da autodeclaração, 
de critérios subsidiários de heteroidentificação (e.g., a 
exigência de autodeclaração presencial perante a comissão 
do concurso), desde que respeitada a dignidade da pessoa 
humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa. 3. 
Por fim, a administração pública deve atentar para os 
seguintes parâmetros: (i) os percentuais de reserva de vaga 
devem valer para todas as fases dos concursos; (ii) a reserva 
deve ser aplicada em todas as vagas oferecidas no concurso 
público (não apenas no edital de abertura); (iii) os 
concursos não podem fracionar as vagas de acordo com a 
especialização exigida para burlar a política de ação 
afirmativa, que só se aplica em concursos com mais de duas 
vagas; e (iv) a ordem classificatória obtida a partir da 
aplicação dos critérios de alternância e proporcionalidade 
na nomeação dos candidatos aprovados deve produzir 
efeitos durante toda a carreira funcional do beneficiário da 
reserva de vagas. 4. Procedência do pedido, para fins de 
declarar a integral constitucionalidade da Lei n° 
12.990/2014. Tese de julgamento: “É constitucional a 
reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos 
para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no 
âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima 
a utilização, além da autodeclaração, de critérios 
subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a 
dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e 
a ampla defesa”. (STF ADC 41, Rel. Min. Luís Roberto 
Barroso, julgamento em 08.06.2017, Plenário). 
 
I - homens emulheres são iguais em direitos e obrigações, 
nos termos desta Constituição; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA. Violência doméstica. (...) O art. 1º da Lei 
11.340/2006 surge, sob o ângulo do tratamento 
diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, 
harmônica com a CF, no que necessária a proteção ante as 
peculiaridades física e moral da mulher e a cultura 
brasileira. (STF ADC 19, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento 
em 9-2-2012, Plenário). 
EMENTA. (...). No mérito, prevaleceu o voto proferido pelo 
Min. Ayres Britto, relator, que dava interpretação conforme 
a Constituição ao art. 1.723 do CC para dele excluir 
qualquer significado que impeça o reconhecimento da 
união contínua, pública e duradoura entre pessoas do 
mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como 
sinônimo perfeito de família. Asseverou que esse 
reconhecimento deveria ser feito segundo as mesmas 
regras e com idênticas consequências da união estável 
heteroafetiva. (...). (STF ADI 4.277/DF, rel. Min. Ayres Britto, 
DJ 5.5.2011). (ADPF 132). 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
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5 
 
Gil 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
SÚMULA VINCULANTE 44 Só por lei se pode sujeitar a 
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. 
 
EMENTA. (...). A reserva de lei em sentido formal qualifica-
se como instrumento constitucional de preservação da 
integridade de direitos e garantias fundamentais. O 
princípio da reserva de lei atua como expressiva limitação 
constitucional ao poder do Estado, cuja competência 
regulamentar, por tal razão, não se reveste de suficiente 
idoneidade jurídica que lhe permita restringir direitos ou 
criar obrigações. Nenhum ato regulamentar pode criar 
obrigações ou restringir direitos, sob pena de incidir em 
domínio constitucionalmente reservado ao âmbito de 
atuação material da lei em sentido formal. (STF ACO 1.048-
QO, 31/10/07). 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
SÚMULA VINCULANTE 11 Só é lícito o uso de algemas em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da 
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que 
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à 
imagem; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA. (...). Programas humorísticos, charges e modo 
caricatural de pôr em circulação ideias, opiniões, frases e 
quadros espirituosos compõem as atividades de ‘imprensa’, 
sinônimo perfeito de ‘informação jornalística’ (§ 1º do art. 
220). Nessa medida, gozam da plenitude de liberdade que é 
assegurada pela Constituição à imprensa. Dando-se que o 
exercício concreto dessa liberdade em plenitude assegura 
ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer 
pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, 
irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades 
e aparelhos de Estado. Respondendo, penal e civilmente, 
pelos abusos que cometer, e sujeitando-se ao direito de 
resposta a que se refere a Constituição em seu art. 5º, V. A 
crítica jornalística em geral, pela sua relação de inerência 
com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível 
de censura. Isso porque é da essência das atividades de 
imprensa operar como formadora de opinião pública, lócus 
do pensamento crítico e necessário contraponto à versão 
oficial das coisas, conforme decisão majoritária do STF na 
ADPF 130. Decisão a que se pode agregar a ideia de que a 
locução ‘humor jornalístico’ enlaça pensamento crítico, 
informação e criação artística. (...). (STF ADI 4.451-MC - REF, 
rel. min. Ayres Britto, Plenário, DJ de 24-8-2012). 
EMENTA. (...). Não é proibindo, recolhendo obras ou 
impedindo sua circulação, calando-se a palavra e 
amordaçando a história que se consegue cumprir a 
Constituição. (...). A norma infraconstitucional não pode 
amesquinhar preceitos constitucionais, impondo restrições 
ao exercício de liberdades”. (...). O que não me parece 
constitucionalmente admissível é o esquartejamento das 
liberdades de todos pela censura de uns, especialmente no 
caso de obras biográficas que dizem respeito não apenas ao 
biografado, mas que diz respeito a toda coletividade pela 
sua natureza de referenciabilidade do que precisa ser 
aproveitado. (...). (STF ADI 4815, Min. Rel. Cármem Lúcia, DJ 
10/06/2015). 
EMENTA. Editais de concurso público não podem 
estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo 
situações excepcionais em razão de conteúdo que viole 
valores constitucionais. Com base nesse entendimento, o 
Plenário, por maioria, deu provimento a recurso 
extraordinário em que se discutia a constitucionalidade de 
proibição, contida em edital de concurso público, de 
ingresso em cargo, emprego ou função pública para 
candidatos que possuam tatuagem. No caso, o recorrente 
fora excluído de concurso público para provimento de cargo 
de soldado da polícia militar por possuir tatuagem em sua 
perna esquerda. (...) A opção pela tatuagem relacionar-se-
ia, diretamente, com as liberdades de manifestação do 
pensamento e de expressão (CF, art. 5º, IV e IX). Na espécie, 
estaria evidenciada a ausência de razoabilidade da restrição 
dirigida ao candidato de uma função pública pelo simples 
fato de possuir tatuagem, já que seria medida 
flagrantemente discriminatória e carente de qualquer 
justificativa racional que a amparasse. Assim, o fato de uma 
pessoa possuir tatuagens, visíveis ou não, não poderia ser 
tratado pelo Estado como parâmetro discriminatório 
quando do deferimento de participação em concursos de 
provas e títulos para ingresso em carreira 
pública. Entretanto, tatuagens que representassem 
obscenidades, ideologias terroristas, discriminatórias, que 
pregassem a violência e a criminalidade, discriminação de 
raça, credo, sexo ou origem, temas inegavelmente 
contrários às instituições democráticas, poderiam 
obstaculizar o acesso a função pública. Eventual restrição 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=44.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=11.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
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Gil 
nesse sentido não se afiguraria desarrazoada ou 
desproporcional. Essa hipótese, porém, não seria a do 
recorrente que teria uma tatuagem tribal, medindo 14 por 
13 cm. (STF RE 898.450, rel. min. Luiz Fux, j. 17.08.2016). 
EMENTA. Ação direta de inconstitucionalidade. Expressão 
“em horário diverso do autorizado”, contida no art. 254 da 
Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
Classificação indicativa. Expressão que tipifica como 
infração administrativa a transmissão, via rádio ou 
televisão, de programação em horário diverso do 
autorizado, com pena de multa e suspensão da 
programação da emissora por até dois dias, no caso de 
reincidência. Ofensa aos arts. 5º, inciso IX; 21, inciso XVI; e 
220, caput e parágrafos, da Constituição Federal. 
Inconstitucionalidade. 1. A própria Constituiçãoda 
República delineou as regras de sopesamento entre os 
valores da liberdade de expressão dos meios de 
comunicação e da proteção da criança e do adolescente. 
Apesar da garantia constitucional da liberdade de 
expressão, livre de censura ou licença, a própria Carta de 
1988 conferiu à União, com exclusividade, no art. 21, inciso 
XVI, o desempenho da atividade material de “exercer a 
classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e 
de programas de rádio e televisão”. A Constituição Federal 
estabeleceu mecanismo apto a oferecer aos 
telespectadores das diversões públicas e de programas de 
rádio e televisão as indicações, as informações e as 
recomendações necessárias acerca do conteúdo veiculado. 
É o sistema de classificação indicativa esse ponto de 
equilíbrio tênue, e ao mesmo tempo tenso, adotado pela 
Carta da República para compatibilizar esses dois axiomas, 
velando pela integridade das crianças e dos adolescentes 
sem deixar de lado a preocupação com a garantia da 
liberdade de expressão. 2. A classificação dos produtos 
audiovisuais busca esclarecer, informar, indicar aos pais a 
existência de conteúdo inadequado para as crianças e os 
adolescentes. O exercício da liberdade de programação 
pelas emissoras impede que a exibição de determinado 
espetáculo dependa de ação estatal prévia. A submissão ao 
Ministério da Justiça ocorre, exclusivamente, para que a 
União exerça sua competência administrativa prevista no 
inciso XVI do art. 21 da Constituição, qual seja, classificar, 
para efeito indicativo, as diversões públicas e os programas 
de rádio e televisão, o que não se confunde com 
autorização. Entretanto, essa atividade não pode ser 
confundida com um ato de licença, nem confere poder à 
União para determinar que a exibição da programação 
somente se dê nos horários determinados pelo Ministério 
da Justiça, de forma a caracterizar uma imposição, e não 
uma recomendação. Não há horário autorizado, mas 
horário recomendado. Esse caráter autorizativo, vinculativo 
e compulsório conferido pela norma questionada ao 
sistema de classificação, data vênia, não se harmoniza com 
os arts. 5º, IX; 21, inciso XVI; e 220, § 3º, I, da Constituição 
da República. 3. Permanece o dever das emissoras de rádio 
e de televisão de exibir ao público o aviso de classificação 
etária, antes e no decorrer da veiculação do conteúdo, 
regra essa prevista no parágrafo único do art. 76 do ECA, 
sendo seu descumprimento tipificado como infração 
administrativa pelo art. 254, ora questionado (não sendo 
essa parte objeto de impugnação). (...). 5. Ação direta 
julgada procedente, com a declaração de 
inconstitucionalidade da expressão “em horário diverso do 
autorizado” contida no art. 254 da Lei 8.069/90. (STF ADI 
2.404/DF, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Julgamento: 
31/08/2016, Plenário). 
EMENTA: (...). Os dispositivos impugnados da “Lei das 
Eleições” estabeleceram ser vedado às emissoras de rádio e 
televisão, em sua programação normal e noticiário, a partir 
de 1º de julho do ano da eleição: a) “usar trucagem, 
montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de 
qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, 
partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com 
esse efeito” (inciso II) e b) “difundir opinião favorável ou 
contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou 
representantes” (segunda parte do inciso III). Os §§ 4º e 5º 
explicam o que se entende, respectivamente, por trucagem 
e por montagem.(...) Historicamente, a liberdade de 
discussão, a ampla participação política e o princípio 
democrático sempre estiveram interligados com a liberdade 
de expressão. Todos têm por objeto a proteção de 
pensamentos, ideias, opiniões, crenças, realização de juízo 
de valor e críticas a agentes públicos, com vistas a garantir a 
real participação dos cidadãos na vida coletiva. A 
Constituição protege a liberdade de expressão no seu duplo 
aspecto: positivo e negativo. O positivo é a livre 
possibilidade de manifestação de qualquer pessoa e 
permite a responsabilização nos termos constitucionais. É a 
liberdade com responsabilidade. O negativo proíbe a 
ilegítima intervenção do Estado por meio de censura prévia. 
Não existe permissivo constitucional para limitar 
preventivamente o conteúdo do debate público em razão 
de conjectura sobre o efeito que alguns conteúdos possam 
vir a ter junto ao público. O exercício do direito à liberdade 
de expressão não pode ser cerceado pelo Estado ou por 
particular. O traço marcante da censura prévia, com seu 
caráter preventivo e abstrato, está presente em ambas as 
normas questionadas. São inconstitucionais porque 
consistem na restrição, subordinação e forçosa adequação 
programática da liberdade de expressão a mandamentos 
normativos cerceadores durante o período eleitoral, 
pretendendo diminuir a liberdade de opinião e de criação 
artística e a livre multiplicidade de ideias, com a nítida 
finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do 
pensamento crítico, indispensável ao regime democrático. 
Deste modo, está configurado a ilegítima interferência 
estatal no direito individual de criticar. (...). (STF ADI 4.451, 
Rel. Min. Alexandre de Morais, J. 21/06/2018). 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a 
suas liturgias; 
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Gil 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as 
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA: (...) É constitucional a lei de proteção animal que, a 
fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual 
de animais em cultos de religiões de matriz africana. Com esse 
entendimento, o Plenário, por maioria, negou provimento a 
recurso extraordinário em que discutida a constitucionalidade da 
Lei estadual 12.131/2004, que acrescentou o parágrafo único ao 
art. 2º da Lei 11.915/2003 do estado do Rio Grande do Sul 
(Código Estadual de Proteção aos Animais). (STF 
RE 494601/RS, rel. Min Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson 
Fachin, julgamento em 28.3.2019. Ata de julgamento publicada 
no DJe de 22.4.2019.) 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença; 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA 227, STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
  Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...) Busca e apreensão em aposentos ocupados 
de habitação coletiva (como quartos de hotel) - subsunção 
desse espaço privado, desde que ocupado, ao conceito de 
“casa” - consequente necessidade, em tal hipótese, de 
mandado judicial, ressalvadas as exceções previstas no 
próprio texto constitucional. - para os fins da proteção 
jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da constituição da 
república, o conceito normativo de “casa” revela-se 
abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de 
habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art.150, § 4º, 
II), compreende, observada essa específica limitação 
espacial, os quartos de hotel. (...). (STF RHC 90.376/RJ, Rel. 
Min. Celso de Mello. DJ 18.05.2007). 
EMENTA. (...). Cuidando-se de crime de natureza 
permanente, a prisão do traficante, em sua residência, 
durante o período noturno, não constitui prova ilícita. (STF 
HC 84.772, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-10-
2004, Segunda Turma, DJ de 12-11-2004.) No mesmo 
sentido: HC 70.909, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento 
em 11-10-1994, Plenário, DJ de 25-11-1994. 
EMENTA. (…).7. PROVA. Criminal. Escuta ambiental. 
Captação e interceptação de sinais eletromagnéticos, óticos 
ou acústicos. Meio probatório legalmente admitido. Fatos 
que configurariam crimes praticados por quadrilha ou 
bando ou organização criminosa. Autorização judicial 
circunstanciada. Previsão normativa expressa do 
procedimento. Preliminar repelida. Inteligência dos arts. 1º 
e 2º, IV, da Lei 9.034/95, com a redação da Lei 10.217/95. 
Para fins de persecução criminal de ilícitos praticados por 
quadrilha, bando, organização ou associação criminosa de 
qualquer tipo, são permitidos a captação e a interceptação 
de sinais eletromagnéticos, óticos e acústicos, bem como 
seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização 
judicial. 8. PROVA. Criminal. Escuta ambiental e exploração 
de local. Captação de sinais óticos e acústicos. Escritório de 
advocacia. Ingresso da autoridade policial, no período 
noturno, para instalação de equipamento. Medidas 
autorizadas por decisão judicial. Invasão de domicílio. Não 
caracterização. Suspeita grave da prática de crime por 
advogado, no escritório, sob pretexto de exercício da 
profissão. Situação não acobertada pela inviolabilidade 
constitucional. Inteligência do art. 5º, X e XI, da CF, art. 150, 
§ 4º, III, do CP, e art. 7º, II, da Lei 8.906/94. Preliminar 
rejeitada. Votos vencidos. Não opera a inviolabilidade do 
escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja 
suspeito da prática de crime, sobretudo concebido e 
consumado no âmbito desse local de trabalho, sob pretexto 
de exercício da profissão. (…). (STF - Inq: 2424 RJ, Relator: 
Min. CEZAR PELUSO, Data de Julgamento: 26/11/2008, 
Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-055 DIVULG 25-03-
2010 PUBLIC 26-03-2010). 
EMENTA. (...) A entrada forçada em domicílio sem mandado 
judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando 
amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a 
posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre 
situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de 
nulidade dos atos praticados. (...) (STF RE 603616, Rel. Min. 
Gilmar Ferreira Mendes, J. 05.11.2015). 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2419108
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2419108
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Gil 
EMENTA. (...) A administração penitenciária, com 
fundamento em razões de segurança pública, de disciplina 
prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, 
sempre excepcionalmente, proceder à interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a 
cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não 
pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas 
ilícitas (...). (STF HC 70.814/SP). 
EMENTA. (...) O Tribunal já firmou entendimento de que as 
Comissões Parlamentares de Inquérito são dotadas de 
poder investigatório, ficando assentado que devem elas, a 
partir de meros indícios, demonstrar a existência concreta 
de causa provável que legitime a quebra do sigilo. (...) Causa 
provável ensejadora da quebra dos sigilos fiscal, bancário e 
telefônico. Segurança denegada. (STF MS 24217/DF, rel Min 
Maurício Corrêa, 18/10/2002). 
EMENTA. Mandado de Segurança. Tribunal de Contas da 
União. Banco Central do Brasil. Operações financeiras. 
Sigilo. 1. A Lei Complementar 105, de 10/1/01, não conferiu 
ao Tribunal de Contas da União poderes para determinar a 
quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco 
Central do Brasil. O legislador conferiu esses poderes ao 
Poder Judiciário (art. 3º), ao Poder Legislativo Federal (art. 
4º), bem como às Comissões Parlamentares de Inquérito, 
após prévia aprovação do pedido pelo Plenário da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal ou do plenário de suas 
respectivas comissões parlamentares de inquérito (§§ 1º e 
2º do art. 4º). (...). (STF MS 22.801/DF. Rel. Min Menezes 
Direito. DJ 13.03.2008). 
EMENTA. (...) SÉTIMA PRELIMINAR. DADOS DE 
EMPRÉSTIMO FORNECIDOS PELO BANCO CENTRAL. PEDIDO 
DIRETO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA. 
REQUISIÇÃO FEITA PELA CPMI DOS CORREIOS. POSTERIOR 
AUTORIZAÇÃO DE COMPARTILHAMENTO COM O 
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO. 
LEGALIDADE. (...). (STF Inq. 2.245/MG. Rel. Min. Joaquim, 
Barbosa, DJ 09.11.2007). 
EMENTA. Prova emprestada. Penal. Interceptação 
telefônica. Escuta ambiental. Autorização judicial e 
produção para fim de investigação criminal. Suspeita de 
delitos cometidos por autoridades e agentes públicos. 
Dados obtidos em inquérito policial. Uso em procedimento 
administrativo disciplinar, contra outros servidores, cujos 
eventuais ilícitos administrativos teriam despontado à 
colheita dessa prova. Admissibilidade. Resposta afirmativa a 
questão de ordem. Inteligência do art. 5º, XII, da CF e do 
art. 1º da Lei Federal 9.296/1996. (...) Dados obtidos em 
interceptação de comunicações telefônicas e em escutas 
ambientais, judicialmente autorizadas para produção de 
prova em investigação criminal ou em instrução processual 
penal, podem ser usados em procedimento administrativo 
disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em 
relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores 
cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa 
prova. (STF Inq 2.424 QO. Rel. Min Cezar Peluso. DJ 
24.08.2007). 
EMENTA. (....) O presente caso versa sobre a gravação de 
conversa telefônica por um interlocutor sem o 
conhecimento de outro, isto é, a denominada “gravação 
telefônica” ou “gravação clandestina”. Entendimento do 
STF no sentido da licitude da prova, desde que não haja 
causa legal específica de sigilo nem reserva de conversação. 
Repercussão geral da matéria (RE 583.397/RJ). 3. Ordem 
denegada. (STF HC 91613, Relator Min. GILMAR MENDES, 
2ª T, DJ 17-09-2012). 
EMENTA. (...). O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não 
ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade 
em relação aos cidadãos, por meio do princípio da 
capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos 
objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária 
para a fiscal. (...). (STF RE 601314, Rel. Min. Edson Fachin, 
Plenário, Julgamento em 24.02.2016). 
EMENTA: PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO 
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO 
PREVENTIVA. TRÁFICO DE DROGAS. ASSOCIAÇÃO 
PARA O TRÁFICO. EXCESSO DE PRAZO. ALVARÁ DE 
SOLTURA. WRIT PREJUDICADO. NEGATIVA DE 
AUTORIA. REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PROVA ILÍCITA. 
NULIDADE. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO 
JUDICIAL PARA ACESSO DE DADOS DE APLICATIVO 
CELULAR WHATSAPP. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL EVIDENCIADO. RECURSO PARCIALMENTE 
PROVIDO. 1. A questão referente à alegação de 
excesso de prazo encontra-se superada diante da 
expedição de alvará de soltura em favor do 
paciente. 2. Avia estreita do habeas corpus, ação 
constitucional de rito célere e cognição sumária, 
não comporta discussão de negativa de autoria, 
por demandar o revolvimento fático-probatório, 
devendo a coação ser manifestamente ilegal. 3. 
Ilícita é a devassa de dados, bem como das 
conversas de whatsapp, obtidas diretamente pela 
polícia em celular apreendido no flagrante, sem 
prévia autorização judicial. 4. Recurso em habeas 
corpus parcialmente provido para declarar a 
nulidade das provas obtidas no celular do 
paciente sem autorização judicial, cujo produto 
deve ser desentranhado dos autos. (STJ RHC 
76.510/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª Turma, Dje 
17.04.2017). 
 
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer; 
 
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Gil 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...) A reserva legal estabelecida pelo art. 5º, XIII, 
não confere ao legislador o poder de restringir o exercício 
da liberdade profissional a ponto de atingir o seu próprio 
núcleo essencial. (...) O jornalismo é uma profissão 
diferenciada por sua estreita vinculação ao pleno exercício 
das liberdades de expressão e de informação. (...) O 
jornalismo e a liberdade de expressão, portanto, são 
atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e 
não podem ser pensadas e tratadas de forma separada. Isso 
implica, logicamente, que a interpretação do art. 5º, inciso 
XIII, da Constituição, na hipótese da profissão de jornalista, 
se faça, impreterivelmente, em conjunto com os preceitos 
do art. 5º, incisos IV, IX, XIV, e do art. 220 da Constituição, 
que asseguram as liberdades de expressão, de informação e 
de comunicação em geral. (...) A exigência de diploma de 
curso superior para a prática do jornalismo - o qual, em sua 
essência, é o desenvolvimento profissional das liberdades 
de expressão e de informação - não está autorizada pela 
ordem constitucional, pois constitui uma restrição, um 
impedimento, uma verdadeira supressão do pleno, 
incondicionado e efetivo exercício da liberdade jornalística, 
expressamente proibido pelo art. 220, § 1º, da Constituição. 
(...). (STF RE 511.961/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 
13.11.2009). 
EMENTA. (...). A atividade de músico não depende de 
registro ou licença de entidade de classe para o seu 
exercício. Essa é a conclusão do Plenário ao negar 
provimento a recurso extraordinário, afetado pela 2ª 
Turma, em que a Ordem dos Músicos do Brasil – Conselho 
Regional de Santa Catarina alegava que o livre exercício de 
qualquer profissão ou trabalho estaria constitucionalmente 
condicionado às qualificações específicas de cada profissão 
e que, no caso dos músicos, a Lei 3.857/60 estabeleceria 
essas restrições – v. Informativos 406 e 568. Aduziu-se que 
as restrições feitas ao exercício de qualquer profissão ou 
atividade profissional deveriam obedecer ao princípio da 
mínima intervenção – a qual se pautaria pela razoabilidade 
e pela proporcionalidade. Ressaltou-se que a liberdade de 
exercício profissional, contida no art. 5º, XIII, da CF, seria 
quase absoluta e que qualquer restrição a ela só se 
justificaria se houvesse necessidade de proteção a um 
interesse público, a exemplo de atividades para as quais 
fosse requerido conhecimento específico, técnico, ou ainda, 
habilidade já demonstrada. (STF RE 414426/SC, rel. Min. 
Ellen Gracie, 1º.8.2011). 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e 
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de 
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele 
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA: (...). Julgo improcedente pedido formulado em ação 
direta para declarar a constitucionalidade dos artigos 16, I; 105; 
122, II e III; 136, I; 138; e 230 da Lei 8.069/1990 – Estatuto da 
Criança e do Adolescente – e assim assegurar o direito de 
crianças e adolescentes de ir, vir e estar em logradouros públicos 
e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
EMENTA. “Marcha da Maconha”. Manifestação legítima, 
por cidadãos da república, de duas liberdades individuais 
revestidas de caráter fundamental: o direito de reunião 
(liberdade-meio) e o direito à livre expressão do 
pensamento (liberdade-fim). A liberdade de reunião como 
pré-condição necessária à ativa participação dos cidadãos 
no processo político e no de tomada de decisões no âmbito 
do aparelho de Estado. Consequente legitimidade, sob 
perspectiva estritamente constitucional, de assembleias, 
reuniões, marchas, passeatas ou encontros coletivos 
realizados em espaços públicos (ou privados) com o 
objetivo de obter apoio para oferecimento de projetos de 
lei, de iniciativa popular, de criticar modelos normativos em 
vigor, de exercer o direito de petição e de promover atos de 
proselitismo em favor das posições sustentadas pelos 
manifestantes e participantes de reunião. Estrutura 
constitucional do direito fundamental de reunião pacífica e 
oponibilidade de seu exercício ao poder público e aos seus 
agentes. Vinculação de caráter instrumental entre a 
liberdade de reunião e a liberdade de manifestação do 
pensamento. Dois importantes precedentes do STF sobre a 
íntima correlação entre referidas liberdades 
fundamentais: HC 4.781/BA, rel. min. Edmundo Lins, e ADI 
1.969/DF, rel. min. Ricardo Lewandowski. A liberdade de 
expressão como um dos mais preciosos privilégios dos 
cidadãos em uma república fundada em bases 
democráticas. O direito à livre manifestação do 
pensamento: núcleo de que se irradiam os direitos de 
crítica, de protesto, de discordância e de livre circulação de 
ideias. Abolição penal (abolitio criminis) de determinadas 
condutas puníveis. Debate que não se confunde com 
incitação à prática de delito nem se identifica com apologia 
de fato criminoso. Discussão que deve ser realizada de 
forma racional, com respeito entre interlocutores e sem 
possibilidade legítima de repressão estatal, ainda que as 
ideias propostas possam ser consideradas, pela maioria, 
estranhas, insuportáveis, extravagantes, audaciosas ou 
inaceitáveis. O sentido de alteridade do direito à livre 
expressão e o respeito às ideias que conflitem com o 
pensamento e os valores dominantes no meio social. 
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Caráter não absoluto de referida liberdade fundamental 
(CF, art. 5º, IV, V e X; Convenção Americana de Direitos 
Humanos, art. 13, § 5º.) (STF ADPF 187, rel. min. Celso de 
Mello, j 15.06.2011, Plenário, DJ 29.05.2014) 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, 
vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em 
julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têmlegitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...). Cabe enfatizar, neste ponto, que as 
normas inscritas no art. 5º, incisos XVII a XXI da 
atual Constituição Federal protegem as 
associações, inclusive as sociedades, da atuação 
eventualmente arbitrária do legislador e do 
administrador, eis que somente o Poder 
Judiciário, por meio de processo regular, poderá 
decretar a suspensão ou a dissolução compulsória 
das associações. Mesmo a atuação judicial 
encontra uma limitação constitucional: apenas as 
associações que persigam fins ilícitos poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas ou suspensas. Atos 
emanados do Executivo ou do Legislativo, que 
provoquem a compulsória suspensão ou 
dissolução de associações, mesmo as que 
possuam fins ilícitos, serão inconstitucionais. (STF 
ADI 3.045, 1º/6/07). 
EMENTA. (...). A representação prevista no inciso XXI do art. 
5º da Constituição Federal surge regular quando autorizada 
a entidade associativa a agir judicial ou extrajudicialmente 
mediante deliberação em assembleia. Descabe exigir 
instrumentos de mandatos subscritos pelos associados. (...). 
(STF RE 192.305, 21/5/01). 
SÚMULA 629, STF. A impetração de mandado de segurança 
coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes. 
 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para 
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, 
desde que trabalhada pela família, não será objeto de 
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de 
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas 
e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas 
atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico 
das obras que criarem ou de que participarem aos 
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações 
sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, 
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo 
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico 
e econômico do País; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...). A expropriação de glebas a que se refere o art. 243 
da CF há de abranger toda a propriedade e não apenas a área 
efetivamente cultivada (...). (STF RE 543.974/MG, 26.3.2009). 
 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País 
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou 
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor; 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
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Gil 
  Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA VINCULANTE 14. É direito do defensor, no 
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos 
de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa. 
EMENTA. O Verbete 14 da Súmula Vinculante do Supremo 
não alcança sindicância administrativa objetivando elucidar 
fatos sob o ângulo do cometimento de infração 
administrativa. (STF Rcl. 10.771 AgR, rel. min. Marco 
Aurélio, J. 04.02.2014, 1ª Turma, DJ 18.02.2014). 
EMENTA. (...). Direito à informação de atos 
estatais, neles embutida a folha de pagamento de 
órgãos e entidades públicas. (...) Caso em que a 
situação específica dos servidores públicos é 
regida pela 1ª parte do inciso XXXIII do art. 5º da 
Constituição. Sua remuneração bruta, cargos e 
funções por eles titularizados, órgãos de sua 
formal lotação, tudo é constitutivo de informação 
de interesse coletivo ou geral. Expondo-se, 
portanto, a divulgação oficial. Sem que a 
intimidade deles, vida privada e segurança 
pessoal e familiar se encaixem nas exceções de 
que trata a parte derradeira do mesmo 
dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), 
pois o fato é que não estão em jogo nem a 
segurança do Estado nem do conjunto da 
sociedade. Não cabe, no caso, falar de intimidade 
ou de vida privada, pois os dados objeto da 
divulgação em causa dizem respeito a agentes 
públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, 
na linguagem da própria Constituição, agentes 
estatais agindo ‘nessa qualidade’ (§ 6º do art. 37). 
E quanto à segurança física ou corporal dos 
servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro 
que ela resultará um tanto ou quanto fragilizada 
com a divulgação nominalizada dos dados em 
debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiar 
que se atenua com a proibição de se revelar o 
endereço residencial, o CPF e a CI de cada 
servidor. No mais, é o preço que se paga pela 
opção por uma carreira pública no seio de um 
Estado republicano. (...) A negativa de prevalência 
do princípio da publicidade administrativa 
implicaria, no caso, inadmissível situação de grave 
lesão à ordem pública. (...). (STF SS 3.902-AgR - 
segundo, Rel. Min. Ayres Britto, Plenário, DJ de 3-
10-2011). 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...). O direito de petição, presente em todas as 
Constituições brasileiras, qualifica-se como importante 
prerrogativa de caráter democrático. Trata-se de 
instrumento jurídico-constitucional posto a disposição de 
qualquer interessado – mesmo daqueles destituídos de 
personalidade jurídica –, com a explícita finalidade de 
viabilizar a defesa, perante as instituições estatais, de 
direitos ou valores revestidos tanto de natureza pessoal 
quanto de significação coletiva. (STF ADI 1.247-MC, 
08/09/95) 
EMENTA. (...). O direito à certidão traduz 
prerrogativa jurídica, de extração constitucional, 
destinada a viabilizar, em favor do indivíduo ou de 
uma determinada coletividade (como a dos 
segurados do sistema de previdência social), a 
defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o 
esclarecimento de situações. A injusta recusa 
estatal em fornecer certidões, não obstante 
presentes os pressupostos legitimadores dessa 
pretensão, autorizará a utilização de 
instrumentos processuais adequados, como o 
mandado de segurança ou a própria ação civil 
pública. (...). (STF RE 472.489 - AgR, 29/8/08). 
 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaçaa direito; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA 667, STF. Viola a garantia constitucional de acesso 
à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o 
valor da causa. 
SÚMULA VINCULANTE 21. É inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
SÚMULA VINCULANTE 28. É inconstitucional a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação 
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de 
crédito tributário. 
 
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Gil 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...). A supremacia jurídica das normas inscritas na 
Carta Federal não permite, ressalvadas as eventuais 
exceções proclamadas no próprio texto constitucional, que 
contra elas seja invocado o direito adquirido. (...). (STF ADI 
248. Min. Rel. Celso de Mello, DJ 08.04.1994). 
EMENTA. (...). 1. O Supremo Tribunal Federal pacificou a 
sua jurisprudência sobre a constitucionalidade do instituto 
da estabilidade financeira e sobre a ausência de direito 
adquirido a regime jurídico. (...). 3. Recurso extraordinário 
ao qual se nega provimento. (STF RE 563965/RN. Min. Rel. 
Cármem Lúcia, DJ 19.02.2009). 
EMENTA. (...) No ordenamento jurídico vigente, não há 
norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição 
jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o 
efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair 
ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e 
pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou 
ulterior, os submeta à incidência de contribuição 
previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso 
ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como 
efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe 
imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, à 
tributação de ordem constitucional, qualquer que seja a 
modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, 
direito adquirido com o aposentamento. (…). (STF ADI 
3.105/DF, 18/02/2005). 
EMENTA. Pensões especiais vinculadas a salario mínimo. 
Aplicação imediata a elas da vedação da parte final do 
inciso IV do art. 7º da Constituição de 1988. - Já se firmou a 
jurisprudência desta Corte no sentido de que os dispositivos 
constitucionais têm vigência imediata, alcançando os 
efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mínima). 
Salvo disposição expressa em contrario - e a Constituição 
pode fazê-lo -, eles não alcançam os fatos consumados no 
passado nem as prestações anteriormente vencidas e não 
pagas (retroatividades máxima e média). Recurso 
extraordinário conhecido e provido. (STF RE 140.499/GO, 
Rel. Min. Moreira Alves, DJ 09.09.1994). 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA VINCULANTE 45. A competência constitucional do 
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de 
função estabelecido exclusivamente pela Constituição 
estadual. (antiga Súmula 721 do STF). 
SÚMULA 603, STF. A competência para o processo e 
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal 
do júri. 
EMENTA. (...) A soberania dos veredictos do 
tribunal do júri não é absoluta, submetendo-se ao 
controle do juízo ad quem, tal como disciplina o 
art. 593, III, d, do Código de Processo Penal. (...). 
(HC 88.707, 17-10-08). 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos 
direitos e liberdades fundamentais; 
 
EMENTA: (... ). Julgo procedente o pedido formulado em ação 
direta de inconstitucionalidade por omissão, com eficácia geral e 
efeito vinculante, para: a) reconhecer o estado de mora 
inconstitucional do Congresso Nacional na implementação da 
prestação legislativa destinada a cumprir o mandado de 
incriminação a que se referem os incisos XLI e XLII do art. 5º da 
Constituição, para efeito de proteção penal aos integrantes do 
grupo LGBT; b) declarar, em consequência, a existência de 
omissão normativa inconstitucional do Poder Legislativo da 
União; c) cientificar o Congresso Nacional, para os fins e efeitos 
a que se refere o art. 103, § 2º, da Constituição c/c o art. 12-H, 
caput, da Lei nº 9.868/99; d) dar interpretação conforme à 
Constituição, em face dos mandados constitucionais de 
incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Carta 
Política, para enquadrar a homofobia e a transfobia, qualquer 
que seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais 
definidos na Lei nº 7.716/89, até que sobrevenha legislação 
autônoma, editada pelo Congresso Nacional, seja por considerar-
se, nos termos deste voto, que as práticas homotransfóbicas 
qualificam-se como espécies do gênero racismo, na dimensão de 
racismo social consagrada pelo Supremo Tribunal Federal no 
julgamento plenário do HC 82.424/RS (caso Ellwanger), na 
medida em que tais condutas importam em atos de segregação 
que inferiorizam membros integrantes do grupo LGBT, em razão 
de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, 
ainda, porque tais comportamentos de homotransfobia ajustam-
se ao conceito de atos de discriminação e de ofensa a direitos e 
liberdades fundamentais daqueles que compõem o grupo 
vulnerável em questão; (...).(STF ADO 26, rel. Min. Celso de 
Mello, julgamento em 13.6.2019.) 
 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4515053
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Gil 
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. Escrever, editar, divulgar e comerciar livros 
‘fazendo apologia de ideias preconceituosas e 
discriminatórias’ contra a comunidade judaica (Lei 
7.716/89, art. 20, na redação dada pela Lei 8.081/90) 
constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de 
inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, art. 5º, XLII). 
Aplicação do princípio da prescritibilidade geral dos crimes: 
se os judeus não são uma raça, segue-se que contra eles 
não pode haver discriminação capaz de ensejar a exceção 
constitucional de imprescritibilidade. Inconsistência da 
premissa. (...). (STF HC 82.424, 19/03/04). 
EMENTA. (…). O art. 5º, XLIII, da Constituição, que proíbe a 
graça, gênero do qual o indulto é espécie, nos crimes 
hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, 
da Lei Maior. O decreto presidencial que concede o indulto 
configura ato de governo, caracterizado pela ampla 
discricionariedade. (…). (STFHC 90.364, 30-11-07). 
EMENTA. (...). A chamada Lei da Anistia veicula uma decisão 
política assumida naquele momento – o momento da 
transição conciliada de 1979. A Lei 6.683 é uma lei-medida, 
não uma regra para o futuro, dotada de abstração e 
generalidade. Há de ser interpretada a partir da realidade 
no momento em que foi conquistada. A Lei 6.683/1979 
precede a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e 
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes – adotada pela Assembleia Geral em 10-12-
1984, vigorando desde 26-6-1987 – e a Lei 9.455, de 7-4-
1997, que define o crime de tortura; e o preceito veiculado 
pelo art. 5º, XLIII, da Constituição – que declara 
insuscetíveis de graça e anistia a prática da tortura, entre 
outros crimes – não alcança, por impossibilidade lógica, 
anistias anteriormente a sua vigência consumadas. A 
Constituição não afeta leis-medida que a tenham 
precedido. (...). (STF ADPF 153, Rel. Min. Eros Grau, 
Plenário, DJ de 6-8-2010). 
 
EMENTA. (...). Julgo improcedente o pedido nesta formulado 
contra os arts. 1º, I; 2º, § 1º, I; 8º; 10 e 11 do Decreto 
9.246/2017 (1). A norma impugnada dispõe sobre a concessão 
de indulto natalino e a comutação de penas. Existe complexo 
mecanismo de freios e contrapesos, de controles recíprocos, ao 
lado das funções preponderantes de cada um dos Poderes. 
Dentro desse mecanismo, a Constituição Federal (CF) estabelece 
a possibilidade da outorga, por parte do Presidente da República, 
de graça, indulto ou comutação de penas [art. 84, XII (2)]. (STF 
ADI 5874/DF, rel. Min. Roberto Barroso, red. para o acórdão o 
Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 9.5.2019. Ata de 
julgamento publicada no Dje de 17.5.2019.) 
 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, 
entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
 
SÚMULA VINCULANTE 56 A falta de estabelecimento penal 
adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime 
prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os 
parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
EMENTA. Considerando que é dever do Estado, imposto 
pelo sistema normativo, manter em seus presídios os 
padrões mínimos de humanidade previstos no 
ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos 
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de 
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente 
causados aos detentos em decorrência da falta ou 
insuficiência das condições legais de encarceramento. Com 
essa orientação, o Tribunal (...) deu provimento a recurso 
extraordinário para restabelecer o juízo condenatório nos 
termos e limites do acórdão proferido no julgamento da 
apelação, a qual fixara indenização no valor de dois mil reais 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5336271
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Gil 
a favor de detento. Consoante o acórdão restabelecido, 
estaria caracterizado o dano moral porque, após laudo de 
vigilância sanitária no presídio e decorrido lapso temporal, 
não teriam sido sanados os problemas de superlotação e de 
falta de condições mínimas de saúde e de higiene do 
estabelecimento penal. Além disso, não sendo assegurado o 
mínimo existencial, seria inaplicável a teoria da reserva do 
possível. (STF RE 580.252, rel. p/ o AC. Min. Gilmar Mendes, 
j 16.02.2017, Plenário). 
 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA 421, STF. Não impede a extradição a circunstância 
de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho 
brasileiro. 
EMENTA. Extradição e prisão perpétua: necessidade de 
prévia comutação, em pena temporária (máximo de 30 
anos), da pena de prisão perpétua – Revisão da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em obediência 
à Declaração Constitucional de Direitos (CF, art. 5º, XLVII, b). 
A extradição somente será deferida pelo Supremo Tribunal 
Federal, tratando-se de fatos delituosos puníveis com prisão 
perpétua, se o Estado requerente assumir, formalmente, 
quanto a ela, perante o Governo brasileiro, o compromisso 
de comutá-la em pena não superior à duração máxima 
admitida na lei penal do Brasil (CP, art. 75), eis que os 
pedidos extradicionais - considerado o que dispõe o art. 5º, 
XLVII, b da Constituição da República, que veda as sanções 
penais de caráter perpétuo - estão necessariamente 
sujeitos à autoridade hierárquico-normativa da Lei 
Fundamental brasileira. Doutrina. Novo entendimento 
derivado da revisão, pelo Supremo Tribunal Federal, de sua 
jurisprudência em tema de extradição passiva. (…). (STF Ext 
855, 1º/7/05). 
EMENTA. (...) Não configura crime político, para fim de 
obstar a acolhimento de pedido de extradição, homicídio 
praticado por membro de organização revolucionária 
clandestina, em plena normalidade institucional de Estado 
Democrático de direito, sem nenhum propósito político 
imediato ou conotação de reação legítima a regime 
opressivo. (...) Decretada a extradição pelo Supremo 
Tribunal Federal, deve o Presidente da República observar 
os termos do Tratado celebrado com o Estado requerente, 
quanto à entrega do extraditando. (STF Ext. 1.085. Rel. Min 
Cezar Peluso. DJ. 16.04.2010). 
EMENTA. (...) Revela-se essencial, para a exata aferição do 
respeito ao postulado da dupla incriminação, que os fatos 
atribuídos ao extraditando - não obstante a incoincidência 
de sua designação formal - revistam-se de tipicidade penal e 
sejam igualmente puníveis tanto pelo ordenamento jurídico 
domestico quanto pelo sistema de direito positivo do 
Estado requerente. (...). (STF Ext 669/EUA, 29/03/1996). 
EMENTA. (...). Indefiro pedido de extradição formulado em 
desfavor de nacional turco, acusado de integrar organização 
terrorista armada, haja vista a existência de obstáculos à 
concessão do pleito, dentro os quais a submissão a tribunal ou 
juízo de exceção. Diante de fatos notórios e notícias trazidas aos 
autos — tais como instabilidade política, demissões de juízes e 
prisões de opositores do governo do Estado requerente —, Há, 
no mínimo, justificada dúvida quanto às garantias de que o 
extraditando será efetivamente submetido a tribunal 
independente e imparcial, o que se imporia num quadro de 
normalidade institucional. (...). (STF Ext 1578/DF, rel. Min. 
Edson Fachin, julgamento em 6.8.2019.) 
LIII - ninguémserá processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
SÚMULA VINCULANTE 5. A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende 
a constituição. 
EMENTA. (...) A ausência de Advogado no interrogatório 
judicial do acusado não infirma a validade jurídica desse ato 
processual. O interrogatório judicial - que constitui ato 
pessoal do magistrado processante - não esta sujeito ao 
princípio do contraditório. Precedente: HC 68.929-9, rel. 
Min. CELSO DE MELLO. - A investigação policial, em razão de 
sua própria natureza, não se efetiva sob o crivo do 
contraditório, eis que e somente em juízo que se torna 
plenamente exigível o dever estatal de observância do 
postulado da bilateralidade dos atos processuais e da 
instrução criminal. A inaplicabilidade da garantia do 
contraditório ao inquérito policial tem sido reconhecida 
pela jurisprudência do STF. A prerrogativa inafastável da 
ampla defesa traduz elemento essencial e exclusivo da 
persecução penal em juízo. (...). (STF HC 69372/SP - Rel. 
Min. CELSO DE MELLO, 07-05-1993). 
EMENTA. (...) A estrita reverência aos princípios do 
contraditório e da ampla defesa só é exigida, como 
requisito essencial de validez, assim no processo 
administrativo disciplinar, como na sindicância especial que 
lhe faz as vezes como procedimento ordenado à aplicação 
daquelas duas penas mais brandas, que são a advertência e 
a suspensão por prazo não superior a trinta dias. Nunca, na 
sindicância que funcione apenas como investigação 
preliminar tendente a coligir, de maneira inquisitorial, 
elementos bastantes à imputação de falta ao servidor, em 
processo disciplinar subsequente. (STF MS 22.791. rel. 
Ministro Cezar Peluso, 13/11/2003). 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5650027
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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS 
| Profa. Malu Aragão 
 
 
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Gil 
EMENTA. (...) Ainda que não se empreste dignidade 
constitucional ao duplo grau de jurisdição, trata-se de 
garantia prevista na Convenção Interamericana de Direitos 
Humanos, cuja ratificação pelo Brasil deu-se em 1992, data 
posterior à promulgação Código de Processo Penal. VI - A 
incorporação posterior ao ordenamento brasileiro de regra 
prevista em tratado internacional tem o condão de 
modificar a legislação ordinária que lhe é anterior. VII - 
Ordem concedida. (STF HC 88.420/PR, 17.04.2007). 
EMENTA. Administrativo. Ensino superior. Cancelamento de 
matrícula sem observância do devido processo legal. 
Impossibilidade. (STF RE 781.794 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 
02.08.2016, 1ª Turma, DJ 19.08.2016). 
EMENTA. No curso do procedimento de impeachment, o 
acusado tem a prerrogativa de se manifestar, de um modo 
geral, após a acusação. Concretização da garantia 
constitucional do devido processo legal (due process of 
law). (STF ADPF 378 MC, rel p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 
16.12.2015, Plenário, DJ 08.03.2016). 
EMENTA. Por se tratar de negócio jurídico personalíssimo, o 
acordo de colaboração premiada não pode ser impugnado 
por coautores ou partícipes do colaborador na organização 
criminosa e nas infrações penais por ela praticadas, ainda 
que venham a ser expressamente nominados no respectivo 
instrumento no “relato da colaboração e seus possíveis 
resultados” (art. 6º, I, da Lei 12.850/2013). De todo modo, 
nos procedimentos em que figurarem como imputados, os 
coautores ou partícipes delatados – no exercício do 
contraditório – poderão confrontar, em juízo, as 
declarações do colaborador e as provas por ele indicadas, 
bem como impugnar, a qualquer tempo, as medidas 
restritivas de direitos fundamentais eventualmente 
adotadas em seu desfavor. (STF HC 127.483, rel. min. Dias 
Toffoli, j. 27.08.2015, Plenário, DJ 04.02.2016). 
EMENTA. (...) O princípio da proporcionalidade - que extrai 
a sua justificação dogmática de diversas cláusulas 
constitucionais, notadamente daquela que veicula a 
garantia do substantive due process of law - acha-se 
vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do Poder 
Público no exercício de suas funções, qualificando-se como 
parâmetro de aferição da própria constitucionalidade 
material dos atos estatais. (...). (STF ADI 1.407 MC/DF, 
24/11/2000). 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por 
meios ilícitos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...) Viola o princípio constitucional da presunção 
da inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição 
Federal, a exclusão de candidato de concurso público que 
responde a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado 
da sentença condenatória. (STF RE 559.135-AgR, 13-6-08). 
EMENTA: (...). É constitucional o art. 283 do CPP, no que 
condiciona o início do cumprimento da pena ao trânsito em 
julgado do título condenatório, tendo em vista o que disposto no 
art. 5º, LVII, da CF. De acordo com o referido preceito 
constitucional, ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória. A literalidade dessa 
norma constitucional não deixa margem a dúvidas: a culpa é 
pressuposto da sanção, e a constatação ocorre apenas com a 
preclusão maior. O dispositivo não abre campo a controvérsias 
semânticas. A CF consagrou a excepcionalidade da custódia no 
sistema penal brasileiro, sobretudo no tocante à supressão da 
liberdade anterior ao trânsito em julgado da decisão 
condenatória. (...). (STF ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, 
rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7.11.2019.) 
 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, 
se esta não for intentada no prazo legal; 
 Jurisprudência relacionada ao tema: 
EMENTA. (...) A admissibilidade da ação penal privada 
subsidiária da pública pressupõe, nos termos do art. art. 5º, 
LIX, da CF (...), a inércia do Ministério Público em adotar, no 
prazo legal (CPP, art. 46), uma das seguintes providências: 
oferecer a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito 
policial ou requisitar novas diligências. (STF HC 74.276, 3-9-
96). 
 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à 
família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, 
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança; 
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