Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO NO BRASIL: DA PRIMEIRA REPÚBLICA À DÉCADA DE 1960. DEFINIÇÃO Este tema é um convite para voltarmos um pouco no tempo, ao final do Império e início da República, para entendermos como os desafios para instrução da sociedade brasileira começaram a ser resolvidos quando a Educação passou a ser entendida como um importante instrumento de superação do atraso econômico, político e social do Brasil. PROPÓSITO As diversas conjunturas históricas – 1889 até 1960 – influenciaram de modo decisivo as diversas reformas educacionais que foram implementadas. Ao final, será mais fácil entender os avanços e retrocessos em relação à Educação e sua influência hoje em dia. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os fatos referentes à Educação que fizeram parte da transição do Brasil Império para o Brasil República MÓDULO 2 Relacionar a influência do Positivismo na sociedade brasileira e consequentemente na Educação MÓDULO 3 Analisar as várias reformas educacionais ocorridas no período do Brasil República até a década de 1960 INTRODUÇÃO No vídeo, Rodrigo Rainha faz uma breve retrospectiva dos fatos que levaram à criação da República. Adicione um comentário ENVIAR Somos tão acostumados com a ideia da Educação como um valor universal que parece estranho imaginar um tempo em que crianças, jovens e adultos não tinham o direito à Educação. PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA Rio de Janeiro (1889) "Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927). Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. A República no Brasil foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889, instaurando a forma republicana presidencialista de governo e inaugurando uma época com desafios de diferentes ordens. Contra a monarquia, forças muito diversas se uniram, mas seus interesses não eram semelhantes. CONTEXTO SOCIAL A população marginalizada, acumulada em grandes capitais como Rio de Janeiro e Salvador, morava em Cabeças de Porco, e, sem instrução, organizava levantes contra os governos municipais que pregavam uma higienização das cidades. Ou seja, era o início de um novo regime político marcado por antigas questões brasileiras Diante do caos da criação da República, alguns fatores foram eleitos como primordiais para transformar o Brasil, e um dos principais era a Educação. Não houve um compromisso de transformação dos problemas sociais brasileiros através da Educação. Mas, a ideia de modernização da sociedade – que era o objetivo – passava obrigatoriamente pela criação de um projeto de Educação que atendesse ao principal anseio do país: capacitar trabalhadores urbanos para que eles cumprissem seus papeis em sociedade. Este é o ideal positivista e sua movimentação em favor da Educação. PRIMEIRAS DÉCADAS APÓS A PROCLAMAÇÃO Centros urbanos do Brasil (1900-1920) http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html As décadas seguintes à Proclamação da República foram marcadas pelo desenvolvimento da indústria: Segundo Helena Bomeny: “o Brasil do início da República era um país eminentemente rural (60% da população), recém- saído de um longo período de escravidão (mais de três séculos até a abolição da escravatura em 1888), com taxas de analfabetismo homogêneas, que superavam 80%, com índices muito próximos do Norte ao Sul do país, excetuando-se a Capital Federal, onde a taxa rondava os 45%”. (BOMENY, 1993) SAIBA MAIS http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html O lema da bandeira do Brasil é positivista. O novo regime exigia a criação de um novo símbolo que representasse os ideais sob os quais estavam assentados a República recém-proclamada. “Amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” – o famoso lema positivista foi impresso na bandeira brasileira sob a inscrição Ordem e Progresso. Era cada vez mais urgente pensar formas de preparar essa população de imigrantes e recém-libertos para a nova realidade que surgia: um país que se urbanizava cada vez mais rápido e cujos postos de trabalho não encontravam mão de obra especializada. A instrução pública torna-se uma peça importante do desenvolvimento do país. Quem deveria comandar essa Educação, pensada tanto pelo Império, como pela República, era o Estado. O governo garantiria o ordenamento necessário, a criação de uma sequência lógica, que permitisse o contínuo progresso do país. O ideal do pensamento de Ordenar para atingir o Progresso foi marcante na Capital Federal, bem como em novas capitais criadas pela República: Belo Horizonte, retirando o peso da imperial Ouro Preto, e Aracaju, saindo da tradicional São Cristóvão, foram planejadas seguindo os novos modelos de cidade e receberam grandes educandários públicos, com estruturas modernas. O povo precisava ser instruído a ser brasileiro, levado a perceber seu papel social e como poderia atuar para a melhora do grande projeto nacional. SAIBA MAIS No Rio de Janeiro, tentando apagar o passado Imperial, o tradicional colégio Pedro II perdeu seu nome, recuperado depois por iniciativa dos alunos. Escolas Profissionalizantes (Liceus de Ofício) se multiplicaram em todo país, assim como foi ampliado o número de Escolas Normais, para permitir a formação de professoras primárias. INICIATIVAS EDUCACIONAIS A maior parte da população era autodidata por necessidade ou simplesmente não tinha educação formal. Classes médias de profissionais liberais, filhos de funcionários públicos, ou filhos da elite financeira ocupavam os bancos formais de Educação e, entre eles, existiam posições diferentes. Mas a pressão pelo avanço que seria proporcionado pela modernização cresceu e as iniciativas pela Educação acompanharam. Repare, então, nas iniciativas: 1850 1854 1882 1891 1900 1850 A partir desse ano, ainda no Império, ocorreu a uniformização do ensino em todo o país. Essa ação reformadora atingiu as Faculdades de Medicina e os cursos jurídicos que passaram a se denominar Faculdades de Direito. O Regulamento de Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, entre outras importantes providências, criou a Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, órgão ligado ao Ministério do Império e destinado a fiscalizar e orientar o ensino público e particular dos níveis primário e médio, estruturando em dois níveis (o elementar e o superior) a Instrução Primária gratuita. SAIBA MAIS Veríssimo (1985, p. 15) apontou o tamanho do desafio da novíssima República: “E tanto mais é de crer este resultado, não só desejável como, a bem da unidade moral da Pátria, http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#pills-01 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#pills-02 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#pills-03 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#pills-04 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#pills-05 indispensável, quando a reforma do Sr. Benjamin Constant criou no Pedagogium um órgão que devia ser o fator consciente dessa obra de unificação moral”. CONTEÚDOS PREVISTOS Seguindo sobre a questão da moral: Foi organizada em duas categorias: de 1º grau, para crianças de 7 a 13 anos e de 2º grau para os de 13 a 15 anos. Para ingressar nas escolas primárias de 2º grau, o aluno deveria apresentar o certificado de estudos do grau precedente. O ensino no primeiro grau compreendia: Leitura e escrita, ensino prático da língua portuguesa Contar e calcular: aritmética prática até regra de três http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html Sistema métrico procedido do estudo da geometria prática Elemento de geografiae história, especialmente do Brasil Lições de coisas e noções concretas de ciências físicas e história natural Instrução moral e cívica Desenho Elementos de música Ginástica e exercícios militares Trabalhos manuais para os meninos e trabalho de agulha para as meninas Noções práticas de agronomia Dentre todas as disciplinas estudadas, a Instrução Moral e Cívica teve objetivos específicos na formação do alunado, conforme anunciava o parágrafo único do Regulamento da Instrução Primária e Secundária do Distrito Federal, “a instrucção moral e cívica não terá curso distincto, mas ocupará constantemente e no mais alto gráo a atenção dos professores” (DECRETO Nº 981, 1890, p. 3476). Com isso, a Escola Primária do 1º grau foi dividida em três cursos: • Elementar, para os alunos de 7 a 9 anos; • Médio, para os de 9 a 11; • Superior, para os de 11 a 13 anos de idade. Em cada curso, as matérias eram gradualmente estudadas, tendo o método intuitivo para todos eles. Vejamos a seguir como Moral e Cívica era abordada em cada curso: CURSO ELEMENTAR CURSO MÉDIO CURSO SUPERIOR Observação: nas demais escolas, a Primária do 2º grau e na Escola Normal a disciplina Instrução Moral e Cívica não era trabalhada em sala de aula. VOCÊ REPAROU QUE ATÉ A LINGUAGEM NOS DECRETOS É DIFERENTE? COMO AS PALAVRAS ERAM ESCRITAS? Isso nos ajuda a entender um pouco mais sobre a mudança de paradigma, em que a Educação passou a ser vista, pensada, organizada, e a fazer parte de um projeto nacional de Brasil. RECOMENDAÇÃO E agora é com você: que tal fazer um parecer sobre a transformação da Educação na formação da República? Essas anotações serão importantes para que perceba seu desenvolvimento. VERIFICANDO O APRENDIZADO ATENÇÃO! http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse01-01 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse01-02 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse01-03 Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir. 1. Assinale a alternativa que corresponde ao que defendia Rui Barbosa nos anos finais do Império: a) Ensino religioso. b) Ensino primário facultativo. c) Criação da Lei Orgânica do Ensino Superior e Fundamental. d) Ensino primário obrigatório, gratuito e laico. Responder Comentário Parabéns! A alternativa D está correta. Rui Barbosa, ao propor a reforma do ensino secundário e primário, acreditava que algumas mudanças estruturais na sociedade aconteceriam pela Educação. Desse modo, o progresso seria alcançado por meio do conhecimento. Ou seja, ele defendia uma Educação que fosse obrigatória, gratuita e laica. 2. Ao final da Monarquia e início da República, em um contexto de intensa efervescência social, a Educação já vinha sendo pensada como um importante instrumento de desenvolvimento. Uma das preocupações centrais era garantir a formação de: a) Um conjunto de Universidades brasileiras que nos marcasse como nação evoluída. b) Uma estrutura que mantivesse viva a tradições religiosas da Educação, contra a influência das tradições europeias. c) Um conjunto legislativo que transformava a Educação em um plano nacional. d) Um modelo de Educação Moral e Cívica pautado na formação do sujeito como objeto da Educação. Responder Comentário Parabéns! A alternativa C está correta. A influência da corrente positivista e o crescimento da industrialização transformava a Educação em um aspecto de evolução das nações e, por isso, a construção de um modelo que nos levasse ao progresso passou a ser defendida. VOCÊ CONSEGUIU DESBLOQUEAR O SEGUNDO MÓDULO! E, com isso, você: Identificou fatos referentes à Educação que fizeram parte da transição do Brasil Império para o Brasil República. Retornar para o início do módulo 1 INTRODUÇÃO Já falamos sobre o positivismo como principal referência para a criação de um objetivo para a reforma educacional na então República. Mas como essa relação aconteceu? Rodrigo Rainha explica. Adicione um comentário CONCEITO DE POSITIVISMO http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#modulo1 O positivismo foi uma corrente filosófica que surgiu na França no século XIX. Augusto Comte (1798-1857) é considerado o Pai da Sociologia por ter usado pela primeira vez o conceito de Sociologia em seu Curso de Filosofia Positiva. Elaborou de maneira muito organizada suas ideias, fundamentando sua teoria nos modelos das ciências naturais, tendo como principal objetivo encontrar as leis universais dos fenômenos sociais. Ele intitulou sua reflexão acerca da sociedade como uma Física Social. Em função da crise que vivia a França de sua época, Comte queria encontrar soluções para resolvê-la, pois eram nítidos o atraso e o impedimento do progresso por causa do caos estabelecido. Foi nesse contexto de crises e instabilidades que ele buscou responder aos problemas sociais com sua teoria positivista. De acordo com Gomide (1999), o positivismo apresenta algumas premissas fundamentais: Toda proposição científica deve ser empiricamente significante e toda premissa universal deve ter origem indutiva. A teoria tem origem em proposições certíssimas obtidas mediante indução. As leis científicas não fornecem os porquês dos fenômenos. O empirismo, a observação e a objetividade são características fundamentais do pensamento positivista. SAIBA MAIS Clique aqui e veja um exemplo. Compreendia-se que o positivismo era o canal para a reforma intelectual do Homem. Para que essa reorganização acontecesse, as ideias positivistas estavam assentadas na noção de que somente pela ordem e pelo progresso seria possível alcançar uma sociedade estruturada, que pudesse ecoar e aperfeiçoar todas as estruturas permanentes: religião, família, propriedade, linguagem, acordo entre poder espiritual e temporal etc. CAMINHOS PARA O PROGRESSO SOCIAL Augusto Comte apostava no conhecimento científico como o único saber verdadeiro. Na concepção dele, o positivismo seria a possibilidade de pensar os http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html problemas sociais pelos critérios e parâmetros das ciências naturais. Dessa forma, seria plenamente possível organizar a sociedade nas suas variadas dimensões, pois o positivismo respondia às questões sociais com um caráter de exatidão, oposto à visão de mundo da Teologia e da Metafísica. Por isso, a importância da Física Social, que explica os fatos pela lógica do conhecimento único e verdadeiro que vem da experiência, não do idealismo. Para Comte, não se tratava de negar o estado Teológico e o Metafísico. Ambos eram importantes e necessários, mas deveriam ser utilizados nas interpretações dos fatos com os quais tinham ligação direta; por exemplo, a relação do homem com a transcendência e com o universo cultural. O positivismo no Brasil constituiu a base de nosso modelo pedagógico nacional. Seu grau de utilitarismo e pragmatismo, sua presença em jornais, nos meios de comunicação, como o rádio, transformaram a percepção de Educação no Brasil. POSITIVISMO NO BRASIL Precisamos voltar no tempo para que seja compreensível. O Brasil da transição, que abordamos no primeiro módulo, tinha o positivismo como um modelo ideal. Nossas principais linhas reformistas republicanas pensavam na criação de um modelo de educação que permitisse o desenvolvimento nacional. O que passamos a perceber ao longo das décadas seguintes foi a implementação desse modelo. Agora que você já está mais familiarizado com as ideias positivistas, vamos entender um pouco sobre sua recepção no contexto brasileiro. O positivismo floresceu no Brasilde modo muito acentuado durante a transição do fim do Império e o começo da República. Em um contexto marcado por muitas mudanças políticas e sociais, os republicanos assumiram o positivismo como o ideal para a República que nascia. Segundo essa lógica, tornava-se cada vez mais urgente modernizar o Brasil e acelerar o progresso. Em 1891, foi promulgada a primeira Constituição da República, inspirada na Carta Constitucional dos Estados Unidos e sob forte inspiração positivista. O divulgador do positivismo no Brasil foi o militar e político brasileiro, Benjamin Constant (1836-1891). Ele criou, junto com outros adeptos, em 1876, a Fundação da Sociedade Positivista do Brasil. Um deles foi Teixeira Mendes (1855-1927), que era o presidente da Associação Positivista chamada Apostolado Positivista do Brasil. Por que Apostolado? Porque o positivismo ganhou o status de uma “nova religião” e tinha seguidores. SAIBA MAIS Além de Benjamin Constant e Teixeira Mendes, também foram responsáveis pela idealização da Bandeira Nacional dois catedráticos: Miguel de Lemos (filósofo) e Manuel Pereira Reis (astrônomo). A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA Vimos como o positivismo esteve no horizonte dos republicanos na promulgação da nova Constituição e na criação de uma nova bandeira para o Brasil. As ideias positivistas precisavam estruturar a sociedade brasileira em todos os seus aspectos: culturais, sociais, econômicos e políticos. Multiplicaram-se pelo país as escolas privadas elementares e profissionais, a maior parte de ensino secundário. Também surgiram muitas instituições beneficentes oferecendo ensino primário e secundário. Nos anos iniciais da Primeira República, tivemos a ocorrência de uma série de reformas de clara inspiração positivista. REFORMA BENJAMIN CONSTANT (1890) CÓDIGO EPITÁCIO PESSOA (1901) REFORMA RIVADÁVIA (1911) MUDANÇA NOS DEBATES 1920-1930 Chegaram ao Brasil novas ideias pedagógicas e se formou um novo corpo de sujeitos: especialistas em Educação, que passaram a questionar os modelos que estavam sendo estabelecidos, escolas que eles chamavam de tradicionais, centradas na atuação do professor e na repetição. Os especialistas tinham a ideia de que o Brasil, uma vez mais, estava atrasado e essa crítica não ficava só no campo da Educação. O novo movimento foi chamado Pedagogia Liberal. O ideal liberal econômico apontava também para outros segmentos. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse02-01 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse02-02 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#collapse02-03 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html Façamos uma breve viagem para acompanharmos essas mudanças: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 01 Washington Luiz brigava para que o Brasil ampliasse suas estradas e transformasse o carro em um meio mais presente em nossas cidades e, principalmente, para que o Brasil pudesse ser produtor desses novos bens que representavam o futuro e as novas dinâmicas sociais. PreviousNext Em um país com novas exigências, os momentos de mudança são marcantes. Um novo golpe terminou com a Primeira República: na tentativa de Washington Luiz em eleger o também paulista Júlio Prestes, as potências Minas, Rio Grande http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#magicCarousel http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#magicCarousel do Sul e Paraíba se uniram para tentar vencê-lo. Foram derrotados, mas o assassinato de João Pessoa, presidente da Paraíba, ainda que por motivos familiares, foi o argumento para a articulação que terminou com a impressionante imagem de Getúlio Vargas chegando com sua tropa de cavalos e apeando no obelisco da avenida Rio Branco, no centro da capital brasileira. Esse momento foi chamado (por uma historiografia pró-Vargas) como Revolução. E, dessa forma, o governo de Vargas foi iniciado. SAIBA MAIS As mudanças vividas impactaram o Brasil e o documento educacional mais famoso dessa época é um manifesto de educadores brasileiros defendendo uma intensa reforma de nossa educação. Ficou conhecido como Manifesto dos Pioneiros. Já leu? Falaremos mais dele no próximo módulo. VERIFICANDO O APRENDIZADO ATENÇÃO! Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir. 3. Os Republicanos assumiram essa corrente como o ideal para a República que nascia e juraram que o bem comum seria o seu fundamento. Era preciso acelerar o progresso que fora atrasado pelo Império. A escolha dessa corrente influenciou toda a vida social e consequentemente a Educação, inclusive o lema da Bandeira Nacional. De qual corrente se trata? a) Positivista. b) Progressista. c) Liberal. d) Monarquista. Responder Comentário Parabéns! A alternativa A está correta. Positivismo é uma corrente de pensamento filosófico, sociológico e político que surgiu em meados do século XIX na França. A principal ideia do positivismo, fundamentado nas ciências naturais, era a de que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro. Auguste Comte foi o criador e em sua frase original, dizia: “amor como princípio, ordem como base, progresso como objetivo”. 4. As ideias positivistas tiveram grande influência não apenas na proclamação da República e na idealização de uma nova bandeira para o Brasil, mas também entre aqueles que pensavam a Educação naquele momento. Assinale qual reforma não sofreu inspiração positivista. a) Reforma Epitácio Pessoa. b) Reforma Rivadávia Correia. c) Reforma Anísio Teixeira. d) Reforma Benjamin Constant. Responder VOCÊ CONSEGUIU DESBLOQUEAR O TERCEIRO MÓDULO! E, com isso, você: A capacidade de relacionar a influência do positivismo na sociedade brasileira e consequentemente na Educação. Retornar para o início do módulo 2 INTRODUÇÃO Você sabia que o período conhecido como Brasil República é consideravelmente extenso? Assista ao vídeo e conheça os detalhes. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html#capa_mod2 Adicione um comentário SÉCULO DA PEDAGOGIA O século XIX ficou conhecido como o Século da Pedagogia. Naquele momento, buscava-se cada vez mais um modelo educacional que respondesse de forma crítica às demandas da luta de classes, burguesia versus proletariado, que envolveu a sociedade desse tempo. Houve uma radicalização das ideias pedagógicas, colocando-as como centro do processo de controle social. De acordo com Cambi (1999): “(...) bastante rico em modelos formativos, em teorizações pedagógicas, em compromisso educativo e reformismo escolar, em vista justamente de um crescimento social a realizar-se da maneira menos conflituosa possível e da forma mais geral.” (CAMBI, 1999) Fábrica Bangu Após a intensa transição entre os séculos XIX e XX, com a necessidade de uma Educação técnico-fabril por um lado e a Educação do cidadão iluminista por outro, sob uma economia com fundamentos cada vez mais liberais, surgiu o teor do novo processo educacional. De modo que, já no século XX, a didática, até então considerada tradicional, passou a se preocupar com o método mais adequado para a aprendizagem de um conteúdo específico ou de determinada habilidade. IDEIAS QUE VIAJAM A renovação das práticas pedagógicas Você pode estar se perguntando de onde vieram e quais foram as pessoas que difundiram essas ideias no Brasil. Veja, a seguir, as teorias de cada um desses pensadores que contribuíram de alguma forma para essa renovação das práticas pedagógicas. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.htmlhttp://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html DESENVOLVIMENTO Você percebeu que até aqui, nós já elencamos uma série de propostas e novas ideias pedagógicas que tiveram influência no modo como a Educação passou a ser estruturada no século XX. O exercício daqui por diante é conhecer as reformas, decretos e leis que tivemos durante o período republicano e pensar como que essas novas práticas pedagógicas influenciaram a Educação brasileira. A DÉCADA DAS REFORMAS EDUCACIONAIS (1920) http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html A década de 1920 ficou conhecida, no campo educacional, como a década das reformas educacionais. Naquele momento, ocorreram intensos debates envolvendo diferentes propostas para pensar a Educação e a organização do sistema escolar. Uma dessas propostas trazia consigo os ideais da chamada Escola Nova. Em uma conjuntura marcada por importantes transformações econômicas, políticas e sociais, os defensores do escolanovismo defendiam a urgência na renovação das práticas de ensino. Para eles, a Educação tradicional não estimulava os alunos a pensarem por conta própria. No decorrer dos anos 1920, alguns estados brasileiros realizaram algumas reformas educacionais do ensino primário, através dos seguintes pressupostos: Extensão do ensino Articulação entre os diferentes níveis da escolarização Adaptação ao meio social Adaptação às ideias modernas de Educação SAIBA MAIS http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html Nesse período, muitos intelectuais tentaram colocar em prática os ideais escolanovistas, por meio de uma série de reformas do ensino primário que foram feitas no âmbito estadual. Em um intervalo de oito anos (1920 – 1928), destacaram-se alguns educadores em vários estados da federação: clicando aqui. ERA VARGAS (1930-1945) O ano de 1930 é considerado o marco final da República Velha e o início da chamada Era Vargas. Alguns fatores ocasionaram o colapso da Primeira República como a insatisfação de muitos setores sociais que contestavam cada vez mais o Estado oligárquico, além da crise da economia cafeeira com o fim dos investimentos estrangeiros. A crise dos anos vinte conduziu o país à denominada Revolução de 1930 e levou Getúlio Vargas ao comando da nação. Em termos educacionais, apesar das tentativas de reforma nos anos 1920, ao final da Primeira República pouca coisa havia realmente mudado. Nosso país continuava sem um sistema de ensino coerente e eficiente. Além disso, o analfabetismo entre jovens e adultos, um problema de âmbito nacional, não foi resolvido com as reformas. As camadas mais pobres da população permaneciam fora das salas de aula e apartadas do acesso ao conhecimento. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html Mesmo com um cenário político conturbado, alguns nomes de projeção na Educação (desde os anos 1920) ocuparam posições de destaque no campo educacional. Vários reformadores dessa década foram convidados a ocupar cargos de relevância no interior do novo governo. Assim, pela primeira vez em nossa história da Educação, teve início um movimento em direção à criação de um sistema organizado de ensino. De modo geral, a Revolução de 1930 no campo educacional foi produtiva: ainda naquele ano, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, coordenado por Francisco Campos. A atuação de Francisco Campos se deu no sentido de estabelecer um sistema nacional de Educação. O novo ministro visava estruturar o ensino secundário e o ensino superior. Esses decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos. Nem todas essas reformas educacionais foram plenamente aceitas por todos os setores da sociedade. A situação política conturbada e a noção de que o governo não estava totalmente comprometido com a renovação do sistema educacional pressionava os defensores da Pedagogia da Escola Nova. Em 1932, um grupo de 26 educadores apresentou ao governo um documento que ficou conhecido http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html posteriormente como o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, escrito por Fernando de Azevedo. O documento apresentava várias propostas e defendia algumas posições que, a partir de então, foram colocadas em prática ou foram combatidas por grupos que não aceitavam as mudanças advindas pela Educação. Enquanto os defensores do escolanovismo acreditavam que a Educação funcionava como um instrumento de emancipação dos indivíduos, a arena pública via crescer com força e intensidade a defesa do ensino religioso, sob forte influência da ideologia católica. NESSE CONFLITO DE IDEIAS, CADA GRUPO APRESENTAVA CONCEITOS E PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Nesse contexto de disputa de narrativas e projetos distintos, foi promulgada uma nova Constituição para o país: a Constituição de 1934. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html QUAL O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO DE 1934 NESSE CONTEXTO DE DISCUSSÃO E ESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES E PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO? A Constituição de 1934 foi a primeira Carta Magna brasileira a incluir em seu texto um capítulo inteiro sobre a Educação. Pela primeira vez, foram apontadas questões importantes em relação ao ensino no Brasil, como o acesso ao ensino primário. Clique aqui e leia os artigos 148 e 149. Como é possível perceber, os anseios dos pioneiros foram atendidos, ainda que não em sua totalidade. Mesmo assim, a nova Carta Constitucional trouxe muitos avanços na Educação brasileira. ESTADO NOVO (1937-1945) http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html Apenas quatro anos depois da Constituição de 1934, instaurou-se o período que ficou conhecido como Estado Novo. Com a promulgação de uma nova Constituiçãode caráter claramente autoritário, em 1937, Getúlio iniciava a fase ditatorial da Era Vargas. Os oito anos que duraram o Estado Novo foram de intensa repressão política a todos aqueles que faziam oposição ao governo. No campo educacional, permaneceram intactos a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário. Por outro lado, tornou obrigatória a disciplina Educação Moral e Cívica nas escolas. Acompanhando as mudanças na sociedade e o aprofundamento do processo de industrialização, ficava cada vez mais evidente a carência de mão de obra profissional. Assim, outra mudança trazida na Constituição de 1937 foi a introdução do ensino profissionalizante. Nos primeiros anos do Estado Novo, em um contexto de ascensão de forças conservadoras, os ideais dos intelectuais da Escola Nova caíram em certo descrédito. A instituição do ensino profissional, voltado sobretudo para as classes menos favorecidas, marcou claramente essa mentalidade. No começo da década de 1940, ocorreram algumas iniciativas de reforma da Educação, mais voltadas para o ensino primário e secundário, mas ainda articuladas ao projeto político autoritário de Vargas. No ano de 1942, Gustavo Capanema, Ministro da Saúde e Educação, empreendeu algumas mudanças sob o nome de Leis Orgânicas do Ensino. Popularmente http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.htmlconhecidas como Reforma Capanema, essas reformas tinham um viés claramente nacionalista e moralizante. NOVA REPÚBLICA (1946-1963) Com o final do Estado Novo, mais uma vez tivemos a promulgação de uma nova Constituição, dessa vez com um viés liberal e democrática. Observe o fato de que em 12 anos (1934-1946), o Brasil teve três constituições diferentes (a de 1934, a de 1937 e a de 1946). Em 1945, quando Getúlio Vargas foi derrubado do poder, o Brasil voltou, finalmente, a respirar ares democráticos. Por isso, a expressão Nova República. Diante de tanta informação e tantas reformas diferentes, você pode estar se perguntando sobre o que acontece agora. Avanços ou retrocessos? Felizmente, o período conhecido como Nova República ficou conhecido por importantes transformações no âmbito educacional. Não é possível esquecer que o rápido crescimento demográfico e o acelerado processo de industrialização impulsionaram as http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html demandas por Educação. Na Constituição de 1946, a Educação aparece novamente como “um direito de todos”, inspirada nos princípios defendidos pelos escolanovistas. SAIBA MAIS Ainda em 1946, o ensino primário passou por uma reestruturação através da chamada Lei Orgânica do Ensino Primário, instituída a partir desses decretos- leis. Naquele contexto, tivemos ainda outro debate muito importante envolvendo o setor educacional: o Ministro da Educação, Clemente Mariani, criou uma comissão de educadores com o objetivo de pensar uma reforma geral para a Educação. Assim, em 1948, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional começou a ser discutida e pensada. “Durante 13 anos, travou-se intenso debate, no âmbito do Estado e da sociedade civil, entre os que defendiam a prioridade da escola pública e os partidários da liberdade de ensino. Para os primeiros, os recursos do Estado deveriam ser empregados na manutenção e na expansão das escolas oficiais, que deveriam ministrar um ensino obrigatório, gratuito e laico. Para os outros, esses recursos deveriam ser transferidos às instituições particulares, que http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0393/te0007/index.html ministrariam o ensino conforme as orientações ideológicas das famílias, cabendo ao Estado apenas ocupar o espaço não preenchido pela iniciativa privada”. (LEI Nº 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961) Após intensos debates envolvendo entidades estudantis, sindicatos e organizações religiosas, o projeto da LDB finalmente virou a Lei no 4.024, no ano de 1961, já no governo de João Goulart. A seguir alguns pontos contemplados na LDB: 1 Obrigatoriedade de matrícula nos quatros anos do ensino primário. 2 Ensino religioso facultativo. 3 Ano letivo de 180 dias. 4 Concede mais autonomia aos órgãos estaduais, através da diminuição da centralização do poder no MEC. 5 Formação do professor para o ensino médio nos cursos de nível superior. A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA LIBERTADORA (1960) No início da década de 1960, não foram apenas os debates envolvendo o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional que marcaram o cenário brasileiro. O professor Paulo Freire (foto) passou a ser conhecido por ter conseguido alfabetizar, na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. O chamado método Paulo Freire ficou conhecido porque rejeitava as formas tradicionais de alfabetização que usavam cartilha. Para Freire, essas cartilhas levavam o aluno a aprender pelo método da repetição. Ao contrário disso, Freire acreditava que o aprendizado deveria vir como parte integrante da realidade e experiência das pessoas. No vídeo, Rodrigo Rainha contextualiza os acontecimentos que levaram o país do momento de criação da Lei de Diretrizes e Bases, em 1961, ao Golpe Civil-militar, em 1964. Adicione um comentário Ou seja, ele partia do universo familiar dos indivíduos para formar palavras e articular sílabas. ATENÇÃO! Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir. 5. Na década de 1920, um movimento conhecido como Escola Nova exerceu grande influência entre uma parcela de intelectuais no Brasil. Identifique nas alternativas abaixo, aquela que não corresponde aos ideais defendidos pelos escolanovistas: a) Renovação do ensino com uma Educação baseada no estímulo do desenvolvimento das potencialidades dos alunos. b) Defesa de uma Educação pública, laica e gratuita. c) A Educação era entendida como um direito reservado a apenas uma pequena parcela da elite. d) A escola era entendida como um espaço onde os sujeitos poderiam se expressar. Responder Comentário Parabéns! A alternativa C está correta. Os defensores da Escola Nova, nos anos 1920 e 1930, em um contexto de publicação do Manifesto dos Pioneiros sempre defenderam uma Educação que alcançasse todas as classes sociais. Eles acreditavam que a Educação funcionaria como um importante instrumento de emancipação dos indivíduos, portanto, ela teria que ser para todos. 6. Com a Proclamação da República, o Brasil adotou o Federalismo, e o poder, até então centralizado no imperador, foi dividido entre o presidente e os governos estaduais. Essas transformações tiveram ecos na Educação. A ideia do ensino como direito público se fortaleceu e surgiram modelos que se perpetuaram. Qual das realizações não corresponde a um fato do período republicano? a) Promulgação da Constituição de 1891 que determinou a descentralização do ensino. b) Criação da Associação Brasileira de Educação (ABE). c) Promulgação da Primeira LDB em 1961. d) Criação da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro em 1810. Responder CONSIDERAÇÕES FINAIS Este tema fez um passeio sobre as principais linhas educacionais que formaram o Brasil entre o fim do Império até as vésperas do Golpe Civil-militar de 1964. Podemos perceber que este período é marcado por duas grandes tendências pedagógicas: as linhas oriundas do positivismo e as caraterísticas marcantes do tecnicismo. Enquanto até 1930 (período denominado República Velha) a tradição positivista ajudou a organizar as bases da educação brasileira, a partir da chamada Era Vargas (1930-1945) e até 1964, temos a consolidação de um sistema educacional organizado através de Manifestos, Leis e, inclusive, a LDB (Diretrizes de Base da Educação, de 1961) que marcaram profundamente a tradição escolar brasileira e que, de algum modo, permanecem ainda hoje em nosso ideário educacional.
Compartilhar