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TIP- Atividades Domiciliares

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UNIVERSIDADE PAULISTA- CAMPUS SWIFT
CURSO SUPERIOR EM PSICOLOGIA
5º SEMESTRE MATUTINO 
Graziele Gomes Brugnoli RA: T95827-0
 
 
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DA PERSONALIDADE 
ATIVIDADE DOMICILIAR
 
 
 
 
 
Campinas
2020
ANÁLISE DE PESQUISA CIENTÍFICA
Artigo: SOUZA, Carolina Cardoso de; RESENDE, Ana Cristina. Perfis de Personalidade de Adolescentes que Cometeram Homicídio, Psico-USF, Bragança Paulista, v.21, n. 1, p. 73-86, jan./abr. 2016.
O presente trabalho tem a intenção de compreender o que as autoras Souza e Resende (2016), quiseram abordar com sua pesquisa científica do tema: Perfis de personalidade de adolescentes que cometeram homicídio e dessa forma acrescentar o conhecimento de conteúdos passados em sala, o artigo científico tem sua temática principal, em encontrar os perfis psicológicos em um grupo de adolescentes que cometeram homicídio, também tem a intenção de entender o que os motiva a esse tipo de comportamento. 
Porque, com o aumento da violência praticada por esses jovens trouxe temores a sociedade e a mobiliza, assim como se faz necessário compreender a realidade de adolescentes que cometem esse crime, pois é resultado de uma combinação de fatores, como o biológico, familiar e social, um exemplo que o artigo uso é o agravante de o jovem ter sido abusado na família. O artigo também justifica a escolha do tema, ao mencionar que considera a personalidade como um dos fatores que pode influenciar no comportamento violento de adolescentes, e que muitos estudos têm investigado como essas características estão relacionadas com a conduta criminosa em adolescentes. 
Para tal, foram usadas abordagens teóricas de alguns estudos de metanálise com adolescentes que cometeram homicídio, onde descobriram os problemas cognitivos, especialmente os distúrbios da função executiva, em outros estudos apontam que os adolescentes infracionais de homicídio tendem a apresentar traços antissociais mais marcantes, como ausência de ansiedade, culpa e remorso. Outra abordagem foi a avaliação dos atos infracionais com o modelo dos cinco grandes fatores da personalidade, de Goldberg (1992), que mostram sobre a dimensão de socialização, nesses tem sido encontrado baixas pontuações em socialização, que costumam ser ser comuns em pessoas cínicas, manipuladoras, vingativas, antagonistas, autocentradas, indiferentes para com as necessidades alheias, hostis e com tendência a comportamentos antissociais, assim como outros dois traços têm sido observados em condutas antissociais de jovens que cometeram crimes violentos, o de busca de sensações, caracterizado por uma tendência a procurar novas e variadas experiências e sensações, uma disposição para correr riscos com a finalidade de satisfação e o traço insensibilidade caracterizado pela ausência de emoções nas relações interpessoais, segundo Souza e Resende (2016). Bem como o uso teste de Rorschach Sistema Compreensivo (SC) também ajudando para discriminar características de personalidade, de adolescentes que são mais propensos a se comportar de maneira violenta, as autoras mencionam que as as investigações com jovens que cometeram homicídio têm destacado várias características no âmbito das interações interpessoais, autopercepção, afetos e aspectos cognitivos. 
Assim, para interações interpessoais eles mantêm a disposição de gerar conflitos em relacionamentos, pouca disponibilidade para cooperar, desinteresse pela pessoas e falta de habilidades sociais, a autopercepção é instável, não se identificam com as pessoas com quem convivem, bem como traços narcísicos, egoísta e baixa autoestima, já no setor afetivo tem ausência de culpa, a pouca capacidade de lidar com situações emocionalmente complexas e o cognitivo, tem pouca coerência, desconsideram comportamentos esperados e tendem a interpretar de modo equivocado o que as pessoas falam. Para jovens que atuam repentinamente o Rorschach diz que eles têm dificuldade nas tomadas de decisão e se estressam fácil frente às circunstâncias não planejadas. 
Desse modo, é observado que o grupo é heterogêneo e o objetivo é explorar as possíveis configurações psicológicas, a procura das características de personalidade mais dominantes, em um grupo de adolescentes que cometeram homicídio e estão cumprindo medidas socioeducativas. 
Assim, como método no sentido de participantes foram 33 adolescentes, com idade entre 14 e 19 anos, ambos os sexos, escolaridade variada, que cometeram homicídio ou latrocínio e estavam cumprindo medida socioeducativa, foram consideradas as avaliações que tiveram informações válidas, sem necessidade de aplicar critérios de exclusão. 
Já para instrumentos, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, com o objetivo de estabelecer um rapport e recolher informações sobre as características de identificação, capacidade de comunicação e orientação alopsíquica e autopsíquica, histórico do envolvimento em atos infracionais. Utilizou se também, prontuários dos adolescentes para levantar informações acerca dos adolescentes durante o cumprimento da medida, bem como o tempo de internação, os atos cometidos e para confirmar informações colhidas na entrevista.
 Também foi utilizado o Método de Rorschach (Sistema Compreensivo), onde se têm dez cartões com manchas de tinta, os quais servem de estímulos pouco organizados e levam o indivíduo em avaliação a expressar conteúdos associativo-perceptivos representativos de sua forma habitual de pensar, sentir e agir. O mesmo aplica-se individualmente, e está mais ligado aos comportamentos que as utilizam para resolver seus problemas, desse jeito a personalidade é revelada por meio de como a pessoa age na solução de um problema, a pessoa identifica o que a mancha de tinta pode ser e depois descreve o que na mancha faz parecer o que a pessoa identificou, sempre é usado uma padronização para as respostas dadas, que tem códigos e assim se resume em escores e são interpretadas no sistema compreensivo.	
Para tal foram utilizados na investigação variáveis relacionadas a tabela 1 que leva em conta estudos com adolescentes que cometeram atos infracionais e utilizaram o método de rorschach como instrumento de coleta de dados. As variáveis são aquelas já mencionadas no início da análise crítica em abordagens teóricas. Que são déficits cognitivos um exemplo seria o desajustamento da realidade, déficits relacionais, como por exemplo desorganização em relacionamentos e características de psicopatia um exemplo seria características narcisistas.
	Já o procedimento foi aprovado pelo Juizado da Infância e Juventude do Estado e também pelo Comitê de Ética, a participação foi voluntária, utilizou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e depois dessa fase as instituições socioeducativas foram contatadas para o levantamento do quantitativo de adolescentes que cometeram homicídio e agendamento da coleta de dados. Já a coleta de dados foi realizada de forma individual, em dois encontros de aproximadamente 1 hora e 30 minutos cada, numa sala adequada para atendimento e testagem psicológica, nas próprias instituições. 
Os resultados foram analisados e discutidos, por partes, mencionando dados relevantes, em porcentagens, dando ênfase em pontos comuns. Assim, foi possível observar que o baixo rendimento escolar é um fator importante, visto que a maioria teve poucos anos de estudo.É importante mencionar também que houve culpa dos atos praticados, porém essa culpa é muita das vezes relacionada ao fim da liberdade.
Segundo as autoras os adolescentes que cometeram homicídio mudam sua forma de pensar após estarem no sistema socioeducativo e os que cometeram latrocínio se arrependem de ter tirado a vida da pessoa, porém não do assalto. Além disso, os adolescentes com primeiras infrações tem uma dificuldade de dar uma atribuição de significado e no nomeiam como um acidente os atos cometidos.Ainda outros adolescentes que cometeram alguns atos, foi-se observado que suas características individuais podem justificar já que suas capacidades em lidar com situações emocionalmente complexas e tomadasde decisões são precárias.
Os adolescentes que não relatam arrependimento seriam 50%, a maioria foi motivado por dívidas do tráfico, brigas com inimigos de gangues brigas em festas e disputa por namoradas no caso desses adolescentes, o não arrependimento pode estar ligado a uma auto-afirmação, onde a visibilidade social faz parte do processo.. E ainda 5 dos adolescentes que não mostraram arrependimento tem indícios de déficit relacional, e os demais têm traços de problemas cognitivos
O método de rorschach, utilizado na pesquisa pode nos ajudar a compreender que 48,5% dos adolescentes observados entrevistados têm traços de psicopatia, 27,3% apresentam déficits relacionais e 18,2% apresentam déficits cognitivos e somente 6% não tiveram características que desse para agrupar. É importante ainda mencionar que há uma grande dificuldade em lidar com múltiplas tensões da vida cotidiana juntamente com o pouco investimento emocional para tomar consciência das circunstâncias indesejáveis, com a noção de percepção alterada é difícil para indivíduos com traço psicopáticos refletirem sobre suas atitudes.
O Teste de Rorschach foi escolhido como instrumento de pesquisa, pois ele apresenta várias variáveis que ajudam a identificar déficits e a mensurar, como a variáveis relacionais cognitivos e características de psicopatias. Assim se fosse observado no mínimo três variáveis ou 4 no caso de psicopatia ajudaria a compreender os motivos que levam a frequência dos adolescentes cometerem homicídio, o mais importante foi o de variáveis que indicam os déficits de relacionais.
Por fim, as autoras terminam falando como todas as variáveis apresentadas pelo teste de Rorschach, foram essenciais para conseguir demonstrar que todas as variáveis são importantes. E além disso crescer em ambientes que não possibilitou ao adolescente boas chances ajudaram a desenvolver as características que foram apresentadas ao longo do texto, bem como a característica de distância interpessoal, com a predisposição para manipular ajudaram os jovens a adquirir comportamentos violentos. Não obstante o teste de Rorschach também demonstrou que o funcionamento psicológico dos crimes dos homicidas são diverso, assim é importante que exista programas diferentes e reabilitação para cada caso. 
ANÁLISE DE ARTIGO
Artigo: MALGARIM, Bibiana Godoi; BENETTI, Silvia Pereira da Cruz. O abuso sexual: estudos de casos em cenas incestuosas, Estudos de Psicologia, Campinas, 28(4) I511-519, outubro – dezembro, 2011.
O presente artigo de Malgarim e Benetti (2011), visa compreender os processos mentais relativos ao funcionamento psíquico de vítimas de violência de abuso sexual, a partir da perspectiva da teoria psicanalítica, além do impacto do processo traumático no funcionamento psíquico. 
Para as autoras o abuso sexual infantil se apresenta como um tema extremamente recorrente ele é considerado um problema grave de saúde pública. Além disso vem aumentando as pesquisas referentes a esta área, sendo assim a psicanálise não poderia ficar de fora e deixar de contribuir para o entendimento do trauma do abuso sexual. Sobre a perspectiva psicanalítica quem passa por estas agressões têm rupturas dos objetos internalizados e a criança fica em um estado confuso com suas representações de self.
O método utilizado para executar o artigo foi uma pesquisa qualitativa realizada por meio de Estudo de Casos Múltiplos (Yin, 2005), pois a metodologia qualitativa garante a singularidade do objeto estudado, a ainda assim permite a formulação de hipóteses e teorias. Desse modo, essa estratégia consegue explorar diferenças e similaridades. E as questões éticas foram consideradas com profundidade, discutindo-se o trabalho no contexto do local realizado, com a criança e os familiares ou responsáveis. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). 
As participantes foram duas meninas encaminhadas pelo Conselho Tutelar a um serviço de atendimento voltado para vítimas de violência, uma com nome Estela (10 anos) e Lauren (12 anos), Estela foi abusada pelo pai, assunto que somente veio a tona com separação dos pais, e Lauren foi abusada pelo avô materno, com quem morava até essa idade, sua mãe, também sofrera abuso sexual por parte do avô. 
Como instrumentos e procedimentos foram utilizados além do Método Rorschach, outros testes projetivos consistentes e validados para a população brasileira como o House-Person-Tree (HTP) e a Hora de Jogo Diagnóstica. 
As autoras apresentam os contextos familiares e todo o caso, separadamente, no primeiro de Estela as autoras iniciam contando alguns detalhes sobre como Estela tem problemas de relacionamento com a mãe atualmente, menciona como ocorreu também o abuso, descreve as características físicas de Estela que demonstram que apesar dela ser extremamente vaidosa na hora de situações de conflito ela tem pouco controle, como se demonstrou com os testes projetivos e o na hora de jogo diagnóstica.
Também foi possível observar no teste HTP estruturas defensivas e que enfatizam a regressão, já com teste do Rorschach é possível observar que a menina demonstra ambivalência em relação a figuras parentais resultando em uma dificuldade para identificar aspectos afetivos e amorosos, gerando assim situações de conflito que impedem a mesma de discriminar o self, é possível observar também que nenhuma das pranchas apresentadas a Estela teve conteúdo humano, somente formas animais.
No segundo caso, o de Lauren as autoras começam contando sobre como a mãe dela já havia sofrido abusos e como a mesma estava passando por uma situação em que se estava averiguando se ela era filha do avô, as autoras também descrevem que acontecia os abusos de Lauren no sítio da família. Quando foi pedido para desenhar, Lauren desenhou a sua irmã como sendo superior isso reflete os sentimentos que a menina sentia de ter sido “deixada” para trás. Além disso foram observados caráter obsessivos e no teste do Rorschach ficou claro que Lauren sofreu uma experiência traumática, com o teste também foi possível observar que a mesma tinha dificuldades em algumas pranchas, essas que indicam áreas de conflitos sexuais e de relacionamentos íntimos.
	É importante ressaltar que o Método Rorschach é um teste que avalia a estrutura e dinâmica da personalidade, as suas potencialidades e fragilidades do sujeito. Sendo um facilitador da entrada no mundo interno e no curso das relações que este mantém com o ambiente e o ambiente mantém com ele. 
O teste do Rorschach identificou que ambos os casos das meninas, que há uma capacidade limitada na apreensão da realidade, com fragmentação da experiência e utilização de defesas obsessivas. Essa análise pode ser observada devido ao predomínio de respostas com conteúdo animal e ausência de movimento, com atenção a detalhes e adaptação das respostas para se livrar dos questionamento. Portanto, como mencionado a incapacidade de identificar conteúdo humano, deve-se a uma internalização objetal que fica marcada pela ambivalência de sentimentos e por conflitos internos. E no caso de Lauren a rejeição das pranchas IX e VI por representarem relacionamentos profundos (íntimos), deixa evidente essas características ambivalentes e conflituosas. 
Na parte das discussões as autoras, frisam que ocorre um empobrecimento em se relacionar de forma autêntica, também sendo manifestados conteúdos altos de ansiedade no caso de Lauren o trauma estava repercutindo em sua organização psíquica. Assim, o artigo também pontua que em ambos os casos o abuso não era somente de um momento e sim que vinha no histórico familiar. 
Malgarim e Benetti (2011), abordam que quanto mais nova a criança, será mais difícil para o ego se organizar frente a experiência traumática, segundo a psicanálise além da organização, podem ocorrer vivências de isolamento e sintomas de ansiedade e pânico atingindo aspectos do self.
Algumas hipóteses podem ser geradas como das pessoas abusadas desenvolverem borderline, devido as ambivalências presentes dentro delas. Outrahipótese, é o empobrecimento das capacidades simbólicas, a pessoa terá dificuldades em dimensões cognitivas, afetivas e relacionais. Essas marcas de abuso poderão ocasionar em uma destruição completa ou parcial do aparelho psíquico e do sentido de identidade pessoal.
 Em consonância com Malgarim e Benetti (2011), em suas considerações finais o teste do Rorschach demonstrou que a capacidade de apreensão da realidade das meninas é limitada, tem fragmentações das experiências e utilização de caracteres obsessivos. 
Por fim, conseguimos entender que o artigo aborda um tema complexo e fica evidente que para utilização do Método Rorschach se exige prática, treinamento e supervisão, também se explicita no artigo que se faz necessário o desenvolvimento saudável da fase edípica. Todavia, nota-se que as meninas precisarão fazer um esforço psíquico para superar os resquícios do trauma, mas sem termos a certeza se ocorrerá ou não uma ressignificação, pois essas ainda estão em desenvolvimento e vão ainda viver a adolescência. Assim, se faz necessário, o atendimento psicológico e uma rede de apoio, para que elas possam se desenvolver socialmente, como na escola e possam vir a ter o estabelecimento das relações objetais de forma estável e seus funcionamentos psíquicos possam crescer sadios. 
QUESTÕES: 
01- Qual os autores utilizados na classificação de respostas do Rorschach pelas pesquisadoras citadas nas duas atividades?
No primeiro texto por abordar acerca do Sistema Compreensivo, o autor utilizado é o John E. Exner Jr.
Já no segundo texto, não se é mencionado, todavia pela avaliação das respostas de detalhe menor, é possível afirmar que seja Klopfer e Kelly.
02- Qual autor utilizado por nós para os estudos referentes a essa prova?
O autor usado é o Prof. Dr. Aníbal Silveira.
03-Quais as formas de classificação de respostas utilizadas por esse autor para a análise do protocolo do Rorschach e estudadas por nós nesse bimestre?
As formas de classificação de respostas utilizadas por esse autor para análise do protocolo de Rorschach e estudadas por nós esse bimestre, é dividida em Modalidades essas que podem ser Primárias ou Secundárias, Determinantes, Conteúdo, Respostas Vulgares e subdivisões com suas respectivas variações.

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