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Artigo - Encarceramento em massa e suas formas de ressocialização

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ENCARCERAMENTO EM MASSA E SUAS FORMAS DE RESSOCIALIZAÇÃO
*Alexandra Vieira de Souza
Graduanda em Direito pela FUCAMP
EMAIL@hotmail.com
Resumo – A temática deste artigo pontua como se dá o compromisso do estado com a ressocialização dos apenados privado de liberdade e sua aplicabilidade como instrumento a ser utilizado como resposta nas unidades prisionais até o termino de sua pena e de que forma essas condutas podem servir de importante instrumento à sua volta para a sociedade capaz de suprir lacunas na promoção da paz social. Está respaldado em pesquisadores como Antônio Henriques, João Bosco Medeiros, Menga Ludke, MARCONI e LAKATOS dentre outros teóricos que discorrem sobre esse tema. Quanto aos aspectos metodológicos, a pesquisa é classificada como sendo bibliográfica, já que foi realizada através de várias fontes jurídicas e documentais. Além de ser estabelecida com fins descritivos e caráter qualitativo, dentro de um método dedutivo seguida de uma pesquisa de campo. Tomando-se por base os pressupostos defendidos por esses estudiosos, analisou-se dentro do contexto do sistema carcerário brasileiro, do encarceramento excessivo, o papel social do governo, abuso de direito e descumprimento de preceitos legais bem como os interesses difusos e coletivos e a aplicação da lei como vetor da responsabilização do causador do dano. Concluiu-se que, de modo geral, ainda que as prisões brasileiras estejam superlotadas, a solução não é a construção de novos presídios sem que exista uma reforma ampla no sistema carcerário. Não há que se falar em uma solução rápida e drástica a um problema que vem se degradando a anos, além do que apontar a responsabilidade das tragédias apenas às disputas de facções é não enxergar que o pilar desse problema está na política de encarceramento em massa. 
Palavras-chave: Estado. Compromisso. Apenados. Ressocialização. encarceramento
Abstract - The thematic of this article points out how the commitment of the state with the resocialization of the prisoners deprived of freedom and their applicability as an instrument to be used as a response in the prison units until the end of their sentence and in what form these conducts can serve as an important instrument around society that can fill gaps in the promotion of social peace. It is supported by researchers such as Antônio Henriques, João Bosco Medeiros, Menga Ludke, MARCONI and LAKATOS among other theorists who discuss this topic. As for the methodological aspects, the research is classified as being bibliographic, since it was done through several legal and documentary sources. In addition to being established for descriptive purposes and qualitative character, within a deductive method followed by a field survey. Based on the assumptions defended by these scholars, it was analyzed within the context of the Brazilian prison system, excessive incarceration, the social role of government, abuse of law and noncompliance with legal precepts as well as diffuse and collective interests and enforcement of the law as a vector for the liability of the party causing the damage. It was concluded that, in general, even though Brazilian prisons are overcrowded, the solution is not the construction of new prisons without a comprehensive reform in the prison system. There is no need to speak of a quick and drastic solution to a problem that has been degrading for years, in addition to pointing the responsibility of tragedies only to factional disputes and not to see that the pillar of this problem lies in the politics of mass incarceration.
Keywords: State. Commitment. Sorry. Ressocialização. incarceration
Introdução
A população prisional no Brasil vem crescendo acentuadamente nos últimos anos e sendo pauta de destaque no principais veículos da mídia Nacional e internacional. O acelerado crescimento do sistema prisional é caracterizado, portanto, por uma política de descentralização das unidades e de encarceramento em massa. 
O estudo das garantias respaldados pela Lei de Execução Penal, LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 foi primordial para a concretização desta pesquisa. Visto que, trouxe esclarecimentos referente a garantia dos apenados das condições de trabalho e estudo, aos quais deveriam lhes ser assegurados e na prática, infelizmente não saíram do papel.
As condições ineficientes do sistema prisional brasileiro não proporcionam circunstâncias ressocializadoras adequadas para os criminosos. No Brasil praticamente não há programas que visem a não reincidência dos detentos, demonstrando a situação de um cenário que necessita urgentemente ser modificado.
Propomo-nos a discutir neste artigo o papel social do governo, bem como abuso de direito e descumprimento de preceitos legais, os interesses difusos e coletivos e a aplicação da lei como vetor da responsabilização do causador do dano. Nesta linha, procedeu-se o estudo do compromisso do estado com a ressocialização do indivíduo privado de liberdade e sua aplicabilidade como instrumento a ser utilizado como resposta, a forma com que os recursos do Compromisso de Ajustamento de Conduta podem ser investidos na garantia fundamental dos direitos difusos e coletivos, na busca de uma maior efetividade no atendimento dos direitos da coletividade dos apenados. 
Embora o discurso na administração penitenciária reforça as garantias dos presos, no cotidiano, no intra e extramuros da penitenciária não é o que propõem. Observamos que tanto os presos quanto às famílias dos apenados que no papel são vistos como parceiros no processo de ressocialização e no cuidado com os punidos, sofrem com a discriminalização e preconceitos. 
A drástica reforma no sistema carcerário brasileiro que promove a cultura de produção do criminoso como inimigo público a ser combatido e/ou eliminado grita por socorro. O compromisso das políticas sociais do Estado juntamente com o sistema carcerário deveria ser um importante instrumento na solução do índice de criminalidade provocados contra a sociedade.
Na elaboração de medidas específicas para a gestão prisional, é preciso superar o quadro de violação de direitos e a degradação da dignidade da vida, inserindo políticas voltadas aos sistemas prisionais e organização da estrutura da Administração Penitenciária. 
Supõe-se que em virtude disso, a possibilidade de mudanças legislativas como a Lei 12.403/11 que possibilita ao magistrado decretar diversas medidas cautelares, as quais divergem das prisões, alguns exemplos recentes de iniciativas do Poder judiciário são as Audiências de Custódia nas quais podem fazer expressiva diferença na solução do problema do encarceramento em massa em todo o país, pois de acordo com estudos acerca deste fenômeno conclui-se que 36% dos encarcerados do Brasil são presos provisórios, aqueles que ainda aguardam julgamento. 
Seguindo esse raciocínio, esse trabalho se dedicou aos seguintes aspectos: Da Ordem econômica e Social, Da Ação Civil Pública, Inquérito Civil, Do Ministério Público, Do Compromisso de Ajustamento de Conduta, Do Fundo do Direitos Difusos, Da aplicação direta dos recursos pelo Ministério Público e de Caso Prático na cidade de Uberlândia – MG. 
Depreende-se propor as medidas pertinentes para equacionar a situação que envolve o tema proposto, ainda que as prisões brasileiras estejam superlotadas, a solução não é a construção de novos presídios sem que exista uma reforma ampla no sistema carcerário. Não há que se falar em uma solução rápida e drástica a um problema que vem se degradando a anos, além do que apontar a responsabilidade das tragédias apenas às disputas de facções é não enxergar que o pilar desse problema está na política de encarceramento em massa. 
O estudo abordado confirma a hipótese de que a construção de Unidades Prisionais não é a resposta cabível para a questão penitenciaria no Brasil. E que uma maior presença de políticas públicas desenvolvendo e gerando trabalho, renda e educação, principalmente nas áreas onde o acesso a estas garantias fundamentais são quase nulas promovendo, para fora das muralhasdas prisões, uma inibição ao desenvolvimento assentado da marginalização. 
Nota-se que resolver o problema não é apenas jogá-lo em uma cela a qual passará parte de seu tempo alimentando mais e mais sua fúria. É mais que isso, é ensinar aquele cidadão privado de liberdade, valores, uma profissão, uma crença dentre outros programas sociais ao qual faz toda diferença na sua formação, uma vez que na maioria das vezes essas pessoas se quer teve uma estrutura famíliar ou acesso as suas garantias fundamentais. 
Por isso é de extrema importância a realização deste estudo, que tem como principal objetivo demonstrar a real situação do sistema prisional brasileiro e buscar alternativas que auxiliem no processo de ressocialização do detento.
A complexa trajetória carcerária no Brasil (se quiser especificar mais)
A história do sistema carcerário no Brasil passou por diversas mudanças ao longo do tempo, mas sempre teve a prisão como local de confinamento e exclusão social, não evidenciando a finalidade de reintegração ou recuperação social.
Para reverter esse caos foi sancionado no dia 11 de junho de 1984, a Lei de Execução Penal, na qual discorre sobre direitos, respeitando o princípio da dignidade humana, assegurando ao apenado reeducando saúde, educação, respeito, trabalho, remição, assistência ao egresso, etc.
Todavia, é público e notório que o sistema carcerário brasileiro ainda não se ajustou à programação visada pela Lei de Execução Penal. Com mais precisão a Lei nº 7.210 de 1984 institui a Lei de Execução Penal - LEP estabelece as normas fundamentais que regerão os direitos e obrigações do sentenciado no curso da execução da pena que tem como finalidade atuar como um instrumento de preparação para o retorno ao convívio social do recluso. Em seu artigo 1º, a lei deixa claro que seu objetivo baseia-se em dois fundamentos: o estrito cumprimento dos mandamentos existentes na sentença e a instrumentalização de condições que propiciem a reintegração social do condenado. Zacarias, em sua obra, relata que:
A Lei de Execução Penal traz em seu corpo os recursos teóricos necessários para se mudar a situação em que hoje se encontra o sistema penitenciário, se efetivamente utilizada traria benefícios não só para os indivíduos que estão detidos, mas para toda uma sociedade. Importante se faz a participação não só dos que tratam mais diretamente com os apenados, no caso dos funcionários, diretores de presídios, como também da família dos presos e do Poder Executivo que precisa se conscientizar do seu papel e promover investimentos para esse programa ressocializador. (2006, p. 35)
A Lei de Execução Penal mesmo sendo uma das mais completas existentes no mundo, infelizmente não é colocada em prática no país. No entanto, a questão é bastante desprezada pelas políticas públicas, as quais podem ser vistas explicitamente no sucateamento dos presídios, nas superlotações, nos altos índices de reincidências de crimes e na falha de pessoal. O Estado prefere tratar as penas, apenas como um meio de castigar o indivíduo pelo delito realizado. A realidade carcerária para o Norberto Cláudio (2014, p. 178) corrobora que:
Infelizmente, no Brasil a realidade carcerária corre à revelia dessa normatização, caracterizando-se muitas de nossas penitenciárias como ambientes absolutamente insalubres, onde se concentram, na mesma cela, número de presos superior à sua capacidade, prejudicando sensivelmente o processo de readaptação do preso à sociedade. Consequência dessa situação desastrosa que atinge o preso é a criação de ambiente negativo ao reajustamento, facilitando a reincidência criminosa que, bem sabemos, atinge níveis alarmantes no país.
Sabe-se que o objetivo do sistema prisional seria de que a prisão, pena privativa de liberdade, de acordo com as leis vigentes, se constituiria numa instituição na qual o Estado, proporcionaria aos indivíduos que praticaram delitos o seu isolamento, de forma a ressocializá-los e habilitá-los para o retorno ao convívio social. 
Já numa análise superficial percebemos o total desvirtuamento da filosofia prisional para com a presente realidade de nosso sistema carcerário. Em nosso atual sistema prisional, a pena tem cumprido apenas o seu caráter retributivo, apenas impondo um castigo ao condenado, sem lhe proporcionar sua recuperação e sua consequente reinserção social. Expressa Mirabete que:
A falência de nosso sistema carcerário tem sido apontada, acertadamente, como uma das maiores mazelas do modelo repressivo brasileiro, que, hipocritamente, envia condenados para penitenciárias, com a apregoada finalidade de reabilitá-lo ao convívio social, mas já sabendo que, ao retornar à sociedade, esse indivíduo estará mais despreparado, desambientado, insensível e, provavelmente, com maior desenvoltura para a prática de outros crimes, até mais violentos em relação ao que o conduziu ao cárcere.
Nesse contexto, não se deve desconsiderar os atos violentos cometidos pelos presos condenados, mas acreditar que a “reeducação” dos infratores será alcançada com integração e inserção social dignas desses sujeitos, ou seja, quando o sistema conseguir absorver suas demandas por educação, saúde, moradia, vida digna, ou seja, seus sentimentos de pertencer, de fazer parte da sociedade.
É muita hipocrisia imaginar que homens engaiolados e amontoados como animais, sem acesso a dignidade, estudo, trabalho e profissionalização possam retornar à sociedade, recuperados de seus erros. O atual ambiente carcerário, não permite realizar nenhum trabalho ressocializador sobre a pessoa do condenado. A reclusão que nosso sistema carcerário possui oferece os mais variados tipos de efeitos negativos que podem ser causados a um ser humano, contrariando totalmente a Lei de Execução Penal, uma vez que é excluída de forma integral a dignidade humana. Os presídios se tornaram depósitos humanos e escola do crime. A precariedade e as condições desumanas que os detentos vivem hoje, é de muita violência e de total abandono.
A Lei de Execução Penal n° 7.210/198412 em seu art. 10 dispõe: “Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso”. 
Tal redação indica que a execução penal possui como finalidade, além do efetivo cumprimento da pena, a ressocialização do indivíduo, porém infelizmente quanto a essa última não tem produzido os resultados almejados, ocasionando assim a crise que se encontra o sistema prisional.
Para Macaulay (2006), as condições de detenção são extremamente “cruéis, desumanas e degradantes” e, combinadas com a ausência do Estado, levaram a processos bastante complicados, como as inúmeras rebeliões e ao aumento da capacidade estratégica do crime organizado.
A situação brasileira é altamente preocupante e revela o desleixo por parte da sociedade e dos mecanismos de segurança pública com esses grupos sociais. O ambiente é de extrema deterioração, não só das condições de infraestrutura, mas da dignidade humana. 
Diante do exposto, fica evidente a necessidade de o Estado cumprir as normas estabelecidas na lei. No entanto, seja por descaso do governo ou até pelo descaso da sociedade, ele não garante a execução da lei. René Ariel Dotti pontua que:
O resguardo da dignidade do preso, com o oferecimento de meios ao trabalho, com uma adequada remuneração, constitui um dever do Estado que possibilitará não mais distinguir-se entre o cidadão livre e o cidadão preso, permitindo a este seu retorno para a sociedade sem a recidiva. A participação ativa do presidiário no programa de reinserção social pressupõe não somente que tal processo revela a sua voluntária adesão como também a passagem de um direito penal social para um direito que pretenda, também, ser democrático. (2000, p. 71)
Por não existir Políticas Públicas efetivas, o Brasil apresenta uma população carcerária que só faz crescer, percebe-se que o sistema prisional não atende se quer a demanda de assistir os carcerários. Isso aconteceporque na política de execução penal existem muitas falhas que começa na execução-gestão e na falta de controle dos recursos públicos.
No Brasil, segundo dados aproximados, entre 70% e 80% dos presos que saem sob o regime de liberdade condicional retornam ao chamado “mundo do crime” e voltam a ser novamente presidiários, com a denominação de “reincidentes”. No “mundo de fora”, sofrem todos os tipos de estigmas (Carvalho Filho, 2005).
De acordo com a afirmação do autor acima, o índice de reincidentes nas prisões brasileiras é altíssimo, o que confirma a pouca efetividade do papel ressocializador e educador pretendido por estas instituições. É evidente que o tratamento dos presos influencia para a sua ressocialização, porém, o Estado, por sua vez, é incapaz de promover condições dignas de cumprimento de pena. A intenção deste trabalho não é defender indivíduos criminosos e muito menos os delitos praticados por eles, mas sim buscar alternativas que sejam eficazes para a falência do Sistema Prisional Brasileiro, uma vez que está comprovado que a pena privativa de liberdade da forma com que está sendo utilizada não está surtindo os efeitos necessários, e pelo contrário só está agravando ainda mais a situação em que se encontra o sistema.
6. METODOLOGIA
A metodologia é o conjunto filosófico e político de caminhos que definem o trabalho do investigador. Na visão de Antônio Henriques e João Bosco Medeiros “a definição de metodologia inclui prática de estudo da realidade que consiste em dirigir o espírito na investigação da verdade.” Esse trabalho consistiu, a priori, num estudo bibliográfico em várias fontes jurídicas e documentais disponíveis para dar sustentação aos argumentos que serão apresentados na pesquisa científica, extraindo diversas opiniões de doutrinadores de renome nacional com relação ao tema, e, ao mesmo tempo, buscou identificar as causas ensejadoras da problemática apresentada. Tal afirmativa se corrobora no sentido a pesquisa se valeu de obras doutrinárias de peso no assunto, disciplinando diversos posicionamentos, bem como aduzindo a peculiaridade existente em todos os posicionamentos.
Deste modo, Marconi e Lakatos (2002) ensinam que os critérios para escolha do tipo de pesquisa a ser realizado variam de acordo com o enfoque que o pesquisador queira demonstrar, obedecendo a interesses, condições e objetivos diferentes.
A pesquisa bibliográfica, consequentemente, tem a finalidade de explorar problemas a partir de pressupostos teóricos sobre a abordagem do tema em pesquisas científicas, de forma que esta referência "não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras" (MARCONI e LAKATOS, 2002, p.71).
A partir do levantamento das fontes, o tipo de enfoque dado pode exigir outro tipo de exame, qual seja, a coleta de dados, pois informou com fatos precisos a situação real sobre o assunto abordado, demonstrando, na prática, o problema discutido.
De acordo com os objetivos propostos, à luz da justificativa e do estado em que a questão se encontra tratada na bibliografia, a espécie de abordagem empregada no trabalho foi a abordagem qualitativa por ser o melhor caminho a seguir nesse processo de descoberta, uma vez que ela permitiu o envolvimento do pesquisador tanto pessoal, intelectual ou social com o ambiente e a situação investigada através de um trabalho de campo. Assim Ludke (1986, p. 11), afirma que: “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra através do um trabalho intensivo de campo”.
Segundo Marconi e Lakatos (2002), a pesquisa de campo, além de consistir na observação de fatos e fenômenos, tem o objetivo de conseguir informações sobre um problema, anteriormente pesquisado através de bibliografias que estabelece modelo teórico de referência.
Assim é que, a pesquisa de campo "não deve ser confundida com a simples colheita de dados [...], pois exige contar com controles adequados e com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente o que deve ser coletado" (TRUJILLO apud MARCONI e LAKATOS, 2002, p. 83).
Portanto, os dados coletados de forma sistemática, juntamente com a fundamentação teórica obtida pela bibliografia que aborda o tema, foram extremamente importantes pois serviu de respaldo nesta pesquisa, com a investigação da realidade e dos conteúdos específicos.
Diante da pesquisa aventada, o método que mais se amoldou à sua explicitação foi o dedutivo. Na visão de Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi o método dedutivo “tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas, ou seja, corresponde à extração discursiva do conhecimento a partir de premissas gerais aplicáveis a hipóteses concretas, pois procede do geral para o particular”. Ainda na visão das ilustres autoras, “para a metodologia, é de vital importância compreender que, no modelo dedutivo, a necessidade de explicação não reside nas premissas, mas, ao contrário, na relação entre as premissas e a conclusão (que acarretam)”.
Considerações finais
O trabalho desenvolvido contribuiu para que nós granduandos do curso de Direiro tenhamos uma visão mais clara da real situação deste cenário e sua aplicabilidade nas formas de melhorar esse contexto, sendo um reforço ao papel do Estado como provedor constitucional da segurança pública, conforme estabelece a norma mandamental no texto constitucional da Constituição da República Federativa do Brasil/88 (CRFB/88) em seu art. 144. Requer uma investigação contínua e avançada, aliando teoria à prática.
É possível observar, a partir dos dados coletados no decorrer do estudo que há muitas falhas a serem corrigidas na forma como os penitenciados são conduzidos dentro das unidades até o termino de sua pena e de que forma essas condutas podem servir de importante instrumento à sua volta para a sociedade capaz de suprir lacunas na promoção da paz social. 
A partir desse estudo, levantamos que embora ainda exista alternativas para o sistema carcerário brasileiro, sendo muitas delas previstas na própria legislação. O que falta na realidade é comprometimento, em especial de políticas públicas, para que sejam postas em prática ações que procurem reduzir os níveis de violência e auxiliem na recuperação do detento, minimizando sua reincidência e ajudando-os em sua ressocialização. (Detalhar mais)
8. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1984.
__________. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 38. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
CARVALHO FILHO, B.J. Depois dos muros e das grades: imagens e representações dos condenados sob livramento condicional e suas condições de sobrevivência. 2005. 245p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
DOTTI, René Ariel. A globalização e o direito penal. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, São Paulo, SP, ano 7, n.86, 2000.
HENRIQUES, Antônio e MEDEIROS, João Bosco. Monografia no Curso de Direito: Trabalho de Conclusão de Curso: Metodologia e Técnicas de pesquisa, da escolha do assunto à apresentação gráfica. 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2004.
LUDKE, Menga e MARLI E. D. A. André. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MACAULAY, F. Prisões e política carcerária. In: LIMA, Renato; PAULA, Liana (Orgs.). Segurança pública e violência: o estado está cumprindo o seu papel? São Paulo: Contexto, 2006.
MARCONI, Maria de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
__________. Fundamentos de Metodologia Científica. 22. ed. Atlas: São Paulo 2007.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2008.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 25ª ed., rev. e atual.São Paulo: editora Atlas, 2007
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Execução penal: esquematizado. 1. ed. São Paulo: Forense, 2014.
ZACARIAS, André Eduardo de Carvalho. Execução Penal Comentada. 2 ed. São Paulo: Tend Ler, 2006.
. 
Lei de Execução Penal (LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984)
A Lei de Execução Penal procura atender aos requisitos do que se entende como tratamento humano voltado às pessoas em restrição de liberdade, sejam condenadas ou internadas, cumprindo penas ou medidas de segurança. E, ao relacionarmos a LEP com a Constituição Federal (CF), observamos que, como direitos fundamentais, a CF afirma: “Art. 5º, XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do Art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis;
A lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984 defende como objetivo da lei de execução penal através do art. 1º: “a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”.
No entendimento de Mirabete (2007, p. 28), A Lei de Execução Penal “além de tentar proporcionar condições para a harmônica integração social do preso ou do internado, procura-se no diploma legal não só cuidar do sujeito passivo da execução, como também da defesa social”.
A Lei de Execução Penal discorre os direitos dos presos, respeitando o princípio da dignidade humana, assegurando ao reeducando saúde, educação, respeito, trabalho, remição, assistência ao egresso, etc. Tem por finalidade a recuperação, ressocialização, readaptação, reinserção, reeducação social, reabilitação dos indivíduos apenados, para quando eles retornarem ao convívio social, se encaixar imediatamente no mercado de trabalho, tendo uma nova oportunidade aprender a conviver com a sociedade e não praticarem novamente delitos. 
· O perfil do preso brasileiro
· Superlotação e situação carcerária 
· O tratamento dentro do sistema prisional: saúde, higiene e alimentação 
· A violência dentro das prisões
· Da ressocialização
· A lei de execução penal 
· A natureza jurídica da execução penal
· O objeto da execução penal
· Os princípios relaticos à execução penal
· 1 Pincipios da isonomia, 
· 2 da dignidade da pessoa humana, 
· 3 da legalidade, 
· 4 da proporcionalidade, 
· 5 da individualização da pena
· 6 da Jurisdicionalidade
· A ressocialização do Preso
· A lei de execução penal sobre a ressocialização dos apenados
· As penas privativas de liberdade e as barreiras da ressocialização (pode citar as dificuldades de conseguir trabalho e o preconceito)
· O retorno à sociedade/ ou ressocialização do preso e o ordenamento jurídico brasileiro

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