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PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA- RESUMO (1)

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PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
Comunidade: lugar em que grande parte da vida cotidiana é vivida. 
Revisão da psicologia comunitária no Brasil = a partir do contexto econômico e político do Brasil e da América Latina: Golpe militar de 1964 (repressão e violência de 1968 a 1975).
Profissionais de psicologia questionam seu papel junto à população (conscientizar, organizar). 
Universidades: movimentos de 1968 questionam o ensino.
Professores dos cursos de formação do psicólogo: questionam a sua prática. 
Crise da psicologia como ciência/ doença mental X saúde mental (antipsiquiatria) = ação preventiva da população pobre, oprimida e desatendida pelo Estado.
Histórico da Psicologia Social ComunitáriaAnos 60: a utilização de teorias e métodos da psicologia em trabalhos em comunidades de baixa renda foi denominada Psicologia Comunitária ou Psicologia na comunidade. Visava deselitizar a psicologia e melhorar as condições de vida da população trabalhadora (favelas, associações de bairro, bairros populares etc.).
Anos 70: reação à opressão política e dominação econômica e ideológica do período militar. (Silvia Lane). 
Anos 80 e 90: a psicologia na comunidade passa à psicologia da comunidade, tomando como unidade de análise o grupo comunitário, e a psicologia comunitária, que toma como objeto de análise o sujeito construído sócio-historicamente. 
1980 – a criação oficial da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), fortalece a aproximação e comprometimento da psicologia e, em especial, da Psicologia Social Comunitária, com a realidade concreta das pessoas no Brasil e no continente latino- americano. (FREITAS, 1998, 2000b, 2003).
Os principais representantes:
 Silvia Lane
Martin-Baró
Maritza Montero
Qual é o seu objetivo?
A busca do desenvolvimento da consciência crítica, da ética da solidariedade e de práticas cooperativas ou mesmo autogestionárias, a partir da análise dos problemas cotidianos da comunidade, marca a produção teórica e prática da psicologia social comunitária. 
Enfatiza:
Em termos teóricos: que o conhecimento se produz na interação entre o profissional e os sujeitos da investigação; 
Em termos de metodologia: utilização da metodologia da pesquisa participante. Pesquisador e os sujeitos da pesquisa trabalham juntos em todo o processo. 
Em termos de valores: a ética da solidariedade, os direitos humanos e a busca da melhoria de vida da população. 
Compromisso ético político da Psicologia Social Comunitária: Ético, no sentido de estabelecer condições apropriadas para o exercício da cidadania, da democracia e da igualdade entre os pares; 
Político, ao questionar todas as formas de opressão e de dominação.
O que é Psicologia Social Comunitária?
Uma área da psicologia social que estuda a atividade do psiquismo decorrente do modo de vida do lugar/comunidade; estuda o sistema de relações e representações, identidades, níveis de consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao lugar/comunidade e os grupos comunitários. Visa o desenvolvimento da consciência dos moradores como sujeitos históricos e comunitários, através de um esforço interdisciplinar que perpassa o desenvolvimento dos grupos e da comunidade. (...) Seu problema central é a transformação do indivíduo em sujeito (Góis,1993). 
OS PILARES DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
Quais as ações da Psicologia Social Comunitária?
Fazer psicologia comunitária é estudar as condições (internas e externas) ao homem que o impedem de ser sujeito, e as condições que o fazem sujeito, numa comunidade, ao mesmo tempo que, no ato de compreender, trabalhar com esse homem a partir dessas condições, na construção de sua personalidade, de sua individualidade crítica, da consciência de si (identidade) e de uma nova realidade social.(Góis, 1990, p.32).
QUATRO PILARES
Empoderamento - Consiste em identificar, facilitar ou criar contextos em que as pessoas isoladas ou silenciadas possam ser compreendidas, ter uma voz e influência sobre as decisões que lhes dizem diretamente respeito ou que de algum modo, afetem a sua vida (Rappaport, 1992). 
Cidadania - está fortemente ligada à democracia, concebendo os indivíduos com direitos e deveres - cumprir as suas obrigações e reclamar os seus direitos, promovendo qualidade de vida.
Luta contra a pobreza - a pobreza é resultado de graves desigualdades sociais, tem uma forte influência sobre o desenvolvimento de competências e aptidões individuais e coletivas. Ultrapassar a pobreza torna-se essencial para o desenvolvimento humano saudável.
Saúde mental- É considerado um estado de equilíbrio entre a pessoa e a sociedade, é um conceito amplo, representado pela família, comunidade, escola e trabalho. Possuindo saúde mental, o individuo torna-se mais produtivo, tem melhor qualidade de vida e bem-estar. (ELOI, J, 2015)
O QUE FAZ UM PSICÓLOGO COMUNITÁRIO?
Contribui para a construção de programas inovadores de intervenção social, baseados em metodologias colaborativas de investigação-ação, promotoras de empoderamento e facilitadoras da mudança social. 
Estrutura, implementa ou avalia programas de prevenção na área da violência, por ex.: violência contra as mulheres e/ou crianças; saúde; bullying). 
Apoia os grupos e as organizações da comunidade (coletividades, organizações não-governamentais ou outras) para que funcionem de forma mais eficaz, cumprindo os objetivos a que se propõem ao nível da cultura, do bem-estar físico e do desenvolvimento integral dos grupos que pretendem beneficiar. 
Exemplo de ação da PC 
SECA E BEM-ESTAR PSICOLÓGICO: DESAFIOS PARA A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO CAMPO DA AGRICULTURA FAMILIAR. 
O objetivo foi verificar como a perda de recursos desencadeada pelas secas exerce influência sobre o bem-estar familiar. Constatou-se que as secas afetam recursos de sobrevivência familiar e causam implicações psicológicas para esta população, como insegurança quanto ao futuro, desânimo e tristeza. (fonte: ABRASPO).
RELAÇÕES COMUNITÁRIAS 
Relações sociais: O que são?
Interação entre um indivíduo e outro (uma coisa com outra coisa). Coisa que não pode ser ela mesma, se não houver outra. Nós só existimos na presença do outro. Exemplo: mãe só é mãe porque tem filho.
É um conceito que se aplica a uma realidade que não pode ser ela mesma, sem que haja outra coisa.
A relação também se dá nas situações de conflito. Exemplo: guerra depende do outro (rival).
 O conflito, a exclusão, são relações, pois ninguém pode brigar sozinho, e se há exclusão, há alguém que exclui, e alguém que e excluído. 
A percepção da relação é, pois, uma percepção dialética, percepção de que algumas coisas ”necessitam” de outras para serem elas mesmas.
A exclusão só acontece por que o outro te exclui.
A relação com o outro passa pela relação de poder. 
Quando falamos então em ”pessoas em relação” precisamos definir melhor, se são ”indivíduos” que se relacionam, ou se são ”pessoas = relação”. 
· Se o ser humano é tomado como se fosse ”peça de uma máquina”, parte de um todo. Sua explicação é dada pelo ”todo” (o estado, a instituição), que é a realidade fundamental - Exemplo de formas totalitarias.
· Há os que vêem os demais, e se consideram a si próprios, como ”pessoas = relação”, isto é, seres que em si mesmos implicam outros; seres que ao se definirem já incluem, necessariamente, outras pessoas.
Relações sociais se dão a partir das pessoas que se constituem em grupo. O que constitui um grupo é a existência, ou não, de relações. 
Grupo tem algo em comum - E esse ”comum” é a relação, que perpassa por todas as pessoas, está presente em todas, fazendo essa ”amarração” conjunta.
Relações e relações
Existe a possibilidade de mudar um grupo (observar as relações entre as pessoas e transformar essas relações): trabalho do psicólogo.
As pessoas do grupo também têm um conhecimento, não apenas o psicólogo. Todos devem falar e escutar. Com isso, o grupo se fortalece/modifica/pode estabelecer outras prioridades.
O grupo tem uma relação “relativa”: está sempre em construção/transformação.
Usam-se,para a tarefa de se detectar as relações, todos os instrumentos de pesquisa que forem necessários: 
· observação, 
· entrevistas, 
· pesquisa participante, 
· questionários,
· enfim, todo tipo de teste que possa revelar a ”vida social” 
Esta vida que se constrói nas e pelas relações: e se é ”vida”, é sempre dinâmica, sempre em transformação.
Relações de dominação - Distinção entre ”poder” e ”dominação”
Poder (todo tem / conhecimento / capacidade de uma pessoa ou grupo de desempenhar uma ação qualquer). 
 Dominação (relação entre pessoas e grupos, onde uma das partes expropria/rouba o poder / relação assimétrica, desigual, injusta).
IDEOLOGIA
Dominar o outro está relacionado com a questão da ideologia. Cria/sustenta relações injustas ou éticas (ideias para que algo não aconteça mais).
O que é Ideologia?
O uso, o emprego, de formas simbólicas (significados, sentidos) para criar, sustentar e reproduzir determinados tipos de relações. Ideologia é o que vai dar sentido, significado, às coisas.
Por exemplo, que as mulheres são mais ”afetivas”, que não possuem tanto poder de decisão, de realização – esse estereotipo pode ser suficiente para pagar à mulher um salário menor.
Diferentes formas de dominação
Dominação econômica: acontece sempre que alguém rouba, expropria, a capacidade (poder) de trabalho de outras pessoas. 
Dominação política: em sentido mais amplo, refere-se ao conjunto de relações que se estabelecem entre pessoas e grupos, na sociedade em geral. 
Dominação cultural: refere-se a todo agir humano.
Exemplo:
· O racismo que, como relação de dominação, tem sua origem na criação de estereótipos e discriminações negativos de um grupo racial sobre outro. 
· O patriarcalismo, que consiste no estabelecimento de assimetrias com base nas relações de gênero.
· O institucionalismo, que consiste em colocar uma instituição, como uma igreja, por exemplo, como a única verdadeira, ou como mais importante que todas as outras.
Relações comunitárias 
As relações comunitárias que constituem uma verdadeira comunidade são relações igualitárias, que se dão entre pessoas que possuem iguais direitos e deveres. 
Essas relações implicam que todos possam ter vez e voz, que todos sejam reconhecidos em sua singularidade, onde as diferenças sejam respeitadas. 
E mais: as relações comunitárias implicam, também, na existência de uma dimensão afetiva, implicam que as pessoas sejam amadas, estimadas e benquistas.
EXCLUSÃO SOCIAL
René Lenoir (1974): A exclusão como um fenômeno de ordem social e não de ordem individual.
A origem da exclusão deve ser buscada nos princípios do funcionamento das sociedades modernas: o rápido e desordenado processo de urbanização, as desigualdades de renda e de acesso aos serviços.
A exclusão atinge todas as camadas sociais;
Pode designar desigualdade social, miséria, injustiça, exploração social e econômica, marginalização social.
Exclusão é "estar fora", à margem, sem possibilidade de participação, seja na vida social como um todo, seja em algum de seus aspectos.
Martine Xiberras (1993): “Excluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores”.
Os excluídos não são somente rejeitados fisicamente, geograficamente, ou materialmente do mercado e de suas trocas; existe também a exclusão cultural;
A noção de exclusão social aparece no Brasil na 2ª metade dos anos 80. 
Aldaísa Sposatti (1996): “No Brasil a discriminação é econômica, cultural e política, além de étnica... Essa situação de privação coletiva é que se está entendendo por exclusão social”. 
Ela inclui pobreza, discriminação, subalternidade, não equidade, não acessibilidade, não representação pública”.
Para a autora, pobreza e exclusão não são sinônimos de um mesmo fenômeno, mas estão articuladas.
“... uma impossibilidade de poder partilhar, o que leva à vivência da privação, da recusa, do abandono e da expulsão, inclusive, com violência, de um conjunto significativo da população - por isso, uma exclusão social e não pessoal. Esta situação de privação coletiva é que se está entendendo por exclusão social”.
Excluídos no nível de grupos sociais:
-minorias étnicas (indígenas, negros);
- minorias religiosas;
· minorias culturais.
· Excluídos por gênero: mulheres e crianças.
· Excluídos em termos de opção sexual: homossexuais e bissexuais.
· Excluídos do universo sócio-cultural: pessoas pobres em geral, habitantes da periferia dos grandes centros urbanos.
· Excluídos por aparência física: obesos, deficientes físicos, pessoas calvas, pessoas mulatas ou pardas, portadores de deformidades físicas, pessoas mutiladas.
· Excluídos por idade: crianças e idosos.
· Excluídos do universo do trabalho: desempregados e subempregados, pessoas pobres em geral.
· Excluídos do universo da educação: os pobres em geral, os sem escola, as vítimas da repetência, da desistência escolar, da falta de escola junto a seus lares; deficientes físicos, sensoriais e mentais. 
· Excluídos do universo da saúde: pobres em geral, doentes crônicos e deficientes físicos, sensoriais e mentais.
· Excluídos do universo social como um todo: os portadores de deficiências físicas, sensoriais e mentais, os pobres, os desempregados. 
Outros conceitos de exclusão social:
“... um processo (apartação social) pelo qual denomina-se o outro como um ser "à parte", ou seja, o fenômeno de separar o outro, não apenas como um desigual, mas como um "não-semelhante", um ser expulso não somente dos meios de consumo, dos bens, serviços, etc., mas do gênero humano. É uma forma contundente de intolerância social..." (Cristóvão Buarque, professor, ex-reitor da Universidade de Brasília, ex-governador do Distrito Federal, Ministro da Educação e atual senador).
Segundo Buarque, a exclusão social passa a ser vista como um processo presente, visível e que ameaça confinar grande parte da população num apartheid informal, expressão que dá lugar ao termo “apartação social”. Para ele, fica evidente a divisão entre o pobre e rico, em que o pobre é miserável e ousado enquanto o outro se caracteriza como rico, minoritário e temeroso. 
Outros termos importantes:
“desfiliação” (CASTEL, 1995)
“desqualificação social” (PAUGAM, 1991) ou
“desinserção social” (GAULEJAC e TABOADA-LÉONETTI, 1994). 
A desafiliação (exclusão)... Representa uma ruptura de pertencimento, de vínculos societais... /... “O desafiliado (excluído) é aquele cuja trajetória é feita de uma série de rupturas com relação a estados de equilíbrio anteriores, mais ou menos estáveis, ou instáveis...” (Robert Castel).
““... A desqualificação: processo relacionado a fracassos e sucessos da integração...//... A desqualificação social aparece como o jnverso da integração social. O Estado é então convocado a criar políticas indispensáveis à regulação do vínculo social, como garantia da coesão social (Paugam, 1991, 1993).
“... a desinserção trabalhada por Gaujelac e Leonetti (1994) como algo que questiona a própria existência das pessoas enquanto indivíduos sociais, como um processo que é o inverso da integração.../...” é o sistema de valores de uma sociedade que define os "fora de norma” como não tendo valor ou utilidade social", o que conduz a tomar a desinserção como fenômeno identitário na "articulação de elementos objetivos e elementos subjetivos”.

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