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AULAS_06 RESPONSABILIDADE CIVIL

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Prof. Cristiano Chaves de Farias 
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia 
Professor de Direito Civil do CERS 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL – Parte 1 
 
1. Distinções fundamentais entre ato ilícito e responsabilidade civil. Evolução conceitual. 
Ilicitude sem responsabilidade civil e responsabilidade civil sem ato ilícito. 
 
O novo modelo de ilicitude civil: o abuso do direito. Enunciado 37, Jornada (abuso do direito e responsabilidade 
objetiva). 
 
As excludentes de ilicitude civil e possibilidade de responsabilização. 
 
Art. 186, CC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
Art. 187, CC: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. 
 
Art. 188, CC: “Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.” 
 
Art. 929, CC: “Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do 
perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram”. 
 
Art. 930, CC: “No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do 
dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso 
I).” 
 
Art. 927, CC: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem.” 
 
2. Responsabilidade contratual (CC 389 e 395) e extracontratual (CC 186 e 187). 
 
O dever originário violado como causa de distinção. 
 
A presunção de culpa na responsabilidade contratual. 
 
A nova regra da responsabilidade dos amentais e a inexistência de distinção da responsabilidade (CC 928). A su-
perveniência do Estatuto da Pessoa com Deficiência e não mutação da regra. 
 
Art. 928, CC: 
“O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação 
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.” 
 
3. Responsabilidade civil e penal. 
 
Regra geral da autonomia das instâncias (CC 935). 
 
 
 
 
 
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Possibilidade excepcional de influência da sentença penal sobre a sentença civil. Os casos excepcionais (bigamia, 
esbulho possessório e falsidade documental, CPP 92 a 94). 
 
Possibilidade de suspensão do processo civil pelo prazo máximo de um ano (CPP 64 e nCPC 313). 
 
Sentença penal condenatória e absolutória (CPP 63 e 386). 
 
Legitimidade do Ministério Público para a ação civil ex delicto (STF, RE 135.328/SP). 
 
Casos especiais: o perdão judicial (STJ 18), a prescrição da pretensão executória e a absolvição em revisão criminal. 
 
Art. 935, CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre 
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo 
criminal.” 
 
STJ 18: 
“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qual-
quer efeito condenatório.” 
 
4. Responsabilidade objetiva (CC 927, Parágrafo Único) e subjetiva (CC 927, caput). Culpa e risco. Evolução. 
Regra geral e exceções previstas em lei (exemplificação). A responsabilidade objetiva por decisão judicial. A teoria 
do seguro e sua aplicação (STJ 246). 
 
Art. 927, CC: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especifica-
dos em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, 
risco para os direitos de outrem.” 
 
Art. 10, nCPC: “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício.” 
 
Aumento das hipóteses de responsabilidade objetiva. Culpa e risco. Evolução. Regra geral e exceções previstas em 
lei (exemplificação). 
 
COM RISCO INTEGRAL SEM RISCO INTEGRAL 
Dano ambiental Dano ao consumidor 
Dano nuclear Dano causado pela Administração Pública 
Perda ou deterioração de coisa pelo pos-
suidor de má-fé 
Responsabilidade do transportador 
Responsabilidade do comodatário em mora Riscos do desenvolvimento 
 
Art. 931, CC: 
“Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem 
independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação”. 
 
STJ 246: “O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada.” 
 
STJ 405: “A ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em três anos.” 
(e no mesmo prazo prescreve ação de cobrança da complementação do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em 
três anos a contar do pagamento feito a menor.) 
 
SÚMULA 544: 
“É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para estabelecer a proporcionalidade da 
indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da 
entrada em vigor da Medida Provisória n. 451/2008.” 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/127799/lei-do-seguro-dpvat-lei-8441-92
 
 
 
 
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Súmula 474, STJ: 
“A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao 
grau da invalidez” 
 
Súmula 540: 
“Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os foros do seu domicílio, do 
local do acidente ou ainda do domicílio do réu” 
 
5. Responsabilidade pelo fato da coisa. 
 
A regra geral da responsabilidade do proprietário pelos danos causados por coisas que lhe pertencem. 
 
As variações impostas por lei: fato do animal, ruína de prédio e coisa caída. 
 
Responsabilidade objetiva da concessionária para animais em estrada privada. 
 
A questão da coisa caída de condomínio edilício: responsabilidade objetiva do condomínio e regresso contra prová-
veis culpados (a causalidade alternativa – STJ, REsp. 64.682). 
 
Aspectos controvertidos: 
a) Empréstimo de veículo e responsabilidade solidária (STJ, REsp.335.058). 
b) Roubo ou furto 
c) Veículo alugado (STF 492) 
d) Animal em estrada e responsabilidade do Poder Público (STF, AgRegAgInstr 402.967/SP). Solidariedade da 
concessionária. 
e) A responsabilidade solidária do construtor e a natureza do prazo previsto no CC 618, Parágrafo Único. 
 
Art. 936, CC: “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da 
vítima ou força maior.” 
 
Art. 937, CC: “O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta 
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.” 
 
Art. 938, CC: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” 
 
Exceções das exceções (casos de responsabilidade objetiva não previstos em lei). 
 
STF 492: “A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos 
por
este causados a terceiro, no uso do carro locado”. 
Comodato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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