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APRESENTAÇÃO
A disciplina Políticas Públicas e Inclusão Social propõe a problematização e discussão crítica acerca das Políticas Públicas no Brasil, a partir da perspectiva da Participação Popular, abordando a inclusão social como ação política concreta para a transformação social.
A partir da discussão de conceitos fundamentais que embasam as políticas públicas, a disciplina possui como objetivo problematizar acerca dos atuais desafios dos setores sociais enfatizando o setor saúde como campo para implementação de políticas públicas em prol da inclusão social e redução das desigualdades.
INTRODUÇÃO
O atual cenário brasileiro tem evidenciado a importância do envolvimento da população no projeto político do país, trazendo para a discussão questões fundamentais para o exercício da cidadania e da implementação dos direitos sociais. 
Conhecer e se apropriar dos conceitos de estado, governo, sociedade civil, cidadania, direitos/ deveres, participação popular, política e poder, oferece subsídios para discussão e compreensão sobre as principais diferenças entre políticas sociais, políticas públicas, políticas de estado e políticas de governo, conceitos fundamentais na formação do profissional de saúde preparado para uma atuação crítica e cidadã.
Por meio da discussão da trajetória histórica de construção da atual Política Nacional de Saúde, abordaremos os conceitos fundamentais de uma política social implementada com a participação popular, tornando-se uma política pública voltada à inclusão social.
Para isso, se faz necessário discutir sobre os principais fatores de exclusão social e as potencialidades das políticas públicas no combate às desigualdades sociais por meio da promoção da saúde a partir da perspectiva dos determinantes e condicionantes da saúde, e conceitos de empoderamento, libertação, emancipação e participação popular.
Além da Política Nacional de Saúde, outras políticas nacionais serão aqui apresentadas e discutidas, com o objetivo de incitar a reflexão do educando sobre a problemática da inclusão social por meio de políticas nacionais.
UNIDADE I
1 ESTADO, GOVERNO, PODER E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Para reflexão... 
Fonte: Adaptado https://pixabay.com/pt/pensador-palavras-pensamentos-mente-3025789/ 
“A conscientização se dá na prática política, social, existencial com leitura e releitura crítica da realidade”.
Paulo Freire 
1.1 Estado
No século XI Nicolau Maquiavel, por meio da prestigiada obra “O Príncipe” difunde o termo “Estado” a partir da seguinte afirmativa:
"Todos os estados, todos os domínios que imperaram e imperam sobre os homens, foram e são ou repúblicas ou principados". 
Nicolau Maquiavel
Segundo Bobbio (2001), ao longo do tempo palavra “Estado” passou de um significado genérico de situação para um significado específico de condição de posse permanente e exclusiva de um território e de comando sobre os seus respectivos habitantes, substituindo os termos tradicionais com que fora designada até então a máxima organização de um grupo de indivíduos sobre um território em virtude de um poder de comando.
Atualmente, o termo “Estado” é empregado para a descrição de uma instituição organizada política, social e juridicamente, que ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição. É dirigido por um governo soberano, reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção. (CICCO, GONZAGA, 2011)
A expressão “sistema político” tem sido utilizada como substituto do termo “Estado”, pois a mesma não traz consigo os conceitos e valores que carregam o termo “Estado”, tais como pressupõe tanto os conservadores que a deificam, quanto revolucionários que a demonizam, a partir do emprego do termo por Maquiavel para descrever uma “instituição” com grande concentração de poder. (BOBBIO, 2001)
<Lembrete início> 
No texto, o termo “Estado” corresponde ao conceito de “Estado Nação”, considerada como entidade que tem governo e administração particulares e reconhecidos interna e externamente, não se tratando de cada uma das grandes divisões territoriais internas de uma Republica Federativa.
<Lembrete fim> 
1.2 Política e Poder
Etimologicamente, a origem da palavra “Política” deriva de politikós, do grego, e se refere àquilo que é da cidade, da pólis (na Grécia Antiga), da sociedade, ou seja, que é de interesse do homem enquanto cidadão. 
Na Grécia Antiga, por meio de sua obra “A Política” Aristóteles foi um dos pioneiros a tratar da política como uma prática intrínseca aos homens.
Ao longo do tempo, o termo política deixou de ter o sentido de adjetivo (aquilo que é da cidade, sociedade) e passou a ser um modo de “saber lidar” com as coisas da cidade, da sociedade. 
Política trata-se a uma atividade relativa à formação das decisões coletivas e a organização do poder coativo, sendo a esfera das ações que têm alguma referência à conquista e ao exercício do poder soberano em uma comunidade de indivíduos sobre um território.
Fazer política pode estar associado às ações de governo e de administração do Estado; e à forma como a sociedade civil se relaciona com o próprio Estado.
Uma “atividade ou conjunto de atividades que têm de algum modo, como termo de referência, a pólis, isto é, o Estado”. (BOBBIO, 2001)
A política enquanto prática humana conduz, consequentemente, a se pensar no conceito de poder. O fenômeno “poder” é o que promove o intercâmbio e a relação entre “Estado” e “Política”. Toda teoria política parte de uma definição ou de uma análise do fenômeno “poder”.
Se a teoria do Estado pode ser considerada como uma parte da teoria política, a teoria política pode ser por sua vez considerada como uma parte da teoria do poder. 
1.2.1 A teoria dos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário
O processo político é classicamente definido como "a formação, a distribuição e o exercício do poder". Nesse sentido, a teoria do Estado apoia-se sobre a teoria dos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário, e das relações entre eles. (BOBBIO, 2001)
O poder não pode ser mantido nas mãos de uma única pessoa ou instituição. Por essa razão foi necessário desenvolver formas de organização do poder político, evitando ainda atuações tiranas e a autoritárias. 
O grande idealizador da teoria dos três poderes foi Charles de Montesquieu (1689 – 1755) que baseado na obra de Aristóteles publicou a obra “O Espírito das Leis” que sugere a implementação da “teoria dos três poderes” para organização das instituições políticas, com o objetivo de solucionar as inconveniências do regime absolutista.
Montesquieu
https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/
Na abordagem de Montesquieu sobre a Teoria dos Três Poderes é evidenciado o necessário equilíbrio entre a autonomia de cada poder e o direito de intervenção nos demais poderes em caso de eventual situação de autoritarismo.
O Poder Executivo
O poder executivo é aquele formado pelo presidente, seu gabinete de ministros e seus secretários, os quais governam o povo e administram os interesses públicos levando em consideração o que é estabelecido pela Constituição. O presidente é eleito de maneira direta pelos cidadãos e tem um mandato de quatro anos, enquanto que os ministros e secretários são eleitos pessoalmente pelo presidente em questão. 
O Poder Legislativo 
O poder legislativo é aquele que tem como função elaborar normas de Direito e legislar as mais variadas esferas políticas e constitucionais do país, aprovando, rejeitando e fiscalizando as propostas feitas pelo poder executivo. Geralmente é constituído por parlamentos, congressos, câmaras e assembleias. No Brasil o poder legislativo é representado pelas Câmaras de Deputados (representam a população) e pelo Senado Federal (representantes dos estados). Nos níveis municipais e estaduais o poder legislativo é encaminhado através da Câmara de Vereadores e da Câmara de Deputados Estaduais. 
O Poder Judiciário 
O poder judiciário é aqueleque tem a capacidade de exercer julgamentos. Esses julgamentos se dão através das regras constitucionais e leis que advém do poder legislativo. É obrigação do poder judiciário julgar de maneira imparcial qualquer conflito que surja no país. No Brasil seus órgãos de funcionamento são o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais do Trabalho, os Tribunais Eleitorais, os Tribunais Militares e os Tribunais dos Estados.
1.2.2 O Poder Político
Poder estaria ligado à ideia de posse dos meios para se obter vantagem (ou para fazer valer a vontade) de um homem sobre outros. 
O poder político é o poder que um homem pode exercer sobre outros, a exemplo da relação entre governante e governados (povo, sociedade). Requer legitimação, que ocorre por vários motivos, como pela tradição (poder de pai, paternalista), despótico (autoritário, exercido por um rei, uma ditadura) ou aquele que é dado pelo consenso, sendo este último um modelo de governo esperado. 
O poder exercido pelo governante em uma democracia, por exemplo, dá-se pelo consenso do povo, da sociedade. 
No caso brasileiro, o poder do presidente é garantido por que existe um consenso da sociedade que o autoriza e, além disso, há uma Constituição Federal que formaliza e dá garantias a esse consenso.
O Poder político funda-se sobre a posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física (armas de todo tipo e grau): é o poder coativo no sentido mais estrito da palavra. Não é apenas o uso da força, mas sim seu monopólio, sua exclusividade, que tem o consentimento da sociedade organizada. Uma exclusividade de poder que pode ser exercida sobre um determinado grupo social, em determinado território.
“A finalidade ou fim da política não pode se resumir apenas em um aspecto, pois [...] os fins da política são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as circunstâncias”. 
Um fim mínimo à política (enquanto poder de força) é a manutenção da ordem pública e a defesa da integridade nacional. Essa finalidade é mínima para a realização de todos os outros fins do poder político. 
Porém, é importante se atentar para o fato de que o poder político não pode ter como finalidade o poder pelo poder, pois se assim fosse perderia o sentido. (BOBBIO, 2001)
1.3 Governo
O governo é uma estrutura elaborada para manutenção e administração do Estado. Nesse sentido, a sua existência depende do Estado, tal como o Estado para ser mantido de forma organizada, depende de um governo. 
É a organização necessária para o exercício do poder político do Estado. (FILOMENO, 1997)
Um governo é definido enquanto sua Forma, Sistema e Regime Político.
1.3.1 Forma de governo
Forma de governo refere-se à política base que define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. 
Maquiavel reconhece como formas de governo o que ele classificou como Principiados e Repúblicas, sendo os Principiados, onde o poder estaria nas mãos de apenas um governante, e República um governo estruturado para atender a vontade do coletivo. 
O essencial numa nação é que os conflitos originados em seu interior sejam controlados e regulados pelo Estado. Em função do modo pelo qual os bens são compartilhados, as sociedades concretas assumem diferentes formas. Assim, onde persista ou possa persistir uma relativa igualdade entre os cidadãos, o fundador de Estados deve estabelecer uma república. Ocorrendo o contrário, manda a prudência que seja constituído um principiado. Se não proceder assim, o governo formará um Estado desequilibrado e sem harmonia, que não poderá subsistir por muito tempo.
(Martin Claret Editores, 1986)
Podemos considerar duas formas de governo presentes nas sociedades contemporâneas, sendo:
- Monarquia Absolutista 
- Monarquia Não Absolutista (ou Constitucional)
- República 
Monarquia Absolutista
Na Monarquia Absolutista, o monarca exerce o poder de forma absoluta, não havendo limitações constitucionais ou divisões de poder. 
São exemplos atuais de Monarquia Absolutista os governos dos seguintes países:
- Arábia Saudita 
- Catar 
- Cidade do Vaticano
Monarquia Não Absolutista
Na Monarquia não absolutista, ou constitucional, o monarca divide o poder com membros de cortes estabelecidas, poderes judiciários e legislativos ou ministros. 
São exemplos atuais de Monarquias não absolutistas, onde os monarcas dividem o poder com ministros sujeitos a confiança parlamentar, os governos dos seguintes países:
- Austrália
- Bélgica
- Canadá
- Espanha
- Jamaica
- Japão
- Reino Unido
- Suécia
Também são exemplos atuais de Monarquias não absolutistas, onde os monarcas exercem o poder pessoalmente, mas nesses casos em confluência com outras instituições, os governos dos seguintes países:
- Butão 
- Emirados Árabes Unidos 
- Kuwait
- Marrocos
- Mónaco
República
Já na forma de governo Republicana, cabe ao povo a escolha dos governantes que administrarão o Estado. A participação da população na escolha dos governantes do Estado algumas vezes trata-se de um direito, outras vezes, um dever. 
São exemplos atuais de governos Republicanos, os seguintes países:
- Alemanha
- Argentina
- Brasil
- Chile
- Estados Unidos 
- Itália
- Portugal
1.3.2 Sistema de governo
Sistema de Governo refere-se à forma de divisão do poder no Estado. Os principais sistemas de governo são classificados em:
- Presidencialismo
- Parlamentarismo
- Semipresidencialismo
Presidencialismo
No sistema Presidencialista, o presidente exerce o papel de chefe de governo e de chefe de Estado. 
Parlamentarismo
No sistema Parlamentarista há dependência mútua entre os poderes Legislativo e Executivo. O parlamento é formado por um gabinete de ministros, responsável pela aprovação das decisões que cabem ao governo, bem como leis e normas. O chefe de Governo é o Primeiro Ministro, ou chanceler, que exerce a função de representatividade máxima do poder executivo e o chefe de Estado é o Presidente ou Rei, dependendo da forma de governo.
Semipresidencialismo 
No sistema Semipresencialista o primeiro ministro é o chefe de governo, responsável perante a legislatura do Estado e divide o poder executivo com o presidente.
1.3.3 Regime Político
O Regime Político é a forma como o Estado exerce o poder de governo sobre a sociedade.
Os principais regimes políticos já praticados ao longo da história foram:
- Autoritarismo 
- Democracia 
- Despotismo 
- Ditadura 
- Oligarquia 
- Plutocracia 
- Teocracia 
- Tirania 
- Totalitarismo  
<Saiba mais início>
Os filmes a seguir podem propiciar uma inter-relação com os conteúdos apresentados até aqui:
A onda. Dir. Dennis Gansel, 107 minutos, 2008.
Pra frente, Brasil. Dir. Roberto Farias, 105 minutos, 1982.
Eu, Claudius. Dir. Herbert Wise, 650 minutos, 1976. Série disponível em:<http://www.filmesepicos.com/2011/04/eu-claudio-1976.html#.WpLua-jwbIU>
<Saiba mais fim>
2 A ATUAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NA IMPLEMENTAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS E NO ALCANCE DA INCLUSÃO SOCIAL 
2.1 Sociedade Civil
É na sociedade civil onde nascem as demandas essenciais à criação das políticas públicas. São as mais diversas formas de organização social, são os grupos e comunidades organizados intencionalmente ou não, que por meio dos seus modos de vida apresentam ao governo as genuínas necessidades que subsidiam o estabelecimento dos direitos sociais e que fundamentalmente devem ser consideradas na criação de políticas públicas.
“O contraste entre sociedade civil e Estado põe-se como contraste entre quantidade e qualidade das demandas e capacidade das instituições de dar respostas adequadas e tempestivas”. (BOBBIO, 2001 p. 36) 
Sociedade civil é onde surgem e se desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos, religiosos, que as instituições estatais têm o dever de resolver ou através da mediação ou através da repressão. Sujeitos desses conflitos e, portanto da sociedade civil exatamente enquanto contraposta ao Estado são as classes sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos,as associações, as organizações que as representam ou se declaram seus representantes; ao lado das organizações de classe, os grupos de interesse, as associações de vários gêneros com fins sociais, e indiretamente políticos, os movimentos de emancipação de grupos étnicos, de defesa dos direitos civis, de libertação da mulher, os movimentos de jovens etc. (BOBBIO, 2001 p. 35-36)
Em períodos de crise, é na sociedade civil que poderes legítimos perdem a sua força, onde surgem novos poderes que se tornam legítimos por ser oriundos da própria sociedade civil. É nesse sentido que a solução de crises que ameaçam a sobrevivência de um sistema político deve ser procurada, antes de tudo, na sociedade civil. Nesse sentido, consideremos a opinião pública como uma representação fundamental da sociedade civil, concretizada por meio da mídia, canais de transmissão, como rádio e televisão, redes sociais etc. A expressão dos movimentos sociais e a opinião da população só concretiza-se como opinião pública quanto é efetiva e amplamente comunicada, transmitida ao público. (BOBBIO, 2001 p.37) 
2.2 Direitos do Cidadão
A Constituição de 1988 surgiu a partir de intenso processo de mobilização e participação da sociedade civil e representa uma verdadeira conquista para os cidadãos brasileiros. Entretanto, sabe-se que a maioria dos direitos por ela garantidos ainda não foram realizados na prática.
Imagem: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/302754/constituicao-federal-de-1988>
Isso se deve, em parte, à falta de conhecimento da população acerca de seus direitos. É buscando retomar essas lutas do passado e socializar o conhecimento acerca dos direitos estabelecidos na Constituição que precisamos (re)discutir Políticas Públicas.
E assim é, pois numa sociedade plural e democrática todos os cidadãos estão habilitados a atuar e a entender de direitos. Quer dizer, o saber sobre os direitos não pode ficar restrito aos advogados, mas, ao contrário, deve ser difundido por toda a sociedade, em especial, pelo movimento popular.
<Lembrete início>
Para ser cidadão e, portanto, participar da democracia, é necessário conhecer os seus direitos.
<Lembrete final>
Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população.
2.3 Direito à Saúde 
A saúde é um direito social reconhecido constitucionalmente o que caracteriza um importante campo de discussão.
O reconhecimento da saúde como um direito social na Constituição Federal de 1988, fruto de um longo processo histórico de avanços e retrocessos na conquista da cidadania, não constituiu o final desse processo, mas uma importante etapa (VIANA e SILVA, 2012 p.1).
A 8ª Conferência Nacional de Saúde de 1986, que constituiu um processo democrático e de efetiva participação popular, entre outros estímulos de avanço ao setor saúde, definiu o Estado como responsável pela garantia do direito à saúde, sob a perspectiva social e inclusiva, para todos os habitantes do território nacional (RELATÓRIO FINAL DA 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1986). 
Imagem: http://www.conass.org.br/consensus/conferencia-nacional-de-saude-e-preciso-mudar/
O direito à saúde é garantido por meio do texto constitucional e da Política Nacional de Saúde (PNS) brasileira (BRASIL, 1988, 1990).
É importante destacar que a 8ª Conferência Nacional de Saúde apresentou um novo conceito de saúde, que será aqui discutido oportunamente, mas sob a perspectiva do direito cabe observar a sua abrangência, além dos objetivos da assistência e prevenção. No entanto, o conceito de saúde como ausência de doenças ainda se faz presente, conforme verificou-se na apresentação do próximo tema.
DALLARI (2008) destaca que o direito à saúde foi incorporado ao texto constitucional apenas em 1988, fruto de grande participação popular, consolidada na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Nesse sentido, torna-se muito importante que haja uma participação popular e controle social constante na delimitação do direito à saúde, pois na realidade esse direito vem sendo consolidado em conformidade com as exigências constitucionais, porém de forma bastante incipiente.
Mudanças sociais não resultam apenas da criação constitucional dos mecanismos que as possibilitem, mas, principalmente, do uso de tais instrumentos. Nesse sentido, a capacitação das organizações sociais para o exercício legal e competente das suas funções de advogados da Saúde Pública, juntamente com o efetivo envolvimento do Ministério Público na luta pelo respeito aos direitos assegurados na Constituição, é fundamental para a condução da democracia e instauração efetiva do estado Democrático de Direito no Brasil (DALLARI, 2013).
<Saiba mais início>
Relatório Final da 8ª Conferência Nacional de Saúde, 1986
http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/relatorios/relatorio_8.pdf
Constituição Federal de 1988
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
<Saiba mais fim>
2.4 Cidadania
Cidadania pode ser traduzida em um conjunto de direitos atribuídos ao indivíduo frente ao Estado nacional. Uma forma de mediação entre Estado e sociedade. (FLEURY, 1994)
A distinção entre Estado e sociedade civil diz respeito à separação que se processa entre a esfera do poder político e a esfera produtiva onde vigoram os interesses econômicos particulares, encontrando-se na polarização público/privado a expressão deste fenômeno.
Nesse sentido, surgem os conceitos “ação burguesa” e “ação cidadã”.
Uma “ação burguesa” tem como foco exclusivamente interesses privados.
Chamamos de “ação cidadã” quando as pessoas privadas se reúnem em um público para atender ao interesse da sociedade.
2.5 Participação Popular
Participação Popular corresponde a uma “intervenção quotidiana e consciente de cidadãos (individualmente ou organizados em grupos ou associações) com vistas à elaboração, à implementação ou à fiscalização das atividades do poder público”. (DIAS, 2007)
Imagem: http://www.mobilizadores.org.br/noticias/aprovado-plano-de-trabalho-para-fiscalizar-participacao-popular-no-ppa/
Dentro do tema Cidadania e Saúde, a questão da participação popular não pode ser negligenciada, pois se constitui em direito garantido no texto constitucional, compondo uma das principais diretrizes do atual sistema de saúde. (BOSSI, 1994)
São instrumentos de participação popular garantidos pela Constituição Federal de 1988: plebiscito, referendo, iniciativa popular de leis, cooperação das associações representativas no planejamento municipal, exibição anual das contas municipais, reclamação relativa à prestação de serviços públicos, denúncia aos tribunais de Contas, provocação do inquérito civil e os conselhos gestores de políticas sociais. 
A formalização na Constituição Federal não garante a efetividade dos instrumentos de efetiva participação popular. Ainda é necessário regulamentar para institucionalizar os mecanismos de participação.
Participação popular é um processo político concreto que se reproduz na dinâmica da sociedade, mediante a intervenção quotidiana e consciente de cidadãos individualmente considerados ou organizados em grupos ou em associações, com vistas à elaboração, à implementação ou à fiscalização das atividades do poder público.
Diante do exposto, podemos entender que não basta somente mudar o poder institucional se não tivermos uma sociedade civil preparada para tal mudança. Não serão a forma de Estado e o sistema de governo que permitirão a mudança, mas sim a criação de condições sociais e econômicas e o estabelecimento de canais de comunicação e participação, de uma população informada, que permitirão a mudança constante e a evolução permanente do processo democrático juntamente com as transformações do ser humano. (MAGALHÃES, 1999)
3 Políticas de Estado, Políticas de Governo,Políticas Públicas e Políticas Sociais
Políticas são documentos oficiais com diretrizes elaboradas para o auxílio do governo no exercício do poder político. Devem atender aos preceitos constitucionais em benefício da garantia do acesso aos direitos sociais e alcance de metas governamentais e garantia do interesse público. Para terem efeito jurídico, as políticas devem ser reconhecidas pelo direito. Podem ser publicadas por meio de Leis, Decretos, Portarias, Emenda Constitucional, Ato Administrativo, Planos e Programas de Governo. 
O fato de não haver um padrão de norma jurídica para exteriorização de uma política muitas vezes causa anseio na sociedade, pois torna-se difícil acompanhar a implementação de ações que garantem o acesso aos direitos sociais e o interesse público. O mais comum é a publicação de uma política por meio de uma lei que apresenta planos, instrumentalizando a implementação do acesso aos direitos sociais. 
É importante considerar que uma vez publicada/ implementada uma política pública, surge concretamente aos interessados os direitos até então abstratos, previstos no programa governamental. 
3.1 Políticas de Estado
Políticas de Estado são políticas que geralmente envolvem prazos maiores e metas mais amplas. Não devem ser elaboradas com base em agendas político partidárias. Devem ser amplamente discutidas, elaboradas e publicadas após a análise de diversas instâncias do poder público.
Políticas de Estado são criadas a partir de estudos técnicos, com analise de impacto, efeitos econômicos ou orçamentários. São analisadas por várias instâncias, como o Parlamento. Tal burocracia se justifica pois Políticas de Estado incidem em setores mais amplos da sociedade e muitas ocasionam mudanças em normas vigentes.
3.2 Políticas de Governo
Políticas de governo são aquelas que o Executivo decide num processo bem mais elementar de formulação e implementação de determinadas medidas para responder às demandas colocadas na própria agenda política interna.
3.3 Políticas Públicas
As políticas públicas são mediadoras da relação entre o estado e a Sociedade. (FLEURY, 1994)
Políticas públicas são ações governamentais que interferem na vida dos cidadãos visando à melhoria de vida de toda a coletividade e a garantia do interesse público. 
É necessário manter a diferenciação entre Política Pública e política partidária. A Política Pública constitui um termo de significado mais amplo, compreendida a ideia de política como atividade de conhecimento, organização do poder e de instrumento de ação de governos.
Podemos dizer que as políticas públicas servem de orientação para a ação dos indivíduos, de organizações e do próprio Estado, implicando em fixação de metas, de diretrizes ou de planos governamentais.
Normalmente fixam metas de melhorias no âmbito econômico, político ou social.
Uma política pública é eficiente quando há grande possibilidade de efetividade e quando há articulação entre os poderes e agentes públicos envolvidos, bem como quando o seu objeto for bastante conhecido pelo Poder Público. 
Tais necessidades são percebidas facilmente quando nos deparamos com os direitos sociais, os quais exigem grande esforço do Estado para efetivá-los.
As políticas devem ser reconhecidas pelo direito para terem efeito jurídico. 
Uma política pública pode ser instituída por lei, decreto, emenda constitucional, por ato administrativo, planos ou por programas, não havendo um padrão jurídico para a sua exteriorização.
Essa falta de padrão causa anseio na sociedade visto que se torna mais complexo perceber a vinculatividade de tais políticas. 
A forma de exteriorização mais comum de uma política é através de planos que são materializados através de lei, estabelecendo esta os objetivos da política, os instrumentos de sua realização e condições de implementação.
Importante consequência da implementação de uma política pública é que tal fato faz surgir aos interessados a titularidade de direitos previstos no programa governamental, os quais, antes, eram apenas direitos abstratos. (DALLARI, 2002)
“Políticas públicas” são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis,
programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos.
As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e implantação e, sobretudo, em seus resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo a distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos processos de decisão, a repartição de custos e benefícios sociais.
Como o poder é uma relação social que envolve vários atores com projetos e interesses diferenciados e até contraditórios, há necessidade de mediações sociais e institucionais, para que se possa obter um mínimo de consenso e, assim, as políticas públicas possam ser legitimadas e obter eficácia.
Elaborar uma política pública significa definir quem decide o quê, quando, com que consequências e para quem. São definições relacionadas com a natureza do regime político em que se vive, com o grau de organização da sociedade civil e com a cultura política vigente. 
Nesse sentido, cabe distinguir “Políticas Públicas” de “Políticas Governamentais”. Nem sempre “políticas governamentais” são públicas, embora sejam estatais. Para serem “públicas”, é preciso considerar a quem se destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é submetido ao debate público.
Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população.
Para que uma política seja “pública” é necessário não apenas que ela tenha por objetivo o bem comum de todos, da população, mas, também, que o seu processo de elaboração seja submetido a debate e considerações daqueles que serão beneficiados.
Assim, podemos distinguir políticas governamentais (aquelas feitas unicamente pelos técnicos e burocratas do Estado) de políticas públicas (aquelas elaboradas a partir de um amplo processo de discussão e diálogo com a população). Tal processo de diálogo, quer dizer, de participação popular, é fundamental, já que as políticas públicas se realizam num campo extremamente contraditório, onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre público e privado são de difícil demarcação.
As políticas públicas são compreendidas por HÖFLING (2001) como as de responsabilidade do Estado – quanto à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolve órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada.
3.4 Políticas Sociais
As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais.
São ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais visando à diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. (HÖFLING, 2001)
A principais áreas de intervenção das políticas sociais: Alimentação, saúde, educação, trabalho e emprego, saneamento e habitação, previdência, transporte de massa, assistência social, organização agrária, cultura e desporto, direitos e cidadania.
<Observação início>
Uma Política Social pode ser considerada uma Política Pública quando o seu processo de construção contou com a participação popular. 
<Observação fim>
4 POLÍTICAS NACIONAIS 
Como já discutido anteriormente,para caracterizar uma política como política pública é necessário considerar como se deu o seu processo de construção, se o mesmo evolveu instâncias populares e se a mesma está voltada para a garantia do interesse público. 
Muitas políticas nacionais vigentes não necessariamente cumpriram tais requisitos e embora estejam implementadas e em plena vigência, não podem ser consideradas políticas genuinamente públicas, o que muitas vezes gera situações de ingovernabilidade, pois uma política elaborada sem a participação da população dificilmente atenderá às necessidades da mesma. 
Dentre as principais políticas nacionais vigentes destacamos algumas relacionadas às áreas da saúde, educação, assistência social e meio ambiente:
. Política Nacional de Saúde
. Política Nacional de Promoção da Saúde
. Política Nacional de Atenção Básica
. Política Nacional de Humanização no Sistema Único de Saúde – SUS
. Política Nacional de Enfrentamento da AIDS 
. Política Nacional de Saúde Integral LGBT
. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
. Política Nacional do Idoso
. Política Nacional de Meio Ambiente
. Política Nacional de Educação Ambiental
. Política Nacional de Resíduos Sólidos
. Politica Nacional de Assistência Social
. Política Nacional para Inclusão da População em Situação de Rua
. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
. Políticas Nacionais de Direitos Humanos
A Política Nacional de Saúde, bem como as Políticas Nacionais de Atenção Básica e a de Promoção da Saúde serão amplamente discutidas ao longo das unidades 1 e 2.
4.1 A Política Nacional de Saúde como modelo de Política Pública vigente 
Inspirado na Reforma Sanitária Italiana, em meados da década de 70, começam a surgir no Brasil movimentos sociais que clamavam por um sistema de saúde pública para todos.
Tais movimentos eram organizados e contavam com a participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia e organizações populares e sindicais.
O objetivo era a construção de política de saúde efetivamente democrática e para isso seria necessária uma reforma geral no setor saúde.
Os diversos movimentos sociais, manifestações e encontros populares que lutaram pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços originou o que ficou como “Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira”. 
Em 1986 nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, tal expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. 
A Reforma Sanitária nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e foi estruturada nas universidades, no movimento sindical e em experiências regionais de organização de serviços. 
Sua consolidação na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, contou, pela primeira vez, com mais de cinco mil representantes de todos os segmentos da sociedade civil – até então a maior participação popular da história dos movimentos sociais organizados - que discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. 
Sobre as Conferências Nacionais de Saúde...
Ocorrem desde 1941 e objetivam discutir e traçar estratégias referentes às principais demandas do campo da saúde no Brasil.
Até o ano de 2018 foram 15 Conferências Nacionais, sendo a última ocorrida no ano de 2015. Confira a seguir o ano e os temas das Conferências Nacionais de Saúde.
1ª CNS 1941 Situação sanitária e assistencial dos estados.
Temas: 
1. Organização sanitária estadual e municipal; 
2. Ampliação e sistematização das campanhas nacionais contra a hanseníase e a tuberculose; 
3. Determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento; 4. Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção à maternidade, à infância e à adolescência.
O relatório final da 1ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em: http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_1.pdf
2ª CNS 1950 Legislação referente à higiene e segurança do trabalho.
3ª CNS 1963 Descentralização na área de saúde.
Temas:
1. Situação sanitária da população brasileira; 
2. Distribuição e coordenação das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e municipal; 
3. Municipalização dos serviços de saúde. 
4. Fixação de um plano nacional de saúde.
O relatório final da 3ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em: http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_3.pdf
4ª CNS 1967 Recursos humanos para as atividades em saúde.
O Anais da 4ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anais_4_conferencia_nacional_saude.pdf
5ª CNS 1975 
Temas:
1. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; 
2. Programa de saúde materno-infantil; 
3. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; 
4. Programa de controle das grandes endemias e 
5. Programa de extensão das ações de saúde às populações rurais.
O relatório final da 5ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_5.pdf
6ª CNS 1977 
Temas:
1. Situação atual do controle das grandes endemias; 
2. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos, aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; 
3. Interiorização dos serviços de saúde e 
4. Política Nacional de Saúde.
O relatório final da 6ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_6.pdf
7ª CNS 1980 Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos.
O Anais da 7ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_7.pdf
8ª CNS 1986 
Temas:
1. Saúde como Direito; 
2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e 
3. Financiamento Setorial.
O relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf
9ª CNS 1992 Municipalização é o caminho.
Temas: 
1. Sociedade, governo e saúde; 
2. Implantações do SUS; 
3. Controle social; 
4. Outras deliberações e recomendações.
O relatório final da 9ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_9.pdf
10ª CNS 1996 
Temas:
1. Saúde, cidadania e políticas públicas; 
2. Gestão e organização dos serviços de saúde; 
3. Controle social na saúde; 
4. Financiamento da saúde; 
5. Recursos humanos para a saúde e 
6. Atenção integral à saúde.
O relatório final da 10ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_10.pdf
11ª CNS 2000 Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social.
Temas:
1. Controle social; 
2. Financiamento da atenção à saúde no Brasil; 
3. Modelo assistencial e de gestão para garantir acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde, com controle social.
O relatório final da 11ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_11.pdf
12ª CNS 2003 Saúde um direito de todo e um dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos.
Eixos temáticos: 
1. Direito à saúde; 
2. A Seguridade Social e a saúde; 
3. A intersetorialidade das ações de saúde;
4. As três esferas de governo e a construção do SUS; 
5. A organização da atenção à saúde; 
6. Controle social e gestão participativa; 
7. O trabalho na saúde; 
8. Ciência e tecnologia e a saúde; 
9. O financiamento da saúde; 
10. Comunicação e informação em saúde.
O relatório final da 12ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_12.pdf
Acesse também o Consolidado das Conferências Estaduais de Saúde, disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/CES_consolidado.pdf
13ª CNS 2007 Saúde e qualidade de vida: Política de estado e desenvolvimento.
Eixos temáticos:1. Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no Século XXI: Estado, sociedade e padrões de desenvolvimento; 
2. Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o pacto pela saúde; 
3. A participação da sociedade na efetivação do direito humano à saúde.
O relatório final da 13ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/13cns_M.pdf
Conheça também a página da 13ª Conferência Nacional de Saúde, disponível em: http://conselho.saude.gov.br/web_13confere/index.html
14ª CNS 2011 Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro.
O relatório final da 14ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/14cns/docs/Relatorio_final.pdf
15ª CNS 2015 Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro.
O relatório final da 15ª Conferência Nacional de Saúde está disponível em:
... aguardando publicação 
Contudo, a 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um grande marco do Movimento Sanitário (Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira), pois definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e resultou na inclusão da saúde na Constituição Federal como um direito do cidadão e um dever do Estado.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde teve como princípios:
· A discussão e o estabelecimento de um conceito ampliado da saúde;
· O reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; e
· A defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde.
<Saiba mais início>
Para conhecer o processo histórico e de construção da Política Nacional de Saúde, assista ao Documentário:
Políticas Públicas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde.
Uma produção do Ministério da Saúde, disponível em:
http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/estudos-comunicacao-saude/politicas-de-saude-no-brasil-um-seculo-de-luta-pelo-direito-saude-videos
<Saiba mais fim>
A elaboração de um conceito ampliado de saúde foi fundamental para a criação de uma política de saúde e de estratégias que atendam às reais necessidades de saúde da população brasileira, uma vez que o conceito até então utilizado, embora considerado abrangente, não deixava claro tais necessidades, não favorecendo a elaboração de estratégias e ações. 
Conforme lembra SCLIAR (2007) o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural, dependerá da época, lugar, classe social, valores individuais, concepções científicas, religiosas, filosóficas. O que representa saúde, assim como o que representa a doença, varia de pessoa para pessoa. 
Para DONATO e ROSEMBURG (2003) dentre as diferentes formas de organização social, existem maneiras diversas de se compreender o que seja saúde ou um estado saudável.
No entanto, dada a conjuntura dos fatos, em determinado momento da história da humanidade, mais precisamente na década de 1940, julgou-se necessário haver um consenso entre as nações sobre o conceito de saúde, o que seria possível de obter somente por meio de um organismo internacional, no caso a Organização Mundial da Saúde - OMS. 
Desde então, esse conceito tem sido aprimorado conforme as interpretações dos resultados das experiências obtidas no campo da saúde, em especial no campo da saúde pública, dando origem não necessariamente a novos conceitos de saúde, mas principalmente a novos meios de viabilizar as ideias e de se promover a saúde, a partir da compreensão dos fatores que a determinam.
Antes da 8ª Conferência Nacional de Saúde o conceito de saúde utilizado no Brasil para a elaboração de políticas, estratégias e ações em saúde era o conceito da Organização Mundial de Saúde de 1948, sendo: “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”.
Embora a definição de saúde publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948 seja considerada irreal, ultrapassada e unilateral, conforme afirmam SEGRE e FERRAZ (1997) é inegável a sua contribuição no que tange a um primeiro movimento de ampliação do conceito de saúde na esfera popular. A saúde, até então definida apenas como a ausência de doença, passou a ser compreendida como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Segundo as conclusões da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em seu sentido mais abrangente, “a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”. Sendo este o conceito de saúde, desde então, utilizado nacionalmente para a elaboração de políticas, estratégias e ações em saúde.
Em 1988, com a publicação da nova Constituição Federal a saúde ganhou garantias como um direito social, sendo um direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e econômicas, tal como consta no texto constitucional:
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.                              (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:                             (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
 I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);                           (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;                (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.                         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:                       (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)           Regulamento
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;                      (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;          (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;          (Incluído pela EmendaConstitucional nº 29, de 2000)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.                                (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.                            (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)               Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.                             (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Dessa forma, foi imprescindível a publicação de uma política nacional que regulamentasse e instrumentalizasse o acesso à saúde pública no Brasil, conforme diretrizes oriundas do relatório da 8ª Conferência Nacional de Saúde e da Constituição Federal de 1988.
E assim, em setembro de 1990 foi promulgada a Política Nacional de Saúde por meio das Leis nºs 8.080 e 8.142 que regulamentaram o Sistema Único de Saúde – SUS.
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=sus&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj054XAusTZAhUDw1kKHfdwA2gQ_AUICygC&biw=1366&bih=662#imgrc=vBGpINQB7aQtlM:
Nesse sentido, considerando o processo de construção das diretrizes que deram origem à Política Nacional de Saúde, a mesma é considerada uma Política Pública, pois foi elaborada com a participação da população para atender à população.
4.1.2 Política Nacional de Saúde (PNS)
A seguir a Política Nacional de Saúde (PNS) por meio das Leis 8.080 de 1990 e 8.142 de 1990, que regulamentam o Sistema Nacional de Saúde (SUS):
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3o  Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.         (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
CAPÍTULO I
Dos Objetivos e Atribuições
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.           (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
Art. 14-A.  As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).         (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Parágrafoúnico.  A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:         (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;           (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados;        (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.        (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 14-B.  O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento.        (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 1o  O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União.           (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 2o  Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.          (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
CAPÍTULO IV
Da Competência e das Atribuições
Seção I
Das Atribuições Comuns
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial.
Seção II
Da Competência
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.        (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.
Art. 17. À direçãoestadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.
CAPÍTULO V
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.        (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio.       (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.        (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.         (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.          (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.        (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.       (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

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