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Compulsão Sexual Masculina UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CAMPUS CABO FRIO CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA GERAL PROF.LUIZ HENRIQUE DA SILVA LESSA JESSICA CRISTINA MARTINS DA CRUZ RAQUEL DA SILVA ROSAS ISABELLA MELO SANTOS DA SILVA 20181 10588720181 10732320181 104751 LUCAS BOTELHO DA SILVA 20181 101996 JÉSSICA BARBOSA CARVALHO 20181 105533 Justificativa O que é compulsão sexual Como alguém se torna compulsivo O ser homem Sexualidade antes do século XVIII Sexualidade do século XVIII em diante Masculino dicionário Desempenho sexual Impulso sexual Corpo e adolescência Indícios do problema Consequências Tratamento Bibliografia ÍNDICE ..................................................................... ................................................................... ...................................................................... .............................................. ....................................................... ......................................................... ......................................................... ................................................ ............................................... ................................................................ ............................ .................... ................................. 04 07 12 15 16 17 18 20 22 25 29 31 33 36...................................................................... JUSTIFICATIVA 04 18 O comentário ao lado tem sido emitido em tom de brincadeira, em contextos onde é proposto o debate a cerca da compulsão sexual. A banalização deste assunto ajuda a mascarar sua gravidade. Discutir a compulsão sexual no gênero masculino, principalmente em contexto heterossexual, será o objetivo deste trabalho. Se tiver que ser viciado em alguma coisa, que seja em sexo. 05 A estimativa é de que cerca de 5% a 6% da população tenha este transtorno.Sabe-se que o comportamento sexual compulsivo é mais comum em homens que em mulheres e a razão estimada é de três homens para cada uma mulher. No entanto, não há muitos estudos epidemiológicos conduzidos com metodologia adequada para obter dados conclusivos. 06 O QUE É COMPULSÃO SEXUAL? 07 Trata-se de um quadro psicopatológico no qual o sexo é buscado de forma desenfreada, com variadas atividades sexuais. O indivíduo não consegue parar apesar dos prejuízos consequentes. 08 É comum a pessoa com esse transtorno passar várias horas em aplicativos de encontros sexuais, excessivo consumo de pornografia, envolvimento com prostituição, pensamentos sexuais obsessivos entre masturbação contínua, assédio sexual, e outros. 09 O sujeito busca sua satisfação sexual, sem se importar com as consequências de curto ou longo prazo. A compulsão sexual revela grandes perigos para a vida familiar, profissional, econômica e para a dinâmica psíquica do individuo. 10 É comum encontrar nesses indivíduos algumas comorbidades como: abuso de substâncias, transtornos do humor, transtornos ansiosos e transtornos de personalidade. Quanto à história de vida e antecedentes familiares é encontrado abuso emocional na infância e frequentemente esses indivíduos vêm de famílias com instabilidade no relacionamento e/ou violência entre os pais. 11 COMO ALGUÉM SE TORNA COMPULSIVO 12 CIRCUITO DE RECOMPENSAS Se decidir por “isso” corresponde a obter a recompensa ‘agora’, existem estruturas cerebrais que levam o indivíduo para tomada daquela decisão. O circuito de recompensa é a parte do nosso cérebro que faz com que percebamos certos estímulos e situações como agradáveis ou recompensadoras. Essa sensação agradável se deve à liberação de uma substância chamada dopamina numa área do cérebro denominada Núcleo Accumbens. Essa quantidade de dopamina é superior ao que as atividades usuais produzem e é por isso que as pessoas percebem a atividade sexual como prazerosa. O comportamento compulsivo dessensibiliza o Núcleo Accumbens, o qual deixa de perceber a dopamina liberada nas nossas atividades usuais. Essa dessensibilização produz, pouco a pouco, uma diminuição do interesse pelas atividades que normalmente produzem a sensação de prazer. FOME = 13 O QUE ISSO QUER NOS DIZER? Nos seres humanos o circuito de recompensas desencadeia sensações de bem-estar e prazer e sua inativação leva à sensações opostas, como disforia e ansiedade. Na ausência do comportamento acontece uma hipo estimulação de várias regiões do cérebro e da via dopaminérgica, produzindo sintomas desagradáveis. É importante compreendermos a base biológica dos comportamentos compulsivos e reconhecer que a nossa cultura dispõe de formas e substâncias que ativam artificialmente essas regiões. Vale ressaltar que algumas compulsões possuem características semelhantes à dependência química. 14 HOMEM O SER 15 A sexualidade como entendemos hoje não fazia parte dos estudos e discussões acadêmico-científicas. Foucault (1986) ressalta que o próprio termo “sexualidade” é um termo que surgiu no século XIX, portanto, pertence às sociedades modernas e pós modernas. Sem possuir um vocabulário que desse conta da sexualidade de homens e mulheres, o que vai se estabelecer são normas da perspectiva naturalista sobre as diferenças sexuais. Na sociedade grega antiga, até a era vitoriana, a perfeição era representada pela anatomia masculina, definindo o homem como superior a mulher. sexualidade antes do Século XVII I 16 Na sociedade burguesa, os papéis sociais traziam delimitações claras. Até que a Revolução Francesa, posteriormente a Revolução Industrial e as consequentes guerras mundiais que se sucederam, trouxeram uma desordem no papel do homem. A reação a essa crise foi a ideia de uma masculinidade e virilidade hegemônica comum a todos os homens. Sob o medo da ameaça de feminilização e da homossexualidade, os homens investiram e construíram para si uma série de traços e comportamentos representativos da sua condição masculina, de forma que o descrevessem melhor, em contraste com o seu oposto, a mulher. Ainda hoje, na sociedade contemporânea, espera-se do homem uma postura dominante, assim como se espera que ele seja bem sucedido na vida pública. sexualidade do Século XVII I em diante 17 SEGUNDO 3 DICIONÁRI OS DIGITAIS O VOCÁBULO “MASCULINO” SIGNIFICA: Priberam Dicionário Que tem qualidades ou atributos considerados como pertencentes aos homens (ex: roupa masculina). Másculo, VaronilDicionário Google Que tem masculinidade, virilidade, força, intrepidez. Dicionário online de Português Varonil; enérgico MASCULINO 18 A transmissão do padrão de masculinidade ao longo dos anos não bastou para dar ao homem uma identidade sólida. Muitas vezes ainda é presente no aprendizado do menino a ordem “seja homem”, o que implica a compreensão de que, muitas vezes, a masculinidade não é tão evidente nem natural. O ser homem é um esforço que deve ser feito constantemente. Enquanto alguns homens ainda se agarram aos estereótipos do passado, outros demonstram claramente o “não lugar” e apontam para uma crise atual na identidade masculina. 19 DESEMPENHO SEXUAL 20 Na construção do sujeito está o aprendizado sobre o corpo, o desejo, o prazer, os relacionamentos, a masculinidade, a feminilidade; através de regras, modelos e padrões. Atualmente há mais “liberdade sexual”, principalmente pelo fato de que conteúdos sobre o sexo, corpo e erotismo permeiam o nosso cotidiano por meio da constante exposição nas mídias. Porém, falar tanto sobre o assunto não significa, necessariamente, ter uma compreensão mais ampla e abrangente da sexualidade. 21 IMPULSO SEXUAL 22 O desejo sexual masculino (como naturalmente impulsivo, forte, intenso e incontrolável) é uma falsa representação que precisa ser desconstruída. É importante ressaltar que esta compreensão é frequente no senso comum, onde se atribuí a meninas e mulheres a responsabilidade pelos cuidadoscom a prevenção, já que os parceiros teriam um impulso incontrolável. 23 Neste contexto social, onde a masculinidade é sinônimo de constante desejo sexual, observa-se por muitas vezes o incentivo para que homens (incluindo os adolescentes, principalmente) entrem em contato com materiais pornográficos, tais como fotos, imagens, vídeos e artefatos midiáticos que envolvam a exposição do corpo e da nudez. Estes materiais são compreendidos como “didáticos” para que eles demonstrem e atestem sua masculinidade, ressaltando a exposição do corpo feminino com o objetivo de despertar o desejo e a excitação masculina. P O R N O G R A F IA 24 CORPO E ADOLESCÊNCIA Em um levantamento realizado por Maia (2013), com uma amostra de 100 adolescentes entre 13 e 16 anos do ensino fundamental de uma escola pública do interior paulista, foram entrevistados 50 garotas e 50 garotos, sobre quais materiais eles utilizam para se informar sobre sexualidade, corpo, relacionamentos e adolescência. 25 Revistas femininas para adolescentes como Capricho e Todateen. MENINOSXMENINAS Revista masculina Playboy e os sites de conteúdo erótico e pornográfico. PRINCIPAIS MATERIAIS MENCIONADOS: 26 Desvalorização da mulher reduzindo-a ao corpo, apagando-a enquanto sujeito; Centralidade do prazer masculino de olhar, julgar e avaliar; Compreensão funcionalista e instrumental do prazer do outro; Naturalização da violência. As expectativas relacionadas ao papel social masculino aliadas à cultura de consumo sexual traz consigo consequências, dos quais vale a pena destacar: 27 Após essa breve análise histórico- cultural, pode-se dizer que os estereótipos masculinos tóxicos, aliados à objetificação dos corpos, à superficialidade das relações, à sexualização da cultura e à erotização precoce contribuem de forma significativa para o alto índice de compulsão sexual relacionada ao gênero masculino. 28 INDÍCIOS DO PROBLEMA 29 Distanciamento familiar, prejuízo no desempenho profissional ou nos estudos, alto consumo de pornografia ou uso da internet para sexo virtual ou real, prejuízo financeiro, doenças sexualmente transmissíveis, elevada troca de parcerias sexuais. 30 ALGUNS SINAIS CONSEQUÊNCIAS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 31 ABSTINÊNCIA: mal-estar físico e/ou psicológico, quando tentam diminuir ou evitar o sexo; começamos a nos ocupar do sexo quando deveríamos estar trabalhando ou com nossos entes queridos; Tolerância: Práticas sexuais cada vez mais intensas e frequentes para obterem a mesma satisfação que havia no início do quadro; Se ocupam por mais tempo e com maior intensidade com o sexo ou se masturbando; gastam muito tempo e energia buscando o sexo; começam a se ocupar do sexo quando deveriam estar trabalhando ou com amigos e familiares; Fracassam quando tentam controlar o comportamento sexual; continuam com o comportamento sexual mesmo percebendo que estão se prejudicando. 32 TRATAMENTO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 33 Fase da crise decisiva: a pessoa se compromete a mudar o que marca o começo da recuperação; a motivação, entretanto parece ser externa e negação prossegue. Fase de desenvolvimento: falta de organização, controle e não reconhecimento do problema. Fase do choque: atordoamento emocional, desorientação e esforço em corrigir os erros. Fase da reparação: desenvolvimento de novas habilidades e de novos laços, amplia o autoconhecimento e noção da doença. Fase da tristeza: surgem o entendimento e a aceitação da realidade sobre a adicção; recaídas podem ser frequentes. Fase de crescimento: reestruturação dos relacionamentos, obtenção de maior equilíbrio e intimidade; apresenta melhores cuidados consigo e com os outros. O processo de tratamento de adicções sexuais está dividido em seis fases, sendo elas: 34 Existem tratamentos baseados no acompanhamento em psicoterapia e a prescrição de medicamentos. Alguns antidepressivos auxiliam a retomada do controle sobre os impulsos sexuais. A psicoterapia é fundamental, a médio e longo prazo, para o paciente ampliar seus recursos psicológicos visando a melhora da sua autonomia e qualidade de vida. 35 36 AMBULATÓRIO DE IMPULSO SEXUAL EXCESSIVO E DE PREVENÇÃO AOS DESFECHOS NEGATIVOS ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO SEXUAL (AISEP). Compulsão Sexual. 19 de jun. de 2014. Página Inicial. Disponível em: <http://compulsaosexual.com.br/>. Acesso em: 03 de Abril de 2020. BIBLIOGRAFIA GIGLIOTTI, Analice; GUIMARÃES, Angela. Dependência, compulsão e impulsividade. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2007. MAIA, A. C. B; PESTANA, M. Problematizações sobre como as mulheres são representadas em revistas masculinas In: III Simpósio Internacional de Educação Sexual, 2013. Maringá: 2013. NADER, Maria Beatriz. A condição masculina na sociedade. Dimensões, n. 14, 2002. KLIER, Ney; WINOGRAD, Monah. O prazer e a dor na adicção sexual: vicissitudes do masoquismo. Psicol. USP, São Paulo, v. 30, e180123, 2019. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0103-65642019000100204&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 31 Mar. 2020. Epub Mar 25, 2019. 37 SILVA, Diocleide et al. O masculino em mutação: representações sociais da identidade do homem na sociedade atual. Akrópolis-Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, v. 15, n. 1, 2007. SILVA, Sergio Gomes da. Masculinidade na história: a construção cultural da diferença entre os sexos. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 20, n. 3, p. 8-15, Set. 2000 . Disponível em . Acesso em: 30 Mar. 2020. PADILHA NETTO, Ney Klier; CARDOSO, Marta Rezende. A adicção sexual nas fronteiras da perversão. Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo, v. 20, n. 4, p. 705-727, Oct. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142017000400705&lng=en&nrm=iso>. acesso em 31 Mar. 2020. OLIVEIRA JUNIOR, Waldemar Mendes de. 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