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Diarreia: Definição, Diagnóstico e Tratamento

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DIARREIA 
Def: É a eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, fenômeno que geralmente vem acompanhado de 
aumento do nº de evacuações diárias (>3x/dia) e aumento da passa fecal (>200g/dia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIARREIA 
AGUDA 
Até 14 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO 
 INFL. 
Em geral é moderada, mas pode provocar grandes perdas de volume. Se trata de uma 
diarreia secretora, com fezes aquosas, de grande volume e sem sangue. Pode estar 
associada a náuseas e vômitos. As cólicas, quando presentes, são discretas, precedendo 
as exonerações intestinais. O abdome normalmente exibe dor leve difusa à palpação e 
os ruídos hidroaéreos estão frequentemente aumentados. 
 
INFL. 
Manifesta-se por diarreia, em geral de pequeno volume, com muco, pus ou sangue, 
febre, dor abdominal predominante em QIE, tenesmo, dor retal. Pode apresentar-se 
como diarreia aquosa no início da evolução e, mais tarde, se converter em típica diarreia 
inflamatória. 
 
 
COMPL. 
Além de definir o padrão da diarreia, deve-se avaliar possíveis complicações, 
especialmente a desidratação (boca seca e sede, diurese concentrada, oligúria, pele e 
mucosas desidratadas e hipotensão postural com taquicardia demonstram desidratação 
e sua gravidade). Presença de febre alta, taquipneia, vasodilatação periférica com 
hipotensão e pulsos rápidos e finos são sinais de alerta! 
 
 
DIAG. 
Na maioria dos casos, a avaliação clínica é suficiente. Exames para o diagnóstico 
etiológico das diarreias agudas devem ser solicitados em situações específicas que 
implicam maior gravidade/em casos de diarreia inflamatória. Os exames iniciais são 
EAF (elementos anormais nas fezes), coprocultura, pesquisa de toxina do C. difficile e 
testes parasitológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TTO 
 
A imunidade do hospedeiro, na maioria das vezes, é capaz de eliminar infecção GI, sem 
necessidade de terapêutica específica. Assim, o objetivo terapêutico está relacionado 
com a reposição das perdas hidreletrolíticas. 
- Reidratação: oral (soro de reidratação oral da OMS ou Pedyalite) ou intravenosa p/ 
casos graves (Ringer Lactato); isotônicos (Gatorade) podem ser utilizados em pcts sem 
sinais de desidratação, como prevenção. 
- Dieta: o paciente deve continuar se alimentando, evitando temporariamente cafeína, 
lactose e frituras e alimentos gordurosos. Refeições “leves/de fácil digestão” devem ser 
encorajadas, como sopas, chás, bolacha água e sal, torradas, arroz e frutas. Em lactentes 
o aleitamento materno não deve ser interrompido. 
- Antidiarreicos*: seu emprego só pode ser cogitado em quadros de diarreia aguda não 
inflamatória; Subsalicilato de Bismuto (bactericida, antissecretor e estimula a 
reabsorção de sódio e água); Loperamida (diminui a motilidade intestinal, aumentando 
o tempo de contato para absorção de água e eletrólitos); Racecadotril (antissecretor). 
- Antimicrobianos*: algumas situações específicas apresentam indicações de uso de 
ATB empírico no tto das diarreias agudas. Nesses casos as drogas de escolha são as 
fluoroquinolonas (ciprofloxacina ou levofloxacina). 
- Probióticos: acredita-se que eles possam ajudar a restabelecer a microbiota normal do 
intestino; Saccharomyces boulardii (Floratil) e Lactobacillus GG (Culturelle). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIARREIA 
CRÔNICA 
A partir de 
30 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATO 
- Diarreia osmótica: deficiência de lactase (intolerância a lactose), uso de laxativos a 
base de magnésio, fosfato ou sulfato, ingestão de quantidades expressivas de sorbitol, 
uso de lactulose ou manitol oral. 
- Diarreia secretória: Síndrome de Werner- Morrison (VIPoma), síndrome carcinoide, 
carcinoma medular de tireoide. 
- Diarreia disabsortiva com esteatorreia. 
- Diarreia inflamatória: amebíase, DII, alergia a proteína do leite. 
- Diarreia funcional: síndrome do intestino irritável (pct costuma apresentar redução na 
consistência das fezes e aumento da frequência de evacuação diária; não ocorre no 
período noturno; a maioria alterna diarreia com constipação e apresenta episódios 
frequentes de cólica abdominal), diarreia diabética (é exacerbada no período noturno). 
 
 
 
DIAG. 
Devem ser solicitados: hemograma e bioquímica plasmática, exame de fezes completo 
c/ parasitológico, EAF e gordura fecal. A dosagem dos eletrólitos fecais (cálculo do gap 
osmolar fecal) e a determinação do pH fecal podem ser úteis. Nos imunodeprimidos, 
pesquisar agentes oportunistas. Retossigmoidoscopia ou colono são indicadas p/ 
pacientes com suspeita de DII ou neoplasia intestinal. Dosar anti-TGT IgA para triagem 
de doença celíaca, se positivo, realizar biopsia duodenojejunal por endoscopia digestiva 
alta. A SII é um diagnóstico de exclusão, com critérios clínicos bem definidos. 
 
 
TTO 
Deve ser feito de acordo com a causa definida. Para pcts em investigação diagnóstica, 
deve ser prescrita dieta pobre em resíduos, restrição de leite e derivados e utiliza-se 
medicamentos sintomáticos para a diarreia. 
- Clonidina (agonista alfa-adrenérgico): utilizada na diarreia dos diabéticos. 
- Octreotídeo (inibidor da liberação de gastrina, VIP e 5-TH): tratamento da diarreia em 
síndrome carcinoide, ZES, aidéticos, diabéticos e diarreia aquosa idiopática. 
FISIOPATOLOGIA DAS DIARREIAS 
SECRETÓRIA 
Resulta da hipersecreção de água e eletrólitos pelo enterócito devido a ação de enterotoxinas. 
Geralmente é decorrente de um processo infeccioso. 
 
OSMÓTICA 
Resulta do aumento da quantidade de soluto dentro da luz intestinal devido a distúrbios da 
digestão presentes na deficiência de dissacaridases (p. ex. deficiência de lactase). O conteúdo 
fecal hiperosmolar determina a passagem de líquidos parietais para o lúmen intestinal e, 
consequentemente, a diarreia. 
 
 
MOTORA 
Ocorre devido a alteração do tempo de exposição entre o conteúdo digestivo e a superfície 
intestinal: aumento do peristaltismo (p. ex. hipertireoidismo), diminuição da área absortiva (p. 
ex. cirurgias) ou diminuição do peristaltismo → propicia o supercrescimento bacteriano com 
desconjugação dos ácidos biliares, havendo diminuição das micelas e consequentemente, 
esteatorreia e diminuição da atv. das dissacaridases (p. ex. diabéticos). 
EXSUDATIVA/ 
INFLAMATÓRIA 
Decorre de lesões da mucosa (destruição do epitélio absortivo) causadas por processos 
inflamatórios ou infiltrativos, que podem levam a perdas de sangue, muco e pus nas fezes. É 
encontrada em doenças inflamatórias intestinas e neoplasias. 
 
DISABSORTIVA 
Resulta de deficiências digestiva e lesões parietais do intestino delgado que impedem a correta 
digestão ou absorção. Esse processo pode causar diarreia com esteatorreia e resíduos alimentares. 
P. ex. devido a deficiência enzimática de um paciente com pancreatite crônica.

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