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Artigo - O Sistema Penitenciário Brasileiro

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
ELIMAR NOGUEIRA VIEIRA
O SISTEMA PENITENcIÁRIO BRASILEIRO
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública.
Marco Aurelio Nunes de Barros, MSc. 
ORIENTADOR
Campos dos Goytacazes – RJ
Setembro de 2017.
O SISTEMA PENITENcIÁRIO brasileiro
THE BRAZILIAN PENITENSARY SYSTEMRISON
[Elimar Nogueira Vieira][footnoteRef:2] [2: 
 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. 
E-mail: edercastro2014@hotmail.com
] 
[Marco Aurelio Nunes de Barros][footnoteRef:3] [3: 
 Professor orientador Maro Aurelio Nunes de Barros UNESA – Universidade Estácio de Sá.
 E-mail: marco.barros@estacio.br	
] 
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo abordar sobre a situação atual do sistema penitenciário brasileiro. Por meio dessa pesquisa concluem-se inúmeras deficiências na execução de uma política pública pelo Estado como gestor penal em uma das maiores população carcerária do mundo, há um clamor social para o afastamento dos criminosos do convívio em sociedade, isso requer investimentos, que em sua falta resulta na impossibilidade de o Estado promover melhorias a um tratamento que possa reabilitar.
Palavras-chave: Sistema prisional; sociedade; ressocialização; Estado.
ABSTRACT
This article aims to address the current situation of the Brazilian penitentiary system. Through this research, there are many deficiencies in the execution of a public policy by the State as a criminal administrator in one of the largest prison population in the world, there is a social cry for the removal of criminals from society in society, this requires investments, which in their The failure results in the impossibility of the State promoting improvements to a treatment that can rehabilitate.
Keywords: Prison system; society; resocialization; State.
1. INTRODUÇÃO
Em primeiras linhas, impende ressaltar que há uma grande discussão na sociedade brasileira devido à crise enfrentada atualmente no sistema carcerário. A Lei de Execução Penal Brasileira (LEP) nº 7.210 de 11 de julho de 1984, tida como uma das mais completas presentes no mundo, lamentavelmente não é cumprida na íntegra no país. 
São diversos entraves que dificultam a eficácia do sistema prisional, que vive um abandono, o que compromete o mecanismo de ressocialização e funciona como escola do crime, onde as penas tem sido uma forma de castigar e isolar os indivíduos que praticam crimes.
O Brasil, como Estado, não cumpre o estabelecido em determinações legais de diversos dispositivos nacionais: Constituição Federal, Código Penal, Lei de Execuções Penais, e internacionais: Resolução da ONU que prevê as Regras Mínimas para o Tratamento do Preso, Declaração Universal dos Direitos Humanos e ainda a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem.
Essa ineficácia dos governantes gera riscos a sociedade, pois o fato de manter uma pessoa encarcerada e não propor um tratamento correto, que vise a sua ressocialização para a reinserção a sociedade, levará o apenado a reincidência.
O renomado doutrinador Miguel Reale (2002) expõe com a propriedade de um estudioso e faz questionamentos sobre o assunto “Pune-se para prevenir novos crimes, ou para castigo do delinquente? Tem a pena por fim recuperar o criminoso, para devolvê-lo ao convívio social, ou o que deve prevalecer são os objetivos de prevenção social?”.
Respeitar a população carcerária, proporcionar educação profissional e trabalho penitenciário são métodos de combate à reincidência. Ajudar a reencontrar preceitos morais é um dever do Estado e responsabilidade de todos, desta forma, busca-se que as pessoas não sofram tanto com a alta da criminalidade.
Mister salientar, neste momento inicial, que se busca, neste estudo, apresentar uma abordagem breve, mesmo que sucinta sobre os temas elencados, com apoio na doutrina, legislação pertinente e entendimento dos tribunais, que em momento algum irá se esgotar as questões concernentes aos institutos in foco.
2. DESENVOLVIMENTO
Para uma melhor visualização da prática vivenciada no sistema prisional, órgãos como o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) Ministério da Justiça e Segurança (MJ), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ainda o Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (InfoPen) disponibilizam estatísticas e estudos desanimadores.
Vivenciamos uma realidade inevitável de superlotação nas penitenciárias brasileiras, os números chegaram a 622.202 pessoas presas no final do ano de 2014, conforme pesquisa disponibilizada pelo Ministério da Justiça, destes 55% entre 18 e 29 anos, 61,6% negros e 75,08% estudou somente até o ensino fundamental. Os números tornam o Brasil a quarta maior população carcerária do mundo, atrás de Estados Unidos, China e Rússia, 40% dos presos brasileiros são provisórios, ou seja, não tiveram condenação em primeiro grau de jurisdição.
No ano da referida pesquisa os detentos respondiam ou foram condenados pelos seguintes delitos: 28% por crime de tráfico de drogas, 25% por roubo, 13% por furto e 10% por homicídio. O crescimento de número de presos nos últimos anos não significa redução nos índices de violência, o que se observa é a sensação de insegurança e aumento de todos indicativos de criminalidade. 
O DEPEN por meio de estatísticas conclui que a criminalidade aumenta em consonância com o inchamento das prisões, ressaltamos dados sobre o sistema prisional brasileiro, informados pelo MJ e CNJ:
A. São oferecidas 371.884 mil vagas;
B. Estão presas 622.202 mil pessoas;
C. 4ª maior população carcerária do mundo;
D. Cerca de 40% não têm condenação definitiva;
E. São 604.711 mil mandados de prisão em aberto
No relatório elaborado pelo InfoPen, disponibilizado no sítio do Ministério da Justiça podemos observar a taxa de encarceramento, o Brasil está na sexta posição mundial, com uma taxa de 306,2 detentos por 100 mil habitantes, ultrapassada apenas por Ruanda, Rússia, Tailândia, Cuba e Estados Unidos.
Punir com prisão não é a única pena prevista, mas certamente, é a mais rígida, por retirar de quem infringe a lei o seu direito de liberdade. Ocorre que seu cumprimento dá-se sob as regras de alguns regimes, sempre em caráter progressivo com intuito de ressocializar.
Atente-se que diversos especialistas dedicam esforços que permitam minimizar os efeitos do encarceramento ou na tentativa de encontrar soluções alternativas, exceto daqueles em que seja de fato indispensável. Conforme cita o doutrinador Miguel Reale, in verbis:
Um realismo humanista, que vê a pena como reprimenda; que busca humanizar o Direito Penal recorrendo a novas medidas que não o encarceramento; que pretende fazer da execução da pena a oportunidade para sugerir e suscitar valores, facilitando a resolução de conflitos pessoais do condenado, mas sem a presunção de transformar cientificamente sua personalidade. (REALE, 1983, p. 121).
As penas privativas de liberdade pela prática de um crime em nosso país poderão ser cumpridas da seguinte forma: se reclusão, com início nos regimes aberto, semiaberto e fechado; se detenção, poderá iniciar-se nos regimes aberto e semiaberto e com possibilidade de regressão ao fechado, conforme o artigo 33 do Código Penal. Dentre os vários ramos da ciência jurídica, salienta-se o Direito Penal, que “só deve preocupar-se com a proteção dos bens mais importantes e necessários à vida em sociedade” (GRECO, 2017, p. 97).
A prisão transformou-se em predominante meio coercitivo, não obstante, percebe-se que apesar do tempo e das diversas leis existentes, a pena privativa de liberdade no Brasil continua não alcançando os objetivos propostos, principalmente a reinserção dos apenados no meio social e que este não reincida.
Registra Foucault, in verbis
E se, em pouco mais de um século, o clima de obviedade se transformou, não desapareceu. Conhecem-se todos os inconvenientesda prisão, e sabe-se que é perigosa, quando não inútil. E, entretanto, não “vemos” o que pôr em seu lugar. Ela é a detestável solução, que não se pode abrir mão. (FOUCAULT 2009, p. 218)
Preceitua o artigo 1º da Lei nº 7.210 – Lei de Execução Penal (LEP): “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”. Observa-se que o dispositivo detém como propósito, o efetivo cumprimento da pena e a ressocialização do sentenciado, todavia tristemente não tem gerado os resultados ansiados, causando dessa forma esta crise atual no sistema prisional.
Quando se diz ressocializar, é oferecer condição ao apenado o que for indispensável para reinseri-lo a sociedade, como uma possibilidade de mudar e buscar um futuro promissor, livre daquilo que se passou no passado, importante também entender as razões que levam a pratica de delitos.
Dentre os relevantes impasses encontrados que complicam a ressocialização do indivíduo preso, observamos o descumprimento do artigo 12 da Lei de Execuções Penais: “A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas”. Cotidianamente são divulgadas em meios de comunicação em massa, reportagens realizadas em presídios, delegacias e cadeias públicas, que apontam a falta de higiene detectada no interior das celas e corredores. São verdadeiros aglomerados de seres humanos presos, disputando espaço em meio a lixos, ratos e doenças.
O que triunfa muitas das vezes no interior das prisões brasileiras é a “lei paralela”, determinadas por presos que tem mais “poder” na hierarquia do crime, estes são chamados de “frente” lideres de facções criminosas que agem com a violência e total desrespeito as regras legais previstas, quando os apenados ingressam na prisão, são constrangidos a seguirem essas regras, denominadas “código do recluso”.
De acordo como Cezar Roberto Bitencourt, in verbis:
A influência do código do recluso é tão grande que propicia aos internos mais controle sobre a comunidade penitenciária que as próprias autoridades. Os reclusos aprendem, dentro da prisão, que a adaptação às expectativas de comportamento do preso é tão importante para seu bem-estar quanto a obediência às regras de controle impostas pelas autoridades. (BITENCOURT 2011, p. 186)
Frequentemente a desobediência deste “código” provoca inúmeras sanções, como: isolamento, espancamento, violências sexuais, por vezes até mesmo a morte.
Apesar de a legislação brasileira propiciar direitos essenciais ao preso, poucas são as autoridades que se importam com o cenário do sistema carcerário e a sociedade por vezes aprovam esta realidade, sem pensar nos impactos.
O cenário de corrupção vivenciado no Brasil é um fator que acarreta a atual falência em diversos setores do Estado, como segurança pública, educação e saúde, não ficando de fora o sistema prisional. Notam-se unidades da federação com presídios estruturados e servidores públicos capacitados, ao mesmo tempo em outros estados existem unidades prisionais em situação deplorável, tanto na estrutura física quanto na quantidade e qualificação dos agentes penitenciários.
Cito a partir de agora alternativas previstas em nossa legislação, que devem ser seguidas, para solucionar a crise carcerária e assim conseguir uma efetiva ressocialização. O Estado deve fazer cumprir suas normas e não ignorar tudo o que está sucedendo. 
A primeira medida é a assistência educacional, sendo uma carência tanto no sistema penitenciário quanto para sociedade, com previsões legais para população carcerária na Lei de Execução Penal: artigos: 17, 21 e 41, inciso VII e para sociedade na Constituição Federal, artigo 205, in verbis:
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A educação é o principal meio preventivo que o Estado possui para que os jovens não ingressem na criminalidade, pensa-se dessa forma em uma medida preservativa. Nas prisões ela tem como objetivo qualificar o apenado para que assim possa almejar um horizonte melhor ao deixar a prisão, considerando que o estudo e a qualificação técnica, são requisitos para ingresso no mercado de trabalho. Dados apontam que a maior parte dos presos não possui ao menos ensino fundamental concluído. O ensino nas prisões são um incentivo a buscar outras direções ao adquirir liberdade e decrescer os dias a serem cumpridos encarcerados. A remissão por estudo está prevista na Lei de Execução Penal no artigo 126, § 1º, inciso I, in verbis:
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
O trabalho é um direito social conferido aos cidadãos, está taxativamente augurado na Constituição Federal, artigo 6º, in verbis:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
O artigo 41, inciso II da Lei de Execução Penal, enumerou o trabalho como direito do preso, com o intento de impedir que essa garantia seja omitida nas prisões, por infelicidade poucos são as instituições prisionais que provêem vagas de trabalho aos prisioneiros. A atividade laborativa é um excelente instrumento ressocializador, evita o ócio, como diria um conhecido ditado popular “mente vazia oficina do diabo”, possibilita o recluso formar recursos financeiros para ajudar a família e a si mesmo.
Da mesma forma que decorre com o estudo, o trabalho nos presídios também asseguram a remissão de pena, conforme preceitua o artigo 126, § 1º, inciso II da LEP, em que a cada três dias trabalhando, um será deduzido da pena, como citado anteriormente.
Assim leciona o Professor, Promotor de Justiça aposentado, ex-diretor geral do Departamento Penitenciário Nacional DEPEN/MJ, Maurício Kuehne, in verbis:
O trabalho, sem dúvida, além de outros tantos fatores apresenta um instrumento de relevante importância para o objetivo maior da Lei de Execução Penal, que é devolver a Sociedade uma pessoa em condições de ser útil. É lamentável ver e saber que estamos no campo eminentemente pragmático, haja vista que as unidades da federação não têm aproveitado o potencial da mão de obra que os cárceres disponibilizam. (KUEHNE, 2013, p. 32)
Os benefícios do trabalho são também para o Estado, uma forma de ressarcir os gastos advindos da condenação, sendo consequentemente um e outro favorecido.
Há de se ressaltar como exemplo positivo o Sistema Penitenciário Federal, com os mais modernos equipamentos de vigilância, que possibilitam monitoramento dos presos além de impedirem entrada de drogas e armas nas dependências físicas. Os servidores que atuam são agentes penitenciários federais, rigorosamente selecionados por concurso público muito concorrido, com remuneração acima da média nacional, fatores elencados que dificultam o desvio de conduta. Remete-nos a refletir que os padrões adotados pelaUnião deveriam ser reproduzidos em todos os Estados, sabemos que alguns governantes já se preocuparam e aderiram os novos modelos de presídios, porém ainda temos muitas unidades inadequadas.
É de suma importância repensar em uma padronização física dos presídios em âmbito nacional como medida de política pública, para que quando forem criados projetos de educação e profissionalização dos internos todas as unidades tenham condições de executá-los.
Podemos ir além, já que ao longo da pesquisa fica evidenciado que o encarceramento nos moldes atuais não tem obtido êxito, trazendo como alternativa ao cumprimento da pena privativa de liberdade, o monitoramento eletrônico. A ajuda da tecnologia deve ser proveitosa em todos os setores sociais: estudo, pesquisa, globalização das informações na internet, justiça com audiências virtuais e videoconferência, entre outras. Como o objeto do estudo é sobre sistema prisional, vejamos o que nos garante a legislação vigente.
A Lei de Execução Penal na Seção VI, artigos 146-B, 146-C e 147-D traz entre outros itens a possibilidade de monitoração eletrônica do condenado e a revogação desse benefício, in verbis:
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
I - (VETADO);
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto
III - (VETADO);
IV - determinar a prisão domiciliar;
V - (VETADO); 
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;	
III - (VETADO);
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
I - a regressão do regime;
II - a revogação da autorização de saída temporária;
III - (VETADO);
IV - (VETADO);
V - (VETADO);	
VI - a revogação da prisão domiciliar;
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.
O recurso do monitoramento eletrônico tem o propósito de punir sem excluir o sentenciado do convívio do seu meio social, apesar disso a punição ocorrerá com a limitação de seus direitos. Na era da tecnologia, dispomos de meios eletrônicos que podem evitar o encarceramento desnecessário e danoso do infrator em recuperação. 
Segundo o jurista Rogério Greco, in verbis:
Atualmente, existem quatro opções técnicas de monitoramento eletrônico, que podem ser adaptados à pessoa em forma de: a) pulseira; b) tornozeleira; c) cinto; d) microchip (implantado no corpo humano). Nas quatro hipóteses apontadas, a utilização pode ocorrer de maneira discreta, permitindo que o condenado cumpra sua pena sem sofrer as influências nefastas do cárcere. (GRECO 2017, p. 643)
Recentemente houve a aprovação pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) da Súmula Vinculante 56, para ser mais preciso no dia 29 de junho de 2016, que determina: “a falta de estabelecimento prisional adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso”. Dessarte, permitiu o STF que o condenado a regime semiaberto ou aberto, não encontrando estabelecimento análogo a “colônia agrícola” ou “casa de albergado”, bem como no caso de déficit de vagas em tais estabelecimentos, não poderá cumprir sua pena em regime pior do que o imposto. Devendo ser posto em liberdade, e o magistrado poderá determinar o monitoramento eletrônico do indivíduo, bem como afixar penas restritivas de direito.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente artigo vimos que devemos refletir a prisão como mecanismo de política pública para rechaçar a criminalidade, depreende-se, de todo o exposto, que os danos do cárcere acarretam consequencias não apenas para os presos custodiados, como também para o meio familiar e para sociedade. Acreditamos que é imprescindível investir em soluções penais mais aprimoradas. Como alternativa, seja mais explorado de maneira eficaz, o uso da monitoração eletrônica, programas mais abrangente de trabalho e educação, entre outras, propiciando uma verdadeira reinserção desse sentenciado à sociedade. Que as instituições exerçam o papel constitucional de ressocializar, para mantermos os pilares da Democracia e da Segurança Pública e assim buscarmos um país melhor de se viver.
O propósito deste estudo, apresentado em forma de trabalho de conclusão de curso, não fora salvaguardar criminosos e nem as infrações executadas por eles, mas sim expor dados atuais dos presídios em nosso país e apresentar alternativas eficazes para sua falência, a maneira que se está sendo usada a pena privativa de liberdade comprova sua ineficácia.
Depreende-se de todo exposto à conclusão que existem possibilidades para solução da crise no sistema carcerário, previstas na legislação brasileira. Ocorre que, uma visão garantista monocular, visualiza-se os direitos e garantias dos presos, o que não pode faltar é uma análise pelo viés da sociedade, que de modo progressivo torna-se mais indefesa e sem recursos. Por certo, se devem garantir os direitos dos condenados sem descuidar das garantias do corpo social. Na realidade todos querem ver retornar para o seio da sociedade, após efetivamente cumprir a sua pena, o sentenciado que, por conseguinte tenha melhorado sua conduta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão - Causas e Alternativas. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BRASIL, Código Penal Brasileiro, Decreto Lei nº 2.848 de 07 de fevereiro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 03 out. 2017.
BRASIL, Constituição da Republica Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 02 out. 2017.
BRASIL. Lei de Execução Penal, Lei n. º 7.210, de 11 de julho de 1984. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em: 02 out. 2017. 
CNJ, Conselho Nacional de Justiça - Banco Nacional de Mandados de Prisão. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/bnmp/#/relatorio>. Acesso em: 10 out. 2017.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir História da Violência nas Prisões. 37ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
GRECO, R. Curso de Direito Penal, Parte Geral, Volume 1, 19ª Ed. Niterói: Impetus, 2017.
MJ, Ministério da Justiça e Segurança Pública - Relatório sobre população carcerária. Disponível em: <http://www.justica.gov.br/radio/mj-divulga-novo-relatorio-sobre-populacao-carceraria-brasileira>. Acesso em: 10 out. 2017.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito, ajustada ao novo código civil. São Paulo: Saraiva, 2002.
REALE JÚNIOR, Miguel. Novos Rumos do Sistema Criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1983.
STF, Supremo Tribunal de Justiça – Sumula Vinculante 56. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=3352>. Acesso em: 15 out. 2017.

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