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APOSTILA DA DISCIPLINA CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS - AULAS

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Cidadania e Direitos Humanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAJ QOC PM HEATHCLI FF ​DAMASCENO ​GAMA 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1- DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL 
2- DIREITOS HUMANOS 
3- DIREITOS HUMANOS NO BRASIL 
4- INSTRUMENTOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
NO ÂMBITO DAS NAÇÕES UNIDAS 
5- O SISTEMA INTERAMERICANO DE JUSTIÇA DOS DIREITOS 
HUMANOS E A CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
6- A ÉTICA E A LEGALIDADE NA PROFISSÃO POLICIAL 
 
ANEXO 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
A Convenção Sobre A Eliminação De Todas As Formas De Discriminação Racial 
Art. 5º da CF 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Lei Maria da Penha 
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei 
Princípios Básicos Sobre Utilização da Força e de Arma de Fogo 
Estatuto do Idoso 
Estatuto do Índio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL 
 
 
CONCEITOS 
 
O conceito de ​direitos humanos ​tem dois significados básicos: o primeiro 
é que, pelo simples fato de ser humano, o homem desfruta de direitos 
inalienáveis. Estes são direitos morais, oriundos da própria condição de 
humanidade de todo ser humano, e que objetivam assegurar sua dignidade. O 
segundo significado de ​direitos humanos refere-se aos direitos legais, 
estabelecidos de acordo com as normas jurídicas em vigor nas sociedades, tanto 
a nível nacional como internacional. 
A pessoa humana, pelo simples fato de ser humano, é dotada de uma série 
de direitos naturais que decorrem de uma concessão do Estado, pois são direitos 
anteriores ao próprio Estado. A humanidade conscientizou-se de que existem 
certos direitos morais que integram a própria condição humana e que, portanto, 
não devem ser transferidos ao Estado, muito menos violados. O Estado passa a 
encontrar nos direitos do homem o limite ao seu poder. Mais do que isto, o Estado 
liberal moderno se incumbiu da tarefa de garantir esses direitos, que passam a 
compor o fundamento de sua legitimidade. 
Já o ​Direito Humanitário Internacional​ ou Direito Internacional dos 
Conflitos Armados, que foi reconhecido antes dos Direitos Humanos, é um 
conjunto de leis que protege pessoas em tempos de conflitos armados. É 
composto pelas leis das Convenções de Genebra e da Convenção de Haia. Suas 
leis dizem respeito aos países em conflito, aos países neutros, aos indivíduos 
envolvidos nos conflitos, a relação entre eles e a proteção dos civis. 
 
HISTÓRICO DO DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL 
 
A ​Batalha de Solferino​, ocorrida em ​21 de junho de ​1859​, próximo ao 
Comune Italiano de ​Solferino​, foi um combate decisivo da ​Segunda Guerra de 
Independência Italiana​, resultante da invasão do ​Piemonte-Sardenha pelos 
austríacos em 1859. Essa batalha resultou na vitória das tropas ​francesas de 
Napoleão III e Sardo-Piemontesas (italianas) de ​Vítor Emanuel II sobre o exército 
austríaco​,​ comandado pelo imperador ​Francisco José I da Áustria​ (Franz Joseph). 
Mais de 200 mil soldados lutaram nessa importante batalha, a maior desde 
a ​Batalha de Leipzig​, em 1813. Nessa batalha lutaram aproximadamente 100 mil 
soldados da ​Áustria contra 118,5 mil soldados ​franco​-​piemontesas (França e 
Itália). 
Esse confronto foi entre os austríacos, que marcharam sobre o Norte da 
Península Itálica​, e as forças franco-piemontesas, que se opuseram ao avanço 
http://pt.wikipedia.org/wiki/21_de_junho
http://pt.wikipedia.org/wiki/1859
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comune_italiano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solferino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_de_Independ%C3%AAncia_Italiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_de_Independ%C3%AAncia_Italiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Sardenha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_III
http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADtor_Emanuel_II
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Austr%C3%ADaco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_I_da_%C3%81ustria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Leipzig
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Austr%C3%ADaco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Sardenha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_It%C3%A1lica
austríaco. A batalha foi particularmente dura, durando mais de nove horas, e 
resultou na destruição de mais de 3 mil tropas austríacas, com mais de 10 mil 
feridos e 8,5 mil desaparecidos ou capturados. As tropas aliadas também 
sofreram muitas baixas, com mais de 2 mil mortos, 12,5 mil feridos e 3 mil 
capturados ou desaparecidos. Notícias de soldados feridos de ambos os lados 
sendo baionetados ou baleados adicionou horror à batalha. No final, as forças 
austríacas foram forçadas a entregar suas posições e a aliança 
franco-piemontesa ganhou uma estratégica, mas custosa, vitória. 
A batalha teve uma conseqüência de longo prazo no futuro da condução de 
ações militares. O francês ​Henri Dunant​, homem de negócios, estava enfrentando 
dificuldades na exploração das terras, e para resolver estes problemas dirigiu-se 
pessoalmente ao Imperador francês Napoleão III, que estava no fronte da 
Batalha, e acabou testemunhando o horroroso sofrimento de soldados mortos e 
feridos. Abandonou imediatamente os campos de batalha e iniciou uma 
campanha que resultaria na ​Convenção de Genebra e na fundação da Cruz 
Vermelha. 
 
CONVENÇÕES DE GENEBRA E HAIA 
 
As ​Convenções de Genebra são uma série de tratados formulados em 
Genebra, na Suíça, definindo as normas para as leis internacionais relativas ao 
Direito Humanitário Internacional. Esses tratados definem os direitos e os deveres 
de pessoas, combatentes ou não, em tempo de ​guerra​. Tais tratados são inéditos, 
consistindo na base dos direitos humanitários internacionais. Os tratados foram 
elaborados durante 4 Convenções de Genebra que aconteceram de ​1864​ a ​1949​. 
1ª Convenção – Em 1864, após a Batalha de Solferino, uma Conferência 
diplomática, foi ratificado o Tratado na qual foi dada a ordem para ​respeitar e 
cuidar dos militares feridos ou doentes sem discriminação​. Desde então, as 
ambulâncias e os hospitais são protegidos de todo ato hostil e serão 
reconhecíveis pelo símbolo da Cruz Vermelha com fundo branco. A primeira 
verdadeira aplicação deste tratado aconteceu durante a ​Primeira Guerra Mundial​. 
2ª Convenção – Em 1906, após a Batalha Russo-Japonessa, foi ratificado 
o Tratado que estendeu as obrigações da 1ª Convenção às forças navais 
(​militares náufragos​). 
3ª Convenção – Em 1929, após a Primeira Guerra Mundial, foi ratificado o 
Tratado que definiria o ​tratamento de prisioneiros de guerra​. Essa Convenção fixa 
igualmente os limites do tratamento geral de prisioneiros, como: 
● obrigação de tratar os prisioneiros humanamente, sendo a tortura e 
quaisquer atos de pressão física ou psicológica proibidos; 
● obrigações sanitárias, seja a nível da higiene ou da alimentação; 
● e respeito da ​religião​ dos prisioneiros. 
4ª Convenção – Em ​1949​, após a Segunda Guerra Mundial, foi ratificado o 
Tratado que revisou as três Convenções anteriores e acrescentou uma quarta, 
relativa à ​proteção dos civis em período de guerra​. Quando se fala hoje em dia da 
Convençãode Genebra, refere-se ao resultado desta Convenção. E de acordo 
com a mesma, os civis são claramente protegidos de toda hostilidade: 
● não podem ser seqüestrados, para servir, por exemplo, de "escudos 
humanos"; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Dunant
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_de_Genebra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/1864
http://pt.wikipedia.org/wiki/1949
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1949
● toda e qualquer medida hostil visando os civis ou seus bens é 
estritamente proibida 
● as punições coletivas são estritamente proibidas. 
 
As ​Convenções de Haia ​estão, juntamente às ​Convenções de Genebra​, 
entre os primeiros Tratados internacionais sobre leis e crimes de guerra. Foram 
estabelecidas na 1ª e 2ª Conferência de Paz, em ​Haia​, ​Países Baixos​ (Holanda): 
 
● Convenção sobre a Resolução Pacífica de Controvérsias Internacionais 
(1899); 
● Convenção sobre a Resolução Pacífica de Controvérsias Internacionais 
(1907). 
COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA (CICV) 
 
O ​Comitê Internacional da Cruz Vermelha (​CICV​) é uma organização 
humanitária, independente e neutra, que se esforça em proporcionar proteção e 
assistência às vítimas da guerra e de outras situações de violência. Com sua 
sede em Genebra, Suíça, possui um mandato da comunidade internacional para 
servir de guardião do Direito Internacional Humanitário, além de ser o órgão 
fundador do Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. No seu 
constante diálogo com os Estados, o CICV insiste continuamente no seu caráter 
neutro e independente. Somente assim, é livre para atuar de forma independente 
em relação a qualquer governo ou a qualquer outra autoridade, a organização tem 
condições de atender aos interesses das vítimas dos conflitos, que constituem o 
centro da sua missão humanitária. 
A missão do CICV é proteger e assistir vítimas dos conflitos armados e 
outras situações de violência, sem importar quem elas sejam. Esta missão foi 
outorgada pela comunidade internacional e possui duas fontes: 
a) as Convenções de Genebra, que incumbem o Comitê de visitar 
prisioneiros, organizar operações de socorro, reunir familiares separados e 
realizar atividades humanitárias semelhantes durante conflitos armados; 
b) e os Estatutos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do 
Crescente Vermelho, que encorajam a organização a empreender um trabalho 
semelhante em países que não vivem uma guerra internacional, mas possuem 
situações de violência interna, às quais, portanto, as Convenções de Genebra não 
se aplicam. 
Suas principais atividades são: 
● visitar prisioneiros de guerra e civis detidos; 
● procurar pessoas desaparecidas; 
● intermediar mensagens entre membros de uma família separada por 
um conflito; 
● reunir famílias dispersas; 
● em caso de necessidade, fornecer alimentos, água e assistência 
médica a civis; 
● difundir o Direito Humanitário Internacional; 
● zelar pela aplicação do Direito Humanitário Internacional; 
● chamar a atenção para violações do Direito Humanitário 
Internacional e contribuir para a evolução deste conjunto de normas. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%B5es_de_Genebra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Haia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
Além disso, o CICV procura agir de forma preventiva e atua em parceria 
com as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em 
cada país, a exemplo da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) no Brasil, e com a 
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente 
Vermelho. 
Desde que o CICV foi criado, seus fundadores identificaram a necessidade 
de utilizar um emblema único e universal, facilmente reconhecido. A idéia era que 
o emblema protegesse não apenas os feridos em campanha, mas também as 
pessoas que prestavam assistência, incluindo as unidades médicas, mesmo as do 
inimigo. De acordo com as Convenções de Genebra, os emblemas reconhecidos 
são a ​Cruz Vermelha (homenageia a Bandeira da Suíça), o ​Crescente Vermelho e 
o ​Cristal Vermelho​. Estes emblemas estão reconhecidos pelo direito internacional 
e têm a função de proteger as vítimas de conflitos e os trabalhadores 
humanitários que prestam assistências às mesmas. 
TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Após os dois conflitos mundiais, surgiu um novo ramo do direito que 
passou a reconhecer a capacidade processual dos indivíduos e grupos sociais no 
plano internacional, trazendo uma nova concepção de sujeito no direito 
internacional – Direito Internacional dos Direitos Humanos. Até a chegada deste 
momento, houve o desenvolvimento de um processo gradativo de 
reconhecimento da capacidade processual dos indivíduos, em sucessivas 
experiências internacionais, tornando-os beneficiários diretos de mecanismos 
internacionais de proteção previstos nos instrumentos internacionais de direitos 
humanos. 
O período de elaboração dos tratados e instrumentos internacionais foi 
chamado de “fase legislativa”. Posteriormente, seguiu-se a fase de 
implementação dos instrumentos internacionais e a sua inter-relação, na qual 
estamos atualmente. 
Antes do surgimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos, 
somente os Estados podiam estar sujeitos de direito no cenário internacional, pois 
não existiam órgãos internacionais de proteção dos direitos humanos e não era 
reconhecida a capacidade processual aos indivíduos. A proteção dos direitos 
humanos era possível, excepcionalmente, no contexto das relações inter-estatais 
e dependia do livre arbítrio dos Estados, uma vez que não havia órgãos 
internacionais para receber e examinar as denúncias de casos de violações dos 
direitos humanos. 
O contexto existente naquela época era de descentralização do ornamento 
jurídico internacional em vista da ausência de um legislador e de um órgão 
jurídico supranacional permanente para processar petições sobre os direitos 
humanos. Naquela época, a única forma de grupos sociais envolvidos e 
indivíduos, desprovidos de capacidade processual no plano internacional, 
oferecerem denúncias era através da forma de petições ​ad hoc​ apresentadas em 
conferências diplomáticas. 
O gradual fortalecimento da capacidade processual das supostas vítimas 
dos direitos humanos e de seus representantes é um fenômeno que tem ocorrido 
nas últimas quatro ou cinco décadas. Os instrumentos jurídicos que tem base 
jurídica em Convenções ou Declarações, exercem efeitos jurídicos nos Estados 
membros dos respectivos organismo internacionais (ONU e OEA), através do 
mecanismo de denúncias individuais ou petições. 
Assim através deste mecanismo, a vítima de violações de direitos 
humanos, o seu familiar ou representante, pode encaminhar uma denúncia de 
violação de direitos humanos ocorrida sob a jurisdição de um estado membro, que 
assumiu o compromisso internacional de prevenir e reparar as violações ocorridas 
em seu território, ao ratificar os instrumentos internacionais de proteção. 
A objeção pelos Estados de “competência nacional exclusiva”, ou da 
“soberania nacional”, ao ser demandado internacionalmente, tornou-se 
ultrapassada, após o surgimento da capacidadeprocessual internacional dos 
indivíduos perante os órgãos internacionais de proteção. O objetivo deste novo 
Direito Internacional emergente é fortalecer a proteção dos direitos humanos dos 
indivíduos, através de novos procedimentos previstos nos instrumentos 
internacionais. Os objetivos destes procedimentos ou mecanismos internacionais 
não são mais voltados a prerrogativas dos Estados e sim aos direitos das vítimas 
de violações de direitos humanos. 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos vem regulamentar novas 
formas de relações jurídicas, questionando certos dogmas do passado, através da 
sua interação com o Direito Interno de outros países. O Direito Internacional 
sustenta que o indivíduo é sujeito de direitos tanto no direito interno quanto no 
plano internacional, sendo dotado ambos de personalidade e capacidade jurídicas 
próprias. Assim, deve ser constante a interação entre o direito internacional e o 
direito interno de forma a garantir a maior proteção aos indivíduos. O Direito 
Internacional dos Direitos Humanos deve ser aplicado pelos órgãos internos dos 
Estados, como forma de cumprimento das obrigações internacionais de proteção 
assumidas perante os órgãos internacionais. Assim, depende da adoção e 
aperfeiçoamento de medidas eficazes de implementação. 
Atualmente, alcançamos um estágio de complementaridade e interação 
de vários instrumentos de proteção aos DH e da total ausência de hierarquia entre 
eles. Tais mecanismos reforçam-se ampliando o elenco de direitos protegidos, 
com natureza complementar que caracteriza a indivisibilidade dos DH. Na atual 
fase em que estamos vivendo, não se justifica mais fazer distinção entre os DH, 
que devem ser invocados e protegidos na sua totalidade. É a concepção integral 
dos direitos humanos, que abarca os direitos civis, políticos, econômicos, sociais 
e culturais. A evolução histórica dos DH aponta no sentido de acumular, expandir 
e interagir os direitos individuais aos direitos sociais, através da natureza 
complementar de todos os DH e da noção de indivisibilidade dos DH. A visão de 
“gerações de direitos” é a parte do passado, e deve ser abandonada, pois está 
ultrapassada e corresponde a uma visão fragmentada de direitos humanos. 
 
Marcos Históricos de Direitos Humanos​: 
 
1789 – Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão 
1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos 
1948 – Convenção contra o Genocídio 
1949 – Convenção para a Repressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da 
Prostituição por Outros 
1950 – Convenção Européia de Defesa dos Direitos do Homem e das Liberdades 
Fundamentais 
1951 – Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados 
1956 – Convenção Complementar sobre Abolição da Escravidão 
1965 – Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial 
1966 – Pacto Internacional Relativo aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
1976 – Pacto Internacional Relativo aos Direitos Civis e Políticos 
1979 – Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
Mulher 
1984 – Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, 
desumanas ou degradantes 
1988 – Constituição Federal do Brasil 
1989 – Convenção sobre os Direitos da Criança 
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente 
1994 – Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra 
a Mulher 
1998 – Programa Nacional de Direitos Humanos I 
2001 – Declaração de Durban - Combate ao Racismo, Discriminação Racial, 
Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata 
2002 – Programa Nacional de Direitos Humanos II 
2003 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos 
2006 - Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Maria da Penha 
2. DIREITOS HUMANOS 
 
NOÇÕES GERAIS 
 
Os ​direitos humanos​ são os ​direitos​ e ​liberdades​ básicos de todos 
os ​seres humanos​. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a idéia 
também de liberdade de pensamento e de ​expressão​, e a igualdade perante a ​lei​. 
 
A ​Declaração Universal dos Direitos Humanos​ da ​Organização das Nações 
Unidas afirma que “​Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade 
e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os 
outros em espírito de fraternidade”. 
 
A idéia de direitos humanos tem origem no conceito ​filosófico​ de ​direitos 
naturais que seriam atribuídos por ​Deus​; alguns sustentam que não haveria 
nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na 
distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma idéia. Outros argumentam ser 
necessário manter termos separados para eliminar a associação com 
características normalmente relacionadas com os direitos naturais. 
As teorias que defendem o ​universalismo dos​ direitos humanos se 
contrapõem ao ​relativismo cultural​, que afirma a validez de todos os sistemas 
culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta desde um marco 
externo, que, neste caso, seriam os direitos humanos universais. Entre essas 
duas posturas extremassitua-se uma gama de posições intermediárias. Muitas 
declarações de direitos humanos emitidas por organizações internacionais e 
regionais põem um acento maior ou menor no aspecto cultural e dão mais 
importância a determinados direitos de acordo com sua trajetória histórica. 
A ​Organização da Unidade Africana​ proclamou em ​1981​ a Carta Africana de 
Direitos Humanos e de Povos, que reconhecia princípios da ​Declaração Universal 
dos Direitos Humanos​ de ​1948​,​ e adicionava outros que tradicionalmente se 
tinham negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_express%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_naturais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_naturais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Relativismo_cultural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_da_Unidade_Africana
http://pt.wikipedia.org/wiki/1981
http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/1948
Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira. Mais 
tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez, em ​6 de 
novembro​ de ​1992​, afirmaram que não se pode prescrever um modelo 
determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as realidades 
históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e valores de cada 
povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de Bangkok, emitida por 
países asiáticos em ​23 de abril​ de ​1993​, e de ​Cairo​, firmada pela Organização da 
Conferência Islâmica em ​5 de agosto​ de ​1990​. 
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada nos 
direitos civis e políticos, se opôs um pouco durantea ​Guerra Fria​, destacando no 
seio das ​Nações Unidas​, ao do bloco socialista, que privilegiava os direitos 
econômicos, sociais e culturais e a satisfação das necessidades elementares. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS E PRIMEIROS 
DOCUMENTOS 
 
Os direitos humanos são o resultado de uma longa história, foram 
debatidos ao longo dos séculos por filósofos e juristas. No início, remetemo-nos 
para a área da religião, quando o Cristianismo, durante a Idade Média, é a 
afirmação da defesa da igualdade de todos os homens numa mesma dignidade, 
foi também durante esta época que os matemáticos cristãos recolheram e 
desenvolveram a teoria do direito natural, em que o indivíduo está no centro de 
uma ordem social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência sobre o direito 
laico tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe. 
Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII, 
reformulam as teorias do direito natural, deixando de estar submetido a uma 
ordem divina. Para os racionalistas todos os homens são por natureza livres e 
têm certos direitos inatos de que não podem ser despojados quando entram em 
sociedade. Foi esta corrente de pensamento que acabou por inspirar o atual 
sistema internacional de proteção dos direitos do homem.A evolução destas 
correntes veio a dar frutos pela primeira vez na Inglaterra, e depois nos Estados 
Unidos. A Magna Carta (1215) deu garantias contra a arbitrariedade da Coroa, e 
influenciou diversos documentos, como por exemplo, o Ato ​Habeas Corpus 
(1679), que foi a primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A 
Declaração Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde 
constavam os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, 
esta declaração teve como base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de 
Junho de 1776, onde estava expressa a noção de direitos individuais. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada 
em França em 1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em prol 
das liberdades, alargou o campo dos direitos humanos e definiu os direitos 
econômicos e sociais. 
Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é 
durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias e 
atrocidades vividas durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar 
a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter a paz 
no mundo. Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20 de Junho de 
1945, que os povos exprimiram a sua determinação « em preservar as gerações 
futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos direitos fundamentais do Homem, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_novembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_novembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1992
http://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_abril
http://pt.wikipedia.org/wiki/1993
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cairo
http://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_agosto
http://pt.wikipedia.org/wiki/1990
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
na dignidade e valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e 
mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas; em promover o 
progresso social e instaurar melhores condições de vida numa maior liberdade». 
A criação das Nações Unidas simboliza a necessidade de um mundo de 
tolerância, de paz, de solidariedade entre as nações, que faça avançar o 
progresso social e econômico de todos os povos.Os principais objetivos das 
Nações Unidas, passam por manter a paz, a segurança internacional, 
desenvolver relações amigáveis entre as nações, realizar a cooperação 
internacional resolvendo problemas internacionais de cariz econômico, social, 
intelectual e humanitário, desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos 
humanos e pelas liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção. 
Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas 
proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, considerada 
fundamental na nossa Sociedade, quase todos os documentos relativos aos 
direitos humanos têm como referência esta Declaração, e alguns Estados fazem 
referência direta nas suas constituições nacionais.A Declaração Universal dos 
Direitos Humanos ganhou uma importância extraordinária, contudo, não obriga 
juridicamente que todos os Estados a respeitem e, devido a isso, a partir do 
momento em que foi promulgada, foi necessário a preparação de inúmeros 
documentos que especificassem os direitos presentes na declaração e assim 
força-se os Estados a cumpri-la. Foi nesse contexto que, no período entre 
1945-1966 nasceram vários documentos. 
Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os dois 
pactos efetuados em 1966, nomeadamente o Pacto Internacional dos Direitos 
Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, sócias e 
Culturais, bem como os dois protocolos facultativos do Pacto dos Direitos Civis e 
Políticos (que em 1989 aboliu a pena de morte), constituem a Carta Internacional 
dos Direitos do Homem. 
Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que não se pode falar 
de direitos humanos até a modernidade no Ocidente. Até então, as normas da 
comunidade, concebidas na relação com a ordem cósmica, não deixavam espaço 
para o ser humano como sujeito singular, concebendo-se o direito primariamente 
como a ordem objetiva da sociedade. A sociedade estamental tem seu centro em 
grupos como a família, a linhagem ou as corporações profissionais ou laborais, o 
que implica que não se concebem faculdades próprias do ser humano enquanto 
tal. Pelo contrário, entende-se que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de 
um duplo status: o do sujeito no seio da família e o desta na sociedade. Fora do 
status não há direitos. 
A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam na atualidade, 
foi objeto de debate durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o que é relevante 
porque habitualmente se diz que os direitos humanos são produto da afirmação 
progressiva da individualidade e que, de acordo com ele, a idéia de direitos do 
homem apareceu pela primeira vez durante a luta burguesa contra o sistema 
do Antigo Regime. Sendo esta a consideração mais estendida, outros autores 
consideram que os direitos humanos são uma constante na História e tem suas 
raízes no mundo clássico; também sua origem se encontra na afirmação do 
cristianismo da dignidade moral do homem enquanto pessoa. 
Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos humanos é 
o Cilindro de Ciro, que contêm uma declaração do rei persa (antigo 
Irã) CiroII depois de sua conquista da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto 
em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode ser 
resultado de uma tradição mesopotâmica centrada na figura do rei justo, cujo 
primeiro exemplo conhecido é o rei Urukagina, de Lagash, que reinou durante o 
século XXIV a.C., e de onde cabe destacar também Hammurabi da Babilônia e 
seu famoso Código de Hammurabi, que data do século XVIII a.C. O Cilindro de 
Ciro apresentava características inovadoras,especialmente em relação a religião. 
Nele era declarada a liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido 
valorizado positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como 
a primeira declaração de direitos humanos.Documentos muito posteriores, como 
a Carta Magna da Inglaterra, de 1215, e a Carta de Mandén, de 1222, tem-se 
associado também aos direitos humanos. Na Roma antiga havia o conceito de 
direito na cidadania romana a todos romanos. 
 
CLASSIFICAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional de Direitos 
Humanos, ​Karel Vasak​ propôs uma classificação dos direitos humanos em 
gerações, inspirado no lema da ​Revolução Francesa​ (liberdade, igualdade, 
fraternidade). 
Assim, os direitos humanos de primeira geração seriam os direitos de 
liberdade, compreendendo os direitos civis, políticos e as liberdades clássicas. Os 
direitos humanos de segunda geração ou direitos de igualdade, constituiriam os 
direitos econômicos, sociais e culturais. Já como direitos humanos de terceira 
geração, chamados direitos de fraternidade, estariam o direito ao meio ambiente 
equilibrado, uma saudável qualidade de vida, progresso, paz, autodeterminação 
dos povos e outros direitos difusos. 
Posteriormente, com os avanços da tecnologia e com a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Genoma Humano feita pela UNESCO, a doutrina 
estabeleceu a quarta geração de direitos como sendo os direitos tecnológicos, 
tais como o direito de informação e ​biodireito​. 
Os direitos humanos possuem as seguintes características: 
 
1.​Inalienabilidade​: são direitos intransferíveis e inegociáveis. 
2.​Imprescritibilidade​: não deixam de ser exigíveis em razão do não uso. 
3.​Irrenunciabilidade​: nenhum ser humano pode abrir mão da existência desses 
direitos. 
4.​Universalidade​: devem ser respeitados e reconhecidos no mundo todo. 
5.​Limitabilidade​: não são absolutos. Podem ser limitados sempre que houver 
uma hipótese de colisão de direitos fundamentais. 
 
A TEORIA DAS GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS: 
 
Vale salientar que os direitos humanos são variáveis, modificando-se ao 
longo da história de acordo com as necessidades e interesses do homem. Essa 
transformação é explicada com base na teoria das gerações de direitos 
fundamentais, criada a partir do lema revolucionário francês (liberdade, igualdade, 
fraternidade) e que pode ser assim resumida: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karel_Vasak
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodireito
 
Direitos da primeira geração ou direitos de liberdade ​– Surgiram nos 
séculos XVII e XVIII e foram os primeiros reconhecidos pelos textos 
constitucionais. Compreendem direitos civis e políticos inerentes ao ser humano e 
oponíveis ao Estado (visto na época como grande opressor das liberdades 
individuais). Incluem-se nessa geração o direito à vida, segurança, justiça, 
propriedade privada, liberdade de pensamento, voto, expressão, crença, 
locomoção, entre outros. 
Direitos da segunda geração ou direitos de igualdade ​– Surgiram após 
a 2ª Guerra Mundial com o advento do Estado - Social. São os chamados direitos 
econômicos, sociais e culturais que devem ser prestados pelo Estado através de 
políticas de justiça distributiva. Abrangem o direito à saúde, trabalho, educação, 
lazer, repouso, habitação, saneamento, greve, livre associação sindical, etc. 
Direitos da terceira geração ou direitos de fraternidade/solidariedade 
– São considerados direitos coletivos por excelência, pois estão voltados à 
humanidade como um todo. São direitos que não se destinam especificamente à 
proteção dos interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado 
Estado. Têm por primeiro destinatário o gênero humano mesmo, em um momento 
expressivo de sua afirmação como valor supremo em termos de existencialidade 
concreta. Incluem-se aqui o direito ao desenvolvimento, à paz, à comunicação, ao 
meio-ambiente, à conservação do patrimônio histórico e cultural da humanidade, 
entre outros. 
A partir daí novas gerações passaram a ser identificadas. Entre elas a mais 
aceita pela doutrina é a ​quarta geração de direitos​, podendo ser traduzida como 
o resultado da globalização dos direitos fundamentais de forma a torná-los 
universais no campo institucional. Enquadram-se aqui o direito à informação, ao 
pluralismo e à democracia direta. 
Por fim, ainda que se fale em gerações, cabe deixar claro que não existe 
nenhuma hierarquia ou sucessão entre os direitos fundamentais, devendo ser 
tratados como valores interdependentes e indivisíveis. Além do mais, a evolução 
desses direitos não seguiu a ordem cronológica liberdade, igualdade, fraternidade 
em todos os lugares ou situações históricas, ou seja, nem sempre foram 
reconhecidos os direitos de primeira geração para somente depois serem 
reconhecidos os de segunda e terceira. Dessa forma, a doutrina mais moderna 
vem defendendo a idéia de acumulação de direitos, preferindo, assim, a utilização 
do termo dimensões de direitos fundamentais. 
 
NATUREZA JURÍDICA DAS NORMAS QUE DISCIPLINAM OS DIREITOS E 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
São direitos constitucionais na medida em que se inserem no texto de uma 
constituição cuja eficácia e aplicabilidade dependem muito de seu próprio 
enunciado, uma vez que a Constituição faz depender de legislação ulterior a 
aplicabilidade de algumas normas definidoras de direitos sociais, enquadrados 
entre os fundamentais. Em regra, as normas que consubstanciam os direitos 
fundamentais democráticos e individuais são de eficácia e aplicabilidade imediata. 
A própria Constituição Federal, em uma norma-síntese, determina tal fato dizendo 
que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. Essa declaração pura e simplesmente não bastaria se outros 
mecanismos não fossem previstos para torná-la eficiente (exemplo: mandado de 
injunção e iniciativa popular). 
 
FUNDAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS E O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE 
HUMANA 
 
Ao longo da história, o tema dos direitos humanos afirmou-se em todo o 
mundo sob a marca de profundas contradições. De um lado, logrou-se cumprir a 
promessa, anunciada pelos revolucionários franceses de 1789, de universalização 
da idéia do ser humano como sujeito de direitos anteriores e superiores a toda 
organização estatal. De outro lado, porém, a humanidade sofreu, com o 
surgimento dos Estados totalitários, de inspiração leiga ou religiosa, o mais 
formidável empreendimento de supressão planejada e sistemática dos direitos do 
homem, de toda a evolução histórica. De um lado, o Estado do Bem-Estar Social 
do segundo pós-guerra pareceu concretizar, definitivamente, o ideal socialista de 
uma igualdade básica de condições de vida para todos os homens. De outro lado, 
no entanto, a vaga neoliberal deste fim de século demonstrou quão precário é o 
princípio da solidariedade social, base dos chamados direitos humanos da 
segunda geração, diante do ressurgimento universal dos ideais individualistas. 
Tudo isto está a indicar a importância de se retomar, no momento histórico atual, 
a reflexão sobre o fundamento ou razão de ser dos direitoshumanos. 
Para exata compreensão do ​princípio da dignidadesuprema da 
pessoahumana e de seus direitos, é preciso rememorar que os avanços têm 
sido, fruto da dor física e do sofrimento moral como resultados de surtos de 
violências, mutilações, torturas, massacres coletivos, enfim, situações aviltantes 
que fizeram nascer consciências e exigências de novas regras de respeito a uma 
vida digna para todos os seres humanos. 
Foi, claramente, a experiência nazista que gerou a consciência universal de 
que se devia preservar, a qualquer custo, a dignidade da pessoa humana, como 
uma conquista de valor ético-jurídico intangível. Assim, a dignidade humana é um 
valor máximo, supremo, de valor moral, ético e espiritual intangível, de tal sorte a 
afirmar com o mestre Paulo Otero, que o mesmo é “​dotado de uma natureza 
sagrada e de direitos inalienáveis, afirma-se como valor irrenunciável e cimeiro de 
todo o modelo constitucional, servindo de fundamento do próprio sistema jurídico: 
O Homem e a sua dignidade são a razão de ser da sociedade, do Estado e do 
Direito​”. 
Por isso mesmo, o valor da dignidade da pessoa humana, impõe-se como 
núcleo básico e informador de todo e qualquer ordenamento jurídico, como critério 
e parâmetro de valoração a orientar a interpretação e compreensão de qualquer 
sistema normativo, mormente o sistema constitucional interno de cada país. 
No âmbito interno, importa destacar que o mais precioso valor da ordem 
jurídica brasileira, erigido como fundamental pela Constituição de 1988, foi a 
dignidade da pessoa humana, que, como consectário, impõe a elevação do ser 
humano ao ápice de todo o sistema jurídico, sendo-lhe atribuído o valor supremo 
de alicerce da ordem jurídica. A dignidade da pessoa humana, pois, serve como 
mola de propulsão da intangibilidade da vida do homem, dela defluindo o respeito 
à integridade física e psíquica das pessoas, a admissão da existência de 
pressupostos materiais (patrimoniais, inclusive) mínimos para que se possa viver 
e o respeito pelas condições fundamentais de liberdade e igualdade. 
Quando se trata de interpretar os direitos humanos, é preciso considerar 
que a pessoa humana é o valor primordial que cabe ao direito proteger, tanto no 
campo normativo internos das nações, quanto no plano internacional, lastreado 
no respeito às convenções e aos tratados internacionais reguladores da matéria. 
Neste quadro, destaca-se a dignidade humana que funciona como uma 
fonte jurídico-positiva para os direitos fundamentais, o que lhes possibilita 
coerência e unidade. Dá-lhes uma noção de sistema. O princípio fundamental da 
dignidade da pessoa humana, assim entendida como valor axiológico, serve como 
uma espécie de “lei geral” para os direitos fundamentais, que são especificações 
da dignidade da pessoa humana. 
A saber, as ​características próprias do homem são: 
 
a) ​Liberdade – o homem é o único ser dotado de ​vontade​, isto é, da 
capacidade de agir livremente, sem ser conduzido pela inelutabilidade dos 
instintos; 
b) ​Autoconsciência – é a consciência que o homem tem de sua própria 
subjetividade, no tempo e no espaço. Sobretudo, consciência de sua condição de 
ser vivente e mortal; 
c) ​Sociabilidade – é a necessidade e capacidade do homem viver em ​polis 
– ​sociedade. Sendo o homem a sociedade, e a sociedade o homem; 
d) ​Historicidade ​- a substância da natureza humana é histórica, isto é, vive 
em perpétua transformação, pela memória do passado e o projeto do futuro. Tal 
significa dizer que o ser próprio do homem é um incessante devir; 
e) ​Unicidade existencial - é o fato de que cada homem se apresenta 
como um ente único e rigorosamente insubstituível no mundo. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
 
A Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações 
Unidas (NU), é uma ​organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a 
cooperação em matéria de ​direito internacional​, ​segurança internacional​, 
desenvolvimento econômico​, ​progresso social​, ​direitos humanos e a realização da 
paz mundial​. A ONU foi fundada em ​1945​, após a ​Segunda Guerra Mundial​, para 
substituir a ​Liga das Nações​, com o objetivo de deter ​guerras entre ​países e para 
fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações 
subsidiárias para realizar suas missões. 
Existem atualmente ​192 estados-membros​, incluindo quase todos os 
estados soberanos do mundo. De seus escritórios em todo o mundo, a ONU e 
suas agências especializadas decidem sobre questões dessubstantivas e 
administrativas em reuniões regulares ao longo do ano. A organização está 
dividida em instâncias administrativas, principalmente: a ​Assembléia Geral 
(assembléia principal); o ​Conselho de Segurança (para decidir determinadas 
resoluções de paz e segurança); o ​Conselho Econômico e Social (para auxiliar na 
promoção da cooperação econômica e social internacional e desenvolvimento); o 
Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e facilidades 
necessárias para a ONU), o ​Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial 
principal). Além de órgãos complementares de todas as outras agências do 
Sistema das Nações Unidas​, como a ​Organização Mundial de Saúde (OMS), o 
Programa Alimentar Mundial (PAM) e o ​Fundo das Nações Unidas para a Infância 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Alimentar_Mundial
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(UNICEF). A figura mais publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo 
ocupado desde ​2007 por ​Ban Ki-moon​, da ​Coreia do Sul​. A organização é 
financiada por contribuições voluntárias dos seus Estados membros, e tem seis 
idiomas oficiais​: ​Árabe​, ​Chinês​, ​Inglês​, ​Francês​, ​Russo​ e ​Espanhol​. 
A ​estrutura das Nações Unidas baseia-se em cinco principais órgãos (eram 
seis - o ​Conselho de Administração Fiduciária suspendeu suas operações em 
1994​); a ​Assembléia Geral​, o ​Conselho de Segurança​, o ​Conselho Econômico e 
Social (ECOSOC), o ​Secretariado e o ​Tribunal Internacional de Justiça​.Quatrodos 
cinco órgãos principais estão localizados na ​sede principal das Nações Unidas em 
território internacional em ​Nova York​, nos ​Estados Unidos​. O Tribunal 
Internacional de Justiça está localizado em ​Haia​, nos ​Países Baixos​, enquanto 
outras grandes agências estão baseadas nos escritórios da ONU em ​Genebra​, 
Viena e ​Nairobi​. Outras instituições das Nações Unidas estão localizadas em todo 
o mundo. 
A ONU utiliza seis ​línguas oficiais​: ​árabe​, ​chinês​, ​espanhol​, ​francês​, ​inglês 
e ​russo​. Quase todas as reuniões oficiais são ​traduzidas simultaneamente para 
estas línguas. Quase todos os documentos oficiais, em suporte de papel e 
"​on-line​"​, são traduzidos para estes seis idiomas. Em algumas dependências, as 
conferências e os documentos de trabalho são só em francês e inglês ou em 
espanhol, francês e inglês e as publicações realizam-se nestes dois ou três 
idiomas. 
A ​Assembléia Geral é a ​assembléia deliberativa principal das Nações 
Unidas. Composta por todos os ​Estados membros das Nações Unidas​, a 
Assembléia se reúne em uma sessão ordinária anual no âmbito de um presidente 
eleito entre os Estados-Membros. Ao longo de um período de duas semanas, no 
início de cada sessão, todos os membros têm a oportunidade de dirigir a 
montagem. Tradicionalmente, o ​secretário-geral faz a primeira declaração, 
seguido pelo presidente da assembléia. A primeira sessão foi convocada em ​10 
de Janeiro de ​1946 no ​Westminster Central Hall​, em ​Londres​, e contou com 
representantes de 51 nações.Para a aprovação da Assembléia Geral sobre 
questões importantes, é necessária a maioria de dois terços dos presentes e 
votantes. Exemplos de questões importantes incluem: recomendações sobre a 
paz e segurança, eleição de membros de órgãos, admissão, suspensão e 
expulsão de membros e questões orçamentais. Todas as outras questões são 
decididas por maioria de votos. Cada país membro tem um voto. Além da 
aprovação da matéria orçamental, as resoluções não são vinculativas para os 
membros. A Assembléia pode fazer recomendações sobre quaisquer matérias no 
âmbito da ONU, excetuando as questões de paz e segurança que estão sob 
consideração do ​Conselho de Segurança​. 
O ​Conselho de Segurança é o responsável de manter a paz e a 
segurança entre os países do mundo. Enquanto outros órgãos das Nações 
Unidas só podem fazer "recomendações" para os governos membros, o Conselho 
de Segurança tem o poder de tomar decisões vinculativas que os 
governos-membros acordaram em realizar, nos termos do artigo 25 da ​Carta​. As 
decisões do Conselho são conhecidas como ​Resoluções do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas​. É composto por 15 Estados-membros, sendo 5 
membros permanentes - ​China​, ​França​, ​Rússia​, ​Reino Unido e ​Estados Unidos - 
e 10 membros temporários, atualmente a ​Áustria​, ​Bósnia e Herzegovina​, ​Brasil​, 
Gabão​, ​Japão​, ​Líbano​, ​México​, ​Nigéria​, ​Turquia e ​Uganda​. Os cinco membros 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Gab%C3%A3o
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Nig%C3%A9ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turquia
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permanentes têm o poder de veto sobre as resoluções do Conselho, mas não 
processual, permitindo que um membro permanente para impeça a adoção, mas 
não bloqueie o debate de uma resolução inaceitável por ele. Os dez membros 
temporários são mantidos em mandatos de dois anos conforme votado na 
Assembléia Geral sobre uma base regional. A Presidência do Conselho de 
Segurança é girada em ordem alfabética de cada mêse foi realizada pela ​Áustria 
no mês de ​novembro​ de ​2009​. 
O ​Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), localizado em ​Haia​, ​Países 
Baixos​, é o principal órgão judicial das Nações Unidas. Fundado em ​1945 pela 
Organização das Nações Unidas, o Tribunal começou a trabalhar em 1946 como 
sucessor da ​Corte Permanente de Justiça Internacional​. O Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça, semelhante ao do seu antecessor, é o principal 
documento constitucional, constituindo e regulando o Tribunal de Justiça. 
Baseia-se no ​Palácio da Paz​, em ​Haia​, ​Países Baixos​, partilha o edifício com a 
Academia de Direito Internacional de Haia​, um centro privado para o estudo dodireito internacional​. Vários dos atuais juízes do Tribunal de Justiça são alunos ou 
ex-membros do corpo docente da Academia. Sua finalidade é dirimir litígios entre 
os Estados. O tribunal ouve casos relacionados a ​crimes de guerra​, a 
interferência estatal ilegal, casos de limpeza étnica, entre outros.Um tribunal 
relacionado, o ​Tribunal Penal Internacional (TPI), iniciou a sua atividade em ​2002 
através de discussões internacionais iniciada pela ​Assembléia Geral​. É o primeiro 
tribunal internacional permanente, encarregado de tentar aqueles que cometem 
os crimes mais graves do direito internacional, incluindo os crimes de guerra e 
genocídio​. O TPI é funcionalmente independente das Nações Unidas, em termos 
de pessoal e financiamento, mas algumas reuniões do organismo que rege o TPI, 
a Assembléia dos Estados Partes do Estatuto de Roma, são realizadas na ONU. 
Existe um "acordo de relacionamento" entre o TPI e a ONU que determina como 
as duas instituições se relacionam entre si juridicamente. 
As Funções da ONU - Manutenção da Paz e da Segurança 
 
A ​ONU​, após aprovação pelo ​Conselho de Segurança​, envia ​forças de 
manutenção da paz para regiões onde conflitos armados foram cessados ou 
pausados recentemente para fazer cumprir os termos dos acordos de paz e para 
evitar que os combatentes retomem as hostilidades. Como a ONU não mantém 
suas próprias ​forças armadas​, forças de paz são fornecidas voluntariamente pelos 
Estados-Membros da ONU​. As forças, também chamadas de "capacetes azuis", 
da ONU que cumprir acordos são celebradas com ​Medalhas das Nações Unidas​, 
que são consideradas condecorações internacionais, em vez de ​condecorações 
militares​. A força de paz como um todo recebeu o ​Prêmio Nobel da Paz​ em ​1988​. 
Os fundadores das Nações Unidas tinham previsto que a organização iria 
tomar medidas para evitar conflitos entre as nações e tornar guerras futuras 
impossíveis, porém a eclosão da ​Guerra Fria tornou ​acordos de paz 
extremamente difíceis por causa da divisão do mundo em campos opostos. Após 
o fim da Guerra Fria, o apelo à ONU para se tornar a agência para alcançar a paz 
mundial havia sido renovado, pois há várias dezenas de conflitos em curso, que 
continuam a espalhar destruição ao redor do globo. 
Um estudo da RAND Corp 2005 mostrou que a ONU é bem sucedida em 
dois de cada três esforços de paz. O estudo comparou os esforços da ONU com 
os dos ​Estados Unidos​, e constatou que sete de oito questões que a ONU trata 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81ustria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Internacional_de_Justi%C3%A7a
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Penal_Internacional
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http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_de_manuten%C3%A7%C3%A3o_da_paz_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados-membros_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Condecora%C3%A7%C3%A3o_militar
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Nobel_da_Paz
http://pt.wikipedia.org/wiki/1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_paz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
estão em paz, em comparação com quatro de oito questões no caso dos Estados 
Unidos. Também em ​2005​, o ​Relatório de Segurança Humana documentou um 
declínio no número de ​guerras​, ​genocídios e violações dos ​direitos humanos 
desde o fim da Guerra Fria, e apresentou provas, embora circunstanciais, que, na 
maior parte do ativismo internacional liderado pela ONU, tem sido a principal 
causa do declínio nos conflitos armados desde o fim da Guerra Fria. Situações 
em que a ONU não tem agido apenas para manter a paz, mas também interveio 
ocasionalmente, incluem a ​Guerra da Coréia (​1950​-​1953​), e a autorização da 
intervenção no Iraque após a ​Guerra do Golfo Pérsico em ​1990​.A ONU também 
tem sido criticada por falhas notáveis. Em muitos casos, os Estados-Membros têm 
mostrado relutância em cumprir as resoluções do Conselho de Segurança, uma 
questão que decorre da natureza intergovernamental da ONU, vista por alguns 
como uma simples associação de 192 Estados-Membros que devem chegar a um 
consenso, não como uma organização independente. 
Além de paz, a ONU também é ativa em incentivar o ​desarmamento​. A 
regulamentação dos armamentos foi incluída na redação da ​Carta da ONU em 
1945 e foi idealizada como uma forma de limitar a utilização de recursos humanos 
e econômicos para a criação deles. No entanto, o advento das ​armas nucleares 
veio apenas algumas semanas após a assinatura da Carta e imediatamente 
suspendeu conceitos de limitação de armas e desarmamento, resultando na 
primeira resolução da primeira reunião da ​Assembléia Geral solicitando propostas 
concretas para "a eliminação do armamento nacional de armas atômicas e de 
todas as outras armas importantes adaptáveis a ​destruição em massa​". Os fóruns 
principais para questões de desarmamento são a ​Primeira Comissão da 
Assembléia Geral​, a Comissão de Desarmamento das Nações Unidas e a 
Conferência sobre o Desarmamento, e considerações foram feitas sobre os 
méritos de uma proibição de ​testes com armas nucleares​, ​controle de armas no 
espaço​, a proibição de ​armas químicas e ​minas terrestres​, o desarmamento 
nuclear e convencional, ​zonas livres de armas nucleares​, a redução dos 
orçamentos militares​ e as medidas de reforço da ​segurança internacional​. 
3. DIREITOS HUMANOS NO BRASIL 
 
AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS X DIREITOS HUMANOS 
 
A história dos Direitos Humanos no Brasil está vinculada, de forma direta 
com a história das constituições brasileiras. Portanto, para falarmos a respeito de 
tal assunto, abordaremos, brevemente, a história das várias Constituições no 
Brasil e a importância que as mesmas deram aos Direitos Humanos. 
A primeira Constituição Brasileira já surgiu provocando o repúdio de 
inúmeras pessoas, falamos da Constituição Imperial de 1824, que foi outorgada 
após a dissolução da Constituinte, razão da rejeição em massa que acarretou 
protestos em vários Estados brasileiros, como em Pernambuco, Bahia, Ceará, 
Paraíba e Rio Grande do Norte.Essas reivindicações de liberdade, culminaramcom a consagração dos Direitos Humanos, pela Constituição Imperial, que apesar 
de autoritária (por concentrar uma grande soma de poderes nas mãos do 
imperador), revelou-se liberal no reconhecimento de direitos.De acordo com a 
Constituição Imperial Brasileira de 1824, a inviolabilidade dos direitos civis e 
políticos baseavam-se na liberdade, na segurança individual e, como não poderia 
deixar de ser, na propriedade (valor, de certa forma, questionável). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/2005
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Relat%C3%B3rio_de_Seguran%C3%A7a_Humana&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Cor%C3%A9ia
http://pt.wikipedia.org/wiki/1950
http://pt.wikipedia.org/wiki/1953
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Golfo_P%C3%A9rsico
http://pt.wikipedia.org/wiki/1990
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desarmamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_da_ONU
http://pt.wikipedia.org/wiki/1945
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armas_nucleares
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_destrui%C3%A7%C3%A3o_em_massa
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Primeira_Comiss%C3%A3o_da_Assembleia_Geral&action=edit&redlink=1
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http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Confer%C3%AAncia_sobre_o_Desarmamento,&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Interdi%C3%A7%C3%A3o_Completa_de_Ensaios_Nucleares
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tratado_do_Espa%C3%A7o_Exterior&action=edit&redlink=1
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Armas_qu%C3%ADmicas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_terrestres
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Zonas_livres_de_armas_nucleares&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_pa%C3%ADses_por_gastos_militares
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_internacional
Em 24 de fevereiro de 1891, surgiu a primeira Constituição Republicana 
que tinha como objetivo, como ensina Herkenhoff, ​"corporificar juridicamente o 
regime republicano instituído com a Revolução que derrubou a coroa."​Foi essa 
Constituição que instituiu o sufrágio direto para a eleição dos deputados, 
senadores, presidente e vice-presidente da República, no entanto, determinava, 
também, que os mendigos, os analfabetos, os religiosos, não poderiam exercer 
tais direitos políticos. Além disso, ela aboliu a exigência de renda como critério de 
exercício dos direitos políticos.O sufrágio direto estabelecido por esta 
Constituição, no entanto, não modificou as regras de distribuição do poder, já que 
a prioridade da força econômica nas mãos dos fazendeiros e o estabelecimento 
do voto, a descoberto, contribuíram para que estes pudessem manipular os mais 
fracos economicamente, de acordo com seus interesses políticos.Apesar disso, 
podemos afirmar que a primeira Constituição republicana ampliou os Direitos 
Humanos, além de manter os direitos já consagrados pela Constituição Imperial. 
Em 1926, com a reforma constitucional, procurou-se em primeiro lugar, 
remediar os abusos praticados pela União em razão das intervenções federais 
nos Estados, no entanto, não atendeu, de forma plena, a exigência daqueles que 
entendiam que a Constituição de 1891 não se mostrava adequada à real 
instauração de um regime republicano no Brasil. 
A Revolução de 1930 provocou um total desrespeito aos Direitos Humanos, 
que foram praticamente esquecidos. O Congresso Nacional e as Câmaras 
Municipais foram dissolvidos, a magistratura perdeu suas garantias, 
suspenderam-se as franquias constitucionais e o ​habeas corpus ficou restrito à 
réus ou acusados em processos de crimes comuns. Não foram poucos os que se 
rebelaram contra essa "prepotência", culminando com a Revolução 
constitucionalista de 1932, que acarretou na nomeação, pelo governo provisório, 
de uma comissão para elaborar um projeto de Constituição, comissão esta que, 
por reunir-se no Palácio do Itamarati, recebeu o nome de ​"a comissão do 
Itamarati"​. A participação popular, no entanto, ficou por demais reduzida em razão 
da censura à imprensa. Entretanto, apesar desta censura, a Constituição de 1934 
estabeleceu algumas franquias liberais, como por exemplo: determinou que a lei 
não poderia prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
vedou a pena de caráter perpétuo; proibiu a prisão por dívidas, multas ou custas; 
criou a assistência judiciária para os necessitados (assistência esta, que ainda 
hoje, não é observada por grande parte dos Estados brasileiros); instituiu a 
obrigatoriedade de comunicação imediata de qualquer prisão ou detenção ao juiz 
competente para que a relaxasse, se ilegal, promovendo a responsabilidade da 
autoridade co-atora, além de várias outras franquias estabelecidas. 
Além dessas garantias individuais, a Constituição de 1934 inovou ao 
estatuir normas de proteção social ao trabalhador, proibindo a diferença de salário 
para um mesmo trabalho, em razão de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil; 
proibindo o trabalho para menores de 14 anos de idade, o trabalho noturno para 
os menores de 16 anos e o trabalho insalubre para menores de 18 anos e para 
mulheres; determinando a estipulação de um salário mínimo capaz de satisfazer 
às necessidades normais do trabalhador, o repouso semanal remunerado e a 
limitação de trabalho a 8 horas diárias que só poderão ser prorrogadas nos casos 
legalmente previstos, além de muitas outras garantias sociais do trabalhador. 
A Constituição de 1934 não esqueceu-se também dos direitos culturais. 
Tratava-se de uma constituição que tinha como objetivo primordial, o bem estar 
geral. Ao instituir a Justiça Eleitoral e o voto secreto, essa constituição abriu os 
horizontes do constitucionalismo brasileiro, como bem ensina Herkenhoff (Curso 
de Direitos Humanos, pg. 77), para os direitos econômicos, sociais e culturais. Ela 
respeitou os Direitos Humanos e vigorou durante mais de 3 anos, até a introdução 
do chamado "Estado Novo", em 10 de Novembro de 1937, que introduziu o 
autoritarismo no Brasil.Foi no "Estado Novo" que foram criados os tão polêmicos 
Tribunais de exceção, que tinham a competência para julgar os crimes contra a 
segurança do Estado. Nesta época, foi declarado estado de emergência no país, 
ficaram suspensas quase todas as liberdades a que o ser humano tem direito, 
dentre elas, a liberdade de ir e vir, o sigilo de correspondência (uma vez que as 
mesmas eram violadas e censuradas) e de todos os outros meios de 
comunicação, sejam orais ou escritos, a liberdade de reunião e etc.Os Direitos 
Humanos praticamente não existiram durante os, quase, oito anos em que 
vigorou o "Estado Novo". 
Com a Constituição de 1946, o país foi como diz Herkenhoff(XI), 
"redemocratizado"​, já que essa constituição restaurou os direitos e garantias 
individuais, sendo estes, até mesmo ampliados, do mesmo modo que os direitos 
sociais. De acordo com estes, foi proibido o trabalho noturno a menores de 18 
anos, estabeleceu-se o direito de greve, foi estipuladoo salário mínimo capaz de 
atender as necessidades do trabalhador e de sua família, dentre outros demais 
direitos previstos.Os direitos culturais também foram ampliados e essa 
Constituição vigorou até o surgimento da Constituição de 1967, no entanto sofreu 
várias emendas e teve a vigência de inúmeros artigos suspensa por muitas vezes 
por força dos Atos Institucionais de 9 de Abril de 1964 (AI-1) e de 27 de outubro 
de 1965 (AI-2), no golpe, autodenominado ​"Revolução de 31 de março de 1964"​. 
Apesar de tudo isso, podemos afirmar que, durante os quase 18 anos de duração, 
a Constituição de 1946 garantiu os Direitos Humanos. 
A Constituição de 1967, porém, trouxe inúmeros retrocessos, suprimindo a 
liberdade de publicação, tornando restrito o direito de reunião, estabelecendo foro 
militar para os civis, mantendo todas as punições e arbitrariedades decretadas 
pelos Atos Institucionais. Hipocritamente, a Constituição de 1967 determinava o 
respeito à integridade física e moral do detento e do presidiário, no entanto na 
prática, tal preceito não existia.No que pertine aos demais direitos, os retrocessos 
continuaram: reduziu a idade mínima de permissão para o trabalho, para 12 anos; 
restringiu o direito de greve; acabou com a proibição de diferença de salários, por 
motivos de idade e de nacionalidade; restringiu a liberdade de opinião e de 
expressão; recuou no campo dos chamados direitos sociais, etc. 
Essa Constituição vigorou, formalmente, até 17 de outubro de 1969, com a 
nova Constituição, porém, na prática, a constituição de 67 vigorou apenas até 13 
de dezembro de 1968, quando foi baixado o mais terrível Ato Institucional, o que 
mais desrespeitou os Direitos Humanos no País, provocando a revolta e o medo 
de toda a população, acarretando a ruína da Constituição de 1967, o AI-5, que 
trouxe de volta todos os poderes discricionários do Presidente, estabelecidos pelo 
AI-2, além de ampliar tais arbitrariedades, dando ao governo a prerrogativa de 
confiscar bens, suspendendo, inclusive, o ​habeas corpus ​nos casos de crimes 
políticos contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia 
popular.Foi um longo período de arbitrariedades e corrupções. A tortura e os 
assassinatos políticos foram praticados de forma bárbara, com a garantia do 
silêncio da imprensa, que encontrava-se praticamente amordaçada e as 
determinações e ​"proteções legais" do AI-5. Tanto foi que a Constituição de 1969 
somente começou a vigorarem 1978, com a queda do AI-5. A constituição de 
1969 retroagiu ainda mais, já que teve incorporadas ao seu texto legal, as 
medidas autoritárias dos Atos Institucionais. Os DH não foram respeitados. 
A anistia conquistada em 1979, não aconteceu da forma que era esperada, 
já que anistiou, em nome do regime, até mesmo os criminosos e torturadores. No 
entanto, representou uma grande conquista do povo. 
Para inúmeros brasileiros, a luta pela anistia representou ​"uma das páginas 
de maior grandeza moral escrita na História contemporânea do Brasil"​, 
juntamente com a convocação e o funcionamento da Constituinte. 
A Constituição de 1988 veio para proteger, talvez tardiamente, os direitos 
do homem. Tardiamente, porque isso poderia ter se efetivado na Constituição de 
1946, que foi uma bela Constituição, mas que, logo em seguida foi derrubada, 
com a Ditadura. É por isso que Ulisses Guimarães afirmava que a Constituição de 
1988 era uma ​"Constituição Cidadã"​, porque ela mostrou que o homem tem uma 
dignidade, dignidade esta que precisa ser resgatada e que se expressa, 
politicamente, como ​cidadania​. 
O problema da dignidade da pessoa humana vem tratado na Constituição 
de 1988, já no preâmbulo, quando fala da inviolabilidade à liberdade e, depois, no 
artigo primeiro, com os fundamentos e, ainda, no inciso terceiro (a dignidade da 
pessoa humana), mais adiante, no artigo quinto, quando fala da inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à segurança e à igualdade. Esta dignidade significa que 
o homem não pode ser tratado como um animal qualquer, pois ele tem a sua 
individualidade. Tem uma essência, que é própria dele. Cada indivíduo é 
totalmente diferente de outro e o que os identifica é essa essência de ​ser 
pessoa​.A única coisa capaz de garantir a dignidade da pessoa humana é a 
justiça. A dignidade é um valor supremo. O homem é digno pelo simples fato de 
ser racional (que o diferencia dos outros animais). A dignidade éum valor 
fundamental. 
Flávia Piovesan ensina que ​"a ordem constitucional de 1988 apresenta um 
duplo valor simbólico: é o marco jurídico da transição democrática, bem como da 
institucionalização dos direitos humanos no país. A Carta de 1988 representa a 
ruptura jurídica com o regime militar autoritário que perpetuou no Brasil de 1964 a 
1985"​. 
Com a Constituição de 1988, houve uma espécie de ​"redefinição do Estado 
brasileiro"​, bem como de seus direitos fundamentais.Ao ler os dispositivos 
constitucionais, podemos deduzir o quanto foi acentuada a preocupação do 
legislador, em garantir a dignidade, o respeito e o bem-estar da pessoa humana, 
de modo a se alcançar a paz e a justiça social. 
 
A DITADURA MILITAR 
 
Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política 
brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 
1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos 
constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o 
regime militar. 
 
O Golpe Militar de 1964 
A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. 
O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político 
adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às 
organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores 
ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, 
por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe 
média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, 
que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.Este estilo populista e de 
esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as 
classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista. Os partidos de 
oposição, a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático 
(PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o 
responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava. 
No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande comício na 
Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defende as Reformas de Base. Neste 
plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e 
educacional do país.Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores 
organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha 
da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas 
do centro da cidade de São Paulo.O clima de crise política e as tensões sociais 
aumentavam a cada dia. No dia

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