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ISIS VICTÓRIA CARDOSO RAMOS PABLO DE PAULA TAVEIRA O USO DO ULTRASSOM NA ENDODONTIA Porto Velho/RO 2019 ISIS VICTÓRIA CARDOSO RAMOS PABLO DE PAULA TAVEIRA O USO DO ULTRASSOM NA ENDODONTIA Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário São Lucas, como requisito de aprovação para obtenção do Título de Cirurgião Dentista. Orientador: ProfªEsp.Vania Meire Moreira Porto Velho/RO 2019 Título: Uso do ultrassom na Endodontia Pablo de Paula Taveira² Isis Victoria Cardoso Ramos³ RESUMO:Alguns estudos mostram que o tratamento endodôntico beneficiou-se do desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos, que melhoraram o resultado e a previsibilidade. O objetivo deste estudo foi abordar o uso do ultrassom consistindo em aprimorar e melhorar várias fases do tratamento endodôntico, onde tem se diversificado com seus incertos, assim o ultrassom está se apresentando cada vez mais no mercado odontológico, produzindo uma extensa variedade de ferramentas específicas para a especialidade. O ultrassom fortaleceu a característica do tratamento endodôntico como em várias outras especialidades, além de representar um complemento importante no tratamento de casos difíceis. O objetivo principal foi pesquisar o ultrassom como um todo, entendendo seus princípios, conceito, maneira de uso e principalmente sua importância. Desde a sua introdução, o ultrassom foi cada vez mais útil em aplicações como acesso a aberturas coronárias, limpeza, irrigação, modelagem dos canais radiculares com grande eficácia e sucesso na terapia endodôntica, bem como a introdução de medicação intracanal entre outras. Foi designado artigos de 2000 a 2018 referentes a eficiência do tratamento e utilização do ultrassom na endodontia. Concluímos, que o ultrassom e os seus insertos deve estar em conjunto com o andamento dos casos endodônticos, onde deverá ser encarado como instrumentos odontológicos endodônticos, assim irá aumentar e elevar o nível dos tratamentos endodônticos, podendo ser considerados de grande utilidade para o cirurgião dentista. Palavras-chave: Ultrassom, endodontia, terapia por ultrassom. TITLE: Ultrasound Usage in Endodontics ABSTRACT:Some studies show that endodontic treatment benefited from the development of new techniques and equipment, which improved outcome and predictability. The aim of this study was to address the use of ultrasound consisting in improving and improving various stages of endodontic treatment, where it has diversified with its uncertainty, so ultrasound is increasingly appearing in the dental market, producing a wide variety of specific tools for the specialty. Ultrasound strengthened the characteristic of endodontic treatment as in many other specialties, and represents an important complement in the treatment of difficult cases. The main objective was to research the ultrasound as a whole, understanding its principles, concept, way of use and especially its importance. Since its introduction, ultrasound has been increasingly useful in applications such as access to coronary openings, cleaning, irrigation, root canal modeling with great efficacy and success in endodontic therapy, as well as the introduction of intracanal medication among others. Articles from 2000 to 2018 concerning the efficiency of ultrasound treatment and use in endodontics were designated. We conclude that ultrasound and its inserts should be in conjunction with the progress of endodontic cases, where they should be regarded as endodontic dental instruments, thus increasing and increasing the level of endodontic treatments, and can be considered of great use to the dental surgeon. Keywords:Ultrasound,endodontics,ultrasound,therapy 1Artigo apresentado no Curso de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, como requisito parcial para conclusão do curso, sob orientação da Prof.ª. Esp. Vânia Meire Moreira, 2019. E-mail: vmoreira_endo@hotmail.com ²Isis Victoria Cardoso Ramos, graduando em Odontologia pelo Centro Universitário São Lucas, 2019. E-mail: isinhacardoso_pvh@hotmail.com ³Pablo de Paula Taveira graduando em Odontologia pelo Centro Universitário São Lucas, 2019 E-mail: pablotaveira@gmail.com https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/endodontic-therapy 4 1 INTRODUÇÃO O estudo do ultrassom estabeleceu em 1883, quando Galton implementou o primeiro ressonador de elevada frequência para analisar o limite da audição humana, onde em seguida foram criados diversos tipos de dispositivos que mudariam a frequência ultrassônica no mercado (VALDIVIA, 2015). No começo o ultrassom foi aplicado na odontologia para preparo de cavidades, que tinha o conceito "Odontologia Minimamente Invasiva" assim, fazer preparos cavitários de menores tamanhos significou uma utilização maior do ultrassom. Infelizmente, atéentão ele não havia se tornado popular, até 1955, quando se iniciou a utilização para remover depósitos de cálculo dentário e placas dentárias (SOFIA, 2016). Para compreendermos como ele trabalha nas diferentes aplicações no decorrer do tratamento endodôntico. Inicialmente precisaremos saber o que é o ultrassom, de fato. Este é um som ruídos apresentam frequências superiores ao limite audível do ser humano, então, acima de 20.000 Hz, essas ondas ultrassônicas reproduzem energia em um meio, ao alcançar um tecido dental, por exemplo, uma porção dela é refletida e parte é propagada. Elas podem modificar biologicamente tecidas criando calor, forças de radiação, passando-se reações hidrodinâmicas que induzem a perturbação destes tecidos, retirando cálculo dental e pinos intrarradiculares (SOFIA, 2016). Mesmo que o sucesso da terapia endodôntica teve um aumentado significativamente com o desenvolvimento e utilização de novas tecnologias, está bem determinado que a eliminação das bactérias dos canais radiculares é complexa, e que as técnicas atuais endodônticas se apresentam limitadas para a desinfecção total do sistema de canais. Um dos maiores desafios são a complexidade morfológica do sistema radicular, e a organização ecológica da microbiota em biofilmes bem como as limitações dos próprios matérias e técnicas (WILSEMAN, 2011). Assim na endodontia, têm sido feitos vários sistemas de ultrassom eficazes para ativar as soluções irrigadoras no sistema de canais radiculares. Onde estes sistemas partiram em duas categorias: agitação manual e mecânica. As técnicas mecânicas incluem o exercício de irrigação simultânea junto com instrumentação 5 rotatória do canal, escovas rotatórias, aplicativos de revezamento de pressão, de som e conjunto de ultrassom. Todos com a finalidade de potencializar a limpeza do canal radicular (SOFIA, 2016). Segundo Fonseca et al. em 2008, Richman divulgou o primeiro trabalho em 1957, com relação ao ultrassom onde ele auxiliava na instrumentação e limpeza do canal radicular, todavia o seu baixo controle de corte quando semelhante com instrumentos de alta e baixa rotação levou à interrupção desta utilização do ultrassom, ondeproporcionou uma análise em outras áreas das características conservadoras, de uma melhor visualização, da sua seletividade e clareza nas características dos aparelhos ultrassônicos. Nos dias de hoje existem disponíveis no mercado inúmeras pontas de ultrassom, onde são chamadas de insertos, para diversos dispositivos. Estes são empregados em diferentes tipos de tratamentos odontológicos nas inúmeras áreas, como, Dentística Restauradora, Endodontia, Periodontia, Ortodontia, Prótese, Cirurgia Bucomaxilofacial e Diagnóstico Bucal (LOPES, 2010). Conhecemos que, o resultadodo tratamento endodôntico está profundamente ligado à adequação da limpeza e assepsia dos canais radiculares. Recentemente, a tecnologia proporciona diversos recursos para simplificar esse processo, bem como os sistemas rotatórios, entretanto, estudos apresentam que tanto a instrumentação rotatória, bem como a mecânica, muito provavelmente não eliminara completamente a smearlayer e os debris que se integram no sistema de canais no decorrer da instrumentação (PEDROCHE, 2013). Dentre as suas diversas funções, o ultrassom tem como contribuir para a potencialização de diversas substâncias químicas pelo meio da formação de ondas ultrassônicas, que influenciam à vibração da solução irrigante e consequentemente o aumento da temperatura sendo capaz de ser um ótimo preenchimento no momento da irrigação ativa possibilitando maior limpeza. Pode ainda ser empregado para a remoção do hidróxido de cálcio, auxiliando também na remoção de instrumentos fraturados, e nas desobturações do canal radicular (LOPES, 2010). O objetivo deste trabalho através de uma revisão de literatura é mostrar a importância e papel do Ultrassom na Endodontia, onde o uso tem contemplado há muito tempo no tratamento de casos complexos na endodontia sobre várias aplicações mostrando suas contribuições nas fases de cirurgia de acesso, localização de canais radiculares, irrigação, obturação, aplicação e remoção de 6 medicamentos intracanal, remoção de instrumentos fraturados e retratamento, para melhorar os índices de sucesso. 2. UTILIDADES DO ULTRASSOM Um dos grandes desafios que a Endodontia nos propõe, é a localização e acesso ao canal radicular, também a irrigação e a obturação com a finalidade que os mesmos consigam ser limpos, transformados e obturados corretamente. Nesta fase do tratamento endodôntico é comum ser dificultada pela presença de nódulos pulpares e substratos de dentina secundária na câmara pulpar, tanto, parcialmente ou totalmente a anatomia radicular. Várias brocas rotativas estão disponíveis no mercado odontológico; no entanto, uma das grandes vantagens das pontas ultrassônicas são que as mesmas não giram como as rotativas, assim proporcionando mais segurança e controle, enquanto mantêm uma alta eficiência no corte (LOTTANTI, 2009). Lembrando que, cada dente tem uma anatomia, ou seja, a forma de cirurgia de acesso será divergente. Assim sendo, é incomparável o controle que as pontas ultrassônicas proporcionam com quaisquer instrumentos rotatórios para realizar um acesso correto, respeitando a anatomia original do mesmo, e não alterando o assoalho da câmera pulpar (CANTATORE, 2009). Os mecanismos com maior numeram para realizar cavidade de acesso e também localização de canais é com a utilização são as pontas Start-X com acréscimos de ultrassom específicos para o aperfeiçoamento na cavidade de acesso. Com as mesmas pontas, ainda é possível fazer a regularização de remoções de calcificações existentes, cavidade de acesso, entre outros (CANTATORE, 2009). 7 TIAGO, A utilização de ultrassons na endodontia,Universidade Fernando pessoa, 2017. Após a realização do acesso e localização dos canais, posteriormente será realizada a irrigação dos mesmos, pois promove a remoção dos tecidos pulpares e também do sistema de canais radiculares.A irrigação também tem como objetivo remover a camada de smearlayer e os detritos de dentina que se acumulam após a instrumentação do canal radicular. Tal eficácia depende dos mecanismos de trabalho do irrigante e da capacidade de colocar o irrigante em contato com esses elementos como materiais e estruturas que estarão incluso no sistema de canais, que devem ser removidos (LOTTANTI, 2009). Assim sendo, existem dois tipos de irrigação com ultrassom, sendo uma em que a irrigação seria combinada com instrumentação ultrassônica continua (CUI, sigla no inglês), e a outra irrigação ultrassônica passiva (PUI sigla em inglês). O PUI conta com a propagação de energia acústica de um instrumento ultrassônico juntamente com uma solução irrigante no canal radicular. A energia é propagada por meio de ondas ultrassônicas que podem induzir a transmissão acústica e a cavitação na irrigação ultrassônica contínua, o irrigante é ativado em conjunto com a instrumentação pelo ultrassom (LOTTANTI, 2009). Num estudo realizado em 2009 por Lottanti, entre todos os irrigantes famosos disponíveis, nenhum deles comprovou ser mais eficaz que o hipoclorito de sódio a 5.25%. O NaOCl em combinação com a atividade do sistema do ultrassom, tem o melhor resultado antibacteriano, pois estimula o aquecimento da substância irrigante, eliminando os detritos, assim, alcançando um melhor efeito de limpeza(DESAI, 2009). O ultrassom pode ser usado como acréscimos de limpeza, úteis em áreas anatômicas de difícil acesso, comprovando poder de limpeza dos canais radiculares, que estará diretamente acompanhado ao irrigante utilizado (DESAI, 2009). Desta forma, a PUI mostrou ser mais efetiva que a irrigação que utiliza seringas convencionais com agulhas acopladas para melhor limpeza de tecido pulpar e detritos dentinários. Tal diferença deve-se ao fato que o ultrassom aumenta a velocidade e também o volume de fluxo do irrigante sobre o canal durante a irrigação, fazendo uma melhor eliminação de detritos, diminuindo o acumulo no ápice e melhorando o acesso nos canais acessórios (VAN DER SLUIS, 2007). 8 Todo procedimento do tratamento endodôntico, para se fazer remoção de instrumentos fraturados tem um grande desafio, onde várias técnicas e dispositivos têm surgido na literatura, entretanto, nenhuma com resultado assegurado. A ‘Staging Platform’ é uma técnica que concorda com acesso ao instrumento fraturado seja efetuada com uma broca de Gates-Glidden com aproximadamente um diâmetro maior ao do instrumento fraturado como se fosse uma ‘calha’ em coronal do instrumento facilitando assim o acesso da ponta ultrassônica, então irá repelir pelas suas vibrações (CHEUNG, 2009). Encontra-se na literatura várias opções de procedimentos para remoção do fragmento fraturado, em que o método tradicional é usar kits como o Masserann (Micro-mega, Besancon, França), que é eficaz quando a fratura do instrumento localiza-se na porção cervicaldo canal, entretanto, não deverá ser empregado quando o fragmento estiver nos terços médio, apical ou em canais curvos, pois esse procedimento remove grande quantidade de dentina, aumentando o enfraquecimento da raiz e chance de perfuração (FONSECA, 2008). 2.1 Acesso e Localização de Canais Radicular Os dispositivos ultrassônicos são importantes na localização do canal mésio- palatinos (quarto canal) de molares superiores pela decorrência do efeito de cavitação e quando associados ao uso do microscópio operatório esses benefícios são ainda maiores. Em 2017, Morgana revelou que quando a microscopia e ultrassom foram utilizadas juntas, a chance de encontrar os canais mésio-palatino aumentou para 93%. 9 TIAGO, A utilização de ultrassons na endodontia, Universidade Fernando Pessoa, 2017. Foi feito uma comparação de eficácia sobre o corte de dentina de quatro pontas de ultrassom de uso comum no acesso à câmara pulpar: CPR-3D (Obtura Spartan, Algonquin, IL). As pontas foram ligadas em um mesmo equipamento de ultrassom e colocadas na mesma potência recomendada pelo fabricante. Os autores mostraram que a ponta CPR-3D removeu significativamente uma grande quantidade de dentina quando comparado com as outras, podendo estar associada a sua estabilidade, forma e topografia (GODFREY, 2013). Em 2013, foi feito a realização de um estudo ao vivo por Cottle et al. que iria localizar o quarto canal em 60 molares superiores sendo ampliado por meio de um microscópio operatório, mas não foi usado somente um microscópio,mas vários como(DOM®, Carl Zeiss, Astrazenca, Bangalore) e pontas ultrassônicas de variados fabricantes. No decurso da avaliação do uso das pontas ultrassônicas, uma calha de 03 mm de comprimento foi feita partindo do canal mésio-vestibular (MV) em direção ao canal palatino e foi averiguado de novo sob microscópio operatório para certeza da localização do canal, logo depois do canal ter sido localizado, foi feita de partes em partes com limas K, que foi fotografado pelo microscópio operatório sendo posteriormente radiografado(MELO, 2010) Ao olho humano, o quarto canal foi localizado em 12 dentes, com o uso do microscópio operatório em 21 dentes adicionais; juntamente combinado com ponta ultrassônica/microscópio operatório, em seguida foi localizado em nove dentes a mais. Onde houve uma diferença estatística significativa entre os métodos empregados. O quarto canal estava localizado a uma distância de 05 mm do canal MV em quase todos os casos. (COTTLE, 2013) A magnificação da imagem, somada com uma melhor e maior iluminação do campo operatório, melhora incrivelmente a sua visualização de todas as calcificações e do assoalho da câmara pulpar. Os insertos de ultrassom fazem com que realize desgastes conservadores, minimizando erros durante a remoção desses nódulos (CASTRO, 2016). Além de contribuir para a localização de canais, fazendo uma maior remoção de dentina secundária e reacional depositada em intimo contato com o assoalho da 10 câmara pulpar, o ultrassom é empregado para remoção de 16 calcificações pulpares. A forma mais satisfatória de tratar esta patologia é combinar a magnificação ao ultrassom. (COTTLE, 2013) 2.2 Remoção de Instrumentos Fraturados e Retentores Intrarradiculares Existem inúmeras causas que influenciam na fratura de instrumentos endodônticos, bem como, anatomia do canal radicular, tamanho da curvatura da raiz, espessura, por estes motivos, várias técnicas estão sendo indicadas para remoção dos retentores intrarradiculares como brocas, instrumentos rotatórios e o próprio ultrassom. Estas fraturas no canal radicular impedem a taxa de sucesso no tratamento endodôntico (BRAGA, 2012). A conciliação da endodontia com dispositivos ultrassônicos sugere ser vantajosa em inúmeros casos, proporcionando a instrumentação do canal radicular com desgaste mínimo de estrutura dentária. No espaço criado entre a parte exposta da lima e a parede do canal é inserida ponta ultrassônica, onde a vibração da ponta ativa vai fazer com que a lima ‘desaparafuse’ ou seja, solte das paredes, fazendo com que seja removida(NABESHIMA, 2009). A eficiência está associada com a vibração que o ultrassom causa o tipo de ponta utilizada e o manuseio, onde induz fragmentos presentes iniciando um espaço para fazer sua remoção, tendo em vista que é uma técnica segura, veloz, principalmente porque preserva a anatomia do canal radicular sem haver necessidade de desgaste de dentina (BRAGA, 2012). TIAGO, A ultilização de ultrassons na endodontia,Universidade Fernando pessoa, 2017. 11 Existe uma técnica denominada ‘Staging Platform’ onde permite o acesso ao instrumento fraturado. Elaseria efetuada com uma broca de Gates-Gilden com um diâmetro ligeiramente superior ao do instrumento fraturado, que iria criar uma ‘calha’ em coronal do instrumento, assim facilitando o acesso da ponta ultrassônica, que em seguida, irá removê-lo através da sua vibração (CHEUNG, 2009). No ano de 2012, Braga, fez uma comparação de diferentes meios para remoção de instrumentos intrarradiculares. Onde três grupos foram compostos, o primeiro não tem a utilização ultrassônica, o segundo está com uma ponta situada perpendicular a cima do núcleo bem perto a borda incisal, o terceiro está situado perpendicular a cima do núcleo na borda cervical próximo a linha do cimento. Diante dos resultados, foi constada uma grande diferença entre eles. As que foram expostas a vibração ultrassônica precisou de menor carga para remover os pinos alojados quando relacionada às que não usaram o ultrassom. E o terceiro grupo que se mostrou inferior ao valor de carga ultrassônica foi provado ser o mais eficiente na remoção. Os Cirurgiões Dentistas devem estar capacitados caso ocorra, por algum motivo ou causa, a fratura de um instrumento endodôntico, controlando a situação da melhor forma maneira possível, clínica e médico legalmente. Portanto o dentista tem o dever de se basear num conhecimento profundo das taxas de sucesso de cada opção de tratamento, assim, correspondendo com situação de potencial de risco a remoção ou retenção do instrumento (LOPES, 2010). Para um dente com um instrumento fraturado ter um prognóstico positivo dependera de inúmeros fatores como condição pré-operatória da polpa e tecidos periapicais, etapa que acontece a fratura. Ela determina pela estadia da polpa necrosada no canal, e também consequentemente bactérias resultantes da presença dos instrumentos. Teoricamente a melhor fase da fratura seria no final da instrumentação, porque nela já haveria ter removida a polpa (BRAGA, 2012). No ano de 2008, Fonseca et al. desenvolveu e fez uma avaliação de remoção de limas Niti que se utiliza no ultrassom para ver a taxa de sucesso, avaliando uma força também que fraturasse uma raiz. 70 pré-molares foram divididos em dois grupos com experimental e controle. A lima que foi fraturada no canal seria a lima hero, onde através das radiografias, localizaram exatamente a lima no terço apical. Foi utilizado Gates-Glidden. Os resultados mostraram que em cerca de 80% destes 12 casos obtiveram êxitos. No caso da fratura radicular, testes obtiveram amostras que teve grande discrepância dos dois grupos. 2.3 Obturação do Sistema de Canais Radiculares Uma ideal obturação da guta-percha seguida com o cimento deverá ser homogênea, assim, atingindo totalmente a amplitude do canal. Quando comparada com diversas técnicas utilizadas de obturação, citando caso parecido como, condensação lateral, que onde se desempenha a etapa do tratamento endodôntico quando usada com o ultrassom, mostra uma obturação mais homogênea e densa, assim, exibindo melhor adaptação para suas irregularidades em toda ampliação dos canais radiculares (SOFIA,2016). O ultrassom usado na condensação lateral é um meio para fazer plastificação da guta-percha, ou seja, ele condensa toda guta-percha, infelizmente é pouco estudado o ultrassom na agitação mecânica do cimento, onde são inseridos no canal pela técnica convencional, que melhora a penetrabilidade do cimento, tendo melhor capacidade seladora (SOFIA,2016). Valdivia et al. em 2015 fizeram uma pesquisa avaliativa, que foram usados 50 raízes de molares, que foram comparados a obturação manual com a ultrassônica. A conclusão foi que o dispositivo ultrassônico foi melhor em questão com uma grande quantidade de diferença, quando comparado com o manual. Foi publicado um estudo por Rossetto em 2014 onde o objetivo foi avaliar o controle de diferentes procedimentos de compactação lateral na particularidade de obturação pensando no tempo gasto para a técnica. Então, 30 dentes anteriores foram usados. Onde foram obturados pelo método da compactação lateral e pelos métodos convencionais onde foram codificados para melhorar o espaço facilitando a colocação dos cones acessórios: método manual, mecânico e ultrassônico. O cimento endodôntico usado em todos os grupos foi AH Plus que foram combinados com corante fluorescente de rodamina B. No primeiro método que foi o manual, um cone que foi utilizado como principal foi coberto com selante e depois colocado no comprimento de trabalho, em seguida um espaçador foi injetado, após a remoção, 13 um segundo cone, que seria acessório foi colocado até todo comprimentototal do canal ser preenchido. A obturação foi executada da mesma maneira no método mecânico, entretanto, o espaçador foi ligado com uma peça de mão. Na estratégia com ultrassom a metodologia seguida foi igual realizado com o manual, com a injeção de dois cones acessórios. Adiante, incluiu o espaçador no canal conectado pelo ultrassom a uma frequência de 30.000 Hz, com uma força de nível cinco. Em seguida, foi feita a remoção do espaçador, logo, cones acessórios foram inseridos até preencher completamente o canal. Foi registrado o tempo que levou a ser feito, e também foram feitas tomadas radiográficas. Seleciono amostra de 02, 03 e mm do ápice. O resultado foi que todos os grupos tiveram a mesma porcentagem de espaço vazio, o usado com o ultrassom teve valores médios em comparação com os outros, tendo o tempo praticamente o mesmo. (ROSSETTO, 2014) 2.4 Aplicação e Remoção de Medicação Intracanal Os medicamentos usados no tratamento endodôntico são imprescindíveis, onde precisam ter excelentes atributos para acompanhar o tratamento endodôntico. Então, para ter boa taxa de sucesso, deverão ser empregados em todo canal radicular, assim, eliminando todos os micro-organismos, aonde nesta fase que o ultrassom é utilizado.Em quase todos os casos do tratamento endodôntico se faz necessário o uso da medicação intracanal para fazer o papel de auxiliar e estarem ativos para o tratamento. Por isso, o medicamento deverá atingir toda a porção do canal eliminando assim os micro-organismos e tecidos necrosados (DELGALLO, 2018). Foi publicado um estudo feito por Nabeshima et al. em 2009 de uma avaliação micro-CT para remoção do hidróxido de cálcio por meio de irrigação ultrassônica passiva associada ou não a um instrumento adicional. Neste estudo foram selecionados 32 dentes unirradiculares. O hidróxido de cálcio foi levado para os canais misturando com propilenoglicol. Estes dentes foram distribuídos em 4 grupos de acordo com cada procedimento para remoção de hidróxido de cálcio, no primeiro grupo do controle, o medicamente foi removido por irrigação de hipoclorito de sódio a 1% e EDTA 17% 14 por pelo menos1 min. Os espécimes que tiveram uma lima adicional, o instrumento rotatório ProTaper F5 foi inserido até o CT com no mínimo05 ml de hipoclorito de sódio e posteriormente o canal foi preenchido com 03 mL de EDTA 17% por 01 min também. Seguindo, os outros espécimes, na qual a lima adicional e PUI foram utilizados, depoisdo uso do IM e da lima adicional, A PUI foi realizada por um minuto com uma ponta ultrassônica intracanal, que tem uma espessura de 24 mm. A02 mm do CT em conjunto com 17% de EDTA, que foi renovado a cada 15s(NABESHIMA, 2009) O dispositivo foi aumentado para 80% da potência 30 máximas. Os espécimes onde somente PUI foi utilizado, foi feito o preenchimento do canal com EDTA, onde foi realizado a PUI por 01 minuto.Foram feitos três microstomografias de varredura que foram realizadas em cada amostra: após a preparação do canal, após 30 dias com o medicamento intracanal e após a remoção do medicamento. Todas as imagens foram analisadas com o software. Foi feito o volume do canal após 30 dias e o volume residual que também foram avaliados. De acordo com os dados obtidos, não teve grande diferença dos dois volumes entre os grupos nos terços do canal. Somente que o volume de resíduos foi consideravelmente maior no terço apical e significativamente menor nos grupos PUI.Entre o volume do canal e residual, nenhuma delas as interações entre fatores foi significativa. O volume residual foi maior na região apical em relação à região cervical, enquanto que no terço médio foi semelhante em ambos. O uso de PUI resultou em um menor do volume do canal e residual em relação aos grupos onde não foi utilizado e o uso do instrumento adicional não houve influencia (NABESHIMA, 2009). Assim como a aplicação é feita, deverá fazer a remoção do medicamento, e deve ser primordial definir a técnica mais competente, que tenha qualidade de uma melhor remoção possível. Usualmente, o procedimento utilizado com mais frequência é o instrumento manual com a irrigação, que são usadas seringas e pontas de irrigação, que a principal solução irrigadora é o hipoclorito de sódio, posteriormente o EDTA. Mas segundo pesquisas, absolutamente nenhuma técnica tem poder de remover por completo a medicação do canal radicular. Então, para ter uma maior qualidade de remoção do canal, deverá ser importante uma irrigação adequada, que possa ter um maior processo de limpeza, particularmente em áreas de difícil acesso a instrumentação (DELGALLO, 2018). 15 Plonito et al. em 2007, realizou um estudo para avaliar a quantidade de hidróxido de cálcio nos remanescentes nos canais de pré-molares mandibulares, onde após ter feito uma tentativa de remoção com combinações de irrigantes, instrumentos rotativos, Canal Brush ou ultrassom. Para isso foi utilizado 24 dentes pré-molares unirradiculares, onde os dentes receberam a preparação de hidróxido de cálcio em seguida ele foi removido por quatro técnicas diferentes, que foi dividido os grupos de acordo com a técnica de remoção. No primeiro grupo os canais foram irrigados com 5 mL de hipoclorito de sódio a 2,5%, foram limados manualmente com um instrumento F3, em seguida, irrigados com 05 mL de EDTA a 17% e irrigação final de 05 mL de hipoclorito de sódio 2,5%. O segundo grupo também recebeu a mesma irrigação do primeiro, contudo utilizou-se um instrumento ProTaper F3 num motor depois a irrigação final de 05 mL de hipoclorito de sódio 2,5%. No terceiro grupo, uma unidade piezoelétrica foi manuseada com uma lima de tamanho 15 inserida no CT e ativado durante 30 s em cada canal. No quarto grupo, foi colocado numa peça de mão de baixa velocidade. O controle negativo não recebeu hidróxido de cálcio, e o controle positivo foi feito curativo, porém não foi feito nenhuma remoção. Posteriormente foi feito as imagens digitais que foram tomadas e importadas para o Image Analyzer Software e a quantidade de hidróxido de cálcio residual nas paredes do canal foi um parâmetro. Os resultados apresentaram que a quantidade média de hidróxido de cálcio remanescente foi maior em relação ao primeiro grupo seguido pelo segundo e terceiro, aonde o menor foi observado no quarto grupo. Os terceiros e quartos removeram significativamente mais hidróxido de cálcio do que as outras duas técnicas (PLONITO, 2007) Portanto a irrigação com ultrassom está sendo utilizada frequentemente como ferramenta para melhorar a eficiência e consequentemente remove mais os detritos e restos da medicação. E já são bem comentados que a medicação deverá ser removida anteriormente a obturação, que assim, iráimpulsionar um excelente selamento hermético (DELGALLO, 2018). 2.5 Retratamento Endodôntico 16 O principal objetivo do tratamento endodôntico seria a limpeza e desinfecção dos canis radiculares, tentando eliminar os micro-organismos completamente, eliminando tecido necrótico também, assim selando os canais tratados tentando evitar recontaminação ou de outros tecidos envolventes (MOZO, 2012) Por mais que a taxa do tratamento endodôntico seja muito alta, sempre existira uma chance de insucesso de 14 – 16%. Muitas das causas acontecem de razões intrarradiculares que persistem nos canais não instrumentados, também podem ser túbulos dentinários não instrumentados, pelo fato de ter mais dificuldade em chegar nestes pequenos túbulos, extraradiculares e corpos estranhos também são causas (PARIROKH, 2009). Quando houver falhas no tratamento endodôntico o melhor meio seria o retratamento, que seria a remoção do material obturador, fazendo uma limpeza, desinfecção e instrumentação novamente, tentando corrigir antigas complicações, em seguida, fazer novamente a obturação (BERNARDES,2015). Em comparação com as técnicas que usam instrumentos manuais tradicionais e solventes para remoção de guta-percha o retratamento cirúrgico junto com a utilização de ultrassons, tem uma tendência de produzir calor, que seria resultante da vibração de alta frequência onde iria amolecer a guta e facilita a sua remoção. Estudos feitos revelam que a técnica ultrassônica de remoção de guta-percha é imediata, sendo mais eficaz que a técnica tradicional (RODIQ, 2011). Uma avaliação feita em 2015 pelo Bernades foi feita uma avaliação em pequenos resíduos após o uso com e sem ultrassom, onde também as paredes dos canais e túbulos dentinários foram avaliadas. Para a pesquisa, 108 dentes incisivos inferiores que tinham umas anatomias ovais, foram obturados. Depois houve uma divisão em três grupos, onde cada grupo teve três tipos usados para remoção do material obturador. O G1 com Reciproc, sem ultrassom e com ultrassom; O G2 com Protaper, sem ultrassom e com ultrassom; E o G3 com limas manuais e Gates- glideen também sem ultrassom e com ultrassom.O resultado final foi que todos os dentes continuaram apresentando pequenos resíduos de material obturador no interior dos canais, mas o os que foram usados com o ultrassom, foi mostrado uma grande diferença significante tanto nos grupos G2 e G3. 2.6 Irrigação Endodôntica 17 O principal objetivo do tratamento endodôntico seria a limpeza e desinfecção dos canis radiculares, tentando eliminar os micro-organismos completamente, eliminando tecido necrótico, a irrigação no tratamento endodôntico também pode ser usada com o ultrassom em duas formas, que seria a combinação simultânea do ultrassom com irrigação e a irrigação ultrassônica passiva. A irrigação ultrassônica passiva tem dois modos de irrigação, continua ou intermitente. O primeiro modo diminui o tempo de irrigação, e o segundo modo, com seu fluxo ele auxilia melhor a remoção de detritos com mais destreza e eficácia (WESSELINK, 2009). Existem duas combinações na utilidade do ultrassom na irrigação que são abreviadas, a primeira seria uma combinação simultânea de irrigação ultrassônica e instrumentação (CUI) e outra sem instrumentação simultânea, conhecida como irrigação ultrassônica passiva (PUI).O termo passiva propõe uma ação não cortante da lima que é ativada pelo ultrassom.Então a PUI, que a energia é transmitida da lima para o irrigante com suaves oscilações por meio de ondas ultrassônicas, onde irá induzir dois fenômenos físicos: a microcorrente acústica e cavitação da solução irrigante. A primeira que é microcorrente seria uma dinâmica rápida do fluido em formato circular em torno da vibração da lima. E a cavitação seria definida como a criação de bolhas de ar ou a sua própria expansão, contração e distorção de bolhas preexistentes em certo líquido (MOZO, 2012). Rahde et al. em 2012, fez uma comparação sobre a eficácia da PUI que seria contínua e intermitente, ou seja, dois tipos de PUI na remoção de debris dentinários e canaletas artificiais que foram realizadas nas paredes dos canais radiculares de 75 caninos superiores. Estas canaletas foram preenchidas por debris que se formaram pela mistura de raspas de dentina com hipoclorito de sódio 2% por 10 min. Os remanescentes foram separados em cincos grupos experimentais, onde receberam irrigação com hipoclorito de sódio 2%. Nos grupos um e dois foi realizada a PUI contínua (que seria a irrigação partindo direto da peça de mão), e nos grupos três e quatro foi realizada a PUI intermitente (que seria a irrigação manual por meio de seringa). Em todos os grupos o tempo de ativação ultrassônica foi de pelo menos 01 minuto e entre os grupos da mesma técnica (tanto contínua como intermitente) foram aplicados tempos de irrigação diferentes, de pelo menos 1,5 e 03 min. Então no grupo 5 foi realizada a irrigação convencional com seringa e agulha por 01 min. Todas as imagens das canaletas artificiais foram feitas por meio de um microscópio ótico com aumento de 18 40x. Um sistema de escore de um a cinco foi utilizado para determinar a quantidade de debris remanescentes (RAHDE, 2012). Os resultados finais constataram que a PUI promoveu uma melhor remoção de debris em relação à irrigação convencional, e que os meios de irrigação contínua foram excelentes, ao contrário dos intermitentes. De acordo com a pesquisa, o tempo de irrigação não influenciou estatisticamente os resultados (RAHDE, 2012). Segundo Jianq et al. em 2011, entre todos os irrigantes conhecidos atualmente na odontologia, nenhum confirmou ser mais efetivo na qualidade e uso,do que o hipoclorito de sódio (NaOCl) a 5.25%. A irrigação com hipoclorito de sódio combinada junto com o sistema de vibração ultrassônica vem tendo o melhor efeito antibacteriano, porque ocorre o aquecimento da substância irrigante, eliminando os detritos e, por isso, alcança-se um melhor efeito de limpeza. Um estudo realizado por Ordinola et al. em 2013 que foi comparado a eficiência de remoção do biofilme pela irrigação convencional por agulha, pelo sistema Endoactivator,Irrigação ultrassônica passiva e a irrigação ativada por laser e água destilada, onde foi feita uma divisão em cinco grupos na mesma ordem, blocos tipo bovino foram estéreis e posteriormente infectados por um dispositivo ortodôntico. Em 10 incisivos bovinos foram feitas cavidades de acesso. Onde tinham 03 mm aquém do forame apical, foram irrigados com 4 ml de hipoclorito a 6% por 04 minutos. Foi feita uma escala de pontuação demonstrando uma porcentagem da ausência de biofilme na irrigação. Ao final, foi feita a analise final mostrando resultado esperado, onde a irrigação ultrassônica passiva foi menor comparado as outras com do Endoactivator e Irrigação convencional. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Foi elaborada uma revisão bibliográfica sobre O Uso do Ultrassom em Endodontia, onde foram abordadas as propriedades, características e diferentes aplicações no tratamento endodôntico, entre os anos de 2000 a 2018. Esta pesquisa foi realizada em diversos portais como, na biblioteca da Universidade São Lucas. Neste estudo bibliográfico utilizou as fontes de pesquisa: Pubmed, Scielo, Google Acadêmico, sendo selecionados artigos de melhor índice de QUALIS, bem como, anos mais recentes. Na aplicando dos critérios de exclusão foram rejeitados artigos dos quais o teor não teria relevância para a concretização do trabalho, artigos com 19 idiomas estrangeiros (com exceção de Inglês), artigos fora dos limites temporais. A pesquisa resultou total de 55 artigos dos quais foram utilizados 37. 4 DISCUSSÃO Segundo Sofia em 2016 publicou um artigo, onde o ultrassom é considerado uma técnica segura que viabiliza apresentar diversas vantagens não só na endodontia, mas como em todas as especialidades da odontologia. Com o auxílio de instrumentos ultrassônicos, podemos complementar do procedimento mais simples aos mais complexos, obtendo uma ótima eficácia. Desta forma, nota-se um crescimento massivo nos tratamentos endodônticos nos últimos anos. Com o tempo os pacientes vão se tornando mais confiantes na escolha do tratamento endodôntico, devido a evolução de técnicas e materiais a taxa de sucesso e de suportar a dor tornaram-se mais suscetíveis (RODIQ, 2011). Segundo Park em 2013, o início do tratamento seria a preparação da cavidade de acesso que muitas das vezes é complicada, pelo fato da presença de calcificações que adultera a anatomia do canal radicular, então, nestas situações é complicado fazer uma cavidade de acesso que seja totalmente correta dando sucesso ao tratamento, assim, respeitando a sua anatomia original do dente, fazendo com que não tenha nenhuma alteração do chão da câmara pulpar e localizando corretamente as entradas do sistema de canais. O ultrassom, por fornecer um elevado controlee precisão de corte para o cirurgião dentista, aumenta melhorando a visibilidade do campo cirúrgico. As pontas ultrassônicas que tem revestimentos abrasivos ajudam a auxiliar e remover dentina de forma conservadora. A extremidade dessas pontas é aproximadamente dez vezes menor do que as brocas esféricas que estão disponíveis para o cirurgião dentista, sendo assim, eles ajudam a melhorar o campo de visão do operador, tornando fácil a localização dos orifícios de entrada dos canais. Além do mais o desgaste realizado nas paredes e assoalho da câmara pulpar é mais preciso e conservador (MELO, 2010). O acesso à entrada de canais difíceis e obliterados pode ser facilitado através do ultrassom. Com estas pontas ultrassônicas é possível alcançar uma melhor visão do assoalho da câmara pulpar no momento de acessar a localização do canal. 20 Normalmente estas pontas são usadas com refrigeração, sendo especialmente elaboradas para o preparo do terço coronário do canal radicular (LEE, 2004). Apesar de que alguns problemas ainda devam ser considerados, bem como os ruídos de alta frequência e as interferências com marca-passos, os resultados de estudos anteriores indicam que os instrumentos ultrassônicos têm um alto potencial para se tornar uma ferramenta conveniente e eficiente para vários tratamentos dentários e merece desenvolvimento futuro (CHEN, 2013). A aplicação do ultrassom na terapia endodôntica possui intensidades, na qual sua utilização em baixa intensidade tem como objetivo conduzir a energia entre um meio e assim sendo receber informações do mesmo, bem como, sua utilização em alta intensidade produz variação pela qual a onda se espalha (WESSELINK, 2009). A irrigação com hipoclorito de sódio é mais eficiente do que com água e a irrigação por ultrassom é mais operativo que a irrigação sônica na remoção de detritos de dentina do canal radicular (WESSELINK, 2009). Em estudo realizado, entre todos os irrigantes famosos atualmente, o melhor foi que o hipoclorito de sódio (NaOCl) a 5.25% está em combinação com a atividade do sistema do ultrassom, onde mostrou o melhor resultado antibacteriano, estimulando a substância irrigante a se aquecer, eliminando os detritos, assim, alcançando um melhor efeito de limpeza(DESAI, 2009). Porém, segundo Jianq et al. em 2011 afirmou que NaOCl a 1% contribuem para a desinfecção, mas são incapazes de eliminar bactérias dos canais radiculares. Os vigentes resultados sugerem que o uso de uma solução irrigadora com atividade antimicrobiana desempenha um papel primordial na desinfecção do canal radicular. Encontram-se dois métodos para a utilização do ultrassom: o primeiro utiliza a magnetoestrição que transmuda a carga eletromagnética em carga mecânica; e o segundo, que se alicerça ao princípio piezoelétrico, que utiliza um cristal que redireciona a dimensão ao ser utilizado sobre ele toda carga elétrica e sua deformação transformam-se em instabilidade mecânica sem produzir aquecimento, no qual, para a endodontia é o ideal, pois o mesmo trabalha de modo linear. (VAN DER SLUIS, 2007). Tem vários casos onde ocorre fratura de instrumentos no interior dos canais, tem várias técnicas e maneiras de remover, uma delas é o ultrassom, que emitem vibrações e ruídos, causando agitações no interior do canal, fazendo com que os 21 pequenos fragmentos inseridos, se desprendam automaticamente, tudo isso causado pela energia ultrassônica (MENEZES, 2008). Foi feita uma comparação de diferentes meios para remoção de instrumentos intrarradiculares onde foi constada uma grande diferença de resultado entre eles. A melhor que foi exposta seria a vibração ultrassônica que precisou de menor carga para remover os pinos alojados quando relacionada as que não usaram o ultrassom. E o terceiro grupo que se mostrou inferior ao valor de carga ultrassônica foi provado ser o mais eficiente na remoção (BRAGA, 2012). A fratura do instrumento é uma peripécia desagradável durante o tratamento endodôntico do canal radicular. Enquanto a grande maioria dos instrumentos feitos pelo aço inoxidável parece falhar por quantidades excessivas de torque, por isso uma ação combinada de tensão de torção e carga cíclica é responsável pela quebra dos arquivos rotativos NiTi em uso(CHEUNG, 2009). Os fatores que acometem a incidência e o modo de falhas que incluem diversas técnica de instrumentação, como o uso de motor controlado por torque, a dimensão junto com a condição da superfície do instrumento, taxa de rotação, raio da curvatura do canal e presença de acesso em linha reta e um 'caminho de deslizamento' para a porção apical do canal. Gerenciada satisfatoriamente, a presença de um fragmento quebrado apenas, pode não afetar infortuno o resultado do tratamento do canal radicular (CHEUNG, 2009). Por mais que seja apropriada sua utilização em várias fases do tratamento endodôntico, não é aconselhada a aplicação de ultrassom em pacientes portadores de marca passo, devido a diversas oscilações ultrassônicas, que pode intercorrer no funcionamento deste aparelho (LANDOLO, 2015). Tem casos que foi a avaliado o uso do ultrassom na obturação como tempo e quantidade de selante levado aos canais, tendo outros tipos de como método manual e mecânico, porem foi registrado que o tempo foi praticamente o mesmo, induzido que a obturação não tão favorável quando utilizado com o ultrassom, podendo variar o uso normal de uma obturação, ele sendo eficaz na colocação do selante, mas o tempo ocorreria o mesmo como um método manual ou mecânico (ROSSETTO, 2014). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 O uso de ultrassom é um grande aliado do tratamento endodôntico, permitindo obter um melhor selamento tridimensional, levando assim ao objetivo principal do tratamento que é desinfectar ou evitar reinfecção da região periapical. É considerado uma técnica segura e viável onde apresenta várias vantagens. Com o auxílio de instrumentos ultrassônicos (insertos), o tratamento endodôntico, torna-se mais eficaz e dinâmico, proporcionando resultados positivos de precisão e conservação das estruturas dentinárias da câmara pulpar. O ultrassom pode ser considerado um grande meio facilitador, no que se refere às técnicas da Endodontia. Portanto, concluímos que o ultrassom hoje é considerado um equipamento indispensável na endodontia de resultado. REFERÊNCIAS BERNARDES, R. Comparison of three retreatment techniques with ultrasonic activation in flattened canals using micro-computed tomography and scanning electron microscopy. International Endodontic Journal, v. 49, n. 9, p.890-897, 2 set. 2015. BRAGA, N. Comparison of different ultrasonic vibration modes for post removal. Brazilian Dental Journal, v. 23, n. 1, p. 49-53, 2012. BUCHANAN, L. The standardized-taper root canal preparation- part 1. Concepts for variably tapered shaping instruments, Journal Endodontics, 33, pp. 515-529, 2000. 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