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Clinica de pequenos

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CLÍNICA DE PEQUENOS 2
Provas:
1 bimestre 25/09- doença infecciosas (hemoparasitoses), doenças cardiovasculares, neonatolagia
2 bimestre 06/11 prova prática? ?
 04/12 respiratório, oftalmologia e neurologia 
31/07 DOENÇAS INFECCIOSAS EM CÃES E GATOS 
CÃES:
As principais doenças infecciosas de cães são cinomose e parvovirose.
PARVOVIROSE:
1970: Alemanha; 1980: Brasil
Variações antigênicas (as vacinas do Brasil possuem duas variações, as mais comuns)
Resistência: 5 meses no ambiente 
Sensível: formol, agentes oxidantes, hipoclorito (cloro).
Então a descoberta dessa doença foi na Alemanha em 1970, e chegou no Brasil em 1980, e quando chegou no Brasil teve um avanço muito grande, principalmente porque coincidiu com a criação de raças muito predispostas (doberman, pastor alemão).
Todas as raças, todos os cães são susceptíveis, mas os cães de grande porte são predispostos por serem mais sensíveis. 
Existe um controle muito grande, a vacinação é muito eficaz, mas o manejo inadequado dos animais, canis, ou em áreas que não teve o manejo sanitário leva a ocorrência dos casos. 
O parvovirus vive em torno de 5 meses no ambiente favorável, porem ele é bastante sensível aos agentes de desinfetantes, sendo eles o formol, agentes oxidantes e principalmente ao cloro. Então a desinfecção é fácil na teoria, conseguimos eliminar o vírus de áreas que consigo fazer a desinfecção. 
Para colocar um filhote em um local que não foi feita a desinfecção adequada, ou locais que possuem terra, grama, onde a desinfecção não é eficaz, deve esperar no mínimo 6 meses.
Alta morbidade
Filhotes
Racas predispostas: animais mais sensíveis ao parvovírus.
A parvovirose é uma doença de alta morbidade (fácil transmissão) em filhotes (ate 1 ano) e raças de grande porte. Os filhotes e raças de grande porte são mais sensíveis e possuem alta mortalidade em relação a essa doença.
PATOGENIA:
A infecção pode ser por via oral e nasal, esse vírus pode estar em secreções dos animais doentes (saliva, nas fezes, no vomito), isso pode contaminar todo o ambiente, então a transmissão também pode ocorrer através de fomites e ambiente, o animal ingere ou aspira as partículas virais. Esse vírus vai atingir os linfonodos regionais, na região de faringe, orofaringe, vai atingir as amidalas ou no caso os linfonodos. No começo os linfonodos que vao ficar reativo são o submandibular, pre- escapular. Esse animal em 3-4 dias entra em um estado de viremia, onde os vírus atingem a circulação sanguínea do animal, e em 5-10 dias esses vírus vao atingir o tecido linfoide e medula óssea (importante porque vamos ter algumas alterações hematológicas -no hemograma- relacionadas a isso). Atingem tecido de eleição, sendo o principal as células epiteliais e vao causar necrose das criptas intestinais, por isso esse animal vai ter um quadro digestório e também podem atingir pulmões, fígado e rins, isso em animais não é neonato. No neonato o vírus vai ter predileção para outros tecidos que também são de rápida multiplicação, entao os neonatos ele vai ter uma outra característica, em neonatos existe uma contaminação da mae para o feto, entao esse animal já nasce contaminado. 
Quando tem uma contaminação da medula óssea, no caso de quando o vírus atinge esses tecidos linfoides e medula óssea, a principal alteração hematológica (hemograma) é a leucopenia por linfopenia, então quando tenho uma contaminação viral esse animal vai apresentar uma linfopenia (diminuição dos linfócitos), e vou ter depleção linfoide e atrofia do timo. 
Quando tenho necrose das criptas intestinais, já tenho a doença instalada no animal, entao o animal vai ter uma diminuição na absorção dos alimentos, vai ter um quadro de enterite (reação inflamatória intestinal), quando tenho enterite, tenho diarreia como sinal clinico e posso ter infecções secundarias (principalmente infecção intestinal/bacteriana secundaria), porque quando tenho infecção viral, vou ter alteração nas criptas, descamação, sangramento intestinal por isso a doença é conhecida como gastroenterite hemorrágica viral, esse vírus vai causar além da enterite, uma gastrite. A diarreia com a presença de sangue mais o desequilíbrio na microbiota intestinal favorecem o aparecimento de infecção bacteriana intestinal, além do animal estar imunossuprimido, o sangue é meio de cultura.
Essa manifestação da enterite, se tem sangue, é uma enterite de intestino delgado, o sangue escuro é porque vem de la de cima, então tenho melena. 
Quando eu tenho a forma localizada da doença, então eu tenho a fêmea prenhe, existe a contaminação para esse feto no período neonatal de 3-8 semanas (dai já começa o período filhote, mas ele adquiriu a infecção antes, enquanto era feto) tem a forma localizada. Entao o neonato contaminado entre 3-8 semanas pode desenvolver a forma localizada porque existe a replicação do vírus no miocárdio, entao esse animal passa a ter alterações cardíacas e tem a morte súbita pela insuficiência cardíaca congestiva, levando a edema pulmonar. A morte súbita ocorre no filhote com menos de 3 meses, a morte do animal com mais de 3 meses é ocasionada pela insuficiência cardíaca congestiva e pelo edema pulmonar.
O neonato que se contamina com menos de duas semanas, tem a morte súbita. 
Essa infecção viral é mais aguda nos neonatos, pois o vírus se instala em locais que tenha alta replicação, e o neonato tem essa atividade replicatoria muito maior, por isso nele é mais grave, tem uma disseminação maior do agente e as consequências são piores para o neonato, nessa fase é difícil conseguir a sobrevida.
Por isso é importante a vacinação previa antes da gestação.
SINAIS CLINICOS
Gastroenterite hemorrágica
Depressão, anorexia
Febre
Vomito 
Melena
Sempre vamos pensar no quadro de gastroenterite hemorrágica, entao esse animal tem que ter basicamente dois sinais clínicos, diarreia especificamente com melena (sangue digerido) e vômitos, esses dois sinais vão gerar apatia, prostração, depressão, anorexia, febre, desidratação, perda de eletrólitos, e o animal pode entrar em choque e vir a óbito, também devido a infecção bacteriana secundaria que vai agravando o quadro. 
Quanto mais jovem mais grave a manifestação e mais difícil a sua recuperação.
Não existe um tratamento especifico, nos vamos dar suporte a esse animal para ele se recuperar.
DIAGNOSTICO
Sinais clínicos, filhotes, raças predispostas
Direto: microscopia eletrônica, PCR, cultura celular
Indireto: Elisa, IFC, FC
Sempre leva em consideração o histórico, a questão de ser um filhote, de não ter um histórico vacinal completo, levar em consideração primeiramente a idade e se é de um canil, raças predispostas, então eu sei com o que eu to lidando. Geralmente paramos o diagnostico nos sinais clínicos e histórico.
Vou tratar o animal de acordo com os sinais que ele esta apresentando.
Mas quando quero ir mais afundo no diagnostico, fazemos os laboratoriais, o hemograma não é diagnostico definitivo, mas é auxiliar, vamos avaliar a serie vermelha, se esse animal tem anemia ou alguma alteração, além disso vamos avaliar o estado de hidratação, pelo hemograma vemos se o animal esta desidratado pelo hematócrito, animal com hemácia normal e hematócrito aumentado, proteína aumentada quer dizer desidratação, e hemácias baixas hematócrito normal ou aumentado, também quer dizer desidratação. Além disso a questão de leucopenia com linfopenia, outra alteração que é muito comum em doenças virais é a trombocitopenia (diminuição das plaquetas).
O diagnostico direto através de microscopia eletrônica, PCR e cultura celular e o diagnostico indireto através do elisa, imunofluorecencia indireta e fixação de complementos, são provas sorológicas e podemos fazer nas fezes também. Esses diagnósticos são feitos normalmente em canis, onde queremos ter certeza do diagnostico para fazer profilaxia, individualmente na rotina da clinica não fazemos esse tipo de diagnostico. E em relação as provas diagnosticas, dependendo do momento que você faz o diagnostico, não necessariamente vocêtem uma sorologia positiva, então por isso se indica quando quer uma confirmação para profilaxia em um plantel do canil, se não fazemos o diagnostico baseado nos sinais clínicos e no hemograma e trata os sintomas. 
Existem os testes rápidos que podemos utilizar também que nada mais é que o elisa, mas dependem da fase da doença, pode dar falso positivo.
TRATAMENTO
O animal chega na clinica desidratado, prostado, com gastroenterite, vomito, diarreia com melena então a primeira coisa que devemos fazer é FLUIDOTERAPIA para hidratar esse paciente. Esse animal esta perdendo líquidos e eletrólitos através do vomito e diarreia, no vomito ele perde liquido, sódio, ions hidrogênio (H+), cloreto e potássio (K+). Na diarreia o animal perde liquido, sódio (Na+), ions hidrogenocos (H+), cloreto, potássio (K+) e ions bicarbonato. 
Se o animal estivesse apenas vomitando ele perderia muito acido então entra em alcalose, se fosse apenas a diarreia perde muito bicarbonato então entra em acidose.
Quando tem vomito + diarreia, o predomínio é da diarreia, a perda maior é de bicarbonato, se esse animal perde muito bicarbonato ele vai entrar em um quadro de ACIDOSE METABOLICA, então devemos usar um fluido que tenha como principio ser alcalinizante, fazemos fluido com RINGER COM LACTATO, porque o lactato se transforma em bicarbonato. Tem casos que precisamos adicionar bicarbonato, potássio no fluido do animal, cuidado com o potássio pois se não mata, ele é usado para fazer eutanásia. 
A fluidoterapia de um animal com parvovirose, o ideal é que a fluido seja feita durante 24 horas, entao esse animal tem que ser internado.
Vamos repor o déficit + perdas diárias + manutenção diária
Lembrar que os filhotes necessitam de um volume maior de perdas e de manutenção.
Então a fluido é para repor e tratar a desidratação do animal, e manter esse animal em condições para que ele se recupere.
Além da fluidoterapia, precisamos parar o vomito do animal, entao preciso dar ANTIEMETICOS (citrato de maropitant, metoclotramida e ondancitrona). O animal esta com gastrite, então preciso dar PROTETORES DE MUCOSA (ranitidina/cimetidina), jujum ate controle do vomito, e as medicações precisam ser parenteral. Preciso tratar ou prevenir infecções bacterianas secundarias, então vou dar ANTIMICROBIANOS (as primeiras escolhas seriam principalmente ampicilina- o problema é o intervalo entre doses que é de 6 em 6 horas-, amoxicilina associado ao acido clavulonico, e como terceira opção a cefalosporina de 2º geração para frente, ex. ceftioflur) que tenham amplo espectro, com alta ação para gram negativa, pois as bactérias intestinais são predominantemente gram negativas. 
O metronidazol tem ação anaeróbica, entao quando necessário nos associamos a outro antimicrobiano com ação de amplo espectro para tratar o animal com doença intestinal, e ele também tem ação especifica, por exemplo, animal com giardíase vou usar o metronidazol, mas não é a primeira escolha para um paciente filhote com uma possível infecção intestinal associada ao parvovirus. 
Entao para escolher o antimicrobiano, devemos pensar na via de administração, no intervalo de aplicações, pensar que esse animal esta em jejum que ele não pode receber nada oral por enquanto, pensar que existem alguns grupos de antimicrobianos que não devem ser escolhido para uso em filhotes, principalmente raça grande.
O tratamento é sintomático, intensivo. É uma doença de alta mortalidade se não fizer todo o tratamento necessário e com a intensidade que deve ser, com internação, existe condições do paciente se recuperar, mas essas condições são individuais, desde que a gente de para eles tudo o que for necessário para ele se recuperar. As raças mais sensíveis temos um índice de mortalidade mais elevada e quanto mais jovem, pior o quadro. 
PROGNOSTICO
Reservado- não é uma doença simples, depende da resistência e resposta do animal
PREVENÇÃO E PROFILAXIA
Vacinação: a partir de 40-45 dias de vida (isso depende muito de anticorpo maternar, se sabemos que a mãe é vacinada, podemos prolongar o inicio da vacinação ate 60 dias, pois os anticorpos maternais interferem na produção de anticorpo do próprio animal. Se não sabemos o histórico vacinal da mãe, podemos iniciar a vacinação com 30-35 dias, mas essa vacina tem apenas os antígenos da parvovirose e não das demais doenças).
Pode haver interferência com anticorpos maternais ate 120 – 180 dias de vida.
Dependendo da carga de anticorpos que a mãe transfere ao filhote pelo colostro.
A vacinação é a principal forma prevenção, a necessidade preconizada seria de 3 a 4 doses com intervalos de 21 a 30 dias, visto que essa vacina contem além do parvovirus outros antígenos vacinais (coronavirus, hepaitite, leptospirose, cinomese, entre outras) além do manejo que devemos ter de desinfecção do ambiente para prevenir que o vírus fique no ambiente.
Isolamento (animal doente deve ser isolado, e um filhote so pode entrar no ambiente de um animal infectado depois de 6 meses)
Limpeza e desinfecção (o principal método de desinfecção é o cloro 10%)
CORONAVIROSE
CORONAVÍRUS
Invade e destrói células maduras das vilosidades intestinais
Associado ao parvovirus: alta mortalidade
Causa uma infecção muito parecida com o parvovirus, entao causa uma gastroenterite hemorrágica de origem viral, so que é mais branda a moderada, não tem aquele quadro intenso do parvovirus, a não ser que o animal esteja contaminado com o parvovirus e se contamine com o coronavirus também, nesse caso acaba intensificando os sinais clínicos que o animal já vem tendo. 
SINAIS CLINICOS
Gastroenterite com ou sem sangue
Baixa mortalidade (quando esta associado a parvovirus, aumenta)
DIAGNOSTICO
Sinais clínicos
TRATAMENTO
Sintomático
Vacinas (prevenção)
CINOMOSE CANINA
Descoberta desde o século XVIII na Europa- depois ela teve distribuição mundial
Descrita em cães, lobos, raposas, furão, guaxinim, gatos, porcos, hamsters e camundongos infectam-se experimentalmente.
Existem relatos em gatos, mas não é uma doença que fazemos diagnostico ou suspeita em gatos.
Vírus resistente em baixas temperaturas então normalmente nota um aumento das casuísticas de cinomese nos períodos de frio, nos meses mais frios do ano. Porem eles tem uma sensibilidade grande.
São sensíveis ao calor (vassoura de fogo), formol, aminoácidos, solventes, fenóis. É bom sempre associar o uso da vassoura de fogo com o formol. 
NÃO É SENSÍVEL AO CLORO (diferença entre cinomose e parvovirose)
A gravidade da doença e os tecidos envolvidos variam com a cepa do vírus e condição imunológica do hospedeiro. Ele vai envolver a infecção em alguns sistemas do organismo e vai causar imunossupressão, dependendo da resposta que o animal tiver ele vai ter a melhora ou não do quadro clinico. 
Temos animais portadores assintomáticos, que são aqueles que passam a vida toda na rua, nunca tomou vacina, não tem sintomas iniciais, mas do nada aparece com um quadro de uma mioclonia (contração involuntária de alguma musculatura do corpo, geralmente é cabeça, faze e membros) por exemplo, esse é o animal que passa pela doença sem apresentar os sinais e apresenta ou não apenas alguma sequela. E tem aqueles animais que apresentam todos os sinais clínicos muito evidentes, chega a fase neurológica grave, com convulsões e acaba vindo a óbito, então depende muito da resposta desse animal.
EPIDEMIOLOGIA
É uma doença altamente contagiosa, talvez pela resistência do vírus.
Acomete todas as raças, todas as idades (mais especificamente, os mais sensíveis são os filhotes e idosos) e todos os sexo.
Transmissão: respiratória (oronasal), digestiva e conjuntival (através de secreção ocular).
Fontes de infecção são todas as secreções, urina, fezes. Então pode se infectar pelo ar, fômites, água e alimentos contaminados, tudo pode levar partícula viral e contaminar.
Portadores assintomáticos: ate 75% dos animais que tem contato com o vírus podem não manifestar a doença
Isolamento do vírus: exsudato respiratório, ocular, fezes, urina e SNC (cérebro, encéfalo).
SINAISCLINICOS:
Diversos (gerais):
Febre;
Anorexia;
Aumento dos linfonodos (linfoadenopatia generalizada, começa na reginar- submandibular, pre escapular, faringe, e depois passa a ter linfoadenopatia generalizada de uma doença sistêmica);
Desidratação (esse animal começa a ter quadros de vomito, diarreia e pode desidratar);
Imunossupressão (no hemograma vou avaliar principalmente a questão imunológica, os leucócitos, em geral procuramos avaliar se tem leucopenia com linfopenia e trombocitopenia principalmente, se ele estiver desidratado tenho as outras alterações do eritrograma).
Sinais Oculares ou oftálmicos:
Conjuntivite (inflamação na conjuntiva na região de mucosa ocular) ou certotoconjuntivite seca (CCS- olho seco em consequência da replicação viral em glândulas lacrimais causando atrofia de glândulas lacrimais, entao esse animal diminui a produção de lagrima, tenho vírus na região conjuntiva e nas células de descamação, por isso ele tem a conjuntivite junto com o olho seco), neurite óptica, retinocoroidite;
Secreção ocular purulenta.
Sinais respiratórios:
Broncopneumonia;
Rinite purulenta.
O vírus se instala em tecidos respiratórios, principalmente no caso de brônquios, ele se multiplica nos pulmões, então vai causar uma broncopneumonia viral. Esse animal fica predisposto a uma pneumonia bacteriana, entao ai ele vai ter uma broncopneumonia bacteriana secundaria. Além disso, esse animal pode desenvolver doença de trato respiratório superior devido a replicação viral então esse animal pode ter uma rinite purulenta.
Sinais digestivos:
Anorexia;
Vômitos;
Diarreias;
Hipoplasia do esmalte dentário.
Animal com anorexia apresenta gastroenterite, não é hemorrágica no caso da cinomese, o vírus tem tropismo pelo sistema digestório, mas não causa uma esfoliação, não causa hemorragia gastrointestinal. Entao esse animal vai ter vômitos, diarreia com amolecimento das fezes sem necessariamente a presença de sangue, são sinais mais brandos, mas que também podem levar a desidratação do animal. A hipoplasia do esmalte dentário chama a atenção, entao o animal fica com os dentes manchados, essas manchas são sequelas do animal.
O que chama mais atenção na cinomose são os sinais oculares e respiratórios. 
Sinais dermatológicos:
Pústulas abdominais;
Hiperqueratose de coxins e nariz.
O animal com cinomose vai ter uma imunossupressão natural da doença viral, mas essa imunossupressão no caso da cinomose causa uma predisposição a infecção bacteriana secundaria na pele, então o animal que tem cinomose pode desenvolver pústulas abdominais, isso caracteriza como uma piodermite, isso é comum em filhotes com cinomose. E outra questão relacionado é pele, é o animal desenvolver hiperqueratose dos coxins e do nariz, essas são algumas sequelas também desses animais que foram contaminados com cinomose, a hiperqueratose é mais comum em animais adultos com cinomose. 
Sinais neurológicos:
Mioclonias (“tiques”): contração involuntária de musculatura pode ser nos membros, cabeaça, pescoço. É comum, principalmente como sequela, é um quadro sequelar do animal com cinomose.
Paresias ou paralisias dos membros posteriores: animal fica descadeirado, animal ficou apático, teve um vômito e depois ficou descadeirado, isso acontece em animais que tenham o vírus no sistema nervoso. 
Ataxia, dismetria, hipo ou hiperreflexia;
Convulsões.
O vírus da cinomose promove uma desmienilização de neurônios, na verdade dos axônios, ou seja, diminui a condutividade/ condução elétrica, as sinapses, e então esse animal passa a ter paralisias. E no caso da ação do vírus no encéfalo causa encefalite, a própria inflamação encefálica levando a quadros de convulsões. Então o animal que tem a fase neurológica da doença, pode apresentar tanto as paralisias quanto as convulsões, que são quadros mais graves.
Então os tecidos de eleição (tropismo) do vírus da cinomose são do sistema respiratório, sistema oftálmico, sistema digestório e sistema nervoso central e periférico. Normalmente esse animal passa pelo processo de sinais digestórios, sinais respiratórios e neurológicos, mas não necessariamente nessa ordem. O prognostico é sempre reservado, mas quando o animal já esta na fase neurológica o prognostico é pior.
Os principais sinais são os oculares, respiratórios neurológicos. 
DIAGNOSTICO
Sinais clínicos e histórico:
Temos a questão dos sinais clínicos, entao o paciente que apresenta a fase digestória, respiratória da doença, na maioria das vezes recebemos o paciente com pneumonia, com o quadro respiratório bem evidente, em alguns casos o animal chega com o quadro neurológico, então varia muito de paciente para paciente a evolução da doença e os sinais clínicos. 
A idade do animal chama a atenção, não necessariamente apenas filhote, são animais sem histórico vacinal ou o proprietário vacinou só quando filhote, depois parou e vacinar, as vezes o animal perde a questão imunológica com o passar dos anos, a recomendação é fazer reforços vacinais anuais. 
O hemograma sugere um quadro viral, mas não é especifico. No hemograma posso ter leucopenia, e o que mais chama atenção é a linfopenia e trombicitopenia.
Corpúsculo de Lentz:
No caso da cinomose temos uma questão especifica que é a determinação do Corpúsculo de Lentz, que é uma inclusão viral que é comum em alguns tipos de vírus, não é comum encontrar com tanta facilidade mas é uma forma de diagnostico a identificação de corpúsculo de Lentz, que são as inclusões virais, no caso da cinomose, em algumas células do organismo, então vou ter inclusões nas células do sistema nervoso central, nas células da bexiga, células do intestino, essas são feitas através de necropsia. Agora no animal vivo, posso fazer swab conjuntival, ou no sangue, onde temos hemácias com inclusão e também temos inclusão dentro de neutrófilos, entao os leucócitos também podem ter inclusão viral. Entao no sangue também temos a possibilidade de visualização dessas inclusões virais.
Quando suspeitamos de cinomose podemos fazer o swab conjutival, independente dele ter secreção ou não, não é a secreção que importa, e encaminhar para o patologista. Esses não os diagnósticos mais específicos de cinomose.
Laboratoriais:
Hemograma: linfopenia e trombicitopenia
Líquor: aumento de IgG
No caso de animais com sinais neurológicos em que eu não tenha um diagnostico conclusivo ainda, isso não é comum de ser feito, mas se fizer a coleta de líquor vai ter um aumento de imunoglobulina G. A coleta de liquor faz mais para pesquisas, dificilmente faz para diagnostico porque tem outras formas mais simples de diagnostico, a não ser que não tenha o diagnostico e ai tem que fazer a coleta. 
PCR vai garantir o diagnostico especifico para a cinomose.
Sorológicos:
Elisa, soroneutralização, fixação de complemento.
Aqui entram os testes rápidos através de algumas provas, o mais comum para teste rápido é o elisa. 
PROGNOSTICO 
Reservado; sempre reservado, vai depender da resposta do animal ao tratamento, e se realizou o tratamento adequado e resposta individual.
Ruim: sinais neurológicos (principalmente quando apresenta encefalite, as convulsões vão sendo cada vez mais frequentes, faz o tratamento, tenta minimizar, mas na maioria das vezes ele volta com sequelas neurológicas já com quadros epiléticos entao acaba piorando bastante o prognostico).
Recidivas: o animal que chega ao ponto de ter convulsões por cinomose é muito comum que ocorra recidivas, mesmo que ele tenha uma melhora temporária do quadro. 
TRATAMENTO:
Pensando nos sintomas, não temos um tratamento especifico.
Fluidoterapia e terapia suporte
Devido o animal estar desidratado, se teve vomito e diarreia então devemos escolher a fluido adequada. 
Ribavirina: no inicio da doença 
É um antiviral, tem um bom efeito relacionado ao vírus da cinomose. A ribavirina tem boa ação, mas não é indicado quando o animal já tem sistema neurológico, entao a indicação é para os animais que estão nas primeiras fases, antes de chegar no sistema nervoso.
Antibioticoterapia: infecção gastrointestinal erespiratória (Amoxicilina, enrofloxacina, sulfa-trimetoprim, cloranfenicol, cefalosporinas)- o predomínio é na infecção respiratória, é o animal que chega com secreção nasal, secreção ocular, broncopneumonia que pode ser inicialmente apenas viral mas depois se transforma em bacteriana por conta de infecção secundaria e imunossupressão. Então vamos escolher o antibiótico que mais se enquadra para esses animais. 
Amoxicilina é do grupo da amoxipenicilina, tem amplo espectro de ação e tem ótima ação em gram negativa e gram positiva, quando associo a amoxicilina com acido clavulanico ou clavinalato de potássio, potencializa a ação da amoxicilina e ela fica muito mais ampla, então usamos muito para quadro respiratório a amoxicilina.
Enrofloxacina é uma quinolona, tem ação gram negativa e gram positiva, mas se for um filhote não devo usar porque tem algumas contraindicações.
Sulfa-trimetoprim também tem ótima ação respiratória, mas o efeito bactericida é um pouco menor e tem bastante efeitos colaterais.
Devemos lembrar que no sistema respiratório o predomino é de bactérias gram positivas, já o sistema gastrointestinal o predomínio é de gram negativas e anaeróbicas.
Glicocorticoides: quando há sintomas neurológicos (prednisona ou prednisolona, dexametasona)
Poderíamos usar um glicocorticoide para um animal deprimido e com broncopneumonia bacteriana que esta com sinais neurológicos, pois para o animal ter convulsão ele tem encefalite, um processo inflamatório, e quando ele convulsiona ele tem edema cerebral, o corticoide vai ter importante porque precisamos do efeito imunomodulador dele para que haja um controle do quadro neurológico. 
Entao quando tenho um animal que já esta em quadro neurológico indica-se o uso do corticoide em doses anti-inflamatórias, não vou usar dose imunossupressora.
A prednisona ou prednisolona é a primeira escolha, é um corticoide de ação moderada, não tem tantos efeitos colaterais prolongados, vou fazer a dose anti-inflamatório de 0,5 a 1,0 mg/kg a cada 12 ou 24 horas, dependendo do caso. Outra opção seria a dexametasona, que existem mais problemas com ela, vou ter o efeito terapêutico mais acentuado, mais potente, mas vou ter efeitos colaterais mais prolongados, principalmente a imunossupressão.
Devemos saber que o corticoide é indicado sim nos casos que eu tenho sinais neurológicos, ele não é usado para prevenir, é usado para tratar.
Vitamina A, E: regeneração epitelial 
Posso incluir a vitamina A como um adjuvante/auxiliar para a regeneração epitelial, regeneração de qualquer mucosa. Pode ser usado por todo o tratamento, ate a melhora do animal.
Complexo B: regeneração neurológica
É usado em paciente que já tem um quadro neurológico ou é usado como um adjuvante, antes de apresentar quadro neurológico já vem pensando na regeneração. Também é usada por todo o período de tratamento, ate a melhora do animal.
Vitamina C: imunoestimulante
Hoje em dia se indicam a associação da vitamina C e E nesses quadros, para que tenha a ação imunomoduladora e principalmente no caso vitamina E seria contra essa ativação de imunocomplexos. Por isso hoje em dia se faz um quite (coquetel) de vitaminas, pois mal não vai fazer ao animal e pode trazer esses benefícios, para ver se a resposta imune do animal melhora. 
Imunoterapia: controvérsias 
Soros hiperimunes- sinoglobulim, possui anticorpos para cinomose, pode usar, mas não tem comprovação de resultados.
A terapia com célula tronco esta sendo pesquisada, para a melhora principalmente do quadro neurológico.
Temos a acupuntura como tratamento auxiliar, principalmente para quadros neurológicos e para as sequelas. 
PROFILAXIA
Anticorpos maternais (3% são transmitidos durante a gestação e 93% através do colostro então temos a importância de mamar o colostro é muito grande para a proteção para a cinomose, esse animal que mamou o colostro e tem um histórico vacinal da mae, pode vacinar para cinomeso com 60 dias de vida, mas não temos vacinas so de cinomose, entao como temos os outros antígenos associados, vamos começar as vacina com 40-45 dias).
Vacinação:
Tem interferência com anticorpos maternais
60 dias de vida
Ideal: a partir da 6ª ate a 16ª semana de vida com intervalos de 2 a 3 semanas (15 a 30 dias- nunca fazer vacina antes do intervalo de 15 dias).
TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA CANINA
Tosse dos canis 
Aguda e altamente contagiosa, mas com baixa mortalidade.
Então acaba atrapalhando muito o desempenho dos animais de exposição, animais de canil, de animais que vao viajar, ficar em hotel, entao devemos nos preocupar bastante com esse tipo de condição que o animal vai enfrentar. 
É causado pelo Adevírus canino tipo 2 geralmente esta associado a outros patógenos como a parainfluenza e bordetella.
SINAIS CLINICOS
Esse animal pode ter desde uma forma muito branda, com alguns episódios de tosse, ate formas mais avançadas com uma tosse mais persistente, que o animal não consegue nem comer pelo tanto que ele tosse e ate quadros pulmonares quando esta associada principalmente com bordetella, com parainfluenza, se esse animal estiver imunossuprimido ou em uma condição de estresse. 
Tosse seca não ou produtiva (que tem secreção);
Geralmente desencadeada após exercício ou excitação; o aparecimento é agudo.
Pode apresentar mímica de vômito estimulado pelas tosses;
Geralmente sem sinais sistêmicos;
Complicação: a broncopneumonia bacteriana quando associada principalmente ao vírus da parainfluenza ou bordetella. 
Quando apresenta broncopneumonia aparecem outros sinais como dispneia, secreção na auscultação pulmonar (crepitação pulmonar), secreção nasal, etc.
TRATAMENTO
Em alguns casos precisa realizar o tratamento, quando essa tosse esta muito exacerbada/persistente ou quando os outros cães que tem contato com esse começam a tossir também, mas na maioria das vezes é auto limitante. 
Antitussígenos (NUNCA usar nos casos de broncopneumonia viral ou bacteriana, porque a tosse é um mecanismo de defesa do organismo, então so uso quando tenho certeza que esse animal não esta em um quadro infeccioso). 
Anti-inflamatórios: para diminuir a inflamação causada pela tosse, em alguns casos podemos ate mesmo entrar com o corticoide em baixas doses, não vai afetar a questão imunológica do paciente e vai promover uma melhora no quadro de tosse quando tenho essa tosse sendo causada pela inflamação das vias aéreas. 
Broncodilatadores: geralmente não é necessario, em geral não usamos, só usa se for um quadro já avançado pulmonar que esse animal tenha associado um broncoespasmo, temos a questão da traqueobronquite que é mais de trato respiratório superior. Entao so usa se necessário e associado a um corticoide. 
Antibioticoterapia- se na auscultação houver crepitação, tem secreção usa, mas há controvérsias. E entrar com antibióticos que tenham ação maior para bactérias gram positivas que são mais comuns no trato respiratório, entao amoxicilina, amoxicilina associada com acido clavulanico, são boas escolhas. 
Quando tiver broncopneumonia por Bordetella, para saber precisa fazer cultuta da secreçao, entao quando tiver existe um tratamento com gentamicina intranasal, é mais especifico e não tem os efeitos colaterais da gentamicina por via sistêmica, por ser um aminoglicosideo pode ter outros efeitos. A gentamicina tem uma ação muito especifica para bordetella.
PROFILAXIA
Isolar animais doentes e vacinação previa (subcutanea, intranasal- imunidade local IgA).
Existe vacinas mais especificas que tem bordetella e parainfluenza, existem duas delas a intranasal e a subcutânea. Essas vacinação tem a indicação mais especifica, para animais que vão para hotel, creche, exposição e animais de canil que vivem em aglomerado.
A vacina intranasal permite uma imunização mais imediata, rápida, pois a imunidade que estou induzindo é a IgA, é local, se for viajar semana que vem, faço essa, mas pode gerar um incômodo ao animal gerando secreção nasal, espirro, tosse. A vacina subcutanea leva no mínimo 15 dias para ter efeito, mas não tem nenhum efeito adverso de espirro,tosse. 
Os braquicefalicos tem predisposição, que quando tem um quadro respiratório é mais difícil de tratar, então recomenda a vacinação especifica. 
07/08- LEPTOSPIROSE
Leptospira: bactéria 
A leptospirose é uma doença infecciosa de origem bacteriana, temos uma bactéria que é a leptospira e existem varias cepas dessa bactéria, quando falamos em leptospirose sempre lembramos de uma determinada situação de contaminação, o rato. Precisamos ter o roedor contaminado com a bactéria, ele é apenas um transmissor, ele não desenvolve a doença porque ele tem essa bactéria albergada nos seus rins, então essa bactéria é eliminada pela urina, sabemos que não é apenas o rato que transmite, qualquer animal ou pessoa doente pode transmitir. 
Formas de contagio:
Direto- urina, transmissão sexual
Indireto- ingestão ou contato com contaminantes (fomites contaminados)
Então se tiver urina contaminada no ambiente, se for um contato rápido esse animal vai adquirir a doença. O comum é o contato direto com a urina, principalmente quando tem áreas de alagamento, enchentes, animais que vivem em áreas rurais.
É importante saber que na pele integra, tambem posso ter contaminação, não é so na pele com ferimento, se tiver contato de pele e mucosas pode se contaminar. 
Cepa:
Leptospira interrogans
Sorovares: canicola, icterohaemorrhagiae (são os que tem nas vacinas, são os que causam uma quantidade maior da doença, os mais comuns), bataviae, batislava, grippotyphosa e Pomona.
Nem todas as cepas estão presentes nas vacinas, por isso a vacina protege bastante mas não completamente.
A leptospira tem uma forma espiralada.
Susceptíveis: todos os animais domésticos e homem. Ou seja, essa doença é uma zoonose.
Os gatos parecem ser mais resistentes, eles podem desenvolver a doença de forma experimental com alta carga de bactéria, mas isso no ambiente não é tão comum. 
Reservatórios: animais domésticos e silvestres que estejam eliminando o agente pela urina. 
Os roedores são os reservatórios permanentes, os outros animais domésticos quando tem o período de doença ele esta eliminando na fase da doença em que ele tem a bactéria nos rins, ele vai eliminar essa bactéria ate o momento que ele for curado e ele tem um tempo ainda de eliminação e depois para, já o roedor não, ele fica de forma permanente eliminando a leptospira e ele não desenvolve a doença. 
Animais em recuperação clinica: lestospirúria (eliminando leptospira na urina) por ate 60 a 90 dias ou ate anos (portador), principalmente se ele não tiver o tratamento adequado. Então devemos pensar que esse animal que foi tratado ele é portador dessa bactéria por um período, então vamos ter que manter os cuidados de manejo e higiene com a urina desse animal, vou ter que orientar o proprietário a usar luva, isolar esse paciente, então precisa de um cuidado pós o tratamento. 
PATOGENIA
Existe um contagio pelo contato com a urina contaminada, através de mucosas, pele, ingestão ou contato sexual, vai existir uma fase de leptospiremia (2-5dias), a bactéria cai no sangue e promove uma fase de bacteremia (a bactéria já esta se multiplicando no sangue), ate aqui o animal não tem sinais clássicos da doença, ele pode ter febre, apatia, mas não sinais clássicos. As bactérias atingem baço, fígado, rins e sangue durante a fase de bacteremia vai acontecendo a multiplicação bacteriana (4-12 dias após a infecção- esse período para que haja deposição, para que as bactérias atinjam seus órgãos de eleição). Os tecidos prediletos para a multiplicação é fígado e rins, por isso o animal vai ter os sinais renais e hepáticos. 
Depois existe algumas fases da doença, entao temos os sinais clínicos da fase aguda e os sinais clínicos da fase sub-aguda. Na fase aguda, que é a fase de leptospiremia e é a fase em que as bactérias vao atingir os tecidos, nessa fase o animal apresenta febre, anorexia, vomito, dor muscular, isso sugere sinais de doença hepática, ai esse animal pode desenvolver anemia, mucosas pálidas, petéquias, hepatomegalia, uveite (inflamação oftálmica), melena, epistaxe porque esse animal começa a ter trombocitopenia (por consumo). 
Devemos lembrar que a doença hepática vai proporcionar sinais de hepatite e sinais de deficiência hepática, mas isso é muito rápido, é um quadro agudo e esse animal pode manifestar maior ou menor grau de sinais hepáticos ou hemorrágicos dependendo da cepa e sorovar , quando o animal é contaminado pelo icterohaemorrhagiae esse animal minifesta sinais hemorrágicos e de icterícia muito mais intenso do que quando ele tem, por exemplo, a contaminação pela Pomona ou pela canicola , porque esse sorovar vai atuar em regiões no fígado causando insuficiência hepática mais grave levando a icterícia e hemorragias mais avançadas, ai esse animal vai ter trombocitopenia, e outras alterações. Então os quadro de um paciente para outro muda devido aos diferentes sorovares, cada sorovar tem uma ação diferente, no caso da canicola, por exemplo, a insuficiência renal é muito mais grave, mas acabamos não fazendo o diagnostico do sorovar, apenas suspeitamos devido os sinais clínicos.
Então na fase aguda temos a doença hepática instalada principalmente, com quadros mais ou menos hemorrágicos, com maior ou menor grau de icterícia dependendo do sorovar da leptospira.
Na fase subaguda tem depressão e alteração de sistema renal, icterícia, sinais reprodutivos como o aborto, infertilidade. Tudo isso se mistura, entao as vezes não conseguimos identificar se esta na fase aguda ou subaguda.
Devemos lembrar que tem leptospirúria durante a fase aguda ate 60 a 90 dias após a recuperação clinica, então o animal vai eliminar a bactéria pela urina mesmo depois da fase clinica e depois do tratamento, posso minimizar quando uso o antimicrobiano correto para fase de leptospirúria esse antimicrobiano vai atuar nas bactérias nos rins e ai diminui esse tempo em que ele vai ficar eliminando a bactéria, entao se tratar de forma adequada consegue diminuir o tempo de leptospirúria.
Portador: pode eliminar a bactéria na urina durante anos.
DIAGNOSTICO
Histórico ambiental se é proveniente de áreas de risco, de área rural, saber se outros animais manifestaram os sinais clínicos e se houve contaminação de pessoas. E o histórico vacinal.
Sinais clínicos que chamam mais atenção é a icterícia, sinais de insuficiência hepatica, algumas hemorragias, hepatomegalia, esplenomegalia, anemia, trombocitopenia, febre, apatia, vomito, diarreia, anorexia, sinais de insuficiência renal aguda (vomito, diarreia com melena, estomatite- ulceras na boca), aumento de bilirrubina direta/conjugada, essa bilirrubina sai através da urina, entao ele apresenta urina escura (bilirubinuria), a insuficiência renal pode ser tanto pelas bactérias quanto pela lesão glomerular pela presença de bilirrubina, são todos sinais relacionados a hepatite aguda, insuficiência renal aguda e alterações no baço.
Laboratorial:
O primeiro exame que vamos solicitar em doença infecciosa é o hemograma e contagem de plaquetas, vamos observar trombocitopenia, na fase muito aguda podemos ter leucopenia, normalmente ocorre leucocitose (subaguda) porque vai ter neutrofilia, a leucocitose é bastante significativa, o normal de leucócitos é 6/7 mil ate 15/17 mil, quando tem leptospirose na fase subaguda essa leucocitose pode chegar a 40/60 mil, e o animal pode apresentar linfopenia. A anemia pode acontecer desde que esse animal teve um quadro de hemorragia grave ou se a bactéria já tem ação sobre o baço e medula óssea.
Na avaliação hepática vamos observar aumento das enzimas hepáticas, especificamente ALT, AST e fosfatese alcalina, aumento de bilirrubina, entao o animal vai ter bilirrubinemia mais especificamente a bilirrubina direta, e é isso que causa a icterícia, e se fizer uma urinalise o animal vai apresentar bilirrubinuria.
Na avaliação renal vai ter aumento de ureia e creatinina e a urinalise vai depender do que aconteceu de lesão renal, se ele teve uma glomerulonefrite vai apresentar proteinuria (proteína na urina), se teve lesão tubular renal, vaiapresentar cilindros (cilindruria), se ele tem infecçao no caso bacteriana ele vai apresentar leucócitos na urina (leucocituria) e proteinuria. Se ele ta com a urina escura, vai ter presença de bilirrubina na urina (bilirrubinuria).
Existe a microscopia de campo escuro onde vamos ter a identificação da leptospira no sangue e urina. Esse seria o diagnostico mais completo que podemos fazer de forma rápida, o problema é que não temos microscopia de campo escuro em todo laboratório, e a outra questão é que após a coleta tenho um tempo limite para fazer a avaliação após a coleta (30 minutos).
Então fazemos sorologia.
Chegou o paciente fazemos hemograma, toda avaliação renal e hepática e tem grande suspeita de ser leptospirose, então já vou providenciar um tratamento desse animal mesmo sem ter feito o diagnostico definitivo, não posso perder tempo.
Vou amostra de sangue para sorologia, lembrar que precisamos fazer sorologias pareadas com intervalos de 7 a 10 dias (fase aguda e sub-aguda). Fazemos a sorologia pareada, porque as vezes o animal já teve algum contato inicial onde não desenvolvei a doença, mas ele desenvolve um numero de anticorpo, então é possível encontrar um mínimo de anticorpo que não seja a doença, outra coisa são os anticorpos vacinais, o animal foi vacinado mas pegou a doença, pode ser que ele não tenha tido uma conversão adequada da vacina, ou quando ele tem imunidade passiva, a mae transferiu imunidade para o filhote mas não foi o suficiente e quando ele teve uma infecção passada, o animal que teve leptospirose não desenvolve os anticorpos permanente, ele pode ficar doente de novo, por isso deve vacinar todo ano. Então pode ter interferência de anticorpos vacinais, imunidade passiva ou infecção passada, pensando nisso precisamos fazer a sorologia pareada, que é quando eu coleto o sangue do paciente e faço a sorologia, vai dar por exemplo 1:40, ai não sei se é positivo, então vou esperar 7 a 10 dias (tratando o animal) e coleto de novo onde ele tem que estar com um nível muito mais alto de anticorpos, entao vai 1:150/1:200, assim vou dar a doença diagnosticada mesmo, confirmado o diagnostico.
A leptospirose é uma doença de notificação obrigatória, onde o centro de zoonoses vai fazer todo o processo de informação a população, pesquisa, profilaxia, etc.
Cultura de urina, sangue ou tecidos também pode ser feita, pois é uma bactéria.
PCR da urina, sangue ou tecidos também é ideal, ele identifica a bactéria, o DNA da bactéria. 
TRATAMENTO:
Antibioticoterapia especifica:
Fase inicial (leptospiremia):
Penicilina: 25000-40000U/kg/IM ou IV cada 12 horas
Ampicilina: 22mg/kg cada 8 horas IV, pode associar com enrofloxacina
Amoxicilina: 20mg/kg cada 12 horas
Doxiciclina: 2,5-5,0 mg/kg cada 12 horas VO ou injetável dependendo da necessidade
Fase de leptospirúria:
Doxiciclina: mais utilizao recentemente- eliminar fase de portador renal
Estreptomicina: uso com cautela, somente após recuperação renal
Nessa fase não adianta usar penicilina, ampicilina, amoxicilina etc., porque elas não vao agir no tecido renal contra a leptospiruria. 
A doxiciclina é única que pode ser utilizado na fase de leptospiremia e leptospirúria, atualmente é o antibiótico de eleição (sozinha). 
Mas sabemos que a doxicilina é hepatotoxica, se tiver m animal com lesão hepática grave, não posso usar, entao vou pegar alguma outra da fase de leptospiremia e associar com a estreptomicina.
O problema da estreptomicina é que ela é um amigoglicosideo, ele é nefrotóxico, e estou tratando um paciente provavelmente nefropata (leptospira de multiplica nos rins e causa lesão renal), normalmente optamos pela doxiciclina e vemos o que acontece, mas sempre tratando, colocando na fluidoterapia, internando esse paciente, mantendo o funcionamento renal adequado, avaliando a função hepática a cada 48 horas para avaliar a evolução, e a fluidoterapia adequada para esse animal mantendo sempre o índice volêmico e a taxa de filtração glomerular adequada. 
Tratar insuficiência renal e hepática
Fluidoterapia
PROFILAXIA:
Desinfecção (produtos a base de cloro a 10%, ou fomodeido - lisoforme) de fomites e canis. 
Eliminar ambiente favorável a replicação de roedores
Isolamento dos animais doentes e em fase de leptospiuria, não so o doente, aquele que passou pela doença e esta em fase de leptospiruria também deve ser isolado, para saber que ele não esta mais na fase de leptospiruria vou fazer a urinalise e a cultura da urina ou PCR, para ter garantia que esse animal não é mais um portador da doença. 
É fácil na teoria, mas é difícil de controlar. 
Vacinação: reforços a cada 6 meses em regiões endêmicas ou risco elevado de contaminação, em regiões não endêmicas a vacinação é anal. 
Sorovares canicola e icterohaemorraghiae
Todas as vacinas múltiplas tem a leptospira, normalmente esta no diluente, a v10 tem mais sorovares e a v8 tem menos, em geral o que tem obrigatoriamente nessas vacinas são panicola, ictérica hemorrágica e Pomona.
HEPATITE INFECCIOSA CANINA:
Relativamente rara, não é uma doença de tanta importância.
É causada por um Adenovirus tipo 1
Período de incubação: 4-7 dias após infecção (uma semana)
Patogenia:
Infecção oronasal -> multiplicacão nos linfonodos regionais, células hepáticas e células reticuloendoteliais -> danos celulars -> febre intermitente, apatia, letargia, sensibilidade abdominal, mucosas pálidas ou ictéricas, hepatomegalia, *edema de córnea (fica com o olho azulado), hemorragias (casos mais graves).
DIAGNOSTICO: sinais clinicos
TRATAMENTO E PROFILAXIA: 
Sintomático
Vacinas
*Reação vacinal: edema de córnea pôs vacinal devido a deposição de imunocomplexos na córnea (reação antígeno anticorpo), o olho fica azulado. 
Tratava a reação vacinal com colírio com corticoide. 
GATOS- DOENÇAS INFECCIOSAS 
Vamos falar de algumas retrovisores, em gatos sempre temos que pensar em retrovirose, que são as principais doenças indecciosas, são causadas por um retrovírus. As retroviroses de importância que temos em gatos são a leucemia viral felina (FELV) e Imunodeficiência viral felina (FIV- AIDES felina). E vamos aprender uma outra doença também que é uma coronavisose, que é a peritonite infecciosa felina. Essas são as três mais importantes para gatos, tirando o complexo respiratório. 
LEUCEMIA VIRAL FELINA 
O retrovírus se baseia na multiplicação dentro das células em que ele se alberga, entao ele precisa do DNA da célula para se replicar e de dali de dentro que é vao sair as partículas virais para o organismo (sangue e demais tecidos), ele precisa penetrar na célula alvo para se multiplicar e por isso eles tem uma característica, principalmente o vírus da leucemia viral felina, de ser chamado de oncovirus, porque na hora que ele se multiplica a partir do DNA da célula ele pode fazer uma alteração no código do DNA dessa célula e transformar essa célula em uma célula neoplásica, isso não acontece em toda infecção, mas pode acontecer.
Família: Retroviridae
Subfamília: oncoviridae 
Rna vírus:
Produz uma copia de DNA viral (provírus)
 Entao dentro da célula o vírus vai se replicar utilizando o DNA da célula e produz o DNA viral, ele se multiplica através dessa célula. 
Provirus é inserido no genoma da célula infectada, ocorre multiplicação celular/ multiplicação viral e ocorre a formação dos oncogenes, esses oncogenios podem levar a neoplasias futura dependendo do tipo de replicação e do tipo da alteração genética que ele vai produzir na célula hospedeira. Por isso chamada de leucemia e vamos ver que a multiplicação acontece em leucócitos, por isso o animal pode ter leucemia, células leucêmicas no sangue de origem viral.
Geralmente as proteínas virais estão associadas a imunossupressão, qualquer doença viral pode levar a imunossupressão. No caso das doenças em que eu tenho uma replicação nos leucócitos, que é o caso da leucemia, a gente vai ter imunossupressão relacionada a leucócitos, neutrófilos, monócitos, por isso que temos um grau de imunossupressão sempre associado a leucemia viral felina.
 Antigos vitais:grau de violência e infectividade 
Existe uma alta morbidade e alta mortalidade, a doença normalmente o vírus, raramente vai causar a mortalidade, a mortalidade vai ser causada por infecções secundarias que vai ocorrer nesse paciente devido o vírus causar imunossupressão, e ai vai ter predisposição a contaminações bacterianas secundarias. E no caso da leucemia, ainda pode acontecer a replicação e a formação de oncogenios.
Geralmente os gatos com FELV podem estar comprometidos com FIV também, ´muito comum essa contaminação dos dois vírus em uma mesma população, entao quando vamos avaliar um gato e a gente sabe que esse gato vem de um gatil e tem histórico de retroviroses, não vamos buscar o diagnostico somente da FELV, buscamos também o diagnostico da FIV, existem algumas diferentes formas de contagio, mas a sintomatologia é muito parecida porque estão relacionadas com as infecções bacterianas secundarias. 
Gatos adultos: 1-6 anos
Então tenho os portadores que podem ser assintomáticos, ai eles desenvolvem a doença, geralmente relacionadas ao perdido adulto, a partir de 1 ano de vida. 
Animais de gatis são mais suscetíveis e também machos com acesso a rua, porque o macho convive mais com animais de rua e se não é castrado é pior ainda.
Oncogenes: controvérsias
Gatos com FELV: Maior risco de desenvolver linfoma ou leucemia, mais comumente na leucemia relacionado a multiplicação com alteração genética das células.
EPIDEMIOLOGIA:
Existe a possibilidade de ter portadores assintomáticos ou latentes 
Animais adultos são mais resistentes do que filhotes
Animais idosos podem se tornar portadores assintomáticos ou com poucos sintomas, vão ser infectantes, vão transmitir a doença.
Manifestação clínicas geralmente acontece em animais imunossuprimidos, então são aqueles animais que vão ter as infecções secundarias relacionada com a imunossupressão.
O vírus da leucemia é muito sensível no meio ambiente, então se fizer uma desinfecção básica com cloro, já consigo eliminar o vírus do ambiente, preciso ter informações se existem animais doentes ou portadores naquele ambiente, por isso é importante fazer os exames antecedentes de todo animal que for entrar no gatil (ambiente), para saber se ele pode ou não entrar naquele ambiente.
Fontes de contaminação e contágio da FELV:
Contato direto com saliva contaminada ou secreções de gatos infectados, então se ele tem contato com outro animal, bebedouro, fomites, etc vai se contaminar.
Uso comum de agua ou alimento
Pouca importância transmissão transplacentaria, leite ou venéreas (contato sexual), mas por outro lado a contaminação é muito mais fácil, entao pelo ambiente, fomites, lambedura, isso não tem como controlar em um ambiente em que tenham muitos gatos.
O contato através do sangue pode acontecer o contagio, mas a maior importância é a infecção oronasal.
PATOLOGIA:
Infecção oronasal e ferimentos, a replicacão viral na orofaringe, entao o vírus vai primeiro chegar na orofaringe, porque a infecção é oronasal, ele se replica primeiro nos linfonodos regionais (aumenta de tamanho) e vao seguir para células da medlula óssea, baço, e o restante dos linfonodos no corpo todo, circulação sistêmica. Entao ele atinge tecido linfoide e medula óssea, portanto vai ser um vírus que causa diretamente imunossupressão. Na circulação vamos ver leucócitos e plaquetas infectadas, entao essas células não vao executar suas funções da forma adequada, esse animal não vai ter uma resposta imunológica adequada. 
OBS: existem 6 estagios da infecção viral, isso que vai definir a localização da replicação viram e o tempo da infecção, mas em geral o tempo de infecção, para essas células se tornarem infectadas varia de 2 a 4 dias ate 28 dias, varia de acordo com os estágios da infecção viral. 
Infecção de células epiteliais nas glândulas salivares e lágrimas (por isso que toda secreção contem o vírus): 
30% dos animais podem ter a infecção autolimitante (ou seja, ele se infecta, ocorre a multiplicação viral, o seu organismo reage contra o vírus e consegue eliminar a infecção, eles não manifestam sinais) e podem ficar portadores assintomáticos (ou seja, ele continua replicando o vírus, não desenvolve a doença, fica assintomático, mas ele elimina o vírus, então ele pode transmitir o virus).
40% dos animais vão ficar doentes: infecção localizado ou infecção sistemica--se viremia persistente (obto 2-3 anos)
30% dos animais vao ficar com a infecção latentes, quando ele tem qualquer imunossupressão, por qualquer outro motivo a doença se manifesta. -- infecção sistemico -- se viremia persistente obto 2-3 anos)
Entao todos eles eliminam partículas virais, todos são transmissores, mas 30% não desenvolve a doença em nenhum momento, 40% vai desenvolver a doença com sinais da imunossupressão que o vírus causa e 30% é a parcela que fica latente, não tem a manifestação, mas a partir do momento em que ele fica imunodeprimido ele manifesta a doença. 
No caso dos animais doentes ele vai ter uma infecção localizada, em que tem manifetaçoes relacionadas a orofaginge, onde ele ele vai ter a replicação mais localizada e outra parcela de animai vai apresentar a infecção sistêmica, que esta relacionada com alterações de linfócitos, anemias, alterações relacionadas a órgãos linfoides, se a viremia for persistente e não conseguir eliminar o vírus desse animal, tratar esse animal de forma adequada e melhorar a resposta imunológica ele pode acabar morrendo em 2 a 3 anos. 
O paciente latente, quando ele desenvolve a doença ele desenvolve a forma sistêmica e se a viremia for persistente vem a óbito em 2 a 3 anos mesmo com o tratamento, pois não tem um tratamento específicos, usamos antivirais, mas eles não são específicos. 
Infecção de células epiteliais nas glândulas salivares e lagrimas, todas as vezes que tenho infecção nessas células esse animal é transmissor da doença, então além dos leucócitos o vírus vai se replicar dentro desses leucócitos.
SINAIS CLINICOS 
Geralmente são Inespecífico porque não temos um sinal sugestivo, patognomonico de leucemia viral, o animal tem sinal agudo de infecção geral, então ele vai ter febre, lingoadenopatias generelizadas (começa regional e depois espalha), inapetência, diarreia inespecífica, gatos com diarreia é muito comum, principalmente se viver em um ambiente com pouco controle sanitário, esses sinais são comuns, nada que nos leve a pensar em leucocitose viral, a não ser que eu saiba o histórico, que o animal vive em um gatil, então vamos pensar em fazer um diagnostico diferencial.
Subagudos e crônicos: começa a ter alguma coisa que chame mais atenção porque esta relacionado com imunossupressão. 
Então os sinais subagudos e crônicos são comprometimento geral (é aquele animal que não tem um ganho de peso satisfatório, não se desenvolve de forma satisfatória, tem o pelo mais áspero e sem brilho, esse animal fica bom um tempo e depois piora de novo); e ai ele passa a apresentar alguns sinais de imunossupressão, por exemplo, gengivite, estomatite e periodontite, muito relacionado com a proliferação bacteriana em cavidade oral devido a imunossupressão, as bactérias/fungos aproveitam da deficiência imunitária desse animal para começar a se proliferar na boca dele. Então gato com periodontite, não quer dizer que ele tem FELV ou FIV, mas eu não posso deixar de pensar nessas duas doenças que são doenças que causam imunossupressão na cavidade oral; infecções crônicas do trato respiratório, pele e ouvido (gato é muito raro ter piodermite, mas começa a ter devido a imunossupressão); abortos ou natimortos (as femeas gestantes podem não ter histórico de nenhuma doença e acontece de abortar ou nascer natimorto, então suspeita de FELV).
É importante lembrar que na imunossupressão tenho infecções secundárias de origem bacteriana, fungica, associada a outros vírus e protozoarios; supressão ou outras alterações na medula óssea: anemias, aplasias medulares, neoplasias sanguíneas (linfoma, leucemia), doenças mieloproliferativas. 
Gato com leucemia e linfoma sempre tenho que pesquisarFIV e FELV, essas doenças podem levar a doenças autoimunes (mieloproliferativas). 
Resposta imune alterada: doenças imunomediadas (FIV e FELV podem levar a doenças autoimunes), anemia hemolítica, glomerulonefrites. 
DIAGNOSTICO
Achados clínicos- patologicos inespecificos 
Sorologia-viremia:
Elisa: soro, plasmaou sangue total são testes comerciais 
O Elisa é o mais usado, tenho os quites prontos ou então encaminhar para este laboratorial. Os testes comerciais são legais para fazer uma triagem, mas como diagnostico definitivo é ideal a gente complementar com outros testes. 
Imunofluorescencia: identificação de proteína especifica (P27) nas células infectadas (sangue); esfregaços sanguíneos ou medula óssea. 
PCR é o exame definitivo, pego o material genético do vírus.
Citologia aspirativa (principalmente para suspeita de neoplasias): linfonodos, medula óssea, sangue; diagnóstico de linfoma, leucemia. 
Tem um animal que esta com linfopatia generalizada, linfoadenopatia, fiz um hemograma e deu linfocitose absurda, ele tem doença viral, ou então deu leucocitose absurda inespecífica com linfócitos ou leucócitos ativos, figura de mitose, isso pode ser neoplasia, então quando tenho um hemograma sugestivo de leucocitose ou neoplasia ai vou fazer a citologia aspirativa. 
TRATAMENTO
Existe a possibilidade de imunoterapia que é a questão de melhorar a resposta imunologica do paciente, tenho as opções de interferon alfa ou proteína A (a vitamina a é proveniente de staphylococcus, propiobacterium acnes, então é feita como um antígeno que vou introduzir no animal para promover uma multiplicação de anticorpo, tem ação imunoestimulante), tem uma outra proteína que chama acemannan (aloe Vera- Barbosa) então existe uma medicação que a base dela é acemanna que tambem pode levar a uma ação imunoestimulante, isso é uma possibilidade, não é o tratamento especifico. 
Antivirais:
Para uso na leucemia existe a Azidotimidina (AZT), ele inibe a transcriptase reversa que é aquela enzima que faz com que o RNA do vírus se transforme em DNA viral através do material genético da célula, entao ele impede essa multiplicação viral dentro da célula. 
Zidovudina –retrovil
A ação é questionável para gatos clinicamente doentes, entao se recomenda o uso na infecção inicial, no animal assintomático que ainda não esta manifestando a doença, mesmo assim é questionável.
Quimioterapia antineoplasica nos casos de linfoma e leucemia. 
Terapia de suporte: tentando melhorar o quadro de imunidade desse paciente.
Controle de infecções secundárias com antibioticoterapia, antifúngicos, dependendo do que ele tiver. 
Transfusão sanguínea nos casos necessários e drogas imunossupressoras como o corticoide e ciclosporina, entao entra pedinisona, predinisolona, dexametasona, em gato é muito comum precisar usar a dexametasona, pois o gato tem uma resistência maior ao cortisol e a cliclosporina que é um imunomodulador importante que podemos usar em casos que tenha glomerulonefrite, e anemia hemolítica auto-aglutinante ou auto-imune. 
Na maioria dos casos trata os sintomas do animal e as doenças secundarias e deve isolar o paciente pois a forma de contaminação é muito fácil.
Fluidoterapia de manutenção, se o animal tem diarreia e vomito usa fluido normal, se ele tiver nenhum desses sintomas de perde e tiver poliuria em uma insuficiência renal, ele vai ter acidose metabólica entao vai usar ringer com lactato, se for so a manutenção simples usa solução fisiológica ou ringer. 
Qualquer caso que o animal tenha uma infecção, seja bacteriana, fungica, o correto é fazer essa triagem com exames para FIV e FELV.
PREVENÇAO E CONTROLE:
Existe vacina de gato, temos a tríplice felina que tem doenças básicas como adenovírus, parainfluenza, clamídia. Depois tenho a quadrupla felina onde tenho coisas a mais, vou ter partículas de leucemia viral. E tem a quíntupla felina que tem tambem o vírus da leucemia. 
Não vacino sempre com a quíntupla felina ou com a quadrupla felina e vacino mais com a tríplice, primeiro porque quando tenho um animal isolado, gato que vive em apartamento, não precisa receber a leucemia viral, quando ele vive em gatil ou tem acesso a rua, ai precisa fazer porque tem um contato muito grande com outros animais e suas secreções.
Vacinação: eficácia relativa, quintupla felina, geramente realizada em gatis ou animais com acesso a rua.
Associação com sarcoma vacinal (tumor maligno, que esta relacionado com o antígeno vacinal de leucemia felina e esta associado com adjuvantes vacinais, por exemplo hidróxido de alumínio que tem na vacina antirrábica, entao quanto a antirrábica quanto a vacina de leucemia viral podem induzir a neoplasia no locar da injeção, que é o sarcoma vacinal que é uma neoplasia maligna que se eu não tratar ela vai se estender por todo o corpo do animal, não vai causar metástase, ela se espende por todo o corpo e o animal vem a óbito. 
Entao so vou fazer em animais de risco, é recomendado que as vacinas fossem distribuídas da maneira correta, então a tríplice posso vacinal em qualquer parte do animal por via subcutânea, normalmente faz no tórax, ou lateral de abdômen, a tríplice tem o vírus da panleocopenia, da rinotraqueite, callcivirus e chlamydia. A quadrupla ou quíntupla tem os vírus da tríplice mais o antígeno da leucemia viral, e devem ser administrada em um dos membros pélvicos do animal, na coxa subcutâneo ou intramuscular. A antirrábica tem o vírus da raiva, mas o adjuvante da vacina pode promover algumas reações que é o hidróxido de alumínio, e é administrada no outro membro pélvico. 
 Tumor maligno, recidivante pode a contecer de 1 a 3:10000 gatos vacinados.
Isolamento dos animais doentes ou portadores infectantes, por isso que o levantamento dos animais no ambiente é importante, fazer a sorologia pelo menos.
Evitar acesso a rua tanto doentes quanto não doentes
Não compartilhar vasilhas de comida e bebedoiros, quase impossível, então tenho que separar os portadores.
Desinfecção de rotina (amoníacos, cloro 10% diluído), deve desinfetar ambiente e fomites. 
IMUNODEFICIENCIA VIRAL FELINA (FIV)
Família retroviridae e sub-familia lentivinae
É outro retrovírus, mas não é um oncovirus então a chance de levar a neoplasias é muito maior na leucemia do que na imunodeficiência.
Machos com acesso a rua e com mais de 6 anos de idade são predispostos, porque eles brigam na rua, fêmea também pode pegar.
Via de transmissão:
Saliva com contato de ferimentos *** então aqui eu tenho que ter o contato do vírus do animal doente com o sangue do outro animal que vai receber esse vírus.
Através de mordidas, brigas, transfusões sanguíneas (o gato doador deve ser negativo para FIV e FELV)
Uterina (raro), colostro (possível, quando sabemos que é um animal portador, o ideal é não deixar o filhote mamar o colostro dessa mae portadora).
Contato sexual 
PATOGENIA:
Saliva, sangue, ferimentos, colostro esses vírus vão atinge circulação, chegam e se reaplicam em linfocitos T (cd4+, cd8+ principalmente), linfocitos B, macrofagos, astrocitos (células da glia- menos comum), existem duas formas do vírus se manifestar uma é a doença aguda doente terminal geralmente vem a óbito cedo e temos o portador assintomático(soropositivos) e apresentar sinais depois de uma imunossupressão esse portador assintomático pode ter uma duração de dias a semanas, duração variável ou ate anos.
Essa doença é muito parecida com a AIDS humana, por isso é conhecida como AIDS felina. 
O animal fica susceptível a infecções graves. 
SINAIS CLINICOS:
Infecção aguda: febre, depressão, disfunção gastrointestinal, estomatite, linfoadenopatia, pode passar despercebido (paciente assintomático). 
Portador assintomático: pode desenvolver infecções oportunistas ou síndrome de definhamento generalizado, 20% morrem nesse período de 4 a 6 anos.
Doente terminal: perda de peso, diarreia crônica, estomatite, gengivite, pode estar associado a neoplasias (linfoma e leucemia), sinais oftálmicos, renais, neurológicos associado a questão de multiplicação nas células da glia. 
Infecçõesoportunistas: são aquelas causadas pela imunodepressão, sinais dermatológicos, gastrointestinais, urinários, neurológicos, respiratórios.
DIAGNOSTICO:
Histórico e animais predispostos
Sinais clínicos: Inespecíficos (mas tem quadros de infecções), sinais associados a doenças crônicas pouco responsivas, gengivites, estomatites.
Laboratoriais: Hemograma- relacionado com supressão de medula óssea como anemia, leucopenia, trombocitopenia, linfopenia bastante acentuada;
Bioquímica sérica- todo animal que tem alteração imunossupressora mas ele pode ter uma resposta imunomediada associada ele vai ter uma hipergamaglobulonemia que é o aumento de globulina do tipo gama IgG, azotemia renal (aumento de ureia e creatinina)
Sorologias: elisa (mais comum), western blot, kits comerciais;
Período para soroconversão- janela imunológica, então se a suspeita for grande e der negativo no sorológico, deve repetir o exame depois de uma semana.
Filhotes menores que 6 meses de idade pode haver anticorpo maternal, da positivo e não necessariamente ele tem a doença.
TRATAMENTO
Antivirais e imunoestimulantes:
AZT: 5mg/kg VO ou SC cada 12 horas (monitorar hemograma)
Interferon alfa: 300U/ cada 24 horas
Monitoramento mensal (inicio) e cada 6 meses (manutenção)
Tratar a estomatite: local, lactoferrina bovina 175 mg VO no leite ou xaropearomatiado cada 12-24 horas; clorexidine (periogardi) a 0.05%
Tratamento sintomático e de infecções oportunistas
Se o animal já tem sinais clínicos não usamos antiviral, se ele não tem mas é soropositivo entramos com os antivirais. 
PROFILAXIA
Isolamento total dos soropositivos, impedir acesso a rua e brigas;
Limpeza de vasilhas e bandejas sanitárias com agua quente e detergente é o suficiente porque não tem o contagio através de fomites, preciso ter um contato direto;
Controle sorológico de gatos que forem introduzidos em um ambiente;
Animais doentes ou portadores imunossuprimidos podem disseminar outros agentes infecciosos no ambiente.
Vacinas:
EUA
Eficácia discutida
Anticorpo vacinal interfere com diagnostico do animal portador ou doente.
No Brasil não existe vacina, existe nos EUA um fabricante mas não tem sucesso pois existe uma discussão sobre a eficácia dessa vacina. 
FIV( Aids felina) X aids humana:
São morfologicamente semelhantes, mas são antigeneticamente distintos.
O gato não transmite para o homem e nem vice versa. 
 A doença é muito parecida porque eles se replicam na mesma célula.
PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)
Animal com PIF é um problema serio, a cura é basicamente nula. 
Coronavírus (é outro coronavirus, não é o mesmo que o do cão)
Peritonite infecciosa felina é uma doença sistêmica (vamos falar desse)
Coronavirus entérico felino: infecção intestinal (esse coronavirus é parecido com o do cão).
Varias cepas com variados graus de virulência
Vírus sensível aos desinfetantes comuns (seria fácil controlar se a gente conseguisse diagnosticar, senão não é fácil, pois a sua transmissão é muito rápida)
Resiste em secreções secas por ate 7 semanas (se não lavar o ambiente de forma adequada o animal vai adquirir)
Altamente contagiosa para gatis ou gatos de vida livre, não tem uma população predisposta.
Todas as idades: maior incidência em menores de 5 anos de idade ou mais de 10 anos 
Vias de infecção: oral, nasal, contato direto com contaminantes
Fontes de contaminação: secreções nasais e orais, fômites, aerossóis.
PATOGENIA:
Contaminação oronasal, pode ter duas situações de portador, o portador assintomático que pode ficar meses a anos e quando ele manifestar vai manifestar forma grave e o portador direto, tenho a replicação direta, replicação entérica e sinais inespecíficos. Quando tenho a baixa da imunidade no animal assintomático, ele vai desenvolver a doença. Se ele tiver a replicação entérica e sinais inespecíficos ele vai ter a doença sistêmica também, quando ele tem a doença sistêmica tem duas formas de manifestações para a doença, que ai é a evolução para a peritonite, a forma efusiva que produz liquido, o animal vai apresentar edemas, efusão pleural. E a forma não efusiva que é a formação de granulomas no tecido. 
Obs: em muitos casos a PIF esta associada ao vírus da leucemia felina (FELV) e imunodeficiência felina (FIV).
FORMA EFUSIVA (úmida): 
Úmida porque forma liquido. 
Ocorrência de vasculite nos vasos entéricos principalmente (esse animal vai ter extravasamento de liquido) e lesões piogranulomatosas causada por deposição de imunocomplexos (esse infiltrado inflamatório esta relacionado a ocorrência de complexo antígeno anticorpo nos vasos sanguíneos na região peritoneal, vasos abdominais, órgãos abdominais e depois evolui para os órgãos torácicos)
Acumulo de liquido efusivo rico em proteínas na cavidade torácica (25%) e/ou abdominal (75%), por isso é mais comum ter gato com ascite por vasculite e lesão imunomediada em outros órgãos abdominais, principalmente fígado e rins. 
Sinais clínicos da forma efusiva: sons pulmonares e cardíacos abafados ou ausentes, dispneia, distensão abdominal, icterícia, sinais de uremia. 
FORMA NÃO EFUSIVA (seca):
Lesões piogranulomatosas (forma granulomas com pus) em tecidos e órgãos, principalmente órgãos abdominais, mas pode ser em olhos, cérebro, rins, peritônio, fígado, pulmões, linfonodos.
Quando tenho granuloma ele vai atingir o tecido, vai formar um monte de granulomas dentro dos tecidos, principalmente em peritônio, fígado e rins que é na cavidade abdominal. Entao o animal vai manifestar a doença de acordo com o órgão que esta comprometido. 
Sinais clínicos da forma não efusiva: massas abdominais, disfunções nos órgãos acometidos (principalmente abdominais). 
Ex: uveíte anterior, sinais neurológicos, sinais de hepatopatias (icterícia, vomito) ou doença renal (sinais de uremia), intestinal (diarreia), doença pulmonar (dispneia, estertores pulmonares, ausência de sons pulmonares). 
Então temos animais com doenças gerais e dependendo da forma da doença, se ela for efusiva ou não efusiva, ele vai manifestar sinais diferentes. 
As duas formas são graves, mas e efusiva é pior pois é mais rápida. 
SINAIS CLÍNICOS INESPECÍFICOS:
Febre, inapetência, perda de peso, anemia, depressão, mas condições gerais.
ACHADOS LABORATORIAIS:
Anemia arregenerativa, leucocitose com neutrofilia (devido a hipeglobulinemia), linfopenia, hiperglobulinemia 
Bioquímica sérica: perfil hepático e renal podem estar alterados
Liquido pleural ou ascítico: infiltrado piogranulimatoso asséptico (sem bactéria, tem pus mas não tem bactéria)
DIAGNOSTICO:
Histórico e achados clínicos e laboratoriais 
Difícil diagnostico clinico da PIF não efusiva
Analises clinico- patológicas: não específicos e dependem dos órgãos ou tecidos acometidos.
Radiografia e ultrassonografia: confirmar presença de efusão e massas abdominais ou torácicas 
Analise do liquido ascítico ou pleural: PIF efusiva coloração transparente a pálida, viscoso, densidade > 1018, estéril, presença de proteínas. 
Diagnósticos mais específicos: 
Sorologia: titulo para coronavirus 1:1600 (para dar positico) e sinais clínicos associados, pode dar falso negativo, kits comerciais. Esses kits ajudam muito, mas é para uma triagem, para um animal que tem sinais clínicos, o animal que não tem sintomatologia tenho muito falso negativo, então não posso considerar ele sem a doença
Relação albumina:globulina no plasma ou na efusão: A:G >0,6 e PT> 7,8 mg/dL
Doso a albumina e dosa a globulina, tenho a proteína total que é composta por albumina e globulina, na relação albumina:globulina eu pega a albumina e divido pela globulina resultado maior que 0,6 é suspeito e a proteína total é alta, maior que 7,8 mg/dL e isso faz a gente suspeitar de PIF
Níveis de glicoproteínas ácida-alfa 1: eletroforese de proteínas (não é nossa realidade)
Isolamento viral: efusões ou tecidos, técnicas de imunohistoquímica, PCR (é o ideal, principal para diagnostico definitivo).
Histopatologia: confirmatória- inflamação piogranulomatosa
Coletar fragmento e confirma a inflamação piogranulomatosaou posso coletar o liquido ascítico ou liquido da efusão pleural e vejo que tem uma inflamação piogranulomatosa asséptica, que são sugestivos da doença. 
TRATAMENTO:
Antivirais: poucos resultados satisfatórios, não tem recomendação do uso. 
Corticoideterapia: efeito anti-inflamatório e imunomodulador, usa prednisolona em doses baixas (1-2mg/kg VO a cada 24 horas, PIF não efusiva). Usa por causa da vasculite que acontece devido a deposição de imunocomplexos, então nesse caso preciso do corticoide ou de um imunomodulador ou imunossupressor para ajudar na diminuição da resposta inflamatória. Entao a prednisolona tem maiores resultados na PIF não efusiva. 
Outros imunossupressores: ciclofosfamida ou ciclasporina
Antibioticoterapia de amplo espectro preventiva para evitar que tenha outras infecções devido a imunossupressão 
Tratamento auxiliar: toracocentese ou abdominocentese para remoção do liquido acumulado, fluidoterapia, nutricional.
Esteroides anabolizantes: estanazolol 1mg/kg VO cada 12 horas
Acido ascórbico: 125 mg VO a cada 12 horas
Aspirina: 10mg/kg VO cada 48-72 horas
PROGNOSTICO
PIF não efusiva: sobrevida variável
PIF efusiva: prognostico grave
Obs: maioria dos gatos com sinais clínicos sistêmicos morrem dias ou meses após o diagnostico.
PREVENÇÃO
Isolamento dos animais doentes ou soropositivos
Vacinação:
Indicada para soronegativos e com alto risco de exposição ao coronavirus.
Pode não proteger contra todas as cepas do vírus
Anticorpos vacinais podem interferir no diagnostico sorológico de animais com a doença
Vacina é intranasal com vírus vivo atenuado: intranasal, resposta imune sistêmica mínima, a partir de 16 semanas de idade, eficácia de ate 70%
Não tem essa vacina como rotina porque a eficácia é baixa. 
14/08- LEISHMANIOSE VISCERAL EM CAES 
EPIDEMIOLOGIA
Protozoarios do gênero Leishmania
Leishmaniose tegumentar americana- tem importância com relação a contaminação a humanos 
Leishmaniose visceral (conhecido como calazar)- temos a importância do cao como reservatório da doença.
Precisamos saber das duas leishmanioses, pois a visceral também causa manifestações cutâneas (na pele), mas ela não é proveniente da mesma espécie da leishmaniose tegumentar. A tegumentar não tem tanta importância clinicamente (é importante para saúde publica, para veterinária a importância é quase nula), existem pessoas que conseguem se curar da doença de uma forma autolimitante da visceral, já da visceral não, a visceral tem manifestação cutânea e sistêmica, que é o comprometimento de rim, fígado, baço e entao o problema é muito mais serio. 
Espécies de leishmania que transmitem a leishmaniose visceral (tanto para o homem quanto para os animais): L. donovani, L. ghagasi, L. infantum
A L. ghagasi e L. infantum são morforlogicamentes iguais, entao as duas são as mesmas leishmanias.
Para que haja transmissão, todos os animais/humanos susceptíveis ficam doentes ou portadores e são considerados reservatórios da doença, porque o vetor precisa fazer a sua alimentação no reservatório, contrair a forma contaminante da leishmania e esse vetor é quem vai transmitir as leishmanias para outro hospedeiro/reservatório.
Homens e outros mamíferos (canídeos, marsupiais, roedores) são os reservatórios da doença.
Gatos tem uma certa resistência a leishmania, porem existem relatos de casos isolados em gatos, portanto a importância na veterinária são os cães.
O vetor são os Flebotomidemos hematófagos (Lutsomya longipalpis), mosquito palha (nome zootécnico). São hematófagos, pequenos e tem hábitos diferentes, eles precisam de matéria orgânica para se multiplicar e tem hábitos vespertinos, ou seja, no período da tarde que ele se manifesta mais e vai procurar suas presas para se alimentar.
A leishmania tem duas formas, a leishmania esta no seu vetor na forma promastigota, que fica no sistema digestório do vetor mais especificamente nas glândulas salivares. Quando essa leishmania na forma promastigota é inoculada junto na picada, no hospedeiro a leishmania vai adquirir a forma amastigota e vai ficar no sangue principalmente em macrófagos, fica também nos tecidos e medula óssea. Entao a forma infectante é a forma amastigota e a forma que é liberada pelo vetor e que vai ser levada para o hospedeiro é a forma promastigota.
O principal reservatório, principal problema em saúde publica (leishmaniose urbana), quando é a leishmaniose silvestre são os marsupitais.
CICLO DE TRANSMISSAO
Tenho o vetor e os hospedeiros, se não tiver o vetor acaba o problema de transmissão, o animal/homem doente ou portador não vai acabar, eles podem ser tratado, não é o contato do animal ou com secreção do animal que vai transmitir é o vetor.
EPIDEMIOLOGIA
Dentro das áreas mais acometidas pela doença, as áreas mais acometidas estão na porção dentro da zona equatorial, pois tem maior proliferação do mosquito. 
LEISHMANIOSE VISCERAL EM CAES
Manifestação clinica variável: vai depender da carga parasitaria (quanto maior a carga parasitaria, maior a manifestaçao clinica), da suscetibilidade do hospedeiro, e do sistema imune do hospedeiro, entao tem algumas situações que podem agravar o quadro clinico do paciente.
Portadores assintomáticos: é o maior problema com relação ao diagnostico da doença, porque o proprietário so vai levar o animal e o animal so vai ser suspeito se ele tiver sinal clinico, entao em uma região que não é endêmica não vai sugerir exame para leishmaniose se não tem sinais clínicos, mas em regiões endêmicas sabemos que a doença leva a portadores assintomáticos e o problema maior é para os humanos, se tiver vetor pode transmitir a doença, entao nessas regiões endêmicas o correto é fazer o exame de todos os animais. 
Reação imunológica do hospedeiro x multiplicação no sistema fagocitico mononuclear: a questão de resposta imunológica, se o animal tiver uma resposta imunológica adequado essa doença pode ficar latente por um bom tempo e esse animal pode ficar portador assintomático, sem sintoma nenhum mas transmite a doença.
Progressão lenta: no caso da leishmaniose visceral a progressão é lenta porque o animal pode passar um período grande portador e so manifestar a doença um tempo depois (anos depois). Quando ele manifesta ai sim a doença vai ter uma progressão mais rápida, ai ele já começa a ter problemas secundários ao estrago que a leishmania já fez no organismo dele. Mas a progressão inicial é lenta.
Doença de notificação obrigatória para a vigilância sanitária (pois é uma zoonose)
É comum na leishmaniose visceral o animal apresentar sinais dermatológicos.
SINAIS DERMATOLOGICOS: descamação, seborreia (seca ou oleosa), onicogrifose (crescimento desordenado das unhas), ulceração (lesões que não melhoram com o tratamento normal) e alopecia simétrica.
SINAIS SISTEMICOS: fraqueza extrema, emaciação, diarreia, epistaxe, claudicação (devido a deposição de complexo antígeno anticorpo nas articulações), anemia (animal vai ter a deposição e proliferação de formas amastigotas na medula óssea, anemia arregenerativa), insuficiência renal (as leishmanias tem tropismo por rins, fígado, baço), edema das patas, ulceração cutânea, inflamação ocular que pode levar a cegueira (o animal pode apresentar uveite por deposição de imunocomplexos), linfadenopatia (aumento dos linfonodos) e hepato-esplenomegalia, picos febris.
A sintomatologia confunde com hemoparasitoses (herliquiose).
Os sinais sistêmicos tem relação com o prognostico da doença.
Complicações secundarias: demodicose (devido a imunidade baixa), piodermite ou pneumonia
O comprometimento sistêmico se baseia na proliferação no fígado, baço, medula óssea e rins. 
Quadro clinico independente do grau de infestação, nesse caso em que o animal já manifesta o quadro clinico, mas inicialmente depende sim do grau de infestação, da carga parasitaria, por conta da resposta imune. Os sinais não são patoguinomonicos. 
O mosquito tem predileção a picar áreas glabas, com menos pelos, como a oreha. Alguns animais tem na região da picada cranco de inoculação. 
ACHADOS ANATOPATOLOGICOS

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